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1 
 
2 
Governo do Estado do Rio de Janeiro 
Secretaria de Estado de Educação 
Comte Bittencourt 
Secretário de Estado de Educação 
Andrea Marinho de Souza Franco 
Subsecretária de Gestão de Ensino 
Elizângela Lima 
Superintendente Pedagógica 
Coordenadoria de Áreas do Conhecimento 
Maria Claudia Chantre 
Assistentes 
Carla Lopes 
Fabiano Farias de Souza 
Roberto Farias 
Verônica Nunes 
Texto e conteúdo 
Profª Carla Machado Lopes 
Colégio Estadual Rodrigo Otávio Filho (Brasil-Itália) 
Prof. Guilherme José Motta Faria 
C.E. Hispano Brasileiro João Cabral de Melo Neto 
Prof. Marcia Teixeira Pinto
C.E. Professora Luiza Marinho
 
 
3 
 
 
Capa 
Luciano Cunha 
 
 
Revisão de texto 
Prof ª Alexandra de Sant Anna Amancio 
Pereira 
Prof ª Andreia Cristina Jacurú Belletti 
Prof ª Andreza Amorim de Oliveira Pacheco. 
Prof ª Cristiane Póvoa Lessa 
Prof ª Deolinda da Paz Gadelha 
Prof ª Elizabete Costa Malheiros 
Prof ª Ester Nunes da Silva Dutra 
Prof ª Isabel Cristina Alves de Castro Guidão 
Prof José Luiz Barbosa 
Prof ª Karla Menezes Lopes Niels 
Prof ª Kassia Fernandes da Cunha 
Prof ª Leila Regina Medeiros Bartolini Silva 
Prof ª Lidice Magna Itapeassú Borges 
Prof ª Luize de Menezes Fernandes 
Prof Mário Matias de Andrade Júnior 
Paulo Roberto Ferrari Freitas 
Prof ª Rosani Santos Rosa 
Prof ª Saionara Teles De Menezes Alves 
Prof Sammy Cardoso Dias 
Prof Thiago Serpa Gomes da Rocha 
 
 
Esse documento é uma curadoria de materiais que estão disponíveis na internet, 
somados à experiência autoral dos professores, sob a intenção de sistematizar 
conteúdos na forma de uma orientação de estudos. 
 
 
©️ 2021 - Secretaria de Estado de Educação. Todos os direitos reservados 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
 
 
 
HISTÓRIA – Orientação de 
Estudos 
 
1. Introdução 06 
2. Aula 1 – A Primeira República 06 
3. Aula 2 – República Institucionalizada 08 
4. Aula 3 – Holocausto e as minorias dissidentes 12 
5. Aula 4 – Fascismo e Nazismo 17 
6. Aula 5 - Atividades 20 
7. Resumo 23 
8. Indicações Bibliográficas 24 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
 
DISCIPLINA: HISTÓRIA 
 
 
ORIENTAÇÕES DE ESTUDOS para HISTÓRIA 
1º Bimestre de 2021 - 3ª série do Ensino Médio 
 
 
 
 
 
META: Apresentar o processo político característico da Primeira 
República com ênfase na construção da cidadania brasileira. 
Contextualizar o surgimento das ideologias nazifascistas e seus 
desdobramentos nefastos. 
 
 
 
OBJETIVOS: 
 
 
Ao final destas Orientações de Estudos, você deverá ser capaz de: 
 Analisar o processo de implantação da República brasileira; 
 Identificar as características da República Velha; 
 Contextualizar o crescimento de movimentos autoritários pós Segunda Guerra 
Mundial; 
 Compreender os conceitos de nazismo e fascismo. 
 
