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Resumo 2º mini teste

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4. Produção Conjunta 
4.1 Classificação dos tipos de produção 
 
Quanto à complexidade do processo produtivo: 
 Produção simples – a produção contempla poucas operações de transformação; 
 Produção complexa – a produção contém muitas e diversas operações de 
transformação; 
 
Quanto à estrutura e características do processo produtivo: 
 Produção descontínua (por encomenda ou por lotes) – é possível identificar o 
produto ao longo do processo produtivo, ou seja, num dado momento o produto 
ou está acabado ou está em vias de fabrico, sendo possível acompanhar o seu 
percurso de produção do início ao fim; 
 
 Produção contínua (por fases) – não é possível identificar o produto ao longo do 
processo produtivo, ou seja, num dado momento há produto nas diferentes fases 
de fabrico, não sendo possível acompanhar o percurso de produção de um único 
produto do início ao fim. 
 
Quanto ao número de produtos produzidos: 
 Produção uniforme – do processo produtivo resulta apenas um tipo de produto;7 
 
 Produção múltipla – do processo produtivo resultam vários tipos de produto. 
 
 Produção disjunta – os diferentes produtos obtidos são independentes, ou seja, 
a partir da transformação das matérias-primas obtêm-se vários produtos 
autónomos que podem ser produzidos independentemente uns dos outros; 
 
 Produção conjunta – a produção de um dos produtos implica obrigatoriamente 
a produção dos outros, ou seja, a partir da transformação de uma ou de um 
conjunto de matérias-primas obtêm-se vários produtos interdependentes. 
 
4.2 Caracterização de um regime de Produção Conjunta 
 Fase Conjunta/Custos Conjuntos - Parte do processo produtivo em que os 
produtos não são autónomos. O valor dos recursos consumidos nesta fase do 
processo produtivo são custos conjuntos, uma vez que não são identificáveis com 
nenhum dos produtos finais 
 
 Ponto de Separação - Momento em que os diferentes produtos se separam 
 
 Fase Disjunta/Custos Específicos - Parte do processo produtivo em que os 
produtos já são autónomos. O valor dos recursos consumidos nesta fase do 
processo produtivo são custos específicos pois já são inequivocamente atribuíveis 
a cada produto 
 
4.3. Tipologia de produtos em produção conjunta 
 
 Produtos principais ou co-produtos – constituem o objeto principal da atividade 
da empresa e apresentam maior valor comercial. 
 
 Subprodutos – não constituem o objeto principal da atividade da empresa, sendo 
obtidos por arrastamento da fabricação dos produtos principais e apresentando um 
valor comercial inferior aos produtos principais. 
 
 Resíduos, desperdícios ou refugos – nãos constituem o objeto principal da 
atividade da empresa, podendo ter um valor comercial insignificante ou nulo ou 
originar custos adicionais para a empresa (remoção ou transporte). 
 
 
 
4.4.Critérios de Repartição dos Custos Conjuntos 
 
O principal problema da produção conjunta reside na necessidade de repartição dos 
custos conjuntos pelos vários produtos obtidos, de modo a ser possível determinar o custo 
industrial unitário de cada um deles. Uma vez que os produtos ainda não estão 
individualizados, os custos conjuntos só lhes podem ser atribuídos recorrendo a critérios 
de imputação. 
 
 
4.4.1 Critério de Valorização do Custo Nulo (resíduos) 
 
Racional: Uma vez que os resíduos não são objeto principal do processo produtivo e não 
têm valor comercial, ignoram-se, para efeito de custeio, não lhe sendo atribuído, portanto, 
qualquer parcela dos custos conjuntos. 
 Eventualmente são sujeitos a controlo físico 
 Podem existir, eventualmente, custos específicos com a sua remoção, mas não são 
considerados no valor dos inventários 
 
 
 
 
 
4.4.2. Critério de Valorização do Lucro Nulo (subprodutos) 
 
Racional: Uma vez que os subprodutos, embora não sendo o objeto principal do processo 
produtivo, têm valor comercial relevante, valorizam-se de forma que não afectem o 
resultado. Para isso faz-se com que todos os custos (industriais e não industriais) 
atribuíveis aos subprodutos igualem os Réditos que originam 
 
