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UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS FACULDADE DE ESTUDOS SOCIAIS CIÊNCIAS ECONÔMICAS LUCAS ANDRÉ MATOS SARRAFF DE REZENDE MARCOS ANDRÉ DE OLIVEIRA SERRÃO O Papel da política monetária no enfrentamento dos impactos do COVID-19 no Brasil MANAUS – AM 2020 LUCAS ANDRÉ MATOS SARRAFF DE REZENDE MARCOS ANDRÉ O Papel da política monetária no enfrentamento dos impactos do COVID-19 no Brasil Trabalho apresentado como requisito para a obtenção de nota parcial da disciplina Economia Monetária do curso de graduação de Ciências Econômicas, ministrada pela Profa. Dra. Lenice Benevides. MANAUS – AM 2020 SUMÁRIO 1. Introdução 2. Respostas do Brasil ao COVID-19 3. A emissão monetária e a inflação 4. Política monetária: o Brasil em comparação com aos outros países 5. Resultados e possíveis ações pós-COVID Considerações finais Referências bibliográficas 1. Introdução A pandemia do Covid-19 continua provocando a maior retração econômica global desde a Grande Depressão. No ambiente doméstico, a pandemia interrompeu a tendência de recuperação gradual da economia, com um recuo significativo do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro trimestre e um declínio sem precedentes no segundo trimestre de 2020. Para os países emergentes, o ambiente rapidamente se transformou de favorável à desafiador. Atualmente no Brasil, assim como no cenário externo, a forte retomada em alguns setores produtivos parece sofrer alguma desaceleração, em parte devida à ressurgência da pandemia, a “segunda onda” do COVID-19, gerando bastante incerteza sobre a evolução desse cenário, frente a uma possível redução dos estímulos governamentais. Por sua vez, muito tem se discutido sobre a efetividade da política monetária em cenários como este, relativamente diferente da crise financeira de 2008; no qual há autores que defendem que a crise da pandemia faz com que as políticas monetárias sejam relativamente ineficazes na retomada da atividade, por outro lado, existem os autores na literatura que argumentam totalmente o contrário. Por sua vez, este trabalho visa trazer ambos pontos de vistas bem como trazer dados atuais de como o Brasil está lidando com essa crise, focando principalmente na condução da política monetária. 2. Respostas do Brasil ao COVID-19 O objetivo desta seção é fazer um compilado das discussões do Comitê de Política Monetária (Copom), por meio das atas das reuniões, com o intuito de clarificar como o Brasil tem respondido em relação à pandemia do COVID-19, tendo como principal escopo as medidas de política monetária. Isto posto, será tratado sobre a efetividade da política monetária mediante crises financeiras como esta, na visão de economistas que defendem ou não a emissão monetária na crise da pandemia, devido ao cenário atípico que está sendo enfrentado. Em março de 2020 - mês que foi declarado a pandemia do COVID-19 no Brasil -, tal cenário já foi colocado em pauta na ata de reunião do Copom, ademais, um dos primeiros argumentos foi sobre a possibilidade de elevação dos prêmios de risco e uma trajetória da inflação acima do projetado no horizonte relevante para a política monetária, devido à deterioração do cenário externo, aumento da potência da política monetária ou frustrações em relação à continuidade das reformas. Aliado a isso, o Comitê então discutiu sobre o impacto da pandemia na economia brasileira e, em especial, os cenários para a inflação prospectiva. Este, por sua vez, conclui que há três principais canais de transmissão: primeiro, um choque de oferta, derivado da interrupção das cadeias produtivas; segundo, um choque nos custos de produção, mensurado pela variação de preços das commodities e de importantes ativos financeiros; e terceiro, uma retração de demanda, proveniente do aumento da incerteza e das restrições impostas pela pandemia. Especialmente este último, tende a ser bastante significativo no horizonte relevante para a política monetária porque os efeitos da pandemia sobre a atividade podem ser expressivos. De acordo com simulações apresentadas na reunião do Copom, para compensar este terceiro efeito, seria necessária uma redução da taxa básica de juros superior a 0,50 ponto percentual - visto que