 
 
6 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
 
 
O estudo da História é fundamental para entendermos nosso lugar no mundo. 
Nosso lugar como agente transformador da nossa sociedade. Quando conhecemos a 
História somos capazes de entender melhor nosso presente e projetarmos nosso 
futuro. Os acontecimentos históricos estão entrelaçados e repercutem uns nos outros. 
Não há um fato isolado na História. Estaremos aqui tratando de temas que foram 
fundamentais para formação da sociedade contemporânea como um todo e 
especialmente para o Brasil. 
No caso brasileiro analisaremos as condições políticas, sociais e econômicas 
que possibilitaram o surgimento de nossa República e os limites do ideário republicano 
vivenciados na prática, pela maioria da população brasileira no início do século XX. Ao 
nos referirmos à história geral, trataremos do surgimento de movimentos totalitários e 
violentos, surgidos após a Segunda Guerra Mundial, seus fatores e consequências. 
 
 
 
2. Aula 1 
 
 
 
 
 
 
 
 
7 
O período republicano no Brasil se inicia em 15 de novembro de 1889. 
A proclamação da República é feita através de um golpe militar, promovido pelo 
Marechal Deodoro da Fonseca, um ano após a escravidão ser abolida no Brasil. 
Essa mudança da forma de governo tem o apoio de alguns setores específicos 
da sociedade brasileira, são eles: 
➢ os militares, que estavam descontentes com o pouco reconhecimento 
dado pelo Império, após o fim da Guerra do Paraguai. Os militares 
consideravam que o exército não estava tendo o reconhecimento 
merecido, já que foram vitoriosos na guerra. Passaram a acreditar que 
no regime republicano teriam mais reconhecimento, recursos, e maior 
importância política no país. 
 
➢ Os latifundiários, especialmente os fazendeiros de café do sudeste, 
principalmente do oeste paulista, região muito fértil que tinha a 
característica “terra roxa”. Essa apoio vinha principalmente da 
insatisfação com as políticas econômicas adotadas pelo Império, que 
consistiam em altos impostos para a exportação de café, 
obrigatoriedade de venda para o mercado interno, e a tão rejeitada, 
abolição da escravidão. Esses oligarcas paulistas acreditavam que, com 
a chegada da República, teriam um governo mais descentralizado, logo, 
com menos impostos e sem tantas leis reguladoras da economia. 
 
À esse entendimento do funcionamento da República, chamamos 
federalismo – quando as regiões do país tem mais autonomia em relação ao 
governo central, como por exemplo, nos Estados Unidos da América. 
Mas quais foram, afinal, as principais mudanças políticas ocorridas com a 
Proclamação da República? 
Primeiramente, temos que conhecer de onde vem a ideia de República. 
Vamos lá? 
O ideal republicano surge com o iluminismo, movimento filosófico do século 
XVIII, e se fortalece principalmente com a Revolução Francesa. Inspirada nas 
ideias iluministas do pensador Montesquieu, que para limitar o poder do Rei, 
propunha a divisão do poder centralizado em três poderes: executivo, 
legislativo, e judiciário, sendo essa uma característica da Repúblia. A 
 
 
8 
segunda característica é da igualdade legislativa, ou seja, todos os homens se 
tornam iguais perante a lei. Para essa igualdade, é criada uma Constituição. 
No nosso caso, a Constituição de 1891, que garante direitos e deveres para 
todos os brasileiros. A terceira caracterídstica é a eleição do presidente por 
meio do voto – que embora não seja como é hoje, foi uma importante mudança 
trazida pela política republicana. E a última característica, mas não menos 
importane, a separação entre Igreja e Estado, tornando o Brasil um país laico, 
retirando da Igreja poderes efetivamente legais, que eram baseados na 
doutrina cristã. 
Com o advento da República, os dois grupos políticos que tiveram 
participação ativa no processo ( os latifundiários paulistas e os militares de alta 
patente) se tornam os grupos com maior força política no país. Não à toa, um 
dos nomes dados a fase inicial da Primeira República foi República da 
Espada, em alusão aos atos repressivos à população e a força dos militares no 
governo. 
Esse primeiro período, de 1889 até 1898, ficou conhecido como período de 
consolidação da República, caracterizado por grande instabilidade política e 
econômica, visto que muitas mudanças estruturais estavam sendo feitas no 
país e caracterizado também por ter à frente do governo, dois presidentes 
militares não-eleitos (Deodoro da Fonseca e Floriano Peixoto). Podemos citar 
como pontos importantes que marcariam o fim do período de consolidação e o 
início da República Oligárquica: 
 
➢ a formulação da Constituição em 1891; 
➢ e a primeira eleição para presidente do país, em 1894, sendo Prudente 
de Morais o presidente eleito. 
 