A quota parte de custos conjuntos industriais a atribuir aos subprodutos resulta da 
diferença entre réditos e custos específicos (industriais e não industriais) 
 
Lucro Nulo » Réditos = C Conj Ind + C Esp Ind + C Esp ñ Ind 
 
C. Conj Ind = Réditos – (C Esp Ind + C Esp ñ Ind) 
 
 
4.4.3. Valoração dos Co-produtos (Produtos principais) 
 
Racional: Os Co-produtos são o objeto principal do processo produtivo e os que 
apresentam maior valor comercial. O seu custo industrial é determinado pela soma dos 
seus custos industriais específicos (da fase disjunta da produção) com uma quota parte de 
dos custos industriais conjuntos (da fase conjunta da produção). Como determinar a quota 
parte de custos conjuntos industriais a atribuir a cada co-produto? 
 
4.4.3.1. Critério da quantidade produzida (QT) 
 
Custos conjuntos são repartidos pelos produtos principais proporcionalmente à 
quantidade produzida. 
 
Desvantagens: 
 Só pode ser aplicado quando os produtos estão expressos na mesma unidade de 
medida; 
 Não atende ao valor comercial dos produtos nem aos seus custos específicos 
industriais e não industriais, logo só é aplicado se estes parâmetros forem semelhantes 
para todos os produtos. 
 
𝐶. 𝐶𝑜𝑛𝑗. 𝐼𝑛𝑑.1 = 
𝐶. 𝐶𝑜𝑛𝑗. 𝐼𝑛𝑑
∑ 𝑄𝑡1
𝑛
𝑡=1
 𝑄𝑡1 
 
 
4.4.3.2. Critério do valor de venda da produção (valor de venda potencial - VVP) 
 
Custos conjuntos são repartidos pelos produtos principais proporcionalmente ao 
valor de venda da produção. 
 
Desvantagem - Não pondera os custos específicos industriais e não industriais de cada 
produto, logo apesar de poder ser aplicado a produtos expressos em unidades de medida 
diferentes e com valor comercial distinto, só é aplicável a produtos com custos específicos 
semelhantes. 
𝐶. 𝐶𝑜𝑛𝑗. 𝐼𝑛𝑑.1 = 
𝐶. 𝐶𝑜𝑛𝑗. 𝐼𝑛𝑑
∑ 𝑄𝑡1
𝑛
𝑡=1 𝑃𝑣1
 𝑄𝑡1𝑃𝑣1 
 
4.4.3.3. Critério do valor de venda da produção no ponto de separação (VVPS) 
 
Custos conjuntos são repartidos pelos produtos principais proporcionalmente ao valor de 
venda da produção no ponto de separação, isto é, valor de venda da produção deduzido 
de todos os custos específicos industriais e não industriais. 
 
Vantagem: Este critério como tem em conta o valor comercial e os custos específicos dos 
produtos pode ser aplicado a quaisquer produtos principais independentemente da 
diferença entre o seu valor comercial ou os seus custos específicos. 
 
𝐶. 𝐶𝑜𝑛𝑗. 𝐼𝑛𝑑.1 = 
𝐶. 𝐶𝑜𝑛𝑗. 𝐼𝑛𝑑
∑ 𝑄𝑡1
𝑛
𝑡=1 𝑃𝑣1 − 𝐶. 𝐸𝑠𝑝1
 𝑄𝑡1𝑃𝑣1 − 𝐶. 𝐸𝑠𝑝.1 
 
 
4.5. Utilidade e limitações da informação proporcionada em regime de 
produção conjunta 
 
A utilização de critérios de repartição de custos conjuntos pelos vários produtos 
surge da necessidade de calcular o custo industrial unitário de cada produto para valorar 
os inventários de produtos e, desse modo, apurar o resultado das empresas. 
Contudo, por serem utilizados critérios de imputação para o fazer a informação 
obtida não permite tomar decisões de gestão relativas a cada produto individualmente 
considerados. 
Assim, decisões de gestão que envolvam a produção têm de considerar a 
globalidade dos produtos produzidos em produção conjunta uma vez que os diferentes 
produtos não podem ser produzidos sem que se produzam os restantes. 
 
