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TCC- Monografia Contabilidade Publica

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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PERNAMBUCO 
 
CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS 
 
CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
QUOCIENTES FINANCEIROS APLICÁVEIS À CONTABILIDADE PÚBLICA: 
 
ANÁLISE DE DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS DO ESTADO DE PERNAMBUCO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
EMERSON GREGÓRIO ALVES 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RECIFE 
 
2015 
 
 
EMERSON GREGÓRIO ALVES 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
QUOCIENTES FINANCEIROS APLICÁVEIS À CONTABILIDADE PÚBLICA: 
 
ANÁLISE DE DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS DO ESTADO DE PERNAMBUCO. 
 
. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Monografia produzida para conclusão 
do curso de Ciências Contábeis, da 
Universidade Católica de Pernambuco, 
sob a orientação do Professor Paulo 
Henrique Ferreira da Paz. 
 
 
 
 
 
 
 
 
RECIFE 
 
2015
 
 
RESUMO 
 
O presente trabalho tem por objetivo demonstrar as principais mudanças 
verificadas na composição e na qualidade da dívida pública do Estado de 
Pernambuco no período compreendido entre os anos de 2011 a 2014. Como 
enquadramento metodológico, a presente pesquisa permite desenvolver um estudo 
de caso, buscando obter informações sobre o endividamento do Estado de 
Pernambuco, em relação à Dívida Fundada (Interna e Externa) e Flutuante, no 
período em análise, através da utilização de quocientes financeiros aplicáveis a 
contabilidade pública. Objetiva ainda avaliar se o endividamento do Estado está 
respeitando os limites legais e se está comprometendo ou não o orçamento 
estadual. 
Diante do cenário nacional de crise, o estudo da composição e qualidade da 
Dívida Pública do Estado de Pernambuco revela-se importante para esclarecer 
como anda o endívidamento do estado e que apesar dos aumentos anuais da 
dívida, verificam-se também aumentos da Receita Corrente Líquida, o que trás ao 
Estado a condição de um bom patamar de endividamento, levando-se em 
consideração o permitido em lei. 
Palavras-chave: Dívida Pública, Demonstrações Contábeis, Contabilidade Pública, 
Gestão Governamental. 
 
 
 
 
 
LISTA DE SIGLAS 
 
 
 
 
SIGLAS NOME POR EXTENSO 
 
NBC T Norma Brasileira de Contabilidade Técnica 
P IB Produto Interno Bruto 
CFC Conselho Federal de Contabilidade 
DLSP Dívida Líquida do Setor Público 
NFSP Necessidade de Financiamento do Setor Público 
RCL Receita Corrente Líquida 
LRF Lei de Responsabilidade Fiscal 
STN Secretaria do Tesouro Nacional 
IPI Imposto sobre Produtos Industrializados 
IPVA Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores 
IPCA Índice de Preços ao Consumidor Amplo 
BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico Social 
BID Banco Interamericano de Desenvolvimento 
BIRD Banco Internacional para Reconstrução e Desenvlvimento
 
LISTA DE GRÁFICOS 
 
Gráfico 1: Quocientes para análise da Dívida Pública.............................................39 
Gráfico 2: Evolução da Dívida Fundada Interna......................................................40 
Gráfico 3: Totais da Dìvida Fundada Externa..........................................................41 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE TABELAS 
 
 
Tabela 1: Programa de Ajuste Fiscal .......................................................................27 
Tabela 2: Resultados Primário e Orçamentário........................................................29 
Tabela 3: Resultado Financeiro- Consolidado..........................................................29 
Tabela 4: Poupança Corrente- Consolidada.............................................................30 
Tabela 5: Receita Total- Consolidado.......................................................................30 
Tabela 6: Despesa Total- Consolidada..........................................................................31 
Tabela 7: Dívida Consolidada por ìndice de Correção...................................................32 
Tabela 8: Quocientes do Balanço Orçamentário......................................................33 
Tabela 9: Quocientes do Balanço Financeiro...........................................................34 
Tabela 10: Quocientes do Balanço Patrimonial........................................................36 
Tabela 11: Quocientes da Demonstração das Variações Patrimoniais....................37 
Tabela 12: Dívida Fundada Interna..........................................................................39 
Tabela 13: Dívida Fundada Externa.........................................................................41 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
1. INTRODUÇÃO......................................................................................................8 
 
1.1. PROBLEMA DE PESQUISA............................................................................9 
 
1.2. OBJETIVOS DA PESQUISA............................................................................9 
 
1.2.1. Objetivo Geral.............................................................................................9 
 
1.2.2. Objetivos Específicos.................................................................................9 
 
1.3. JUSTIFICATIVA DA PESQUISA.....................................................................10 
 
1.4 METODOLOGIA..............................................................................................11 
 
2. REFERENCIAL TEÓRICO....................................................................................13 
 
2.1. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA..........................................................................13 
 
2.2. PATRIMÔNIO PÚBLICO.................................................................................15 
 
2.3. DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS..................................................................16 
 
2.4. ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS.........................................18 
 
3. ANÁLISE DÍVIDA PÚBLICA – CONCEITOS E APLICAÇÕES..............................20 
 
3.1 ASPECTOS TEÓRICOS DA DÍVIDA PÚBLICA...............................................20 
 
3.2 FINANCIAMENTOS DA DÍVIDA.......................................................................22 
 
3.3 ENTENDENDO A LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL.............................23 
 
3.4 RECEITA CORRENTE LÍQUIDA- RCL............................................................24 
 
4. RESUMO DO BALANÇO GERAL DO ESTADO 2011-2014.................................26 
 
 4.1 PROGRAMA DE AJUSTE FISCAL....................................................................26 
 
 4.2 RESULTADO PRIMÁRIO, ORÇAMENTÁRIO E FINANCEIRO........................27 
 
5. APLICAÇÃO DE QUOCIENTES FINANCEIROS ÀS DEMONSTRAÇÕES 
CONTÁBEIS DO ESTADO DE PERNAMBUCO.......................................................32 
 
 5.1 QUOCIENTES RELATIVOS AO BALANÇO ORÇAMENTÁRIO, FINANCEIRO, 
PATRIMONIAL E DEMONSTRAÇÃO DAS VARIAÇÕES 
PATRIMONIAIS.........................................................................................................32 
 
 
 
 
5.1.1 Quociente de Execução da Receita............................................................33 
5.1.2 Quociente do Equilíbrio Orçamentário.........................................................33 
5.1.3 Quociente da Execução da Despesa..........................................................33 
5.1.4 Quociente do Resultado Orçamentário.......................................................33 
5.1.5 Quociente da Execução Orçamentária........................................................34 
5.1.6 Quociente do Resultado da Execução Financeira.......................................34 
5.1.7 Quociente da Execução Extra-Orçamentária..............................................34 
5.1.8 Quociente do Resultado dos Saldos Financeiros........................................355.1.9 Quociente da Situação Financeira..............................................................35 
 5.1.10 Quociente da Situação Permanente.........................................................35 
 5.1.11 Quociente do Resultado Patrimonial........................................................36 
 5.1.12 Limite de Endívidamento I.........................................................................36 
 5.1.13 Limite de Endívidamento II.......................................................................36 
 5.1.14 Quociente do Resultado das Mutações Patrimoniais...............................37 
 5.1.15 Quociente do Resultado das Variações Patrimoniais Independentes da 
Execução Orçamentária.......................................................................................37 
 5.1.16 Quociente do Resultado das Variações na Parte Permanente................38 
 5.1.17 Quociente do Resultado das Variações Patrimoniais...............................38 
 5.2 ANÁLISE DA DÍVIDA PÚBLICA DO ESTADO DE PERNAMBUCO..................38 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS.......................................................................................42 
REFERÊNCIAS..........................................................................................................43 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8
 
1. INTRODUÇÃO 
 
 
 
A Contabilidade, nos últimos anos, está sofrendo alterações visando à 
harmonização com as normas internacionais. No campo da contabilidade aplicada 
ao setor público não é diferente. Fato que pode ser percebido pelas constantes 
reformulações nas Normas Brasileiras de Contabilidade Aplicadas ao Setor Público, 
aprovadas pelo Conselho Federal de Contabilidade e no Manual de Contabilidade 
Aplicada ao Setor Público sob responsabilidade da Secretaria do Tesouro Nacional. 
 
Segundo o item 4, da NBC T 16.1, o objetivo da contabilidade aplicada ao 
setor público é fornecer aos usuários informações sobre os resultados alcançados e 
os aspectos de natureza orçamentária, econômica, financeira e física do patrimônio 
da entidade do setor público e suas mutações, em apoio ao processo de tomada de 
decisão; a adequada prestação de contas e o necessário suporte para a 
instrumentalização do controle social. 
 
O interesse da comunidade deve ser incentivado pelos gestores públicos, 
que podem aperfeiçoar as técnicas de transparência e prestação de contas na área 
estatal. Ao aprimorar as formas de demonstrar a gestão dos recursos públicos, o 
poder público trabalha para o fortalecimento da participação dos cidadãos. 
 
