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1 2 Governo do Estado do Rio de Janeiro Secretaria de Estado de Educação Comte Bittencourt Secretário de Estado de Educação Andrea Marinho de Souza Franco Subsecretária de Gestão de Ensino Elizângela Lima Superintendente Pedagógica Coordenadoria de Áreas do Conhecimento Maria Claudia Chantre Assistentes Carla Lopes Fabiano Farias de Souza Roberto Farias Verônica Nunes Texto e conteúdo Profª Carla Machado Lopes Colégio Estadual Rodrigo Otávio Filho (Brasil-Itália) Prof. Guilherme José Motta Faria C.E. Hispano Brasileiro João Cabral de Melo Neto Prof. Marcia Teixeira Pinto C.E. Professora Luiza Marinho 3 Capa Luciano Cunha Revisão de texto Prof ª Alexandra de Sant Anna Amancio Pereira Prof ª Andreia Cristina Jacurú Belletti Prof ª Andreza Amorim de Oliveira Pacheco. Prof ª Cristiane Póvoa Lessa Prof ª Deolinda da Paz Gadelha Prof ª Elizabete Costa Malheiros Prof ª Ester Nunes da Silva Dutra Prof ª Isabel Cristina Alves de Castro Guidão Prof José Luiz Barbosa Prof ª Karla Menezes Lopes Niels Prof ª Kassia Fernandes da Cunha Prof ª Leila Regina Medeiros Bartolini Silva Prof ª Lidice Magna Itapeassú Borges Prof ª Luize de Menezes Fernandes Prof Mário Matias de Andrade Júnior Paulo Roberto Ferrari Freitas Prof ª Rosani Santos Rosa Prof ª Saionara Teles De Menezes Alves Prof Sammy Cardoso Dias Prof Thiago Serpa Gomes da Rocha Esse documento é uma curadoria de materiais que estão disponíveis na internet, somados à experiência autoral dos professores, sob a intenção de sistematizar conteúdos na forma de uma orientação de estudos. ©️ 2021 - Secretaria de Estado de Educação. Todos os direitos reservados 4 HISTÓRIA – Orientação de Estudos 1. Introdução 06 2. Aula 1 – A Primeira República 06 3. Aula 2 – República Institucionalizada 08 4. Aula 3 – Holocausto e as minorias dissidentes 12 5. Aula 4 – Fascismo e Nazismo 17 6. Aula 5 - Atividades 20 7. Resumo 23 8. Indicações Bibliográficas 24 5 DISCIPLINA: HISTÓRIA ORIENTAÇÕES DE ESTUDOS para HISTÓRIA 1º Bimestre de 2021 - 3ª série do Ensino Médio META: Apresentar o processo político característico da Primeira República com ênfase na construção da cidadania brasileira. Contextualizar o surgimento das ideologias nazifascistas e seus desdobramentos nefastos. OBJETIVOS: Ao final destas Orientações de Estudos, você deverá ser capaz de: Analisar o processo de implantação da República brasileira; Identificar as características da República Velha; Contextualizar o crescimento de movimentos autoritários pós Segunda Guerra Mundial; Compreender os conceitos de nazismo e fascismo. 6 1. INTRODUÇÃO O estudo da História é fundamental para entendermos nosso lugar no mundo. Nosso lugar como agente transformador da nossa sociedade. Quando conhecemos a História somos capazes de entender melhor nosso presente e projetarmos nosso futuro. Os acontecimentos históricos estão entrelaçados e repercutem uns nos outros. Não há um fato isolado na História. Estaremos aqui tratando de temas que foram fundamentais para formação da sociedade contemporânea como um todo e especialmente para o Brasil. No caso brasileiro analisaremos as condições políticas, sociais e econômicas que possibilitaram o surgimento de nossa República e os limites do ideário republicano vivenciados na prática, pela maioria da população brasileira no início do século XX. Ao nos referirmos à história geral, trataremos do surgimento de movimentos totalitários e violentos, surgidos após a Segunda Guerra Mundial, seus fatores e consequências. 2. Aula 1 7 O período republicano no Brasil se inicia em 15 de novembro de 1889. A proclamação da República é feita através de um golpe militar, promovido pelo Marechal Deodoro da Fonseca, um ano após a escravidão ser abolida no Brasil. Essa mudança da forma de governo tem o apoio de alguns setores específicos da sociedade brasileira, são eles: ➢ os militares, que estavam descontentes com o pouco reconhecimento dado pelo Império, após o fim da Guerra do Paraguai. Os militares consideravam que o exército não estava tendo o reconhecimento merecido, já que foram vitoriosos na guerra. Passaram a acreditar que no regime republicano teriam mais reconhecimento, recursos, e