 
5. Custos Diretos e Custos Indiretos 
 
 
Os custos podem ser diretos ou indiretos de acordo com a sua relação com o objeto 
de custeio 
 
5.1. Custos Diretos Aqueles que são exclusiva e especificamente de determinado objeto de custeio 
 Não ocorreriam se o objeto de custeio não existisse 
 Podem ser “traced” ao objeto de custeio de um modo economicamente viável 
Exemplo: MD e a MOD na determinação do Custo Industrial dos Produtos 
 
 
5.2. Custos Indiretos 
 São os custos que são comuns à obtenção de diversos objetos de custeio e que não 
podem ser afetos diretamente ao seu custo individual 
 Não podem ser “traced” ao objeto de custeio de um modo economicamente viável 
 São necessários critérios de repartição para distribuir os custos indiretos pelos 
objetos de custeio 
Exemplo: Algumas componentes dos GGF na determinação do Custo Industrial dos 
Produtos 
 
 
Como existem múltiplos objetos de custeio, é possível que determinada natureza de 
custo seja classificada como custo direto para um objeto de custeio e como custo indireto 
se for considerado outro objeto de custeio. 
 
Normalmente, para a obtenção de um determinado objeto de custeio concorrem 
recursos facilmente identificáveis (custos diretos) e recursos não facilmente identificáveis 
(custos indiretos) com esse objeto de custeio 
 
Para atribuir os custos diretos aos objetos de custeio, basta identificar as quantidades 
de recursos utilizados e determinar o seu valor através dos respetivos preços – Há uma 
clara relação causa-efeito. 
Uma vez que os custos indiretos são recursos que concorrem para a obtenção de 
diferentes objetos de custeio, não se sabe exactamente em que medida concorrem para a 
obtenção de cada um – Não há uma clara relação causa-efeito. 
 
Logo, a única forma de os atribuir é recorrer a critérios de repartição. 
 
5.3 Critérios de repartição dos custos indiretos 
A única forma de atribuir os custos indiretos é recorrer a critérios de repartição. 
Isto implica identificar uma grandeza, a base de imputação, que tenha uma relação direta 
com o objeto de custeio e que verifique uma correlação razoável com o total dos custos 
indiretos, de modo a que a imputação seja feita com o maior rigor possível. Quanto mais 
a correlação entre o total dos custos indiretos e a base de imputação, maior o rigor na 
imputação 
Quando os custos indiretos são constituídos por uma (ou poucas) naturezas de 
custos, é mais fácil encontrar uma base de imputação com a qual verifiquem uma 
correlação razoável. 
 
Quando os custos indiretos são constituídos por muitas e diferentes (heterogéneas) 
naturezas de custos, é mais difícil encontrar uma base de imputação com a qual todas as 
naturezas de custo verifiquem uma correlação razoável. 
 
5.3.1. Critério de Base Única 
 
Consiste em repartir a totalidade dos custos indiretos por diferentes objetos de custeio em 
função de (proporcionalmente a) uma única base de imputação 
 
Este critério proporciona uma adequada repartição dos custos indiretos se e só se estes 
forem constituídos por poucas e homogéneas naturezas de recursos e estes verificarem 
uma razoável correlação com a base de imputação. 
 
 
5.3.2. Critério da base múltipla 
 
Consiste em segmentar os custos indiretos em subgrupos de características comuns para 
cada um dos quais se adota uma base de imputação diferente e adequada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
6. Método das Secções Homogéneas 
 
A necessidade de informação para gestão das empresas determina que os 
gastos/custos devam ser identificados simultaneamente por natureza, por função, pelos 
diferentes objetos de custeio e pela estrutura organizativa. A necessidade deste último 
tipo prende-se com a necessidade de controlar os custos dos diferentes segmentos 
organizacionais, comparando-os com a atividade que cada um deles produz. 
 