A transparência na gestão de recursos públicos, entretanto, não é atingida de 
forma ampla em razão de relatórios e formas de divulgação complexas, permeadas 
de expressões técnicas e regras específicas de contabilização, que não apresentam 
um grau de atratividade capaz de garantir envolvimento, participação ativa e 
exercício regular do controle social. 
Assim, considerando a legalidade que permeia os balanços públicos, com 
sua linguagem técnica, e a necessidade de ampliar o alcance da publicidade dos 
dados como sendo fontes potenciais das informações para o fortalecimento do 
controle social, esta pesquisa procederá a análise dos quocientes aplicáveis às 
Demonstrações Contábeis do Estado de Pernambuco confere instrumentos 
adicionais para o exame da Gestão Orçamentária e Financeira. 
 
 
9
1.1. PROBLEMA DE PESQUISA 
 
 
Para Moraes (2003,p.315) “A administração pública pode ser definida 
objetivamente como a atividade concreta e imediata que o estado desenvolve 
para a consecução dos interesses coletivos.” O controle do patrimônio 
público é uma das atividades do estado. 
 
Sendo assim, o objetivo da Administração Pública não é obter, 
sucessivamente, resultados positivos, mas, sim, aplicar da melhor forma possível os 
recursos, buscando a satisfação da coletividade. Os indicadores financeiros 
aplicáveis à contabilidade pública são ferramentas apropriadas para avaliar a gestão 
do patrimônio público. 
 
A análise de Demonstrações Contábeis do Estado de Pernambuco visa a 
uma investigação de fatos com base nos dados apresentados. Os fatos 
investigados são todos aqueles que interferem, qualitativa e quantitativamente, na 
dívida pública estadual. 
 
Por tudo que foi relatado, faz-se necessário um estudo sobre as Demonstrações 
Contábeis Estaduais, buscando responder ao seguinte questionamento: 
 
Quais as principais alterações na composição e na qualidade da dívida 
pública do Estado de Pernambuco são possíveis verificar através de indicadores 
financeiros aplicáveis as suas demonstrações contábeis no período de 2011 a 
2014? 
 
1.2. OBJETIVOS DA PESQUISA 
 
 
1.2.1. Objetivo Geral 
 
 
Analisar as alterações na composição e na qualidade da dívida pública do 
Estado de Pernambuco através do uso de indicadores financeiros extraídos das 
suas demonstrações contábeis. 
 
1.2.2.Objetivos Específicos 
 
 
 
 
10
a) Analisar e discutir os aspectos teóricos da dívida pública de forma a 
evidenciar suas origens e por quais elementos é composta; 
 
b) Identificar e apresentar os indicadores que melhor evidenciam a composição 
e qualidade da dívida pública; 
 
c) Avaliar como a dívida pública do Estado de Pernambuco vem se comportando 
ao longo do período analisado. 
 
1.3. JUSTIFICATIVA DA PESQUISA 
 
 
Pernambuco vem apresentando, no último quadriênio, crescimento acima da 
média nacional. A evolução do PIB do estado trás consigo um aumento na 
arrecadação e na aplicação de recursos em projetos e investimentos por parte do 
setor público. 
 
Segundo cálculos realizados pela Agência CONDEPE/FIDEM, o PIB a preço de 
mercado pernambucano cresceu 2,7% no terceiro trimestre de 2014, acumulando um 
crescimento de 2,8% no período de janeiro a setembro desse ano, ambas as taxas 
comparadas ao mesmo período de 2013. Em valores correntes, o PIB a preços de 
mercado foi estimado em R$ 35,5 bilhões no terceiro trimestre de 2014. 
 
Tendo em vista o progresso alcançado pelo Estado de Pernambuco, torna-se 
necessária a existência de ferramentas que possam demonstrar e avaliar o modo 
como estão sendo geridos os recursos públicos nesse cenário. A contabilidade 
aplicada ao setor público fornece informações para adequada prestação de contas 
e instrumentalização do controle social. 
 
Dentre as funções dos serviços de contabilidade estão a análise e a 
interpretação, descritos no art. 85 da Lei nº 4.320/64: 
 
Os serviços de contabilidade serão organizados de forma a permitir o 
acompanhamento da execução orçamentária, o conhecimento da composição 
patrimonial, a determinação dos custos dos serviços industriais, o 
levantamento dos balanços gerais, a análise e a interpretação dos resultados 
econômicos e financeiros. 
 
 
 
11
Este trabalho justifica-se por demonstrar que os quocientes financeiros, 
largamente utilizados na contabilidade privada, com suas devidas adaptações às 
normas do setor público, são instrumentos eficazes na análise da gestão do 
patrimônio público. 
1.4 METODOLOGIA 
“O Método é o conjunto de etapas, ordenadamente dispostas, a serem 
vencidas na investigação da verdade, no estudo de uma ciência ou para alcançar 
determinado fim”(Galliano, 1979, p.6). 
Segundo Gil (2002), o estudo de caso “consiste no estudo profundo e 
exaustivo de um ou poucos objetos, de maneira que permita seu amplo e detalhado 
conhecimento”. Para Yin (2001), este estudo é encarado como o delineamento mais 
adequado para a investigação de um fenômeno contemporâneo dentro do seu 
contexto real, onde os limites entre o fenômeno e o contexto não são claramente 
percebidos. 
A presente pesquisa permite desenvolver um estudo específico de um caso, 
buscando obter informações sobre o endividamento do estado de Pernambuco, em 
relação a Dívida Fundada Interna, Externa e Flutuante, no último quadriênio, através 
da aplicação de quocientes financeiros aplicáveis a contabilidadepública. 
Para a coleta de informações foram utilizados dados secundários fornecidos 
pelos Balanços Gerais do Estado, disponíveis no sitio eletrônico da Secretária da 
Fazenda do Estado de Pernambuco, cujo conteúdo apresenta o resultado e a 
composição patrimonial, bem como a execução do orçamento fiscal do Estado. 
Os relatórios contábeis, tanto na área pública como na privada, apresentam 
uma série de dados aos usuários. Estes dados podem não auxiliar de forma clara os 
objetivos de apoio ao processo de tomada de decisão; a adequada prestação de 
contas e o necessário suporte para a instrumentalização do controle social. 
Para que seja alcançado o objetivo deste trabalho busca-se a análise dos 
indicadores financeiros obtidos, de forma que os dados possam ser transformados 
 
 
 
12
em informações que depois de interpretadas prestem esclarecimentos ao tema 
proposto. 
 
13
2. REFERENCIAL TEÓRICO 
 
 
2.1. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
 
 
A República Federativa do Brasil é um estado democrático de direito e 
conforme Alexandrino e Paulo (2012, p.14) “O Estado é pessoa jurídica territorial 
soberana, formada pelos elementos povo, território e governo soberano. Onde um 
determinado povo, em um dado território, se organiza segundo sua livre e soberana 
vontade”. 
 
Para Ferreira (1999, p.826) “Estado é um organismo político-administrativo 
que, como nação soberana ou divisão territorial, ocupa um território determinado, é 
dirigido por um governo próprio e se constitui pessoa jurídica de direito público, 
internacionalmente reconhecida”. 
 
Ainda para Alexandrino e Paulo (2012), a República Federativa do Brasil 
adota a descentralização política, onde coexistem, em um mesmo território, 
distribuídas por regiões, diferentes entidades autônomas política, financeira e 
administrativamente. O Estado de Pernambuco representa uma dessas entidades, 
as Unidades Federativas. 
 
Administração Pública é o conjunto de órgãos, pessoas jurídicas e agentes 
do Estado, que buscam satisfazer as necessidades da sociedade, como saúde, 
educação, habitação, segurança e cultura. 
 
Meirelles (1989, p. 57), conceitua Administração Pública como “Todo o 
aparelhamento do Estado preordenado à realização de seus serviços, visando à 
satisfação das necessidades coletivas”. 
 
Ainda segundo Meirelles (1989, p. 83) “Na Administração Pública, não há 
liberdade nem vontade pessoal. Enquanto na administração particular é lícito fazer 
tudo que a lei não proíbe, na Administração Pública só é permitido fazer o que a lei 
autoriza”.
 
 
14
 
 
Mello (1979 apud KOHAMA, 2010, p.09) dispõe que “Administrar é gerir os 
serviços públicos; significa não só prestar serviço, executá-lo, como também dirigir, 
governar, exercer a vontade com o objetivo de obter um resultado útil”. Dispõe ainda 
que “O interesse público que à Administração incumbe zelar, encontra-se acima de 
quaisquer outros e, para ela, tem o sentido de dever, de obrigação. É obrigada a 
desenvolver atividade contínua, compelida a perseguir suas finalidades públicas”. 
 
Neste sentido, Duez (1935 apud KOHAMA, 2010, p.10) conceitua a 
Administração como “a atividade funcional concreta do Estado que satisfaz as 
necessidades coletivas em forma direta, contínua e permanente, e com sujeição ao 
ordenamento jurídico vigente”. 
 
Segundo afirma Maria Sylvia Zanella Di Pietro (2003, p.69): 
 
O conceito de Administração Pública divide-se em dois sentidos: em sentido 
objetivo, material ou funcional, a Administração Pública pode ser definida como 
a atividade concreta e imediata que o Estado desenvolve, sob regime jurídico 
de direito público, para a consecução dos interesses coletivos. Em sentido 
subjetivo, formal ou orgânico, pode-se definir Administração Pública, como 
sendo o conjunto de órgãos e de pessoas jurídicas aos quais a lei atribui o 
exercício da função administrativa do Estado. 
 