maior importância política no país. ➢ Os latifundiários, especialmente os fazendeiros de café do sudeste, principalmente do oeste paulista, região muito fértil que tinha a característica “terra roxa”. Essa apoio vinha principalmente da insatisfação com as políticas econômicas adotadas pelo Império, que consistiam em altos impostos para a exportação de café, obrigatoriedade de venda para o mercado interno, e a tão rejeitada, abolição da escravidão. Esses oligarcas paulistas acreditavam que, com a chegada da República, teriam um governo mais descentralizado, logo, com menos impostos e sem tantas leis reguladoras da economia. À esse entendimento do funcionamento da República, chamamos federalismo – quando as regiões do país tem mais autonomia em relação ao governo central, como por exemplo, nos Estados Unidos da América. Mas quais foram, afinal, as principais mudanças políticas ocorridas com a Proclamação da República? Primeiramente, temos que conhecer de onde vem a ideia de República. Vamos lá? O ideal republicano surge com o iluminismo, movimento filosófico do século XVIII, e se fortalece principalmente com a Revolução Francesa. Inspirada nas ideias iluministas do pensador Montesquieu, que para limitar o poder do Rei, propunha a divisão do poder centralizado em três poderes: executivo, legislativo, e judiciário, sendo essa uma característica da Repúblia. A 8 segunda característica é da igualdade legislativa, ou seja, todos os homens se tornam iguais perante a lei. Para essa igualdade, é criada uma Constituição. No nosso caso, a Constituição de 1891, que garante direitos e deveres para todos os brasileiros. A terceira caracterídstica é a eleição do presidente por meio do voto – que embora não seja como é hoje, foi uma importante mudança trazida pela política republicana. E a última característica, mas não menos importane, a separação entre Igreja e Estado, tornando o Brasil um país laico, retirando da Igreja poderes efetivamente legais, que eram baseados na doutrina cristã. Com o advento da República, os dois grupos políticos que tiveram participação ativa no processo ( os latifundiários paulistas e os militares de alta patente) se tornam os grupos com maior força política no país. Não à toa, um dos nomes dados a fase inicial da Primeira República foi República da Espada, em alusão aos atos repressivos à população e a força dos militares no governo. Esse primeiro período, de 1889 até 1898, ficou conhecido como período de consolidação da República, caracterizado por grande instabilidade política e econômica, visto que muitas mudanças estruturais estavam sendo feitas no país e caracterizado também por ter à frente do governo, dois presidentes militares não-eleitos (Deodoro da Fonseca e Floriano Peixoto). Podemos citar como pontos importantes que marcariam o fim do período de consolidação e o início da República Oligárquica: ➢ a formulação da Constituição em 1891; ➢ e a primeira eleição para presidente do país, em 1894, sendo Prudente de Morais o presidente eleito. 3. Aula 2 Após o período de consolidação, a República vive seu período de Institucionalização, entre 1898 e 1921. Nesse período, a estrutura política da Primeira República já estava devidamente consolidada, e a partir desse ponto, 9 passa a se debater a aplicação da constituição e os processos eleitoraispara cargos políticos. Como vimos anteriormente, o federalismo era um grande desejo dos grupos envolvidos na proclamação da república, e foi finalmente atendido: os Estados tinham autonomia para criar impostos próprios, gerir suas forças armadas, entre outras funções. As eleições, no entanto, foram marcadas por práticas nada republicanas e que se tornaram bem característica da nossa república: coronelismo - o coronel ou o senhor das terras, detinha o poder econômico e exercia o poder local por meio da violência e trocas de favores . voto de cabresto - compra de votos com a utilização da máquina pública ou o abuso de poder econômico. Prática arbitrária e violenta para obtenção de voto. Mesmo com a Constituição validada e o entendimento legal de que todo brasileiro era um cidadão, logo todos teriam os mesmos direitos e deveres, esse ideal republicano