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Atualização em Enfermagem e a Sala de Parto

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Este material é parte integrante do curso online "Atualização em Enfermagem e Ala de 
Parto" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É 
proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem 
autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). 
Com certificado 
online 
80 horas 
Atualização em 
Enfermagem e Sala de 
Parto 
Rachel Cardoso de Almeida 
 
 
 
 
 
 
Este material é parte integrante do curso online "Atualização em Enfermagem e Sala de 
Parto" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É 
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Atualização em 
Enfermagem e Sala de 
Parto 
Rachel Cardoso de Almeida 
80 horas 
Com certificado 
online 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
 
 
APRESENTAÇÃO .............................................................................................................. 5 
EVOLUÇÃO DAS POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE OBSTÉTRICA E 
NEONATAL ........................................................................................................................ 6 
2.1 AVANÇOS E DESAFIOS NA ATENÇÃO MATERNA E NEONATAL ............ 7 
2.2 SAÚDE MATERNO-INFANTIL E A SAÚDE DAS MULHERES .......................... 8 
2.3 PRINCIPIOS DA POLÍTICA DE ATENÇÃO INTEGRAL A SAÚDE DA 
MULHER .......................................................................................................................... 9 
2.4 DIRETRIZES DA POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO INTEGRAL A SAÚDE 
DA MULHER ................................................................................................................. 10 
2.5 OBJETIVOS DA POLÍTICA DE ATENÇÃO INTEGRAL A SAÚDE DA 
MULHER ........................................................................................................................ 11 
2.5.1 Objetivos Gerais Da Política Nacional De Atenção Integral À Saúde Da Mulher
 ..................................................................................................................................... 11 
2.6 PACTO PELA SAÚDE ............................................................................................. 14 
2.6.1 Objetivos e Metas ............................................................................................... 15 
2.6.2 Objetivos e Metas ............................................................................................... 15 
2.6.3 Objetivos e Metasparamortalidade Infantil ........................................................ 15 
2.6.4 Objetivos e Metas para Mortalidade Materna .................................................... 15 
REDE CEGONHA ............................................................................................................ 18 
3.1 PRÉ-CONCEPÇÃO E SAÚDE REPRODUTIVA ................................................... 21 
3.2 PRÉ-NATAL ............................................................................................................. 22 
3.3 DIAGNÓSTICO DE GRAVIDEZ ............................................................................ 23 
3.4 CLASSIFICAÇÃO DE RISCO GESTACIONAL .................................................... 24 
3.5 CALENDÁRIO DE CONSULTAS E EXAMES COMPLEMENTARES ............... 25 
3.5.1 Exames complementares .................................................................................... 25 
3.6 VACINAÇÃO NA GESTAÇÃO .............................................................................. 27 
3.7 PARTO E NASCIMENTO ....................................................................................... 28 
3.8 BOAS PRÁTICAS DO PARTO E NASCIMENTO ................................................. 29 
3.9 PLANO DE PARTO ................................................................................................. 31 
3.10 PUERPÉRIO E ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE DA CRIANÇA DE 0 A 24 
MESES ............................................................................................................................ 31 
3.11 SISTEMA LOGÍSTICO: TRANSPORTE SANITÁRIO E REGULAÇÃO .......... 32 
3.12 PAPEL DO ENFERMEIRO NA ASSISTÊNCIA NO CICLO GRAVÍDICO-
PUERPERAL .................................................................................................................. 33 
AMBIÊNCIA E RDC 36/2008 .......................................................................................... 34 
4.1 ORIENTAÇÕES PARA AMBIÊNCIA EM CENTRO OBSTÉTRICO .................. 35 
4.2 ORIENTAÇÕES PARA A AMBIÊNCIA DOS CENTROS DE PARTO NORMAL 
INTRA E PERI-HOSPITALARES ................................................................................. 36 
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM ............................................................................. 38 
 
 
5.1 SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM ............................ 38 
5.2 PROCESSO DE ENFERMAGEM NA ASSISTÊNCIA A GESTANTE, 
PARTURIENTE, PUÉRPERA E NEONATO ................................................................ 40 
5.2.1 Histórico ou coleta de dados ............................................................................... 40 
5.2.2 Diagnóstico de enfermagem ............................................................................... 42 
5.2.3 Implementação da assistência de enfermagem ................................................... 43 
AVALIAÇÃO .................................................................................................................... 49 
REFERÊNCIAS ................................................................................................................ 53 
 
Unidade 1 – Apresentação 
 
 
5 
Este material é parte integrante do curso online "Atualização em Enfermagem Pediatria" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) 
conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa 
do autor (Artigo 29). 
01 
APRESENTAÇÃO 
 
 
 
 
A assistência obstétrica e neonatal no Brasil passou por diversas construções e evoluções no 
que se refere a sua execução e direcionamento da assistência. Atualmente, diversas 
estratégias foram criadas para ofertar um cuidado mais humanizado, integral e de qualidade 
a todos os envolvidos, incluindo o binômio mãe-filho, assim como toda a rede de apoio 
familiar e afetiva envolvida no processo. Cada experiência vivida possui a sua própria 
característica e merece uma atenção em saúde específica e individualizada, considerando a 
grande diversidade dos sujeitos. Nesse âmbito, existem vários conceitos importantes sobre 
saúde obstétrica e neonatal que devem ser compreendidos, desde a criação de políticas 
públicas voltadas a essa população, até o entendimento de questões conceituais que 
envolvem o funcionamento dos serviços especializados nessa área. 
Desse modo, no decorrer desse curso iremos abordar aspectos importantes sobre a 
estrutura de um serviço obstétrico, mais especificamente a sala de parto, assim como as boas 
práticas para o parto e nascimento, associado a assistência de enfermagem prestada ao 
binômio. 
A organização deste curso está articulada para que ao final, o profissional 
participante do curso seja capaz de: 
 Compreender a construção sócio-histórica das políticas públicas de saúde da mulher, 
assim como as ações especificas voltadas ao contexto obstétrico e neonatal; 
 Refletir sobre conceitos importantes referentes as ações humanizadas acerca do parto 
e nascimento, bem como a estruturação dos serviços obstétricos no que se refere a 
sala de parto; 
 Compreender os cuidados gerais e de enfermagem voltados ao ciclo gravídico-
puerperal tanto para a grávida quando para o neonato. 
Bons estudos!
Atualização em Enfermagem e a Sala de Parto 
 
 
6 
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(www.enfermagemadistancia.com.br)conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial 
deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). 
02 
EVOLUÇÃO DAS POLÍTICAS PÚBLICAS 
DE SAÚDE OBSTÉTRICA E NEONATAL 
 
 
 
 
Nos últimos o Brasil passou por relevantes mudanças nos aspectos demográfico, 
socioeconômico estilo de vida que transformaram a qualidade de vida da população. Essas 
mudanças também alcançaram a área da saúde, tivemos a criação do Sistema Único de 
Saúde, com marcantes transformações nas políticas de saúde e a ampliação da atenção 
primária. 
No contexto histórico da sociedade brasileira diversas ações foram propostas e 
construídas na atenção materna e neonatal traçaremos abaixo algumas medidas que 
diretamente ou indiretamente colaboraram para a o avanço na atenção obstétrica e neonatal 
no nosso país. 
Então, a partir de 1988 com a reforma sanitária e constituição federal a compreensão 
da atenção à saúde ganhou conceitos que consideravam princípios como a universalidade, 
integralidade, equidade, descentralização, regionalização e de participação social no 
surgimento do SUS. Essa nova visão originou novas perspectivas em diversas áreas da saúde, 
dentre elas a atenção obstétrico e neonatal, que buscava uma ser mais humanista, 
compreendendo ações de forma integral a saúde das mulheres e crianças superando um 
modelo mecanicista centrado apenas na doença, sem considerar as singularidades das 
pessoas e uma atenção de qualidade e humanizada. 
Muitos progressos foram realizados na atenção obstétrica a partir das políticas 
públicas criadas, entretanto ainda é prevalente no Brasil a realização de intervenções, que 
são prejudiciais à saúde materna e neonatal, ocasionando a mortalidade materna e neonatal 
e muitas vezes por causas evitáveis. 
Para modificar essa realidade ainda são necessárias mudanças, tais como o 
fortalecimento das ações em rede, da Atenção Básica, implementar as ações das políticas 
públicas indicativas à atenção obstétrica, condutas adequadas na assistência obstétrica e 
neonatal e a realização de ações com a finalidade de empoderar a gestante e seu 
Unidade 2 – Evolução das políticas públicas de saúde obstétrica e neonatal 
 
 
7 
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acompanhante. Acreditamos, que essas ações poderão colaborar para transformação da 
realidade obstétrica no Brasil e com isso melhorar os indicadores de saúde neste campo. 
 