A Administração Pública centralizada ou direta é aquela exercida diretamente 
pela União, Estados e Municípios que, para tal fim, utiliza-se de ministérios, 
secretarias, departamentos e outros órgãos, apresentando, assim, uma estrutura 
eminentemente piramidal. Por outro lado, a Administração Pública descentralizada 
ou indireta é exercida por outras pessoas jurídicas que não se confundem com os 
entes federados, criadas pelos mesmos, a saber: autarquias, fundações públicas, 
empresas públicas, sociedades de economia mista, associações públicas. 
 
Para Alexandrino e Paulo (2012) a Administração Pública é formada por 
entidades políticas e entidades administrativas. As entidades políticas são pessoas 
jurídicas de direito público interno, dotadas de diversas competências de natureza 
política, legislativa e administrativa. As entidades administrativas são pessoas 
jurídicas que compõem a administração indireta, quais sejam: autarquias, fundações 
públicas, as empresas públicas e as sociedades de economia mista. 
 
 
 
 
15
2.2. PATRIMÔNIO PÚBLICO 
 
 
Patrimônio é o conjunto de bens, direitos e obrigações de pessoas físicas ou 
jurídicas. Para Kohama (2012) o patrimônio é composto pelo somatório dos bens 
mais os direitos (ativo), subtraindo-se as obrigações (passivo), possuídos por uma 
pessoa física ou jurídica. A parte ativa do patrimônio compreende a propriedade 
física dos bens e os valores a receber em curto, médio ou longo prazo. Já a parte 
passiva, são os compromissos assumidos que devem ser exigidos em curto, médio 
ou longo prazo. 
De acordo com Mota (2009, p. 271) 
 
O patrimônio é o conjunto de bens, direitos a receber e obrigações a pagar 
pertencentes a uma entidade (pessoa física ou jurídica). A parte positiva do 
patrimônio (ativo) é representada pelos bens e direitos a receber, enquanto a 
parte negativa do patrimônio (passivo) é formada pelas obrigações a pagar. 
(2009, p. 271) 
 
Analogamente, o Patrimônio Público compreende o conjunto de bens, direitos 
e obrigações do Estado. Para Silva (2003, p. 243) o patrimônio do Estado é “o 
conjunto de bens, valores, créditos e obrigações de conteúdo econômico e avaliável 
em moeda que a Fazenda Pública possui e utiliza na consecução de seus objetivos”. 
Conforme o item 3, da resolução CFC nº 1.129/2008: 
 
 
Patrimônio público é o conjunto de direitos e bens, tangíveis ou intangíveis, 
onerados ou não, adquiridos, formados, produzidos, recebidos, mantidos ou 
utilizados pelas entidades do setor público, que seja portador e represente um 
fluxo de benefícios, presente ou futuro, inerente à prestação de serviços 
públicos ou à exploração econômica por entidades do setor público e suas 
obrigações. 
 
 
Kohama (2003 apud GLAUBER, 2009, p. 271) afirma que “o patrimônio 
público compreende o conjunto de bens, direitos e obrigações avaliáveis em moeda 
corrente das entidades que compõem a Administração Pública”. 
 
O Patrimônio Público sob o enfoque contábil é classificado em Ativo, Passivo 
e Patrimônio Líquido. Segundo o item 4, da resolução CFC nº 1.129/2008: 
 
O patrimônio público é estruturado em três grupos: (a) Ativos são recursos 
controlados pela entidade como resultado de eventos passados e do qual se 
espera que resultem para a entidade benefícios econômicos futuros ou 
 
 
16
potencial de serviços; (b) Passivos são obrigações presentes da entidade, 
derivadas de eventos passados, cujos pagamentos se esperam que resultem 
para a entidade saídas de recursos capazes de gerar benefícios econômicos 
ou potencial de serviços e (c) Patrimônio Líquido é o valor residual dos ativos 
da entidade depois de deduzidos todos seus passivos. 
  
Dentro do conceito de Ativos, integrantes do Patrimônio Público, faz-se 
necessário um esclarecimento sobre bens públicos. A definição de bens públicos 
está contida nos artigos 98 e 99 do Código Civil ( Lei nº 10.406/2002): 
 
Art. 98. São públicos os bens do domínio nacional pertencentes às pessoas 
jurídicas de direito público interno; todos os outros são particulares, sejaqual 
for a pessoa a que pertencerem. 
 
Art. 99. São bens públicos: 
 
I - os de uso comum do povo, tais como rios, mares, estradas, ruas e praças; 
 
II - os de uso especial, tais como edifícios ou terrenos destinados a serviço ou 
estabelecimento da administração federal, estadual, territorial ou municipal, 
inclusive os de suas autarquias; 
III - os dominicais, que constituem o patrimônio das pessoas jurídicas de direito 
público, como objeto de direito pessoal, ou real, de cada uma dessas 
entidades. 
 
Parágrafo único. Não dispondo a lei em contrário, consideram-se dominicais os 
bens pertencentes às pessoas jurídicas de direito público a que se tenha dado 
estrutura de direito privado. 
 
Dos bens referidos no Código Civil, não serão registrados no patrimônio 
público, apenas os bens de uso comum do povo que não absorveram recursos 
públicos ou que não forem recebidos em doação. 
 
Resolução CFC nº 1.137/2008, que aprova a NBC T 16.10- Avaliação e 
Mensuração de Ativos e Passivos em Entidades do Setor Público, itens 30 e 31: 
 
Os bens de uso comum que absorveram ou absorvem recursos públicos, ou 
aqueles eventualmente recebidos em doação, devem ser incluídos no ativo não 
circulante da entidade responsável pela sua administração ou controle, 
estejam, ou não, afetos a sua atividade operacional. A mensuração dos bens 
de uso comum será efetuada, sempre que possível, ao valor de aquisição ou 
ao valor de produção e construção. 
 
2.3. DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS 
 
 
 
17
As principais demonstrações contábeis do setor público são Balanço 
Orçamentário, Balanço Financeiro, Balanço Patrimonial e Demonstração das 
Variações Patrimoniais e estão previstas no artigo 101 da Lei 4.320/64. 
 
O Balanço Orçamentário apresentará as receitas previstas e as despesas 
fixadas em confronto com as realizadas, em conformidade com a Lei 4.320/64, art. 
102. Pela redação da NBC T 16.6, item 20, o Balanço Orçamentário evidencia as 
receitas e as despesas orçamentárias, detalhadas em níveis relevantes de análise, 
confrontando o orçamento inicial e as suas alterações com a execução, 
demonstrando o resultado orçamentário. 
 
Kohama (2010, p. 255) conceitua balanço orçamentário como: 
 
Um quadro de contabilidade com duas seções, em que se distribuem as 
receitas previstas no orçamento como também as realizadas, e as despesas 
fixadas e as realizadas, igualando-se as somas opostas com os resultados, o 
previsto e o realizado, e o déficit ou superávit. 
 
 
O Balanço Financeiro demonstrará a receita e a despesa orçamentárias bem 
como os recebimentos e os pagamentos de natureza extra-orçamentária, 
conjugados com os saldos em espécie provenientes do exercício anterior, e os que 
se transferem para o exercício seguinte, de acordo com a Lei 4.320/64, art. 103. 
Conforme o item 23, da NBC T 16.6, O Balanço Financeiro evidencia as receitas e 
despesas orçamentárias, bem como os ingressos e dispêndios extraorçamentários, 
conjugados com os saldos de caixa do exercício anterior e os que se transferem 
para o início do exercício seguinte. 
Para Mota (2009), em consonância com a lei 4.320/64, o balanço financeiro é 
um quadro com duas colunas denominadas de Receita (ingressos) e Despesa 
(dispêndios), diferenciadas ainda em orçamentária e extraorçamentária, onde as 
colunas se igualam quando da inclusão dos saldos de disponibilidades do exercício 
anterior e dos saldos de disponibilidades que passam para o exercício seguinte. 
 
De acordo com o caput do artigo 105 da Lei nº 4.320/64, o balanço 
patrimonial demonstrará o ativo financeiro, o ativo permanente, o passivo financeiro, 
o passivo permanente, o saldo patrimonial e as contas de compensação. 
Estabelece a NBC T 16.6, item 12, que o Balanço Patrimonial, estruturado em Ativo, 
 
 
18
Passivo e Patrimônio Líquido, evidencia, qualitativa e quantitativamente, a situação 
patrimonial da entidade pública. 
 
Segundo Silva (2003), o Ativo é representado por contas que representam 
direitos e bens, dividido em financeiro e permanente. O Passivo é representado 
pelas obrigações e formado também pelo financeiro e permanente. O patrimônio 
líquido pela diferença entre ativo e passivo. 
 
A Demonstração das Variações Patrimoniais evidenciará as alterações 
verificadas no patrimônio, resultantes ou independentes da execução orçamentária, 
e indicará o resultado patrimonial do exercício. Pelo item 25, da NBC T 16.6, A 
Demonstração das Variações Patrimoniais evidencia as variações quantitativas, o 
resultado patrimonial e as variações qualitativas decorrentes da execução 
orçamentária. 
 