nunca foi alcançado de fato. A cidadania “oferecida” através das leis, não chegava à vida concreta da maioria dos brasileiros. Mas isso não é um problema enfrentado apenas no início de nossa República, não é mesmo? Ainda hoje, é evidente que há uma expressiva parcela da população brasileira, que não conegue ter seus direitos assegurados na prática. Voltando ao início de nossa República, temos no meio urbano, trabalhadores recém- libertos da escravidão e imigrantes atraídos pela Lei de Terras que disputavam qualquer trabalho disponível, fazendo-os aceitar condições péssimas de trabalho – isso incluía jornada de 12h por dia, castigos físicos, trabalho infantil e ambiente insalubre. Como ainda não havia uma legislação trabalhista que regularizasse as condições de trabalho, não existiam férias, folgas no fim de semana, aposentadoria, 13º salário, hora extra, entre outras garantias que, por enquanto, ainda estão sendo mantidos. Eram trabalhadores, portanto, sem nenhuma garantia ou capacidade de barganha, ficando à mercê do poder dos empresários locais e donos de propriedades. 10 No meio rural não era diferente. Os chamados “coronéis” eram grandes proprietários de terra, que podiam pagar homens armados para fazerem sua segurança e garantir seu poder local, os chamados “jagunços”. O trabalho era análogo a escravidão, caracterizado pela monocultura e pela dívida dos trabalhadores com o patrão – o mesmo cobrava pela estadia, comida, e roupas dos trabalhadores, os obrigando a trabalhar para pagar uma dívida que se tornava impagável. Os trabalhadores, portanto, em sua grande maioria, não tinha direito ao voto, visto que não votavam analfabetos (cerca de 70% da população), mulheres e religiosos. Além disso, o voto não era secreto, de forma que os coronéis de cada localidade podiam saber em quem cada trabalhador tinha votado. Portanto, mesmo com um baixo índice de pessoas que tinham o direito de votar, as que podiam estavam submissas ao poder do chefe local, que os obrigava a votar no candidato de sua escolha. Esse processo ficou conhecido como voto de cabresto. As eleições também eram marcadas por fraudes. Os votos eram feitos em papel, e contados pelos próprios coronéis, o que já nos dá uma ideia da falta de transparência do processo de contagem. Além disso, era comum pessoas votarem mais de uma vez, usarem nomes de pessoas mortas para votar, e troca de urnas. Como podemos ver , nossa democracia republicana era bem limitada e cheia de vícios autoritários. https://static.todamateria.com.br/upload/ca/br/cabresto_1.jpg Até 1930, esse sistema de votação, conhecido como “currais eleitorais”, garantiu que o poder se mantivesse nas mãos das mesmas pessoas, dos 11 mesmos grupos políticos. Não havia renovação ou possibilidade de mudança. O período foi dominado pela chamada política do café-com-leite, onde representantes das oligarquias paulista (produtora de café) e mineiras (produtores de leite) se revezaram no poder federal. Esse processo pode ser visto até hoje na realidade brasileira, com o financiamento de campanhas, e principalmente com a proibição de campanha eleitoral de mais de um candidato em determinada parte da cidade. A troca de favores também é característica, o famoso “toma lá dá cá”, quando políticos trocam seu apoio por vantagens pessoais. Com o desenvolvimento do meio urbano, da cidade, outros agentes passam a frequentar o cenário político brasileiro. Os produtores rurais não possuem mais exclusividade econômica no país, visto que o capital estrangeiro, principalmente o inglês, começa a trazer suas empresas, uma vez que o custo de mão-de-obra era muito barato, pela já comentada falta de regulação do trabalho e abundância de oferta de mão – de – obra. Portanto, a Primeira República entra em seu Período de Crise, entre 1921 e 1930, com a chegada do capital estrangeiro. A oferta de trabalho aumenta, a política economia muda e os chefes locais começam a perder a exclusividade na hora de oferecer empregos para os trabalhadores. O trabalho assalariado passa a substituir o trabalho análogo a escravidão – esse processo também era interessante para os países europeus, como a própria Inglaterra, visto que seu objetivo era criar