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Este material é parte integrante do curso online "Atualização em Enfermagem e Ala de Parto" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). Com certificado online 80 horas Atualização em Enfermagem e Sala de Parto Rachel Cardoso de Almeida Este material é parte integrante do curso online "Atualização em Enfermagem e Sala de Parto" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). Atualização em Enfermagem e Sala de Parto Rachel Cardoso de Almeida 80 horas Com certificado online SUMÁRIO APRESENTAÇÃO .............................................................................................................. 5 EVOLUÇÃO DAS POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE OBSTÉTRICA E NEONATAL ........................................................................................................................ 6 2.1 AVANÇOS E DESAFIOS NA ATENÇÃO MATERNA E NEONATAL ............ 7 2.2 SAÚDE MATERNO-INFANTIL E A SAÚDE DAS MULHERES .......................... 8 2.3 PRINCIPIOS DA POLÍTICA DE ATENÇÃO INTEGRAL A SAÚDE DA MULHER .......................................................................................................................... 9 2.4 DIRETRIZES DA POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO INTEGRAL A SAÚDE DA MULHER ................................................................................................................. 10 2.5 OBJETIVOS DA POLÍTICA DE ATENÇÃO INTEGRAL A SAÚDE DA MULHER ........................................................................................................................ 11 2.5.1 Objetivos Gerais Da Política Nacional De Atenção Integral À Saúde Da Mulher ..................................................................................................................................... 11 2.6 PACTO PELA SAÚDE ............................................................................................. 14 2.6.1 Objetivos e Metas ............................................................................................... 15 2.6.2 Objetivos e Metas ............................................................................................... 15 2.6.3 Objetivos e Metasparamortalidade Infantil ........................................................ 15 2.6.4 Objetivos e Metas para Mortalidade Materna .................................................... 15 REDE CEGONHA ............................................................................................................ 18 3.1 PRÉ-CONCEPÇÃO E SAÚDE REPRODUTIVA ................................................... 21 3.2 PRÉ-NATAL ............................................................................................................. 22 3.3 DIAGNÓSTICO DE GRAVIDEZ ............................................................................ 23 3.4 CLASSIFICAÇÃO DE RISCO GESTACIONAL .................................................... 24 3.5 CALENDÁRIO DE CONSULTAS E EXAMES COMPLEMENTARES ............... 25 3.5.1 Exames complementares .................................................................................... 25 3.6 VACINAÇÃO NA GESTAÇÃO .............................................................................. 27 3.7 PARTO E NASCIMENTO ....................................................................................... 28 3.8 BOAS PRÁTICAS DO PARTO E NASCIMENTO ................................................. 29 3.9 PLANO DE PARTO ................................................................................................. 31 3.10 PUERPÉRIO E ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE DA CRIANÇA DE 0 A 24 MESES ............................................................................................................................ 31 3.11 SISTEMA LOGÍSTICO: TRANSPORTE SANITÁRIO E REGULAÇÃO .......... 32 3.12 PAPEL DO ENFERMEIRO NA ASSISTÊNCIA NO CICLO GRAVÍDICO- PUERPERAL .................................................................................................................. 33 AMBIÊNCIA E RDC 36/2008 .......................................................................................... 34 4.1 ORIENTAÇÕES PARA AMBIÊNCIA EM CENTRO OBSTÉTRICO .................. 35 4.2 ORIENTAÇÕES PARA A AMBIÊNCIA DOS CENTROS DE PARTO NORMAL INTRA E PERI-HOSPITALARES ................................................................................. 36 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM ............................................................................. 38 5.1 SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM ............................ 38 5.2 PROCESSO DE ENFERMAGEM NA ASSISTÊNCIA A GESTANTE, PARTURIENTE, PUÉRPERA E NEONATO ................................................................ 40 5.2.1 Histórico ou coleta de dados ............................................................................... 40 5.2.2 Diagnóstico de enfermagem ............................................................................... 42 5.2.3 Implementação da assistência de enfermagem ................................................... 43 AVALIAÇÃO .................................................................................................................... 49 REFERÊNCIAS ................................................................................................................ 53 Unidade 1 – Apresentação 5 Este material é parte integrante do curso online "Atualização em Enfermagem Pediatria" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). 01 APRESENTAÇÃO A assistência obstétrica e neonatal no Brasil passou por diversas construções e evoluções no que se refere a sua execução e direcionamento da assistência. Atualmente, diversas estratégias foram criadas para ofertar um cuidado mais humanizado, integral e de qualidade a todos os envolvidos, incluindo o binômio mãe-filho, assim como toda a rede de apoio familiar e afetiva envolvida no processo. Cada experiência vivida possui a sua própria característica e merece uma atenção em saúde específica e individualizada, considerando a grande diversidade dos sujeitos. Nesse âmbito, existem vários conceitos importantes sobre saúde obstétrica e neonatal que devem ser compreendidos, desde a criação de políticas públicas voltadas a essa população, até o entendimento de questões conceituais que envolvem o funcionamento dos serviços especializados nessa área. Desse modo, no decorrer desse curso iremos abordar aspectos importantes sobre a estrutura de um serviço obstétrico, mais especificamente a sala de parto, assim como as boas práticas para o parto e nascimento, associado a assistência de enfermagem prestada ao binômio. A organização deste curso está articulada para que ao final, o profissional participante do curso seja capaz de: Compreender a construção sócio-histórica das políticas públicas de saúde da mulher, assim como as ações especificas voltadas ao contexto obstétrico e neonatal; Refletir sobre conceitos importantes referentes as ações humanizadas acerca do parto e nascimento, bem como a estruturação dos serviços obstétricos no que se refere a sala de parto; Compreender os cuidados gerais e de enfermagem voltados ao ciclo gravídico- puerperal tanto para a grávida quando para o neonato. Bons estudos! Atualização em Enfermagem e a Sala de Parto 6 Este material é parte integrante do curso online "Atualização em Enfermagem e a Sala de Parto" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br)conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). 02 EVOLUÇÃO DAS POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE OBSTÉTRICA E NEONATAL Nos últimos o Brasil passou por relevantes mudanças nos aspectos demográfico, socioeconômico estilo de vida que transformaram a qualidade de vida da população. Essas mudanças também alcançaram a área da saúde, tivemos a criação do Sistema Único de Saúde, com marcantes transformações nas políticas de saúde e a ampliação da atenção primária. No contexto histórico da sociedade brasileira diversas ações foram propostas e construídas na atenção materna e neonatal traçaremos abaixo algumas medidas que diretamente ou indiretamente colaboraram para a o avanço na atenção obstétrica e neonatal no nosso país. Então, a partir de 1988 com a reforma sanitária e constituição federal a compreensão da atenção à saúde ganhou conceitos que consideravam princípios como a universalidade, integralidade, equidade, descentralização, regionalização e de participação social no surgimento do SUS. Essa nova visão originou novas perspectivas em diversas áreas da saúde, dentre elas a atenção obstétrico e neonatal, que buscava uma ser mais humanista, compreendendo ações de forma integral a saúde das mulheres e crianças superando um modelo mecanicista centrado apenas na doença, sem considerar as singularidades das pessoas e uma atenção de qualidade e humanizada. Muitos progressos foram realizados na atenção obstétrica a partir das políticas públicas criadas, entretanto ainda é prevalente no Brasil a realização de intervenções, que são prejudiciais à saúde materna e neonatal, ocasionando a mortalidade materna e neonatal e muitas vezes por causas evitáveis. Para modificar essa realidade ainda são necessárias mudanças, tais como o fortalecimento das ações em rede, da Atenção Básica, implementar as ações das políticas públicas indicativas à atenção obstétrica, condutas adequadas na assistência obstétrica e neonatal e a realização de ações com a finalidade de empoderar a gestante e seu Unidade 2 – Evolução das políticas públicas de saúde obstétrica e neonatal 7 Este material é parte integrante do curso online "Atualização em Enfermagem e a Sala de Parto" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). acompanhante. Acreditamos, que essas ações poderão colaborar para transformação da realidade obstétrica no Brasil e com isso melhorar os indicadores de saúde neste campo. 