uma redução para além deste ponto poderia tornar-se contraproducente -, logo, a taxa foi de fato reduzida à 3,75% a.a, o Comitê entende que essa decisão reflete seu cenário básico e um balanço de riscos de variância maior do que a usual para a inflação prospectiva e é compatível com a convergência da inflação para a meta no horizonte relevante, que inclui o ano de 2020 e, principalmente, de 2021. Por conseguinte, o Banco Central discute a efetividade da política monetária como política de estímulo à demanda em tempos de pandemia, no qual concluíram que seus efeitos serão de fato relevantes no que tange à aceleração da recuperação econômica quando as restrições impostas pela pandemia começarem a enfraquecer, corroborando a teoria de Blinder (2004) de que a política monetária teria uma defasagem externa (impacto) mais longa, ou seja, efeitos longínquos após implementada, em contraposição de uma defasagem interna mais curta, algo mais “fácil” e rápido de ser implementado. Copom concluiu, em março, que o balanço de riscos tem variância maior do que a usual, a visão do Comitê, a maior variância no balanço de riscos não necessariamente implica gradualismo na condução da política monetária, mas que a magnitude das próximas decisões de política monetária esteja sujeita a maior incerteza. Dado isso, o Comitê reiterou que a conjuntura econômica prescreve política monetária expansiva, ou seja, com taxas de juros abaixo da taxa estrutural. O Banco Central do Brasil, neste mesmo mês, ressalta que continuará fazendo uso de todo o seu arsenal de medidas de políticas monetária, cambial e de estabilidade financeira no enfrentamento da crise atual. O Comitê, em Maio, então discutiu a potencial existência de um limite efetivo mínimo para a taxa básica de juros brasileira, um limite seria significativamente maior em economias emergentes do que em países desenvolvidos, devido à presença de um prêmio de risco, no qual no Brasil é ainda maior, dada a sua relativa fragilidade fiscal e as incertezas quanto à sua trajetória fiscal prospectiva; o Comitê como um todo reconheceu a importância do gradualismo na condução da política monetária para avaliação da resposta dos preços de ativos financeiros. Entretanto, foi preponderante a avaliação de que, por mais que, neste momento, a conjuntura econômica prescreva estímulo monetário extraordinariamente elevado, devido à conjuntura de elevada incerteza doméstica, o espaço subsistente para utilização da política monetária é coberto pela incerteza e pode ser pequeno, reforçando assim, que há potenciais limitações para o grau de ajuste adicional. Passando os meses de agravamentoda crise, de forma a prover o estímulo monetário considerado ideal para o cumprimento da meta para a inflação, mas mantendo a cautela necessária por razões prudenciais, o Comitê trouxe o forward guidance (prescrição futura) como um instrumento de política monetária adicional, acreditando-se que, ao aumentar o nível de informação, poderia tornar a política monetária mais efetiva. Por mais que o Comitê de Política Monetária concluiu que, apesar de tais limitações - por ser mais desafiador em economias emergentes -, a prescrição futura seria a estratégia de implementação de política que, no cenário em que o país se encontrava, apresentou a melhor relação custo benefício. Para adequar a prescrição futura ao dinamismo dos limites impostos por questões prudenciais, o Comitê ponderou que ele deveria ter uma intenção de política assimétrica, em que, satisfeitas as condições necessárias, o Copom não elevaria a taxa de juros, mas poderia reduzi-la, em outras palavras, este não pretenderia reduzir o grau de estímulo monetário desde que determinadas condições sejam satisfeitas. De agosto à outubro, o Copom avaliou que essas condições seguiram satisfeitas: as expectativas de inflação assim como as projeções de inflação de seu cenário básico encontram-se significativamente abaixo da meta de inflação para o horizonte relevante de política monetária; o regime fiscal não foi alterado, bem como as expectativas de inflação de longo prazo permanecem ancoradas. O Comitê, em sua reunião de outubro, retomou a discussão sobre um potencial limite efetivo mínimo para a taxa básica de juros brasileira e sua