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4. Produção Conjunta 4.1 Classificação dos tipos de produção Quanto à complexidade do processo produtivo: Produção simples – a produção contempla poucas operações de transformação; Produção complexa – a produção contém muitas e diversas operações de transformação; Quanto à estrutura e características do processo produtivo: Produção descontínua (por encomenda ou por lotes) – é possível identificar o produto ao longo do processo produtivo, ou seja, num dado momento o produto ou está acabado ou está em vias de fabrico, sendo possível acompanhar o seu percurso de produção do início ao fim; Produção contínua (por fases) – não é possível identificar o produto ao longo do processo produtivo, ou seja, num dado momento há produto nas diferentes fases de fabrico, não sendo possível acompanhar o percurso de produção de um único produto do início ao fim. Quanto ao número de produtos produzidos: Produção uniforme – do processo produtivo resulta apenas um tipo de produto;7 Produção múltipla – do processo produtivo resultam vários tipos de produto. Produção disjunta – os diferentes produtos obtidos são independentes, ou seja, a partir da transformação das matérias-primas obtêm-se vários produtos autónomos que podem ser produzidos independentemente uns dos outros; Produção conjunta – a produção de um dos produtos implica obrigatoriamente a produção dos outros, ou seja, a partir da transformação de uma ou de um conjunto de matérias-primas obtêm-se vários produtos interdependentes. 4.2 Caracterização de um regime de Produção Conjunta Fase Conjunta/Custos Conjuntos - Parte do processo produtivo em que os produtos não são autónomos. O valor dos recursos consumidos nesta fase do processo produtivo são custos conjuntos, uma vez que não são identificáveis com nenhum dos produtos finais Ponto de Separação - Momento em que os diferentes produtos se separam Fase Disjunta/Custos Específicos - Parte do processo produtivo em que os produtos já são autónomos. O valor dos recursos consumidos nesta fase do processo produtivo são custos específicos pois já são inequivocamente atribuíveis a cada produto 4.3. Tipologia de produtos em produção conjunta Produtos principais ou co-produtos – constituem o objeto principal da atividade da empresa e apresentam maior valor comercial. Subprodutos – não constituem o objeto principal da atividade da empresa, sendo obtidos por arrastamento da fabricação dos produtos principais e apresentando um valor comercial inferior aos produtos principais. Resíduos, desperdícios ou refugos – nãos constituem o objeto principal da atividade da empresa, podendo ter um valor comercial insignificante ou nulo ou originar custos adicionais para a empresa (remoção ou transporte). 4.4.Critérios de Repartição dos Custos Conjuntos O principal problema da produção conjunta reside na necessidade de repartição dos custos conjuntos pelos vários produtos obtidos, de modo a ser possível determinar o custo industrial unitário de cada um deles. Uma vez que os produtos ainda não estão individualizados, os custos conjuntos só lhes podem ser atribuídos recorrendo a critérios de imputação. 4.4.1 Critério de Valorização do Custo Nulo (resíduos) Racional: Uma vez que os resíduos não são objeto principal do processo produtivo e não têm valor comercial, ignoram-se, para efeito de custeio, não lhe sendo atribuído, portanto, qualquer parcela dos custos conjuntos. Eventualmente são sujeitos a controlo físico Podem existir, eventualmente, custos específicos com a sua remoção, mas não são considerados no valor dos inventários 4.4.2. Critério de Valorização do Lucro Nulo (subprodutos) Racional: Uma vez que os subprodutos, embora não sendo o objeto principal do processo produtivo, têm valor comercial relevante, valorizam-se de forma que não afectem o resultado. Para isso faz-se com que todos os custos (industriais e não industriais) atribuíveis aos subprodutos igualem os Réditos que originam A quota parte de custos conjuntos industriais a atribuir aos subprodutos resulta da