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Atualização em Assistência de Enfermagem ao Parto Normal

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Este material é parte integrante do curso online "Atualização em Assistência de Enfermagem 
ao Parto Normal" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É 
proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem 
autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). 
Com certificado 
online 
40 horas 
Atualização em Assistência 
de Enfermagem ao Parto 
Normal 
Rachel Cardoso de Almeida 
 
 
 
 
 
 
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sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). 
Atualização em Assistência 
de Enfermagem ao Parto 
Normal 
Rachel Cardoso de Almeida 
40 horas 
Com certificado 
online 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
 
 
APRESENTAÇÃO .............................................................................................................. 5 
CONTEXTO HISTÓRICO DAS POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE DA 
MULHER ............................................................................................................................. 6 
2.1 POLÍTICAS DE SAÚDE DA MULHER ................................................................... 7 
2.2 HISTÓRICO DAS POLÍTICAS DE SAÚDE DA MULHER NO BRASIL .............. 7 
2.3 ESTRATÉGIAS VOLTADAS A ATENÇÃO MATERNA E NEONATAL ...... 12 
PRÉ-NATAL ...................................................................................................................... 16 
3.1 DIAGNÓSTICO DE GESTAÇÃO, ANAMNESE E ORIENTAÇÕES .............. 17 
3.1.1 Diagnóstico de Gravidez .................................................................................... 18 
3.1.2 Sinais diagnósticos da gestação .......................................................................... 19 
3.1.3 Classificação de Risco Gestacional .................................................................... 20 
3.2 CALENDÁRIO DE CONSULTAS E EXAMES COMPLEMENTARES ............... 21 
3.2.1 Exames complementares .................................................................................... 21 
3.3 IDADE GESTACIONAL E DATA PROVÁVEL DO PARTO ............................... 23 
3.3.1 Idade gestacional ................................................................................................ 23 
3.3.2 Data provável do parto ....................................................................................... 24 
3.4 PALPAÇÃO OBSTÉTRICA E MEDIDA DA ALTURA UTERINA (AU) ............ 24 
3.4.1 Palpação obstétrica ............................................................................................. 25 
3.4.2 Medida da altura uterina (AU) ........................................................................... 25 
3.5 AUSCULTA DOS BATIMENTOS CARDÍACOS FETAIS ................................... 26 
3.6 VACINAÇÃO NA GESTAÇÃO .............................................................................. 27 
3.7 PRINCIPAIS SUPLEMENTOS PARA AS MULHERES NO CICLO GRAVÍDICO-
PUERPERAL .................................................................................................................. 28 
3.8 PAPEL DO ENFERMEIRO NA ASSISTÊNCIA AO PRÉ-NATAL ...................... 28 
ESTRATÉGIAS DE HUMANIZAÇÃO DO PARTO E NASCIMENTO ................... 30 
4.1 BOAS PRÁTICAS DO PARTO E NASCIMENTO ................................................. 30 
4.2 PLANO DE PARTO ................................................................................................. 32 
FISIOLOGIA DO PARTO ............................................................................................... 33 
5.1 TERMINOLOGIAS OBSTÉTRICAS ...................................................................... 33 
5.2 PRIMEIRO PERÍODO CLÍNICO DO PARTO: DILATAÇÃO ......................... 34 
5.3 SEGUNDO PERÍODO CLÍNICO DO PARTO: FASE DE EXPULSÃO ........... 36 
5.4 TERCEIRO PERÍODO CLÍNICO DO PARTO: DEQUITAÇÃO ...................... 38 
5.5 QUARTO PERÍODO CLÍNICO DO PARTO: PERÍODO DE GREENBERG ... 38 
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO PARTO ....................................................... 39 
6.1 SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM ............................ 40 
6.2 PROCESSO DE ENFERMAGEM NA ASSISTÊNCIA A GESTANTE, 
PARTURIENTE E PUÉRPERA ..................................................................................... 41 
6.2.1 Histórico ou coleta de dados ............................................................................... 41 
AVALIAÇÃO .................................................................................................................... 49 
 
 
REFERÊNCIAS ................................................................................................................ 53 
 
Unidade 1 – Apresentação 
 
 
5 
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material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). 
01 
APRESENTAÇÃO 
 
 
 
 
O ciclo vital das mulheres perpassa por várias fases desde o seu nascimento até o envelhecer, 
de modo que cada etapa possui a sua própria característica e merece uma atenção em saúde 
específica e individualizada, considerando a grande diversidade dos sujeitos. Nesse âmbito, 
existem vários conceitos importantes sobre saúde da mulher que devem ser compreendidos, 
desde a criação de políticas públicas voltadas a essa população, até o entendimento de 
questões conceituais e fisiológicas que envolvem o funcionamento orgânico. 
Desse modo, no decorrer desse curso iremos abordar aspectos importantes sobre a 
gestação, parto e puerpério, associado a assistência de enfermagem prestada a mulher nesse 
contexto. 
A organização deste curso está articulada para que ao final, o profissional 
participante do curso seja capaz de: 
 Compreender a construção sócio-histórica das políticas públicas de saúde da mulher, 
assim como as ações especificas voltadas ao contexto obstétrico e neonatal; 
 Refletir sobre conceitos importantes referentes a gestação e parto; 
 Compreender os cuidados gerais e de enfermagem voltados ao ciclo gravídico-
puerperal. 
Bons estudos!
Atualização em Assistência de Enfermagem ao Parto Normal 
 
 
6 
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02 
CONTEXTO HISTÓRICO DAS POLÍTICAS 
PÚBLICAS DE SAÚDE DA MULHER 
 
 
 
 
De acordo com o último censo demográfico realizado pelo IBGE, a população feminina 
constitui a maioria populacional no Brasil, compreendendo cerca de 51,03% da população 
geral, o que corresponde a aproximadamente 97 milhões ao todo. Além da maioria 
populacional, as mulheres são as principais usuárias dos serviços de saúde, tanto em busca 
de atendimento próprio, como na condição de acompanhante de familiares e amigos. 
Com base nisso, as mulheres possuem subjetividades e inúmeras necessidades de 
saúde em todas as fases do seu ciclo vital, sendo indispensável a criação de políticas públicas 
que visem a atenção integral das mulheres, de modo que todas, em qualquer parte do país, 
possam ser contempladas com as ações estabelecidas através delas. 
Descrever acerca das políticas públicas voltadas a saúde da mulher na 
contemporaneidade, é uma forma de resgatar acontecimentos importantes mediante a 
necessidade de incorporar uma série de fatores indispensáveis, conforme o conceito 
ampliado de saúde, onde essa, não se caracteriza exclusivamentecomo a ausência de 
doenças, sobretudo envolve o completo bem-estar físico, social, emocional e espiritual do 
sujeito dentro de uma gama de fatores condicionantes e determinantes de saúde. No âmbito 
de saúde a mulher, essa não é vista de forma isolada, assim como as ações não são 
individualizadas, pois devem compreender a família, a comunidade a qual ela encontra-se 
inserida, sua cultura local, os fatores externos, entre outros. 
Deste modo, torna-se imprescindível que os profissionais envolvidos no ato de cuidar 
permaneçam cientes do seu papel, assim como o olhar dos gestores sobre esta temática 
precisa estar atento a todas as fases do ciclo de vida da mulher, ao propor programas e ações 
que vislumbrem sob a perspectiva da integralidade do indivíduo. 
Para tanto, é necessário compreender o cenário histórico da criação desse direito 
cidadão de toda mulher, dando ênfase a todo o período que compreende o ciclo vital da 
mulher, uma vez que a assistência deve ser integral e envolver as necessidades específicas 
das mulheres. 
Unidade 2 – Contexto histórico das políticas públicas de saúde da mulher 
 
 
7 
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2.1 POLÍTICAS DE SAÚDE DA MULHER 
Para iniciar as discussões referentes a saúde e assistência direcionadas as mulheres, é 
necessário relembrar momentos de luta e busca por direitos na saúde e cidadania. 
A formulação das políticas de saúde da mulher ocorreu em grande parte com base 
em discussões extensas e complexas, que contribuem para a transformação dos paradigmas 
de saúde da mulher. Como esse processo é dinâmico e acompanhado de mudanças sociais, 
avanços ímpares foram feitos na busca pela saúde da mulher. 
A princípio, vale ressaltar que a assistência integral, igualitária e gratuita é um direito 
de todo cidadão, porém, essa afirmativa foi alvo de grandes reinvindicações no sentido de se 
fazer valer, pois lutas em diversos cenários do Brasil foram determinadas a fim de um 
objetivo único e legítimo que é o direito a saúde. 
No contexto das mulheres, outros direitos além da saúde, precisaram ser 
conquistados e ocorreram de modo tardio quando comparados aos direitos cidadãos. Um 
exemplo claro é luta por igualdade de direitos entre homens e mulheres, representada 
sobretudo pela entrada das mulheres no mercado de trabalho e a batalha enfrentada para 
conquistar e garantir o direito ao voto feminino. As lutas no sentido de igualdade entre os 
gêneros tiveram papel primordial na garantia de direitos básicos, e perdura até hoje na 
tentativa de acabar com as sequelas dessas raízes da exclusão de gênero. 
Como figura principal dessas reinvindicações, o movimento feminista passou a 
discutir enfaticamente e visibilizar as necessidades de grupos sociais específicos e de temas 
emergentes, com forte impacto na garantia dos direitos cidadãos, estabelecimento dos 
direitos reprodutivos plenos e de modo livre, assim como na inclusão da assistência à saúde 
da mulher em sua totalidade, perpassando por todas as fases do ciclo vital. 
Assim, iniciaram-se os estudos e grandes discussões sobre integralidade na saúde da 
mulher, porém, mesmo com o início dessa abordagem, havia uma separação entre ela e o 
aspectos referentes apenas ao processo de reprodução, limitando-a somente a procriação, 
com ênfase na mulher em idade fértil, deixando de lado as diversas esferas que envolvem 
esse campo. 
 