 
2.1 AVANÇOS E DESAFIOS NA ATENÇÃO MATERNA E 
NEONATAL 
Um dos primeiros marcos na atenção materna e neonatal aconteceu 1975 com a criação do 
Programa Nacional de Saúde Materno-Infantil, pelo Ministério da Saúde (MS), esse 
programa buscava a proteção e assistência materno-infantil e englobava os cuidados ao 
período pré-concepcional, pré-natal, parto e puerpério. 
Mas, depois de diversas críticas realizadas pelo movimento feminista por ter um 
ponto de vista limitado ao ciclo gravídico-puerperal, nasce então em 1984, o Programa de 
Assistência Integral à Saúde da Mulher (PAISM), sua criação representou um marco 
histórico, pois apresentava um novo enfoque à saúde da mulher brasileira, ele possuía ações 
educativas, preventivas, diagnóstico e tratamento, assistência em clinicas ginecológicas, pré-
natal, parto, puerpério, climatério, planejamento familiar DST, câncer de colo de útero e de 
mama e outras necessidades apresentadas pelas mulheres na época. 
Além disso, na década de 1980, ocorreu um movimento mundial em busca da 
humanização do parto e nascimento atraindo a atenção para a necessidade de modificações 
na assistência, na estimulação de novos pensamentos sobre a prática dos profissionais de 
saúde e a valorização do papel primordial da mulher nesse processo, com atenção centradas 
nas suas necessidades e segurança de forma humanizada. 
Assim, ao pensarmos sobre políticas públicas quanto aos direitos reprodutivos, 
observa-se um esforço para interferir e agir na saúde feminina. Para se alcançar esses 
objetivos foram realizadas as implantações de programas e políticas nacionais voltadas a 
saúde da mulher. 
Nesse sentido em 2004, o Ministério da Saúde estabelece a “Política Nacional de 
Atenção Integral à Saúde da Mulher” (PNAISM), visando a concretização dos avanços na 
área dos direitos sexuais e direitos reprodutivos através de metas e avanços da atenção 
obstétrica. Então, para alcançar a ampliação da execução das políticas de saúde foram criadas 
estratégias de pactuações diretas e indiretas, tais como: a Política Nacional de Atenção à 
Saúde da Mulher, o Pacto Nacional pela Redução da Mortalidade Materna e Neonatal, o 
Pacto pela Vida e a Política Nacional de Atenção Básica (BRASIL, 2013). 
Compreendendo que as mulheres são a maioria da população brasileira e as que mais 
utilizam do Sistema Único de Saúde (SUS). Seja frequentando os serviços de saúde para 
atendimento próprio ou como acompanhantes, pois muitas vezes são elas que levam as 
crianças, familiares, idosos, seus vizinhos ou amigos. Outro fato relevante, é que as mulheres 
possuem uma vida mais longa do que os homens, mas adoecem com mais frequência. 
Nesse sentindo, as mulheres são vistas como cuidadoras e exercem essa função não 
apenas no seu lar, mas também na comunidade. Portanto, é importante que esse grupo receba 
Atualização em Enfermagem e a Sala de Parto 
 
 
8 
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atenção específica, visto que elas possuem problemas de saúde que afetavam tão-somente a 
população feminina, além de cuidar da saúde de outras pessoas. 
 Assim sendo, a saúde envolve diversos determinantes, como moradia, condições de 
trabalho, ambiente, lazer e renda. Para as mulheres, problemas relacionados a esses 
determinantes são agravados muitas vezes pela sobrecarga de responsabilidades da dupla 
jornada. Outros aspectos como etnia, raça, e situação de baixa renda enfatizam ainda mais 
as desigualdades. 
Como visto anteriormente, a história social das mulheres foi construída a partir de 
luta por direitos e complexas discussões em busca de igualdade, e trouxeram contribuições 
para significantes para o processo de saúde e modificação no modelo da saúde da mulher. 
 
 
2.2 SAÚDE MATERNO-INFANTIL E A SAÚDE DAS MULHERES 
No Brasil, a saúde da mulher século XX eram voltadas basicamente para responder às 
demandas relativas à gravidez e ao parto, como visto anteriormente. Os Programas materno-
infantis, organizados nas décadas de 30, 50 e 70, buscavam a proteção e assistência materno-
infantil e demonstram uma visão focada apenas no biológico e no seu papel social de mãe e 
dona de casa (BRASIL, 2007). 
Em 1984 o Ministério da Saúde criou o Programa de Assistência Integral à Saúde da 
Mulher (PAISM), marcando, agrupando as propostas de descentralização, hierarquização e 
regionalização dos serviços, aliados a integralidade e a equidade do cuidado, nesse período 
também ocorria o Movimento Sanitário, se arquitetava o esboço conceitual para a criação do 
Sistema Único de Saúde (SUS) (BRASIL,2011a). Por isso, as ações para construção do SUS 
possuem influências sobre a implementação do PAISM. 
Já em 2004 a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher (PNAISM) 
foi organizada com a finalidade de promover a melhoria das condições de vida e na saúde 
das mulheres cooperando para a diminuição da morbimortalidade. E expandindo, 
qualificando e humanizando o cuidado integralà saúde da mulher em todos as esferas da 
saúde (BRASIL,2011a). 
A PNAISM apresentava inovações para a saúde da mulher incluindo ações de 
educação em saúde, prevenção de doenças, diagnóstico, tratamento e recuperação, além de, 
assistência durante todas as fases da vida, cuidados ginecológicos, prevenção de câncer de 
colo do útero e de mama, planejamento familiar, prevenção e cuidados com IST. E procura 
concretizar os avanços na área dos direitos sexuais e reprodutivos, com ênfase na assistência 
durante a gravidez, no parto e puerpério, durante o climatério e outras demandas encontradas 
no território. 
Essa Política demonstra o compromisso com a saúde da mulher, visando a garantia 
dos direitos das mulheres e a redução de agravos e doenças por causas evitáveis e admissíveis 
de prevenção, com enfoque na assistência obstétrica, no planejamento reprodutivo, na 
atenção ao abortamento e no combate contra a violência doméstica e sexual. 
Unidade 2 – Evolução das políticas públicas de saúde obstétrica e neonatal 
 
 
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2.3 PRINCIPIOS DA POLÍTICA DE ATENÇÃO INTEGRAL A SAÚDE 
DA MULHER 
Realizar uma assistência humanização e com atenção de qualidade é primordial para que as 
ações de saúde consigam responder os problemas identificados, que as usuárias fiquem 
satisfeitas com o atendimento e que as mulheres sejam capazes de identificar suas demandas, 
a promover o autocuidado e reivindicar seus direitos. 
Ter uma atenção humanizada e qualificada vai além de uma boa relação com o 
sujeito, é o reconhecimento que existe uma relação de troca entre usuários e profissionais. E 
que por mais que haja diferenças (conforme suas condições sociais, raciais, étnicas, culturais 
e de gênero) são seres semelhantes, que devem compartilhar e trocar saberes, reconhecendo 
e respeitando os direitos e deveres de cada um. 
Quando falamos em humanização da atenção em saúde precisamos ter em mente que 
esse processo é contínuo e requer reflexão sobre ações, comportamentos e as condutas 
abordadas por todas as pessoas envolvidas nessa relação. Então, para responder e 
compreender as demandas e particularidades do outro, é necessário ter conhecimento sobre 
si, só assim você poderá ajudar o outro reconhecendo que existem diferenças que devem ser 
respeitadas e não impor valores, decisões ou opiniões próprios. Não existe qualidade da 
atenção, sem humanização, esses princípios são inseparáveis. Qualidade da atenção é bem 
mais do que resolver problemas ou ter recursos tecnológicos disponíveis. E a humanização 
vai além de tratar o usuário de forma educada, bem ou até mesmo de maneira amigável 
(BRASIL,2011a). 
 Com base no exposto, segundo Brasil (2011a) para alcançar os princípios de 
humanização e da qualidade da atenção é preciso considerar, alguns elementos, 
dentre eles estão: 
 Permitir o acesso dos usuários às ações e aos serviços de saúde em todos os níveis 
de assistência; 
 Definir a estrutura e organizar a rede assistencial, para fortalecer a continuidade das 
ações para isso é necessário formalizar e efetivar os sistemas de referência e 
contrarreferência, acompanhando de forma integral o paciente pela rede de saúde; 
 Realizar a busca ativa e conseguir a captação precoce das usuárias; 
 Garantir a disponibilização de recursos tecnológicos e seu uso apropriado, 
considerando evidência científica e proteção da usuária; 
 Capacitar todos os profissionais e funcionários da área da saúde, para realizar um 
atendimento humanizado, com acolhimento, promover o uso correto das tecnologias 
e ações de educação em saúde de forma individual e coletiva; 
 Disponibilizar materiais para ações educativas, equipamentos e insumos necessários; 
Atualização em Enfermagem e a Sala de Parto 
 
 
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 Disponibilizar informação, orientações sobre promoção da saúde, prevenção de 
doenças e agravos e tratamentos a usuária, familiares e comunidade; 
 Estabelecer maneiras de ouvidoria para avaliação dos serviços e forma de 
atendimento dos profissionais, para que os usuários possam repassar suas opiniões, 
críticas e sugestões; 
 Avaliação dos indicadores que possibilitem aos gestores o monitoramento e o 
direcionamento das ações, e quais são os impactos sobre os problemas em questão, 
possibilitando assim a reformulação de estratégias ou ações quando necessário. 
 