2.1 AVANÇOS E DESAFIOS NA ATENÇÃO MATERNA E NEONATAL Um dos primeiros marcos na atenção materna e neonatal aconteceu 1975 com a criação do Programa Nacional de Saúde Materno-Infantil, pelo Ministério da Saúde (MS), esse programa buscava a proteção e assistência materno-infantil e englobava os cuidados ao período pré-concepcional, pré-natal, parto e puerpério. Mas, depois de diversas críticas realizadas pelo movimento feminista por ter um ponto de vista limitado ao ciclo gravídico-puerperal, nasce então em 1984, o Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher (PAISM), sua criação representou um marco histórico, pois apresentava um novo enfoque à saúde da mulher brasileira, ele possuía ações educativas, preventivas, diagnóstico e tratamento, assistência em clinicas ginecológicas, pré- natal, parto, puerpério, climatério, planejamento familiar DST, câncer de colo de útero e de mama e outras necessidades apresentadas pelas mulheres na época. Além disso, na década de 1980, ocorreu um movimento mundial em busca da humanização do parto e nascimento atraindo a atenção para a necessidade de modificações na assistência, na estimulação de novos pensamentos sobre a prática dos profissionais de saúde e a valorização do papel primordial da mulher nesse processo, com atenção centradas nas suas necessidades e segurança de forma humanizada. Assim, ao pensarmos sobre políticas públicas quanto aos direitos reprodutivos, observa-se um esforço para interferir e agir na saúde feminina. Para se alcançar esses objetivos foram realizadas as implantações de programas e políticas nacionais voltadas a saúde da mulher. Nesse sentido em 2004, o Ministério da Saúde estabelece a “Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher” (PNAISM), visando a concretização dos avanços na área dos direitos sexuais e direitos reprodutivos através de metas e avanços da atenção obstétrica. Então, para alcançar a ampliação da execução das políticas de saúde foram criadas estratégias de pactuações diretas e indiretas, tais como: a Política Nacional de Atenção à Saúde da Mulher, o Pacto Nacional pela Redução da Mortalidade Materna e Neonatal, o Pacto pela Vida e a Política Nacional de Atenção Básica (BRASIL, 2013). Compreendendo que as mulheres são a maioria da população brasileira e as que mais utilizam do Sistema Único de Saúde (SUS). Seja frequentando os serviços de saúde para atendimento próprio ou como acompanhantes, pois muitas vezes são elas que levam as crianças, familiares, idosos, seus vizinhos ou amigos. Outro fato relevante, é que as mulheres possuem uma vida mais longa do que os homens, mas adoecem com mais frequência. Nesse sentindo, as mulheres são vistas como cuidadoras e exercem essa função não apenas no seu lar, mas também na comunidade. Portanto, é importante que esse grupo receba Atualização em Enfermagem e a Sala de Parto 8 Este material é parte integrante do curso online "Atualização em Enfermagem e a Sala de Parto" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). atenção específica, visto que elas possuem problemas de saúde que afetavam tão-somente a população feminina, além de cuidar da saúde de outras pessoas. Assim sendo, a saúde envolve diversos determinantes, como moradia, condições de trabalho, ambiente, lazer e renda. Para as mulheres, problemas relacionados a esses determinantes são agravados muitas vezes pela sobrecarga de responsabilidades da dupla jornada. Outros aspectos como etnia, raça, e situação de baixa renda enfatizam ainda mais as desigualdades. Como visto anteriormente, a história social das mulheres foi construída a partir de luta por direitos e complexas discussões em busca de igualdade, e trouxeram contribuições para significantes para o processo de saúde e modificação no modelo da saúde da mulher. 2.2 SAÚDE MATERNO-INFANTIL E A SAÚDE DAS MULHERES No Brasil, a saúde da mulher século XX eram voltadas basicamente para responder às demandas relativas à gravidez e ao parto, como visto anteriormente. Os Programas materno- infantis, organizados nas décadas de 30, 50 e 70, buscavam a proteção e assistência materno- infantil e demonstram uma visão focada apenas no biológico e no seu papel social de mãe e dona de casa (BRASIL, 2007). Em 1984 o Ministério da Saúde criou o Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher (PAISM), marcando, agrupando as propostas de descentralização, hierarquização e regionalização dos serviços, aliados a integralidade e a equidade do cuidado, nesse período também ocorria o Movimento Sanitário, se arquitetava o esboço conceitual para a criação do Sistema Único de Saúde (SUS) (BRASIL,2011a). Por isso, as ações para construção do SUS possuem influências sobre a implementação do PAISM. Já em 2004 a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher (PNAISM) foi organizada com a finalidade de promover a melhoria das condições de vida e na saúde das mulheres cooperando para a diminuição da morbimortalidade. E expandindo, qualificando e humanizando o cuidado integralà saúde da mulher em todos as esferas da saúde (BRASIL,2011a). A PNAISM apresentava inovações para a saúde da mulher incluindo ações de educação em saúde, prevenção de doenças, diagnóstico, tratamento e recuperação, além de, assistência durante todas as fases da vida, cuidados ginecológicos, prevenção de câncer de colo do útero e de mama, planejamento familiar, prevenção e cuidados com IST. E procura concretizar os avanços na área dos direitos sexuais e reprodutivos, com ênfase na assistência durante a gravidez, no parto e puerpério, durante o climatério e outras demandas encontradas no território. Essa Política demonstra o compromisso com a saúde da mulher, visando a garantia dos direitos das mulheres e a redução de agravos e doenças por causas evitáveis e admissíveis de prevenção, com enfoque na assistência obstétrica, no planejamento reprodutivo, na atenção ao abortamento e no combate contra a violência doméstica e sexual. Unidade 2 – Evolução das políticas públicas de saúde obstétrica e neonatal 9 Este material é parte integrante do curso online "Atualização em Enfermagem e a Sala de Parto" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). 2.3 PRINCIPIOS DA POLÍTICA DE ATENÇÃO INTEGRAL A SAÚDE DA MULHER Realizar uma assistência humanização e com atenção de qualidade é primordial para que as ações de saúde consigam responder os problemas identificados, que as usuárias fiquem satisfeitas com o atendimento e que as mulheres sejam capazes de identificar suas demandas, a promover o autocuidado e reivindicar seus direitos. Ter uma atenção humanizada e qualificada vai além de uma boa relação com o sujeito, é o reconhecimento que existe uma relação de troca entre usuários e profissionais. E que por mais que haja diferenças (conforme suas condições sociais, raciais, étnicas, culturais e de gênero) são seres semelhantes, que devem compartilhar e trocar saberes, reconhecendo e respeitando os direitos e deveres de cada um. Quando falamos em humanização da atenção em saúde precisamos ter em mente que esse processo é contínuo e requer reflexão sobre ações, comportamentos e as condutas abordadas por todas as pessoas envolvidas nessa relação. Então, para responder e compreender as demandas e particularidades do outro, é necessário ter conhecimento sobre si, só assim você poderá ajudar o outro reconhecendo que existem diferenças que devem ser respeitadas e não impor valores, decisões ou opiniões próprios. Não existe qualidade da atenção, sem humanização, esses princípios são inseparáveis. Qualidade da atenção é bem mais do que resolver problemas ou ter recursos tecnológicos disponíveis. E a humanização vai além de tratar o usuário de forma educada, bem ou até mesmo de maneira amigável (BRASIL,2011a). Com base no exposto, segundo Brasil (2011a) para alcançar os princípios de humanização e da qualidade da atenção é preciso considerar, alguns elementos, dentre eles estão: Permitir o acesso dos usuários às ações e aos serviços de saúde em todos os níveis de assistência; Definir a estrutura e organizar a rede assistencial, para fortalecer a continuidade das ações para isso é necessário formalizar e efetivar os sistemas de referência e contrarreferência, acompanhando de forma integral o paciente pela rede de saúde; Realizar a busca ativa e conseguir a captação precoce das usuárias; Garantir a disponibilização de recursos tecnológicos e seu uso apropriado, considerando evidência científica e proteção da usuária; Capacitar todos os profissionais e funcionários da área da saúde, para realizar um atendimento humanizado, com acolhimento, promover o uso correto das tecnologias e ações de educação em saúde de forma individual e coletiva; Disponibilizar materiais para ações educativas, equipamentos e insumos necessários; Atualização em Enfermagem e a Sala de Parto 10 Este material é parte integrante do curso online "Atualização em Enfermagem e a Sala de Parto" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). Disponibilizar informação, orientações sobre promoção da saúde, prevenção de doenças e agravos e tratamentos a usuária, familiares e comunidade; Estabelecer maneiras de ouvidoria para avaliação dos serviços e forma de atendimento dos profissionais, para que os usuários possam repassar suas opiniões, críticas e sugestões; Avaliação dos indicadores que possibilitem aos gestores o monitoramento e o direcionamento das ações, e quais são os impactos sobre os problemas em questão, possibilitando assim a reformulação de estratégias ou ações quando necessário. 