 
2.2 HISTÓRICO DAS POLÍTICAS DE SAÚDE DA MULHER NO 
BRASIL 
Deste modo, grandes movimentos marcaram as conquistas pela garantia e o direito a uma 
assistência de qualidade no âmbito da saúde integral ofertada a mulher, com vistas em atuar 
de acordo com as necessidades de saúde específicas de cada uma. Tais movimentos 
começaram a ocorrer desde o século XX, através dos movimentos sanitaristas campanhistas 
Atualização em Assistência de Enfermagem ao Parto Normal 
 
 
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e com as profundas mudanças que ocorriam nas políticas públicas de saúde no Brasil, 
mediante a luta social por direitos igualitários e por uma saúde gratuita e universal. 
Numa perspectiva histórica, por volta da década de 50 emergiram discussões sobre o 
controle demográfico, apresentadas pelo governo Norte-Americano e direcionadas aos 
países da América Latina, no intuito de priorizar e melhorar o crescimento econômico dos 
países envolvidos, pois a partir desse momento seria necessária a adoção de estratégias que 
reduzissem o crescimento demográfico em troca de investimentos a esses países. 
Com isso, no início dos anos 60, o governo americano estabeleceu uma pressão sobre 
o Brasil em troca de empréstimos, estabelecendo uma política de controle demográfico em 
meio à crise político-econômica instalada na época. 
Assim, no Brasil, a saúde da mulher foi incorporada às políticas nacionais de saúde 
nas primeiras décadas do século XX, sendo limitada, nesse período, às demandas relativas à 
gravidez e ao parto numa perspectiva reducionista de gênero. Para tratar desses assuntos, 
foram criados programas materno-infantis, elaborados nas décadas de 1930 a 1970, que 
demonstravam uma visão restrita sobre a mulher, baseada em suas características biológicas 
e no seu papel social de mãe e doméstica, responsável pela criação, educação e cuidado com 
a saúde dos filhos e demais familiares (BRASIL, 2004). 
Esses programas eram vigorosamente criticados pelo movimento feminista brasileiro 
da época, em razão da perspectiva com que tratavam a mulher, que tinha acesso a alguns 
cuidados de saúde no ciclo gravídico-puerperal, ficando sem assistência na maior parte de 
sua vida. Com forte atuação no campo da saúde, o movimento de mulheres contribuiu para 
introduzir na agenda política nacional, questões até então atribuídas ao segundo plano, por 
serem consideradas restritas ao espaço e às relações privadas (BRASIL, 2004). 
Naquele momento, as desigualdades nas condições de vida e nas relações entre os 
homens e as mulheres começaram a ser reveladas com maior destaque, gerando discussões 
na sociedade em geral. Outas questões passaram a entrar em pauta, tendo em vista as 
diferentes necessidades de saúde das mulheres que necessitavam de um atendimento global, 
alguns pontos em destaque eram: 
 Problemas associados à sexualidade e à reprodução 
 Dificuldades relacionadas à anticoncepção e à prevenção de doenças sexualmente 
transmissíveis 
 Sobrecarga de trabalho das mulheres, que sempre foram responsáveis pelas tarefas 
domésticas e de criação dos filhos, sobrecarregando a saúde de um modo geral 
E então, mesmo com as discussões emergindo pelo país a fora, os interesses políticos 
e econômicos da época continuaram sendo estabelecidos de modo geral, sem considerar as 
inúmeras demandas de saúde da mulher que surgiam a cada dia, de maneira cada vez mais 
intensa. Foi então que grupos privados se instalaram no Brasil, dentre eles a Sociedade Civil 
de Bem-Estar Familiar no Brasil (BEMFAM) e o Centro de Pesquisas de Assistência 
Integrada à Mulher e à Criança (CPAIMC) e passaram a implementar em diversas 
comunidades, ações de anticoncepção e planejamento familiar, sem livre escolha ou 
avaliação prévia de riscos e complicações decorrentes de tais ações, o que gerava dúvidas 
Unidade 2 – Contexto histórico das políticas públicas de saúde da mulher 
 
 
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com relação a qualidade, uma vez que não priorizava a atenção à saúde integral do indivíduo, 
mas sim um controle demográfico da população. 
Além da BEMFAM, instituições internacionais financiaram a formação de 
profissionais de saúde para a realização de cirurgias de esterilização, o que implicava uma 
ideologia contraceptiva intervencionista no meio médico, subsidiando hospitais e clínicas, 
realizando os desejos controladores dos corpos, previamente estabelecidos. 
O cenário de atenção à saúde da mulher era cada vez mais preocupante, pois até 
então, a reprodução era tratada como algo a ser combatido e isso era feito de forma rigorosa, 
sem o consentimento do casal envolvido, sem acompanhamento e orientações, o que gerava 
uma força de poder entre as autoridades e população, pois ficava sobre a responsabilidade 
do governo decidir sobre a possibilidade e quantidade de filhos que um casal poderia e 
deveria ter. 
É notório que tal situação diminuía o papel da mulher na sociedade, além de deixar 
de lado questões como saúde sexual de homens e mulheres, conhecimento do próprio corpo 
e a atenção integral a saúde dos indivíduos, principalmente mulheres em todas as fases de 
sua vida, o que gerava grande revolta e cada vez mais luta pelos direitos de saúde, 
organizadas pelos segmentos sociais. 
Além dos aspectos mencionados acima, a realização de tais ações controladoras, 
possuíam a visão de uma atenção à saúde vertical, sem interação com programas 
multidisciplinares e demais ações de saúde existentes, de modo que a mulher não era vista 
como um ser subjetivo e as necessidades da comunidade não eram analisadas previamente, 
criando planos e metas distantes da realidade local de cada região. 
Ademais, o cenário de atenção à saúde da mulher começou a mudar após muitas lutas 
e reivindicações dos movimentos sociais da época (sobretudo movimentos feministas e 
movimentos sanitaristas) em meio a ditadura militar, que conseguiram em 1968 que a 
Organização das Nações Unidas reconhecesse o direito de todas as pessoas, assim como a 
liberdade em escolher responsavelmente o número de filhos que desejam ter, especialmente 
o momento que as gestações ocorreriam, sendo estes, um direito humano fundamental e a 
partir disso, várias ações passaram a ser desenvolvidas nesse contexto, demarcando um 
momento de grande conquista para a população feminina. 
Em complemento, mediante o crescimento e organização do movimento feminista, 
com suas reivindicações que se opunham a situação da mulher na época e o fluxo gerado 
pelo movimento da reforma sanitária em 1970, ambos grupos sociais passaram a exigir do 
estado, a elaboração de um programa que assistisse as mulheres de forma integral desde a 
infância até a velhice, contemplando necessidades de saúde que envolvessem de fato o bem-
estar feminino, sem reducionismo, segregação ou imposição política. 
Assim, em 1984 foi elaborado e implementado o Programa de Assistência Integral 
a Saúde da Mulher (PAISM) que se tratou de um documento histórico, que incorporou o 
ideário feminista para a atenção à saúde integral, inclusive responsabilizando o estado 
brasileiro com os aspectos da saúde reprodutiva e teve sua proposta de criação como 
resultado da junção de dois objetivos principais: 
 A integralidade da saúde, defendida pelo movimento de reforma sanitária, e 
Atualização em Assistência de Enfermagem ao Parto Normal 
 