 
 
3. Aula 2 
 
Após o período de consolidação, a República vive seu período de 
Institucionalização, entre 1898 e 1921. Nesse período, a estrutura política da 
Primeira República já estava devidamente consolidada, e a partir desse ponto, 
 
 
9 
passa a se debater a aplicação da constituição e os processos eleitoraispara 
cargos políticos. Como vimos anteriormente, o federalismo era um grande 
desejo dos grupos envolvidos na proclamação da república, e foi finalmente 
atendido: os Estados tinham autonomia para criar impostos próprios, gerir suas 
forças armadas, entre outras funções. As eleições, no entanto, foram marcadas 
por práticas nada republicanas e que se tornaram bem característica da nossa 
república: 
 
 coronelismo - o coronel ou o senhor das terras, detinha o poder 
econômico e exercia o poder local por meio da violência e trocas de 
favores . 
 
 voto de cabresto - compra de votos com a utilização da máquina 
pública ou o abuso de poder econômico. Prática arbitrária e violenta 
para obtenção de voto. 
 
Mesmo com a Constituição validada e o entendimento legal de que todo 
brasileiro era um cidadão, logo todos teriam os mesmos direitos e deveres, 
esse ideal republicano nunca foi alcançado de fato. A cidadania “oferecida” 
através das leis, não chegava à vida concreta da maioria dos brasileiros. Mas 
isso não é um problema enfrentado apenas no início de nossa República, não é 
mesmo? Ainda hoje, é evidente que há uma expressiva parcela da população 
brasileira, que não conegue ter seus direitos assegurados na prática. Voltando 
ao início de nossa República, temos no meio urbano, trabalhadores recém-
libertos da escravidão e imigrantes atraídos pela Lei de Terras que disputavam 
qualquer trabalho disponível, fazendo-os aceitar condições péssimas de 
trabalho – isso incluía jornada de 12h por dia, castigos físicos, trabalho infantil 
e ambiente insalubre. Como ainda não havia uma legislação trabalhista que 
regularizasse as condições de trabalho, não existiam férias, folgas no fim de 
semana, aposentadoria, 13º salário, hora extra, entre outras garantias que, por 
enquanto, ainda estão sendo mantidos. Eram trabalhadores, portanto, sem 
nenhuma garantia ou capacidade de barganha, ficando à mercê do poder dos 
empresários locais e donos de propriedades. 
 
 
10 
No meio rural não era diferente. Os chamados “coronéis” eram grandes 
proprietários de terra, que podiam pagar homens armados para fazerem sua 
segurança e garantir seu poder local, os chamados “jagunços”. O trabalho era 
análogo a escravidão, caracterizado pela monocultura e pela dívida dos 
trabalhadores com o patrão – o mesmo cobrava pela estadia, comida, e roupas 
dos trabalhadores, os obrigando a trabalhar para pagar uma dívida que se 
tornava impagável. 
Os trabalhadores, portanto, em sua grande maioria, não tinha direito ao 
voto, visto que não votavam analfabetos (cerca de 70% da população), 
mulheres e religiosos. Além disso, o voto não era secreto, de forma que os 
coronéis de cada localidade podiam saber em quem cada trabalhador tinha 
votado. Portanto, mesmo com um baixo índice de pessoas que tinham o direito 
de votar, as que podiam estavam submissas ao poder do chefe local, que os 
obrigava a votar no candidato de sua escolha. 
Esse processo ficou conhecido como voto de cabresto. As eleições 
também eram marcadas por fraudes. Os votos eram feitos em papel, e 
contados pelos próprios coronéis, o que já nos dá uma ideia da falta de 
transparência do processo de contagem. Além disso, era comum pessoas 
votarem mais de uma vez, usarem nomes de pessoas mortas para votar, e 
troca de urnas. Como podemos ver , nossa democracia republicana era bem 
limitada e cheia de vícios autoritários. 
 
