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UEMA 2023 CAZUZA

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Cazuza
UEMA
Prof.Thiago Silva
Viriato Corrêa
— Viriato Corrêa
“A História verdadeira de um menino de escola 
ficou reduzida a Cazuza.” 
Vida e obra do autor:
MANUEL VIRIATO CORREIA BAIMA DO LAGO FILHO,
autor de crônicas históricas e livros infanto-juvenis, contista,
jornalista, romancista e teatrólogo, nasceu em 23 de janeiro
de 1884, em Pirapemas, MA, e faleceu no Rio de Janeiro,
RJ, em 10 de abril de 1967. Filho de Manuel Viriato Correia
Baima e de Raimunda Silva Baima, ainda criança deixou a
cidade natal para fazer cursos primário e secundário em
São Luís do Maranhão. Iniciou seus estudos no Colégio
São Luís e depois no Liceu Maranhense. Começou a
escrever aos 16 anos os seus primeiros contos e poesias.
Em 1900, foi residir em Pernambuco e ingressou na
Faculdade de Direito do Recife, frequentou o curso por três
anos e mudou-se para o Rio de Janeiro, então capital
federal.
Vida e obra do autor:
Em 1903 saiu no Maranhão o seu primeiro livro de
contos, Minaretes, marcando o aparecimento de Viriato
Correa como escritor. O livro não agradou a João
Ribeiro, que descarregou contra ele toda a sua crítica.
Considerou afetado o título, proveniente do árabe,
porque uma mesquita não tem nada em comum com
contos sertanejos, que foram o tema da obra. Ainda em
1903, aos 19 anos de idade, lançou seu primeiro livro,
Minaretes. Concluiu o curso na Faculdade de Direito
do Rio de Janeiro em 1907. Depois de formado pouco
trabalhou como advogado, mas teve larga atuação nos
campos jornalístico, literário e político. Em 1917, fundou
a Associação Brasileira de Autores Teatrais, que foi
considerada uma das primeiras instituições defensoras
dos direitos autorais.
Vida e obra do autor:
Em 1911 foi eleito deputado estadual no Maranhão. Em
1927 voltou à vida política elegendo-se deputado
federal. Assumiu em maio sua cadeira na Câmara dos
Deputados, no Rio de Janeiro, e foi reeleito em 1930,
mas teve o mandato interrompido com a vitória da
revolução que levou Getúlio Vargas ao poder e
extinguiu todos os órgãos legislativos do país. Por ter
sido contra o movimento revolucionário e por suas
ligações com o presidente deposto Washington Luís, foi
preso e sofreu longa perseguição política.
Em 14 de julho de 1938, após quatro tentativas, foi
eleito membro da Academia Brasileira de Letras.
Ocupou a cadeira 32, cujo patrono é Araújo Porto
Alegre, sucedendo a Ramiz Galvão.
Vida e obra do autor:
Escreveu no gênero mais de uma dezena de títulos,
entre os quais se destacam Histórias da nossa
História (1921), Brasil dos meus avós (1927)
e Alcovas da História (1934). Com o objetivo de levar
a História também ao público infantil, recorreu à figura
do afável ancião que reunia a garotada em sua
chácara para a fixação de ensinamentos escolares.
As sugestivas “lições do vovô” encontram-se em livros
como História do Brasil para crianças (1934) e As
belas histórias da História do Brasil (1948). Deixou
ainda muitas obras de ficção infantil, entre elas o
romance Cazuza (1938), um dos clássicos da nossa
literatura infantil, em que descreve cenas de sua
meninice. Foi também professor de história do teatro
na Escola Dramática do Rio de Janeiro.
Obras:
01.
Divisão da obra:
03.
Personagens:
04.
Características da obra:
02.
Índice de conteúdo:
05.
Modernismo de 30:
Obras
01
Principais obras de Viriato Corrêa
*Era uma vez... (1908)
*Contos da história do Brasil (1921)
*Varinha de condão (1928)
*Arca de Noé (1930)
*No reino da bicharada (1931)
*Quando Jesus nasceu (1931)
*A macacada (1931)
*Os meus bichinhos (1931)
*História do Brasil para crianças (1934)
*Meu torrão (1935)
*Bichos e bichinhos (1938)
*No país da bicharada (1938)
*Cazuza (1938)
*A descoberta do Brasil (1930)
*História de Caramuru (1939)
*A bandeira das esmeraldas (1945)
*As belas histórias da História do Brasil (1948)
*A macacada (1949)
Características
02
Coleção de Crônicas
Obra nacionalista
Moralista
Foco na formação do Brasil como nação
Linguagem coloquial/Regionalista
Romance de formação/aprendizagem 
Características Gerais
Porque este livro se chama CAZUZA?
