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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO
CENTRO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS
CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO
DISCIPLINA DE PLÁSTICA
AQUILES MIGUEL ALVES LIMA
FORMA, ESPAÇO E ORGANIZAÇÃO DE ACORDO COM FRANCIS CHING
São Luís
2021
1. FORMA E ESPAÇO
A nossa existência só é possível no volume do espaço, pois através dele vivemos
e sentimos os diversos aspectos do mundo. É uma substancia natural como a madeira ou
a pedra, mas diferentemente destes não possui forma definida. Tudo o que podemos
sentir dentro do espaço depende da nossa capacidade de percepção dos elementos que
constituem a forma. A fim de organizar os elementos presentes no nosso campo visual
conseguimos percebe-los como elementos positivos (objetos delimitados) e negativos (o
fundo da imagem)
A maneira que percebemos a composição depende de como estes elementos
estão interagindo entre si. Desta forma, somos capazes de juntar tais elementos de forma
a constituir novos elementos, como as letras que formam palavras e etc.. As vezes a
relação entre figura e fundo é tão ambígua que transferimos visualmente suas
identidades para trás e para frente quase simultaneamente.
As figuras não podem existir sem um fundo contrastante. Desse modo, figuras e
fundos formam uma realidade inseparável da mesma forma que os elementos da forma e
do espaço juntos formam a arquitetura. A simbiose que se dá entre a massa e o espaço
na forma da arquitetura, pode ser examinada em diversas escalas e dimensões. Dessa
forma, em qualquer escala deve-se observar não apenas a forma de um edifício, mas
também o impacto em suas redondezas.
DEFININDO ESPAÇO
Qualquer forma tridimensional naturalmente articula o volume do espaço
circundante e gera um campo de influência ou território que reivindica como próprio.
Os elementos verticais e horizontais da forma podem apresentar tais configurações.
1. Plano de Base
Um plano horizontal que se situa sobre um fundo contrastante defino um campo
de espaço simples. É necessário que o plano seja diferente visualmente da superfície da
área circundante para que este seja visto como figura. Quanto mais forte for a definição
da aresta mais distinto será o seu campo.
2. Plano de Base Elevado
Um plano horizontal elevado acima do plano que estabelece estruturas verticais
ao longo de suas arestas que reforçam a separação visual entre e seu campo e o campo
do solo circundante.
3. Plano de Base Rebaixado
Um plano horizontal que descreve uma depressão no plano do solo e utiliza as
estruturas verticais da área rebaixada para definir volume espacial.
4. Plano Superior
Um plano horizontal localizado acima da cabeça, define um volume espacial
entre ele e o solo.
5. Elementos Retilíneos Verticais
Definem as arestas perpendiculares de um volume espacial.
6. Plano Vertical Único
Um único plano vertical articula o espaço para o qual dá a frente.
7. Plano em forma de L
Configuração de dois planos verticais perpendiculares entre si que geram um
campo de espaço a partir de seu canto ao longo de um eixo diagonal.
8. Planos Paralelos
Dois planos verticais paralelos que definem um volume orientado axialmente em
direção a ambas as extremidades abertas da configuração.
9. Plano em forma de U
Configuração de três planos verticais de forma a compor o formato de um “U”
gera um volume de espaço que é orientado em direção à extremidade aberta da
configuração.
10. Quatro Planos
Quatro planos verticais paralelos entre si estabelecem os limites de um espaço
introvertido e influenciam o campo ao redor da delimitação.
ABERTURAS EM ELEMENTOS DEFINIDORES DE ESPAÇO
Nenhuma continuidade visual ou espacial é possível em espaços adjacentes sem
nenhum tipo de abertura entre eles. Portas e janelas permitem a circulação de diversos
fatores dentro do espaço, como indivíduos, iluminação, ar e etc., além de determinar
fluxos de movimentação pelos recintos e permitir visão externa entre eles. Estas
aberturas podem ser definidas das seguintes formas:
1. Dentro de Planos
Podem estar totalmente situadas dentro de planos verticais ou horizontais, sendo
assim, circundada em todos os lados pela superfície do plano em que está inserida.
É representada por uma figura clara em um campo ou fundo contrastantes. Se
centralizada no plano a abertura aparenta ser estável e organiza visualmente a superfície
ao seu redor, do contrário pode criar um grau de tensão visual entre a abertura e as
arestas do plano em direção ao qual esta for deslocada.