 
2.4 DIRETRIZES DA POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO INTEGRAL 
A SAÚDE DA MULHER 
Durante a criação da Política nacional Atenção à Saúde (2011) foram esquematizadas as 
seguintes diretrizes: 
 O serviço de saúde precisa estar preparado e habilitado para a atenção integral à saúde 
da mulher e garantir o direito à saúde, com relação ao ponto de vista que considere a 
promoção da saúde, as especificidades da saúde da população feminina e o controle 
das doenças mais prevalentes nesse grupo. 
 Essa política deve contemplar todas as fases da vida da mulher, considerando as 
particularidades de cada idade e os diferentes grupos, como é o caso das mulheres 
indígenas, negras, mulheres privadas de liberdade, com deficiência e entre outras. 
 Para elaborar, executar e avaliar as políticas de saúde da mulher considerar os 
aspectos relacionados ao gênero, etnia e raça, ampliando e conquistando mais espaço 
e direitos sobre saúde sexual e reprodutiva da mulher, englobando todas as áreas da 
saúde da mulher. 
 A Política de Atenção à Saúde não deve ser rígida com demandas firmadas, a gestão 
dela precisa ser dinâmica, visto que o processo de saúde é vivo, com a presença de 
demandas antigas e novas em todos os níveis da assistência. 
 As políticas de saúde da mulher devem ser entendidas como uma estratégia ampla, 
pois ela busca garantir os direitos das mulheres, não apenas na área da saúde, mas 
também em outros setores como a segurança, a justiça, educação e0 previdência 
social. 
 Entende-se por atenção integral à saúde da mulher um conjunto de estratégias para 
promover, proteger, cuidar e recuperar a saúde, realizada em todos os níveis de 
atenção à saúde, desde casos mais simples até os mais complicação. 
 É de responsabilidade das três esferas de gestão, assegurar que as ações da Política 
de Atenção à Saúde da Mulher sejam executadas e garantindo o acesso de forma 
Unidade 2 – Evolução das políticas públicas de saúde obstétrica e neonatal 
 
 
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hierarquizada, descentralizada e com a conexão das ações e serviços 
independentemente do nível de atenção à saúde. 
 É importante que as pessoas que prestam serviços entendam que a relação com a 
usuária é singular, por diversos aspectos e que isso não pode interferir no 
atendimento, mas precisa ser respeitado. O atendimento a mulheres deve ser 
realizado sem discriminação e garantindo sempre pelo respeito as diferenças, nunca 
impor valores e crenças que o profissional acredite ser o correto. Esse aspecto deverá 
ser repassado aos profissionais em estratégias de capacitação para humanização dos 
profissionais. 
 
 
2.5 OBJETIVOS DA POLÍTICA DE ATENÇÃO INTEGRAL A SAÚDE 
DA MULHER 
 
2.5.1 Objetivos GeraisDa Política Nacional De Atenção 
Integral À Saúde Da Mulher 
Segundo a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher (2011) seu principal 
objetivo é a promoção da melhoria das condições de vida e da saúde das mulheres, por meio 
da garantia dos direitos e o aumento do acesso aos dispositivos e serviços de saúde que geram 
a promoção, prevenção, assistência e recuperação da saúde no território brasileiro. Podemos 
então, considerar que de acordo com Brasil (2011) os objetivos gerais são: 
 Contribuir para a redução da morbidade e mortalidade feminina no Brasil, 
especialmente por causas evitáveis, em todos os ciclos de vida e nos diversos grupos 
populacionais, sem discriminação de qualquer espécie. 
 Ampliar, qualificar e humanizar a atenção integral à saúde da mulher no Sistema 
Único de Saúde. 
Os objetivos Específicos e as Estratégias da Política Nacional de Atenção Integral à 
Saúde da Mulher, são apresentados e especificados de acordo com Brasil (2011), como 
descrito a seguir: 
1. Ampliação e qualificação da atenção clínico-ginecológica, com inclusão das 
portadoras da infecção pelo HIV e outras IST: Com o fortalecimento da atenção 
básica na atenção com a mulher e a ampliação das portas de entrada e qualificação a 
atenção ginecológica na rede SUS. 
2. Estimulação da implantação e implementação da assistência em planejamento 
familiar, para homens e mulheres, adultos e adolescentes, no âmbito da atenção 
integral à saúde: Expandir e trabalhar na qualificação do planejamento familiar, 
garantindo a oferta e as informações sobre as possíveis opções de métodos 
anticoncepcionais, contendo ainda a atenção à infertilidade; e estimular a 
Atualização em Enfermagem e a Sala de Parto 
 
 
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participação e a inserção dos homens e adolescentes nas atividades de planejamento 
familiar. 
3. Promover a atenção obstétrica e neonatal, qualificada e humanizada, incluindo 
a assistência ao abortamento em condições inseguras, para mulheres e 
adolescentes: Criar um Pacto Nacional com o objetivo de Reduzir a Mortalidade 
Materna e Neonatal, em conjunto com outros atores; Buscar a qualificação da 
assistência obstétrica e neonatal nas esferas dos estados e municípios; Organização 
da rede de equipamentos e ações de qualidade e humanizadas ne atenção obstétrica 
e neonatal, incluindo a assistência à gestante de alto risco, em condições de 
urgência/emergência e mulher em situação de abortamento, contendo estruturas para 
realizar a referência e contrarreferência; fortalecimento dos sistemas de formação e 
capacitar os profissionais no campo de assistência obstétrica e neonatal; Garantir que 
todas as gestantes recebam ácido fólico e sulfato ferroso; Aperfeiçoar as informações 
sobre a dimensão e tendência da mortalidade materna. 
4. Promover o cuidado às mulheres e adolescentes em condição de violência 
doméstica e sexual: instituir rede integrada de atenção às mulheres em condição de 
violência sexual e doméstica, incluindo ações de prevenção de IST/aids à mulher em 
situação de violência e a promoção de estratégias de prevenção relacionadas à 
violência doméstica e sexual. 
5. Promover, em conjunto com o Plano Nacional-IST/AIDS, a prevenção e o 
controle de infecções sexualmente transmissíveis e HIV/aids nas mulheres 
brasileiras: prevenção das IST e a infecção pelo HIV/aids entre a população 
feminina; e a ampliação e qualificação da atenção à saúde da mulher que vive com a 
infecção pelo HIV e aids. 
6. Reduzir a morbimortalidade por câncer na população feminina: a organização 
nos municípios polos das microrregiões redes para a realização de guias referência e 
contra-referência no diagnóstico e o tratamento de câncer de colo do útero e de câncer 
de mama; cumprir a Lei Federal que assegura a cirurgia para reconstruir a mama das 
mulheres que realizaram mastectomia; proporcionar o teste anti-HIV e de sífilis para 
as mulheres, principalmente para mulheres que possuem o diagnóstico de IST, HPV 
e/ou lesões intra-epiteliais de grau elevado/ câncer invasor. 
7. Realizar a implantação de um modelo de atenção à saúde mental das mulheres: 
nesse sentido, a saúde das mulheres com transtornos mentais será o foco, com o 
intuito de melhorar a atenção à saúde mental das mulheres, realizar mais informações 
sobre mulheres portadoras de transtornos mentais no âmbito do SUS e trabalhar de 
forma integrada com outras esferas não-governamentais nas ações da política de 
atenção às mulheres portadoras de transtornos mentais. 
8. Implementação do cuidado à saúde da mulher no climatério: nessa fase da vida 
é necessário atenção especial, por isso a ampliação do acesso é importante para que 
as mulheres sejam acolhidas nesse momento da vida, além disso é necessária uma 
atenção de qualificada às mulheres no climatério na rede SUS. 
Unidade 2 – Evolução das políticas públicas de saúde obstétrica e neonatal 
 