consumidores na América do Sul. Por fim, também há uma grande movimentação dos trabalhadores organizados, contribuindo para instabilidade política. Esses trabalhadores, não sendo amparados por nenhuma legislação, precisavam se organizar em sindicatos autônomos para garantir um mínimo de dignidade no trabalho - adotavam a postura do anarco-sindicalismo e do sindicalismo revolucionário, e foram os primeiros a organizar greves, piquetes, pedir por aumento salarial, e criticar os governantes brasileiros, os responsabilizando pela miséria da população. Além disso, conflitos entre as próprias oligarquias brasileiras também contribuíram para a crise da Primeira República, visto que as mesmas não estavam mais concordando com a alternância no poder. 12 Em 1930, Getúlio Vargas dá um golpe de Estado e instaura o período que fica conhecido no Brasil como Estado Novo. Esse período é caracterizado: ➢ pela criação da CLT, que garante direitos aos trabalhadores; ➢ A industrialização do país, que tira de vez a centralidade econômica dos oligarcas rurais; ➢ a formação de um ideal de nação, pensando na identidade do povo brasileiro. A Primeira República, portanto, pode ser entendida como uma mudança política no país desejada por parte das elites oligárquicas, que visavam mais poder político para benefício próprio. Também é caracterizada pelas péssimas condições de trabalho, tanto urbanos quanto rurais, visto que não havia legislação trabalhista, nem condições para livre acordo entre trabalhador e patrão. Outra característica importante é o voto de cabresto – onde os chefes regionais decidiam em quem os trabalhadores votariam, os ameaçando por meio da violência, e o curral eleitoral – grandes zonas de voto votando em apenas um candidato. As fraudes e a falta de processo democrático marcavam as eleições, mantendo no poder os oligarcas rurais paulistas e mineiros: os mesmos que apoiaram o golpe da República. Portanto, podemos perceber como a Constituição, e sua ideia filosófico de igualdade entre homens e descentralização do poder foi um ideal não alcançado, uma artimanha política para manter no poder militares e donos de terra – antigos donos de escravos. Não houveram ganhos reais para trabalhadores ou camponeses, visto que condições de trabalho, moradia, alimentação, saúde ou educação permaneceram quase que as mesmas da época do Império. Aula 3 - Holocausto e as minorias dissidentes A Segunda Guerra mundial acontece entre 1945 e 1949, iniciada pela Alemanha Nazista, motivada pelo sentimento de revanchismo alemão. 13 Para entender a Segunda Guerra, precisamos voltar para o fim da primeira guerra mundial, 27 anos antes, em 1918. O fim da primeira guerramundial se deu com o chamado Tratado de Versalhes, que estabelecia diversas punições para os países perdedores. A Alemanha, à época colocada como culpada pelo início da guerra, sofreu pesadas sanções, como perda de territórios, altas multas a serem pagas, e proibição da formação de um exército. Essas sanções fizeram a Alemanha sair de grande potência europeia para um país subalternizado, dependente do capital estrangeiro, sem capacidade para se estabelecer como potência. Devido a essa sensação de derrota, causada pelas pesadas sanções do Tratado de Versalhes, o povo alemão criou um grande sentimento de revanche em relação aos países vencedores, como Inglaterra e União Soviética. Esse sentimento foi explorado por grupos nacionalistas, como os nazistas, para ganhar prestígio político e posições de poder. O Partido Nazista ganhou um número relativamente baixo de cadeiras no Reichstag alemão (pode ser entendido como Senado), mas cresceu proporcionalmente com o agravamento da crise econômica, e a crença de que a Alemanha poderia voltar a ser a potência que era antigamente. Eric Hobsbanw, historiador egípcio, defende que a Primeira e a Segunda grande guerras foram, na verdade, uma única guerra em duas partes, exatamente por esse sentimento de revanche causado unicamente pelas sansões impostas à Alemanha, após o fim da Primeira Guerra. Para tal recuperação enquanto projeto político, era necessária a criação de inimigos públicos, figuras em que se pudesse colocar toda a culpa pela situação do país - com a promessa de que, superando esses adversários, a Alemanha voltaria a ser uma grande potência em termos econômicos, militares, e políticos. Os inimigos públicos acusados pelos nazistas, portanto, foram dois: os marxistas – chamados de praga vermelha, e os judeus – que eram acusados de concentrar o dinheiro entre eles, enquanto o povo alemão passava fome. Hitler chega ao poder enquanto líder do partido nazista. Hitler foi um ex combatente da primeira guerra mundial, era vegetariano, e tinha tentado carreira nas artes antes de entrar para o exército. Excelente orador, passou a ser conhecido por seus discursos inflamados em praça pública, onde chamava 14 a população alemã para a tarefa necessária de reconstruir o orgulho alemão, e tornar a Alemanha novamente uma potência, lutando contra as ameaças dos judeus e dos marxistas. Outro nazista muito importante na campanha política era Goebbels, responsável pela propaganda política, e autor da famosa frase “uma mentira contada mil vezes acaba por se tornar verdade”. https://aventurasnahistoria.uol.com.br/media/_versions/legacy/2018/03/21/hitler popularnocamaro_widexl.jpg Ao chegar ao poder, Hitler dá um golpe político, após um incêndio criminoso no Reichstag, em 1933. Hoje em dia, se atribui esse incêndio ao próprio partido nazista, mas a narrativa da época – e dos próprios nazistas – era de que os marxistas não tinham aceitado a derrota democraticamente, e por isso colocaram fogo no parlamento alemão. Com essa narrativa, eles têm o argumento necessário para fechar as instituições democráticas, centralizar o poder, e endurecer a repressão a adversários políticos. A partir daí começam a ser construídos os campos de trabalhos forçados, que mais tarde ficaram conhecidos como campos de concentração. O objetivo desses campos era encarcerar judeus, marxistas, anarquistas, deficientes, ciganos, homossexuais, e quaisquer outra minoria social apontada pelo regime nazista enquanto sinal de atraso para a Alemanha. A divisão desses grupos era feito pelo uso de uma estrela de pano costurada no peito da roupa dada aos prisioneiros, onde cada cor significava uma divisão, podendo o mesmo https://aventurasnahistoria.uol.com.br/media/_versions/legacy/2018/03/21/hitlerpopularnocamaro_widexl.jpg https://aventurasnahistoria.uol.com.br/media/_versions/legacy/2018/03/21/hitlerpopularnocamaro_widexl.jpg 15 prisioneiro ter mais de um, como por exemplo um judeu socialista, ou um socialista homossexual. https://fatosmilitares.com/wp-content/uploads/2018/09/Tri%C3%A2ngulos-do- Holocausto-o-que-significavam-.jpg Esses campos traziam a frase “o trabalho liberta” em sua entrada. E eram inicialmente tratados enquanto campos de trabalho, uma vez que aqueles grupos sociais eram considerados prejudiciais para a sociedade, justificavam ser encarcerados naqueles espaços para que produzissem “algo de útil” para a sociedade. No entanto, com o avanço do ódio aos judeus e outras minorias, esses campos se tornaram campos de execução, onde milhões de pessoas foram mortas nas características câmaras de gás. As condições de vida eram desumanas: pouca água e comida, trabalhos forçados, doenças, violências. Tudo enquanto punição para os encarcerados, entendidos como merecedores de todo aquele sofrimento. O campo de concentração com maior número de mortos foi o campo de Auswitsch, com mais de1 milhão de pessoas assassinadas. https://fatosmilitares.com/wp-content/uploads/2018/09/Triângulos-do-Holocausto-o-que-significavam-.jpg https://fatosmilitares.com/wp-content/uploads/2018/09/Triângulos-do-Holocausto-o-que-significavam-.jpg 16 https://cdni.rbth.com/rbthmedia/images/2019.06/original/5cf6819515e9f928b714f3ad.jp g Práticas características de alguns campos eram os experimentos feitos com judeus, usados como cobaias. Entre esses experimentos, ficaram conhecido aplicação de tinta azul nos olhos, para possível tingimento; Criação intencional de bebês siameses após o nascimento; Exploração dos limites do ser humano em ficar sem água ou comida; E testes de drogas anabolizantes, que visavam gerar super soldados alemães. Com o fim da Segunda Guerra Mundial e derrota do Eixo, os campos são fechados, e os prisioneiros