diferença entre réditos e custos específicos (industriais e não industriais) Lucro Nulo » Réditos = C Conj Ind + C Esp Ind + C Esp ñ Ind C. Conj Ind = Réditos – (C Esp Ind + C Esp ñ Ind) 4.4.3. Valoração dos Co-produtos (Produtos principais) Racional: Os Co-produtos são o objeto principal do processo produtivo e os que apresentam maior valor comercial. O seu custo industrial é determinado pela soma dos seus custos industriais específicos (da fase disjunta da produção) com uma quota parte de dos custos industriais conjuntos (da fase conjunta da produção). Como determinar a quota parte de custos conjuntos industriais a atribuir a cada co-produto? 4.4.3.1. Critério da quantidade produzida (QT) Custos conjuntos são repartidos pelos produtos principais proporcionalmente à quantidade produzida. Desvantagens: Só pode ser aplicado quando os produtos estão expressos na mesma unidade de medida; Não atende ao valor comercial dos produtos nem aos seus custos específicos industriais e não industriais, logo só é aplicado se estes parâmetros forem semelhantes para todos os produtos. 𝐶. 𝐶𝑜𝑛𝑗. 𝐼𝑛𝑑.1 = 𝐶. 𝐶𝑜𝑛𝑗. 𝐼𝑛𝑑 ∑ 𝑄𝑡1 𝑛 𝑡=1 𝑄𝑡1 4.4.3.2. Critério do valor de venda da produção (valor de venda potencial - VVP) Custos conjuntos são repartidos pelos produtos principais proporcionalmente ao valor de venda da produção. Desvantagem - Não pondera os custos específicos industriais e não industriais de cada produto, logo apesar de poder ser aplicado a produtos expressos em unidades de medida diferentes e com valor comercial distinto, só é aplicável a produtos com custos específicos semelhantes. 𝐶. 𝐶𝑜𝑛𝑗. 𝐼𝑛𝑑.1 = 𝐶. 𝐶𝑜𝑛𝑗. 𝐼𝑛𝑑 ∑ 𝑄𝑡1 𝑛 𝑡=1 𝑃𝑣1 𝑄𝑡1𝑃𝑣1 4.4.3.3. Critério do valor de venda da produção no ponto de separação (VVPS) Custos conjuntos são repartidos pelos produtos principais proporcionalmente ao valor de venda da produção no ponto de separação, isto é, valor de venda da produção deduzido de todos os custos específicos industriais e não industriais. Vantagem: Este critério como tem em conta o valor comercial e os custos específicos dos produtos pode ser aplicado a quaisquer produtos principais independentemente da diferença entre o seu valor comercial ou os seus custos específicos. 𝐶. 𝐶𝑜𝑛𝑗. 𝐼𝑛𝑑.1 = 𝐶. 𝐶𝑜𝑛𝑗. 𝐼𝑛𝑑 ∑ 𝑄𝑡1 𝑛 𝑡=1 𝑃𝑣1 − 𝐶. 𝐸𝑠𝑝1 𝑄𝑡1𝑃𝑣1 − 𝐶. 𝐸𝑠𝑝.1 4.5. Utilidade e limitações da informação proporcionada em regime de produção conjunta A utilização de critérios de repartição de custos conjuntos pelos vários produtos surge da necessidade de calcular o custo industrial unitário de cada produto para valorar os inventários de produtos e, desse modo, apurar o resultado das empresas. Contudo, por serem utilizados critérios de imputação para o fazer a informação obtida não permite tomar decisões de gestão relativas a cada produto individualmente considerados. Assim, decisões de gestão que envolvam a produção têm de considerar a globalidade dos produtos produzidos em produção conjunta uma vez que os diferentes produtos não podem ser produzidos sem que se produzam os restantes. 5. Custos Diretos e Custos Indiretos Os custos podem ser diretos ou indiretos de acordo com a sua relação com o objeto de custeio 5.1. Custos Diretos Aqueles que são exclusiva e especificamente de determinado objeto de custeio Não ocorreriam se o objeto de custeio não existisse Podem ser “traced” ao objeto de custeio de um modo economicamente viável Exemplo: MD e a MOD na determinação do Custo Industrial dos Produtos 5.2. Custos Indiretos São os custos que são comuns à obtenção de diversos objetos de custeio e que não podem ser afetos diretamente ao seu custo individual Não podem ser “traced” ao objeto de custeio de um modo economicamente viável São necessários critérios de repartição para distribuir os custos indiretos pelos objetos de custeio Exemplo: Algumas componentes dos GGF na determinação do Custo Industrial dos Produtos Como existem múltiplos objetos de custeio, é possível que determinada natureza de custo seja classificada como custo direto para um objeto de custeio e como custo indireto se for considerado outro objeto de