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Embriologia do Sistema Reprodutor Desenvolvimento das gônadas Determinação do sexo Sexo cromossômico: fecundação Dimorfismo sexual: gene SRY no cromossomo Y ↳ SRY: fator determinante do testículo ↳ Envolve muitos genes, incluindo autossômicos Determina o tipo de gônada Características morfológicas masculinas ou femininas Início do desenvolvimento gonadal: 7ª semana Estágio indiferenciado do desenvolvimento sexual O tipo de gônada formada determina a genitália externa Gônadas São derivadas de: Mesotélio (epitélio mesodérmico ou celomático) ↳ Revestimento da parede abdominal posterior Mesênquima subjacente Células germinativas primordias ↳ Células sexuais indiferenciadas Gônadas indiferenciadas: córtex e medula Surgimento de um par de cristas gonadais ↳ 5ª semana ↳ Saliência gerada pela proliferação do epitélio celomático e do mesênquima subjacente Formação dos cordões gonadais ↳ Cordões epiteliais digitiformes que crescem para dentro do mesênquima ↳ Estão conectados ao epitélio superficial Células germinativas primordiais Origem: epiblasto 3ª semana: residem entre as células endodérmicas da vesícula vitelínica, próximo ao alantoide 4ª semana: migram ao longo do mesentério dorsal do intestino posterior para as cristas gonadais 6ª semana: são incorporadas aos cordões gonadais Influência indutora sobre o desenvolvimento das gônadas em ovários ou testículos Embrião masculino: XY Influência do gene SRY: diferenciação testicular Medula: se diferencia em testículo Córtex: regride Diferenciação sexual masculina ↳ Testosterona e hormônio antimulleriano (HAM) Embrião feminino: XX Vários genes do cromossomo X participam da determinação do sexo Córtex: se diferencia em ovário Medula: regride Independe de hormônios ↳ Ocorre mesmo na ausência dos ovários Desenvolvimento dos testículos Cordões gonadais: Proliferam e penetram na medula Se diferenciam em cordões seminíferos ↳ Desenvolvem-se nos túbulos seminíferos, túbulos retos e rede testicular, formando os testículos Ramificam-se para formar a rede testicular São separados do epitélio superficial pelo desenvolvimento da túnica albugínea 8ª semana: o mesênquima que separa os túbulos seminíferos origina as células de Leydig (intersticiais) Secreção de testosterona e androstenediona ↳ Estimulada pelo HCG ↳ Induzem a diferenciação dos ductos mesonéfricos e da genitália externa Células de Sertoli: células de sustentação Produção de HAM: até a puberdade ↳ Início na 6ª semana ↳ Suprime o desenvolvimento dos ductos paramesonéfricos Derivadas do epitélio de superfície Túbulos seminíferos (cordões testiculares) Não têm luz até a puberdade Suas paredes são compostas por: ↳ Células de Sertoli: sustentam a espermatogênese ↳ Espermatogônias: derivadas das células germinativas primordiais Desenvolvimento fetal tardio Mesotélio: superfície externa dos testículos ↳ Formado quando o epitélio de superfície se achata Rede testicular: torna-se contínua com túbulos mesonéfricos Suspensão do testículo por um mesórquio (mesentério) Desenvolvimento dos ovários Ocorre lentamente Gene determinante dos ovários: WNT4 Cordões gonadais: ocupam a medula do ovário Dissociam-se em conjuntos celulares irregulares Desaparecem e são substituídos por um estroma vascular: formação da medula ovariana Cordões corticais 7ª semana: originam-se do epitélio de superfície Derivados do mesotélio do peritônio Penetram no mesênquima subjacente 3º mês: dividem-se em grupos celulares isolados e se proliferam ↳ Incorporação das células germinativas primordiais ↳ Formação das células foliculares Folículo primordial: ovogônia + células foliculares Formados pelo rompimento dos cordões corticais na 16ª semana Após o nascimento: Não se formam mais ovogônias Túnica albugínea: separa o epitélio de superfície dos folículos no córtex Suspensão do ovário por um mesovário Desenvolvimento dos ductos genitais 5ª e 6ª semanas: 2 pares de ductos genitais Ductos paramesonéfricos: laterais às gônadas Invaginações longitudinais do mesotélio na superfície anterolateral