Há dez anos, quando morei nas Laranjeiras, era meu vizinho, na mesma rua, um sujeito alto,
quarentão, um tanto calvo, que, à hora do meu bonde, descia comigo para a cidade, sobraçando
grande pasta de couro. Nunca lhe soube o nome. Na rua e no bonde os conhecidos chamavam-lhe
Cazuza. Um dia, o homem bateu à minha porta, pedindo-me cinco minutos de atenção. Entrou,
abriu a pasta, tirou de dentro um grosso maço de manuscritos e disse-me: — São as minhas
memórias dos tempos de menino. (...) Os manuscritos intitulados HISTÓRIA VERDADEIRA DE UM
MENINO DE ESCOLA interessaram-me logo às primeiras linhas. Era diante de minha família,
reunida, que eu lia os capítulos. Quem mais gostava da leitura eram os meus sobrinhos, meninotes
de oito a doze anos. (...) Passaram-se os tempos, e o homem, do qual eu nunca soube o
verdadeiro nome, não mais me apareceu. Mais tarde, ouvi dizer que havia morrido em
Pernambuco. E lá se vão dez anos e ninguém me reclamou os manuscritos. Agora, um editor quer
publicá-los.
Não lhes parece que isso é, de alguma maneira, homenagem à memória do autor? História
verdadeira de um menino de escola é um bom título. Mas muito longo. Achei melhor o título
CAZUZA que os meninos, sem dar por isso, escolheram. É mais curto. Profundamente infantil. E
profundamente brasileiro.
Divisão da
Obra
03
PRIMEIRA PARTE
As calcinhas
Minha terra, minha casa e minha gente
Figuras do povoado
Tia Mariquinhas
A cortadeira de histórias
O primeiro dia
Pinguinho
A escola
Passem todos para o "bolo"!
Aprisionando passarinhos
O "jantar de cachorro“
O dia de calundu
O velho Mirigido
A aposta de escrita
Na lagoa
Cantadores de viola
O Pata-choca
A sabatina de tabuada
O médico do "gaiola“
Na roça do Lourenço
A partida
SEGUNDA PARTE
A escola da vila
Gente grande e gente miúda
Os meus amiguinhos
O rico e o pobre
O sapato ferrado e a sandália de veludo
O circo de cavalinhos
Antonico
O padre Zacarias
A cabra pedrês
A latinha de merenda
O vendedor de chinelas
Os que vivem nas alturas
Minha irmã Zizi
Dentro da mata
A vaquejada
O voluntário do Paraguai
O prisioneiro paraguaio
O aniversário da diretora
Fortes e fracos
O apito do "gaiola“
TERCEIRA PARTE
A cidade
O palhaço
O Bicho Brabo
O professor João Câncio
O Vilares, o Bonifácio e o Gonçalves
O Fagundes e o Espalha-brasas
O Jaime e o Floriano
Que é pátria
Que é o Brasil
O Veloso
A história de Luís Gama
O leilão
A velha Cecé
O Pantaleão
A obra dos brasileiros
O burro
O empate
O desempate
As duas mães
Homenzinho
Estrutura narrativa
Personagens
04
PERSONAGENS
Cazuza o protagonista vive algumas das experiências mais
típicas do gênero, colégio interno e o convívio com os
professores desta instituição, em especial com o Professor João
Câncio, com quem aprendia além dos conteúdos escolares,
muitas lições de vida; as luzes e as vitrines da cidade e seu
teatro que permitiram à criança roceira o contato com o Belo, e,
finalmente, o contato direto com as ambiguidades políticas, ao
vivenciar o embate travado na própria instituição escolar entre o
menino rico e o menino pobre é um menino que vive em um
lugarejo do Maranhão, no final do século XIX, e realiza seu
grande desejo de entrar na escola. Mas, o primeiro dia de aula é
uma grande decepção, pois ele se depara com um ensino
rígido, que usa a punição como principal ferramenta para
controle dos alunos.
