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3 -ELEMENTOS DO DEMONSTRATIVO DE RESULTADOS

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ELEMENTOS DO DEMONSTRATIVO DE 
RESULTADOS 
Unidade 3 Página inicial
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A principal função de um Demonstrativo de Resultado do Exercício é evidenciar o lucro ou prejuízo da empresa em um determinado período. Entretanto, para que o 
gestor de custos, de posse desse demonstrativo, tenha a condição de entendê-lo e dele retirar o maior número de informações, é necessário que o gestor 
compreenda o que significa cada elemento constante nesse demonstrativo. 
O Demonstrativo de Resultados do Exercício é uma demonstração que apresenta o conjunto de receitas operacionais além dos custos fixos e variáveis da empresa, 
apresentando informações como a Margem de Contribuição e o Lucro Operacional.
Receitas sobre vendas 
É faturamento bruto da empresa realizado no período estabelecido, podendo, de acordo com Ferreira (2007), ser subdivida em:
• Receitas Sobre Vendas à Vista: é o valor faturado no mês com recebimento à Vista.
• Receitas Sobre Vendas a Prazo: é o valor faturado no mês com recebimento a Prazo.
Custos variáveis 
São custos cuja variabilidade são proporcionais ao volume de produção e de vendas da empresa. Quando o volume de produção ou vendas aumenta, os custos 
variáveis aumentam na mesma proporcionalidade e o inverso ocorre quando o volume diminui (IUDICIBUS, 2000). Em uma empresa industrial, os custos variáveis 
podem ser divididos em: 
• Custos Variáveis de Produção: é o registro dos Custos Variáveis que incidiram sobre a Produção no período de análise. Ex. Matéria-prima; Gastos Gerais de 
Fabricação; Prêmio Produtividade; Serviços de Terceiros; Fretes. 
• Custos Variáveis de Vendas: é o registro dos Custos Variáveis que incidiram sobre as Vendas dos produtos da empresa no período. Ex.: ICMS; PIS/ COFINS; 
Fretes sobre as Vendas; Comissões sobre as Vendas. 
• Custo Variável Total : é a soma dos Custos Variáveis de Produção com os Custos Variáveis de Vendas: 
Unidade 3 Página inicial
https://sites.google.com/fabrico.com.br/posgc3/p%C3%A1gina-inicial
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Margem de contribuição (MC) 
Margem de contribuição é a diferença entre receita e custos variáveis e demonstra como cada produto colabora para, primeiro, amortizar os custos fixos e, depois, 
constituir o lucro esperado pela empresa (HORNGREN; SUNDEM; STRATTON, 2004). 
Completa Ferreira (2007): é o resultado da diferença entre a Receita sobre Vendas (à Vista e a Prazo) e os Custos Variáveis Totais. É o montante que sobra da receita 
depois de deduzidos os custos variáveis. Essa quantia é que irá garantir a cobertura do custo fixo e o lucro, após a empresa ter atingido o Ponto de equilíbrio. 
Como análise direta da Margem de Contribuição, de acordo com Ferreira (2007, p. 31), tem-se: 
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Custos fixos 
Para Martins (1995), custos fixos são aqueles que não têm relação direta com o volume de produção, ou seja, seu valor não está relacionado à quantidade de 
produtos ou serviços produzidos ou comercializados. 
São exemplos de Custos Fixos: 
Unidade 3 Página inicial
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Lucro operacional 
O Lucro Operacional demonstra a viabilidade operacional da Empresa. É o resultado da diferença entre a Margem de Contribuição e os Custos Fixos (FERREIRA, 
2007). 
Unidade 3 Página inicial
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O Demonstrativo do Resultado do Exercício, que antes era considerado apenas um demonstrativo contábil exigido por lei, na gestão de custos, se torna um relatório 
gerencial e busca atender às necessidades dos gestores da empresa, ou seja, os usuários internos das empresas. Para atender à legislação vigente e os usuários 
externos, esse demonstrativo deverá se apresentar de uma forma padronizada como é exigido por lei e com a aplicação de outras teorias e conceitos na sua 
elaboração. 
Quadro 1 - Modelo de estrutura gerencial de resultados 
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Fonte: o autor (2013) Unidade 3 Página inicial
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ANÁLISE DO PONTO DE EQUILÍBRIO (BREAK-
EVEN) 
O Ponto de Equilíbrio, conhecido também como Ponto de Ruptura, é a conjunção dos custos totais com as receitas totais. Desse modo, os custos e despesas fixas 
seriam totalmente absorvidos e, a partir daí, a empresa inicia seu retorno do investimento com a obtenção de lucro. 