Método das Secções – metodologia de organização da informação interna que tem 
por base a divisão da empresa em segmentos organizacionais relativamente aos quais se 
determinam os custos de funcionamento, procedendo-se posteriormente à sua imputação 
aos objetos de custeio. Este método tem por objetivos: 
 
 Melhor determinação dos custos dos produtos ou serviços, com vista a um melhor 
cálculo do resultado e a produzir informação de apoio à decisão; 
 Dispor de informação pela estrutura organizativa com vista a possibilitar a 
responsabilização e o controlo; 
 Compatibilização entre as vantagens de dispor de determinada informação e os 
custos inerentes à mesma (custos de pormenorização). 
 
Os custos de funcionamento da estrutura industrial equivalem aos custos de 
transformação, pelo que este método permite imputar os custos indiretos industriais pelo 
método da base múltipla (os custos indiretos de cada secção são um subgrupo e para cada 
um usa-se uma base de imputação diferente). 
 
6.1. Centros de responsabilidade: 
 
 Centros de resultados 
 Centros de investimento 
 Centros de custo – forma de Centro de Responsabilidade em que o responsável 
apenas tem poder de decisão sobre os recursos utilizados no processamento da 
atividade, correspondendo aos órgãos funcionais mais elementares das 
organizações, onde se desenvolvem as atividades e se consomem os recursos. 
 
6.1.2. Secção homogénea – centro de custo que verifica três condições: 
 
 A atividade desenvolvida tem características idênticas, ou seja, é homogénea; 
 Existe formalmente um responsável; 
 Estão definidas unidades de medida que permitem imputar os custos (aos 
utilizadores da atividade) e controlar os custos: 
 Unidade de obra (U.O.) – unidade de medida da atividade processada 
numa secção que serve, simultaneamente, para imputar os custos dessa 
secção aos utilizadores da atividade e para custear e controlar a atividade 
dessa secção. 
 Unidade de imputação (U.i.) – unidade de medida que permite que os 
custos das secções sejam imputados aos utilizadores da atividade de cada 
secção; 
 Unidade de custeio (U.c.) – unidade de medida que permite custear e 
controlar os custos das secções, permitindo comparações. 
 
Caso não seja possível numa secção identificar uma unidade de medida que sirva, em 
simultâneo, os dois objetivos, terão de se identificar duas unidades de medida diferentes: 
 Unidade de Imputação (para imputar) 
 Unidade de Custeio (para custear e controlar) 
 
Normalmente, em secções com custos variáveis a unidade em que se expressa a 
atividade serve para os dois objetivos e, portanto, é uma unidade de obra. Em secções 
com custos predominantemente fixos e/ou em que não exista uma atividade homogénea, 
não é possível identificar uma métrica que sirva para os dois objetivos existindo unidade 
de imputação e unidade de custeio. 
 
6.2. Tipos de secções 
 
 Secções de Aprovisionamento 
 
Armazéns de matérias e de produtos acabados e semiacabados, tratando-se 
predominantemente de custos fixos que devem ser repartidos pelos bens armazenados e 
cuja imputação vai depender do sistema de custeio adotado e do critério de repartição 
definido; 
 
 Secções Industriais: 
 
 Secções principais – atividade da secção é utilizada diretamente no fabrico dos 
produtos/serviços; 
 
 Secções auxiliares – atividade da secção é utilizada por outras secções ou 
engloba custos comuns a toda a função de produção, cujo montante não 
justifica a discriminação por secções. Estas podem ter prestações recíprocas, 
isto é, cederem atividade entre si. 
 