 
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 As políticas específicas para mulheres, que eram defendidas pelos movimentos 
feministas da época, com o intuito de oferecer o conhecimento necessário às 
mulheres sobre seu corpo, saúde e sexualidade de forma integral e descentralizada 
Desta forma, as ações prioritárias foram definidas a partir das necessidades da 
população feminina, o que significou uma ruptura com o modelo de atenção materno-infantil 
até então desenvolvido. 
Este novo Programa passou a ser prioridade do Ministério da Saúde, com amplo 
respaldo no movimento de mulheres e por representar, no conjunto das suas compreensões, 
um avanço substancial em relação à proposta anterior dos programas materno-infantil. 
Mesmo com todas as limitações que eram visíveis, acreditava-se que, um longo passo estava 
acontecendo e que posteriormente, novos levantamentos e reivindicações poderiam culminar 
em uma política cada vez mais ampla e efetiva. 
Assim, essa nova e promissora estratégia voltada para a saúde da mulher incluía 
ações educativas, preventivas, de diagnóstico, tratamento e recuperação, englobando a 
assistência, em todas as fases da vida, na clínica ginecológica, no pré-natal, parto e puerpério, 
no climatério, em planejamento familiar, que posteriormente veio a ser utilizada a 
nomenclatura “planejamento reprodutivo”, na prevenção de doenças sexualmente 
transmissíveis (DST), câncer de colo de útero e de mama, além de outras necessidades 
identificadas a partir do perfil populacional das mulheres daquele período (BRASIL, 2004). 
Adiante, a partir de 1986, o Ministério da Saúde começou a distribuir às Secretarias 
Estaduais de Saúde documentos técnicos com o objetivo de nortear as chamadas “ações 
básicas de assistência integral à saúde da mulher”, englobando o planejamento familiar, o 
pré-natal de baixo risco, prevenção de câncer cérvico-uterino e de mamas, as DST e a 
assistência ao parto e puerpério, assuntos abordados pelo documento oficial do programa, 
mas que precisavam de uma maior contextualização. 
Com destaque para o âmbito ético e legal da sexualidade, pauta defendida pelos 
movimentos, vale ressaltar como conquista de grande importância, a garantia dos direitos 
sexuais e reprodutivos do ser humano, dispostos pela Constituição Federal de 1988, onde 
garante a reprodução de livre escolha pelo casal, sendo dever do estado fornecer os recursos 
necessários a este direito, além de garantir assistência à saúde sexual e reprodutiva para todas 
as faixas etárias e contextos sociais e culturais. A partir disso, as instâncias gestoras do 
Sistema Único de Saúde (SUS), em todos os seus níveis, estariam obrigadas a garantir a 
atenção integral à saúde, que inclua a assistência à concepção e à contracepção mediante 
opção dos envolvidos. 
Simultaneamente, ocorria o processo de redemocratização, após 21 longos anos de 
ditadura militar no Brasil, e mediante a aprovação da Constituição Federal de 1988 que, 
entre outros avanços, criou o Sistema Único de Saúde (SUS) com fundamentos nos 
princípios da gratuidade e universalidade do acesso, integralidade, equidade nas ações de 
saúde e dever do estado, além da participação social e autonomia dos sujeitos enquanto 
cidadãos com direitos e deveres. 
Assim sendo, o processo de construção do SUS tem extrema influência sobre a imple-
mentação do PAISM, que apresenta particularidades no período de 1984 a década de 90, 
sendo influenciado, a partir da conjectura do SUS, pelas características da nova política de 
Unidade 2 – Contexto histórico das políticas públicas de saúde da mulher 
 
 
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saúde, pelo processo de municipalização e principalmente pela reorganização da Atenção 
Básica(AB), que ocorreu por meio da estratégia do Programa Saúde da Família, grande ação 
no que tange a promoção da saúde dos indivíduos e facilitação no acesso a saúde, tendo em 
vista a sua aplicabilidade comunitária, nos meios de convivência da população em geral. 
Por volta de 1998, o nível administrativo federal, começou a apresentar dificuldades 
e descontinuidade no processo de assessoria e apoio para implementação do PAISM, sendo 
necessário uma avaliação aprofundada das características de saúde da população, assim 
como de suas particularidades enquanto seres sociais. É neste período que foi possível 
observar as primeiras mudanças na atenção em saúde, pois foi o momento em que a saúde 
das mulheres passa a ser considerada uma prioridade de governo, garantida na Constituição. 
Para compreender essas necessidades, um balanço institucional foi executado para o 
conhecimento de ações realizadas no período de 1998 a 2002, elaborado por Correa e Piola 
(2003), e indica que nesse período foi trabalhado sob uma perspectiva de resolução de 
problemas, com prioridades voltadas a saúde reprodutiva e, em particular, as ações para 
redução da mortalidade materna (pré-natal, assistência ao parto e anticoncepção), tendo em 
vista os altos números da época. Conforme os autores, embora se tenha mantido como 
espelho e direcionamento, a atenção integral à saúde da mulher, essa definição de prioridades 
dificultou a atuação sobre outras áreas estratégicas, tomando como ponto de vista, uma linha 
mais ampla de saúde da mulher, envolvendo setores diferenciados no que se refere apenas 
ao contexto reprodutivo e concepcional. 
Segundo a ideia supracitada, essa perspectiva de atuação também comprometeu a 
transversalidade de gênero e raça, que apesar de ter sido percebido um avanço no sentido da 
integralidade na assistência com uma ruptura do modelo de ações verticalizadas oriundas do 
passado, os problemas não chegaram a ser tratados de maneira isolada, havendo a 
necessidade de se incorporar aos preceitos já estabelecidos, um tema novo e emergente, que 
compreendia a violência doméstica e sexual (CORREA; PIOLA, 2002). 
Nesse contexto, em 2004, o Ministério da Saúde une esforços e estratégias mais 
específicas e lança a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher 
(PNAISM) onde a definição das prioridades baseou-se em um diagnóstico da situação de 
saúde das mulheres no Brasil, elaborado em conjunto com diversos atores sociais. Tem como 
objetivo a implantação de ações de saúde na atenção obstétrica, planejamento reprodutivo, 
atenção ao abortamento inseguro e casos de violência doméstica e sexual, de maneira que 
seja oferecido um atendimento humanizado e justo as mulheres, buscando ainda a redução 
da morbimortalidade por causas preveníveis e evitáveis, além da realização de ações 
envolvendo a promoção da saúde de populações excluídas até então, baseadas em suas 
particularidades (BRASIL, 2004). 
No entanto, estudos realizados para avaliar os estágios de implementação do 
PNAISM apresentaram dificuldades na implantação das ações, e embora não se tenha um 
panorama abrangente da situação em todos os municípios do país, pode-se afirmar que a 
maioria enfrenta ainda dificuldades políticas, técnicas e administrativas no que se refere a 
efetivação das ações políticas e integrais referentes à saúde das mulheres. 
Supõe-se que a limitação na implementação das ações para o âmbito municipal é 
resultante das dificuldades para a consolidação do SUS, e especialmente das lacunas que 
ainda existem na atenção à saúde da população, tendo em vista que ainda não é possível um 
Atualização em Assistência de Enfermagem ao Parto Normal 
 
 
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conhecimento geral de todas as situações que envolvem a diversidade do público feminino. 
Desta forma, a atuação neste âmbito ainda não abrange todo o conjunto de ações previstas 
nos documentos que norteiam a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher, 
que passa a contemplar, a partir de 2003, também a atenção a segmentos da população 
feminina ainda invisibilizados, assim como os problemas emergentes que afetam a saúde da 
mulher (BRASIL, 2004). 
Desta forma, são apontadas algumas lacunas na atenção à saúde das mulheres que 
envolvem a atenção ao climatério e menopausa, queixas ginecológicas, infertilidade e 
reprodução assistida, saúde das mulheres na adolescência, doenças crônico-degenerativas, 
saúde ocupacional, saúde mental, doenças infectocontagiosas e a inclusão da perspectiva de 
gênero e raça nas ações a serem desenvolvidas, o que levou a necessidade de criação de 
novos modelos legais de assistência e garantia de direitos para essas populações, não como 
forma de substituir a política, mas como estratégia complementar e regulamentadora de 
ações. 
Há ainda desafios na atenção à saúde das mulheres que vivem em situação de 
vulnerabilidade, como a classe social ou as questões raciais ou étnicas, como, por exemplo, 
mulheres pobres, negras e indígenas, bem como mulheres em situação prisional, mulheres 
do campo e florestas, profissionais do sexo e outros contextos. 
No entanto, destaca-se que garantir acesso e qualidade na atenção à saúde das 
mulheres implica no acesso aos recursos materiais e institucionais disponíveis, bem como 
atendimento, considerando o bem-estar das mulheres para além do ser biológico. Sabe-se, 
pois, que os padrões hegemônicos de masculinidades e feminilidade são produtores de 
sofrimento, adoecimento e morte nas sociedades, sendo necessária a criação cada vez mais 
frequente de espaços de socialização e discussão de temas como esse, incluindo diversos 
segmentos sociais, em busca de juntos, pensar em políticas cada vez mais igualitárias e 
inclusivas. 
As desigualdades de gênero não podem ser pensadas isoladas de outros marcadores 
sociais, tais como classe social, raça/etnia, geração, religião, entre outros, pois elas têm 
impactos na saúde das mulheres e dos homens. Essas desigualdades se fazer presentes no 
contexto dos serviços de saúde, sendo importante reconhecer todo esse processo histórico 
construtivo das políticas de saúde voltadas a população feminina. Para associar ao tema 
trabalhado durante toda a extensão desse material, vale destacar as ações e programas 
voltados ao processo gestacional e de parturição. 
 