Segundo Ferreira (2007), o Ponto de Equilíbrio ou break even point, aponta a necessidade mínima de faturamento que a empresa precisa alcançar para fazer face as 
suas despesas operacionais. 
Para Martins (2003, p. 257), o Ponto de Equilíbrio indica a capacidade mínima em que a empresa deve operar para não ter prejuízo. É, portanto, a relação entre o 
volume de vendas e a lucratividade, determinando o nível de vendas necessário para cobrir os custos operacionais. 
Ou ainda, é o ponto em que a empresa se equilibra, servindo também para mostrar a magnitude dos lucros ou perdas da empresa se as vendas ultrapassarem ou 
caírem para um nível abaixo desse ponto. 
Podemos analisar o Ponto do Equilíbrio sob três aspectos: Ponto de Equilíbrio Financeiro, Contábil e Econômico (FERREIRA, 2007, p.37): 
O Ponto de Equilíbrio Financeiro avalia a necessidade mínima de faturamento da empresa sem considerar a depreciação, visto que a depreciação não representa 
uma saída de caixa. 
É o resultado da divisão dos Custos Fixos (CF), menos a depreciação pela Margem de Contribuição (MC), multiplicado pela Receita Sobre Vendas (RSV): 
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Exemplo: 
No exemplo anterior, para que a empresa atinja o equilíbrio financeiro, isto é, faça frente às suas despesas operacionais menos a depreciação, será necessário um 
faturamento de $ 60.000,00. 
O Ponto de Equilíbrio Contábil avalia a necessidade mínima de faturamento da empresa considerando a depreciação do imobilizado. É o resultado da divisão dos 
Custos Fixos totais pela Margem de Contribuição, multiplicado pela Receita Sobre Vendas. 
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Exemplo: 
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No exemplo anterior, para que a empresa atinja o equilíbrio contábil, isto é, faça frente às suas despesas operacionais incluindo a depreciação, será necessário um 
faturamento de $ 66.666,66. 
Vale lembrar que, em qualquer atividade que envolve tomada de decisão, estarão presentes riscos e incertezas. Sendo assim, os resultados esperados de decisões 
sobre o nível mínimo de vendas apontadas pela análise do Ponto de Equilíbrio também estão sujeitos a variações. 
O Ponto de Equilíbrio Econômico avalia a necessidade mínima de faturamento da empresa considerando a depreciação mais a remuneração do Capital dos sócios ou 
acionistas. É o resultado da divisão dos Custos Fixos totais mais o Custo da Oportunidade pela Margem de Contribuição,multiplicado pela Receita Sobre Vendas. 
Neves (1982) considera que o custo de oportunidade representa as oportunidades de remuneração sobre um investimento externo acessível à empresa, sendo assim 
visto como a remuneração de um investimento alternativo que poderia ser obtido pela empresa. 
Para Ferreira (2007, p.41), o custo da Oportunidade corresponde a uma remuneração mínima do capital investido pelos sócios ou acionistas, comparada a uma 
remuneração que seria obtida aplicando esse capital no mercado financeiro (CBD, RDB, Poupança etc.). É o lucro mínimo almejado pelo empresário. 
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Exemplo: 
Calculando CO: 
• Patrimônio Líquido (PL): R$ 400.000,00 
• Remuneração CDB: 2% ao mês 
Calculando: 
CO = PL x Taxa de Aplicação 
CO = 400.000,00 x 2% 
CO = 8.000,00 
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No exemplo acima, para que a empresa atinja o equilíbrio econômico, isto é, faça frente às suas despesas operacionais incluindo a depreciação e remunere seu 
Patrimônio Líquido a uma taxa mínima de atratividade de 2% ao mês, será necessário um faturamento de $ 93.333,33. 
O Ponto de Equilíbrio em Quantidade (PEq) é a quantidade mínima de produtos que a empresa necessita produzir e vender para fazer frente as suas despesas 
operacionais. É o resultado da divisão dos Custos Fixos totais pela Margem de Contribuição Média do mix de produtos fabricados pela empresa. 
Exemplo:
• Preço Venda Médio = 100,00
• Custos Variáveis Totais = 60,00
MC Média = PV (médio) – CVT
MC Média = 100,00 – 60,00
MC Média = 40,00
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No exemplo acima, para que a empresa atinja o equilíbrio em quantidade física, isto é, faça frente as suas despesas operacionais incluindo a depreciação, será 
necessário produzir e vender 500 unidades de seu produto. 