 
 
 
 
 
 
6.3. Apuramento do custo das secções 
 
Os custos de funcionamento de cada secção são: 
 
Custos diretos – aquisições da secção de bens e serviços ao exterior: FSE, remunerações, 
encargos sociais, depreciações, seguros, consumo de matérias subsidiárias, … 
 
Reembolsos– valorização, a preço de custo, das prestações de serviços das secções 
auxiliares aos respetivos utilizadores (outras secções). 
𝑈. 𝑂. = 
𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙
𝐴𝑡𝑖𝑣𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒
 
𝑈. 𝐼. = 
𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙
𝐵𝑎𝑠𝑒 𝑑𝑒 𝐼𝑚𝑝𝑢𝑡𝑎çã𝑜
 
𝑈. 𝐶. =
𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙
𝑁º 𝑑𝑒 𝑑𝑖𝑎𝑠
 
 
6.4. Imputação do custo das secções 
 
 Os custos relativos às secções auxiliares são imputados às secções utilizadoras da 
sua atividade 
 Os custos inerentes às secções principais são repercutidos no apuramento do custo 
dos produtos/serviços proporcionalmente à atividade de cada secção despendida 
na produção de cada produto. 
 Os gastos das secções de aprovisionamento são imputados aos bens 
aprovisionados. 
 
6.5 Imputação dos custos de armazenagem 
 
Custos de aprovisionamento – valores dos recursos utilizados na aquisição e 
armazenamento de bens físicos, não incluindo o custo dos bens armazenados e sendo 
maioritariamente fixos. 
 Secções de Distribuição – função comercial; 
 Secções Administrativas – função administrativa; 
 Secção de Investigação e Desenvolvimento – função de investigação e 
desenvolvimento 
Custos correspondem a gastos da estrutura refletidos na Demonstração 
de Resultados por Funções 
Por uma questão de simplicidade os custos de armazenagem são imputados ou em 
função da quantidade ou em função do valor, podendo ser imputado às entradas ou às 
saídas: 
 Imputação dos custos de armazenagem às entradas – quando se verifica, ao longo 
dos meses, uma entrada mais regular no aprovisionamento do que nos 
consumos/vendas; 
 Imputação dos custos de armazenagem às saídas – quando os consumos/vendas 
são mais regulares do que as entradas. 
 
 
 
6.5.1. Armazém de Matérias (AMP) 
 
6.5.1.2 Imputação às entradas – compras de matérias 
 
Custo da Compra = Custo Interno + Custo Externo 
 
Custo externo – valor de aquisição das matérias. 
 
Custo interno – imputação dos custos de armazenagem e/ou secções de preparação das 
matérias: 
 Se a base de imputação for a quantidade comprada: 
 Custo interno = Quant. Comprada * U.I. AMP 
 𝑈. 𝐼. 𝐴𝑀𝑃 =
𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 𝐴𝑀𝑃
∑ 𝑑𝑎𝑠 𝑞𝑢𝑎𝑛𝑡𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒𝑠 𝑐𝑜𝑚𝑝𝑟𝑎𝑑𝑎𝑠
 
 
 Se a base de imputação for o valor das compras: 
 
 Custo interno = Custo Externo * U.I. AMP 
 𝑈. 𝐼. 𝐴𝑀𝑃 =
𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 𝐴𝑀𝑃
∑ 𝑑𝑜 𝑐𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑒𝑥𝑡𝑒𝑟𝑛𝑜 𝑑𝑎𝑠 𝑐𝑜𝑚𝑝𝑟𝑎𝑠
 
Ao utilizar este critério alguns dos custos de armazenagem do período podem não 
ser incorporados no seu custo de produção (se matérias compradas não forem todas 
consumidas). 
 
 
6.5.1.3. Imputação às saídas – consumos de matérias 
 
Ao contrário da imputação às compras, neste caso os custos de armazenagem não afetam 
o valor das existências em armazém. 
 
 Se a base de imputação for a quantidade consumida: 
 𝑈. 𝐼. 𝐴𝑀𝑃 =
𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 𝐴𝑀𝑃
∑ 𝑑𝑎 𝑞𝑢𝑎𝑛𝑡𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑐𝑜𝑚𝑠𝑢𝑚𝑖𝑑𝑎
 
 
 Se a base de imputação for o valor dos consumos: 
 𝑈. 𝐼. 𝐴𝑀𝑃 =
𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 𝐴𝑀𝑃
∑ 𝑑𝑜 𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑑𝑜𝑠 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜𝑠
 
 
Em ambas as situações, o custo de armazenagem a imputar a cada produto 
fabricado será incluído no mapa dos custos de produção como custo de transformação. 
 