PERSONAGENS
Professor João Ricardo homem velho, bigode branco,
óculos escuros, pigarro de quem sofre de asma. Nunca lhe vi
um sorriso no rosto. Vivia sempre zangado, com o ar de
quem está a ralhar com o mundo, cara amarrada, rugas na
testa.
O Pata-choca (Evaristo), era o aluno mais atrasado da escola, havia
bastante tempo que lá estava e não conhecia, sequer, as letras do
alfabeto. Talvez já tivesse dez anos, mas, pela inteligência, não
parecia ter mais de cinco. O povoado inteiro o consideravao modelo
do menino que não dá para nada. — “Se não abrires os olhos,
diziam as mães aos filhos que não sabiam as lições, se não abrires
os olhos, tu acabas como o Pata-choca”, comia terra e levava “bolos”
do professor João Ricardo. (É doente porque têm vermes).
PERSONAGENS
Professor João Câncio, tipo feio, magro, míope, compridão,
esquisitão, no entanto, o melhor professor do colégio. Não
havia ninguém mais tolerante, como não havia ninguém mais
justo. O que dizia tinha sempre um tom de novidade. As
coisas difíceis tornavam-se simples depois que ele as
explicava. As suas aulas penetravam-nos no fundo do
entendimento como um raio de sol atravessa uma vidraça.
Bonifácio, nunca vi pessoa mais porca. Não sei que astúcia fazia ele
pela manhã, à hora do banho obrigatório, que nunca se lavava. Não
limpava os dentes, não mudava a roupa e trazia sempre as unhas
tarjadas de preto. Vivia a exalar mau cheiro, o casaco e as calças
engordurados, os sapatos por engraxar. Diziam até que tinha piolho na
cabeça.
PERSONAGENS
Dona Janoca era uma senhora de trinta e cinco anos,
cheia de corpo, simpática, de maneiras suaves, terna, de
voz doce, entusiasmada pela profissão, preocupada com
a saúde dos alunos e que lutava para que todas as
crianças frequentassem a escola.
Jorge Carreiro alto como um gigante, forte como um
novilho, possuía, no entanto, alma de criançola. Brincava
conosco como se fosse também menino; carregava-nos
aos ombros, escanchava-nos no cogote e fazia de cavalo
para que lhe montássemos nas costas. Era nosso melhor
amigo.
PERSONAGENS
Dd Dona Rosinha, que cuidava da classe pouco acima da
nossa, tinha a vivacidade da água corrente que salta por
entre as pedras, cultuando e cantando. Um azougue.
Nela tudo era atividade, rapidez, alegria. Os olhos
negros e inquietos pareciam garotos travessos em hora
de recreio; os braços gesticulavam a cada palavra; o
corpo torcia-se pelos bancos e pelas carteiras da sala,
com a agilidade de um peixinho de jardim por entre as
plantas de um tanque. Nem bonita nem feia. Mas
irradiava tanta graça e tanto brilho quando falava,
andava e ria, que se tinha a ilusão de que ela fosse
formosa. Conhecia o segredo de entrar no coração das
crianças
Aspectos da obra
05
Infância Povoado(Espaço Rudimentar)
“nossa casa vivia apinhada de criaturas estranhas vindas de longe.”
“parecia que ali as criaturas formavam uma só família.”
“alto como um gigante, forte como um novilho.”
Primeiro Modelo de escola/Professor:
“A sala feia, o ar de tristeza, o ar de prisão, a cara feroz do professor, os castigos pelas
menores faltas e pelos menores descuidos...”
“A escola não podia ser aquela coisa enfadonha, feia, triste, que metia medo às crianças.
Não podia ter aquele aspecto de prisão, de cadeia. Escola deveria ser um lugar agradável,
cheio de atrativos, de encantos, de beleza, de alegria, de tudo que recreasse e satisfizesse
o espírito.”
Animalização das personagens:
Infância Povoado(Espaço Rudimentar)
“Ontem à noite, quando brincavas de rei, disseste que não ias deixar de atender a um
príncipe para atender a um trabalhador de enxada. Um trabalhador de enxada, meu filho, é
maior que um príncipe, quando o príncipe vive na ociosidade (vadiagem). O homem só vale
quando trabalha e o trabalho, seja ele qual for é digno e nobre desde que seja honesto.”
Valorização do Trabalho e do Trabalhador:
Segunda Infância (Vila)
“Mostrava, sem querer, um grande entusiasmo pela posição de educadora (o uso da palavra educadora). 