associação a questões de natureza prudencial e de estabilidade financeira. Considerando o longo histórico da economia brasileira operando com a taxa básica de juros em nível muito elevado, os juros baixos sem precedentes podem comprometer o desempenho de alguns mercados e setores econômicos, com potencial impacto sobre a intermediação financeira. Para a maioria de seus membros, já estaríamos próximos do nível a partir do qual reduções adicionais na taxa de juros poderiam ser acompanhadas de instabilidade nos preços de ativos. O Copom assim concluiu, por meio do cenário básico do balanço de riscos e o amplo conjunto de informações disponíveis, que o atual nível de estímulo monetário, produzido pela manutenção da taxa básica de juros em 2,00% a.a. e pelo forward guidance - adotado em sua reunião de agosto -, está adequado, independentemente das restrições de natureza prudencial, segundo o qual o Copom não pretende reduzir o grau de estímulo monetário desde que determinadas condições sejam satisfeitas. Por conseguinte, há muitas controvérsias sobre a efetividade da política monetária em tempos de pandemia; o argumento favorável é que a demanda por papel moeda em poder do público (PMPP) não é fixa e, portanto, a emissão monetária não vai se transformar inteiramente em reservas bancárias nem ser poupada “debaixo do colchão”, logo, ao aumentar a renda dos cidadãos, a transferência governamental tende a estimular a demanda agregada, a arrecadação de impostos e os preços, além de desconcentrar a distribuição de renda. Por sua vez, um dos argumentos de posição contrária à emissão monetária é que esta teria um impacto negativo em relação à dívida pública, pois, segundo Marcos Mendes (2020), colocaria a perder décadas de reconstrução da credibilidade quanto à defesa do valor da moeda (combate à inflação), a responsabilidade fiscal e a independência do Banco Central (ao jogar juros SELIC a zero), ou seja, segundo ele, o aumento da oferta de moeda iria inevitavelmente provocar inflação bem como o aumento da dívida pública. Porém, dado o caráter excepcional da pandemia e a importância de se gastar o que é necessário para neutralizá-la, o aumento da oferta monetária, segundo Bresser, não causará inflação, ademais, desde que seja bem regulamentada, ele aponta que a emissão de moeda não é incompatível com a restrição fiscal. Segundo Bresser-Pereira (2020) “se os formuladores de políticas souberem que ao emitir dinheiro a dívida pública não aumentará nem causará inflação, eles terão mais liberdade para gastar o que é realmente necessário, em vez de gastar “o que puderem”.”. Segundo Bresser, existem duas maneiras de financiar os altos gastos públicos exigidos: emitindo títulos do tesouro e vendendo-os ao setor privado ou vendendo-os ao banco central. A primeira alternativa é um sistema usual e envolve o aumento da dívida pública e o segundo significa o governo “imprimir dinheiro”. Ele defende a segunda alternativa, dado que a primeira, ao aumentar a dívida pública, obrigará os cidadãos, especialmente os mais pobres, a pagá-la através de inúmeras políticas de ajuste fiscal e, como dito anteriormente, a crise financeira atual já afeta principalmente as minorias sociais, e esta última alternativa só potencializaria isso. 3. A emissão monetária e a inflação Conforme os meses vão passando durante a pandemia, muito se discute acerca das paralisações, sobre até que ponto o governo deve promover a quarentena e sobre quanto o Estado deverá aumentar seus gastos para mitigar os custos econômicos das paralisações. Aliado a isso, segundo Bresser-Pereira (2020), quanto mais o governo gastar de maneira contracíclica, garantindo uma renda mínima para as pessoas e subsidiando as empresas que não demitiram seus funcionários, menor será a depressão que o país enfrentará. Aliado a isso, uma das restrições econômicas que o governo enfrentará é a fiscal, que o obriga a limitar o déficit público e a dívida pública; logo, Bresser defende que para que essas duas medidas sejam satisfatórias - gastos contracíclicos e as paralisações do governo -, o financiamento desses gastos extraordinários deve ser realizado por emissão de moeda. A restrição de inflação não é a única restrição econômica e nem a principal, porém, nesta