Afirma Kohama (2012, p. 268) 
A Demonstração das Variações Patrimoniais é um quadro de contabilidade 
com duas seções, Variações ativas e Variações Passivas, onde são 
distribuídos os elementos que alteraram o patrimônio durante o exercício, 
identificando por contas que, por si só, identificam o tipo de variação ocorrida e 
onde a igualdade das somas é obtida pelo déficit ou superávit, que 
corresponde ao resultado patrimonial do exercício. 
 
 
2.4. ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS 
 
 
A análise e a verificação das Demonstrações tem como objetivo preparar os 
indicadores que servirão de suporte para a avaliação da gestão orçamentária, 
financeira e patrimonial. Os quocientes são importantes instrumentos para que se 
proceda a análise dos Balanços Públicos. 
 
Conforme Kohama (2000), são quocientes importantes e adequados para 
análise e interpretação dos resultados fornecidos pelas Demonstrações Contábeis: 
 
1- Aplicáveis ao Balanço Orçamentário- Quociente de Execução da Receita, 
Quociente do Equilíbrio Orçamentário, Quociente de Cobertura dos 
Créditos Adicionais, Quociente da Execução da Despesa, Quociente do 
Resultado Orçamentário; 
 
 
 
 
19
2- Aplicáveis ao Balanço Financeiro- Quociente da Execução Orçamentária, 
Quociente Financeiro Real da Execução Orçamentária, Quociente da 
Execução Orçamentária Corrente, Quociente da Execução Orçamentária 
de Capital, Quociente da Execução Extra-Orçamentária, Quociente do 
Resultado da Execução Financeira, Quociente do Resultado dos Saldos 
Financeiros; 
 
3- Aplicáveis ao Balanço Patrimonial- Quociente da Situação Financeira, 
Quociente da Situação Permanente, Quociente do Limite de 
Endívidamento I, Quociente do Limite de Endívidamento II, Quociente do 
Dispêndio da Dívida, Quociente do Resultado Patrimonial; e 
 
4- Aplicáveis a Demonstração das Variações Patrimoniais- Quociente da 
Mutação Patrimonial Passiva, Quociente da Mutação Patrimonial Ativa, 
Quociente do Resultado das Mutações Patrimoniais, Quociente do 
Resultado das Variações Patrimoniais Independentes da Execução 
Orçamentária, Quociente do Resultado das Variações na Parte 
Permanente, Quociente Patrimonial da Execução Orçamentária e 
Quociente do Resultado das Variações Patrimoniais.
 
20
 
3. ANÁLISE DÍVIDA PÚBLICA – CONCEITOS E APLICAÇÕES. 
 
 
Em 05/05/2014 o secretário da fazenda deu a seguinte declaração: 
 
“Pernambuco aumentou o nível de seu endívidamento no último ano. Porém, 
ainda estamos com folga”. A argumentação é de Décio Padilha, secretário da 
Fazenda de Pernambuco. Segundo ele, mesmo o volume da dívida estadual 
passando de 45,8% (2012) para 52,7% (2013), a "saúde" das contas do estado 
está excelente. O grande motivador dessa elevação foi a contratação de R$ 
1,2 bilhão de novos contratos para investimentos de 2014 a 2017. Em 2013, a 
receita própria (fruto de arrecadação) mais as transferências (empréstimos) 
somaram pouco mais R$ 20 milhões contra uma dívida de R$ 11,2 milhões no 
mesmo ano. 
 
Para entender a declaração acima e tirar as devidas conclusões, tem-se de 
analisar os aspectos da dívida, e principalmente seu financiamento.Segundo a 
secretaria do tesouro nacional temos: 
 
“Dívida Pública: compromissos de entidade pública decorrente de operações 
de créditos, com o objetivo de atender as necessidades dos serviços públicos,em virtude de orçamentos deficitários, caso em que o governo emite 
promissórias, bônus rotativos, etc., em curto prazo, ou para a realização de 
empreendimentos de vulto.... (STN,2007) 
 
A dívida pública é compromisso da entidade pública, sendo classificada em 
interna ou externa, flutuante, administrativa ou de tesouraria ou consolidada, 
fundada ou inscrita. O que é exigido do governo é que as dívidas sejam pagas “em 
dia”. Tem-se que honrar nossas obrigações de juros e principal “em dia”, e para isso 
muitas vezes emiti-se novos títulos para gerar receita refinanciando a dívida. Ou 
criando novos impostos. 
 
Para mensurar a dívida pública faz-se uso da relação dívida/Produto interno 
Bruto de acordo com Giambiagi: 
 
“A dívida pública pode crescer indefinidamente da mesma forma que a dívida 
de uma empresa que está permanentemente expandindo-se não implica 
maiores riscos para o credor, desde que a empresa não deixe de crescer. O 
que não pode crescer sempre é a relação dívida/PIB”. (GIAMBIAGI, 2008, 
PAG.218). 
 
3.1 ASPECTOS TEÓRICOS DA DÍVIDA PÚBLICA 
 
 
Há que se entender a Dívida pública pela ótica “equivalência Ricardiana”, 
onde tem-se: 
 
“Nem os déficits nem a dívida têm nenhum efeito sobre a atividade 
econômica(...) Suponhamos que o governo diminua os impostos em 1 este
 
 
21
 
ano. Suponhamos também que, ao fazer isso, ele anuncie que para saldar a 
dívida elevará os impostos em 1+r no ano vindouro” (BLANCHARD, 2001, PÁG 
581) 
 
Essa teoria demonstra o quanto uma situação passa a ser transitória a curto 
prazo dependendo da política adotada, visto que a mesma deverá ser compensada 
no futuro. Se amparados nessa ideia, introduz-se a teoria contábil da continuidade. 
 
A dívida pública caracteriza-se pelo déficit do governo em uma ou várias 
áreas gastando mais do que arrecadando. 
 
“ Uma pessoa física ou jurídica que se dispuser a ‘apertar o cinto’ durante um 
certo período, para quitar as suas dívidas, será premiada pelo pagamento 
destas e, portanto terá uma melhora no seu fluxo de caixa futuro. Já o 
governante que seguir um comportamento desse tipo corre o risco de ser 
julgado como um administrador inoperante e de deixar o terreno livre de 
problemas para que um sucessor do partido oposicionista colha os frutos de 
sua austeridade, por não ter que assumir mais os encargos da dívida que terá 
sido paga”. (GIAMBIAGI, 2008, pág. 215)”. 
 
Ou seja, há um trade-off entre os interesses políticos dos governantes e a saúde 
financeira do estado, em tese existem teorias que aprovam o comportamento do 
estado, porém analisando a conjuntura oferecida, sabe-se que juros encima de juros 
gera algo que pode ser impossível de ser quitado. 
 
Faz-se importante destacar as definições básicas sobre dívida e 
endívidamento trazidas pela Lei de Responsabilidade Fiscal (Lei nº 101/2000) em 
seu Capítulo 07 (sete), Seção 01, art. 29: 
 
Art. 29.Para os efeitos desta Lei Complementar, são adotadas as seguintes 
definições: 
 
I - dívida pública consolidada ou fundada: montante total, apurado sem 
duplicidade, das obrigações financeiras do ente da Federação, assumidas em 
virtude de leis, contratos, convênios ou tratados e da realização de operações 
de crédito, para amortização em prazo superior a doze meses; 
 
II - dívida pública mobiliária: dívida pública representada por títulos 
emitidos pela União, inclusive os do Banco Central do Brasil, Estados e 
Municípios; 
 
III - operação de crédito: compromisso financeiro assumido em razão de 
mútuo, abertura de crédito, emissão e aceite de título, aquisição financiada de 
bens, recebimento antecipado de valores provenientes da venda a termo de 
bens e serviços, arrendamento mercantil e outras operações assemelhadas, 
inclusive com o uso de derivativos financeiros; 
 
IV - concessão de garantia: compromisso de adimplência de obrigação 
financeira ou contratual assumida por ente da Federação ou entidade a ele 
vinculada; 
 
 
 
22
V - refinanciamento da dívida mobiliária: emissão de títulos para 
pagamento do principal acrescido da atualização monetária. 
 
§ 1
o
Equipara-se a operação de crédito a assunção, o reconhecimento ou a 
confissão de dívidas pelo ente da Federação, sem prejuízo do cumprimento das 
exigências dos arts. 15 e 16. 
 
§ 2
o
Será incluída na dívida pública consolidada da União a relativa à 
emissão de títulos de responsabilidade do Banco Central do Brasil. 
 
§ 3
o
Também integram a dívida pública consolidada as operações de 
crédito de prazo inferior a doze meses cujas receitas tenham constado do 
orçamento. 
 
 
3.2 FINANCIAMENTOS DA DÍVIDA 
 
 
O modelo de crise de débito de ROMER, nesse modelo enquadrado aqui 
permiti-se entender o motivo pelo qual as taxas de juros são divergentes entre os 
países e como funciona a indexação da dívida ou “rolagem” ou ainda, 
refinanciamento: 
 
Consideando que o governo de um determinado país tem uma dívida D com 
finalidade de atrair investidores para financiar sua dívida, tería que pagar um premio 
a esses investidores que seria o risco para esse investimento, assim o título emitido 
seria em seu final D + prêmio. Contando que esse D já estejam todos os encargos 
da dívida. 
 
E em relção aos impostos, tem-se que analisar uma tributação mínima que 
cobriria os encargos sem ágio, de modo a sanar as dívidas sem a intenção de 
pagar mais por elas. 
 