custeio. Normalmente, para a obtenção de um determinado objeto de custeio concorrem recursos facilmente identificáveis (custos diretos) e recursos não facilmente identificáveis (custos indiretos) com esse objeto de custeio Para atribuir os custos diretos aos objetos de custeio, basta identificar as quantidades de recursos utilizados e determinar o seu valor através dos respetivos preços – Há uma clara relação causa-efeito. Uma vez que os custos indiretos são recursos que concorrem para a obtenção de diferentes objetos de custeio, não se sabe exactamente em que medida concorrem para a obtenção de cada um – Não há uma clara relação causa-efeito. Logo, a única forma de os atribuir é recorrer a critérios de repartição. 5.3 Critérios de repartição dos custos indiretos A única forma de atribuir os custos indiretos é recorrer a critérios de repartição. Isto implica identificar uma grandeza, a base de imputação, que tenha uma relação direta com o objeto de custeio e que verifique uma correlação razoável com o total dos custos indiretos, de modo a que a imputação seja feita com o maior rigor possível. Quanto mais a correlação entre o total dos custos indiretos e a base de imputação, maior o rigor na imputação Quando os custos indiretos são constituídos por uma (ou poucas) naturezas de custos, é mais fácil encontrar uma base de imputação com a qual verifiquem uma correlação razoável. Quando os custos indiretos são constituídos por muitas e diferentes (heterogéneas) naturezas de custos, é mais difícil encontrar uma base de imputação com a qual todas as naturezas de custo verifiquem uma correlação razoável. 5.3.1. Critério de Base Única Consiste em repartir a totalidade dos custos indiretos por diferentes objetos de custeio em função de (proporcionalmente a) uma única base de imputação Este critério proporciona uma adequada repartição dos custos indiretos se e só se estes forem constituídos por poucas e homogéneas naturezas de recursos e estes verificarem uma razoável correlação com a base de imputação. 5.3.2. Critério da base múltipla Consiste em segmentar os custos indiretos em subgrupos de características comuns para cada um dos quais se adota uma base de imputação diferente e adequada. 6. Método das Secções Homogéneas A necessidade de informação para gestão das empresas determina que os gastos/custos devam ser identificados simultaneamente por natureza, por função, pelos diferentes objetos de custeio e pela estrutura organizativa. A necessidade deste último tipo prende-se com a necessidade de controlar os custos dos diferentes segmentos organizacionais, comparando-os com a atividade que cada um deles produz. Método das Secções – metodologia de organização da informação interna que tem por base a divisão da empresa em segmentos organizacionais relativamente aos quais se determinam os custos de funcionamento, procedendo-se posteriormente à sua imputação aos objetos de custeio. Este método tem por objetivos: Melhor determinação dos custos dos produtos ou serviços, com vista a um melhor cálculo do resultado e a produzir informação de apoio à decisão; Dispor de informação pela estrutura organizativa com vista a possibilitar a responsabilização e o controlo; Compatibilização entre as vantagens de dispor de determinada informação e os custos inerentes à mesma (custos de pormenorização). Os custos de funcionamento da estrutura industrial equivalem aos custos de transformação, pelo que este método permite imputar os custos indiretos industriais pelo método da base múltipla (os custos indiretos de cada secção são um subgrupo e para cada um usa-se uma base de imputação diferente). 6.1. Centros de responsabilidade: Centros de resultados Centros de investimento Centros de custo – forma de Centro de Responsabilidade em que o responsável apenas tem poder de decisão sobre os recursos utilizados no processamento da atividade, correspondendo aos órgãos funcionais mais elementares das organizações, onde se desenvolvem as atividades e se consomem os recursos. 