 
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9. Promoção da atenção à saúde da mulher idosa: realizar ações considerando a às 
particularidades da saúde da mulher presentes na Política de Atenção à Saúde do 
Idoso. 
10. Cuidados e promoção da atenção à saúde da mulher negra: para isso é 
necessários ocorra a melhoria dos registros e de dados, para captar mais informações, 
com ênfase na capacitação dos profissionais de saúde; inserir o Programa de Anemia 
Falciforme (PAF/MS), com destaque as mulheres em idade fértil e na fase gravídico-
puerperal; – compreender e concretizar ações que considerem o recorte racial/étnico 
na esfera do SUS;– estimular e fortalecer a ligação com entidades referente à saúde 
da população negra. 
11. Saúde da mulher trabalhadoras do campo e da cidade: realizar ações de atenção, 
vigilância a saúde e direito a saúde das mulheres trabalhadoras da cidade e do campo. 
12. Concretizar a atenção à saúde da mulher indígena: ainda são poucas as ações 
voltadas para a população indígena, nessa perspectiva essa política visa garantir a 
ampliação e qualificação da atenção integral à saúde da mulher indígena. 
13. Realizar a promoção da atenção à saúde das mulheres em situação de privação 
de liberdade, compreendendo a realização de ações para prevenir e controlar as 
doenças sexualmente transmissíveis e da infecção pelo HIV/aids nessas 
mulheres: para isso deverá acontecer a ampliação do acesso e qualificação da 
atenção à saúde das mulheres em situação de privação da liberdade. 
14. O Fortalecimento da participação da comunidade para definir e implementar 
as políticas de atenção integral à saúde das mulheres: dessa forma é preciso 
estabelecer legação com grupos de movimentos de feministas no aprimoramento da 
política de atenção integral à saúde da mulher. 
No ano de 2011, o Ministério da Saúde estabeleceu e implantou, em parceria com 
múltiplos setores da sociedade, a 2ªreimpressãodesta política. Ela traz diretrizes e objetivos 
gerais e específicos que demonstra o compromisso com a implementação de estratégias de 
saúde que cooperem para garantir os direitos humanos das mulheres, promovendo a melhoria 
das condições de vida e saúde das mulheres, garantir a ampliação do acesso aos serviços de 
saúde e realizar a promoção, prevenção, assistência e recuperação da saúde em todo território 
brasileiro, com o atendimento humanizado e a atenção integral à saúde da mulher no Sistema 
Único de Saúde e reduzir a morbimortalidade porcausas evitáveis. 
Este documento busca ampliar como princípios norteadores a integralidade e a 
promoção da saúde. Ele procura concretizar os progressos no campo dos direitos sexuais e 
reprodutivos, com destaque maior em melhorias na atenção obstétrica, no planejamento 
familiar, na atenção ao abortamento inseguro e no combate à violência doméstica e sexual. 
Considera, ainda, a importância da prevenção e a assistência e tratamento de mulheres 
vivendo com HIV/aids, portadoras de doenças crônicas não transmissíveis e de câncer 
ginecológico. Buscando também o desenvolvimento de estratégias para grupos 
historicamente “esquecidos” das políticas públicas, nas suas peculiaridades e reais 
necessidades (BRASIL,2011a). 
Atualização em Enfermagem e a Sala de Parto 
 
 
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É importante destacar que que devido à grande extensão do território brasileiro, o 
país possui uma ampla diversidade tanto cultural, como em relação as condições 
socioeconômicas. Dessa forma, o acesso às ações e serviços de saúde podem apresentar 
demandas diferentes conforme cada região e suas necessidades, por isso é necessário 
reconhecer e entender o perfil epidemiológico da população feminina, considerando as 
particularidades existentes. 
Antes de 2000, ano de instituição do Programa de Humanização no Pré-Natal e 
Nascimento (PHPN) pelo Ministério da Saúde (MS), não havia nenhum modelo de 
assistência normatizado às gestantes no Brasil. O PHPN foi implantado por meio da 
Portaria/GM nº 569, com o intuito de melhorar a cobertura e a qualidade da assistência pré-
natal, parto e puerpério estendendo os cuidados também ao recém-nascido. 
A partir de 2006, a Estratégia de Saúde da Família (ESF) teve início no Brasil, como 
um aprimoramento do Programa Saúde da Família (PSF) anteriormente utilizado, e buscou 
uma forma mais eficaz de reorganização da assistência na atenção primária, na intenção de 
apresentar melhores condições de saúde à população, além de reduzir custos com problemas 
de saúde aos cofres públicos e famílias. A implementação do PHPN junto ao crescimento da 
ESF é vista como uma das estratégias relevantes na redução da mortalidade materna no 
Brasil. Ainda em 2006, outra estratégia importante pode ser destacada, como é o caso do 
Pacto pela saúde descrito a seguir. 
 
 
2.6 PACTO PELA SAÚDE 
Dia 22 de fevereiro de 2006 foi divulgado o Pacto pela Saúde- consolidação do SUS, 
publicado Portaria/GM nº 399. Esse Pacto foi consolidado entre os gestores do SUS nas três 
esferas de gestão (União, Estados e Municípios), sendo integrado em dimensões: pela Vida, 
em Defesa do SUS e de Gestão. Seu objetivo é promover inovações nos processos e 
instrumentos de gestão, com intuito de obter maior eficiência e qualidade das respostas do 
SUS. Do mesmo modo, o Pacto pela Saúde descreve as responsabilidades de cada gestor na 
área da saúde as necessidades da população e busca a equidade social. 
Neste material, vamos focar o Pacto pela Vida e em especial às prioridades voltadas 
a saúde da mulher. O foco do Pacto pela Vida é estabelecer um conjunto de prioridades que 
exibem impacto sobre a saúde da população. Essas prioridades são estabelecidas por meio 
de metas nacionais, estaduais, regionais ou municipais. 
As prioridades do PACTO PELA VIDA e seus objetivos para 2006 são: Saúde do 
idoso; câncer de colo de útero e de mama; Mortalidade infantil e materna; Doenças 
emergentes e endemias, com ênfase na dengue, hanseníase, tuberculose, malária e influenza; 
Promoção da saúde e Atenção básica à saúde. Com relação a saúde da mulher as temáticas 
que estão presentes no Pacto pela Vida são o Controle do Câncer do Colo do Útero e da 
Mama e Mortalidade infantil e materna. 
O pacto pela vida apresenta sobre o Controle do Câncer do Colo do Útero e da Mama 
objetivos e metas para o Controle do Câncer do Colo do Útero e metas para o controle do 
Unidade 2 – Evolução das políticas públicas de saúde obstétrica e neonatal 
 
 
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câncer da mama. Consistem em objetivos e metas para o Controle do Câncer do Colo do 
Útero definidas no Pacto pela Vida (BRASIL, 2006): 
 
2.6.1 Objetivos e Metas 
 Cobertura de 80% para o exame preventivo do câncer do colo do útero, conforme 
protocolo, em 2006; 
 Incentivo para a realização da cirurgia de alta frequência, técnica que utiliza um 
instrumental especial para a retirada de lesões ou parte do colo uterino comprometido 
(com lesões intraepiteliais de alto grau) com menor dano possível, que pode ser 
realizada em ambulatório, com pagamento diferenciado, em 2006. 
Consistem em objetivos e metas para o Controle do Câncer de Mama deliberadas no 
Pacto pela Vida (BRASIL, 2006): 
 
2.6.2 Objetivos e Metas 
 Ampliar para 60% a cobertura de mamografia, conforme protocolo; 
 Realizar a punção em 100% dos casos necessários, conforme protocolo. 
Em relação a mortalidade infantil e mortalidade materna seus objetivos e metas são 
determinadas (BRASIL, 2006): 
 
2.6.3 Objetivos e Metasparamortalidade Infantil 
 Reduzir a mortalidade neonatal em 5%; 
 Reduzir em 50% os óbitos por doença diarreica e 20% por pneumonia; 
 Apoiar a elaboração de propostas de intervenção para a qualificação da atenção às 
doenças prevalentes; 
 Criação de comitês de vigilância do óbito em 80% dos municípios com população 
acima de 80.000 habitantes. 
 
2.6.4 Objetivos e Metas para Mortalidade Materna 
 Reduzir em 5% a razão da mortalidade materna, em 2006; 
 Garantir insumos e medicamentos para tratamento das síndromes hipertensivas no 
parto; 
Atualização em Enfermagem e a Sala de Parto 
 
 
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 Qualificar os pontos de distribuição de sangue para que atendam às necessidades das 
maternidades e outros locais de parto 
No que tange a busca por humanização do parto e nascimento, no Brasil, um grande 
marco desse aspecto acontece em 1985 com a Conferência sobre Tecnologia Apropriada 
para o Nascimento e Parto, realizada em Fortaleza/CE e organizada pela Organização Pan-
Americana da Saúde (OPAS) e pelos escritórios regionais da Organização Mundial da Saúde 
(OMS) na Europa e Américas (UFSC, 2017). 
Dessa maneira, foram organizadas orientações, fundamentadas na reavaliação do 
conhecimento sobre as técnicas obstétricas, com a finalidade de restaurar o processo natural 
do nascimento e que a mulher tem papel central na assistência, sem tornar esse momento 
cheio de procedimentos e intervenções desnecessárias (WHO, 1985). 
Entre as orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS) para o processo 
natural do nascimento, podemos destacar: 
 Não é necessário indicações para a prática de tricotomia e enema antes do parto; 
 Não se deve realizar a episiotomia (incisão efetuada na região do períneo) de forma 
rotineira; 
 A mulher deve ter o direito a presença de um acompanhante de sua preferência 
durante o trabalho de parto, no parto e puerpério e sua escolha precisa ser estimulada 
e respeitada; 
 Mesmo que a mulher tenha histórico de cesariana prévia, é importante estimular e 
encorajar o parto normal; 
 A práticada amniotomia de rotina, ou seja, a ruptura constante de forma intencional 
e artificial das membranas amnióticas durante o parto não possui justificativa; 
 A mulher precisa ser estimulada a se movimentar e escolher a melhor posições para 
ela, sendo de livre escolha, enquanto a posição de litotomia deve ser evitada no 
trabalho de parto e parto. 
 Sempre que possível, o recém-nascido que está saudável, sem nenhum problema, 
deve continuar junto com sua mãe; 
 As mulheres que estão recebendo assistência nas instituições de saúde podem 
resolver o que vestir e com o que se alimentar. 
Assim em 1996, as orientações da OMS geraram o relatório “Maternidade Segura – 
Assistência ao parto normal: um guia prático”, nele práticas para a assistência ao parto foram 
indicadas ou não indicadas considerando evidências científicas (WHO, 1996). 
Enquanto isso no Brasil, a Rede de Humanização do Nascimento (ReHuNa) foi 
criada em 1993. Ela tem como objetivo divulgar a assistência e os cuidados perinatais, 
baseados em evidências científicas, passando também a noticiar largamente as 
recomendações da OMS em eventos, debates e publicando. 
Unidade 2 – Evolução das políticas públicas de saúde obstétrica e neonatal 
 