Falando ainda de maneiras de financiamento da dívida, pode-se entrar na 
linha da senhoriagem ou seigniorage, que seria a emissão de moeda. Analisando 
assim os impactos da emissão de papel moeda na economia, verifica-se uma 
aceleração inflacionária indesejada. 
 
Note que todos os métodos de financiamento são danosos a sociedade, porém 
seguindo a linha de raciocínio Ricardiana e os interesses políticos, a rolagem se torna o 
verdadeiro foco da política fiscal para financiamento da dívida, pois ela não inflaciona a 
economia, apenas gera mais dívida. Em contrapartida ela gera a atração de divisas, 
ou capital estrangeiro, que muito nos é necessária e desejada. 
 
O setor público é acompanhado com estatísticas fiscais de “acima da linha” 
“e abaixo da linha” 
 
“As estatísticas fiscais desagregadas que apresentam as variáveis de receita 
e de despesa, são chamadas “acima da linha”, enquanto que a variável que mede 
apenas a dimensão do desequilíbrio através da variação do endívidamento público 
 
 
23
sem que se saiba ao certo se este mudou por motivos ligados à receita ou à 
despesa é denominada de estatística “abaixo da linha”. (GIAMBIAGI,2001,PÁG 69). 
 
O critério “abaixo da linha” leva em consideração apenas os itens de 
financiamento apurando o desempenho fiscal do Governo por intermédio do cálculo 
de variação do endívidamento líquido em determinado período. Já o “acima da 
linha”, apura o desempenho fiscal do Governo mediante a apuração dos fluxos de 
receitas e despesas orçamentárias em determinado período. (fonte: Ministério do 
Planejamento,www.planejamento.gov.br Acesso 20/09/15 ) 
 
Assim sendo, quando em um período registra uma despesa maior que a 
receita pelo critério “acima da linha” isso viria a ser um déficit nominal, já quando há 
uma variação no valor do endívidamento público sem que se saiba a contabilização 
entre despesa ou receita, esse é contabilizado na necessidade de financiamento do 
setor público (NFSP) pelo método “abaixo da linha”. Já a NFSP seria igual a 
Variação da Dívida líquida do setor público DLSP. Contudo tal igualdade na 
representa a realidade, pois a fatores que geram uma variação na DLSP sem afetar 
a necessidade de financiamento, que seriam as privatizações e ajustes 
patrimoniais, ou seja, quando a empresa é privatizada ocorre apenas uma 
transferência de ativos financeiros entre o setor público e o privado, já por ajustes 
patrimoniais, o impacto gerado nas contas já ocorreu em um período anterior então 
só há uma realização contábil desse ajuste. 
 
A formação do estoque de dívida públicaé, por definição, determinada pela 
evolução das necessidades de financiamento do setor público (NFSP). 
 
3.3 ENTENDENDO A LEI DA RESPONSABILIDADE FISCAL 
 
 
A lei da Responsabilidade Fiscal, entra como uma importante ferramenta 
para equilibrar a economia. Com ela os estados ficam “controlados”. O governo de 
Fernando Herique Cardoso, tenta organizar a economia com o Plano Real e com a 
LRF, os estados não mais estão “soltos”, de modo que, os governantes não mais 
podem fazer o que bem entenderem e se endívidar incontrolavelmente. Essa lei 
estabeleceu metas a serem cumpridas. 
O Programa de Reestruturação e Ajuste Fiscal - PAF, firmado em 1999 pelo 
Estado de Pernambuco com a União, é parte integrante do contrato de assunção e 
renegociação da dívida ao amparo da Lei nº 9.496/97. No âmbito das negociações 
com a Secretaria do Tesouro Nacional – STN, o Estado se propôs a adotar ações 
que possibilitassem alcançar metas ou compromissos relativos a: 
 
a) Relação Dívida Financeira/Receita Líquida Real; 
 
b) Resultado Primário; 
 
 
24
 
c) Despesas com Funcionalismo Público; 
 
d) Receitas de Arrecadação Própria; e 
 
e) Despesas com Investimentos. 
 
O objetivo principal do Programa consiste na geração de Resultados 
Primários suficientes para, juntamente com as receitas de operação de crédito e de 
alienação de bens, honrar o Serviço da Dívida mantendo-se o equilíbrio fiscal do 
Estado. 
 
O Programa pactua metas para o ano em curso e os dois outros 
subsequentes, sendo que, anualmente, poderão ser realizados a atualização 
dessas metas para um novo triênio. Estes procedimentos deverão ser observados 
até 2028, enquanto perdurar o contrato de refinanciamento. 
 
Na fixação de metas e previsões de receitas e despesas do Programa, 
adota-se o conceito de fontes de recursos do tesouro estadual, em conformidade 
com a metodologia da STN. 
 
3.4 RECEITA CORRENTE LÍQUIDA -RCL 
 
 
Um conceito importante e necessário para entender como funciona a LRF é a 
Receita Corrente Líquida (RCL), uma vez que ela é a base para todos os cálculos. 
Ela é o somatório das receitas tributárias, de contribuições patrimoniais, industriais, 
agropecuárias, de serviços, transferências correntes e outras receitas também 
correntes. Dela são deduzidos: 
 
1. Na União - os valores transferidos aos Estados e Municípios por 
determinação constitucional ou legal, e as contribuições para a previdência 
social do empregador incidente sobre prestação de serviço de terceiros e a 
contribuição à previdência feita pelo trabalhador e também as contribuições 
para o PIS (Programa de Integração Social); 
2. Nos Estados, as parcelas entregues aos Municípios por determinação 
constitucional; 
3. Na União, nos Estados e nos Municípios, a contribuição dos servidores para 
o custeio do seu sistema de previdência e assistência social e as receitas 
provenientes da compensação financeira entre diferentes sistemas de 
previdência. 
 
A verificação da RCL deve ser para o período de um ano, mas não 
necessariamente o ano civil. Então, para verificar a RCL do mês de abril, por 
 
 
25
exemplo, de um determinado exercício financeiro, devemos contar as receitas 
arrecadadas desde maio do exercício anterior até o mês de abril em questão. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
26
4. RESUMO BALANÇO GERAL DO ESTADO DE PERNAMBUCO 2011-2014 
 
 
Demonstra-se a seguir tabelas disponíveis no balanço geral do Estado de 
Pernambuco, no período de 2011 a 2014, a fim de entender melhor os indicadores 
usados e analisar as mudanças sofridas na economia do estado. 
 
 
4.1 PROGRAMA DE AJUSTE FISCAL 
 
Segundo o Tesouro Nacional: 
“O Programa de Ajuste Fiscal, assinado pelos governadores dos 25 
Estados que refinanciaram suas dívidas (Amapá e Tocantins não o 
fizeram), apresenta metas anuais para um triênio, considerando a evolução 
das finanças estaduais, os indicadores macro-econômicos para o novo 
período e a política fiscal adotada pelos governos estaduais. A cada ano é 
avaliado o cumprimento das metas e compromissos do exercício anterior. 
Também anualmente poderá ser realizada a atualização de metas para um 
novo triênio. Estes procedimentos deverão ser observados enquanto 
perdurar o contrato de refinanciamento. 
As propostas de metas fiscais apresentadas pelos Estados e Distrito 
Federal são avaliadas pelo Ministério da Fazenda, que manifesta sua 
concordância de acordo com metodologias de análise técnica, de 
responsabilidade da Secretaria do Tesouro Nacional, as quais buscam 
preservar a solvência do ente federado, particularmente em relação à sua 
capacidade de honrar os compromissos assumidos contratualmente. 
Ao longo da existência dos Programas de Ajuste Fiscal, por conta da 
adoção de uma postura consistente com a manutenção do equilíbrio fiscal 
e com a estabilidade macroeconômica, os resultados alcançados pelos 
Estados foram significativos, em especial na redução do endívidamento 
estadual. Ademais, as revisões dos programas se coadunam com o 
entendimento do Governo Federal de que deve haver um 
compartilhamento dos benefícios da estabilidade econômica entre os entes 
que se esforçaram e mantém uma situação fiscal equilibrada. “ 
Tabela 1: Programa de Ajuste Fiscal 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
27
Pela análise da Tabela 1, no exercício de 2014, o Estado de Pernambuco 
deixou de cumprir, além da meta do Resultado Primário, que ficou abaixo do 
acordado em R$ 591 milhões, a meta de Receitas Próprias, ficando abaixo do 
acordado em R$ 180 milhões. Em tese isso significa um aumento substancial na 
dívida, além de uma incapacidade de financiamento próprio. No tocante ao assunto 
tem-se que entender que a maior parte da dívida consiste na variação cambial. 
Então sabe-se que ao final de 2014 e agora em 2015 a dívida aumentou 
substancialmente pela desvalorização cambial. 
 
Ao ser implantado o ajuste fiscal houve redução da dívida, frente à receita 
liquida real o que culminou em um aumento da capacidade de financiamento do 
estado. Se certos investimentos não fossem realizados teríamos recursos 
suficientes para não somente pagar os juros da dívida, mas para quitar 
amortizações, gerando sobra de recursos para incrementar o resultado 
orçamentário. 
 
Para analisar melhor o quadro da dívida é necessário ver o Resultado 
primário e Orçamentário, a seguir detalhados. 
 
