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Ok - paper - adriely, lisiane, rosangela e renan[20193]

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BIOSSEGURANÇA EM LABORATÓRIOS DE ENSINO E PESQUISA 
 
Adriely Ferreira 
Lisiane Mendes Madeiros 
Renan Olmedo Simplício 
Rosangela Marcelino Dias 
Prof. Marcelo Carvalho 
 
Centro Universitário Leonardo da Vinci- UNIASSELVI 
Biomedicina – Seminário Interdisciplinar: Introdução à Pesquisa 
2021 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
Ambientes laboratoriais são locais que podem expor as pessoas que nele 
trabalham ou circulam a riscos de diversas origens. Os laboratórios de ensino e pesquisa 
têm características diferentes de outros, devido principalmente a grande rotatividade de 
professores, pesquisadores, estagiários, alunos de graduação e pós-graduação, além da 
variabilidade de atividades desenvolvidas. A manipulação de produtos químicos, 
microorganismos e parasitas com risco de infectividade e morbidade é bastante variada, 
sobretudo nos laboratórios de ensino na área de saúde (MASTROENI, 2006). 
O objetivo principal da biossegurança é criar um ambiente de trabalho onde se 
promova a contenção do risco de exposição a agentes potencialmente nocivos ao 
trabalhador, pacientes e meio ambiente, de modo que este risco seja minimizado ou 
eliminado. A contenção é colocada como métodos de segurança utilizados na 
manipulação de materiais infecciosos ou causadores de riscos em meio laboratorial, 
onde estão sendo manejados ou mantidos; o objetivo da contenção é reduzir ou eliminar 
a exposição da equipe de um laboratório, de outras pessoas e do meio ambiente em geral 
aos agentes potencialmente perigosos. As contenções de riscos representam-se como a 
base da biossegurança e são ditas primárias ou secundárias (HIRATA & MANCINI 
FILHO, 2002). 
A contenção primária, ou seja, a proteção do trabalhador e do ambiente de 
trabalho contra a exposição a agentes infecciosos, é obtida através das práticas 
microbiológicas seguras e pelo uso adequado dos equipamentos de segurança. A 
contenção secundária compreende a proteção do ambiente externo contra a 
contaminação proveniente do laboratório e/ou setores que manipulam agentes nocivos. 
Esta forma de contenção é alcançada tanto pela adequada estrutura física do local como 
também pelas rotinas de trabalho, tais como descarte de resíduos sólidos, limpeza e 
desinfecção de artigos e áreas (HIRATA & MANCINI FILHO, 2002.) 
Considera-se EPI (equipamento de proteção individual) todo dispositivo de uso 
individual, destinado a proteger a saúde e a integridade física do trabalhador, não sendo 
adequado o uso coletivo por questões de segurança e higiene. Sua função é prevenir ou 
limitar o contato entre o operador e o material infectante. A maioria dos EPIs, se usados 
adequadamente promovem também uma contenção da dispersão de agentes infecciosos 
no ambiente, facilitando a preservação da limpeza do laboratório. A utilização dos EPIs 
encontra-se regulamentada pelo MTE (Ministério de Trabalho e Emprego) através da 
NR-6 (Norma Regulamentadora 6), em que estão definidas as obrigações do 
empregador e do empregado (SOARES, 2008). 
Os trabalhos executados em laboratório, obedecem a um gradiente de 
periculosidade de acordo com o patógeno que está sendo manuseado. Desta forma, 
costuma-se admitir quatro níveis de contenção laboratorial (ISHA & LINHARE, 1989): 
 Nível 1 (mínimo): adequado para patógenos com nível mínimo de risco para o 
operador; o trabalho é feito em geral em balcão aberto sem nenhum equipamento 
especial de contenção requerido. Há necessidade de se observar algumas práticas 
como: manter as portas fechadas, descontaminar superfícies diariamente, 
descontaminar material a ser lavado ou descartado, proibir comida, bebida, 
fumo, pipetagem com a boca e evitar a formação de aerossol; 
 Nível 2 (baixo risco): o pessoal técnico deve ser mais treinado para manusear 
patógenos, o acesso ao laboratório é limitado quando da manipulação com 
microrganismos e os procedimentos capazes de produzir aerossol devem ser 
efetuados em câmaras de segurança. Adicionalmente deve-se fazer um programa 
eficaz de controle de insetos e outros animais, não utilizar jalecos fora da área 
laboratorial, não manter plantas, agulhas e lixo no interior do laboratório, assim 
como criar um sistema de notificação e registro de acidentes no laboratório, de 
exposição aos patógenos trabalhados e de vigilância médica vinculada 
principalmente aos casos de absenteísmo posterior aos acidentes e/ou exposições 
a agentes patogênicos; 
 Nível 3 (risco moderado): o laboratório já deve possuir uma arquitetura especial 
e equipamento de contenção adequada para o manuseio de patógenos 
potencialmente letais. Todo material deve ser esterilizado dentro da área 
laboratorial ou enviado em frascos à prova de vazamento para uma unidade de 
esterilização. Não deve ser permitida a entrada de pessoas estranhas ao serviço, 
as quais devem ser orientadas sobre o risco de contaminação; deve-se criar 
protocolos escritos para as emergências; a descontaminação tem de ser eficaz; 
não usar roupas de rua e cobrir-se até os sapatos (de preferência com botas à 
prova d'água); uso obrigatório de luvas e máscaras (especialmente em biotérios); 
e usar filtros nas linhas de vácuo; 
 Nível 4 (alto risco): o pessoal do laboratório deve ter conhecimento e 
treinamento completo no manuseio de patógenos sabidamente capazes de 
produzir doença severa ou fatal no homem, assim como devem compreender as 
funções dos níveis de contenção, do equipamento e das características do 
laboratório. Esta área deve ser claramente demarcada dentro de um espaço 
físico. O uso de Câmaras Classes I ou II pode ser feito apenas se todos os 
usuários mostrarem evidência de imunização anterior ao agente em questão, de 
outra forma, a manipulação de patógenos requer Câmaras de Classe III ou 
roupas especiais pressurizadas. Em uma contenção de nível quatro, as portas 
devem ser mantidas fechadas e o número de chaves limitado estritamente aos 
usuários. À entrada e saída, deve haver troca de roupa e banho em uma antessala 
que permita este fluxo de pessoas. Deve haver um espaço para quarentena e 
observação de operadores suspeitos de contaminação e suporte médico de casos 
potenciais ou confirmados de doença associada ao laboratório. Todo material 
saído deste nível de contenção tem obrigatoriamente de ser esterilizado (UV, 
calor, banho químico) ou filtrado (ar). 
Por último convém enfatizar que mais importante que a contenção física do 
laboratório para evitarem-se os acidentes, são as práticas seguras que devem ser 
seguidas pelos profissionais. As pessoas que trabalham no laboratório devem entender 
todos os procedimentos, funcionamento dos equipamentos e as instalações, assim como 
devem saber da natureza dos agentes infecciosos, carcinogênicos ou emissores de 
radiações que são manipulados e as consequências da sua manipulação errônea, 
displicente, despreocupada e irresponsável (MASTROENI, 2006). 
 