seção, iremos apenas abordar tal restrição para defender, com base em Bresser-Pereira (2020), o financiamento monetário da Covid-19, ou melhor, o financiamento do déficit público por meio da emissão monetária. Há uma reação quase que instantânea das pessoas ligarem o financiamento monetário à inflação, e isso se deve em muito ao poder etimológico da palavra inflação, no qual de acordo com o Online Etymological Dictionary, o sentido monetário de “aumento dos preços” da inflação era originalmente dado por um aumento da quantidade de dinheiro em circulação. Em primeira instância, convém destacar que as variações na quantidade de dinheiro em uma economia são uma variável endógena, ou seja, a oferta monetária é endógena, segundo a Teoria Monetária Moderna (MMT) e a Teoria do Novo Desenvolvimento (TND); ou seja, isso quer dizer que o Banco Central pode influenciá-la mas não determiná-la: comprando títulos emitidos pelo tesouro, alterando a alíquota de depósito compulsório e a taxa de juros, porém, segundo Bresser, a quantidade de dinheiro em circulação dependeintrinsecamente dos gastos do governo e de mudanças no volume total de crédito. Logo, esse é um dos motivos por que Bresser defende que o aumento da oferta monetária não é a causa da inflação nem o acelerador desta, ela apenas ratificará a inflação vigente, e assim, por meio do aumento do crédito, será garantida a preservação da liquidez da economia. 4. Política monetária: o Brasil em comparação com aos outros países No Brasil as medidas de políticas monetárias mais usadas são: recolhimento compulsório, taxas de redesconto e taxas de juros, assim dizendo, essas basicamente são as medidas usadas pelo Banco Central, para controlar o aumento ou a redução da quantidade de moeda em circulação, tal autarquia que tem a responsabilidade e controle sobre as políticas monetárias do Brasil, dado que isso não muito simples como destaca Fragas em um relatório de inflação em 2002, e até hoje isso continua sendo bem difícil. Governar envolve administrar desejos, conflitos e muitas vezes inconsistências. A política monetária não é uma exceção, em especial no Brasil. A sociedade deseja a manutenção da estabilidade dos preços, tão duramente conquistada e mantida nos últimos anos, mas quer a redução imediata dos juros reais. Deseja um câmbio menos volátil, mas não aprecia intervenções que venham a reduzir as reservas internacionais do país. Deseja a redução do déficit externo, mas repele o câmbio depreciado e a pressão sobre os preços que este induz. (FRAGA,2002, p.1) Vale ressaltar que, durante a pandemia, o Brasil teve que se ajustar ao novo cenário mundial, assim como os demais países do mundo, ademais, vale destaque os países que mais foram afetados pelo COVID-19 - visto que, neste cenário atípico, é uma variável importante na decisão de política monetária -, segundo a revista BBC os países com maior número de casos registrados são Estados Unidos (7.279.065), Índia (6.394.068), Brasil (4.847.092), Rússia (1.188.928), Colômbia (835.339), Peru (814.829), Espanha (778.607), Argentina (765.002), México (748.315) e África do Sul (676.084), no qual todos eles tiveram que tomar medidas de ajustes de suas políticas monetárias dado o novo cenário, um exemplo foi os Estados Unidos logo no início da pandemia que como medida de política monetária reduziu de modo substancial as taxas de juros, como destacado no site UOL: O Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) reduziu as taxas de juros em um total de 150 pontos-base em duas reuniões de emergência nos dias 3 de março (50 pontos-base) e 15 de março (100 pontos-base), levando as taxas de fundos federais ao intervalo entre 0-0,25%, juntamente com US$ 700 bilhões em compras de ativos, ou flexibilização quantitativa (QE, na sigla em inglês). O Fed também reduziu a janela de desconto, instrumento de política monetária, em 150 pontos-base. Em 23 de março, o Fed seguiu com a flexibilização quantitativa ilimitada e aberta e compras planejadas de títulos corporativos do governo municipal. (ECONOMIA UOL,2020) Outro país que sofreu com a pandemia e que podemos destacar mudanças logo no início é a Zona do Euro, que por estímulo monetário teve segundo site UOL. Em 12 de março, o Banco Central Europeu (BCE) acrescentou 120 bilhões de euros a seu atual programa de compra de ativos de 20 bilhões de euros mensais, além de flexibilização quantitativa. Em 19 de março, o BCE adicionou outros 750 bilhões de euros em flexibilização quantitativa, elevando o total para cerca de 1,1 trilhão de euros neste ano e incluiu a Grécia na carteira de títulos que compraria. (ECONOMIA UOL,2020) No que tange ao Brasil, no início de março suas medidas de estímulos monetários na economia foram: O Banco Central do Brasil reduziu as taxas de juros em 50 pontos-base para 3,75% e diminuiu os requisitos de capital para instituições financeiras. e ainda também junto a esses estímulos monetários tem as operações e financiamentos de liquidez. Um programa do banco central, de R$ 1,2 trilhão (US$ 233,8 bilhões), para injetar liquidez por meio da compra de pacotes de carteiras de empréstimos bancários; novas regras que permitem aos bancos oferecerem a empresas e famílias empréstimos maiores e melhores condições; intervenção do banco central nos mercados de câmbio e recompras de títulos soberanos em dólar. (ECONOMIA UOL,2020) Segundo a própria autarquia, o Banco Central do Brasil, “A maior parte das medidas adotadas pelo BC para fornecer liquidez ao Sistema Financeiro Nacional envolve o uso de recursos privados. Por exemplo, medidas como a liberação de compulsório permitem que os bancos utilizem recursos próprios depositados por eles no BC, aumentando o volume de recursos disponíveis para empréstimos e financiamentos", não só isso, como também diminuiu os requerimentos de liquidez e capital, o que significa dizer que parte dos recursos nas instituições financeiras não sejam emprestados, de certa forma isso é um ponto muito positivo, dado o cenário de incerteza que o mundo se encontra. Envolvendo o uso de recursos públicos, podemos destacar que uma parcela bem pequena das medidas adotadas pelo bacen, foram feitas, a exemplos de empréstimos e compra de ativos, vale ressaltar que antes de realizar essas operações, é realizada uma avaliação muito criteriosa, para se proteger dos riscos, ademais, o BC também adotou algumas medidas por conta desses riscos, as quais vale destaque: limitação de ativos elegíveis, com níveis mínimos de risco; aplicação de preços conservadores; exigência de garantias em volume financeiro superior aos recursos disponibilizados; exigência de garantias adicionais; estabelecimento de limites de operações com contrapartes e estabelecimento de limites de concentração de ativos. Em suma, esses são os critérios que o Banco Central adotou para que o uso dos recursos públicos fossem utilizados. Outras medidas já implementadas Medidas essas já implementadas pelo banco central foram: ● Intervenções nos mercados de câmbio: O Banco Central tem atuado no mercado de câmbio, empregando o seguro oferecido por um estoque de reservas cambiais da ordem de 20% do PIB. Essas operações envolvem leilões de swap cambial, de linha e de spot. O Banco Central continuará utilizando todos os instrumentos à sua disposição para manter a funcionalidade do mercado cambial. ● Linha de swap de liquidez em dólares americanos: O Banco Central estabeleceu uma linha de swap de liquidez em dólares americanos no valor de US$60 bilhões em cooperação com o Federal Reserve (Fed), o banco central dos Estados Unidos. A linha amplia a oferta potencial de dólares no mercado doméstico e não implica condicionalidades de política econômica; caso necessário, poderá ser utilizada para incrementar os fundos disponíveis para as atuações no mercado de câmbio pelo Banco Central. O acordo de swap entre o BC e o FED permanecerá em vigor até 31 de março de 2021. ● Ações com o Tesouro Nacional: Ações coordenadas entre o Banco Central e o Tesouro Nacional têm dado suporte aomercado de títulos públicos. Um exemplo dessa coordenação é a realização, pelo Banco Central, de operações compromissadas de prazo mais longo, com lastro em títulos públicos federais, o que retira uma parte do risco de renda fixa do mercado. Não só essa, como outras diversas medidas monetárias estão sendo tomadas desde o início da pandemia, algumas já em execução e outras não, porém isso só mostra o quanto nossa autarquia vem se mostrando eficiente frente às lutas que o mundo enfrenta por conta da pandemia e. por consequência, essa crise financeira inusitada. 