6.1.2. Secção homogénea – centro de custo que verifica três condições: A atividade desenvolvida tem características idênticas, ou seja, é homogénea; Existe formalmente um responsável; Estão definidas unidades de medida que permitem imputar os custos (aos utilizadores da atividade) e controlar os custos: Unidade de obra (U.O.) – unidade de medida da atividade processada numa secção que serve, simultaneamente, para imputar os custos dessa secção aos utilizadores da atividade e para custear e controlar a atividade dessa secção. Unidade de imputação (U.i.) – unidade de medida que permite que os custos das secções sejam imputados aos utilizadores da atividade de cada secção; Unidade de custeio (U.c.) – unidade de medida que permite custear e controlar os custos das secções, permitindo comparações. Caso não seja possível numa secção identificar uma unidade de medida que sirva, em simultâneo, os dois objetivos, terão de se identificar duas unidades de medida diferentes: Unidade de Imputação (para imputar) Unidade de Custeio (para custear e controlar) Normalmente, em secções com custos variáveis a unidade em que se expressa a atividade serve para os dois objetivos e, portanto, é uma unidade de obra. Em secções com custos predominantemente fixos e/ou em que não exista uma atividade homogénea, não é possível identificar uma métrica que sirva para os dois objetivos existindo unidade de imputação e unidade de custeio. 6.2. Tipos de secções Secções de Aprovisionamento Armazéns de matérias e de produtos acabados e semiacabados, tratando-se predominantemente de custos fixos que devem ser repartidos pelos bens armazenados e cuja imputação vai depender do sistema de custeio adotado e do critério de repartição definido; Secções Industriais: Secções principais – atividade da secção é utilizada diretamente no fabrico dos produtos/serviços; Secções auxiliares – atividade da secção é utilizada por outras secções ou engloba custos comuns a toda a função de produção, cujo montante não justifica a discriminação por secções. Estas podem ter prestações recíprocas, isto é, cederem atividade entre si. 6.3. Apuramento do custo das secções Os custos de funcionamento de cada secção são: Custos diretos – aquisições da secção de bens e serviços ao exterior: FSE, remunerações, encargos sociais, depreciações, seguros, consumo de matérias subsidiárias, … Reembolsos– valorização, a preço de custo, das prestações de serviços das secções auxiliares aos respetivos utilizadores (outras secções). 𝑈. 𝑂. = 𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 𝐴𝑡𝑖𝑣𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑈. 𝐼. = 𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 𝐵𝑎𝑠𝑒 𝑑𝑒 𝐼𝑚𝑝𝑢𝑡𝑎çã𝑜 𝑈. 𝐶. = 𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑁º 𝑑𝑒 𝑑𝑖𝑎𝑠 6.4. Imputação do custo das secções Os custos relativos às secções auxiliares são imputados às secções utilizadoras da sua atividade Os custos inerentes às secções principais são repercutidos no apuramento do custo dos produtos/serviços proporcionalmente à atividade de cada secção despendida na produção de cada produto. Os gastos das secções de aprovisionamento são imputados aos bens aprovisionados. 6.5 Imputação dos custos de armazenagem Custos de aprovisionamento – valores dos recursos utilizados na aquisição e armazenamento de bens físicos, não incluindo o custo dos bens armazenados e sendo maioritariamente fixos. Secções de Distribuição – função comercial; Secções Administrativas – função administrativa; Secção de Investigação e Desenvolvimento – função de investigação e desenvolvimento Custos correspondem a gastos da estrutura refletidos na Demonstração de Resultados por Funções Por uma questão de simplicidade os custos de armazenagem são imputados ou em função da quantidade ou em função do valor, podendo ser imputado às entradas ou às saídas: Imputação dos custos de armazenagem às entradas – quando se verifica, ao longo dos meses, uma entrada mais regular no aprovisionamento do que nos consumos/vendas; Imputação dos custos de armazenagem às saídas – quando os consumos/vendas são mais regulares do que as entradas. 