2. Em Cantos
Podem estar situadas ao longo de uma ou mais arestas de um plano, sempre
posicionada em um canto do espaço. Conferem aos espaços em que estão uma
localização diagonal, tal configuração pode direcionar a luz para um canto do recinto,
ou favorecer uma paisagem em especifico.
3. Entre Planos
Podem se estender verticalmente entre planos de piso e tato ou horizontalmente
entre dois planos de parede. Podem, inclusive, ocupar paredes inteiras de um espaço.
Paredes de vidro oferecem vistas mais expansivas permitem penetração maior da
quantidade de luz no ambiente interno, se instaladas de frente para o sol podem precisar
de sombreamento para diminuir a incidência solar e o calor no espaço.
QUALIDADES DE ESPAÇO ARQUITETÔNICO
A qualidade do espaço arquitetônico vai depender de diversos fatores, tais como
forma, cor, textura, escala, luz e etc., e de como estes interagem com os elementos do
ambiente, como ventilação, iluminação etc.
2. ORGANIZAÇÃO
Os edifícios costumam apresentar certos números de espaços que se relacionam
entre si pela função, proximidade ou uma via de circulação. Estas são as formas que os
espaços de um edifício podem ser relacionados uns aos outros e organizados em padrões
coerentes a forma e ao espaço.
2.1. Espaço Dentro de um Espaço
Um espaço grande pode conter ou envolver um espaço menor dentro de seu volume.
O espaço interior menor depende do maior que o envolve para desenvolver a sua relação
com o ambiente externo.
O espaço maior serve como um campo tridimensional para o espaço menor contido
em seu interior. Dessa forma, para que isso seja percebido é necessária uma clara
diferenciação de tamanho entre os dois espaços.
2.2. Espaços Interseccionais
Resultado da sobreposição de dois campos espaciais e do aparecimento de uma área
comum.
A porção interseccional de dois volumes pertence igualmente a ambos espaços. A
porção interseccional pode se fundir a um dos espaços e se tornar parte integrante do
seu volume. A porção interseccional pode desenvolver sua própria integridade como um
espaço que serve para ligar os dois espaços originais.
2.3. Espaços Adjacentes
É o tipo de relação espacial mais comum, permitindo que cada espaço seja
claramente definido e que responda a cada uma das exigências funcionais ou simbólicas
específicas.
O plano de separação pode limitar o acesso visual e físico entre dois espaços
adjacentes enquanto reforça a individualidade de cada ambiente e concilia sua diferença.
Pode aparecer como um plano livre em um único volume de espaço. Pode ser definido
por uma fileira de colunas que permite um alto grau de continuidade visual e espacial
entre os dois espaços ou pode ser implícito através de uma mudança de nível, o que
tanto no caso anterior quanto neste pode ser observado como apenas um espaço
subdividido em duas áreas inter-relacionadas.
2.4. Espaços Ligados por um Espaço Comum
Constituído por dois espaços que separados por uma distância podem ser ligados por
um espaço adicional intermediário. O espaço intermediário pode ser diferente dos
outros dois tanto na forma quanto na orientação, de forma a demonstrar sua função de
mera ligação.
2.5. Organizações Espaciais
A maneira que os espaços podem ser dispostos ou organizados pode demonstrar sua
funcionalidade e seu papel simbólico na organização total do edifício. Esses papeis são
demonstrados a partir de exigências o programa arquitetônico, como proximidades
funcionais, classificação hierárquica de espaços e requisitos indispensáveis para o
acesso, iluminação ou vista. Podem ser demonstrados também a partir decondições
externas do terreno que possam limitar o desenvolvimento da forma ou da disposição do
projeto.
Estas organizações podem ser:
Centralizadas: Espaço central dominante ao redor do qual uma serie de espaços
secundários se agrupa.
Linear: Sequencia linear de espaços.
Radial: Um espaço central a partir do qual espaços secundários lineares se
posicional de forma radial.
Aglomerada: Espaços agrupados por proximidade ou por compartilhamento de
características ou relações visuais.
Malha: Organização dentro de um campo de malha estrutural ou outra moldura
tridimensional.
2.6. Organizações Centralizadas
Constitui uma composição estável, concentrada e que consiste em uma serie de
espaços secundários organizados e forma circular ao redor do centro do espaço principal
que unifica a edificação.
Estes espaços podem ser de tamanhos, formas ou até mesmo funções iguais, o que
configura uma organização geometricamente concisa e simétrica ou diferir em todos os
aspectos e atender demandas especificas de cada espaço.

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