 
6.5.2.Armazém de Produtos Acabados (APA) 
 
6.5.2.1. Imputação às entradas – produção 
 
 Custo APA (prod x) = Quant, produzida de x * U.I. APA 
 
 𝑈. 𝐼. 𝐴𝑃𝐴 =
𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 𝐴𝑃𝑎
∑ 𝑞𝑢𝑎𝑛𝑡𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒𝑠𝑝𝑟𝑜𝑑𝑢𝑧𝑖𝑑𝑎𝑠
 
O custo de armazenagem a imputar a cada produto fabricado será incluído no mapa 
dos custos de produção como custo de transformação. 
 
 
6.5.2.2. Imputação às saídas – venda 
 
Se o armazém se encontrar na dependência funcional da produção, deverá ser 
considerado na demonstração dos resultados por funções como parte do custo das vendas. 
Caso se encontre na dependência funcional da distribuição, deverá ser considerado na 
demonstração dos resultados por funções como um gasto de distribuição. 
 
 Se a imputação for à quantidade vendida: 
 𝑈. 𝐼. 𝐴𝑃𝐴 =
𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 𝐴𝑃𝐴
∑ 𝑞𝑢𝑎𝑛𝑡𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒𝑠 𝑣𝑒𝑛𝑑𝑖𝑑𝑎𝑠
 
 
 𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 𝐴𝑃𝐴 (𝑝𝑟𝑜𝑑 𝑥) = 𝑄𝑢𝑎𝑛𝑡. 𝑣𝑒𝑛𝑑𝑖𝑑𝑎 𝑑𝑒 𝑥 ∗ 𝑈. 𝐼. 𝐴𝑃𝐴 
 
 Se a imputação for feita ao valor de venda: 
 𝑈. 𝐼. 𝐴𝑃𝐴 =
𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 𝐴𝑃𝐴
𝑉𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝑑𝑒 𝑣𝑒𝑛𝑑𝑎𝑠
 
 
 𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 𝐴𝑃𝐴 (𝑝𝑟𝑜𝑑 𝑥) = 𝑣𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝑑𝑒 𝑣𝑒𝑛𝑑𝑎𝑠 𝑑𝑒 𝑥 ∗ 𝑈. 𝐼. 𝐴𝑃𝐴 
 
 
 
7. Método de Apuramento do Custo Industrial: Método Direto e Método 
Indireto 
 
A determinação do custo dos produtos e dos serviços é condicionada pelas características 
do processo de produção de bens e de prestação de serviços. Deste modo podem ser 
distinguidas duas formas de produção: 
 
 Produção descontínua, por encomenda ou por obra: 
o Produção de unidades ou lotes de unidades específicas; 
o O produto acabado é identificável ao longo do processo produtivo; 
o A duração do processo produtivo pode abranger vários períodos de tempo; 
o Num determinado momento o produto ou está acabado ou está em vias de 
fabrico. 
 
 Produção contínua, por processo ou para inventário: 
o Produção permanente do produto; 
o A produção é para inventário; 
o O produto acabado não é identificável ao longo do processo produtivo; 
o O processo produtivo pode ter diferentes fases e, em cada uma, originar 
semi-produtos que são matérias para a fase seguinte; 
o Num determinado momento, o processo produtivo tem produtos nas 
diferentes fases do processo; 
o A produção em vias de fabrico é determinada no fim de cada período 
contabilístico, por medição direta. 
 
7.1. Método Direto 
 
O Método Direto de determinação do custo industrial utiliza-se para processos de 
produção por encomenda 
 
 A acumulação dos custos é feita por ordens de produção nas fichas de obra, 
durante todo o período de produção. Inicia-se quando o produto começa e ser 
produzido e termina quando da conclusão. 
 