do sulco urogenital Extremidades craniais: abrem-se na cavidade peritoneal Região caudal: passa lateralmente ao ducto mesonéfrico e depois o atravessa ventralmente Aproximam-se um do outro no plano mediano Primórdio uterovaginal: formado pela fusão caudal dos ductos paramesonéfricos Tubérculo do seio: protuberância na parede posterior do seio urogenital ↳ Formado pela projeção do primórdio uterovaginal ↳ Nas mulheres: torna-se o hímen ↳ Nos homens: torna-se o colículo seminal Desenvolvimento de ductos masculinos Estímulo da testosterona Túbulos epigenitais Ligam-se aos cordões da rede testicular Formam os dúctulos eferentes Túbulos paragenitais Não se juntam aos cordões da rede testicular Vestígios: paradídimo (caudal ao ducto eferente) Ductos mesonéfricos: persistem Formam os ductos genitais principais ↳ Exceção: a porção cranial forma o apêndice do epidídimo Formam o epidídimo (ducto epididimal) ↳ Surgem pelo alongamento dos ductos mesonéfricos, que se tornam convolutos Formam o ducto deferente: distal ao epidídimo ↳ Região em que o ducto mesonéfrico adquire um revestimento muscular espesso Ductos paramesonéfricos: degeneram Vestígio: apêndice vesicular do testículo ↳ Pequena porção na extremidade cranial Formam o utrículo prostático: abre-se para a uretra prostática Glândulas genitais masculinas Glândulas seminais Formadas por evaginações laterais da extremidade caudal de cada ducto mesonéfrico Próstata Formada por evaginações do endoderma da parte prostática da uretra Cresce no mesênquima circundante Epitélio glandular: surge das células endodérmicas Estroma e músculo liso: surgem do mesênquima Glândulas bulbouretrais Formadas por evaginações da parte esponjosa da uretra Estroma e músculo liso: surgem do mesênquima Desenvolvimento dos ductos femininos Ductos mesonéfricos: regridem Formam remanescentes não funcionais ↳ Epoóforo: porção cranial do ducto ↳ Paraoóforo: porção caudal do ducto que é encontrada na parede do útero ou da vagina ↳ Pode formar o cisto de Gartner Ductos paramesonéfricos Desenvolvem-se devido à ausência de HAM e de testosterona Presença de estrógenos: produzidos pelos ovários maternos e placenta Formam as tubas uterinas ↳ Surgem a partir das partes craniais não fundidas dos ductos, após a descida dos ovários ↳ Podem formar um apêndice vesicular (hidátide) Formam o primórdio uterovaginal (canal uterino) ↳ Surge a partir da fusão das partes caudais ↳ Origina o útero e a parte superior da vagina ↳ Estroma endometrial e miométrio: derivados do mesênquima esplâncnico Formam o ligamento largo do útero (prega peritoneal) ↳ Fusão dos ductos paramesonéfricos na linha média ↳ Estende-se das porções laterais dos ductos até a parede da pelve ↳ Dividem a cavidade pélvica em: bolsa retouterina e bolsa vesicouterina ↳ Paramétrio: proliferação do mesênquima entre as camadas do ligamento largo Glândulas genitais auxiliares femininas Glândulas uretrais e parauretrais ↳ Formadas por evaginações da uretra para dentro do mesênquima Glândulas vestibulares maiores ↳ Formadas por evaginações do seio urogenital Desenvolvimento da vagina Tubérculo do seio Induz a formação dos bulbos sinovaginais ↳ Par de projeções sólidas do endoderma ↳ Estendem-se a partir do seio urogenital até a extremidade caudal do primórdio uterovaginal Placa vaginal Formada pela fusão dos bulbos sinovaginais ↳ Proliferam, aumentando a distância entre o útero e o seio urogenital Decomposição de suas células centrais: formação da luz da vagina Células periféricas: originam o epitélio da vagina Parede fibromuscular da vagina Deriva do mesênquima circundante Hímen: membrana que separa a luz da vagina da cavidade do seio urogenital Formado pela invaginação da parede posterior do seio urogenital Geralmente se rompe no período perinatal ↳ Permanece como uma fina prega de membrana mucosa no interior do orifício vaginal Origem dupla da vagina Porção superior:primórdio uterovaginal Porção inferior: seio urogenital Desenvolvimento da genitália externa Características sexuais distintas: 9ª semana Diferenciação completa