2.4 DIRETRIZES DA POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO INTEGRAL A SAÚDE DA MULHER Durante a criação da Política nacional Atenção à Saúde (2011) foram esquematizadas as seguintes diretrizes: O serviço de saúde precisa estar preparado e habilitado para a atenção integral à saúde da mulher e garantir o direito à saúde, com relação ao ponto de vista que considere a promoção da saúde, as especificidades da saúde da população feminina e o controle das doenças mais prevalentes nesse grupo. Essa política deve contemplar todas as fases da vida da mulher, considerando as particularidades de cada idade e os diferentes grupos, como é o caso das mulheres indígenas, negras, mulheres privadas de liberdade, com deficiência e entre outras. Para elaborar, executar e avaliar as políticas de saúde da mulher considerar os aspectos relacionados ao gênero, etnia e raça, ampliando e conquistando mais espaço e direitos sobre saúde sexual e reprodutiva da mulher, englobando todas as áreas da saúde da mulher. A Política de Atenção à Saúde não deve ser rígida com demandas firmadas, a gestão dela precisa ser dinâmica, visto que o processo de saúde é vivo, com a presença de demandas antigas e novas em todos os níveis da assistência. As políticas de saúde da mulher devem ser entendidas como uma estratégia ampla, pois ela busca garantir os direitos das mulheres, não apenas na área da saúde, mas também em outros setores como a segurança, a justiça, educação e0 previdência social. Entende-se por atenção integral à saúde da mulher um conjunto de estratégias para promover, proteger, cuidar e recuperar a saúde, realizada em todos os níveis de atenção à saúde, desde casos mais simples até os mais complicação. É de responsabilidade das três esferas de gestão, assegurar que as ações da Política de Atenção à Saúde da Mulher sejam executadas e garantindo o acesso de forma Unidade 2 – Evolução das políticas públicas de saúde obstétrica e neonatal 11 Este material é parte integrante do curso online "Atualização em Enfermagem e a Sala de Parto" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). hierarquizada, descentralizada e com a conexão das ações e serviços independentemente do nível de atenção à saúde. É importante que as pessoas que prestam serviços entendam que a relação com a usuária é singular, por diversos aspectos e que isso não pode interferir no atendimento, mas precisa ser respeitado. O atendimento a mulheres deve ser realizado sem discriminação e garantindo sempre pelo respeito as diferenças, nunca impor valores e crenças que o profissional acredite ser o correto. Esse aspecto deverá ser repassado aos profissionais em estratégias de capacitação para humanização dos profissionais. 2.5 OBJETIVOS DA POLÍTICA DE ATENÇÃO INTEGRAL A SAÚDE DA MULHER 2.5.1 Objetivos GeraisDa Política Nacional De Atenção Integral À Saúde Da Mulher Segundo a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher (2011) seu principal objetivo é a promoção da melhoria das condições de vida e da saúde das mulheres, por meio da garantia dos direitos e o aumento do acesso aos dispositivos e serviços de saúde que geram a promoção, prevenção, assistência e recuperação da saúde no território brasileiro. Podemos então, considerar que de acordo com Brasil (2011) os objetivos gerais são: Contribuir para a redução da morbidade e mortalidade feminina no Brasil, especialmente por causas evitáveis, em todos os ciclos de vida e nos diversos grupos populacionais, sem discriminação de qualquer espécie. Ampliar, qualificar e humanizar a atenção integral à saúde da mulher no Sistema Único de Saúde. Os objetivos Específicos e as Estratégias da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher, são apresentados e especificados de acordo com Brasil (2011), como descrito a seguir: 1. Ampliação e qualificação da atenção clínico-ginecológica, com inclusão das portadoras da infecção pelo HIV e outras IST: Com o fortalecimento da atenção básica na atenção com a mulher e a ampliação das portas de entrada e qualificação a atenção ginecológica na rede SUS. 2. Estimulação da implantação e implementação da assistência em planejamento familiar, para homens e mulheres, adultos e adolescentes, no âmbito da atenção integral à saúde: Expandir e trabalhar na qualificação do planejamento familiar, garantindo a oferta e as informações sobre as possíveis opções de métodos anticoncepcionais, contendo ainda a atenção à infertilidade; e estimular a Atualização em Enfermagem e a Sala de Parto 12 Este material é parte integrante do curso online "Atualização em Enfermagem e a Sala de Parto" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). participação e a inserção dos homens e adolescentes nas atividades de planejamento familiar. 3. Promover a atenção obstétrica e neonatal, qualificada e humanizada, incluindo a assistência ao abortamento em condições inseguras, para mulheres e adolescentes: Criar um Pacto Nacional com o objetivo de Reduzir a Mortalidade Materna e Neonatal, em conjunto com outros atores; Buscar a qualificação da assistência obstétrica e neonatal nas esferas dos estados e municípios; Organização da rede de equipamentos e ações de qualidade e humanizadas ne atenção obstétrica e neonatal, incluindo a assistência à gestante de alto risco, em condições de urgência/emergência e mulher em situação de abortamento, contendo estruturas para realizar a referência e contrarreferência; fortalecimento dos sistemas de formação e capacitar os profissionais no campo de assistência obstétrica e neonatal; Garantir que todas as gestantes recebam ácido fólico e sulfato ferroso; Aperfeiçoar as informações sobre a dimensão e tendência da mortalidade materna. 4. Promover o cuidado às mulheres e adolescentes em condição de violência doméstica e sexual: instituir rede integrada de atenção às mulheres em condição de violência sexual e doméstica, incluindo ações de prevenção de IST/aids à mulher em situação de violência e a promoção de estratégias de prevenção relacionadas à violência doméstica e sexual. 5. Promover, em conjunto com o Plano Nacional-IST/AIDS, a prevenção e o controle de infecções sexualmente transmissíveis e HIV/aids nas mulheres brasileiras: prevenção das IST e a infecção pelo HIV/aids entre a população feminina; e a ampliação e qualificação da atenção à saúde da mulher que vive com a infecção pelo HIV e aids. 6. Reduzir a morbimortalidade por câncer na população feminina: a organização nos municípios polos das microrregiões redes para a realização de guias referência e contra-referência no diagnóstico e o tratamento de câncer de colo do útero e de câncer de mama; cumprir a Lei Federal que assegura a cirurgia para reconstruir a mama das mulheres que realizaram mastectomia; proporcionar o teste anti-HIV e de sífilis para as mulheres, principalmente para mulheres que possuem o diagnóstico de IST, HPV e/ou lesões intra-epiteliais de grau elevado/ câncer invasor. 7. Realizar a implantação de um modelo de atenção à saúde mental das mulheres: nesse sentido, a saúde das mulheres com transtornos mentais será o foco, com o intuito de melhorar a atenção à saúde mental das mulheres, realizar mais informações sobre mulheres portadoras de transtornos mentais no âmbito do SUS e trabalhar de forma integrada com outras esferas não-governamentais nas ações da política de atenção às mulheres portadoras de transtornos mentais. 8. Implementação do cuidado à saúde da mulher no climatério: nessa fase da vida é necessário atenção especial, por isso a ampliação do acesso é importante para que as mulheres sejam acolhidas nesse momento da vida, além disso é necessária uma atenção de qualificada às mulheres no climatério na rede SUS. Unidade 2 – Evolução das políticas públicas de saúde obstétrica e neonatal 13 Este material é parte integrante do curso online "Atualização em Enfermagem e a Sala de Parto" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). 