 
https://static.todamateria.com.br/upload/ca/br/cabresto_1.jpg 
 
Até 1930, esse sistema de votação, conhecido como “currais eleitorais”, 
garantiu que o poder se mantivesse nas mãos das mesmas pessoas, dos 
 
 
11 
mesmos grupos políticos. Não havia renovação ou possibilidade de mudança. 
O período foi dominado pela chamada política do café-com-leite, onde 
representantes das oligarquias paulista (produtora de café) e mineiras 
(produtores de leite) se revezaram no poder federal. Esse processo pode ser 
visto até hoje na realidade brasileira, com o financiamento de campanhas, e 
principalmente com a proibição de campanha eleitoral de mais de um candidato 
em determinada parte da cidade. A troca de favores também é característica, 
o famoso “toma lá dá cá”, quando políticos trocam seu apoio por vantagens 
pessoais. 
Com o desenvolvimento do meio urbano, da cidade, outros agentes 
passam a frequentar o cenário político brasileiro. Os produtores rurais não 
possuem mais exclusividade econômica no país, visto que o capital estrangeiro, 
principalmente o inglês, começa a trazer suas empresas, uma vez que o custo 
de mão-de-obra era muito barato, pela já comentada falta de regulação do 
trabalho e abundância de oferta de mão – de – obra. 
Portanto, a Primeira República entra em seu Período de Crise, entre 
1921 e 1930, com a chegada do capital estrangeiro. A oferta de trabalho 
aumenta, a política economia muda e os chefes locais começam a perder a 
exclusividade na hora de oferecer empregos para os trabalhadores. O trabalho 
assalariado passa a substituir o trabalho análogo a escravidão – esse processo 
também era interessante para os países europeus, como a própria Inglaterra, 
visto que seu objetivo era criar consumidores na América do Sul. 
 
Por fim, também há uma grande movimentação dos trabalhadores 
organizados, contribuindo para instabilidade política. Esses trabalhadores, não 
sendo amparados por nenhuma legislação, precisavam se organizar em 
sindicatos autônomos para garantir um mínimo de dignidade no trabalho - 
adotavam a postura do anarco-sindicalismo e do sindicalismo revolucionário, e 
foram os primeiros a organizar greves, piquetes, pedir por aumento salarial, e 
criticar os governantes brasileiros, os responsabilizando pela miséria da 
população. Além disso, conflitos entre as próprias oligarquias brasileiras 
também contribuíram para a crise da Primeira República, visto que as mesmas 
não estavam mais concordando com a alternância no poder. 
 
 
12 
Em 1930, Getúlio Vargas dá um golpe de Estado e instaura o período que 
fica conhecido no Brasil como Estado Novo. Esse período é caracterizado: 
 
➢ pela criação da CLT, que garante direitos aos trabalhadores; 
➢ A industrialização do país, que tira de vez a centralidade econômica dos 
oligarcas rurais; 
➢ a formação de um ideal de nação, pensando na identidade do povo 
brasileiro. 
 
A Primeira República, portanto, pode ser entendida como uma mudança 
política no país desejada por parte das elites oligárquicas, que visavam mais 
poder político para benefício próprio. Também é caracterizada pelas péssimas 
condições de trabalho, tanto urbanos quanto rurais, visto que não havia 
legislação trabalhista, nem condições para livre acordo entre trabalhador e 
patrão. Outra característica importante é o voto de cabresto – onde os chefes 
regionais decidiam em quem os trabalhadores votariam, os ameaçando por 
meio da violência, e o curral eleitoral – grandes zonas de voto votando em 
apenas um candidato. As fraudes e a falta de processo democrático marcavam 
as eleições, mantendo no poder os oligarcas rurais paulistas e mineiros: os 
mesmos que apoiaram o golpe da República. 
Portanto, podemos perceber como a Constituição, e sua ideia filosófico de 
igualdade entre homens e descentralização do poder foi um ideal não 
alcançado, uma artimanha política para manter no poder militares e donos de 
terra – antigos donos de escravos. Não houveram ganhos reais para 
trabalhadores ou camponeses, visto que condições de trabalho, moradia, 
alimentação, saúde ou educação permaneceram quase que as mesmas da 
época do Império. 
 