das genitálias externas: 12ª semana Formação das pregas cloacais: 3ª semana Migração das células mesenquimais ao redor da membrana cloacal Cranialmente, formam o tubérculo genital na 4ª semana ↳ Alonga-se, formando o falo primordial Caudalmente, são subdivididas em pregas uretrais e pregas anais ↳ Sulco uretral: limitado pelas pregas uretrais Desenvolvimento das saliências labioescrotais Genitália externa masculina Falo primordial Aumenta e se alonga para formar o pênis Pregas uretrais Formam as paredes laterais do sulco uretral na superfície ventral do pênis Se fundem para formar a uretra esponjosa Placa uretral Proliferação de células endodérmicas que revestem o sulco uretral Se estende da parte fálica do seio urogenital Rafe peniana Formada pela fusão do ectoderma superficial no plano mediano do pênis Confina a uretra esponjosa dentro do pênis Glande Formação de um cordão ectodérmico que cresce na direção da raíz do pênis (4ª mês) ↳ Encontra a uretra esponjosa Recanalização do cordão ectodérmico ↳ Completa a parte terminal da uretra ↳ Move o orifício uretral externo para a extremidade da glande Prepúcio: prega de pele Originado pela decomposição da invaginação circular de ectoderma formada na periferia da glande ↳ 12ª semana Mesênquima do falo: origina o corpo cavernoso e o corpo esponjoso Saliências labioescrotais (protuberâncias genitais) Surgem na região inguinal Crescem e se fundem para formar o escroto ↳ Linha de fusão: rafe/septo escrotal Determinação do sexo fetal por US Confirmação de testículos no escroto ↳ Possível de 22 a 36 semanas Genitália externa feminina Falo primordial É maior do que o masculino durante os estágios iniciais do desenvolvimento Torna-se o clitóris Pregas uretrais Fusionam-se apenas posteriormente para formar o frênulo dos pequenos lábios Partes não fusionadas: formam os pequenas lábios Saliências labioescrotais A maior parte permanece não fusionada Aumentam e formam os grandes lábios Sulco urogenital É aberto e forma o vestíbulo Distúrbios do desenvolvimento sexual Discrepância entre a morfologia das gônadas e a aparência da genitália externa DDS ovotesticular: intersexual gonadal verdadeiro Tecido ovariano e testicular são encontrados na mesma gônada (ovotestículo) ou em gônadas opostas ↳ Não são usualmente funcionais Ovotestículo: formado se a medula e o córtex das gônadas indiferenciadas se desenvolvem Constituição cromossômica ↳ 46, XX: 70% dos casos ↳ Mosaicismo: 46, XX/ 46, XY ↳ 46, XY: 10% dos casos Fenótipo: pode ser masculino ou feminino Genitais externos sempre ambíguos ↳ Grande clitóris ou pênis pequeno DDS 46, XX Resulta da exposição de um feto feminino a androgênios excessivos Virilização da genitália externa ↳ Hipertrofia do clitóris ↳ Fusão parcial dos grandes lábios ↳ Seio urogenital persistente Hiperplasia adrenal congênita (HAC): causa comum ↳ Produção excessiva de androgênios pelas glândulas suprarrenais fetais DDS 46, XY Graus variados de desenvolvimento dos ductos paramesonéfricos ↳ Genitais externos e internos: variados Causa: produção inadequada de testosterona e HAM pelos testículos fetais Síndrome da insensibilidade ao androgênio: 46, XY Mulheres de aparência normal Presença de testículos: abdome ou canais inguinais Genitais externos femininos: pouco desenvolvidos Útero e tuba ausentes ou rudimentares ↳ Inibição dos ductos paramesonéfricos pelo HAM Puberdade ↳ Desenvolvimento normal de mamas e características femininas ↳ Não ocorre a menstruação Resulta de uma resistência à ação da testosterona ↳ Herança recessiva ligada ao X Desenvolvimento comum de tumores testiculares Síndrome de insensibilidade androgênica parcial Genitália externa ambígua Geralmente, há criptorquidia Disgenesia gonadal mista: 46, XX Um testículo em um lado e uma gônada indiferenciada no outro Genitais internos femininos Genitais externos variam: virilização comum Puberdade: não há desenvolvimento de mamas nem menstruação Defeitos na genitália masculina Hipospádia: mais comum Fusão incompleta das pregas uretrais ↳ Aberturas anormais da uretra Resulta da