 
2.3 ESTRATÉGIAS VOLTADAS A ATENÇÃO MATERNA E 
NEONATAL 
Um dos primeiros marcos na atenção materna e neonatal aconteceu 1975 com a criação do 
Programa Nacional de Saúde Materno-Infantil, pelo Ministério da Saúde (MS), esse 
programa buscava a proteção e assistência materno-infantil e englobava os cuidados ao 
período pré-concepcional, pré-natal, parto e puerpério. 
Unidade 2 – Contexto histórico das políticas públicas de saúde da mulher 
 
 
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material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). 
Mas, depois de diversas críticas realizadas pelo movimento feminista por ter um 
ponto de vista limitado ao ciclo gravídico-puerperal, nasce então em 1984, o Programa de 
Assistência Integral à Saúde da Mulher (PAISM), sua criação representou um marco 
histórico, pois apresentava um novo enfoque à saúde da mulher brasileira, ele possuía ações 
educativas, preventivas, diagnóstico e tratamento, assistência em clinicas ginecológicas, pré-
natal, parto, puerpério, climatério, planejamento familiar DST, câncer de colo de útero e de 
mama e outrasnecessidades apresentadas pelas mulheres na época. 
Assim, ao pensarmos sobre políticas públicas quanto aos direitos reprodutivos, 
observa-se um esforço para interferir e agir na saúde feminina. Para se alcançar esses 
objetivos foram realizadas as implantações de programas e políticas nacionais voltadas a 
saúde da mulher. 
Nesse sentido em 2004, o Ministério da Saúde estabelece a “Política Nacional de 
Atenção à Saúde da Mulher”, visando a concretização dos avanços na área dos direitos 
sexuais e direitos reprodutivos através de metas e avanços da atenção obstétrica. Então, para 
alcançar a ampliação da execução das políticas de saúde foram criadas estratégias de 
pactuações diretas e indiretas, tais como: a Política Nacional de Atenção à Saúde da Mulher, 
o Pacto Nacional pela Redução da Mortalidade Materna e Neonatal, o Pacto pela Vida e a 
Política Nacional de Atenção Básica (BRASIL, 2013). 
Além disso, na década de 1980, ocorreu um movimento mundial em busca da 
humanização do parto e nascimento atraindo a atenção para a necessidade de modificações 
na assistência, na estimulação de novos pensamentos sobre a prática dos profissionais de 
saúde e a valorização do papel primordial da mulher nesse processo, com atenção centradas 
nas suas necessidades e segurança de forma humanizada. 
No Brasil, o marco pela busca por humanização do parto e nascimento acontece em 
1985 com a Conferência sobre Tecnologia Apropriada para o Nascimento e Parto, realizada 
em Fortaleza/CE e organizada pela Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) e pelos 
escritórios regionais da Organização Mundial da Saúde (OMS) na Europa e Américas 
(UFSC, 2017). 
Dessa maneira, foram organizadas orientações, fundamentadas na reavaliação do 
conhecimento sobre as técnicas obstétricas, com a finalidade de restaurar o processo natural 
do nascimento e que a mulher tem papel central na assistência, sem tornar esse momento 
cheio de procedimentos e intervenções desnecessárias (WHO, 1985). 
Entre as orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS) para o processo 
natural do nascimento, podemos destacar: 
 Não é necessário indicações para a prática de tricotomia e enema antes do parto; 
 Não se deve realizar a episiotomia (incisão efetuada na região do períneo) de forma 
rotineira; 
 A mulher deve ter o direito a presença de um acompanhante de sua preferência 
durante o trabalho de parto, no parto e puerpério e sua escolha precisa ser estimulada 
e respeitada; 
Atualização em Assistência de Enfermagem ao Parto Normal 
 
 
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deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). 
 Mesmo que a mulher tenha histórico de cesariana prévia, é importante estimular e 
encorajar o parto normal; 
 A prática da amniotomia de rotina, ou seja, a ruptura constante de forma intencional 
e artificial das membranas amnióticas durante o parto não possui justificativa; 
 A mulher precisa ser estimulada a se movimentar e escolher a melhor posições para 
ela, sendo de livre escolha, enquanto a posição de litotomia deve ser evitada no 
trabalho de parto e parto. 
 Sempre que possível, o recém-nascido que está saudável, sem nenhum problema, 
deve continuar junto com sua mãe; 
 As mulheres que estão recebendo assistência nas instituições de saúde podem 
resolver o que vestir e com o que se alimentar. 
Assim em 1996, as orientações da OMS geraram o relatório “Maternidade Segura – 
Assistência ao parto normal: um guia prático”, nele práticas para a assistência ao parto foram 
indicadas ou não indicadas considerando evidências científicas (WHO, 1996). 
Vale destacar que mesmo com todo o movimento para reduzir as intervenções na 
atenção obstétrica, o excesso dessas práticas obstétricas ainda acontece durante o trabalho 
de parto e parto. E que mesmo com todos os avanços obtidos, ainda persistem muitos 
desafios a serem enfrentados no Brasil. 
A fim de fortalecer as estratégias de humanização no Brasil, a Rede de Humanização 
do Nascimento (ReHuNa) foi criada em 1993. Ela tem como objetivo divulgar a assistência 
e os cuidados perinatais, baseados em evidências científicas, passando também a noticiar 
largamente as recomendações da OMS em eventos, debates e publicando. 
Nesta perspectiva de transformações da atenção obstétrica no Brasil, o Ministério da 
Saúde tem apoiado, estimulado e acompanhado programas e ações, entre os quais separamos 
alguns e vamos exibir a seguir: 
 1984 – Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher: a mulher passa a 
ser compreendida de forma integral e não mais somente no ciclo reprodutivo 
 1999 – Portaria no 985: estabeleceu a criação do Centro de Parto Normal, sendo 
uma unidade de saúde que oferece atendimento humanizado unicamente ao parto 
normal sem distócia. 
 2000 – Programa de Humanização do Pré-natal e Nascimento (PHPN): visa 
garantir a melhoria do acesso, da cobertura e da qualidade do acompanhamento que 
se inicia no pré-natal, passa pela assistência ao parto e vai até o puerpério 
contemplando a gestante e o recém-nascido, no aspecto dos direitos de cidadania. 
 2004 – Pacto Nacional pela Redução da Mortalidade materna e neonatal: Incide 
na implementação de um grupo de ações articuladas, que busca a qualificação da 
atenção obstétrica e neonatal. 
Unidade 2 – Contexto histórico das políticas públicas de saúde da mulher 
 
 
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 2005 – Lei no 11.108: conhecida também como a “Lei do acompanhante”, ela obriga 
as instituições de saúde a aceitarem a presença de um acompanhante de escolha da 
mulher durante todo o processo do parto e puerpério imediato. 
 2007 – Lei no 11.634: a respeito do direito da gestante ao conhecimento e à sua 
vinculação à maternidade em que irá receber a assistência. 
 2008 – Resolução no 36/2008: regulamenta as ações e práticas dos Serviços de 
Atenção Obstétrica e Neonatal. 
 2011 – Portaria no 1.459/2011: estabelece a Rede Cegonha Rede Cegonha, como 
uma estratégia que visa certificar às mulheres o direito ao planejamento reprodutivo 
e a atenção humanizada à gravidez, ao parto e ao puerpério, e garantir às crianças o 
direito ao nascimento seguro e ao crescimento e desenvolvimento saudáveis. 
Como estratégia fortalecedora no cuidado obstétrico e neonatal, destaca-se o 
surgimento da Estratégia Saúde da Família, disposta pelo Ministério da Saúde (MS) em 
1994, que abrange e favorece os princípios do Sistema Único de Saúde (SUS), evidenciada 
como um grande marco para o progresso da atenção ao pré-natal. Preconiza-se que a 
assistência ao pré-natal aconteça nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), designada como a 
porta de acesso primordial do sistema, no qual são consolidadas as relações do serviço com 
a população. 
Nesse aspecto, vale ainda ressaltar detalhes de duas importantes estratégias para o 
cuidado frente ao público abordado nesse conteúdo. 
Assim, o Programa de Humanização do Pré-natal e Nascimento (PHPN), seguindo 
planos para melhoria do acesso universal, cobertura e da qualidade da assistência no pré-
natal, e do acompanhamento ao parto, puerpério e período neonatal, veio para acrescentar 
parâmetros já usados, no sentido de aperfeiçoar a assistência à gestante, no ponto de vista 
dos direitos essenciais de cidadania. O PHPN instituiu, padrões quantitativos com a 
finalidade do cuidado especializado a ser ofertado às mulheres, a partir da atenção básica até 
os maiores graus de complexidadedos serviços de saúde. Esses quesitos mínimos 
representam o início prévio do acompanhamento do pré-natal, com consultas de no mínimo 
seis, imunização, rotinas de exames básicos e consulta puerperal até 42 dias. 
Em complemento, a Rede Cegonha surgiu como método integrado aos princípios 
PHPN, servindo como referência atual para cuidado materno-infantil e, dessa forma, tem 
como finalidade promover a implantação de um novo padrão de atenção à saúde da mulher 
e da criança, desde a gestação e parto até os 24 meses de vida da criança. Essas ações ocorrem 
por intermédio da associação da gestante a serviços de referência, transporte seguro e 
efetivação de práticas durante o acompanhamento do parto e nascimento, junto ao direito do 
acompanhante que será de livre escolha da gestante no período do parto, tendo em vista a 
restruturação da Rede de Atenção à Saúde Materna e Infantil, e a fim de garantir acesso, 
amparo e resolutividade, reduzindo assim a mortalidade materna e infantil. 
Assim, deve-se reconhecer a importância e valorizar as vivências de qualquer 
mulher-mãe dentro dos serviços de saúde, com base nos preceitos instituídos pelas políticas 
públicas, pois é fundamental que exista a humanização no processo de parir e nascer, período 
que se entende como do início do trabalho de parto, parto e nascimento. 
Atualização em Assistência de Enfermagem ao Parto Normal 
 