 
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Nesta perspectiva de transformações da atenção obstétrica no Brasil, o Ministério da 
Saúde tem apoiado, estimulado e acompanhado programas e ações, entre os quais separamos 
alguns e vamos exibir a seguir: 
 1984 – Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher: a mulher passa a 
ser compreendida de forma integral e não mais somente no ciclo reprodutivo 
 1999 – Portaria no 985: estabeleceu a criação do Centro de Parto Normal, sendo 
uma unidade de saúde que oferece atendimento humanizado unicamente ao parto 
normal sem distócia. 
 2000 – Programa de Humanização do Pré-natal e Nascimento (PHPN): visa 
garantir a melhoria do acesso, da cobertura e da qualidade do acompanhamento que 
se inicia no pré-natal, passa pela assistência ao parto e vai até o puerpério 
contemplando a gestante e o recém-nascido, no aspecto dos direitos de cidadania. 
 2004 – Pacto Nacional pela Redução da Mortalidade materna e neonatal: Incide 
na implementação de um grupo de ações articuladas, que busca a qualificação da 
atenção obstétrica e neonatal. 
 2005 – Lei no 11.108: conhecida também como a “Lei do acompanhante”, ela obriga 
as instituições de saúde a aceitarem a presença de um acompanhante de escolha da 
mulher durante todo o processo do parto e puerpério imediato. 
 2007 – Lei no 11.634: a respeito do direito da gestante ao conhecimento e à sua 
vinculação à maternidade em que irá receber a assistência. 
 2008 – Resolução no 36/2008: regulamenta as ações e práticas dos Serviços de 
Atenção Obstétrica e Neonatal. 
 2011 – Portaria no 1.459/2011: estabelece a Rede Cegonha Rede Cegonha, como 
uma estratégia que visa certificar às mulheres o direito ao planejamento reprodutivo 
e a atenção humanizada à gravidez, ao parto e ao puerpério, e garantir às crianças o 
direito ao nascimento seguro e ao crescimento e desenvolvimento saudáveis. 
Vale destacar que mesmo com todo o movimento para reduzir as intervenções na 
atenção obstétrica, o excesso dessas práticas obstétricas ainda acontece durante o trabalho 
de parto e parto. E que mesmo com todos os avanços obtidos, ainda persistem muitos 
desafios a serem enfrentados no Brasil. 
 
Atualização em Enfermagem e a Sala de Parto 
 
 
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03 
REDE CEGONHA 
 
 
 
 
A atenção à saúde da mulher no Sistema Único de Saúde também incorpora como objetivo 
a ampliação, qualificação e humanização do atendimento durante a gravidez e o período 
puerperal, assim, a atenção pré-natal e puerperal são essenciais, sendo de responsabilidade 
do Sistema Único de Saúde (SUS). 
Em 2011, o Ministério da Saúde, considerando a necessidade de adotar medidas 
destinadas a assegurar a melhoria do acesso, da cobertura e da qualidade do 
acompanhamento pré-natal, da assistência ao parto e puerpério e da assistência à criança até 
os 2 anos de idade, instituiu a Rede Cegonha no Brasil. Essa estratégia foi instituída no 
âmbito do SUS e fundamentada na humanização da atenção à saúde, e consiste em uma rede 
de cuidados para assegurar à mulher o direito ao planejamento reprodutivo e atenção 
humanizada à gravidez, ao parto e ao puerpério, bem como assegurar à criança o direito ao 
nascimento seguro e ao crescimento e desenvolvimento saudáveis. 
A estratégia da Rede Cegonha, tendo como um dos princípios garantir os direitos 
sexuais e dos direitos reprodutivos de mulheres, homens, jovens e adolescentes. E como uma 
das suas diretrizes garantir o acesso as estratégias de planejamento reprodutivo (BRASIL, 
2011b). Ela ainda propõe maior facilidade no atendimento ao pré-natal, na realização dos 
exames necessários, com a inclusão pelo menos um exame de ultrassonografia, e caso 
necessário o encaminhamento para atendimento se ocorrer alguma complicação durante a 
gestação. 
O Art. 2° da portaria Nº 1.459, de 24 de junho de 2011 que institui, no Sistema Único 
de Saúde a Rede Cegonha fundamentada na humanização, descreve como princípios: 
Unidade 3 – Rede cegonha 
 
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Já o Art. 3° da portaria define como objetivos da Rede Cegonha: Organização da 
Rede de Atenção à Saúde Materna e Infantil para que ela possa assegurar o acesso, 
acolhimento e resolutividade; promover a concretização de um novo modelo de atenção à 
saúde da mulher e à saúde da criança, com enfoque no cuidado e assistência ao parto, ao 
nascer, ao crescer e ao desenvolvimento da criança de zero a dois anos; e ter como resposta 
a redução da mortalidade materna e infantil, com destaque na parte neonatal (BRASIL, 
2011b). 
Por fim, temos as diretrizes da Rede Cegonha o Art. 4° da portaria reconhece como 
diretrizes: 
1. O acolhimento com a realização da avaliação e classificação de risco, o aumento do 
acesso e o progresso na qualidade do atendimento no pré-natal; 
2. A certificação de vinculação da grávida à unidade de referência e ao transporte 
seguro; 
3. Assegurar a realização de boas práticas e garantia a segurança na atenção ao durante 
o parto e nascimento; 
"o respeito, a proteção e a 
realização dos direitos 
humanos"
"o respeito à diversidade 
cultural, étnica e racial"
"a promoção da equidade"
"o enfoque de gênero"
"a garantia dos direitos 
sexuais e dos direitos 
reprodutivos de mulheres, 
homens, jovens e 
adolescentes"
"a participação e a 
mobilização social"
"compatibilização com as 
atividades das redes de 
atenção à saúde materna e 
infantil em desenvolvimento 
nos Estados."
Atualização em Enfermagem e a Sala de Parto 
 
 
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4. Assegurar a atenção à saúde das crianças desde o seu nascimento até os dois anos devida com qualidade e resolutividade; 
5. Certificar a ampliação do acesso ao planejamento reprodutivo. 
Em tese, a iniciativa visa ampliar o atendimento às gestantes, parturientes e 
puérperas, fortalecer o atendimento como direito da mulher e oferecer a ela serviços de saúde 
e assistência em outros setores da rede de atenção em saúde. Incluir cuidados baseados em 
evidências tanto na gravidez, quanto no parto e pós-parto, além de estender as ações aos 
recém-nascidos de 0 a 24 meses. 
Ademais, propõem facilitar a logística nesse âmbito, com transporte para a mulher e 
garantia de vaga nos serviços de referência nos diversos níveis de atenção médica, assim 
como aumentar o número de exames disponíveis, investir no ensino, capacitação e 
especialização de profissionais para atuar nos serviços obstétricos, como é o exemplo das 
especializações em enfermagem obstétrica. 
Assim, a rede cegonha surgiu como uma estratégia pensada para melhorar os 
indicadores de saúde obstétricos e neonatais, além de garantir o acesso aos principais 
serviços e tecnologias de cuidado nesse contexto. Dessa forma, a imagem abaixo representa 
os componentes da rede cegonha que serão discutidos nos próximos subitens. 
 
Unidade 3 – Rede cegonha 
 
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3.1 PRÉ-CONCEPÇÃO E SAÚDE REPRODUTIVA 
A avaliação pré-concepcional é feita através de uma consulta com o casal antes da gravidez, 
seu objetivo é realizar a identificação de condições de risco ou enfermidades que podem 
modificar o processo normal de uma gestação futura. De tal modo, ela compõe uma 
ferramenta importante para diminuir os índices de morbidade e mortalidade materna e 
infantil. 
De acordo, com Brasil (2012) no mínimo metade das gestações não são planejadas, 
ainda que elas possam serem desejadas. Contudo, o que ocorre para a falta de planejamento, 
em muitas ocasiões, é ausência de orientação ou de oportunidades para a obtenção de algum 
método anticoncepcional. Sendo, o grupo de adolescentes afetados com mais frequência. 
Consequentemente é necessário que o em planejamento reprodutivo seja implantado 
na sua totalidade, sendo repassado as informações e orientações sobre os métodos de 
proteção e que ele seja de livre escolha e de acordo com a necessidade de cada pessoa, bem 
como o estímulo à dupla proteção para prevenção da gravidez e do HIV/aids e das demais 
IST. Essas ações podem acontecer nas consultas médicas, de enfermagem e visitas 
domiciliares. Além disso, na realização de atividades educativas em ações de vacinação, nas 
escolas e associações de moradores. 
Devem ser desenvolvidas na avaliação pré-concepcional: 
 Realizar a anamnese e exame físico; 
 Solicitar exames laboratoriais e ginecológico; 
 Investigar o uso de substâncias (medicação, hábito de fumar, álcool e drogas ilícitas); 
 Realizar a história clínica, na busca de fatores que podem causar complicações na 
futura gravidez; 
Atualização em Enfermagem e a Sala de Parto 
 
 
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 Levantar história familiar (doenças hereditárias, pré-eclâmpsia, hipertensão e 
diabetes); 
 Registrar história obstétrica. 
 