 A produção em vias de fabrico é avaliada pelo saldo da folha de obra, enquanto o 
produto não está acabado 
 
 
 
7.1.2. Apuramento do custo dos produtos/serviços 
 
 
7.2.Método Indireto 
 
O Método Indireto de determinação do custo industrial utiliza-se para processos 
de produção por contínua 
 A acumulação dos custos é feita por períodos de tempo (normalmente o mês). No 
fim do período divide-se os custos acumulados pelo número de unidades 
produzidas, pelo que o custo unitário obtido é um custo médio. 
 
 Nunca se conhece o custo exato de uma determinada unidade de produto acabado 
 
 A produção em vias de fabrico é determinada, no fim do período, por medição 
direta e é-lhe atribuído o valor equivalente à percentagem de acabamento. 
(Método das Unidades Equivalentes) 
 
7.2.1. Apuramento dos custos dos produtos/serviços 
 
 
 
7.3. Método das Unidades Equivalentes 
Em processos de produção contínua a quantidade de produção não acabada só se 
pode conhecer por inventariação direta (medição). No entanto, este tipo de inventariação 
é difícil já que obriga a parar a fábrica, obrigado a estimativas. 
As características deste processo de produção levam a que possa existir produção 
não acabada em diferentes fases de acabamento que correspondem a determinada 
percentagem relativamente ao produto acabado. 
 
Num mês: 
 
Mas é necessário transformar as unidades de produção em vias de fabrico em 
unidades equivalentes de produto acabado, recorrendo às percentagens de acabamento. 
 
Assim, para determinaro CIPA temos de: 
 Acumular os custos industriais do mês (CIP); 
 Medir a produção em vias de fabrico no fim do mês; 
 Identificar o seu grau de acabamento; 
 Calcular a produção do mês em unidades equivalentes; 
 Calcular o custo unitário das unidades equivalentes produzidas no mês: 
𝐶𝐼𝑃 𝑑𝑜 𝑚ê𝑠
𝑃. 𝐴. −𝐼𝑛𝑣. 𝐼𝑛. 𝑃𝑉𝐹 + 𝐼𝑛𝑣. 𝐹𝑖𝑛. 𝑃𝑉𝐹
 
 Valorar os inventários finais de produção em vias de fabrico, utilizando o custo 
da unidade equivalente do mês tendo em consideração o critério valorimétrico; 
 Determinar o CIPA: 𝐶𝐼𝑃𝐴 = 𝐶𝐼𝑃 + 𝐼𝑛𝑣. 𝐼𝑛. 𝑃𝑣𝑓 − 𝐼𝑛𝑣. 𝐹𝑖𝑛. 𝑃𝑉𝐹 
 
 
 
 
 
 
 
 
8. Método ABC: Activity-Based Costing 
 
É desenvolvido na década de 80 nos EUA por Cooper e Kaplan, em associação com 
a Harvard Business School, e pelo Computer Aided Manufacturing International (CAM-
I). 
O seu objetivo era melhorar o processo de imputação dos custos indiretos aos 
produtos e serviços. Sendo desenvolvido para fazer face às limitações dos sistemas 
tradicionais de apuramento de custos que se tornaram evidentes na 2ª metade do século 
XX. Nesta altura surgiu um novo ambiente de negócios com tecnologias e métodos 
sofisticados de produção, com mais concorrência e com um acréscimo do nível de 
exigência dos clientes. 
Neste ambiente as organizações passaram a produzir produtos mais complexos e 
a desenvolver atividades que, no passado, eram pouco relevantes, mas que agora se 
tornaram cruciais para a sua sobrevivência e sucesso (controlo que qualidade, marketing, 
I&D, …). 
Deste modo, os custos diretos deixaram de ter um peso tão significativo na 
estrutura de custos das organizações como tinham antes, em detrimento do aumento do 
peso dos custos indiretos (que não variam com variações de volume de outputs). 
Os sistemas tradicionais de imputação de custos baseiam-se no pressuposto de que 
os custos indiretos são causados pela produção e pelas vendas. Este pressuposto tem vindo 
a conduzir a que os custos de muitos produtos e serviços sejam erradamente calculados e 
conduzam os gestores a tomarem decisões potencialmente prejudiciais às organizações. 
Assim, nas décadas de 80 e 90 este método foi difundido exaustivamente como 
um instrumento de excelência para calcular corretamente os custos dos produtos (1ª fase 
de desenvolvimento). 
Críticas que lhe foram colocadas fizeram com que a abordagem deixasse de estar 
tão focalizada no cálculo do custo dos produtos, para passar a ser difundida como um 
instrumento de auxílio aos gestores na tomada de decisões e na compreensão das causas 
dos custos das organizações (2ª fase de desenvolvimento). 
ABC – método que mede o custo das atividades e objetos de custeio através da 
alocação de custos indiretos a atividades e da atribuição os custos das atividades a objetos 
de custeio. 
 