5. Resultados e possíveis ações pós-COVID Dado tudo que já foi exposto no trabalho, pensar em possíveis resultados é um pouco cedo para ter algo concreto e determinado, primeiro porque há indícios que agora que as coisas estão arrefecendo e a economia brasileira está voltando, gradualmente, a seu patamar pré-covid, segundo, dado que os resultados para encontrar uma vacina contra o covid tem se mostrado bastante eficiente em alguns países, segundo o site da BBC, Reino Unido é o 1º país a aprovar imunizante da Pfizer e pode iniciar aplicação em uma semana, o que mostra grandes avanços por parte da ciência e ainda ressalta: As imunizações podem começar dentro de alguns dias para pessoas em grupos prioritários, como idosos e profissionais de saúde. Eles receberão os primeiros estoques da vacina. A imunização em massa de todas as pessoas com mais de 50 anos, bem como de pessoas mais jovens com comorbidades, pode acontecer à medida que mais estoques se tornam disponíveis em 2021. Essa vacina é administrada em duas injeções, com 21 dias de intervalo, sendo a segunda dose um reforço. (BBC,2020) Talvez com a vacina pronta, possamos ter expectativas reais de como isso irá se refletir na economia, mas não só isso, medidas serão tomadas para que o Brasil saia dessa situação, com o menor impacto possível em sua economia e, como já supracitado, o Banco central, juntamente com os órgão responsáveis tem cumprido seu papel de forma singular, mediante às situações da pandemia, um exemplo disso são as medidas monetárias adotadas durante esse período de incertezas e tensões econômicas, ademais, como dito anteriormente, será deveras relevantes no que tange à aceleração da recuperação econômica quando as restrições impostas pela pandemia começarem a enfraquecer. Levando em consideração essa ótica de resultados pós-covid, algo interessante a destacar é a questão do auxílio emergencial que foi uma medida que o governo adotou nesse período de crise sanitária global, que consiste em ser um benefício financeiro destinado a trabalhadores(as) informais, Microempreendedores Individuais (MEI), autônomos(as) e desempregados(as), e tem por objetivo fornecer renda extra emergencial no período de enfrentamento à crise causada pela pandemia do coronavírus. Porém, com às possível redução desse auxílio no final do ano somado ao aumento do desemprego é bastante preocupante, dado que o consumo das famílias é um dos motores do Produto Interno Bruto (PIB), analistas que foram entrevistados pelo jornal Correios Braziliense, dizem que com essa redução do auxílio terá grande impactos nos últimos meses do ano, e o economista chefe do Bradesco, Fernando Honorato, reconhece que o ritmo vai perder força no quarto trimestre porque haverá uma desaceleração na atividade, devendo continuar com taxas modestas nos anos seguintes, especialmente, devido à retração do consumo das famílias: “Está ocorrendo uma retomada cíclica de curto prazo, impulsionada pelo auxílio emergencial, e sua redução terá impacto maior no consumo nos últimos meses do ano”. https://www.gov.br/pt-br/servicos/realizar-registro-como-microempreendedor-individual-mei Considerações Finais Em resumo, conclui-se que a política monetária age principalmente como política de estímulo à demanda em tempos de pandemia, no qual concluiu-se que seus efeitos serão de fato relevantes no que tange à aceleração da recuperação econômica quando as restrições impostas pela pandemia começarem a enfraquecer, porém, devido ao cenário de incertezas no Brasil e no mundo, segundo o Comitê de Política Monetária, seu espaço deve ser pequeno, ademais, baseado no gradualismo e com limitações para o grau de ajuste adicional. No entanto, o BCB segue monitorando o sistema financeiro e a repercussão das medidas tomadas e continuará pronto a identificar tempestivamente a necessidade de ações corretivas, buscando a solidez e a eficiência do sistema. Referências bibliográficas ● ATA DO COPOM. Brasília: Banco Central do Brasil, 229ª Reunião, mar. 2020 ● ATA DO COPOM. Brasília: Banco Central do Brasil, 230ª Reunião, mai. 2020 ● ATA DO COPOM. Brasília: Banco Central do Brasil, 232ª Reunião, ago. 2020 ● ATA