6.5.1. Armazém de Matérias (AMP) 6.5.1.2 Imputação às entradas – compras de matérias Custo da Compra = Custo Interno + Custo Externo Custo externo – valor de aquisição das matérias. Custo interno – imputação dos custos de armazenagem e/ou secções de preparação das matérias: Se a base de imputação for a quantidade comprada: Custo interno = Quant. Comprada * U.I. AMP 𝑈. 𝐼. 𝐴𝑀𝑃 = 𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 𝐴𝑀𝑃 ∑ 𝑑𝑎𝑠 𝑞𝑢𝑎𝑛𝑡𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒𝑠 𝑐𝑜𝑚𝑝𝑟𝑎𝑑𝑎𝑠 Se a base de imputação for o valor das compras: Custo interno = Custo Externo * U.I. AMP 𝑈. 𝐼. 𝐴𝑀𝑃 = 𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 𝐴𝑀𝑃 ∑ 𝑑𝑜 𝑐𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑒𝑥𝑡𝑒𝑟𝑛𝑜 𝑑𝑎𝑠 𝑐𝑜𝑚𝑝𝑟𝑎𝑠 Ao utilizar este critério alguns dos custos de armazenagem do período podem não ser incorporados no seu custo de produção (se matérias compradas não forem todas consumidas). 6.5.1.3. Imputação às saídas – consumos de matérias Ao contrário da imputação às compras, neste caso os custos de armazenagem não afetam o valor das existências em armazém. Se a base de imputação for a quantidade consumida: 𝑈. 𝐼. 𝐴𝑀𝑃 = 𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 𝐴𝑀𝑃 ∑ 𝑑𝑎 𝑞𝑢𝑎𝑛𝑡𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑐𝑜𝑚𝑠𝑢𝑚𝑖𝑑𝑎 Se a base de imputação for o valor dos consumos: 𝑈. 𝐼. 𝐴𝑀𝑃 = 𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 𝐴𝑀𝑃 ∑ 𝑑𝑜 𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑑𝑜𝑠 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜𝑠 Em ambas as situações, o custo de armazenagem a imputar a cada produto fabricado será incluído no mapa dos custos de produção como custo de transformação. 6.5.2.Armazém de Produtos Acabados (APA) 6.5.2.1. Imputação às entradas – produção Custo APA (prod x) = Quant, produzida de x * U.I. APA 𝑈. 𝐼. 𝐴𝑃𝐴 = 𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 𝐴𝑃𝑎 ∑ 𝑞𝑢𝑎𝑛𝑡𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒𝑠𝑝𝑟𝑜𝑑𝑢𝑧𝑖𝑑𝑎𝑠 O custo de armazenagem a imputar a cada produto fabricado será incluído no mapa dos custos de produção como custo de transformação. 6.5.2.2. Imputação às saídas – venda Se o armazém se encontrar na dependência funcional da produção, deverá ser considerado na demonstração dos resultados por funções como parte do custo das vendas. Caso se encontre na dependência funcional da distribuição, deverá ser considerado na demonstração dos resultados por funções como um gasto de distribuição. Se a imputação for à quantidade vendida: 𝑈. 𝐼. 𝐴𝑃𝐴 = 𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 𝐴𝑃𝐴 ∑ 𝑞𝑢𝑎𝑛𝑡𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒𝑠 𝑣𝑒𝑛𝑑𝑖𝑑𝑎𝑠 𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 𝐴𝑃𝐴 (𝑝𝑟𝑜𝑑 𝑥) = 𝑄𝑢𝑎𝑛𝑡. 𝑣𝑒𝑛𝑑𝑖𝑑𝑎 𝑑𝑒 𝑥 ∗ 𝑈. 𝐼. 𝐴𝑃𝐴 Se a imputação for feita ao valor de venda: 𝑈. 𝐼. 𝐴𝑃𝐴 = 𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 𝐴𝑃𝐴 𝑉𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝑑𝑒 𝑣𝑒𝑛𝑑𝑎𝑠 𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 𝐴𝑃𝐴 (𝑝𝑟𝑜𝑑 𝑥) = 𝑣𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝑑𝑒 𝑣𝑒𝑛𝑑𝑎𝑠 𝑑𝑒 𝑥 ∗ 𝑈. 𝐼. 𝐴𝑃𝐴 7. Método de Apuramento do Custo Industrial: Método Direto e Método Indireto A determinação do custo dos produtos e dos serviços é condicionada pelas características do processo de produção de bens e de prestação de serviços. Deste modo podem ser distinguidas duas formas de produção: Produção descontínua, por encomenda ou por obra: o Produção de unidades ou lotes de unidades específicas; o O produto acabado é identificável ao longo do processo produtivo; o A duração do processo produtivo pode abranger vários períodos de tempo; o Num determinado momento o produto ou está acabado ou está em vias de fabrico. Produção contínua, por processo ou para inventário: o Produção permanente do produto; o A produção é para inventário; o O produto acabado não é identificável ao longo do processo produtivo; o O processo produtivo pode ter diferentes fases e, em cada uma, originar semi-produtos que são matérias para a fase seguinte; o Num determinado momento, o processo produtivo tem produtos nas diferentes fases do processo; o A produção em vias de fabrico é determinada no fim de cada período contabilístico, por medição direta. 