8.1. Implementação de um sistema ABC 
 
1. Identificar as várias atividades que ocorrem numa organização 
2. Identificar os recursos necessários à realização das atividades 
3. Identificar os indutores de custo dos recursos (resource cost drivers) e alocar os 
recursos às atividades 
4. Selecionar os indutores de custo das atividades (activity cost drivers) e alocar as 
atividades aos objetos de custeio 
 
 
Atividade – conjunto de operações elementares necessárias à concretização de uma tarefa 
para a realização dos objetivos das diversas funções existentes nas organizações. 
 
Cost drivers – bases de imputação que visam medir o volume de trabalho e esforço 
subjacente à realização das atividades, permitindo avaliar o seu nível de uso pelos objetos 
de custeio. A escolha da sua natureza está dependente do custo de se medirem as 
quantidades que lhe estão associadas, do seu nível de correlação com o consumo da 
atividade pelo objeto de custeio e do comportamento que induz. A escolha do número de 
cost drivers depende do nível de rigor que se pretende atingir, do uso de cost drivers 
imperfeitamente correlacionados, do grau de diversidade dos produtos fabricados e dos 
seus volumes de produção 
 
 
8.2. Tipos de atividades 
 
Atividades associadas ao volume de outputs (unit-level activities) – recursos são 
consumidos e usados sempre que uma unidade de output adicional é produzida/vendida. 
 
Atividades associadas ao número de lotes (batch-level activities) – recursos são 
independentes do número de unidades fabricadas no lote de produção, dependendo do 
número de lotes fabricados. 
 
Atividades associadas às linhas de produtos (product-sustaining activities) – são 
intrínsecas a determinados produtos e serviços específicos, dependendo das linhas de 
produtos e não do volume de produção/venda. 
 
Atividades sustentadoras do negócio (facility-sustaining activities) – são intrínsecas à 
realização do negócio, sendo os seus custos alocados aos objetos de custeio de forma 
totalmente arbitrária. 
 
O principal aperfeiçoamento que a metodologia ABC veio introduzir prende-se com a 
mais correta imputação dos custos das atividades batch-level e produt-sustaining através 
e outros cost drivers que não os baseados no volume de output. 
 
8.3. Diferenças entre o método ABC e o das Secções Homogéneas 
 
Os custos indiretos considerados no sistema ABC podem ser de natureza industrial 
ou não industrial, enquanto o método tradicional apenas reparte pelos centros de custo os 
custos industriais. 
 
As bases de imputação utilizadas no ABC são mais complexas do que as tradicionais, 
permitindo estabelecer mais fácil e rigorosamente relações de causa efeito entre o 
consumo dos recursos e os objetos de custeio. 
 
As secções (centros de custos), cuja existência é uma das características centrais do 
método das secções, são substituídas por atividades no método ABC. Isto permite que 
sejam constituídos pools de custos mais homogéneos e consequentemente uma maior 
correção na sua atribuição aos objetos de custeio. 
 
8.4. Vantagens do método ABC 
 
 Maior rigor nos custos dos objetos de custeio 
 Melhor compreensão do uso dos recursos 
 Identificação das atividades que criam valor 
 Aumento da comunicação interna 
 
8.5. Dificuldades no método ABC 
 
 Atividades nem sempre são identificáveis com facilidade 
 Cost drivers adequados são difíceis de definir 
 Muito oneroso na implementação e no funcionamento 
 Não substituem a necessidade de continuar a apurar os custos pela estrutura

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