Ensinava meninos porque isso constituía o prazer de sua vida”
“dona Janoca tinha vindo da capital, onde aprendera a ensinar crianças.”
Valorização do esforço:
“Você julga que vale muito porque é rico. Ninguém deve gabar-se de obra que não fez. Essa riqueza, de
que você tem tanto orgulho, foi você quem a juntou com a sua inteligência, com o seu suor e com o seu
esforço? Pensa você que Custódio lhe é inferior porque é pobre? pois é justamente a pobreza que lhe dá
valor. Sendo paupérrimo, o custódio come mal, dorme mal e o tempo que deve empregar no estudo,
emprega-o em serviços caseiros para ajudar os pais. A lição que ele traz. Você tem tempo e conforto.
Custódio não tem nada, senão a vontade de aprender, o brio de cumprir o seu dever de estudante.”
Segundo modelo de escola/Professor:
Adolescência (Cidade)
“Senti-me sozinho, desamparado, no meio da multidão que fervia nas salas.”
O negro na sociedade:
“O Brasil deve ter pelo negro uma grande afeição e um grande carinho. Porque, se o Brasil é o que é, muita
e muita coisa deve ao negro. Para esse progresso que aí está, o negro concorreu com o suor de seu rosto,
com o trabalho de seu braço, com a bondade de seu coração e com o sacrifício desua liberdade.”
O espanto de Cazuza com a vida dinâmica e veloz da Capital São
Luís/O individualismo urbano:
Adolescência (Cidade)
“O Jaime vivia adulado. Inspetores, vigilantes, contínuos e serventes, todos lhe queriam ser agradáveis,
como se ali estivesse unicamente para lhe prestar homenagens. (…) Com Floriano era o contrário.
Esqueciam tudo de bom que ele fazia. Aquela gente não podia admitir que o filho de uma pobre preta
engomadeiraestivesseacima de um menino rico, filho da mais rica família da cidade”
Nacionalismo intensificado nos capítulos “Que é Pátria” e “Que é o 
Brasil”:
“Brasil é obra de seus construtores (…) é o trabalho dos jesuítas, transformando antropófagos em seres
humanos (…) é a coragem dos defensores de seu solo (…) é obra dos bandeirantes (…) é do café que
engrandeceu São Paulo (…) sua indústria pastoril (…) é a inconfidência mineira."
Preconceito racial:
Espaço
É ainda num pequeno povoado, Pirapemas, onde nascera e vivera seus primeiros anos, que Cazuza
se interessa pela primeira vez por frequentar a escola. O menino recorda-se de que Pirapemas “era
um dos lugarejos mais pobres e mais humildes do mundo. Ficava à margem do Itapirucu, no
Maranhão, no alto da ribanceira do rio. Uma ruazinha apenas com vinte ou trinta casas, algumas
palhoças espalhadas pelos arredores e nada mais. Nem igreja, nem farmácia, nem vigário. De
civilização- a escola apenas”. “Vila pacata e simples de gente simples e pataca”.
(...) Foi num dos últimos dias de dezembro, no fim do jantar, que me deram a grande notícia: no
começode fevereiro, meu pai iria levar-me para o colégio, em São Luís.”
Foco Narrativo
Linguagem
Em Cazuza a hora de estudar não se reveste de angústia, mas de excitação como próprio narrador nos
confessa: “Desde que me entendi, tive a preocupação de ser homem e nunca pude me ajeitar nos
vestidinhos rendados de menina.(...) E, por amor às calças, comecei a mostrar amor aos livros”. Dessa
forma temos um narrador-personagem em primeira pessoa.
Em Cazuza temos a predominância da linguagem formal, com temos regionalistas e expressões do
interior do Brasil (ampla valorização do coloquialismo).
Tempo
Em Cazuza o temos é linear, os fatos ocorrem de formacronológicos.
O escritor Viriato Corrêa transformou seu personagem, protagonista de livro homônimo
publicado em 1938, em arquétipo do “cidadão dos novos tempos” Um menino narra as
amargas experiências escolares com um professor autoritário no minguado povoado onde
nasceu, encravado no fundo do Maranhão, até os dias de colégio na capital, São Luiz. Esse
o núcleo do livro Cazuza, do escritor maranhense. Viriato Corrêa certamente pretendia, ao
escrever sua obra máxima, ir além de um simples romance. Podendo ser visto como um
livro de formação, o escritor planejava, com Cazuza, constituir “o cidadão dos novos
tempos”. Além de escrever um belo romance, desejou denunciar práticas abomináveis de
disciplina nos estabelecimentos de ensino da época. Como a prática do “bolo”, castigo por
meio da palmatória.