7.1. Método Direto O Método Direto de determinação do custo industrial utiliza-se para processos de produção por encomenda A acumulação dos custos é feita por ordens de produção nas fichas de obra, durante todo o período de produção. Inicia-se quando o produto começa e ser produzido e termina quando da conclusão. A produção em vias de fabrico é avaliada pelo saldo da folha de obra, enquanto o produto não está acabado 7.1.2. Apuramento do custo dos produtos/serviços 7.2.Método Indireto O Método Indireto de determinação do custo industrial utiliza-se para processos de produção por contínua A acumulação dos custos é feita por períodos de tempo (normalmente o mês). No fim do período divide-se os custos acumulados pelo número de unidades produzidas, pelo que o custo unitário obtido é um custo médio. Nunca se conhece o custo exato de uma determinada unidade de produto acabado A produção em vias de fabrico é determinada, no fim do período, por medição direta e é-lhe atribuído o valor equivalente à percentagem de acabamento. (Método das Unidades Equivalentes) 7.2.1. Apuramento dos custos dos produtos/serviços 7.3. Método das Unidades Equivalentes Em processos de produção contínua a quantidade de produção não acabada só se pode conhecer por inventariação direta (medição). No entanto, este tipo de inventariação é difícil já que obriga a parar a fábrica, obrigado a estimativas. As características deste processo de produção levam a que possa existir produção não acabada em diferentes fases de acabamento que correspondem a determinada percentagem relativamente ao produto acabado. Num mês: Mas é necessário transformar as unidades de produção em vias de fabrico em unidades equivalentes de produto acabado, recorrendo às percentagens de acabamento. Assim, para determinaro CIPA temos de: Acumular os custos industriais do mês (CIP); Medir a produção em vias de fabrico no fim do mês; Identificar o seu grau de acabamento; Calcular a produção do mês em unidades equivalentes; Calcular o custo unitário das unidades equivalentes produzidas no mês: 𝐶𝐼𝑃 𝑑𝑜 𝑚ê𝑠 𝑃. 𝐴. −𝐼𝑛𝑣. 𝐼𝑛. 𝑃𝑉𝐹 + 𝐼𝑛𝑣. 𝐹𝑖𝑛. 𝑃𝑉𝐹 Valorar os inventários finais de produção em vias de fabrico, utilizando o custo da unidade equivalente do mês tendo em consideração o critério valorimétrico; Determinar o CIPA: 𝐶𝐼𝑃𝐴 = 𝐶𝐼𝑃 + 𝐼𝑛𝑣. 𝐼𝑛. 𝑃𝑣𝑓 − 𝐼𝑛𝑣. 𝐹𝑖𝑛. 𝑃𝑉𝐹 8. Método ABC: Activity-Based Costing É desenvolvido na década de 80 nos EUA por Cooper e Kaplan, em associação com a Harvard Business School, e pelo Computer Aided Manufacturing International (CAM- I). O seu objetivo era melhorar o processo de imputação dos custos indiretos aos produtos e serviços. Sendo desenvolvido para fazer face às limitações dos sistemas tradicionais de apuramento de custos que se tornaram evidentes na 2ª metade do século XX. Nesta altura surgiu um novo ambiente de negócios com tecnologias e métodos sofisticados de produção, com mais concorrência e com um acréscimo do nível de exigência dos clientes. Neste ambiente as organizações passaram a produzir produtos mais complexos e a desenvolver atividades que, no passado, eram pouco relevantes, mas que agora se tornaram cruciais para a sua sobrevivência e sucesso (controlo que qualidade, marketing, I&D, …). Deste modo, os custos diretos deixaram de ter um peso tão significativo na estrutura de custos das organizações como tinham antes, em detrimento do aumento do peso dos custos indiretos (que não variam com variações de volume de outputs). Os sistemas tradicionais de imputação de custos baseiam-se no pressuposto de que os custos indiretos são causados pela produção e pelas vendas. Este pressuposto tem vindo a conduzir a que os custos de muitos produtos e serviços sejam erradamente calculados e conduzam os gestores a tomarem decisões potencialmente prejudiciais às organizações. Assim, nas décadas de 80 e 90 este método foi difundido exaustivamente como um instrumento de excelência para calcular corretamente os custos dos produtos (1ª fase de desenvolvimento). Críticas que lhe foram colocadas fizeram com que a abordagem deixasse de estar tão focalizada no cálculo do custo dos produtos, para passar a ser difundida como um instrumento de auxílio aos gestores na tomada de decisões e na compreensão das causas dos custos das organizações (2ª fase de desenvolvimento). ABC – método que mede o custo das atividades e objetos de custeio através da alocação de custos indiretos a atividades e da atribuição os custos das atividades a objetos de custeio. 