 
Aula 3 - Holocausto e as minorias dissidentes 
 
A Segunda Guerra mundial acontece entre 1945 e 1949, iniciada pela 
Alemanha Nazista, motivada pelo sentimento de revanchismo alemão. 
 
 
13 
Para entender a Segunda Guerra, precisamos voltar para o fim da primeira 
guerra mundial, 27 anos antes, em 1918. O fim da primeira guerramundial se 
deu com o chamado Tratado de Versalhes, que estabelecia diversas punições 
para os países perdedores. A Alemanha, à época colocada como culpada pelo 
início da guerra, sofreu pesadas sanções, como perda de territórios, altas 
multas a serem pagas, e proibição da formação de um exército. 
Essas sanções fizeram a Alemanha sair de grande potência europeia 
para um país subalternizado, dependente do capital estrangeiro, sem 
capacidade para se estabelecer como potência. Devido a essa sensação de 
derrota, causada pelas pesadas sanções do Tratado de Versalhes, o povo 
alemão criou um grande sentimento de revanche em relação aos países 
vencedores, como Inglaterra e União Soviética. Esse sentimento foi explorado 
por grupos nacionalistas, como os nazistas, para ganhar prestígio político e 
posições de poder. 
O Partido Nazista ganhou um número relativamente baixo de cadeiras 
no Reichstag alemão (pode ser entendido como Senado), mas cresceu 
proporcionalmente com o agravamento da crise econômica, e a crença de que 
a Alemanha poderia voltar a ser a potência que era antigamente. Eric 
Hobsbanw, historiador egípcio, defende que a Primeira e a Segunda grande 
guerras foram, na verdade, uma única guerra em duas partes, exatamente por 
esse sentimento de revanche causado unicamente pelas sansões impostas à 
Alemanha, após o fim da Primeira Guerra. 
Para tal recuperação enquanto projeto político, era necessária a criação 
de inimigos públicos, figuras em que se pudesse colocar toda a culpa pela 
situação do país - com a promessa de que, superando esses adversários, a 
Alemanha voltaria a ser uma grande potência em termos econômicos, militares, 
e políticos. Os inimigos públicos acusados pelos nazistas, portanto, foram 
dois: os marxistas – chamados de praga vermelha, e os judeus – que eram 
acusados de concentrar o dinheiro entre eles, enquanto o povo alemão 
passava fome. 
Hitler chega ao poder enquanto líder do partido nazista. Hitler foi um ex 
combatente da primeira guerra mundial, era vegetariano, e tinha tentado 
carreira nas artes antes de entrar para o exército. Excelente orador, passou a 
ser conhecido por seus discursos inflamados em praça pública, onde chamava 
 
 
14 
a população alemã para a tarefa necessária de reconstruir o orgulho alemão, e 
tornar a Alemanha novamente uma potência, lutando contra as ameaças dos 
judeus e dos marxistas. Outro nazista muito importante na campanha política 
era Goebbels, responsável pela propaganda política, e autor da famosa frase 
“uma mentira contada mil vezes acaba por se tornar verdade”. 
 
 
https://aventurasnahistoria.uol.com.br/media/_versions/legacy/2018/03/21/hitler
popularnocamaro_widexl.jpg 
 