4.2 RESULTADO PRIMÁRIO, ORÇAMENTÁRIO E FINANCEIRO 
 
O resultado primário é um indicador usado para verificar se o ente publico 
tem capacidade de pagar a dívida pública. Quando os resultados primários são 
negativos significa que houve um aumento da dívida pública. Um dos parâmetros 
utilizados para controle da dívida é o controle do estoque da dívida pública, esse 
valor não pode ultrapassar 100% da Receita Liquida Real. 
O resultado orçamentário demonstra o valor atingido pela administração 
pública na gestão orçamentária dos recursos. O resultado orçamentário é obtido 
atráves da diferença entre as receitas orçamentárias deduzidas das despesas 
orçamentárias. Caso obtenha-se um resultado positivo tem-se um superávit, do 
contrário, há um déficit orçamentário. 
 
 
 
 
 
 
 
 
28
 Tabela 2: Resultados Primário e Orçamentário do Estado de Pernambuco 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Esse resultado é complementado com o resultado financeiro, que dará mais 
informações a seguir detalhadas: 
 
 Tabela 3: Resultado Financeiro- Consolidado 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O Resultado financeiro, verificado na Tabela 3, demonstra mais um indicador 
para saber a saúde e a capacidade do estado de Pernambuco quanto às suas 
obrigações. Esses aumentos consecutivos demonstram um bom desempenho do 
estado. Porém, sabe-se que houve vários incentivos fiscais e orçamentários para 
ocorrer esses aumentos consecutivos.Há muito o governo do estado vem 
incentivando a industrialização e esses números talvez não expressem o quadro 
real que a sociedade se encontra. Uma política onde se tem disponíveis recursos é 
muito mais fácil de gerar resultados positivos. 
 
29
Tabela 4: Poupança Corrente- Consolidada 
 
 
 
 
 
 
O resultado, demonstrado na Tabela 4 e em notas explicativas disponíveis no 
Balanço Geral do Estado 2014, foi bastante influenciado pela redução dos valores 
previstos das transferências correntes da União, pela redução do ritmo de 
crescimento da arrecadação tributária própria e de receitas tributárias de 
participação da União (política de incentivos através de redução de IPI), bem como 
pelo reduzido arrefecimento nos gastos com algumas despesas correntes. 
 
 Tabela 5: Receita Total- Consolidado 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
No exercício de 2014, a partir da verificação da Tabela 5, comparativamente aos 
exercícios anteriores, a Receita Total apresentou crescimento mais moderado (1,9%), 
equivalente a R$ 545 milhões, influenciado principalmente pela retração das Receitas 
de Capital decorrente da queda no volume de liberações provenientes de operações 
de crédito. 
 
É importante frisar que o Estado também previa contratação de operações de 
crédito a serem assinadas no referido exercício fiscal, destinadas ao ressarcimento 
de investimentos executados com recursos do Tesouro. As Receitas Correntes 
evoluíram 8,3%, equivalente a um montante de R$ 2.004 milhões. Este crescimento, 
 
 
30
acima da inflação brasileira calculada pelo IPCA (6,41%), é explicado pelo fato de 
que as principais rubricas das receitas correntes, ICMS, IPVA e FPE, apresentaram 
desempenho superior à taxa de inflação, evidenciando a capacidade da economia 
do estado resistir aos efeitos da crise mundial. 
 
Tabela 6: Despesa Total- Consolidada 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Segundo dados da Tabela 6, a Despesa Total apresentou taxa de 
crescimento de 9,3%, influenciada por um lado pelo crescimento das Despesas 
Correntes (14,1%) e por outro devido à queda das Despesas de Capital (-14,8%). A 
rubrica de Pessoal e Encargos Sociais apresentou um crescimento de 15,2%, 
enquanto a de Juros e Encargos da Dívida elevou-se em 16,7%. Vale salientar que 
o crescimento da rubrica Juros e Encargos se deve, em boa medida, à variação 
cambial, à variação da taxa SELIC e ao aumento do estoque da dívida. 
 
 Tabela 7: Dívida Consolidada por ìndice de Correção 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
31
Em relação à Dívida Consolidada do Estado de Pernambuco, apresentada na 
Tabela 7, houve um incremento de 17,2%, equivalente a R$ 2.019 milhões, 
explicada, em sua quase totalidade, pela elevação em 19,3% da Dívida da 
Administração Direta. Vale salientar o peso da Variação Cambial, que representa 
38,0% da Dívida Consolidada. Os parcelamentos com a União tiveram uma redução 
de 20,2%, enquanto que a Dívida da Administração Indireta foi reduzida em 17,7%. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
32
5. APLICAÇÃO DE QUOCIENTES FINANCEIROS ÀS DEMONSTRAÇÕES 
CONTÁBEIS DO ESTADO DE PERNAMBUCO 
 
 As demonstrações a serem analisadas são as exigidas conforme artigo 101 da 
lei 4.320/64, quais sejam: 
 Balanço Orçamentário 
 Balanço Financeiro 
 Balanço Patrimonial 
 Demonstração das Variações Patrimoniais 
 
Segundo o manual de contabilidade aplicada ao setor público, 5ª edição, 
parte V- demonstrações contábeis aplicadas ao setor público, a análise e a 
verificação das demonstrações têm como objetivos: 
 
 Balanço Orçamentário- preparar os indicadores que servirão de suporte para 
a avaliação da gestão orçamentária; 
 Balanço Financeiro- preparar os indicadores que servirão de suporte para a 
avaliação da gestão financeira. 
 Balanço Patrimonial- a avaliação dos elementos do ativo e passivo, bem 
como a situação de liquidez e endívidamento. 
 Demonstração das Variações Patrimoniais- apurar o quanto e de que forma a 
administração influenciou nas alterações patrimoniais quantitativas e 
qualitativas do setor público. O resultado patrimonial é um importante 
indicador de gestão fiscal, já que é o principal item que influencia na 
evolução do patrimônio líquido de um período, objeto de análise do anexo de 
metas fiscais integrante da Lei de Diretrizes Orçamentárias. 
 
5.1 QUOCIENTES RELATIVOS AO BALANÇO ORÇAMENTÁRIO, 
FINANCEIRO, PATRIMONIAL E DEMONSTRAÇÃO DAS VARIAÇÕES 
PATRIMONIAIS 
 
Aplicando-se os quocientes, sugeridos por Kohama (2000), mais importantes 
e adequados para interpretação dos resultados fornecidos pelas Demonstrações 
Contábeis do Estado de Pernambuco,obtem-se os valores a seguir: 
 
 
 
 
 
 
 
 
33
Tabela 8: Quocientes do Balanço Orçamentário 
Balanço Orçamentário 
 Anos 
Quociente Financeiro 2011 2012 2013 2014
 
Execução da Receita 0,97 0,97 0,9 0,94 
Equilíbrio Orçamentário 1,18 1,15 1,05 1
Execução da Despesa 0,83 0,82 0,83 0,98
Resultado Orçamentário 0,99 1,02 1,04 0,97
 
Fonte: Elaboração prórpria do autor, com base no Balanço Geral do Estado de 2011 a 2014 
 
5.1.1 Quociente de Execução da Receita 
 
Receita Executada/Receita Prevista 
Esse quociente indica o quanto foi realizado de Receita Executada em 
comparação com a Receita Prevista, e o resultado normal deverá ser 1 ou maior ou 
menor do que 1, porém próximo de 1, ou seja, evidenciando que a Receita 
Executada esteve próxima da Receita Prevista. Caso seja muito acima ou abaixo de 
1, deve-se procurar as causas e possíveis justificativas convincente. 
 
5.1.2 Quociente do Equilíbrio Orçamentário 
 
Despesa Fixada/Receita Prevista 
Esse quociente deve demonstrar quanto a Despesa Fixada é maior do que a 
Receita Prevista, pois revelará também o quanto foi aberto de Crédito Adicional, e o 
resultado normal será 1 ou pouco maior do que 1. Caso seja menor do que 1, a 
tendência é de considerá-lo normal, entretanto, deverá ser uma hipótese, na 
atualidade, atípica, que precisa ser verificada. 
 
5.1.3 Quociente da Execução da Despesa 
 
Despesa Executada/Despesa Fixada 
Esse quociente deve demonstrar quanto da Despesa Fixada foi utilizado em 
Despesa Executada, e o resultado menor do que 1 será considerado normal. 
Dificilmente ocorrerá um resultado 1 e jamais poderá ser maior do que 1, porque, 
nesse caso, executar-se-á despesa sem autorização. 
 
5.1.4 Quociente do Resultado Orçamentário 
 
Receita Executada/Despesa Executada 
 
 
34
Esse quociente deve demonstrar quanto da Receita Executada serve de 
cobertura para a Despesa Executada. 
 
Tabela 9: Quocientes do Balanço Financeiro 
Balanço Financeiro 
 Anos 
Quociente Financeiro 2011 2012 2013 2014 
 
Execução Orçamentária 0,99 1,02 1,04 0,97 
Resultado da Execução Financeira 0,99 1,01 1,01 0,99 
Execução ExtraOrçamentária 1,02 1 0,97 1,01 
Resultado dos Saldos Financeiros 0,99 1,24 1,11 0,83 
Fonte: Elaboração prórpria do autor, com base no Balanço Geral do Estado de 2011 a 2014 
  
5.1.5 Quociente da Execução Orçamentária 
 
Receita Orçamentária/Despesa Orçamentária 
Esse quociente deve demonstrar quanto a receita orçamentária representa 
para o pagamento da despesa orçamentária. 
 
