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Normas Fundamentais - Direito Processual Civil

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Normas Fundamentais – CPC
Art. 1º O processo civil será ordenado, disciplinado e interpretado conforme os valores e as normas fundamentais estabelecidos na Constituição da República Federativa do Brasil, observando-se as disposições deste Código.
*Influência da Constituição na elaboração e aplicação do CPC
Art. 8º Ao aplicar o ordenamento jurídico, o juiz atenderá aos fins sociais e às exigências do bem comum, resguardando e promovendo a dignidade da pessoa humana e observando a proporcionalidade, a razoabilidade, a legalidade, a publicidade e a eficiência.
*A interpretação deve ser realizada visando a dignidade da pessoa humana
Devido Processo Legal
✔ Garante a previsibilidade da conduta dos sujeitos durante o processo.
✔ Vincula a atuação do legislador para que nenhuma norma venha a ferir os preceitos constituicionais
✔ Visa proteger o sujeito de direito do arbítrio estatal
Art. 5º, CF: LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal
✔ Estabelece procedimento prévio e diz que as decisões devem ser coerentes com o ordenamento jurídico.
Direito à igualdade
✔ Pressupõe igualdade entre as partes e entre as decisões
✔ O juiz não pode tratar as partes de forma diferente, exceto existindo previsão legal. Ex: inversão do ônus da prova.
✔ Igualdade entre as decisões judiciais para estabelecer uniformização e segurança jurídica entre os tribunais. Ex. não decidir de forma diferente para situações semelhantes
Art. 7º, CPC: É assegurada às partes paridade de tratamento em relação ao exercício de direitos e faculdades processuais, aos meios de defesa, aos ônus, aos deveres e à aplicação de sanções processuais, competindo ao juiz zelar pelo efetivo contraditório. *igualdade de armas
Art. 12, CPC: Os juízes e os tribunais atenderão, preferencialmente, à ordem cronológica de conclusão para proferir sentença ou acórdão
*artigo que dita a ordem cronológica. O CPC buscou não engessar e conferir poder de gestão aos magistrados, por isso usou o termo "preferencialmente".
➡ Imparcialidade
✔ O juiz não pode favorecer nenhuma das partes
Contraditório
✔ De forma clássica, pensava-se como a possibilidade de ciência e manifestação das partes
✔ A doutrina chama de "contraditório substancial" o direito das partes de ter influência no andamento do processo, por meio de sua manifestação.
CONTRADITÓRIO = Ciência + manifestação + possibilidade de influência
Art. 9º Não se proferirá decisão contra uma das partes sem que ela seja previamente ouvida.
Art. 10. O juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base em fundamento a respeito do qual não se tenha dado às partes oportunidade de se manifestar, ainda que se trate de matéria sobre a qual deva decidir de ofício.
Ampla defesa
✔ As partes podem se utilizar de todos os meios lícitos para produzir as provas e recursos necessários para provar sua alegação
✔ É um direito limitado, pois a lei confere prazos e condições para seu exercício
Acesso à Justiça
✔ garante que qualquer conflito pode ser levado ao judiciário
✔ A lei não pode excluir situações da apreciação do judiciário
✔ Era compreendido como o simples acesso ao poder judiciário
✔ Passou a compreender também o direito à gratuidade judicial, tempo razoável e disponibilização de defensor
Art. 3º Não se excluirá da apreciação jurisdicional ameaça ou lesão a direito.
§ 1º É permitida a arbitragem, na forma da lei.
§ 2º O Estado promoverá, sempre que possível, a solução consensual dos conflitos.
§ 3º A conciliação, a mediação e outros métodos de solução consensual de conflitos deverão ser estimulados por juízes, advogados, defensores públicos e membros do Ministério Público, inclusive no curso do processo judicial.
*O CPC estimula soluções alternativas para desafogar o judiciário. É obrigação de todos os sujeitos do processo. O poder judiciário entra como a ultima ratio
Cooperação 
 Art. 6º, CPC: Todos os sujeitos do processo devem cooperar entre si para que se obtenha, em tempo razoável, decisão de mérito justa e efetiva
✔ O juiz deve atuar como colaborador, adotando uma postura de dialógo
✔ As partes devem atuar com boa-fé e lealdade
*Boa-fé objetiva: comportamento (ação ou omissão) / Boa-fé subjetiva: intenção da parte em praticar
Art. 5º, CPC: Aquele que de qualquer forma participa do processo deve comportar-se de acordo com a boa-fé.