9. Promoção da atenção à saúde da mulher idosa: realizar ações considerando a às particularidades da saúde da mulher presentes na Política de Atenção à Saúde do Idoso. 10. Cuidados e promoção da atenção à saúde da mulher negra: para isso é necessários ocorra a melhoria dos registros e de dados, para captar mais informações, com ênfase na capacitação dos profissionais de saúde; inserir o Programa de Anemia Falciforme (PAF/MS), com destaque as mulheres em idade fértil e na fase gravídico- puerperal; – compreender e concretizar ações que considerem o recorte racial/étnico na esfera do SUS;– estimular e fortalecer a ligação com entidades referente à saúde da população negra. 11. Saúde da mulher trabalhadoras do campo e da cidade: realizar ações de atenção, vigilância a saúde e direito a saúde das mulheres trabalhadoras da cidade e do campo. 12. Concretizar a atenção à saúde da mulher indígena: ainda são poucas as ações voltadas para a população indígena, nessa perspectiva essa política visa garantir a ampliação e qualificação da atenção integral à saúde da mulher indígena. 13. Realizar a promoção da atenção à saúde das mulheres em situação de privação de liberdade, compreendendo a realização de ações para prevenir e controlar as doenças sexualmente transmissíveis e da infecção pelo HIV/aids nessas mulheres: para isso deverá acontecer a ampliação do acesso e qualificação da atenção à saúde das mulheres em situação de privação da liberdade. 14. O Fortalecimento da participação da comunidade para definir e implementar as políticas de atenção integral à saúde das mulheres: dessa forma é preciso estabelecer legação com grupos de movimentos de feministas no aprimoramento da política de atenção integral à saúde da mulher. No ano de 2011, o Ministério da Saúde estabeleceu e implantou, em parceria com múltiplos setores da sociedade, a 2ªreimpressãodesta política. Ela traz diretrizes e objetivos gerais e específicos que demonstra o compromisso com a implementação de estratégias de saúde que cooperem para garantir os direitos humanos das mulheres, promovendo a melhoria das condições de vida e saúde das mulheres, garantir a ampliação do acesso aos serviços de saúde e realizar a promoção, prevenção, assistência e recuperação da saúde em todo território brasileiro, com o atendimento humanizado e a atenção integral à saúde da mulher no Sistema Único de Saúde e reduzir a morbimortalidade porcausas evitáveis. Este documento busca ampliar como princípios norteadores a integralidade e a promoção da saúde. Ele procura concretizar os progressos no campo dos direitos sexuais e reprodutivos, com destaque maior em melhorias na atenção obstétrica, no planejamento familiar, na atenção ao abortamento inseguro e no combate à violência doméstica e sexual. Considera, ainda, a importância da prevenção e a assistência e tratamento de mulheres vivendo com HIV/aids, portadoras de doenças crônicas não transmissíveis e de câncer ginecológico. Buscando também o desenvolvimento de estratégias para grupos historicamente “esquecidos” das políticas públicas, nas suas peculiaridades e reais necessidades (BRASIL,2011a). Atualização em Enfermagem e a Sala de Parto 14 Este material é parte integrante do curso online "Atualização em Enfermagem e a Sala de Parto" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). É importante destacar que que devido à grande extensão do território brasileiro, o país possui uma ampla diversidade tanto cultural, como em relação as condições socioeconômicas. Dessa forma, o acesso às ações e serviços de saúde podem apresentar demandas diferentes conforme cada região e suas necessidades, por isso é necessário reconhecer e entender o perfil epidemiológico da população feminina, considerando as particularidades existentes. Antes de 2000, ano de instituição do Programa de Humanização no Pré-Natal e Nascimento (PHPN) pelo Ministério da Saúde (MS), não havia nenhum modelo de assistência normatizado às gestantes no Brasil. O PHPN foi implantado por meio da Portaria/GM nº 569, com o intuito de melhorar a cobertura e a qualidade da assistência pré- natal, parto e puerpério estendendo os cuidados também ao recém-nascido. A partir de 2006, a Estratégia de Saúde da Família (ESF) teve início no Brasil, como um aprimoramento do Programa Saúde da Família (PSF) anteriormente utilizado, e buscou uma forma mais eficaz de reorganização da assistência na atenção primária, na intenção de apresentar melhores condições de saúde à população, além de reduzir custos com problemas de saúde aos cofres públicos e famílias. A implementação do PHPN junto ao crescimento da ESF é vista como uma das estratégias relevantes na redução da mortalidade materna no Brasil. Ainda em 2006, outra estratégia importante pode ser destacada, como é o caso do Pacto pela saúde descrito a seguir. 2.6 PACTO PELA SAÚDE Dia 22 de fevereiro de 2006 foi divulgado o Pacto pela Saúde- consolidação do SUS, publicado Portaria/GM nº 399. Esse Pacto foi consolidado entre os gestores do SUS nas três esferas de gestão (União, Estados e Municípios), sendo integrado em dimensões: pela Vida, em Defesa do SUS e de Gestão. Seu objetivo é promover inovações nos processos e instrumentos de gestão, com intuito de obter maior eficiência e qualidade das respostas do SUS. Do mesmo modo, o Pacto pela Saúde descreve as responsabilidades de cada gestor na área da saúde as necessidades da população e busca a equidade social. Neste material, vamos focar o Pacto pela Vida e em especial às prioridades voltadas a saúde da mulher. O foco do Pacto pela Vida é estabelecer um conjunto de prioridades que exibem impacto sobre a saúde da população. Essas prioridades são estabelecidas por meio de metas nacionais, estaduais, regionais ou municipais. As prioridades do PACTO PELA VIDA e seus objetivos para 2006 são: Saúde do idoso; câncer de colo de útero e de mama; Mortalidade infantil e materna; Doenças emergentes e endemias, com ênfase na dengue, hanseníase, tuberculose, malária e influenza; Promoção da saúde e Atenção básica à saúde. Com relação a saúde da mulher as temáticas que estão presentes no Pacto pela Vida são o Controle do Câncer do Colo do Útero e da Mama e Mortalidade infantil e materna. O pacto pela vida apresenta sobre o Controle do Câncer do Colo do Útero e da Mama objetivos e metas para o Controle do Câncer do Colo do Útero e metas para o controle do Unidade 2 – Evolução das políticas públicas de saúde obstétrica e neonatal 15 Este material é parte integrante do curso online "Atualização em Enfermagem e a Sala de Parto" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). câncer da mama. Consistem em objetivos e metas para o Controle do Câncer do Colo do Útero definidas no Pacto pela Vida (BRASIL, 2006): 2.6.1 Objetivos e Metas Cobertura de 80% para o exame preventivo do câncer do colo do útero, conforme protocolo, em 2006; Incentivo para a realização da cirurgia de alta frequência, técnica que utiliza um instrumental especial para a retirada de lesões ou parte do colo uterino comprometido (com lesões intraepiteliais de alto grau) com menor dano possível, que pode ser realizada em ambulatório, com pagamento diferenciado, em 2006. Consistem em objetivos e metas para o Controle do Câncer de Mama deliberadas no Pacto pela Vida (BRASIL, 2006): 2.6.2 Objetivos e Metas Ampliar para 60% a cobertura de mamografia, conforme protocolo; Realizar a punção em 100% dos casos necessários, conforme protocolo. Em relação a mortalidade infantil e mortalidade materna seus objetivos e metas são determinadas (BRASIL, 2006): 2.6.3 Objetivos e Metasparamortalidade Infantil Reduzir a mortalidade neonatal em 5%; Reduzir em 50% os óbitos por doença diarreica e 20% por pneumonia; Apoiar a elaboração de propostas de intervenção para a qualificação da atenção às doenças prevalentes; Criação de comitês de vigilância do óbito em 80% dos municípios com população acima de 80.000 habitantes. 