Publicado em pleno regime do Estado Novo, logo após o golpe de 37, “o livro insere-se no
amplo projeto empenhado em construir o Estado Nacional e o novo cidadão que a ele
convinha. Um projeto que começou a ser esboçado nos primórdiosda República”. O país
passava por um processo de modernização equipando-se para ingressar numa nova era do
desenvolvimento do capitalismo e a educação era, obviamente, um eficiente instrumento de
controle social e de consolidação de um regime autoritário, perpetrado por Getúlio Vargas.
Modernismo
05.
A segunda geração modernista ou segunda fase do modernismo representa o segundo
momento do movimento modernista no Brasil que se estende de 1930 a 1945. Chamada de
“Geração de 30”, essa fase foi marcada pela consolidação dos ideais modernistas, apresentados na
Semana de 1922. Lembre-se que esse evento marcou o início do Modernismo rompendo com a arte
tradicional. A publicação Alguma Poesia (1930) de Carlos Drummond de Andrade marcou o início da
intensa produção literária poética desse período. Na prosa, temos a publicação do romance
regionalista A Bagaceira (1928) do escritor José Américo de Almeida. Para muitos estudiosos do
tema, a segunda geração modernista representou um período muito fértil e rico para a literatura
brasileira. Também chamada de “Fase de Consolidação”, a literatura brasileira estava vivendo uma
fase de maturação, com a concretização e afirmação dos novos valores modernos. Além da prosa, a
poesia foi um grande foco dos literatos. Temas nacionais, sociais e históricos foram os preferidos
pelos escritores dessa fase.
Modernismo Brasileiro
A segunda fase do modernismo no Brasil surgiu num contexto conturbado. Após a crise de 1929 em
Nova York, (depressão econômica) muitos países estavam mergulhados numa crise econômica,
social e política. Isso fez surgir diversos governos totalitários e ditatoriais na Europa, os quais
levariam ao início da Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Além do aumento do desemprego, a
falência de fábricas, a fome e miséria, no Brasil a Revolução de 30 representou um golpe de estado.
O presidente da República Washington Luís foi deposto, impedindo assim, a posse do presidente
eleito Júlio Prestes.
Contexto histórico
*Influência do realismo e romantismo;
*Nacionalismo, universalismo e regionalismo;
*Realidade social, cultural e econômica;
*Valorização da cultura brasileira;
*Influência da psicanálise de Freud;
*Temática cotidiana e linguagem coloquial;
*Uso de versos livres e brancos.
Nessa fase, o grande foco da prosa de ficção foram os romances regionalistas e urbanos.
Preocupados com os problemas sociais, a prosa dessa fase se aproximou da linguagem coloquial e
regional. Assim, ela mostroua realidade de diversos locais do país, ora no campo, ora na cidade.
Características do Modernismo 30
*Graciliano Ramos (1892-1953)
*José Lins do Rego (1901-1957)
*Rachel de Queiroz (1910-2003)
*Jorge Amado (1912-2001)
*José Américo de Almeida (1887-1980)
*Érico Veríssimo (1905 – 1975)
Principais autores/prosadores do Modernismo 30
Considerações finais: Cazuza
Embora não pertença de forma expressa à coleção de livros históricos, não foge à
característica de examinar o País tendo como foco seus tipos característicos,
hábitos e crenças. Para emprestar aura de ficção ao que é uma autobiografia, o
autor cria um artifício. No prólogo, diz que recebeu de um velho, que conhecia
apenas de vista, o calhamaço de memórias chamado História Verdadeira de um
Menino de Escola. Soube depois que o velho tinha morrido. Seu apelido era
Cazuza. Seu nome verdadeiro, insabido. Resumiu o título para a publicação:
“Cazuza é mais curto. Profundamente infantil. E profundamente brasileiro.”
CRÉDITOS: este modelo de apresentação foi criado pelo Slidesgo, e 
inclui ícones da Flaticon e infográficos e imagens da Freepik
Obrigado!
http://bit.ly/2Tynxth
http://bit.ly/2TyoMsr
http://bit.ly/2TtBDfr

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