 
3.2 PRÉ-NATAL 
A realização do pré-natal de qualidade durante a gravidez pode diminuir os índices de 
morbidade e a mortalidade materno-infantil consideravelmente, pois durante o pré-natal é 
possível identificar algum risco gestacional pelo profissional de saúde, o que possibilita que 
sejam realizadas as orientações necessárias e os encaminhamentos apropriados. Apesar 
disso, essas taxas ainda são significativas e representam um desafio para o sistema de saúde. 
Assim, para mudar essa realidade é necessário ampliar a assistência pré-natal 
adequada as gestantes, com ações de detecção e a interferência precoce nas condições de 
risco, além de um trabalho de rede competente ágil, com a qualificação da assistência ao 
parto. Esses são importantes determinantes dos indicadores de saúde relacionados atenção 
materno infantil, pois através deles é possível diminuir as principais origens de mortalidade 
materna e neonatal. 
Nesse sentido, a atenção básica é apresentada como uma importante ferramenta para 
alcançar esses objetivos. Por isso, é necessário cada vez mais ações para ampliação da 
organização dos serviços ofertados pela atenção básica nos municípios, considerando 
questões sobre processos do cuidado, acesso a exames e aos seus resultados em tempo 
aceitável, bem como a qualificação dos profissionais de saúde. Assim como, garantir a 
integração da Atenção Básica (AB) com a rede, visando o cuidado materno-infantil. 
Para isso os estados e municípios precisam conter de uma rede de serviços constituída 
para a atenção obstétrica e neonatal, com estruturas estabelecidas de referência e 
contrarreferência e que deve garantir os seguintes elementos: 
10 Passos para o pré-natal de qualidade na atenção básica 
10 Passos para o Pré-Natal de Qualidade na Atenção Básica MS – 2012 
 
1° PASSO: Iniciar o pré-natal na Atenção Primária à Saúde até a 12ª semana de 
gestação (captação precoce) 
2° PASSO: Garantir os recursos humanos, físicos, materiais e técnicos necessários 
à atenção pré-natal. 
3° PASSO: Toda gestante deve ter assegurado a solicitação, realização e avaliação 
em termo oportuno do resultado dos exames preconizados no 
atendimento pré-natal, além do direito a consulta odontológica. 
Unidade 3 – Rede cegonha 
 
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4° PASSO: Promover a escuta ativa da gestante e de seus(suas) acompanhantes, 
considerando aspectos intelectuais, emocionais, sociais e culturais e 
não somente um cuidado biológico: "rodas de gestantes". 
5° PASSO: Garantir o transporte público gratuito da gestante para o atendimento 
pré-natal, quando necessário. 
6° PASSO: É direito do(a) parceiro(a) ser cuidado (realização de consultas, 
exames e ter acesso a informações) antes, durante e depois da gestação: 
"pré-natal do(a) parceiro(a)". 
7° PASSO: Garantir o acesso à unidade de referência especializada, caso seja 
necessário. 
8° PASSO: Estimular e informar sobre os benefícios do parto fisiológico, 
incluindo a elaboração do "Plano de Parto". 
9° PASSO: Toda gestante tem direito de conhecer e visitar previamente o serviço 
de saúde no qual irá dar à luz (vinculação). 
10° PASSO: As mulheres devem conhecer e exercer os direitos garantidos por lei 
no período gravídico-puerperal. 
 
Fonte: Ministério da Saúde – 2012 
 
 
3.3 DIAGNÓSTICO DE GRAVIDEZ 
Com o objetivo de ampliação da captação precoce das gestantes, o Ministério da Saúde 
compreendeu o Teste Rápido de Gravidez no protocolo dos exames de rotina do pré-natal e 
pode ser feito na própria atenção básica, com isso a confirmação da gravidez e o início do 
pré-natal será realizado de maneira mais rápida. Portanto, toda mulher da área que é 
compreendida pela unidade de saúde e apresenta história de atraso menstrual superior a 15 
dias precisará ser orientada pelos profissionais de saúde a fazer o Teste Imunológico de 
Gravidez (TIG), sendo solicitado pelo médico ou enfermeiro da unidade (BRASIL, 2012). 
Em casos que a mulher apresentahistória de atraso menstrual de mais de 12 semanas, 
o diagnóstico da gravidez pode ser realizado pelo próprio exame clínico e do exame físico, 
sem a necessidade de solicitar o TIG. E considerando as queixas principais da mulher como: 
atraso menstrual, fadiga, mastalgia, ao aumento da frequência urinária e enjoos e/ou vômitos 
matinais. 
 
 
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3.4 CLASSIFICAÇÃO DE RISCO GESTACIONAL 
A gestação é um processo fisiológico, mas que envolve mudanças físicas, sociais e 
emocionais devendo ser reconhecido assim pelas gestantes e equipes de saúde. Porém, por 
conta de alguns aspectos de risco, determinadas gestantes podem apresentar maior 
possibilidade de uma evolução complicada desse processo, ou seja, uma “gestante de alto 
risco”. 
Nesse sentido, é necessário realizar a classificação das gestantes com o objetivo de 
diminuir a morbimortalidade materno-infantil e ampliação do acesso com qualidade. 
Entenda que a classificação de risco é um processo permanente e dinâmico para identificar 
pacientes que precisam de tratamento imediato, conforme o potencial de risco, os agravos à 
saúde ou o grau de sofrimento e que deve ocorrer em toda consulta. 
De acordo com Brasil (2012) existem fatores de risco que admitem a realização do 
pré-natal pela equipe de atenção básica e esses fatores são: 
Fatores relacionados aos aspectos individuais e às condições sociodemográficas 
desfavoráveis: 
 Ter menos de 15 e mais que 35 anos; 
 Profissão: esforço físico demasiado, carga horária vasta, rodízio de horário, 
exposição a agentes físicos, químicos e biológicos, estresse; 
 Apresentar situação familiar insegura e não aceitar a gravidez, especialmente em 
adolescente; 
 Situação matrimonial insegura; 
 Baixo nível de escolaridade (menos de cinco anos de estudo regular); 
 Aspectos ambientais desfavorável; 
 Estatura menor do que 1,45m; 
 IMC que demonstre baixo peso, sobrepeso ou obesidade. 
Fatores relacionados à história reprodutiva anterior: 
 Recém-nascido com dificuldades de crescimento, pré-termo ou com malformação; 
 Macrossomia fetal; 
 Problemas com síndromes hemorrágicas ou hipertensivas; 
 Intervalo entre um parto e outro menor do que dois anos ou maior do que cinco anos; 
 Nuliparidade e multiparidade (cinco ou mais partos); 
Unidade 3 – Rede cegonha 
 
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 Cirurgia uterina prévia; 
 Três ou mais cesarianas. 
Fatores relacionados à gravidez atual: 
 Ganho de peso inadequado; 
 Infecção urinária; 
 Anemia. 
 