2.6.4 Objetivos e Metas para Mortalidade Materna Reduzir em 5% a razão da mortalidade materna, em 2006; Garantir insumos e medicamentos para tratamento das síndromes hipertensivas no parto; Atualização em Enfermagem e a Sala de Parto 16 Este material é parte integrante do curso online "Atualização em Enfermagem e a Sala de Parto" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). Qualificar os pontos de distribuição de sangue para que atendam às necessidades das maternidades e outros locais de parto No que tange a busca por humanização do parto e nascimento, no Brasil, um grande marco desse aspecto acontece em 1985 com a Conferência sobre Tecnologia Apropriada para o Nascimento e Parto, realizada em Fortaleza/CE e organizada pela Organização Pan- Americana da Saúde (OPAS) e pelos escritórios regionais da Organização Mundial da Saúde (OMS) na Europa e Américas (UFSC, 2017). Dessa maneira, foram organizadas orientações, fundamentadas na reavaliação do conhecimento sobre as técnicas obstétricas, com a finalidade de restaurar o processo natural do nascimento e que a mulher tem papel central na assistência, sem tornar esse momento cheio de procedimentos e intervenções desnecessárias (WHO, 1985). Entre as orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS) para o processo natural do nascimento, podemos destacar: Não é necessário indicações para a prática de tricotomia e enema antes do parto; Não se deve realizar a episiotomia (incisão efetuada na região do períneo) de forma rotineira; A mulher deve ter o direito a presença de um acompanhante de sua preferência durante o trabalho de parto, no parto e puerpério e sua escolha precisa ser estimulada e respeitada; Mesmo que a mulher tenha histórico de cesariana prévia, é importante estimular e encorajar o parto normal; A práticada amniotomia de rotina, ou seja, a ruptura constante de forma intencional e artificial das membranas amnióticas durante o parto não possui justificativa; A mulher precisa ser estimulada a se movimentar e escolher a melhor posições para ela, sendo de livre escolha, enquanto a posição de litotomia deve ser evitada no trabalho de parto e parto. Sempre que possível, o recém-nascido que está saudável, sem nenhum problema, deve continuar junto com sua mãe; As mulheres que estão recebendo assistência nas instituições de saúde podem resolver o que vestir e com o que se alimentar. Assim em 1996, as orientações da OMS geraram o relatório “Maternidade Segura – Assistência ao parto normal: um guia prático”, nele práticas para a assistência ao parto foram indicadas ou não indicadas considerando evidências científicas (WHO, 1996). Enquanto isso no Brasil, a Rede de Humanização do Nascimento (ReHuNa) foi criada em 1993. Ela tem como objetivo divulgar a assistência e os cuidados perinatais, baseados em evidências científicas, passando também a noticiar largamente as recomendações da OMS em eventos, debates e publicando. Unidade 2 – Evolução das políticas públicas de saúde obstétrica e neonatal 17 Este material é parte integrante do curso online "Atualização em Enfermagem e a Sala de Parto" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). Nesta perspectiva de transformações da atenção obstétrica no Brasil, o Ministério da Saúde tem apoiado, estimulado e acompanhado programas e ações, entre os quais separamos alguns e vamos exibir a seguir: 1984 – Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher: a mulher passa a ser compreendida de forma integral e não mais somente no ciclo reprodutivo 1999 – Portaria no 985: estabeleceu a criação do Centro de Parto Normal, sendo uma unidade de saúde que oferece atendimento humanizado unicamente ao parto normal sem distócia. 2000 – Programa de Humanização do Pré-natal e Nascimento (PHPN): visa garantir a melhoria do acesso, da cobertura e da qualidade do acompanhamento que se inicia no pré-natal, passa pela assistência ao parto e vai até o puerpério contemplando a gestante e o recém-nascido, no aspecto dos direitos de cidadania. 2004 – Pacto Nacional pela Redução da Mortalidade materna e neonatal: Incide na implementação de um grupo de ações articuladas, que busca a qualificação da atenção obstétrica e neonatal. 2005 – Lei no 11.108: conhecida também como a “Lei do acompanhante”, ela obriga as instituições de saúde a aceitarem a presença de um acompanhante de escolha da mulher durante todo o processo do parto e puerpério imediato. 2007 – Lei no 11.634: a respeito do direito da gestante ao conhecimento e à sua vinculação à maternidade em que irá receber a assistência. 2008 – Resolução no 36/2008: regulamenta as ações e práticas dos Serviços de Atenção Obstétrica e Neonatal. 2011 – Portaria no 1.459/2011: estabelece a Rede Cegonha Rede Cegonha, como uma estratégia que visa certificar às mulheres o direito ao planejamento reprodutivo e a atenção humanizada à gravidez, ao parto e ao puerpério, e garantir às crianças o direito ao nascimento seguro e ao crescimento e desenvolvimento saudáveis. Vale destacar que mesmo com todo o movimento para reduzir as intervenções na atenção obstétrica, o excesso dessas práticas obstétricas ainda acontece durante o trabalho de parto e parto. E que mesmo com todos os avanços obtidos, ainda persistem muitos desafios a serem enfrentados no Brasil. Atualização em Enfermagem e a Sala de Parto 18 Este material é parte integrante do curso online "Atualização em Enfermagem e a Sala de Parto" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). 03 REDE CEGONHA A atenção à saúde da mulher no Sistema Único de Saúde também incorpora como objetivo a ampliação, qualificação e humanização do atendimento durante a gravidez e o período puerperal, assim, a atenção pré-natal e puerperal são essenciais, sendo de responsabilidade do Sistema Único de Saúde (SUS). Em 2011, o Ministério da Saúde, considerando a necessidade de adotar medidas destinadas a assegurar a melhoria do acesso, da cobertura e da qualidade do acompanhamento pré-natal, da assistência ao parto e puerpério e da assistência à criança até os 2 anos de idade, instituiu a Rede Cegonha no Brasil. Essa estratégia foi instituída no âmbito do SUS e fundamentada na humanização da atenção à saúde, e consiste em uma rede de cuidados para assegurar à mulher o direito ao planejamento reprodutivo e atenção humanizada à gravidez, ao parto e ao puerpério, bem como assegurar à criança o direito ao nascimento seguro e ao crescimento e desenvolvimento saudáveis. A estratégia da Rede Cegonha, tendo como um dos princípios garantir os direitos sexuais e dos direitos reprodutivos de mulheres, homens, jovens e adolescentes. E como uma das suas diretrizes garantir o acesso as estratégias de planejamento reprodutivo (BRASIL, 2011b). Ela ainda propõe maior facilidade no atendimento ao pré-natal, na realização dos exames necessários, com a inclusão pelo menos um exame de ultrassonografia, e caso necessário o encaminhamento para atendimento se ocorrer alguma complicação durante a gestação. O Art. 2° da portaria Nº 1.459, de 24 de junho de 2011 que institui, no Sistema Único de Saúde a Rede Cegonha fundamentada na humanização, descreve como princípios: Unidade 3 – Rede cegonha 19 Este material é parte integrante do curso online "Atualização em Enfermagem e a Sala de Parto" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). Já o Art. 3° da portaria define como objetivos da Rede Cegonha: Organização da Rede de Atenção à Saúde Materna e Infantil para que ela possa assegurar o acesso, acolhimento e resolutividade; promover a concretização de um novo modelo de atenção à saúde da mulher e à saúde da criança, com enfoque no cuidado e assistência ao parto, ao nascer, ao crescer e ao desenvolvimento da criança de zero a dois anos; e ter como resposta a redução da mortalidade materna e infantil, com destaque na parte neonatal (BRASIL, 2011b). Por fim, temos as diretrizes da Rede Cegonha o Art. 4° da portaria reconhece como diretrizes: 1. O acolhimento com a realização da avaliação e classificação de risco, o aumento do acesso e o progresso na qualidade do atendimento no pré-natal; 2. A certificação de vinculação da grávida à unidade de referência e ao transporte seguro; 3. Assegurar a realização de boas práticas e garantia a segurança na atenção ao durante o parto e nascimento; "o respeito, a proteção e a realização dos direitos humanos" "o respeito à diversidade cultural, étnica e racial" "a promoção da equidade" "o enfoque de gênero" "a garantia dos direitos sexuais e dos direitos reprodutivos de mulheres, homens, jovens e adolescentes" "a participação e a mobilização social" "compatibilização com as atividades das redes de atenção à saúde materna e infantil em desenvolvimento nos Estados." Atualização em Enfermagem e a Sala de Parto 20 Este material é parte integrante do curso online "Atualização em Enfermagem e a Sala de Parto" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). 4. Assegurar a atenção à saúde das crianças desde o seu nascimento até os dois anos devida com qualidade e resolutividade; 5. Certificar a ampliação do acesso ao planejamento reprodutivo. Em tese, a iniciativa visa ampliar o atendimento às gestantes, parturientes e puérperas, fortalecer o atendimento como direito da mulher e oferecer a ela serviços de saúde e assistência em outros setores da rede de atenção em saúde. Incluir cuidados baseados em evidências tanto na gravidez, quanto no parto e pós-parto, além de estender as ações aos recém-nascidos de 0 a 24 meses. Ademais, propõem facilitar a logística nesse âmbito, com transporte para a mulher e garantia de vaga nos serviços de referência nos diversos níveis de atenção médica, assim como aumentar o número de exames disponíveis, investir no ensino, capacitação e especialização de profissionais para atuar nos serviços obstétricos, como é o exemplo das especializações em enfermagem obstétrica. Assim, a rede cegonha surgiu como uma estratégia pensada para melhorar os indicadores de saúde obstétricos e neonatais, além de garantir o acesso aos principais serviços e tecnologias de cuidado nesse contexto. Dessa forma, a imagem abaixo representa os componentes da rede cegonha que serão discutidos nos próximos subitens. Unidade 3 – Rede cegonha 21 Este material é parte integrante do curso online "Atualização em Enfermagem e a Sala de Parto" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). 