Ao chegar ao poder, Hitler dá um golpe político, após um incêndio 
criminoso no Reichstag, em 1933. Hoje em dia, se atribui esse incêndio ao 
próprio partido nazista, mas a narrativa da época – e dos próprios nazistas – 
era de que os marxistas não tinham aceitado a derrota democraticamente, e 
por isso colocaram fogo no parlamento alemão. Com essa narrativa, eles têm o 
argumento necessário para fechar as instituições democráticas, centralizar o 
poder, e endurecer a repressão a adversários políticos. 
 A partir daí começam a ser construídos os campos de trabalhos forçados, que 
mais tarde ficaram conhecidos como campos de concentração. O objetivo 
desses campos era encarcerar judeus, marxistas, anarquistas, deficientes, 
ciganos, homossexuais, e quaisquer outra minoria social apontada pelo regime 
nazista enquanto sinal de atraso para a Alemanha. A divisão desses grupos era 
feito pelo uso de uma estrela de pano costurada no peito da roupa dada aos 
prisioneiros, onde cada cor significava uma divisão, podendo o mesmo 
https://aventurasnahistoria.uol.com.br/media/_versions/legacy/2018/03/21/hitlerpopularnocamaro_widexl.jpg
https://aventurasnahistoria.uol.com.br/media/_versions/legacy/2018/03/21/hitlerpopularnocamaro_widexl.jpg
 
 
15 
prisioneiro ter mais de um, como por exemplo um judeu socialista, ou um 
socialista homossexual. 
 
https://fatosmilitares.com/wp-content/uploads/2018/09/Tri%C3%A2ngulos-do-
Holocausto-o-que-significavam-.jpg 
 
Esses campos traziam a frase “o trabalho liberta” em sua entrada. E 
eram inicialmente tratados enquanto campos de trabalho, uma vez que aqueles 
grupos sociais eram considerados prejudiciais para a sociedade, justificavam 
ser encarcerados naqueles espaços para que produzissem “algo de útil” para a 
sociedade. 
No entanto, com o avanço do ódio aos judeus e outras minorias, esses 
campos se tornaram campos de execução, onde milhões de pessoas foram 
mortas nas características câmaras de gás. As condições de vida eram 
desumanas: pouca água e comida, trabalhos forçados, doenças, violências. 
Tudo enquanto punição para os encarcerados, entendidos como merecedores 
de todo aquele sofrimento. O campo de concentração com maior número de 
mortos foi o campo de Auswitsch, com mais de1 milhão de pessoas 
assassinadas. 
https://fatosmilitares.com/wp-content/uploads/2018/09/Triângulos-do-Holocausto-o-que-significavam-.jpg
https://fatosmilitares.com/wp-content/uploads/2018/09/Triângulos-do-Holocausto-o-que-significavam-.jpg
 
 
16 
 
https://cdni.rbth.com/rbthmedia/images/2019.06/original/5cf6819515e9f928b714f3ad.jp
g 
 
 
Práticas características de alguns campos eram os experimentos feitos 
com judeus, usados como cobaias. Entre esses experimentos, ficaram 
conhecido aplicação de tinta azul nos olhos, para possível tingimento; Criação 
intencional de bebês siameses após o nascimento; Exploração dos limites do 
ser humano em ficar sem água ou comida; E testes de drogas anabolizantes, 
que visavam gerar super soldados alemães. 
Com o fim da Segunda Guerra Mundial e derrota do Eixo, os campos 
são fechados, e os prisioneiros libertos. 
Após o fim da guerra ocorre o julgamento de Nuremberg, onde diversos 
nazistas são condenados à pena de morte por crimes contra a humanidade. 
Também é criado o Estado de Israel, como uma forma de compensação pelas 
atrocidades sofridas por esse povo durante o nazismo, e em toda a sua 
existência na Europa. 
É importante termos em mente, no entanto, que a perseguição aos 
judeus não surge na Alemanha Nazista. Judeus são, desde sempre, 
 
 
17 
perseguidos na Europa, e chamamos essa perseguição de “antissemitismo”. 
Por serem um povo sem Estado, os judeus tiveram que se espalhar por 
diversos países do mundo, não tendo nunca país em que pudessem viver de 
acordo com os próprios costumes. 
Outros povos também sofrem da mesma perseguição, mas é de suma 
importância termos em mente que os judeus já eram perseguidos na Europa 
desde antes da Alemanha Nazista, que se aproveitou dessa perseguição prévia 
para fortalecer e deixar aflorar esse sentimento de ódio. 
 