 
3.5 CALENDÁRIO DE CONSULTAS E EXAMES COMPLEMENTARES 
O calendário de consultas deve iniciar precocemente, logo no primeiro trimestre e ser 
regular. Essas consultas podem ser realizadas na unidade de saúde ou nas visitas 
domiciliares. Para se garantir o mínimo de assistência é necessário realizar no mínimo seis 
consultas, sendo intercalada entre médico e enfermeiro. 
Por isso, o ministério da saúde adota para o cronograma de consulta as seguintes 
recomendações: 
 
Até 28ª semana Mensalmente 
Da 28ª até a 36ª semana Quinzenalmente 
Da 36ª até a 41ª semana Semanalmente 
 
3.5.1 Exames complementares 
Já na primeira consulta devem ser solicitados exames complementares para que seja 
realizado o cuidado integral da gestante. 
Exames do 1º trimestre: 
 Hemograma; 
IMPORTANTE LEMBRAR! Não existe “alta” das consultas de pré-natal antes 
do parto. Mas quando o parto não ocorre até a 41ª semana é preciso encaminhar a 
gestante para avaliação do bem-estar fetal. 
Atualização em Enfermagem e a Sala de Parto 
 
 
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 Tipagem sanguínea e fator Rh; 
 Coombs indireto (se a mãe for Rh negativo); 
 Glicemia em jejum; 
 Teste rápido para sífilis ou VDRL/RPR; 
 Teste rápido para HIV ou sorologia (anti-HIV I e II); 
 Toxoplasmose (IgM e IgG); 
 Sorologia para hepatite B (HbsAg); 
 Urina tipo I, urocultura e antibiograma; 
 Exame da secreção vaginal (Se houver indicação clínica); 
 Ultrassonografia obstétrica; 
 Citopatológico (Se houver indicação clínica); 
 Parasitológico de fezes (Se houver indicação clínica); 
 Eletroforese da hemoglobina (devido ao alto grau de miscigenação da população 
brasileira, todas as gestantes necessitam ser rastreadas para doença falciforme). 
Exames do 2º trimestre: 
 Teste de tolerância para glicose, com 75 g nas gestantes sem diagnóstico prévio de 
DM (24ª a 28ª semana) 
 Coombs indireto (se a mãe for Rh negativo). 
Exames do 3º trimestre: 
 Glicemia em jejum; 
 Coombs indireto (se a mãe for Rh negativo) nesse caso o protocolo de Saúde da 
Mulher da atenção básica do Ministério da Saúde (BRASIL, 2016), diz que o coombs 
indireto deve ser solicitado a partir da 24ª semana e repetido a cada 4 semanas, se 
negativo; 
 Teste rápido para HIV ou sorologia (anti-HIV I e II); 
 Sorologia para hepatite B (HbsAg); 
 Hemograma; 
 Urina tipo I, urocultura e antibiograma; 
Unidade 3 – Rede cegonha 
 
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 Exame de toxoplasmose só repete se o IgG do primeiro exame tenha como resultado: 
não reagente; 
 Teste rápido para sífilis ou VDRL. 
 
 
3.6 VACINAÇÃO NA GESTAÇÃO 
Durante a gestação existem recomendações do Programa Nacional de Imunizações (PNI), 
do Ministério da Saúde, para a vacinação das gestantes. Pois a vacinação durante a gravidez 
tem como objetivo não só proteger a gestante, como também a proteger o feto. 
Esquema de vacinação da gestante 
VACINAS SITUAÇÃO ESQUEMA INDICADO 
Vacina contra 
influenza 
 
Gestantes em qualquer período 
gestacional 
 Dose única 
 
Vacina contra 
hepatite b 
 
Gestantes com esquema 
incompleto: deve-se completar 
o esquema. 
 
 
Três doses com intervalo de 30 
dias entre a primeira e a segunda e 
de 180 dias entre a primeira e a 
terceira. 
Gestantes com esquema 
completo: não se deve vaciná-
las 
Dupla adulto – 
dT e dTpa 
Previamente vacinada, com 
pelo menos 3 doses de vacina de 
dT 
1 dose de dTpa, preferencialmente 
≥ da 20ª semana, pode ser 
administrada até o puerpério. 
Quando a vacinação é 
incompleta, tendo recebido 1 
dose de vacina dT 
1 dose de dT e 1 dose de dTpa, a 
partir da 20ª semana de gestação. 
Respeitando o intervalo mínimo de 
30 dias entre elas. 
Quando a vacinação incompleta 
tendo recebido 2 doses de 
vacina de dT 
1 dose de dTpa a partir da 20ª 
semana de gestação, o mais 
precocemente possível. 
Em gestantes não vacinadas 
e/ou histórico vacinal 
desconhecido 
2 doses de dT; e 1 dose de dTpa, a 
partir da 20ª semana de gestação. 
Respeitar intervalo mínimo de 30 
dias entre elas. 
Atualização em Enfermagem e a Sala de Parto 
 
 
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3.7 PARTO E NASCIMENTO 
A expressão humanizar se refere a uma assistência que reconhece a qualidade do 
atendimento na perspectiva técnica, relacionado ao cumprimento dos direitos do usuário, de 
sua particularidade e instrução cultural, assim como o enaltecimento do profissional e da 
comunicação efetiva. As condutas humanizadas do nascer são um meio no qual o 
profissional deve identificar as particularidades sociais e culturais do parto e nascimento, 
fornecendo apoio emocional à gestante e seus familiares, favorecendo a criação de relações 
afetivas entre a família e a ligação entre mãe e filho, gerando possibilidades para que a 
mulher alcance sua autonomia no decorrer de todo o processo e comunicar à mesma de todas 
as condutas a que ela será sujeitada e de cumprir quaisquer direitos de cidadania. 
Destarte, humanizar a assistência ao nascer acarreta modificações de práticas e de 
normas com a finalidade de transformar essa condição o menos intervencionista possível. 
Desta forma, caracterizam-se como um obstáculo, as entidades e aos profissionais que 
acompanham neonato/família, modificar o conceito e as condutas prevalentes, com o intuito 
de converter o nascimento em um acontecimento familiarizado, inserindo práticas que os 
assumem como os protagonistas centrais envolvidos na situação do parto/nascimento. 
Pautada na humanização da assistência, a rede cegonha prevê que sejam aplicadas as 
boas práticas do parto e nascimento, além de outras questões importantes acerca da 
infraestrutura dos serviços obstétricos, tecnologias disponíveis e pessoal qualificado. Desse 
modo, estão entre as ações voltadas ao parto e nascimento (BRASIL, 2011): 
 Leitos de unidade de terapia intensiva neonatais conforme particularidades e 
necessidades das regiões (UTI, UCI e canguru) 
 Organização da ambiência dos serviços obstétricos e de maternidade, seguindo a 
Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) nº 36/2008 da Agência Nacional de 
Vigilância Sanitária (ANVISA) 
 Assistência ao parto e nascimento baseados no documento "Boas práticas de atenção 
ao parto e ao nascimento" da Organização Mundial de Saúde (OMS) 
 Garantir que a grávida tenha acesso ao acompanhante de sua preferência durante todo 
o processo de parturição e pós-parto 
 Classificação de risco para os serviços de referência obstétrica e neonatal 
 Horizontalização das equipes atuantes na prestação de cuidados em serviços de 
referência 
 Auxílio para a formulação de Colegiado Gestor nas maternidades e outros serviços 
conforme proposto na Política Nacional de Humanização 
Unidade 3 – Rede cegonha 
 
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 Acerca da ambiência e dos locais destinados ao parto e nascimento humanizado, a 
Portaria GM/MS nº 11/2015 redefine as diretrizes para implantação e habilitação de 
Centros de Parto Normal (CPN), no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), 
conforme a série de ações propostas pelo componente PARTO E NASCIMENTO da 
Rede Cegonha, além de dispor acerca dos investimentos e incentivos financeiros para 
essa finalidade (BRASIL, 2015). 
A fim de compreender a importância da humanização e das estratégias de boas 
práticas para o parto e nascimento, serão abordados a seguir algumas ações definidas nesse 
aspecto, tendo em vista cumprir com as recomendações baseadas em evidências, 
preconizadas pelos órgãos de saúde nacionais e internacionais. 
 
 
3.8 BOAS PRÁTICAS DO PARTO E NASCIMENTO 
Métodos não farmacológicos para o alívio da dor: compreendem estratégias naturais (não 
estão associados ao uso de fármacos ou outras medidas associadas) e podem ser utilizadas 
desde a chegada a maternidade, a fim de diminuir a dor durante o trabalho de parto e em 
muitos casos, tornar esse momento mais prazeroso e mais rápido. Algumas das principais 
estratégias serão apresentadas a seguir: 
Deambulação: envolve a prática de andar durante o trabalho de parto, o que auxilia 
no encaixe do bebê e é resolutivo para o alívio das dores provocadas pelas contrações. A 
deambulação pode ocorrer dentro do quarto da maternidade e/ou ao ar livre e corredor, 
quando houver esses espaços. 
Banho morno ou de chuveiro: é a utilização do chuveiro da maternidade para tomar 
um banho, de modo que isso auxilia na diminuição da dor, especialmente durante as 
contrações. 
Massagem: a massagem pode ser realizada nas costas, e é excelente para o alívio da 
dor, além de ter um efeito relaxante. Pode ser realizada pelo acompanhante ou pelo 
profissional, através da utilização de óleos ou hidrantes da preferência da parturiente. Nesses 
momentos, a utilização de musicoterapia, aromaterapia e um ambiente em meia luz pode 
deixar o local ainda mais aconchegante e confortável. 
 
 
 
 
 
 
Atualização em Enfermagem e a Sala de Parto 
 
 
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Cavalinho e bola suíça: o primeiro se refere a uma cadeira que faz movimentos de 
“balanço” e o segundo é semelhante a uma bola grande que irão auxiliar tanto no alívio da 
dor, como na saída do bebê. 
 
 
 
 
 
 
 
Posições durante o parto: a posição durante o parto deve ser conforme preferência da 
parturiente, porém, existem algumas que facilitam a saída do bebê, como é o exemplo das 
posições de quatro apoios e cócoras. 
 