3.1 PRÉ-CONCEPÇÃO E SAÚDE REPRODUTIVA A avaliação pré-concepcional é feita através de uma consulta com o casal antes da gravidez, seu objetivo é realizar a identificação de condições de risco ou enfermidades que podem modificar o processo normal de uma gestação futura. De tal modo, ela compõe uma ferramenta importante para diminuir os índices de morbidade e mortalidade materna e infantil. De acordo, com Brasil (2012) no mínimo metade das gestações não são planejadas, ainda que elas possam serem desejadas. Contudo, o que ocorre para a falta de planejamento, em muitas ocasiões, é ausência de orientação ou de oportunidades para a obtenção de algum método anticoncepcional. Sendo, o grupo de adolescentes afetados com mais frequência. Consequentemente é necessário que o em planejamento reprodutivo seja implantado na sua totalidade, sendo repassado as informações e orientações sobre os métodos de proteção e que ele seja de livre escolha e de acordo com a necessidade de cada pessoa, bem como o estímulo à dupla proteção para prevenção da gravidez e do HIV/aids e das demais IST. Essas ações podem acontecer nas consultas médicas, de enfermagem e visitas domiciliares. Além disso, na realização de atividades educativas em ações de vacinação, nas escolas e associações de moradores. Devem ser desenvolvidas na avaliação pré-concepcional: Realizar a anamnese e exame físico; Solicitar exames laboratoriais e ginecológico; Investigar o uso de substâncias (medicação, hábito de fumar, álcool e drogas ilícitas); Realizar a história clínica, na busca de fatores que podem causar complicações na futura gravidez; Atualização em Enfermagem e a Sala de Parto 22 Este material é parte integrante do curso online "Atualização em Enfermagem e a Sala de Parto" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). Levantar história familiar (doenças hereditárias, pré-eclâmpsia, hipertensão e diabetes); Registrar história obstétrica. 3.2 PRÉ-NATAL A realização do pré-natal de qualidade durante a gravidez pode diminuir os índices de morbidade e a mortalidade materno-infantil consideravelmente, pois durante o pré-natal é possível identificar algum risco gestacional pelo profissional de saúde, o que possibilita que sejam realizadas as orientações necessárias e os encaminhamentos apropriados. Apesar disso, essas taxas ainda são significativas e representam um desafio para o sistema de saúde. Assim, para mudar essa realidade é necessário ampliar a assistência pré-natal adequada as gestantes, com ações de detecção e a interferência precoce nas condições de risco, além de um trabalho de rede competente ágil, com a qualificação da assistência ao parto. Esses são importantes determinantes dos indicadores de saúde relacionados atenção materno infantil, pois através deles é possível diminuir as principais origens de mortalidade materna e neonatal. Nesse sentido, a atenção básica é apresentada como uma importante ferramenta para alcançar esses objetivos. Por isso, é necessário cada vez mais ações para ampliação da organização dos serviços ofertados pela atenção básica nos municípios, considerando questões sobre processos do cuidado, acesso a exames e aos seus resultados em tempo aceitável, bem como a qualificação dos profissionais de saúde. Assim como, garantir a integração da Atenção Básica (AB) com a rede, visando o cuidado materno-infantil. Para isso os estados e municípios precisam conter de uma rede de serviços constituída para a atenção obstétrica e neonatal, com estruturas estabelecidas de referência e contrarreferência e que deve garantir os seguintes elementos: 10 Passos para o pré-natal de qualidade na atenção básica 10 Passos para o Pré-Natal de Qualidade na Atenção Básica MS – 2012 1° PASSO: Iniciar o pré-natal na Atenção Primária à Saúde até a 12ª semana de gestação (captação precoce) 2° PASSO: Garantir os recursos humanos, físicos, materiais e técnicos necessários à atenção pré-natal. 3° PASSO: Toda gestante deve ter assegurado a solicitação, realização e avaliação em termo oportuno do resultado dos exames preconizados no atendimento pré-natal, além do direito a consulta odontológica. Unidade 3 – Rede cegonha 23 Este material é parte integrante do curso online "Atualização em Enfermagem e a Sala de Parto" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). 4° PASSO: Promover a escuta ativa da gestante e de seus(suas) acompanhantes, considerando aspectos intelectuais, emocionais, sociais e culturais e não somente um cuidado biológico: "rodas de gestantes". 5° PASSO: Garantir o transporte público gratuito da gestante para o atendimento pré-natal, quando necessário. 6° PASSO: É direito do(a) parceiro(a) ser cuidado (realização de consultas, exames e ter acesso a informações) antes, durante e depois da gestação: "pré-natal do(a) parceiro(a)". 7° PASSO: Garantir o acesso à unidade de referência especializada, caso seja necessário. 8° PASSO: Estimular e informar sobre os benefícios do parto fisiológico, incluindo a elaboração do "Plano de Parto". 9° PASSO: Toda gestante tem direito de conhecer e visitar previamente o serviço de saúde no qual irá dar à luz (vinculação). 10° PASSO: As mulheres devem conhecer e exercer os direitos garantidos por lei no período gravídico-puerperal. Fonte: Ministério da Saúde – 2012 3.3 DIAGNÓSTICO DE GRAVIDEZ Com o objetivo de ampliação da captação precoce das gestantes, o Ministério da Saúde compreendeu o Teste Rápido de Gravidez no protocolo dos exames de rotina do pré-natal e pode ser feito na própria atenção básica, com isso a confirmação da gravidez e o início do pré-natal será realizado de maneira mais rápida. Portanto, toda mulher da área que é compreendida pela unidade de saúde e apresenta história de atraso menstrual superior a 15 dias precisará ser orientada pelos profissionais de saúde a fazer o Teste Imunológico de Gravidez (TIG), sendo solicitado pelo médico ou enfermeiro da unidade (BRASIL, 2012). Em casos que a mulher apresentahistória de atraso menstrual de mais de 12 semanas, o diagnóstico da gravidez pode ser realizado pelo próprio exame clínico e do exame físico, sem a necessidade de solicitar o TIG. E considerando as queixas principais da mulher como: atraso menstrual, fadiga, mastalgia, ao aumento da frequência urinária e enjoos e/ou vômitos matinais. Atualização em Enfermagem e a Sala de Parto 24 Este material é parte integrante do curso online "Atualização em Enfermagem e a Sala de Parto" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). 3.4 CLASSIFICAÇÃO DE RISCO GESTACIONAL A gestação é um processo fisiológico, mas que envolve mudanças físicas, sociais e emocionais devendo ser reconhecido assim pelas gestantes e equipes de saúde. Porém, por conta de alguns aspectos de risco, determinadas gestantes podem apresentar maior possibilidade de uma evolução complicada desse processo, ou seja, uma “gestante de alto risco”. Nesse sentido, é necessário realizar a classificação das gestantes com o objetivo de diminuir a morbimortalidade materno-infantil e ampliação do acesso com qualidade. Entenda que a classificação de risco é um processo permanente e dinâmico para identificar pacientes que precisam de tratamento imediato, conforme o potencial de risco, os agravos à saúde ou o grau de sofrimento e que deve ocorrer em toda consulta. De acordo com Brasil (2012) existem fatores de risco que admitem a realização do pré-natal pela equipe de atenção básica e esses fatores são: Fatores relacionados aos aspectos individuais e às condições sociodemográficas desfavoráveis: Ter menos de 15 e mais que 35 anos; Profissão: esforço físico demasiado, carga horária vasta, rodízio de horário, exposição a agentes físicos, químicos e biológicos, estresse; Apresentar situação familiar insegura e não aceitar a gravidez, especialmente em adolescente; Situação matrimonial insegura; Baixo nível de escolaridade (menos de cinco anos de estudo regular); Aspectos ambientais desfavorável; Estatura menor do que 1,45m; IMC que demonstre baixo peso, sobrepeso ou obesidade. Fatores relacionados à história reprodutiva anterior: Recém-nascido com dificuldades de crescimento, pré-termo ou com malformação; Macrossomia fetal; Problemas com síndromes hemorrágicas ou hipertensivas; Intervalo entre um parto e outro menor do que dois anos ou maior do que cinco anos; Nuliparidade e multiparidade (cinco ou mais partos); Unidade 3 – Rede cegonha 25 Este material é parte integrante do curso online "Atualização em Enfermagem e a Sala de Parto" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). Cirurgia uterina prévia; Três ou mais cesarianas. Fatores relacionados à gravidez atual: Ganho de peso inadequado; Infecção urinária; Anemia. 