produção inadequada de androgênios pelos testículos fetais e/ou receptores inadequados Pode ocorrer na glande, no pênis, no períneo ou na junção penoescrotal Epispádia: rara A uretra se abre na superfície dorsal do pênis Associada à extrofia da bexiga Urina: expelida na raíz do pênis malformado Agenesia da genitália externa Ausência congênita do pênis ou clitóris Falha no desenvolvimento do tubérculo genital Pênis bífido ou difalia Causados pela formação de 2 tubérculos genitais ou pela divisão de um deles Micropênis Ocorre quando o estímulo androgênico é insuficiente Geralmente causado por hipogonadismo ou hipopituarismo Defeitos uterinos e vaginais Duplicação do útero Falha de fusão dos ductos paramesonéfricos Na maioria dos casos, os indivíduos são férteis Útero bicorno: a duplicação afeta apenas a parte superior do útero ↳ 2 cornos com uma vagina em comum Útero didelfo: o útero é completamente duplicado Ausência de vagina e útero Falhas do desenvolvimento dos bulbos sinovaginais Atresia da vagina Falta de canalização da placa vaginal Hímen imperfurado: mais comum Falha da extremidade inferior da placa vaginal em se perfurar Variações na aparência do hímen são comuns Deslocamento dos testículos e ovários Desenvolvimento dos canais inguinais Canais inguinais Formam caminhos para os testículos descerem da parede abdominal dorsal através da parede abdominal anterior para dentro do escroto Gubernáculo: ligamento (cordão fibroso) Desenvolve-se no polo caudal de cada gônada Passa obliquamente através da parede abdominal anterior Fixa-se caudalmente à superfície interna das saliências labioescrotais ↳ Ancora o testículo ao escroto e dirige sua descida Processo vaginal: evaginação de peritônio Desenvolve-se ventral ao gubernáculo Hernia-se ao longo do caminho formado pelo gubernáculo Carrega extensões das camadas da parede abdominal ↳ Formam as coberturas do canal inguinal, do cordão espermático e dos testículos Descida dos testículos Desenvolvem-se no retroperitônio Está associada: Ao aumento dos testículos e atrofia do mesonefro À atrofia dos ductos paramesonéfricos Ao aumento do processo vaginal É controlada por androgênios Aumento da pressão intra-abdominal resultante do crescimento das vísceras Auxilia a passagem do testículo pelo canal inguinal 26ª semana: início da descida Pode levar de 2 a 3 dias Os testículos passam externos ao peritônio e ao processo vaginal Levam consigo o ducto deferente e os vasos São embainhados pelas extensões das fáscias da parede abdominal 32ª semana: ambos os testículos no escroto Contração do canal inguinal em torno do cordão espermático Período perinatal: obliteração do pedículo de conexão do processo vaginal Formação da túnica vaginal (membrana serosa) Descida dos ovários Descem da região lombar da parede abdominal e se deslocam para a parede lateral da pelve Não passam a pelve Gubernáculo: fixado ao útero Parte cranial: ligamento ovariano Parte caudal: ligamento redondo do útero Processo vaginal É obliterado muito antes do nascimento Correlações clínicas Criptorquidismo (testículos ocultos) Pode ser unilateral ou bilateral Deixam de amadurecer ↳ Falta de desenvolvimento e atrofia Esterilidade comum Aumento do risco de tumores de células germinativas Geralmente estão no canal inguinal Testículos ectópicos Ocorre quando uma parte do gubernáculo passa para uma localização anormal e o testículo o acompanha Hérnia inguinal congênita Processo vaginal persistente ↳ Não fechamento da comunicação entre a túnica vaginal e a cavidade peritoneal Pode ocorrer a herniação de uma alça de intestino para o escroto ou grandes lábios Hidrocele A extremidade abdominal doprocesso vaginal permanece aberta ↳ Passagem do líquido peritoneal para dentro do processo vaginal patente Pode ser escrotal ou do cordão espermático Referências MOORE, K.L. & Persaud, V. Embriologia Básica. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004. Langman Embriologia Médica. 9ª Ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005.
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