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2 0 2 0 . 1 J Ú L I A M O R A I S 1 4 3 ( 2 0 1 9 . 2 ) | 1 EMBRIOLOGIA II AULA 1 – SISTEMA REPRODUTOR Formação do Sistema Reprodutor DESENVOLVIMENTO O desenvolvimento do sistema urinário e reprodutor, estão intimamente relacionados. O sistema urinário é formado primeiro, sendo inicialmente constituído por rins provisórios. O rim pronéfrico é o primeiro órgão excretor a ser formado, não chegando a ser funcional nos humanos. Após sua degeneração, essa função passa a ser realizada pelo rim mesonéfrico, o qual funciona pela maior parte da vida embrionária. O ducto mesonéfrico (Wolff) libera a urina pronéfrica e mesonéfrica. Por último, temos a formação do rim metanéfrico, que será o rim definitivo. Ele começa a se formar a partir dos brotos uretéricos, por onde se mantém ligado ao ducto mesonéfrico. Os rins metanéfricos são estimulados a se desenvolverem pelo blastema metanefrogênico. Inicialmente, ele forma os cálices maiores, em seguida, os cálices menores e túbulos coletores. Esses túbulos coletores estimulam os brotos uretéricos a formarem os néfrons. A cloaca é uma região dividida em duas porções pelo septo uroretal. Uma delas forma o seio urogenital, que dará origem a bexiga, a uretra e o úraco (forma o ligamento vesicoumbilical). O sistema genital e reprodutor é formado pelas camadas do mesoderma intermediário (pronefro, mesonefro e metanefro), mesênquima subjacente (tecido conjuntivo embrionário) e pelas células germinativas primordiais. As células germinativas primordiais saem da parede na cavidade vitelínica, e se dirigem para o retroperitônio do embrião. Lá, elas se deslocam para próximo do epitélio celômico e formam as cristas genitais, as quais darão origem aos ovários ou aos testículos. O epitélio celômico dá origem as células somáticas de sustentação, importantes para o desenvolvimento das células germinativas nas gônadas. Os ductos paramesonéfricos (ductos de Müller), se formam lateralmente aos ductos mesonéfricos, a partir do espessamento de células do epitélio celômico. As extremidades inferiores desses ductos se unem e adentram a cloaca. A partir da 7ª semana, os sistemas masculino e feminino se diferenciam, terminando a fase ambissexual ou bipotencial. As gônadas se formam no mesonefro, caso seja um embrião masculino, temos a formação dos cordões seminíferos. No entanto, se for um embrião feminino, temos a formação dos folículos ovarianos. SISTEMA REPRODUTOR MASCULINO O ducto mesonéfrico constitui o ducto deferente, a parte cranial sofre degeneração, sendo chamada de apêndice epididimal. Enquanto isso, a parte caudal se degenera e deixa um pequeno fragmento chamado de paradídimo. O local próximo a região que será o testículo, forma o epidídimo. Além disso, os ductos eferentes são formados pelos túbulos mesonéfrico epigenitais, para ligar os túbulos seminíferos e a rede testicular ao epidídimo. As glândulas acessórias como, a vesícula seminal, a próstata e glândula bulbouretral, são originadas próxima a junção entre os ductos mesonéfricos e a 2 0 2 0 . 1 J Ú L I A M O R A I S 1 4 3 ( 2 0 1 9 . 2 ) | 2 cloaca. As partes do ducto mesonéfrico entre a vesícula seminal e a cloaca é chamada de ducto ejaculatório. O ducto paramesonéfrico desaparece no homem, restando apenas uma parte dentro da próstata, chamada de utrículo prostático. A próstata é formada pelas células do mesênquima uretral. O testículo é puxado pelo canal inguinal, para a bolsa escrotal, pelo ligamento gubernáculo testicular. Esse processo é auxiliado pelo aumento da pressão abdominal causada pelo desenvolvido dos órgãos. FEMININO Diferente dos homens, o ducto mesonéfrico e suas vesículas perdem a ligação com o