 
Aula 4 O Fascismo e o Nazismo 
 
O fascismo é um movimento de direita, ultra-nacionalista, anti-socialista, e 
militarista, que surge na década de 1930, na Itália. Para entendermos seu 
surgimento, precisamos pensar o contexto geopolítico no qual está inserido. 
Com o fim da primeira guerra mundial, há um sentimento de revanche dos 
países perdedores, notadamente a Itália e Alemanha. A Europa passava por 
grave crise econômica, causa pelas perdas na guerra, tanto de recursos 
naturais - ferro, cobre, e destruição das cidades já existentes, quanto de 
recursos humanos – aproximadamente 17 milhões de pessoas morreram, entre 
soldados e civis. Nesse contexto, surgem regimes autoritários, que buscam 
restaurar o orgulho de seu país, e torna-lo novamente uma potência mundial – 
ou pelo menos lhe dar condição de competir com outras potências europeias. 
Surge, então, na Itália, um movimento que se denomina “fascismo”, que traz 
todo esse caldo político. Tem como pontos: 
 
➢ caráter ultranacionalista, por entender que apenas sua nação importa no 
contexto geopolítico; 
➢ é muito militarizada, devidoa crença da virilidade enquanto valor 
importante para o homem e para a construção da noção enquanto 
soberana; 
➢ é anti socialista, por entender que o internacionalismo e a divisão entre 
trabalhadores e burgueses era prejudicial para a construção do ideal de 
nação. 
 
 
18 
 
Esse caráter unitário entre trabalhadores e burgueses também se 
relacionava com o caráter industrializante do fascismo, que deu cedeu aos 
trabalhadores em comum acordo com os sindicatos estatais e a burguesia 
nacional italiana. Essa industrialização visava o progresso da Itália, por 
entender que era necessário para a soberania do país – quanto menos 
precisavam importar, mais soberanos seriam em relação à outras nações. O 
líder italiano do fascismo foi Benito Mussolini. 
Esse ideal nacionalista se espalha por outros países, inclusive no Brasil, 
com o denominado integralismo (camisas verdes), liderados Plíni Salgado. 
 
 
 
https://conteudo.imguol.com.br/blogs/92/files/2014/03/blog-integralismo-
001.png 
 
Muitos historiadores consideram que Adolph Hitler, fez sua própria 
versão do fascismo – o nazismo. Os dois líderes compartilhavam os mesmos 
ideais nacionalistas, revanchistas, militaristas e anti-socalistas. Havia, porém, 
algumas especificidades: a primeira delas foi o antissemitismo nazista, que não 
havia no fascismo italiano, e uma maior centralizaçaõ de poder por parte de 
Hitler. 
https://conteudo.imguol.com.br/blogs/92/files/2014/03/blog-integralismo-001.png
https://conteudo.imguol.com.br/blogs/92/files/2014/03/blog-integralismo-001.png
 
 
19 
O que devemos ter atenção é que embora o movimento nazifascita 
tenha sido combatido e condenado por muitas países, a ideologia de 
movimentos autoritários e violentos permanece ainda em nosso mundo. 
Diversas reportagens, artigos e manifestos são feitos lançando luz para esse 
problema. Seus líderes foram derrotados e mortos, mas a ameça aos direitos 
humanos continua presente em todas as sociedades. É necessário que 
combater a ideologia nazifascista sempre e onde ela se manifestar. 
 
 
https://www.intrinseca.com.br/blog/wp-
content/uploads/2017/05/mussolini_hitler.jpg 
 
 
https://www.intrinseca.com.br/blog/wp-content/uploads/2017/05/mussolini_hitler.jpg
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6. Aula 5 ATIVIDADES 
 
1) De onde vem a inspiração para o modelo de república brasileira? 
___________________________________________________________ 
 
2) Cite 3 mudanças políticas que acorerram com o advento da República: 
1 - ________________________________________________ 
2 - ________________________________________________ 
3 - ________________________________________________ 
 
 
21 
 
3) Os dois principais grupos apoiadores da República no Brasil foram: 
1( ) Militares e industriais 
2 ( ) Industriais e trabalhadores 
3 ( ) Militares e donos de terras 
4 ( ) Donos de terras e industriais 
5 ( ) Trabalhadores e donos de terra 
 