DO COPOM. Brasília: Banco Central do Brasil, 224ª Reunião, out. 2020 ● MILAN, Marcelo; DE QUADROS, Bernardo. A Política Monetária e a crise financeira. Economia e Sociedade, Campinas, v. 25, n. 2 (57), p. 341-372, Agosto, 2016. ● Bresser-Pereira, L.C. Financiamento da Covid-19, inflação e restrição fiscal. Revista de Economia Política, vol. 40, nº 4, pp. 604-621, Outubro, 2020. ● BASTOS, Pedro Paulo. Pandemia, emissão de moeda e dívida pública no Brasil: uma contribuição para o debate. Centro de Estudos de Conjuntura e Política Econômica, UNICAMP, Nota do Cecon, n.15, Junho, 2020. ● OLIVEIRA, Ana Luiza et al. A Coronacrise: natureza, impactos e medidas de enfrentamento no Brasil e no mundo. Centro de Estudos de Conjuntura e Política Econômica, UNICAMP, Nota do Cecon, n.9, Março, 2020 ● https://www.remessaonline.com.br/blog/politica-monetaria-2/#:~:text=A%20pol%C3% ADtica%20monet%C3%A1ria%20%C3%A9%20uma,pelo%20Banco%20Central%20 do%20Brasil ● https://www.bbc.com/portuguese/geral-54390838#:~:text=E%20os%20pa%C3%ADs es%20com%20maior,%C3%81frica%20do%20Sul%20(676.084) ● https://www.bcb.gov.br/htms/relinf/port/2002/12/ri200212b5p.pdf ● https://www.bcb.gov.br/acessoinformacao/medidasdecombate_covid19 ● https://www.bcb.gov.br/acessoinformacao/acompanhamento_covid19 ● https://www.bbc.com/portuguese/internacional-55156721 ● https://www.gov.br/pt-br/servicos/solicitar-auxilio-emergencial-de-r-600-covid-19#:~:t ext=O%20Aux%C3%ADlio%20Emergencial%20%C3%A9%20um,pandemia%20do% 20Coronav%C3%ADrus%20%2D%20COVID%2019 ● https://www.brasildefato.com.br/2020/09/30/auxilio-emergencial-reduzido-comeca-a- ser-depositado-nesta-quarta-feira-30#:~:text=Corte%20pela%20metade,da%20desig ualdade%20social%20no%20Brasil ● https://www.correiobraziliense.com.br/economia/2020/11/4891938-reducao-de-auxili o-emergencial-e-alta-do-desemprego-preocupam.html https://www.remessaonline.com.br/blog/politica-monetaria-2/#:~:text=A%20pol%C3%ADtica%20monet%C3%A1ria%20%C3%A9%20uma,pelo%20Banco%20Central%20do%20Brasil https://www.remessaonline.com.br/blog/politica-monetaria-2/#:~:text=A%20pol%C3%ADtica%20monet%C3%A1ria%20%C3%A9%20uma,pelo%20Banco%20Central%20do%20Brasil https://www.remessaonline.com.br/blog/politica-monetaria-2/#:~:text=A%20pol%C3%ADtica%20monet%C3%A1ria%20%C3%A9%20uma,pelo%20Banco%20Central%20do%20Brasil https://www.bbc.com/portuguese/geral-54390838#:~:text=E%20os%20pa%C3%ADses%20com%20maior,%C3%81frica%20do%20Sul%20(676.084)https://www.bbc.com/portuguese/geral-54390838#:~:text=E%20os%20pa%C3%ADses%20com%20maior,%C3%81frica%20do%20Sul%20(676.084) https://www.bcb.gov.br/htms/relinf/port/2002/12/ri200212b5p.pdf https://www.bcb.gov.br/acessoinformacao/medidasdecombate_covid19 https://www.bcb.gov.br/acessoinformacao/acompanhamento_covid19 https://www.bbc.com/portuguese/internacional-55156721 https://www.gov.br/pt-br/servicos/solicitar-auxilio-emergencial-de-r-600-covid-19#:~:text=O%20Aux%C3%ADlio%20Emergencial%20%C3%A9%20um,pandemia%20do%20Coronav%C3%ADrus%20%2D%20COVID%2019 https://www.gov.br/pt-br/servicos/solicitar-auxilio-emergencial-de-r-600-covid-19#:~:text=O%20Aux%C3%ADlio%20Emergencial%20%C3%A9%20um,pandemia%20do%20Coronav%C3%ADrus%20%2D%20COVID%2019 https://www.gov.br/pt-br/servicos/solicitar-auxilio-emergencial-de-r-600-covid-19#:~:text=O%20Aux%C3%ADlio%20Emergencial%20%C3%A9%20um,pandemia%20do%20Coronav%C3%ADrus%20%2D%20COVID%2019 https://www.brasildefato.com.br/2020/09/30/auxilio-emergencial-reduzido-comeca-a-ser-depositado-nesta-quarta-feira-30#:~:text=Corte%20pela%20metade,da%20desigualdade%20social%20no%20Brasil https://www.brasildefato.com.br/2020/09/30/auxilio-emergencial-reduzido-comeca-a-ser-depositado-nesta-quarta-feira-30#:~:text=Corte%20pela%20metade,da%20desigualdade%20social%20no%20Brasil https://www.brasildefato.com.br/2020/09/30/auxilio-emergencial-reduzido-comeca-a-ser-depositado-nesta-quarta-feira-30#:~:text=Corte%20pela%20metade,da%20desigualdade%20social%20no%20Brasil https://www.correiobraziliense.com.br/economia/2020/11/4891938-reducao-de-auxilio-emergencial-e-alta-do-desemprego-preocupam.html https://www.correiobraziliense.com.br/economia/2020/11/4891938-reducao-de-auxilio-emergencial-e-alta-do-desemprego-preocupam.html
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