ovário, e degeneram. Caso sobre alguma parte da vesícula ou do ducto, poderá ocorrer a formação de cistos ovarianos mesonefricos. Dessa forma, não existem ligações entre as gônadas e o sistema urinário. Os ductos paramesonéfricos se fundem a partir da parte caudal e forma um pequeno tubo, chamado de canal uterovaginal. A parte fundida formará o útero, enquanto uma parte cranial não fundida, será responsável pela formação das tubas uterinas. A extremidade caudal do canal uterovaginal se alonga e puxa o seio urogenital, parte da cloaca, e ocorre a formação de uma fístula entre eles. Com isso, temos a formação do canal vaginal. Portanto, uma parte da vagina será originada do ducto paramesonéfrico e outra do seio urogenital. Uma membrana separa temporariamente o lúmen da vagina e do seio urogenital, posteriormente ela se degenera e deixa um remanescente, o qual chamamos de hímen vaginal. Caso o parasonefrico fique separado ocorre a formação de 2 uteros, útero bicorno (2 colos uterinos), útero bicorno (1 colo uterino), formação de 1 septo intrauterino, septado parcialmente. Além disso, pode ter 1 útero normal, mas a formação de um septo parcial na vagina. Semelhante ao útero de ratos, por exemplo, útero bicorno. Pordemos ter 2 úteros, sendo um deles hipoplásicos, normalmente, fechado. GENITÁLIA EXTERNA O início da formação da genitália externa é parecido em homens e mulheres. A partir da região cloacal temos a formação da placa urogenital, do tubérculo genital e da placa da glande. As pregas urogenitais se formam paralelamente a placa urogenital e se unem ao tubérculo genital, corroborando para formação do sulco urogenital. MASCULINA Nos homens, temos a formação do sulco uretral na placa urogenital e o alongamento do tubérculo genital. O tubérculo genital forma o corpo e a glande do pênis. Já as pregas genitais internas e externas (intumescência labioescrotais) crescem e se unem na linha média, formando a bolsa escrotal. Em seguida, se estendem para a região peniana, formando a uretra peniana. Na região entre o prepúcio e a glande, a uretra masculina é coberta por um ectoderma, o qual servirá de origem para formação da uretra da glande. FEMININA No caso das mulheres, o tubérculo genital não se alonga e as pregas genitais não se fundem. • Ducto mesonéfrico: Origina ducto deferente, epidídimo, ductos eferentes, glândulas acessórias e ducto ejaculatório. • Ducto paramesonéfrico: Degenera. • Ducto mesonéfrico: Degenera. • Ducto paramesonéfrico: Origina útero, tubas uterinas e parte da vagina. 2 0 2 0 . 1 J Ú L I A M O R A I S 1 4 3 ( 2 0 1 9 . 2 ) | 3 O tubérculo genital se inferioriza e forma o clitóris. As pregas genitais internas formam os pequenos lábios, enquanto as pregas genitais externas (intumescências labioescrotais) originam os grandes lábios. ANORMALIDADES • Clitóris aumentado. • Clitóris peniforme: A prega genital externa se funde. • Hipertrofia de clitóris. • Sinéquias de pequenos lábios: As pregas genitais internas permanecem fundidas. • Fimose: Ectoderma entre a glande e o prepúcio não se rompe. • Pênis curvo em criança: Fechamento da prega genital interna. A alta quantidade de colágeno provoca a dobra do pênis. • Micropênis. • Pênis duplo. • Agnesia de pênis: Não tem a formação do pênis e temos a presença de uma fístula entre a uretra e o ânus, para eliminação da urina. • Hipospadias: Não fechamento da prega genital interna. • Epispadia: Fechamento de um lado e abertura do outro. Uretra se abre na parte dorsal do pênis. • Criptoepispádia: A prega genital interna se fecha e o pênis permanece dentro em epispadia. • Cloaca persistente: Sem anus. • Extrofia da cloaca. • Estado intersexual.
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