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FORMAÇÃO DE PREÇO 
A fixação dos preços deve refletir os objetivos e estratégias determinadas pela empresa, que por sua vez se orienta pelo mercado para sua fixação, buscando, 
contudo, um valor que “permita a longo prazo o maior lucro possível, possibilite atender as vendas desejadas àquele preço, permita a otimização da capacidade 
produtiva e permita a otimização do capital investido” (IBRACON, 1995, p.25). 
A determinação de preços de vendas sofre a influência de vários fatores, tais como: qualidade, demanda, mercado, tecnologia, poder de compra do consumidor, 
capacidade de produção, custos de fabricação etc. O cálculo do preço de vendas deve ser fundamentado no custo do produto e pode ser representado pela 
expressão: 
Mark-up de custo 
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É um índice que aplicado à matéria-prima utilizada no produto, em caso de empresa industrial ou preço de compra para empresa comercial, que representa o custo 
total do produto. 
Composição do Mark-up de Custo 
• CVP = Custos Variáveis de Produção – matéria-prima ou preço de compra em %
• CVV = Custos Variáveis de Vendas em %
• CF = Custos Fixos em %
Fórmula do mark-up de custo 
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Exemplo: 
Uma indústria de camisetas promocionais recebeu o convite para participar de uma concorrência para atender a um grande evento esportivo na cidade, fornecendo 
as camisetas que serão utilizadas na divulgação desse evento. Devido ao expressivo número de camisetas solicitadas, o gerente comercial precisa apresentar à 
diretoria da empresa o custo unitário da camiseta para tomada de decisão do preço a ser cobrado por item. Para chegar no custo da camiseta, optou pela fórmula do 
Markup, levantando para isto, com o setor contábil, as informações abaixo extraídas do Demonstrativo de Resultados do Exercício (DRE) da empresa: 
CVP =10%
CVV = 18%
CF = 12%
Calculando o mark-up de custo 
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Calculado o Mark-up de Custo, o gerente comercial pode então calcular o custo total do modelo da camiseta, objeto da licitação: 
• Custo da Matéria-prima da Camiseta = $ 32,00 (fornecido pelo Gerente de Produção) 
• Mark-up calculado = 0,60 
Cálculo do custo total da camiseta: 
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Custo = 32,00 / 0,60 
Custo = 53,33 
Mark-up de vendas 
É um índice que, aplicado ao custo da matéria-prima (ficha técnica), fornece sugestão do preço de vendas com o lucro desejado. 
Composição do mark-up de vendas 
• CVP = Custos Variáveis de Produção em % - matéria-prima ou preço de compras.
• CVV = Custos Variáveis de Vendas em %
• CF = Custos Fixos em %
• L = Lucro desejado em %
Fórmula do mark-up de vendas 
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Exemplo: 
Com as informações do custo da camiseta, o gerente comercial junto com a diretoria, utilizando os dados da contabilidade, calcularam o Mark-up de Vendas, 
possibilitando fazerem simulações de preço final da camiseta, trabalhando com a expectativa de lucro para 10% e 12%. 
Dados extraídos do DRE 
• CVP =10% 
• CVV = 18% 
• CF = 12% 
Calculando o mkup de vendas para lucro de 10%: 
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MkupVendas = 0,50
Cálculo do preço de vendas da camiseta para lucro 10% 
• Custo da Matéria-prima da Camiseta = $ 32,00 (fornecido pelo Gerente de Produção)
• Mark-up de vendas calculado = 0,50
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Preço = 32,00 / 0,50 
Preço = 64,00 
Calculando o mark-up de vendas para lucro de 12%: 
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https://sites.google.com/fabrico.com.br/posgc3/p%C3%A1gina-inicial
MkupVendas = 0,48 
Cálculo do preço de vendas da camiseta para lucro 12% 
• Custo da Matéria-prima da Camiseta = $ 32,00 (fornecido pelo Gerente de Produção) 
• Mark-up de vendas calculado = 0,48 
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Preço = 32,00 / 0,48 
Preço = 66,67 
As informações obtidas com as simulações de preços permitirão a empresa decidir com qual das opções (10% ou 12%) participará da concorrência, sem o receio de 
praticar um preço que comprometesse a lucratividade da empresa, bem como decidir com mais tranquilidade qual o preço mínimo a ser praticado, visto que conhece 
o custo total do seu produto $ 53,53. 
A definição do Mark-up de Custos e doMark-up de Vendas propicia a empresa uma ferramenta de gestão que permite orientar os gestores na importante tomada 
de decisão de precificação dos produtos produzidos e/ou comercializados pela organização, garantindo assim o retorno sobre o capital investido. 
Avançar
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