4) Caracterize o voto de cabresto e o curral eleitoral: 
 
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________ 
 
5) Fascismo e nazismo têm em sua origem algumas causas comuns. 
Entre essas causas pode-se apontar: 
a) o ideário da "raça pura". 
b) conflitos entre burguesia e nobreza. 
c) crises econômico-sociais com as consequentes greves, tumultos e agitações 
que favoreceriam a tomada do poder pelas esquerdas. 
d) as consequências do fracasso das ofensivas dos dois países contra a 
Tríplice Aliança, durante a Primeira Guerra Mundial. 
e) A luta pelo poder entre partidos fortes da direita. 
 
 
6) Morrer pela Pátria, pela Ideia (...) Não, isso é fugir da verdade. Mesmo 
no front, matar é que é importante (...). Morrer não é nada, isso não existe. 
Ninguém pode imaginar sua própria morte. Matar é o importante. Essa é a 
fronteira a ser cruzada. Sim, esse é o ato concreto de vontade. Porque aí 
você torna sua vontade viva na de outro homem. 
 
 
22 
Esse texto, de 1943-45, expressa a visão de mundo de um adepto da 
ideologia 
a) socialista. 
 
b) liberal-fascista. 
c) nazi-fascista. 
d) anarquista. 
e) capitalista. 
 
7) A República Velha (1894-1930) foi caracterizada por: 
a) Por um período de paz completa em todo território nacional. 
b) Pela alternância de poder entre os partidos estaduais realizados pelo 
sufrágio universal masculino. 
c) Por uma ascensão social dos libertos pela lei de 13 de maio de 1888. 
d) Pela dominação das elites agrárias estaduais, especialmente as de São 
Paulo e Minas Gerais. 
8) "Trata-se de uma estratégia muito usada em hábitos políticos 
coronelistas, em que, por exemplo, os eleitores trocavam seu voto por um 
favor, como um bem material (sapatos, roupas, chapéus etc.) ou algum 
tipo de serviço (atendimento médico, remédios, verba para enterro, 
matrícula em escola, bolsa de estudos etc.)." 
O trecho acima descreve uma prática eleitoral da República Velha denominada: 
a) Voto secreto 
b) Voto de cabresto 
c) Voto censitário 
d) Voto aberto 
 
 
 
 
 
23 
 
7. RESUMO 
 
 
Caro aluno, nestas Orientações de Estudos 1 – Bimestre 1 de 2021, História – 
3ª série, esperamos que você tenha tido, como esse material , a possibilidade de 
compreender melhor o processo político, econômico e social que favoreceu a 
proclamação da República brasileira, considerando suas limitações e fragilidades. 
Esperamos que você tenha percebido que numa sociedade as ações estão articuladas 
e interferem umas nas outras. O estudo da História não deve ser estanque e 
trabalhado de forma desarticulada. Procuramos apresentar à vocês como os 
movimentos nazifascistas se formaram, suas causas e consequências e 
principalmente sua articulação com os desdobramentos das Guerras Mundiais. 
 
 
8. INDICAÇÕES BIBLIOGRÁFICAS 
 
 VICENTINO, Cláudio; DORIGO, Gianpaolo. História Geral e do Brasil, São 
Paulo: Editora Scipione, 2005. 
 
 KOSHIBA, Luiz; PEREIRA, Denise Manzi Frayse. História Geral e do Brasil. 
São Paulo: Editora Atual, 1998. 
 
 https://brasilescola.uol.com.br/historiab/brasil-republica.htm 
 
 https://exercicios.brasilescola.uol.com.br/exercicios-historia/exercicios-sobre-
regimes-totalitarios.htm 
 
 
 
https://brasilescola.uol.com.br/historiab/brasil-republica.htm
https://exercicios.brasilescola.uol.com.br/exercicios-historia/exercicios-sobre-regimes-totalitarios.htm
https://exercicios.brasilescola.uol.com.br/exercicios-historia/exercicios-sobre-regimes-totalitarios.htm

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