 
 
 
 
 
 
Tratamento respeitoso: os profissionais devem respeitar as escolhas da mulher, 
tratá-la de forma respeitosa e educada, sempre esclarecendo tudo que for feito durante todo 
o parto e nascimento. Situações como pedir a mulher para falar mais baixo ou negar 
alimentação não devem ser realizadas em momento algum. 
Contato pele a pele e amamentação: após o nascimento, a mãe deve ter o primeiro 
contato com seu filho. Então, antes de qualquer coisa, é importante que o bebê seja colocado 
no peito da mãe para que ela possa senti-lo e esperar o cordão umbilical parar de pulsar e 
assim ser cortado. Ainda na primeira hora de nascimento, os bebês saudáveis devem ser 
estimulados a mamar livremente. 
 
 
Unidade 3 – Rede cegonha 
 
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3.9 PLANO DE PARTO 
 
O plano de parto compreende uma forma escrita (como uma carta) de expressar os desejos 
da mulher e família para o momento do parto, sendo necessário à sua orientação durante o 
pré-natal para que este possa ser levado a maternidade no dia em que ocorrer o trabalho de 
parto. O quadro abaixo demonstra um exemplo de questões que podem estar inclusas nesse 
documento. 
Desejo a presença de um acompanhante no dia do parto? Quem? 
Quais métodos de alívio da dor desejo utilizar? 
Desejo me manter hidrata e/ou alimentada (substâncias leves, ex: isotônicos) 
Desejo ou não a realização de toques vaginais e/ou episiotomia 
Desejo ou não a utilização de medicamentos para alívio da dor e/ou ocitocina 
Gostaria de ser informada, assim como meu acompanhante, sobre todas as condutas 
realizadas 
Ao nascer, gostaria que o cordão umbilical do bebê fosse cortado em tempooportuno pelo 
profissional/acompanhante/por mim 
 
3.10 PUERPÉRIO E ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE DA CRIANÇA DE 
0 A 24 MESES 
No contexto da atenção ao puerpério e saúde da criança até os dois anos de idade, enfatiza-
se o acompanhamento pela Atenção Básica, tendo como base a alta hospitalar e a primeira 
semana de pós-parto. Para tanto, recomenda-se que sejam feitas pelo menos duas consultas 
distintas, visando a revisão puerperal: 
Revisão puerperal precoce (entre 7 a 10 dias): deverá ser realizada ainda em 
domicílio, onde o profissional deve dar atenção à puérpera, ouvir suas queixas, parabenizá-
la e identificar seu estado de saúde geral. 
 Realizar exame físico e identificação dos sinais vitais; 
 Avaliar as condições maternas, atentando para as patologias mais frequentes neste 
período (hemorragias, infecções, tromboflebites, distúrbios mamários, alterações 
pressóricas, dentre outros); 
 Observar evolução de possíveis patologias manifestadas durante a gestação (ex.: 
anemia, síndrome hipertensiva, entre outros); 
 Orientação para quando retornar ao planejamento familiar e assistência ginecológica; 
Atualização em Enfermagem e a Sala de Parto 
 
 
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 Observar condições emocionais da puérpera; 
 Observar ferida operatória, presença de sangramentos, infecções, alterações 
vasculares, práticas de amamentação, alimentação materna, dentre outros. 
Revisão puerperal tardia (entre o 30° e o 42° dia): Nesta consulta, as queixas da 
mulher são ouvidas e complementadas a anamnese exame físico completo, com ênfase para 
o exame ginecológico. Devem ser reforçadas as orientações sobre planejamento reprodutivo, 
aleitamento materno e qualquer outro assunto ou problema que seja apresentado nesse 
momento. 
Além da assistência voltada a saúde materna e revisão puerperal, outras ações são 
preconizadas por esse componente, conforme mencionadas abaixo (BRASIL, 2011): 
 Promoção ao aleitamento materno e alimentação saudável 
 Busca ativa de crianças em situação de vulnerabilidade 
 Implementação de estratégias de educação em saúde acerca da saúde sexual e 
reprodutiva 
 Prevenção e tratamento de DST/HIV/Aids e hepatites 
 Ações de orientação sobre métodos contraceptivos, além de promover a oferta destes 
no âmbito do SUS 
 
 
3.11 SISTEMA LOGÍSTICO: TRANSPORTE SANITÁRIO E 
REGULAÇÃO 
O último componente da rede cegonha, veio com o intuito de colaborar diretamente para a 
melhoria do acesso de gestantes as maternidades e centros de referência, além de 
protagonizar melhorias nos modelos já existentes. 
O sistema logístico, transporte sanitário e regulação visa, entre outras ações garantir 
que a gestante tenha acesso a serviços de qualidade em tempo hábil, no combate as situações 
de “gestante peregrina”. A gestante que chega ao serviço de referência deve passar pela 
classificação de risco, e caso necessário, deve ser encaminhada imediatamente a unidade de 
saúde responsável, através da central de regulação. 
Mediante situações de urgência, é preciso que a gestante tenha o direito garantido 
para utilizar um transporte que seja seguro e equipado, tanto para transporte de gestantes, 
puérperas e recém-nascidos de alto risco, através do Sistema de Atendimento Móvel de 
Urgência - SAMU Cegonha, de modo que as ambulâncias possuam suporte avançado e 
devidamente equipadas com incubadoras e ventiladores neonatais (BRASIL, 2011). 
 
Unidade 3 – Rede cegonha 
 
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3.12 PAPEL DO ENFERMEIRO NA ASSISTÊNCIA NO CICLO 
GRAVÍDICO-PUERPERAL 
Como visto ao longo desse tópico o papel da Enfermagem é muito importante para uma 
assistência ao pré-natal de qualidade. Por isso, vamos destacar algumas das ações do 
enfermeiro na assistência ao Pré-natal: 
 Realizar orientações sobre a importância do pré-natal, da amamentação e da 
vacinação as mulheres e suas famílias; 
 Realizar o preenchimento dos documentos, fichas e Cartão da Gestante, sem esquecer 
nenhuma informação; 
 Intercalar as consultas de pré-natal de gestação de baixo risco com o(a) médico(a) da 
unidade; 
 Fazer a solicitação dos exames complementares respeitando o protocolo local de pré-
natal; 
 Realizar os testes rápidos na gestante; 
 O enfermeiro também pode exercer a prescrição de medicamentos padronizados para 
o programa de pré-natal e de medicamentos padronizados para tratamento das IST, 
conforme protocolo; 
 Avaliar o histórico de vacinas da gestante e orientar sobre as vacinas necessárias para 
gestantes; 
 Reconhecer os sinais de alarme e identificar casos de alto risco, realizando assim, o 
encaminhamento para consulta médica. Bem como, garantir que gestante classificada 
como de alto risco seja atendida; 
 Executar o exame clínico das mamas e coletar o material para exame citopatológico 
do colo do útero; 
 Desempenhar ações educativas, individual e coletiva; 
 Produzir ações de orientações as gestantes e a equipe sobre os fatores de risco e à 
vulnerabilidade; 
 Orientação as gestantes sobre a importância da frequência das consultas e praticar 
busca ativa das gestantes que não comparecem as consultas; 
 Prestar visitas domiciliares ao longo da gravidez e puerpério, realizar o 
acompanhamento do processo de aleitamento e a orientação a mulher e seu 
companheiro sobre o planejamento reprodutivo. 
 
Atualização em Enfermagem e a Sala de Parto 
 
 
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04 
AMBIÊNCIA E RDC 36/2008 
 
 
 
 
Tendo como base a Política Nacional de Humanização (PNH), a estratégia de Rede Cegonha 
e todos os conceitos abordados até aqui, vale salientar o conceito de ambiência. 
Proposto desde a PNH, o termo ambiência surge como uma diretriz a ser seguida, 
especialmente nos serviços que prestam assistência ao parto e nascimento. Nessa ótica, 
ambiência compreende o conjunto de ações pensadas para tornar a assistência mais 
resolutiva, humanizada e de qualidade, envolvendo diversos atores que perpassam pelo 
âmbito físico, social, profissional e de relações interpessoais, no intuito de qualificar cada 
vez mais as assistências em saúde. 
As instituições de assistência obstétrica tem seguido as recomendações acerca da 
ambiência, tendo em visa proporcionar maior segurança e conforto a todos os envolvidos 
nesse momento único, além disso, as modificações de ambiência visam estimular o 
protagonismo da mulher, a garantia de seus direitos como é o caso da presença do 
acompanhante, a eliminação de velhas práticas (hoje proscritas) de assistência ao parto, 
estímulo a livre movimentação da parturiente, assim como das estratégias não 
farmacológicas para alívio da dor e auxílio no trabalho de parto, dentre outras inúmeras 
possibilidades. 
Acerca da ambiência, vale salientar o que diz a RDC n° 36 de 2008, da Diretoria 
Colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) e do Ministério da Saúde, 
que dispõe sobre o Regulamento Técnico para Funcionamento dos Serviços de Atenção 
Obstétrica e Neonatal. Entre outras coisas, a RDC trata sobre o funcionamento, construção, 
reforma e elaboração de projetos para adequação de serviços obstétricos

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