 
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03 
PRÉ-NATAL 
 
 
 
 
A atenção à saúde da mulher no Sistema Único de Saúde também incorpora como objetivo 
a ampliação, qualificação e humanização do atendimento durante a gravidez e o período 
puerperal, assim, a atenção pré-natal e puerperal são essenciais, sendo de responsabilidade 
do Sistema Único de Saúde (SUS). 
Uma vez que a realização do pré-natal de qualidade durante a gravidez pode diminuir 
os índices de morbidade e a mortalidade materno-infantil consideravelmente, pois durante o 
pré-natal é possível identificar algum risco gestacional pelo profissional de saúde, o que 
possibilita que seja realizada as orientações necessárias e os encaminhamentos apropriados. 
Apesar disso, essas taxas ainda são significativas e representam um desafio para o sistema 
de saúde. 
Assim, para mudar essa realidade é necessário ampliar a assistência pré-natal 
adequada as gestantes, com ações de detecção e a interferência precoce nas condições de 
risco, além de um trabalho de rede competente ágil, com a qualificação da assistência ao 
parto. Esses são importantes determinantes dos indicadores de saúde relacionados atenção 
materno infantil, pois através deles é possível diminuir as principais origens de mortalidade 
materna e neonatal. 
Nesse sentido, a atenção básica é apresentada como uma importante ferramenta para 
alcançar esses objetivos. Por isso, é necessário cada vez mais ações para ampliação da 
organização dos serviços ofertados pela atenção básica nos municípios, considerando 
questões sobre processos do cuidado, acesso a exames e aos seus resultados em tempo 
aceitável, bem como a qualificação dos profissionais de saúde. Assim como, garantir a 
integração da Atenção Básica (AB) com a rede, visando o cuidado materno-infantil. 
Para isso os estados e municípios precisam conter de uma rede de serviços constituída 
para a atenção obstétrica e neonatal, com estruturas estabelecidas de referência e 
contrarreferência e que deve garantir os seguintes elementos: 
10 Passos para o pré-natal de qualidade na atenção básica 
Unidade 3 – Pré-natal 
 
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10 Passos para o Pré-Natal de Qualidade na Atenção Básica MS – 2012 
 
1° PASSO: Iniciar o pré-natal na Atenção Primária à Saúde até a 12ª semana de 
gestação (captação precoce) 
2° PASSO: Garantir os recursos humanos, físicos, materiais e técnicos necessários 
à atenção pré-natal. 
3° PASSO: Toda gestante deve ter assegurado a solicitação, realização e avaliação 
em termo oportuno do resultado dos exames preconizados no 
atendimento pré-natal. 
4° PASSO: Promover a escuta ativa da gestante e de seus(suas) acompanhantes, 
considerando aspectos intelectuais, emocionais, sociais e culturais e 
não somente um cuidado biológico: "rodas de gestantes". 
5° PASSO: Garantir o transporte público gratuito da gestante para o atendimento 
pré-natal, quando necessário. 
6° PASSO: É direito do(a) parceiro(a) ser cuidado (realização de consultas, 
exames e ter acesso a informações) antes, durante e depois da gestação: 
"pré-natal do(a) parceiro(a)". 
7° PASSO: Garantir o acesso à unidade de referência especializada, caso seja 
necessário. 
8° PASSO: Estimular e informar sobre os benefícios do parto fisiológico, 
incluindo a elaboração do "Plano de Parto". 
9° PASSO: Toda gestante tem direito de conhecer e visitar previamente o serviço 
de saúde no qual irá dar à luz (vinculação). 
10° PASSO: As mulheres devem conhecer e exercer os direitos garantidos por lei 
no período gravídico-puerperal. 
 
Fonte: Ministério da Saúde – 2012 
 
3.1 DIAGNÓSTICO DE GESTAÇÃO, ANAMNESE E ORIENTAÇÕES 
A avaliação pré-concepcional é feita através de uma consulta com o casal antes da gravidez, 
seu objetivo é realizar a identificação de condições de risco ou enfermidades que podem 
modificar o processo normal de uma gestação futura. De tal modo, ela compõe uma 
ferramenta importante para diminuir os índices de morbidade e mortalidade materna e 
infantil. 
Atualização em Assistência de Enfermagem ao Parto Normal 
 
 
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De acordo, com Brasil (2012) no mínimo metade das gestações não são planejadas, 
ainda que elas possam serem desejadas. Contudo, o que ocorre para a falta de planejamento, 
em muitas ocasiões, é ausência de orientação ou de oportunidades para a obtenção de algum 
método anticoncepcional. Sendo, o grupo de adolescentes afetados com mais frequência. 
Consequentemente é necessário que o em planejamento reprodutivo seja implantado 
na sua totalidade, sendo repassado as informações e orientações sobre os métodos de 
proteção e que ele seja de livre escolha e de acordo com a necessidade de cada pessoa, bem 
como o estímulo à dupla proteção para prevenção da gravidez e do HIV/aids e das demais 
IST. Essas ações podem acontecer nas consultas médicas, de enfermagem e visitas 
domiciliares. Além disso, na realização de atividades educativas em ações de vacinação, nas 
escolas e associações de moradores. 
Devem ser desenvolvidas na avaliação pré-concepcional: 
 Realizar a anamnese e exame físico; 
 Solicitar exames laboratoriais e ginecológico; 
 Investigar o uso de substâncias (medicação, hábito de fumar, álcool e drogas ilícitas); 
 Realizar a história clínica, na busca de fatores que podem causar complicações na 
futura gravidez; 
 Levantar história familiar (doenças hereditárias, pré-eclâmpsia, hipertensão e 
diabetes); 
 Registrar história obstétrica. 
 
3.1.1 Diagnóstico de Gravidez 
Com o objetivo de ampliação da captação precoce das gestantes, o Ministério da Saúde 
compreendeu o Teste Rápido de Gravidez no protocolo dos exames de rotina do pré-natale 
pode ser feito na própria atenção básica, com isso a confirmação da gravidez e o início do 
pré-natal será realizado de maneira mais rápida. Portanto, toda mulher da área que é 
compreendida pela unidade de saúde e apresenta história de atraso menstrual superior a 15 
dias precisará ser orientada pelos profissionais de saúde a fazer o Teste Imunológico de 
Gravidez (TIG), sendo solicitado pelo médico ou enfermeiro da unidade (BRASIL, 2012). 
Em casos que a mulher apresenta história de atraso menstrual de mais de 12 semanas, 
o diagnóstico da gravidez pode ser realizado pelo próprio exame clínico e do exame físico, 
sem a necessidade de solicitar o TIG. E considerando as queixas principais da mulher como: 
atraso menstrual, fadiga, mastalgia, ao aumento da frequência urinária e enjoos e/ou vômitos 
matinais. 
 
Unidade 3 – Pré-natal 
 
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3.1.2 Sinais diagnósticos da gestação 
 
 
 
 
 
 
 
Sinais de Presunção (Inespecíficos) 
 Amenorreia; 
 Sintomas clínicos tais como: enjoos, vômitos, tonturas, aumento da salivação, 
modificação no apetite, aumento da frequência urinária e sono excessivo); 
 Alterações anatômicas, como: aumento das mamas, mamilos sensíveis, tubérculos 
de Montgomery, presença de colostro no mamilo, coloração violácea vulvar, cianose 
vaginal e cervical, crescimento do volume abdominal. 
Sinais de Probabilidade 
 Amolecimento da cérvice uterina, com futuro aumento do seu volume; 
 As paredes vaginais ficam aumentadas e ocorre o aumento da vascularização; 
 Beta do HCG positivo no soro materno desde o oitavo ou nono dia após a fertilização. 
Sinais de Certeza 
 Presença dos batimentos cardíacos fetais (BCF); 
 Presença dos movimentos fetais a partir da 18 a 20 semanas; 
 Realização da Ultrassonografia e a visualização do saco gestacional, por via 
transvaginal ele pode ser visualizado com apenas 4 a 5 semanas gestacionais. 
E logo depois de confirmar a gravidez, deve-se iniciar o acompanhamento da gestante 
com consultas médicas ou de enfermagem e atenção da equipe de multiprofissional. 
 