✔ Proíbe-se um comportamento contraditório do sujeito e do abuso dos direitos processuais
supressio: uma das partes em razão do decurso do tempo sem o seu exercício, perde um direito.
Juiz Natural
✔ Diretamente ligado à imparcialidade. 
✔ Existem critérios prévios para determinar qual juiz irá julgar a causa
✔ Acontece para evitar que o magistrado seja interessado no processo
Art. 5º, CF: XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção
*Entende-se por tribunal de exceção aqueles criados em momento posterior ao fato
Ação - Impulso oficial
Art. 2º, CPC: O processo começa por iniciativa da parte e se desenvolve por impulso oficial, salvo as exceções previstas em lei.
✔ A parte precisa provocar o judiciário para garantir a imparcialidade dos julgadores
✔ A partir do momento que o judiciário é provocado, encerra-se a inércia e os demais andamentos são realizados de ofício
Fundamentação das decisões judiciais
✔ O juiz deve demonstrar os motivos que o levaram a tomar a decisão
✔ Função interior: possibilitar que as partes entendam como a decisão foi tomada e opte por recorrer ou não
✔ Função exterior: garantir a democracia das decisões
Art. 93, CF: IX todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a presença, em determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a preservação do direito à intimidade do interessado no sigilo não prejudique o interesse público à informação;
Art. 11, CPC. Todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade.
Parágrafo único. Nos casos de segredo de justiça, pode ser autorizada a presença somente das partes, de seus advogados, de defensores públicos ou do Ministério Público.
Art. 489, CPC. São elementos essenciais da sentença:
I - o relatório, que conterá os nomes das partes, a identificação do caso, com a suma do pedido e da contestação, e o registro das principais ocorrências havidas no andamento do processo;
II - os fundamentos, em que o juiz analisará as questões de fato e de direito;
III - o dispositivo, em que o juiz resolverá as questões principais que as partes lhe submeterem.
§ 1º Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela interlocutória, sentença ou acórdão, que:
I - se limitar à indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato normativo, sem explicar sua relação com a causa ou a questão decidida;
II - empregar conceitos jurídicos indeterminados, sem explicar o motivo concreto de sua incidência no caso;
III - invocar motivos que se prestariam a justificar qualquer outra decisão;
IV - não enfrentar todos os argumentos deduzidos no processo capazes de, em tese, infirmar a conclusão adotada pelo julgador;
V - se limitar a invocar precedente ou enunciado de súmula, sem identificar seus fundamentos determinantes nem demonstrar que o caso sob julgamento se ajusta àqueles fundamentos;
VI - deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou precedente invocado pela parte, sem demonstrar a existência de distinção no caso em julgamento ou a superação do entendimento.
§ 2º No caso de colisão entre normas, o juiz deve justificar o objeto e os critérios gerais da ponderação efetuada, enunciando as razões que autorizam a interferência na norma afastada e as premissas fáticas que fundamentam a conclusão.
§ 3º A decisão judicial deve ser interpretada a partir da conjugação de todos os seus elementos e em conformidade com o princípio da boa-fé.
*Fundamentação analítica das decisões previstas no CPC
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A regra geral é de que o processo seja público, mas existem exceções. Ex:processos que correm em segredo
Economia
✔ Ligada à instrumentalidade das formas
✔ A formalidade não pode ser mais importante
✔ Máximo aproveitamento com o mínimo de recursos
✔ Evitar anulações.  Quando existirem irregularidades, se ficar claro que não comprometeu nenhuma das partes e o andamento do processo, o juiz pode "aproveitar" o ato e seguir com o processo.
Duplo grau de jurisdição
✔ Possibilita que as partes possam recorrer sob uma decisão para juiz ou tribunal superior
✔ Origem no Pacto de São José da Costa Rica
✔ Sua aplicação é limitada, pois existem prazos e condições
Duração razoável do processo
Art. 5º, CF: LXXVIII - a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação. 
Art. 4º, CPC: As partes têm o direito de obter em prazo razoável a solução integral do mérito, incluída a atividade satisfativa.
✔ Todos devem bsucar a efetividade de um direito em tempo razoável
✔ Não significa celeridade
✔ Visa impedir uma prolongação injustificada que impeça a produção de efeitos de determinado direito
✔ Não basta que a decisão respeite o procedimento e no fim não surta os efeitos (não sejam úteis)
Oralidade
✔ Determinados atos só podem ser realizados oralmente para que o entedimento do juiz seja adequado
Ex. Oitiva das partes

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