libertos. Após o fim da guerra ocorre o julgamento de Nuremberg, onde diversos nazistas são condenados à pena de morte por crimes contra a humanidade. Também é criado o Estado de Israel, como uma forma de compensação pelas atrocidades sofridas por esse povo durante o nazismo, e em toda a sua existência na Europa. É importante termos em mente, no entanto, que a perseguição aos judeus não surge na Alemanha Nazista. Judeus são, desde sempre, 17 perseguidos na Europa, e chamamos essa perseguição de “antissemitismo”. Por serem um povo sem Estado, os judeus tiveram que se espalhar por diversos países do mundo, não tendo nunca país em que pudessem viver de acordo com os próprios costumes. Outros povos também sofrem da mesma perseguição, mas é de suma importância termos em mente que os judeus já eram perseguidos na Europa desde antes da Alemanha Nazista, que se aproveitou dessa perseguição prévia para fortalecer e deixar aflorar esse sentimento de ódio. Aula 4 O Fascismo e o Nazismo O fascismo é um movimento de direita, ultra-nacionalista, anti-socialista, e militarista, que surge na década de 1930, na Itália. Para entendermos seu surgimento, precisamos pensar o contexto geopolítico no qual está inserido. Com o fim da primeira guerra mundial, há um sentimento de revanche dos países perdedores, notadamente a Itália e Alemanha. A Europa passava por grave crise econômica, causa pelas perdas na guerra, tanto de recursos naturais - ferro, cobre, e destruição das cidades já existentes, quanto de recursos humanos – aproximadamente 17 milhões de pessoas morreram, entre soldados e civis. Nesse contexto, surgem regimes autoritários, que buscam restaurar o orgulho de seu país, e torna-lo novamente uma potência mundial – ou pelo menos lhe dar condição de competir com outras potências europeias. Surge, então, na Itália, um movimento que se denomina “fascismo”, que traz todo esse caldo político. Tem como pontos: ➢ caráter ultranacionalista, por entender que apenas sua nação importa no contexto geopolítico; ➢ é muito militarizada, devidoa crença da virilidade enquanto valor importante para o homem e para a construção da noção enquanto soberana; ➢ é anti socialista, por entender que o internacionalismo e a divisão entre trabalhadores e burgueses era prejudicial para a construção do ideal de nação. 18 Esse caráter unitário entre trabalhadores e burgueses também se relacionava com o caráter industrializante do fascismo, que deu cedeu aos trabalhadores em comum acordo com os sindicatos estatais e a burguesia nacional italiana. Essa industrialização visava o progresso da Itália, por entender que era necessário para a soberania do país – quanto menos precisavam importar, mais soberanos seriam em relação à outras nações. O líder italiano do fascismo foi Benito Mussolini. Esse ideal nacionalista se espalha por outros países, inclusive no Brasil, com o denominado integralismo (camisas verdes), liderados Plíni Salgado. https://conteudo.imguol.com.br/blogs/92/files/2014/03/blog-integralismo- 001.png Muitos historiadores consideram que Adolph Hitler, fez sua própria versão do fascismo – o nazismo. Os dois líderes compartilhavam os mesmos ideais nacionalistas, revanchistas, militaristas e anti-socalistas. Havia, porém, algumas especificidades: a primeira delas foi o antissemitismo nazista, que não havia no fascismo italiano, e uma maior centralizaçaõ de poder por parte de Hitler. https://conteudo.imguol.com.br/blogs/92/files/2014/03/blog-integralismo-001.png https://conteudo.imguol.com.br/blogs/92/files/2014/03/blog-integralismo-001.png 19 O que devemos ter atenção é que embora o movimento nazifascita tenha sido combatido e condenado por muitas países, a ideologia de movimentos autoritários e violentos permanece ainda em nosso mundo. Diversas reportagens, artigos e manifestos são feitos lançando luz para esse problema. Seus líderes foram derrotados e mortos, mas a ameça aos direitos humanos continua presente em todas as sociedades. É necessário que combater a ideologia nazifascista sempre e onde ela se manifestar. https://www.intrinseca.com.br/blog/wp- content/uploads/2017/05/mussolini_hitler.jpg https://www.intrinseca.com.br/blog/wp-content/uploads/2017/05/mussolini_hitler.jpg