5.1.6 Quociente do Resultado da Execução Financeira 
 
Receita (Orçamentária + Extra-orçamentária)/Despesa (Orçamentária + 
Extra-orçamentária) 
Nesse quociente, o que se considera normal é o resultado de 1, ou pouco 
maior do que 1. Caso seja menor do que 1, deve-se verificar as disponibilidades 
(saldo de caixa/bancos) refletem a movimentação financeira de origem extra-
orçamentária, para se ter melhor base de análise e interpretação. 
 
5.1.7 Quociente da Execução Extra-Orçamentária 
 
Receita Extra-orçamentária/Despesa Extra-orçamentária 
Quanto mais próximo de 1 esse quociente estiver, mais será o desejável. Se 
for maior do que 1, representará aumento da dívida flutuante, o que provocará,em 
conseqüência, aumento do Passivo Financeiro, no Balanço Patrimonial. Entretanto, 
se houver, o correspondente aumento dos recursos financeiros das disponibilidades 
(caixa/bancos), a situação será considerada normal.Porém, se ocorrer a diminuição 
dos recursos financeiros das disponibilidades em caixa/bancos, isso indicará que a 
diferença financiou o pagamento de despesas orçamentárias e a situação deverá 
ser considerada preocupante. Quando for menor do que 1,por outro lado, refletirá 
uma diminuição da dívida flutuante e, por conseqüência,diminuição do Passivo 
 
 
35
Financeiro, no Balanço Patrimonial, mas, por outro lado, refletirá a utilização de 
recursos financeiros, reduzindo as disponibilidades (caixa/bancos) existentes. 
 
5.1.8 Quociente do Resultado dos Saldos Financeiros 
 
Saldo que passa para o exercício seguinte/Saldo do Exercício Anterior 
Tenderá a ser considerado normal o resultado de 1, ou pouco maior do que 
1. Caso seja menor do que 1, deve-se verificar se as disponibilidades (saldo de 
caixa/bancos) refletem a movimentação financeira de origem extra-orçamentária, 
para se ter melhor base de análise e interpretação. 
 
Tabela 10: Quocientes do Balanço Patrimonial 
Balanço Patrimonial 
 Anos 
Quociente Financeiro 2011 2012 2013 2014 
 
Situação Financeira 1,7 2,1 3,14 1,73 
Situação Permanente 0,49 0,46 0,44 1,33 
Limite de Endívidamento I 0,43 0,54 0,65 0,7 
Limite de Endívidamento II 0,04 0,15 0,17 0,1 
Resultado Patrimonial 0,53 0,51 0,49 1,37 
Fonte: Elaboração prórpria do autor, com base no Balanço Geral do Estado de 2011 a 2014 
 
5.1.9 Quociente da Situação Financeira 
 
Ativo Financeiro/Passivo Financeiro 
O resultado deste quociente deve ser analisado observando os seguintes 
detalhes: Sendo menor do que 1, será considerado negativo. Todavia, há que se 
verificar se existe algum convênio registrado nas contas de compensação como 
direito contratual que não tenha sido realizado no exercício, mas com potencial para 
ser recebido em curto prazo, já que esse registro não consta do ativo financeiro e 
cuja despesa já tenha sido empenhada, causando a distorção no resultado desse 
quociente. Essa informação é importante, pois ajudará na análise e interpretação 
mais correta desse resultado. 
 
5.1.10 Quociente da Situação Permanente 
 
Ativo Permanente/Passivo Permanente 
Esse quociente demonstrará o resultado da relação entre o ativo permanente 
e o passivo permanente. O resultado esperado é que seja maior do que 1 ou, pelo 
menos, 1. 
 
 
 
36
5.1.11 Quociente do Resultado Patrimonial 
 
Soma do Ativo Real/Soma do Passivo Real 
No caso do quociente apresentar o resultado menor do que 1, há que se 
verificar na Demonstração das Variações Patrimoniais as causas que originaram 
esse efeito patrimonial negativo 
 
5.1.12 Limite de Endívidamento I 
 
Dívida Fundada/Receita Liquida Real 
Segundo definições apresentadas em Tesouro (2006), a Dívida Fundada 
Pública corresponde a compromissos de exigibilidade com prazo superior a doze 
meses, e contraídos para atender a desequilíbrio orçamentário ou a financiamento 
de obras e serviços públicos. Já a Receita Líquida Real segundo o tesouro (2006), 
é usada para renegociar com o Tesouro Nacional o limite apurado de pagamento da 
dívida dos Estados e Municípios. 
Ela corresponde à receita realizada nos doze mês anteriores ao mês 
imediatamente anterior àquele em que estiver apurando. São excluídas desse valor 
as receitas provenientes de operações de crédito, de alienação de bens e 
transferências voluntárias ou de doações recebidas com o fim especifico de atender 
despesas de capital. 
Na análise deste índice, caso a soma da Dívida Fundada apresente valor 
superior à soma da Receita Líquida Real arrecadada no exercício, portanto 
resultando em um quociente maior que 1, significará que o somatório das 
obrigações de longo prazo representadas pela dívida fundada é superior à soma 
dos recebimentos de origem orçamentária líquidos, realizados no exercício. 
 
5.1.13 Limite de Endívidamento II 
 
Operações de Crédito/Receita Líquida Real 
Se o resultado da equação for maior que 1, isso indica que a Soma das 
Operações de Crédito foi maior que a Receita Líquida Real. Essa hipótese 
demonstrará que o montante global das operações de crédito realizadas no 
exercício é superior ao valor da Receita Líquida Real. Esse quociente é básico para 
se determinar, ainda que a posteriori, o nível de operações de crédito realizadas no 
exercício em relação à Receita Líquida Real. 
 
 
 
37
Tabela 11: Quocientes da Demonstração das Variações Patrimoniais 
Demonstração das Variações Patrimoniais 
 Anos 
Quociente Financeiro 2011 2012 2013 2014 
 
Mutação Patrimonial Passiva 0,68 0,42 0,43 0 
Resultado das Variações Patrimoniais 
Independentes da Execução Orçamentária 0,67 0,77 0,82 0 
Resultado das Variações Patrimoniais 0,89 0,87 0,89 0 
Resultado das Variações na Parte Permanente 0,68 0,67 0,63 0 
Fonte: Elaboração prórpria do autor, com base no Balanço Geral do Estado de 2011 a 2014 
 
O ano de 2014 apresenta valores zerados pois todas as demonstrações 
contábeis, a partir do término do exercício de 2014, conforme Portaria STN nº 634, 
de 19 de Novembro de 2013, sofreram alterações visando o processo de 
convergência às Normas Brasileiras de Contabilidade Aplicadas as Setor Público, 
bem como a implantação do Plano de Contas Aplicado as Setor Público, das 
Demonstrações Contábeis Aplicadas as Setor Público e dos procedimentos 
descritos na portaria. 
Sendo assim, a Demonstração das Variações Patrimoniais teve sua estrutura 
alterada de tal forma que a maioria dos indicadores não pode ser aplicado 
diretamente a esta demonstração sem antes haver uma análise de cada linha e 
cada conta apresentada e, auxiliado também, pelas notas explicativas e por outros 
demonstrativos e anexos complementares. 
 
5.1.14 Quociente do Resultado das Mutações Patrimoniais 
 
Mutação Patrimonial Ativa/Mutação Patrimonial Passiva 
O resultado considerado positivo para a instituição é quando for maior do que 
1, pois demonstrará que a Mutação Patrimonial Ativa é maior que a Mutação 
Patrimonial Passiva. 
 
5.1.15 Quociente do Resultado das Variações Patrimoniais 
Independentes da Execução Orçamentária 
 
Independente da Execução Orçamentária Ativa/Independente da 
Execução Orçamentária Passiva 
 
 
38
Para que se tenha conhecimento sobre as variáveis que envolvem este 
quociente é necessário conhecer algumas definições, como: Variações Ativas – 
Independentes da Execução Orçamentária – correspondem às variações 
patrimoniais às alterações ou modificações que ocorrem no patrimônio, 
aumentando-o; porém, não se originam da execução orçamentária. As variações 
ativas – independentes da execução orçamentária, por não se originarem de fatos 
orçamentários, surgem sempre por meio de questões provenientes de: 
Superveniências Ativas; Superveniências Passivas 
 
5.1.16 Quociente do Resultado das Variações na Parte Permanente 
 
Soma das Mutações Patrim. Ativas + Indep.da Execução Orçament. 
Ativa/Soma das Mutações Patrim. Passivas + Indep. da Execução Orçament. 
Passiva 
Este quociente abrange dois subgrupos da Demonstração das Variações 
Patrimoniais, o das Mutações Patrimoniais, e o Independente da Execução 
Orçamentária. Neste quociente será demonstrado, principalmente, se houve 
aumento ou não do ativo permanente da organização. 
 
5.1.17 Quociente do Resultado das Variações Patrimoniais 
 
Total das Variações Ativas/Total das Variações Passivas 
Este quociente revela se o resultado patrimonial do período em análise, 
gerou superávit, ou um déficit. 
 