8.1. Implementação de um sistema ABC 1. Identificar as várias atividades que ocorrem numa organização 2. Identificar os recursos necessários à realização das atividades 3. Identificar os indutores de custo dos recursos (resource cost drivers) e alocar os recursos às atividades 4. Selecionar os indutores de custo das atividades (activity cost drivers) e alocar as atividades aos objetos de custeio Atividade – conjunto de operações elementares necessárias à concretização de uma tarefa para a realização dos objetivos das diversas funções existentes nas organizações. Cost drivers – bases de imputação que visam medir o volume de trabalho e esforço subjacente à realização das atividades, permitindo avaliar o seu nível de uso pelos objetos de custeio. A escolha da sua natureza está dependente do custo de se medirem as quantidades que lhe estão associadas, do seu nível de correlação com o consumo da atividade pelo objeto de custeio e do comportamento que induz. A escolha do número de cost drivers depende do nível de rigor que se pretende atingir, do uso de cost drivers imperfeitamente correlacionados, do grau de diversidade dos produtos fabricados e dos seus volumes de produção 8.2. Tipos de atividades Atividades associadas ao volume de outputs (unit-level activities) – recursos são consumidos e usados sempre que uma unidade de output adicional é produzida/vendida. Atividades associadas ao número de lotes (batch-level activities) – recursos são independentes do número de unidades fabricadas no lote de produção, dependendo do número de lotes fabricados. Atividades associadas às linhas de produtos (product-sustaining activities) – são intrínsecas a determinados produtos e serviços específicos, dependendo das linhas de produtos e não do volume de produção/venda. Atividades sustentadoras do negócio (facility-sustaining activities) – são intrínsecas à realização do negócio, sendo os seus custos alocados aos objetos de custeio de forma totalmente arbitrária. O principal aperfeiçoamento que a metodologia ABC veio introduzir prende-se com a mais correta imputação dos custos das atividades batch-level e produt-sustaining através e outros cost drivers que não os baseados no volume de output. 8.3. Diferenças entre o método ABC e o das Secções Homogéneas Os custos indiretos considerados no sistema ABC podem ser de natureza industrial ou não industrial, enquanto o método tradicional apenas reparte pelos centros de custo os custos industriais. As bases de imputação utilizadas no ABC são mais complexas do que as tradicionais, permitindo estabelecer mais fácil e rigorosamente relações de causa efeito entre o consumo dos recursos e os objetos de custeio. As secções (centros de custos), cuja existência é uma das características centrais do método das secções, são substituídas por atividades no método ABC. Isto permite que sejam constituídos pools de custos mais homogéneos e consequentemente uma maior correção na sua atribuição aos objetos de custeio. 8.4. Vantagens do método ABC Maior rigor nos custos dos objetos de custeio Melhor compreensão do uso dos recursos Identificação das atividades que criam valor Aumento da comunicação interna 8.5. Dificuldades no método ABC Atividades nem sempre são identificáveis com facilidade Cost drivers adequados são difíceis de definir Muito oneroso na implementação e no funcionamento Não substituem a necessidade de continuar a apurar os custos pela estrutura
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