 
Presunção Provável Certeza 
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3.1.3 Classificação de Risco Gestacional 
A gestação é um processo fisiológico, mas que envolve mudanças físicas, sociais e 
emocionais devendo ser reconhecido assim pelas gestantes e equipes de saúde. Porém, por 
conta de alguns aspectos de risco, determinadas gestantes podem apresentar maior 
possibilidade de uma evolução complicada desse processo, ou seja, uma “gestante de alto 
risco”. 
Nesse sentido, é necessário realizar a classificação das gestantes com o objetivo de 
diminuir a morbimortalidade materno-infantil e ampliação do acesso com qualidade. 
Entenda que a classificação de risco é um processo permanente e dinâmico para identificar 
pacientes que precisam de tratamento imediato, conforme o potencial de risco, os agravos à 
saúde ou o grau de sofrimento e que deve ocorrer em toda consulta. 
De acordo com Brasil (2012) existem fatores de risco que admitem a realização do 
pré-natal pela equipe de atenção básica e esses fatores são: 
Fatores relacionados aos aspectos individuais e às condições sociodemográficas 
desfavoráveis: 
 Ter menos de 15 e mais que 35 anos; 
 Profissão: esforço físico demasiado, carga horária vasta, rodízio de horário, 
exposição a agentes físicos, químicos e biológicos, estresse; 
 Apresentar situação familiar insegura e não aceitar a gravidez, especialmente em 
adolescente; 
 Situação matrimonial insegura; 
 Baixo nível de escolaridade (menos de cinco anos de estudo regular); 
 Aspectos ambientais desfavorável; 
 Estatura menor do que 1,45m; 
 IMC que demonstre baixo peso, sobrepeso ou obesidade. 
Fatores relacionados à história reprodutiva anterior: 
 Recém-nascido com dificuldades de crescimento, pré-termo ou com malformação; 
 Macrossomia fetal; 
 Problemas com síndromes hemorrágicas ou hipertensivas; 
 Intervalo entre um parto e outro menor do que dois anos ou maior do que cinco anos; 
 Nuliparidade e multiparidade (cinco ou mais partos); 
Unidade 3 – Pré-natal 
 
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 Cirurgia uterina prévia; 
 Três ou mais cesarianas. 
Fatores relacionados à gravidez atual: 
 Ganho de peso inadequado; 
 Infecção urinária; 
 Anemia. 
 
 
3.2 CALENDÁRIO DE CONSULTAS E EXAMES COMPLEMENTARES 
O calendário de consultas deve iniciar precocemente, logo no primeiro trimestre e ser 
regular. Essas consultas podem ser realizadas na unidade de saúde ou nas visitas 
domiciliares. Para se garantir o mínimo de assistência é necessário realizar no mínimo seis 
consultas, sendo intercalada entre médico e enfermeiro. 
Por isso, o ministério da saúde adota para o cronograma de consulta as seguintes 
recomendações: 
 
Até 28ª semana Mensalmente 
Da 28ª até a 36ª semana Quinzenalmente 
Da 36ª até a 41ª semana Semanalmente 
 
3.2.1 Exames complementares 
Já na primeira consulta devem ser solicitados exames complementares para que seja 
realizado o cuidado integral da gestante. 
Exames do 1º trimestre: 
 Hemograma; 
IMPORTANTE LEMBRAR! Não existe “alta” das consultas de pré-natal antes 
do parto. Mas quando o parto não ocorre até a 41ª semana é preciso encaminhar a 
gestante para avaliação do bem-estar fetal. 
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 Tipagem sanguínea e fator Rh; 
 Coombs indireto (se a mãe for Rh negativo); 
 Glicemia em jejum; 
 Teste rápido para sífilis ou VDRL/RPR; 
 Teste rápido para HIV ou sorologia (anti-HIV I e II); 
 Toxoplasmose (IgM e IgG); 
 Sorologia para hepatite B (HbsAg); 
 Urina tipo I, urocultura e antibiograma; 
 Exame da secreção vaginal (Se houver indicação clínica); 
 Ultrassonografia obstétrica; 
 Citopatológico (Se houver indicação clínica); 
 Parasitológico de fezes (Se houver indicação clínica); 
 Eletroforese da hemoglobina (devido ao alto grau de miscigenação da população 
brasileira, todas as gestantes necessitam ser rastreadas para doença falciforme). 
Exames do 2º trimestre: 
 Teste de tolerância para glicose, com 75 g nas gestantes sem diagnóstico prévio de 
DM (24ª a 28ª semana) 
 Coombs indireto (se a mãe for Rh negativo). 
Exames do 3º trimestre: 
 Glicemia em jejum; 
 Coombs indireto (se a mãe for Rh negativo) nesse caso o protocolo de Saúde da 
Mulher da atenção básica do Ministério da Saúde (BRASIL, 2016), diz que o coombs 
indireto deve ser solicitado a partir da 24ª semana e repetido a cada 4 semanas, se 
negativo; 
 Teste rápido para HIV ou sorologia (anti-HIV I e II); 
 Sorologia para hepatite B (HbsAg); 
 Hemograma; 
 Urina tipo I, uroculturae antibiograma; 
Unidade 3 – Pré-natal 
 
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 Exame de toxoplasmose só repete se o IgG do primeiro exame tenha como resultado: 
não reagente; 
 Teste rápido para sífilis ou VDRL. 
 
 
3.3 IDADE GESTACIONAL E DATA PROVÁVEL DO PARTO 
 
3.3.1 Idade gestacional 
O método para estimar a idade gestacional (IG) deve considerar a data da última menstruação 
(DUM). 
Quando a gestante sabe a data certa da última menstruação (DUM): 
 Com o auxílio do calendário: o profissional deverá somar o número de dias do espaço 
entre a DUM e a data da consulta, depois dividir o total por sete (resultado em 
semanas); 
 Exemplo: a é DUM: 06/02/2021 e a data da Consulta dia: 06/03/2021, somando os 
dias do intervalo da DUM para a consulta, ficamos com 28, agora é só dividir por 7, 
o resultado será 4 ou seja 4 semanas. 
 Ou com o auxílio do gestograma: o profissional deve colocar a seta sobre o dia e o 
mês correspondentes a DUM da gestante e observar o número de semanas apontado 
no dia e mês da consulta atual. 
Quando a gestante não sabe a data da última menstruação (DUM), mas lembra o 
período do mês em que ela ocorreu: 
 Se a gestante relata que esse período foi no início, meio ou fim do mês, o profissional 
deve considerar como DUM os dias 5, 15 e 25, respectivamente. E então, realizar um 
dos métodos descritos anteriormente (usando do calendário ou o gestograma). 
 Quando a gestante não lembra a data e o período da última menstruação: 
 É possível realizar a medida da altura do fundo do útero e pelo toque vaginal, e da 
informação sobre a data de início dos movimentos fetais, que comumente ocorrem 
entre 18 e 20 sem. 
 Mas quando não é possível definir clinicamente a idade gestacional é recomendado 
o uso da ultrassonografia obstétrica. 
 
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3.3.2 Data provável do parto 
Para calcular a data provável do parto (DPP) é necessário considerar a DUM. Podemos 
realizar essa técnica de duas maneiras: com o disco (gestograma) ou com a Regra de Näegele. 
 Disco (gestograma): para saber a DPP basta colocar a seta sobre o dia e o mês 
correspondentes a DUM da gestante e observar para onde a seta está direcionada, 
indicando a data (dia e mês) com a data provável do parto. 
 Regra de Näegele: nesse caso, para saber a DPP é preciso somar sete dias ao 
primeiro dia da última menstruação e subtrair três meses ao mês em que ocorreu a 
última menstruação (ou nos casos em que o mês da DUM corresponderem aos meses 
de janeiro a março adicionar nove meses). E em casos que o número de dias for maior 
do que o número de dias do mês, os dias excedentes devem ser passados para o mês 
seguinte, adicionando um ao final do cálculo do mês. 
 
Exemplos: 
Data da última menstruação (DUM): 16/05/20 
Dia:16 + 7 = 23 
Mês: 5 – 3 = 2 
 
Data provável do parto (DPP): 23/02/21 
Data da última menstruação: 11/02/20 
Dia: 11 + 7 = 18 
Mês: 2 + 9 = 11 
 
Data provável do parto (DPP): 18/11/20 
 
 
3.4 PALPAÇÃO OBSTÉTRICA E MEDIDA DA ALTURA UTERINA 
(AU) 
A palpação obstétrica tem como objetivos a identificação do crescimento fetal, o diagnóstico 
de anormalidades partindo da relação entre a altura uterina e a idade gestacional e a 
identificar da situação e a apresentação fetal. 
Unidade 3 – Pré-natal 
 
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material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). 
Assim, é importante realizar a palpação obstétrica antes da medida da altura uterina. 
Pois ela deve ser iniciada pela delimitação do fundo uterino, do mesmo que de todo o 
contorno da superfície uterina. Dessa forma, o profissional reduz o risco de erro da medida 
da altura uterina, quando realizado esse procedimento. 
 