2. FORMULAÇÃO DO PROBLEMA E JUSTIFICATIVA DA PESQUISA 
 
Ambientes laboratoriais são locais que podem expor as pessoas que nele 
trabalham ou circulam a riscos de diversas origens. Os laboratórios de ensino e pesquisa 
têm características diferentes de outros, devido principalmente a grande rotatividade de 
professores, pesquisadores, estagiários, alunos de graduação e pós-graduação, além da 
variabilidade de atividades desenvolvidas. A manipulação de produtos químicos, 
microrganismos e parasitas com risco de infectividade e morbidade é bastante variada, 
sobretudo nos laboratórios de ensino na área de saúde (MASTROENI, 2006). 
Todo indivíduo trabalhando com agentes infecciosos ou material suspeito de 
conter patógenos está exposto ao risco de infecção. Daí é importante que precauções 
apropriadas sejam tomadas, já que mesmo uma cultura de células não inoculada pode 
ser uma fonte de patógenos virais. (HIRATA, M; MANCINI FILHO, 2002). 
A Biossegurança por ser um conjunto de procedimentos, ações, técnicas, 
metodologias, equipamentos e dispositivoscapazes de eliminar ou minimizar riscos 
inerentes às atividades de pesquisa, produção, ensino, desenvolvimento tecnológico e 
prestação de serviços, que podem comprometer a saúde do homem, dos animais, do 
meio ambiente ou a qualidade dos trabalhos desenvolvidos, é de fundamental 
importância em laboratórios de ensino e pesquisa (MASTROENI, 2006). 
Portanto, neste material serão abordados cuidados que devem ser tomados e 
medidas que reduzem ao máximo a exposição aos riscos que afetam a saúde de 
profissionais e estudantes, que estão em contato com equipamentos, substâncias 
químicas e espécimes biológicos em laboratórios (OLIVEIRA, 2011). 
3. OBJETIVOS 
3.1 Objetivo Geral 
Orientar quanto à biossegurança em laboratórios de ensino de pesquisa. 
3.2 Objetivo Específico 
 Proporcionar maior domínio nas atividades laboratoriais, a fim de reduzir riscos 
à biossegurança; 
 Fornecer conhecimento sobre os níveis de contenção laboratorial e o emprego 
correto em cada situação; 
 Incentivar o uso de EPI's (Equipamentos de proteção individual) com intuito de 
manter a integridade física do manuseador. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA 
 
HIRATA, M; MANCINI FILHO, J. Manual de Biossegurança. São Paulo; Manole; 
2002. 
ISHA, R. K.; LINHARE, A. C. Níveis de Contenção Laboratorial. Rev. Inst. Med. 
trop. São Paulo 31 (2): 126-131, março-abril, 1989. 
MASTROENI, M. F. Biossegurança: aplicada a laboratórios e serviços de saúde. 2º 
ed, São Paulo: Atheneu; 2006. 
OLIVEIRA, R. F. A. Caderno de Gestão da Segurança Química em Laboratórios. 
Associação Brasileira de Química. Rio de Janeiro, 2011. 
SOARES, L. F. P. Manual de Biossegurança. Laboratório da Área básica 
Universidade Católica de Goiás. Goiânia, 2008.

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