5.2 ANÁLISE DA DÍVIDA PÚBLICA DO ESTADO DE PERNAMBUCO 
Dos indicadores financeiros vistos no item anterior, auxiliam no entendimento 
das alterações na composição e na qualidade da Dívida Pública: 
O Limite de Endívidamento I apresentou um resultado crescente,mas 
sempre abaixo de 1, o que revela que a soma da Dívida Fundada, representada 
pelo total das obrigações de longo prazo, apresenta valor inferior a Receita Líquida 
Real, recebimentos orçamentários, arrecadada no exercício. 
O Limite de Endívidamento II apresentou um resultado crescente até 2013 e 
uma queda em 2014. Resultados abaixo de 1 demonstram que o montante global 
das operações de crédito realizadas no exercício são inferiores ao valor da Receita 
Líquida Real. 
 
 
39
O quociente da Execução Extra-Orçamentária, exceto em 2013, apresentou 
valores ligeiramente maiores que 1. O Que representa aumento da dívida flutuante, 
e em conseqüência, aumento do Passivo Financeiro, no Balanço Patrimonial. 
Auxiliam ainda na análise da dívida pública, os anexos 16 e 17 exigidos pelo 
artigo 101 da 4.320/64, que tratam,respectivamente, da Dívida Fundada Interna e 
Externa e, da Dívida Flutuante. 
 
Gráfico 1: Quocientes para análise da Dívida Pública 
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
1,2
2011 2012 2013 2014
Limite de
Endividamento I
Limite de
Endividamento II
Execução
Extra-Orçamentária
 
Fonte: Elaboração própria do autor com base no Balanço Geral do Estado de 2011 a 2014 
 
Tabela 12: Dívida Fundada Interna 
Divida Fundada Interna em R$ 
Credor Anos 
 2011 AH % 2012 AH %
CAIXA ECONÔMICA FEDERAL 656.683.715,68 100 1.435.700.016,52 218,63
BNDES- BANCO NACIONAL DE 
DESENV.ECONO. SOCIAL 1.396.675.009,63 100 1.738.772.968,72 124,49
TESOURO NACIONAL 3.055.116.341,17 100 3.060.066.216,05 100,16
BANCO DO NORDESTE DO BRASIL 155.692.369,89 100 157.055.107,46 100,88
Totais 5.264.167.436,37 100,00 6.391.594.308,75 121,42
 
Divida Fundada Interna em R$ 
Credor Anos 
 2013 AH % 2014 AH %
CAIXA ECONÔMICA FEDERAL 1.961.436.511,07 136,62 2.389.547.804,21 121,83
BNDES- BANCO NACIONAL DE 
DESENV.ECONO. SOCIAL 2.045.546.483,31 117,64 2.516.500.040,26 123,02
TESOURO NACIONAL 2.981.018.302,14 97,42 2.956.850.852,12 99,19
BANCO DO NORDESTE DO BRASIL 165.567.776,07 105,42 171.319.382,34 103,47
Totais 7.153.569.072,59 111,92 8.034.218.078,93 112,31
Fonte: Elaboração própria do autor com base no Balanço Geral do Estado de 2011 a 2014 
 
 
 
40
 Gráfico 2: Evolução da Dívida Fundada Interna 
0,00
500.000.000,00
1.000.000.000,00
1.500.000.000,00
2.000.000.000,00
2.500.000.000,00
3.000.000.000,00
3.500.000.000,00
2011 2012 2013 2014
CAIXA ECONÔMICA
FEDERAL
BNDES- BANCO
NACIONAL DE
DESENV.ECONO.
SOCIAL
TESOURO NACIONAL
BANCO DO NORDESTE
DO BRASIL
 
 Fonte: Elaboração própria do autor com base no Balanço Geral do Estado de 2011 a 2014 
 
Pela verificação da tabela 12 tem-se que a Dívida Pública Fundada Interna do 
Estado de Pernambuco, nos anos de 2011 a 2014, está aumentando, de forma que, 
pela análise horizontal, no ano de 2012 houve um aumento no total da dívida de 
21,42% em relação ao total de 2011 que foi de 5.264.167.436,37. No ano de 2013 o 
aumento correspondeu a 11,92% e em 2014 de 12,31%, sempre em relação ao ano 
anterior. 
Ainda na tabela 12, partindo-se para a análise da composição da Dívida 
Fundada, os principais credores foram a Caixa Econômica Federal, BNDES- Banco 
Nacional de Desenv.Econo. Social, tesouro nacional e Banco do Nordeste do Brasil. 
A Caixa Econômica Federal foi responsável por um montante de 6.443.368.047,48 
no último quadriênio e apresentou, verificando o gráfico “y”, crescimento dos seus 
valores de forma a se tornar o terceiro maior credor do estado. 
 
O BNDES- Banco Nacional de Desenvolvimento Econo. Social contribuiu, 
crescentemente, com 7.697.494.501,92 no período analisado. Ficando como 
segundo maior credor do Estado. O Tesouro Nacional participou com um total de 
12.053.051.711,48, sendo ele o maior credor do estado. Por fim, aparece o valor de 
649.634.635,76 relativo ao Banco do Nordeste do Brasil, ficando assim como quarto 
principal credor. 
 
 
 
 
 
 
41
 
Tabela 13: Dívida Fundada Externa 
Dívida Fundada Externa em R$ 
Anos 
2011 2012 2013 2014 Total 
545.392.460,
26 
1.685.152.221,
90
3.748.396.924,
74
4.967.075.491,
85 
10.946.017.098,
75
Fonte: Elaboração própria do autor com base no Balanço Geral do Estado de 2011 a 2014 
 
Os valores da Dívida Fundada Externa são oriundos de Contratos com o 
Banco Interamericano de Desenvolvimento- BID e do Banco Internacional para 
Reconstrução e Desenvlvimento- BIRD, conhecido como Banco Mundial. 
 
 Gráfico 3: Totais da Dìvida Fundada Externa 
Valor dos Contratos em R$
0,00
1.000.000.000,00
2.000.000.000,00
3.000.000.000,00
4.000.000.000,00
5.000.000.000,00
6.000.000.000,00
2011 2012 2013 2014
 
 Fonte: Elaboração própria do autor com base no Balanço Geral do Estado de 2011 a 2014 
 
Verifica-se que a Dívida Fundada Externa apresentou um total de 
10.946.017.098,75, resultado de um constante aumento nos valores ao longo do 
quadriênio. Apresentando uma diferença de 1.139.759.761,64 de 2012 em relação a 
2011, 2.063.244.702,84 de 2013 para 2012 e, 1.218.678.567,11 de 2014 em relação 
a 2013. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
42
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Diante do cenário nacional de crise, o Estado de Pernambuco vem, ao longo 
do último quadriênio, apresentando valores positivos e crescentes referentes ao 
Produto Interno Bruto. Acompanhados também por uma maior arrecadação. A 
contabilidade aplicada ao setor público é um dos instrumentos mais eficazes para 
avaliar a gestão do patrimônio público, pois fornece informações para adequada 
prestação de contas e instrumentalização do controle social. 
O estudo da composição e qualidade da Dívida Pública do Estado de 
Pernambuco revela-se importante para esclarecer como anda o endívidamento do 
estado, quem são seus maiores credores, a que percentual as Dívidas Fundadas 
Interna e Externa estão aumentando e quais quocientes financeiros são mais 
adequados para analisar o endívidamento estadual. 
Quanto a composição da dívida pública, de uma forma geral, não apresentou 
uma grande modificação, visto que seus credores foram os mesmos nos anos de 
2011, 2012, 2013 e 2014, quais sejam a Caixa Econômico Federal, o BNDES, o 
Banco do Nordeste, o Tesouro Nacional, o BID e o BIRD. 
Atráves da aplicação dos quocientes financeiros e dos anexos 16 e 17 
exigidos pela lei 4.320/64, pode-se verificar que tanto a Dívida Pública Fundada 
Interna quanto a Externa sofreram constantes aumentos anuais, mas que não 
comprometem o orçamento do estado nem representam aumento do endívidamento, 
pois a Receita Corrente Líquida também teve seus valores crescentes, o que torna o 
percentual das dívidas dentro do permitido legalmente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
43
 
REFERÊNCIAS 
 
 
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Desempenho da economia de Pernambuco- 3º Trimestre de 2014.Disponível em: 
<http://www.condepefidem.pe.gov.br/c/document_library/get_file?uuid=3670f27e-513 
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BRASIL. Ministério da Fazenda . Secretaria do Tesouro Nacional . Manual de 
Contabilidade Aplicada ao setor Público- Parte Geral.5 edição. Brasília.2012. 
Disponível 
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<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/ constitui%C3%A7ao.htm>. 
Acesso em: 15.mai.2015 
 
_______. Lei n.º 4320, de 17 de março de 1964. Estatui Normas Gerais de Direito 
Financeiro para elaboração e controle dos orçamentos da União, dos Estados, 
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Conselho Federal de Contabilidade. Resolução CFC nº 1.129/2008.Brasília, 2008. 
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FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo Aurélio Século XXI: odicionário da 
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1998.
 
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2&p_p_col_pos=2&p_p_col_count=9&_110_INSTANCE_Wt2Y_struts_action=
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