3.4.1 Palpação obstétrica 
A técnica para palpação abdominal é realizada através das Manobras de Leopold, essa 
técnica é realizada em 4 passos: 
1. Com o auxílio das demarque o fundo do útero com a borda cubital de ambas as mãos 
e distinga a parte fetal que o ocupa; 
2. Depois vá deslizando as mãos do fundo uterino até o polo inferior do útero, buscando 
palpar o dorso e as pequenas partes do feto; 
3. Então, procure a mobilidade do polo, que se exibe no estreito superior pélvico; 
4. Por fim, defina a situação fetal, depositando as mãos sobre as fossas ilíacas e 
deslizando em direção à escava pélvica e envolvendo o polo fetal, que se apresenta. 
Podemos encontrar as situações: longitudinal (cefálica e pélvica), transversa 
(córmica) e oblíquas. 
A ilustração abaixo demonstra os 4 passos da Manobra de Leopold, seguindo a ordem 
da esquerda para a direita. 
 
 
3.4.2 Medida da altura uterina (AU) 
Principal objetivo da medida da altura uterina é acompanhar o crescimento fetal comparando 
a medida da altura uterina com o número de semanas gestacionais. Para isso, foi 
desenvolvido um Padrão de referência a partir dos dados do Centro Latino-Americano de 
Perinatologia (CLAP) que correlaciona as curvas de altura uterina para a idade gestacional, 
nas quais os percentis 10 e 90 marcam os limites da normalidade. 
Atualização em Assistência de Enfermagem ao Parto Normal 
 
 
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Como realizar a técnica para medida da altura uterina de acordo com Brasil (2012): 
1. A gestante precisa estar em decúbito dorsal, com o abdome descoberto; 
2. Demarque a borda superior da sínfise púbica e depois o fundo uterino; 
3. Com a palpação, busque corrigir a corriqueira dextroversão uterina; 
4. Depois é preciso fixar a extremidade inicial (0cm) da fita métrica, na borda superior 
da sínfise púbica com o auxílio de uma das mãos, passando-a entre os dedos 
indicador e médio. 
5. Então com a outra mão vá deslizando a fita métrica entre os dedos indicador e médio 
até obter o fundo do útero com a margem cubital da mesma mão; 
6. Assim realize a leitura quando a borda cubital da mão chegar no fundo uterino; 
7. Por fim, realize a anotação da medida, em centímetros, na ficha do pré-natal e no 
cartão da gestante. Além de marcar o ponto na curva da altura uterina. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3.5 AUSCULTA DOS BATIMENTOS CARDÍACOS FETAIS 
A ausculta dos batimentos cardíacos fetais - BCF representa uma importante etapa do pré-
natal e tem como objetivo verificar a cada consulta realizada como está a presença, o ritmo, 
Unidade 3 – Pré-natal 
 
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a frequência e a normalidade dos BCF. Essa ausculta precisa ser realizada com o sonar, é 
possívelrealizar a técnica após 12 semanas de gestação, mas caso seja com Pinard, a ausculta 
só será provável após 20 semanas. 
É avaliada como normal a frequência cardíaca fetal entre 120 a 160 batimentos por 
minuto (BRASIL,2012). Já de acordo com o Protocolo da Atenção Básica: Saúde das 
Mulheres (2016), a frequência cardíaca fetal normal é de 110 a 160 bpm. 
É importante lembrar que logo depois de contração uterina, da movimentação fetal 
ou de estímulos mecânicos sobre o útero, é normal um aumento transitório na frequência 
cardíaca fetal e que isso representa um sinal de boa vitalidade. 
 
 
 
3.6 VACINAÇÃO NA GESTAÇÃO 
Durante a gestação existem recomendações do Programa Nacional de Imunizações (PNI), 
do Ministério da Saúde, para a vacinação das gestantes. Pois a vacinação durante a gravidez 
tem como objetivo não só proteger a gestante, como também a proteger o feto. 
Esquema de vacinação da gestante 
VACINAS SITUAÇÃO ESQUEMA INDICADO 
Vacina contra 
influenza 
 
Gestantes em qualquer período 
gestacional 
 Dose única 
 
Vacina contra 
hepatite b 
 
Gestantes com esquema 
incompleto: deve-se completar 
o esquema. 
 
 
Três doses com intervalo de 30 
dias entre a primeira e a segunda e 
de 180 dias entre a primeira e a 
terceira. 
Gestantes com esquema 
completo: não se deve vaciná-
las 
ATENÇAO! Se depois de contração uterina, da movimentação fetal ou de 
estímulos mecânicos sobre o útero ocorrer uma desaceleração ou a não alteração 
da frequência cardíaca fetal, temos, então, um SINAL DE ALERTA, o que 
demanda a avaliação da vitalidade fetal, por isso a gestante deve ser referenciada 
para um nível de maior complexidade ou à maternidade. 
Atualização em Assistência de Enfermagem ao Parto Normal 
 
 
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Dupla adulto – 
dT e dTpa 
Previamente vacinada, com 
pelo menos 3 doses de vacina de 
dT 
1 dose de dTpa, preferencialmente 
≥ da 20ª semana, pode ser 
administrada até o puerpério. 
Quando a vacinação é 
incompleta, tendo recebido 1 
dose de vacina dT 
1 dose de dT e 1 dose de dTpa, a 
partir da 20ª semana de gestação. 
Respeitando o intervalo mínimo de 
30 dias entre elas. 
Quando a vacinação incompleta 
tendo recebido 2 doses de 
vacina de dT 
1 dose de dTpa a partir da 20ª 
semana de gestação, o mais 
precocemente possível. 
Em gestantes não vacinadas 
e/ou histórico vacinal 
desconhecido 
2 doses de dT; e 1 dose de dTpa, a 
partir da 20ª semana de gestação. 
Respeitar intervalo mínimo de 30 
dias entre elas. 
 
3.7 PRINCIPAIS SUPLEMENTOS PARA AS MULHERES NO CICLO 
GRAVÍDICO-PUERPERAL 
Ácido Fólico 
É indicado para prevenção de anomalias congênitas do tubo neural, principalmente 
nas mulheres com histórias prévias desse tipo de malformações; Indicado administração 
preventiva de 400 mcg de ácido fólico, solução oral 0,2 mg/mL. A apresentação dessa 
medicação é a solução oral 0,2mg/mL ou em cápsula de 400µg ou 0,4mg. 
Sulfato Ferroso 
É indicado uso para gestantes logo no início do pré-natal parao tratamento e 
profilaxia de anemia. Usado em todo o período da gravidez até o 3º mês pós-parto ou pós-
aborto, na dosagem de 1 comprimido de sulfato ferroso/dia (200mg), que corresponde a 
40mg de ferro elementar. 
 
 
3.8 PAPEL DO ENFERMEIRO NA ASSISTÊNCIA AO PRÉ-NATAL 
Como visto ao longo desse tópico o papel da Enfermagem é muito importante para uma 
assistência ao pré-natal de qualidade. Por isso, vamos destacar algumas das ações do 
enfermeiro na assistência ao Pré-natal: 
 Realizar orientações sobre a importância do pré-natal, da amamentação e da 
vacinação as mulheres e suas famílias; 
Unidade 3 – Pré-natal 
 
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 Realizar o preenchimento dos documentos, fichas e Cartão da Gestante, sem esquecer 
nenhuma informação; 
 Intercalar as consultas de pré-natal de gestação de baixo risco com o(a) médico(a) da 
unidade; 
 Fazer a solicitação dos exames complementares respeitando o protocolo local de pré-
natal; 
 Fazer os testes rápidos na gestante; 
 O enfermeiro também pode exercer a prescrição de medicamentos padronizados para 
o programa de pré-natal e de medicamentos padronizados para tratamento das IST, 
conforme protocolo; 
 Avaliar o histórico de vacinas da gestante e orientar sobre as vacinas necessárias para 
gestantes; 
 Reconhecer os sinais de alarme e identificar casos de alto risco, realizando assim, o 
encaminhamento para consulta médica. Bem como, garantir que gestante classificada 
como de alto risco seja atendida; 
 Executar o exame clínico das mamas e coletar o material para exame citopatológico 
do colo do útero; 
 Desempenhar ações educativas, individual e coletiva; 
 Produzir ações de orientações as gestantes e a equipe sobre os fatores de risco e à 
vulnerabilidade; 
 Orientação as gestantes sobre a importância da frequência das consultas e praticar 
busca ativa das gestantes que não comparecem as consultas; 
 Prestar visitas domiciliares ao longo da gravidez e puerpério, realizar o 
acompanhamento do processo de aleitamento e a orientação a mulher e seu 
companheiro sobre o planejamento reprodutivo. 
 