3.5 CALENDÁRIO DE CONSULTAS E EXAMES COMPLEMENTARES O calendário de consultas deve iniciar precocemente, logo no primeiro trimestre e ser regular. Essas consultas podem ser realizadas na unidade de saúde ou nas visitas domiciliares. Para se garantir o mínimo de assistência é necessário realizar no mínimo seis consultas, sendo intercalada entre médico e enfermeiro. Por isso, o ministério da saúde adota para o cronograma de consulta as seguintes recomendações: Até 28ª semana Mensalmente Da 28ª até a 36ª semana Quinzenalmente Da 36ª até a 41ª semana Semanalmente 3.5.1 Exames complementares Já na primeira consulta devem ser solicitados exames complementares para que seja realizado o cuidado integral da gestante. Exames do 1º trimestre: Hemograma; IMPORTANTE LEMBRAR! Não existe “alta” das consultas de pré-natal antes do parto. Mas quando o parto não ocorre até a 41ª semana é preciso encaminhar a gestante para avaliação do bem-estar fetal. Atualização em Enfermagem e a Sala de Parto 26 Este material é parte integrante do curso online "Atualização em Enfermagem e a Sala de Parto" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). Tipagem sanguínea e fator Rh; Coombs indireto (se a mãe for Rh negativo); Glicemia em jejum; Teste rápido para sífilis ou VDRL/RPR; Teste rápido para HIV ou sorologia (anti-HIV I e II); Toxoplasmose (IgM e IgG); Sorologia para hepatite B (HbsAg); Urina tipo I, urocultura e antibiograma; Exame da secreção vaginal (Se houver indicação clínica); Ultrassonografia obstétrica; Citopatológico (Se houver indicação clínica); Parasitológico de fezes (Se houver indicação clínica); Eletroforese da hemoglobina (devido ao alto grau de miscigenação da população brasileira, todas as gestantes necessitam ser rastreadas para doença falciforme). Exames do 2º trimestre: Teste de tolerância para glicose, com 75 g nas gestantes sem diagnóstico prévio de DM (24ª a 28ª semana) Coombs indireto (se a mãe for Rh negativo). Exames do 3º trimestre: Glicemia em jejum; Coombs indireto (se a mãe for Rh negativo) nesse caso o protocolo de Saúde da Mulher da atenção básica do Ministério da Saúde (BRASIL, 2016), diz que o coombs indireto deve ser solicitado a partir da 24ª semana e repetido a cada 4 semanas, se negativo; Teste rápido para HIV ou sorologia (anti-HIV I e II); Sorologia para hepatite B (HbsAg); Hemograma; Urina tipo I, urocultura e antibiograma; Unidade 3 – Rede cegonha 27 Este material é parte integrante do curso online "Atualização em Enfermagem e a Sala de Parto" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). Exame de toxoplasmose só repete se o IgG do primeiro exame tenha como resultado: não reagente; Teste rápido para sífilis ou VDRL. 3.6 VACINAÇÃO NA GESTAÇÃO Durante a gestação existem recomendações do Programa Nacional de Imunizações (PNI), do Ministério da Saúde, para a vacinação das gestantes. Pois a vacinação durante a gravidez tem como objetivo não só proteger a gestante, como também a proteger o feto. Esquema de vacinação da gestante VACINAS SITUAÇÃO ESQUEMA INDICADO Vacina contra influenza Gestantes em qualquer período gestacional Dose única Vacina contra hepatite b Gestantes com esquema incompleto: deve-se completar o esquema. Três doses com intervalo de 30 dias entre a primeira e a segunda e de 180 dias entre a primeira e a terceira. Gestantes com esquema completo: não se deve vaciná- las Dupla adulto – dT e dTpa Previamente vacinada, com pelo menos 3 doses de vacina de dT 1 dose de dTpa, preferencialmente ≥ da 20ª semana, pode ser administrada até o puerpério. Quando a vacinação é incompleta, tendo recebido 1 dose de vacina dT 1 dose de dT e 1 dose de dTpa, a partir da 20ª semana de gestação. Respeitando o intervalo mínimo de 30 dias entre elas. Quando a vacinação incompleta tendo recebido 2 doses de vacina de dT 1 dose de dTpa a partir da 20ª semana de gestação, o mais precocemente possível. Em gestantes não vacinadas e/ou histórico vacinal desconhecido 2 doses de dT; e 1 dose de dTpa, a partir da 20ª semana de gestação. Respeitar intervalo mínimo de 30 dias entre elas. Atualização em Enfermagem e a Sala de Parto 28 Este material é parte integrante do curso online "Atualização em Enfermagem e a Sala de Parto" doEAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). 3.7 PARTO E NASCIMENTO A expressão humanizar se refere a uma assistência que reconhece a qualidade do atendimento na perspectiva técnica, relacionado ao cumprimento dos direitos do usuário, de sua particularidade e instrução cultural, assim como o enaltecimento do profissional e da comunicação efetiva. As condutas humanizadas do nascer são um meio no qual o profissional deve identificar as particularidades sociais e culturais do parto e nascimento, fornecendo apoio emocional à gestante e seus familiares, favorecendo a criação de relações afetivas entre a família e a ligação entre mãe e filho, gerando possibilidades para que a mulher alcance sua autonomia no decorrer de todo o processo e comunicar à mesma de todas as condutas a que ela será sujeitada e de cumprir quaisquer direitos de cidadania. Destarte, humanizar a assistência ao nascer acarreta modificações de práticas e de normas com a finalidade de transformar essa condição o menos intervencionista possível. Desta forma, caracterizam-se como um obstáculo, as entidades e aos profissionais que acompanham neonato/família, modificar o conceito e as condutas prevalentes, com o intuito de converter o nascimento em um acontecimento familiarizado, inserindo práticas que os assumem como os protagonistas centrais envolvidos na situação do parto/nascimento. Pautada na humanização da assistência, a rede cegonha prevê que sejam aplicadas as boas práticas do parto e nascimento, além de outras questões importantes acerca da infraestrutura dos serviços obstétricos, tecnologias disponíveis e pessoal qualificado. Desse modo, estão entre as ações voltadas ao parto e nascimento (BRASIL, 2011): Leitos de unidade de terapia intensiva neonatais conforme particularidades e necessidades das regiões (UTI, UCI e canguru) Organização da ambiência dos serviços obstétricos e de maternidade, seguindo a Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) nº 36/2008 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) Assistência ao parto e nascimento baseados no documento "Boas práticas de atenção ao parto e ao nascimento" da Organização Mundial de Saúde (OMS) Garantir que a grávida tenha acesso ao acompanhante de sua preferência durante todo o processo de parturição e pós-parto Classificação de risco para os serviços de referência obstétrica e neonatal Horizontalização das equipes atuantes na prestação de cuidados em serviços de referência Auxílio para a formulação de Colegiado Gestor nas maternidades e outros serviços conforme proposto na Política Nacional de Humanização Unidade 3 – Rede cegonha 29 Este material é parte integrante do curso online "Atualização em Enfermagem e a Sala de Parto" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). Acerca da ambiência e dos locais destinados ao parto e nascimento humanizado, a Portaria GM/MS nº 11/2015 redefine as diretrizes para implantação e habilitação de Centros de Parto Normal (CPN), no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), conforme a série de ações propostas pelo componente PARTO E NASCIMENTO da Rede Cegonha, além de dispor acerca dos investimentos e incentivos financeiros para essa finalidade (BRASIL, 2015). A fim de compreender a importância da humanização e das estratégias de boas práticas para o parto e nascimento, serão abordados a seguir algumas ações definidas nesse aspecto, tendo em vista cumprir com as recomendações baseadas em evidências, preconizadas pelos órgãos de saúde nacionais e internacionais. 3.8 BOAS PRÁTICAS DO PARTO E NASCIMENTO Métodos não farmacológicos para o alívio da dor: compreendem estratégias naturais (não estão associados ao uso de fármacos ou outras medidas associadas) e podem ser utilizadas desde a chegada a maternidade, a fim de diminuir a dor durante o trabalho de parto e em muitos casos, tornar esse momento mais prazeroso e mais rápido. Algumas das principais estratégias serão apresentadas a seguir: Deambulação: envolve a prática de andar durante o trabalho de parto, o que auxilia no encaixe do bebê e é resolutivo para o alívio das dores provocadas pelas contrações. A deambulação pode ocorrer dentro do quarto da maternidade e/ou ao ar livre e corredor, quando houver esses espaços. Banho morno ou de chuveiro: é a utilização do chuveiro da maternidade para tomar um banho, de modo que isso auxilia na diminuição da dor, especialmente durante as contrações. Massagem: a massagem pode ser realizada nas costas, e é excelente para o alívio da dor, além de ter um efeito relaxante. Pode ser realizada pelo acompanhante ou pelo profissional, através da utilização de óleos ou hidrantes da preferência da parturiente. Nesses momentos, a utilização de musicoterapia, aromaterapia e um ambiente em meia luz pode deixar o local ainda mais aconchegante e confortável. Atualização em Enfermagem e a Sala de Parto 30 Este material é parte integrante do curso online "Atualização em Enfermagem e a Sala de Parto" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). Cavalinho e bola suíça: o primeiro se refere a uma cadeira que faz movimentos de “balanço” e o segundo é semelhante a uma bola grande que irão auxiliar tanto no alívio da dor, como na saída do bebê. Posições durante o parto: a posição durante o parto deve ser conforme preferência da parturiente, porém, existem algumas que facilitam a saída do bebê, como é o exemplo das posições de quatro apoios e cócoras. Tratamento respeitoso: os profissionais devem respeitar as escolhas da mulher, tratá-la de forma respeitosa e educada, sempre esclarecendo tudo que for feito durante todo o parto e nascimento. Situações como pedir a mulher para falar mais baixo ou negar alimentação não devem ser realizadas em momento algum. Contato pele a pele e amamentação: após o nascimento, a mãe deve ter o primeiro contato com seu filho. Então, antes de qualquer coisa, é importante que o bebê seja colocado no peito da mãe para que ela possa senti-lo e esperar o cordão umbilical parar de pulsar e assim ser cortado. Ainda na primeira hora de nascimento, os bebês saudáveis devem ser estimulados a mamar livremente. Unidade 3 – Rede cegonha 31 Este material é parte integrante do curso online "Atualização em Enfermagem e a Sala de Parto" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). 