https://www.intrinseca.com.br/blog/wp-content/uploads/2017/05/mussolini_hitler.jpg 20 https://incrivelhistoria.com.br/app/uploads/2013/11/mussolini-morto-corbis-ii.jpg 6. Aula 5 ATIVIDADES 1) De onde vem a inspiração para o modelo de república brasileira? ___________________________________________________________ 2) Cite 3 mudanças políticas que acorerram com o advento da República: 1 - ________________________________________________ 2 - ________________________________________________ 3 - ________________________________________________ 21 3) Os dois principais grupos apoiadores da República no Brasil foram: 1( ) Militares e industriais 2 ( ) Industriais e trabalhadores 3 ( ) Militares e donos de terras 4 ( ) Donos de terras e industriais 5 ( ) Trabalhadores e donos de terra 4) Caracterize o voto de cabresto e o curral eleitoral: _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 5) Fascismo e nazismo têm em sua origem algumas causas comuns. Entre essas causas pode-se apontar: a) o ideário da "raça pura". b) conflitos entre burguesia e nobreza. c) crises econômico-sociais com as consequentes greves, tumultos e agitações que favoreceriam a tomada do poder pelas esquerdas. d) as consequências do fracasso das ofensivas dos dois países contra a Tríplice Aliança, durante a Primeira Guerra Mundial. e) A luta pelo poder entre partidos fortes da direita. 6) Morrer pela Pátria, pela Ideia (...) Não, isso é fugir da verdade. Mesmo no front, matar é que é importante (...). Morrer não é nada, isso não existe. Ninguém pode imaginar sua própria morte. Matar é o importante. Essa é a fronteira a ser cruzada. Sim, esse é o ato concreto de vontade. Porque aí você torna sua vontade viva na de outro homem. 22 Esse texto, de 1943-45, expressa a visão de mundo de um adepto da ideologia a) socialista. b) liberal-fascista. c) nazi-fascista. d) anarquista. e) capitalista. 7) A República Velha (1894-1930) foi caracterizada por: a) Por um período de paz completa em todo território nacional. b) Pela alternância de poder entre os partidos estaduais realizados pelo sufrágio universal masculino. c) Por uma ascensão social dos libertos pela lei de 13 de maio de 1888. d) Pela dominação das elites agrárias estaduais, especialmente as de São Paulo e Minas Gerais. 8) "Trata-se de uma estratégia muito usada em hábitos políticos coronelistas, em que, por exemplo, os eleitores trocavam seu voto por um favor, como um bem material (sapatos, roupas, chapéus etc.) ou algum tipo de serviço (atendimento médico, remédios, verba para enterro, matrícula em escola, bolsa de estudos etc.)." O trecho acima descreve uma prática eleitoral da República Velha denominada: a) Voto secreto b) Voto de cabresto c) Voto censitário d) Voto aberto 23 7. RESUMO Caro aluno, nestas Orientações de Estudos 1 – Bimestre 1 de 2021, História – 3ª série, esperamos que você tenha tido, como esse material , a possibilidade de compreender melhor o processo político, econômico e social que favoreceu a proclamação da República brasileira, considerando suas limitações e fragilidades. Esperamos que você tenha percebido que numa sociedade as ações estão articuladas e interferem umas nas outras. O estudo da História não deve ser estanque e trabalhado de forma desarticulada. Procuramos apresentar à vocês como os movimentos nazifascistas se formaram, suas causas e consequências e principalmente sua articulação com os desdobramentos das Guerras Mundiais. 8. INDICAÇÕES BIBLIOGRÁFICAS VICENTINO, Cláudio; DORIGO, Gianpaolo. História Geral e do Brasil, São Paulo: Editora Scipione, 2005. KOSHIBA, Luiz; PEREIRA, Denise Manzi Frayse. História Geral e do Brasil. São Paulo: Editora Atual, 1998. https://brasilescola.uol.com.br/historiab/brasil-republica.htm https://exercicios.brasilescola.uol.com.br/exercicios-historia/exercicios-sobre- regimes-totalitarios.htm https://brasilescola.uol.com.br/historiab/brasil-republica.htm https://exercicios.brasilescola.uol.com.br/exercicios-historia/exercicios-sobre-regimes-totalitarios.htm https://exercicios.brasilescola.uol.com.br/exercicios-historia/exercicios-sobre-regimes-totalitarios.htm
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