Atualização em Assistência de Enfermagem ao Parto Normal 
 
 
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04 
ESTRATÉGIAS DE HUMANIZAÇÃO DO 
PARTO E NASCIMENTO 
 
 
 
 
A expressão humanizar se refere a uma assistência que reconhece a qualidade do 
atendimento na perspectiva técnica, relacionado ao cumprimento dos direitos do usuário, de 
sua particularidade e instrução cultural, assim como o enaltecimento do profissional e da 
comunicação efetiva. As condutas humanizadas do nascer são um meio no qual o 
profissional deve identificar as particularidades sociais e culturais do parto e nascimento, 
fornecendo apoio emocional à gestante e seus familiares, favorecendo a criação de relações 
afetivas entre a família e a ligação entre mãe e filho, gerando possibilidades para que a 
mulher alcance sua autonomia no decorrer de todo o processo e comunicar à mesma de todas 
as condutas a que ela será sujeitada e de cumprir quaisquer direitos de cidadania. 
Destarte, humanizar a assistência ao nascer acarreta modificações de práticas e de 
normas com a finalidade de transformar essa condição o menos intervencionista possível. 
Desta forma, caracterizam-se como um obstáculo, as entidades e aos profissionais que 
acompanham neonato/família, modificar o conceito e as condutas prevalentes, com o intuito 
de converter o nascimento em um acontecimento familiarizado, inserindo práticas que os 
assumem como os protagonistas centrais envolvidos na situação do parto/nascimento. 
 
 
4.1 BOAS PRÁTICAS DO PARTO E NASCIMENTO 
Métodos não farmacológicos para o alívio da dor: compreendem estratégias naturais (não 
estão associados ao uso de fármacos ou outras medidas associadas) e podem ser utilizadas 
desde a chegada a maternidade, a fim de diminuir a dor durante o trabalho de parto e em 
muitos casos, tornar esse momento mais prazeroso e mais rápido. Algumas das principais 
estratégias serão apresentadas a seguir: 
Unidade 4 – Estratégiasde Humanização do Parto e Nascimento 
 
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Deambulação: envolve a prática de andar durante o trabalho de parto, o que auxilia 
no encaixe do bebê e é resolutivo para o alívio das dores provocadas pelas contrações. A 
deambulação pode ocorrer dentro do quarto da maternidade e/ou ao ar livre e corredor, 
quando houver esses espaços. 
Banho morno ou de chuveiro: é a utilização do chuveiro da maternidade para tomar 
um banho, de modo que isso auxilia na diminuição da dor, especialmente durante as 
contrações. 
Massagem: a massagem pode ser realizada nas costas, e é excelente para o alívio da 
dor, além de ter um efeito relaxante. Pode ser realizada pelo acompanhante ou pelo 
profissional, através da utilização de óleos ou hidrantes da preferência da parturiente. Nesses 
momentos, a utilização de musicoterapia, aromaterapia e um ambiente em meia luz pode 
deixar o local ainda mais aconchegante e confortável. 
 
 
 
 
 
 
 
Cavalinho e bola suíça: o primeiro se refere a uma cadeira que faz movimentos de 
“balanço” e o segundo é semelhante a uma bola grande que irão auxiliar tanto no alívio da 
dor, como na saída do bebê. 
 
 
 
 
 
 
 
Posições durante o parto: a posição durante o parto deve ser conforme preferência 
da parturiente, porém, existem algumas que facilitam a saída do bebê, como é o exemplo das 
posições de quatro apoios e cócoras. 
Atualização em Assistência de Enfermagem ao Parto Normal 
 
 
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Tratamento respeitoso: os profissionais devem respeitar as escolhas da mulher, 
tratá-la de forma respeitosa e educada, sempre esclarecendo tudo que for feito durante todo 
o parto e nascimento. Situações como pedir a mulher para falar mais baixo ou negar 
alimentação não devem ser realizadas em momento algum. 
Contato pele a pele e amamentação: após o nascimento, a mãe deve ter o primeiro 
contato com seu filho. Então, antes de qualquer coisa, é importante que o bebê seja colocado 
no peito da mãe para que ela possa senti-lo e esperar o cordão umbilical parar de pulsar e 
assim ser cortado. Ainda na primeira hora de nascimento, os bebês saudáveis devem ser 
estimulados a mamar livremente. 
 
4.2 PLANO DE PARTO 
O plano de parto compreende uma forma escrita (como uma carta) de expressar os desejos 
da mulher e família para o momento do parto, sendo necessário à sua orientação durante o 
pré-natal para que este possa ser levado a maternidade no dia em que ocorrer o trabalho de 
parto. O quadro abaixo demonstra um exemplo de questões que podem estar inclusas nesse 
documento. 
Desejo a presença de um acompanhante no dia do parto? Quem? 
Quais métodos de alívio da dor desejo utilizar? 
Desejo me manter hidrata e/ou alimentada (substâncias leves, ex: isotônicos) 
Desejo ou não a realização de toques vaginais e/ou episiotomia 
Desejo ou não a utilização de medicamentos para alívio da dor e/ou ocitocina 
Gostaria de ser informada, assim como meu acompanhante, sobre todas as condutas 
realizadas 
Ao nascer, gostaria que o cordão umbilical do bebê fosse cortado em tempo oportuno pelo 
profissional/acompanhante/por mim 
Unidade 5 – Fisiologia do parto 
 
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05 
FISIOLOGIA DO PARTO 
 
 
 
 
O processo de gestar e parir compreendem eventos fisiológicos que podem ou não ocorrer 
na vida da mulher, sendo de extrema relevância para a assistência obstétrica, que o 
profissional de enfermagem conheça as especificidades desse momento. Tendo isso em vista, 
para fins de construção do conhecimento, esse material irá abordar a fisiologia do parto 
normal com apresentação cefálica. 
 
 
5.1 TERMINOLOGIAS OBSTÉTRICAS 
Inicialmente é válido considerar alguns termos usuais na prática obstétrica, visando a melhor 
compreensão de algumas situações referentes a gestação e parto. 
Parto espontâneo compreende a saída fetal e dos anexos de modo natural, ou seja, 
sem maiores intervenções e/ou intercorrências. 
Parto induzido envolve a estimulação do trabalho de parto através do uso de técnicas 
específicas, medicamentos e/ou manobras. 
Parto operatório inclui os nascimentos que ocorrem a partir de intervenções 
cirúrgicas, inclusive aqueles que se utilizam de fórceps. 
Parto eutócico é o parto que acontece de modo fisiológico. 
Parto distócico compreende aqueles que desencadeiam em situações patológicas. 
Nuligesta se refere a mulher que nunca gestou, primigesta compreende as mulheres 
que estão grávidas pela primeira vez e multigesta envolve mulheres com mais de uma 
gestação anterior. Deve se ainda considerar o termo parturientes, que representa as mulheres 
que estão em trabalho de parto. 
Atualização em Assistência de Enfermagem ao Parto Normal 
 
 
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Nesse aspecto, normalmente o parto ocorre quando a gestação chega ao seu termo, 
em outras palavras, quando chega a 37° semana completa de gestação até a 41° semana e 6 
dias. Após esse período se pode considerar um gestação pós termo e antes desse período há 
um corte entre 22 e 36 semanas e 6 dias, sendo assim considerada gestação pré termo. 
Antes do período de 22 semanas, a interrupção espontânea ou provocada da gestação 
é considerada abortamento, segundo documentos da Organização Mundial da Saúde (OMS). 
 
 
5.2 PRIMEIRO PERÍODO CLÍNICO DO PARTO: DILATAÇÃO 
Para promover uma assistência materno-fetal qualificada e de modo eficaz, torna-se 
fundamental que o profissional, especialmente de enfermagem, conheçam os períodos 
clínicos do parto normal e assim, desenvolva um raciocínio crítico para o estabelecimento 
de metas assistenciais. 
Desse modo, o trabalho de parto em si, corresponde a uma série de eventos biofísicos 
e mecânicos, no qual desencadeia na saída dos produtos da concepção (feto e anexos), 
através do corpo materno, dividido em quatro estágios ou períodos sendo o primeiro deles, 
o período de dilatação. 
O primeiro estágio ou primeiro período, corresponde ao início do trabalho de parto, 
onde são observados os primeiros sinais de evolução clínica. É também conhecido como 
período de dilatação, onde o orifício do colo uterino começa a dilatar proporcionando uma 
abertura que se tornará cada vez maior ao longo do progresso parturitivo, no intuito de 
favorecer a passagem do feto e anexos. Esse período tem seu início a partir da presença de 
contrações uterinas regulares e termina com a dilatação completa do colo do útero, sendo 
importante a avaliação da regularidade e intensidade dessas contrações, assim como dos 
centímetros de dilatação atingidos. Além da dilatação, outra alteração cervical é observada 
nesse período, conhecida como apagamento do colo uterino, é o processo em que há um 
afinamento das paredes cervicais, o que facilitará o processo de dilatação.

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