3.9 PLANO DE PARTO O plano de parto compreende uma forma escrita (como uma carta) de expressar os desejos da mulher e família para o momento do parto, sendo necessário à sua orientação durante o pré-natal para que este possa ser levado a maternidade no dia em que ocorrer o trabalho de parto. O quadro abaixo demonstra um exemplo de questões que podem estar inclusas nesse documento. Desejo a presença de um acompanhante no dia do parto? Quem? Quais métodos de alívio da dor desejo utilizar? Desejo me manter hidrata e/ou alimentada (substâncias leves, ex: isotônicos) Desejo ou não a realização de toques vaginais e/ou episiotomia Desejo ou não a utilização de medicamentos para alívio da dor e/ou ocitocina Gostaria de ser informada, assim como meu acompanhante, sobre todas as condutas realizadas Ao nascer, gostaria que o cordão umbilical do bebê fosse cortado em tempooportuno pelo profissional/acompanhante/por mim 3.10 PUERPÉRIO E ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE DA CRIANÇA DE 0 A 24 MESES No contexto da atenção ao puerpério e saúde da criança até os dois anos de idade, enfatiza- se o acompanhamento pela Atenção Básica, tendo como base a alta hospitalar e a primeira semana de pós-parto. Para tanto, recomenda-se que sejam feitas pelo menos duas consultas distintas, visando a revisão puerperal: Revisão puerperal precoce (entre 7 a 10 dias): deverá ser realizada ainda em domicílio, onde o profissional deve dar atenção à puérpera, ouvir suas queixas, parabenizá- la e identificar seu estado de saúde geral. Realizar exame físico e identificação dos sinais vitais; Avaliar as condições maternas, atentando para as patologias mais frequentes neste período (hemorragias, infecções, tromboflebites, distúrbios mamários, alterações pressóricas, dentre outros); Observar evolução de possíveis patologias manifestadas durante a gestação (ex.: anemia, síndrome hipertensiva, entre outros); Orientação para quando retornar ao planejamento familiar e assistência ginecológica; Atualização em Enfermagem e a Sala de Parto 32 Este material é parte integrante do curso online "Atualização em Enfermagem e a Sala de Parto" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). Observar condições emocionais da puérpera; Observar ferida operatória, presença de sangramentos, infecções, alterações vasculares, práticas de amamentação, alimentação materna, dentre outros. Revisão puerperal tardia (entre o 30° e o 42° dia): Nesta consulta, as queixas da mulher são ouvidas e complementadas a anamnese exame físico completo, com ênfase para o exame ginecológico. Devem ser reforçadas as orientações sobre planejamento reprodutivo, aleitamento materno e qualquer outro assunto ou problema que seja apresentado nesse momento. Além da assistência voltada a saúde materna e revisão puerperal, outras ações são preconizadas por esse componente, conforme mencionadas abaixo (BRASIL, 2011): Promoção ao aleitamento materno e alimentação saudável Busca ativa de crianças em situação de vulnerabilidade Implementação de estratégias de educação em saúde acerca da saúde sexual e reprodutiva Prevenção e tratamento de DST/HIV/Aids e hepatites Ações de orientação sobre métodos contraceptivos, além de promover a oferta destes no âmbito do SUS 3.11 SISTEMA LOGÍSTICO: TRANSPORTE SANITÁRIO E REGULAÇÃO O último componente da rede cegonha, veio com o intuito de colaborar diretamente para a melhoria do acesso de gestantes as maternidades e centros de referência, além de protagonizar melhorias nos modelos já existentes. O sistema logístico, transporte sanitário e regulação visa, entre outras ações garantir que a gestante tenha acesso a serviços de qualidade em tempo hábil, no combate as situações de “gestante peregrina”. A gestante que chega ao serviço de referência deve passar pela classificação de risco, e caso necessário, deve ser encaminhada imediatamente a unidade de saúde responsável, através da central de regulação. Mediante situações de urgência, é preciso que a gestante tenha o direito garantido para utilizar um transporte que seja seguro e equipado, tanto para transporte de gestantes, puérperas e recém-nascidos de alto risco, através do Sistema de Atendimento Móvel de Urgência - SAMU Cegonha, de modo que as ambulâncias possuam suporte avançado e devidamente equipadas com incubadoras e ventiladores neonatais (BRASIL, 2011). Unidade 3 – Rede cegonha 33 Este material é parte integrante do curso online "Atualização em Enfermagem e a Sala de Parto" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). 3.12 PAPEL DO ENFERMEIRO NA ASSISTÊNCIA NO CICLO GRAVÍDICO-PUERPERAL Como visto ao longo desse tópico o papel da Enfermagem é muito importante para uma assistência ao pré-natal de qualidade. Por isso, vamos destacar algumas das ações do enfermeiro na assistência ao Pré-natal: Realizar orientações sobre a importância do pré-natal, da amamentação e da vacinação as mulheres e suas famílias; Realizar o preenchimento dos documentos, fichas e Cartão da Gestante, sem esquecer nenhuma informação; Intercalar as consultas de pré-natal de gestação de baixo risco com o(a) médico(a) da unidade; Fazer a solicitação dos exames complementares respeitando o protocolo local de pré- natal; Realizar os testes rápidos na gestante; O enfermeiro também pode exercer a prescrição de medicamentos padronizados para o programa de pré-natal e de medicamentos padronizados para tratamento das IST, conforme protocolo; Avaliar o histórico de vacinas da gestante e orientar sobre as vacinas necessárias para gestantes; Reconhecer os sinais de alarme e identificar casos de alto risco, realizando assim, o encaminhamento para consulta médica. Bem como, garantir que gestante classificada como de alto risco seja atendida; Executar o exame clínico das mamas e coletar o material para exame citopatológico do colo do útero; Desempenhar ações educativas, individual e coletiva; Produzir ações de orientações as gestantes e a equipe sobre os fatores de risco e à vulnerabilidade; Orientação as gestantes sobre a importância da frequência das consultas e praticar busca ativa das gestantes que não comparecem as consultas; Prestar visitas domiciliares ao longo da gravidez e puerpério, realizar o acompanhamento do processo de aleitamento e a orientação a mulher e seu companheiro sobre o planejamento reprodutivo. Atualização em Enfermagem e a Sala de Parto 34 Este material é parte integrante do curso online "Atualização em Enfermagem e a Sala de Parto" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). 04 AMBIÊNCIA E RDC 36/2008 Tendo como base a Política Nacional de Humanização (PNH), a estratégia de Rede Cegonha e todos os conceitos abordados até aqui, vale salientar o conceito de ambiência. Proposto desde a PNH, o termo ambiência surge como uma diretriz a ser seguida, especialmente nos serviços que prestam assistência ao parto e nascimento. Nessa ótica, ambiência compreende o conjunto de ações pensadas para tornar a assistência mais resolutiva, humanizada e de qualidade, envolvendo diversos atores que perpassam pelo âmbito físico, social, profissional e de relações interpessoais, no intuito de qualificar cada vez mais as assistências em saúde. As instituições de assistência obstétrica tem seguido as recomendações acerca da ambiência, tendo em visa proporcionar maior segurança e conforto a todos os envolvidos nesse momento único, além disso, as modificações de ambiência visam estimular o protagonismo da mulher, a garantia de seus direitos como é o caso da presença do acompanhante, a eliminação de velhas práticas (hoje proscritas) de assistência ao parto, estímulo a livre movimentação da parturiente, assim como das estratégias não farmacológicas para alívio da dor e auxílio no trabalho de parto, dentre outras inúmeras possibilidades. Acerca da ambiência, vale salientar o que diz a RDC n° 36 de 2008, da Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) e do Ministério da Saúde, que dispõe sobre o Regulamento Técnico para Funcionamento dos Serviços de Atenção Obstétrica e Neonatal. Entre outras coisas, a RDC trata sobre o funcionamento, construção, reforma e elaboração de projetos para adequação de serviços obstétricos
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