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PAISM ----------------------------------------------------------------------------------------------------- 1 PHPN e Puerpério --------------------------------------------------------------------------------------- 7 Aleitamento e cuidado com RN ------------------------------------------------------------------- 16 Triagem pré-natal ------------------------------------------------------------------------------------- 20 PNAISC --------------------------------------------------------------------------------------------------- 26 Desenvolvimento e crescimento infantil ------------------------------------------------------- 29 Vacinação ----------------------------------------------------------------------------------------------- 32 Alimentação saudável ------------------------------------------------------------------------------- 35 Denver --------------------------------------------------------------------------------------------------- 37 Provas piagetianas ----------------------------------------------------------------------------------- 40 PSE e SPE ------------------------------------------------------------------------------------------------ 41 Diretrizes de ação integral ao adolescente ----------------------------------------------------- 44 Etapas do Projeto de Ação -------------------------------------------------------------------------- 45 Pinesc III - 2020 Eduarda Oliveira Cochito Medicina Uniderp TXXIV 1 • Feito de acordo com os objetivos do caderno do Pinesc III DESCREVER AS DIRETRIZES E OS PAPÉIS DOS ÓRGÃOS OU SETORES RESPONSÁVEIS PELA ELABORAÇÃO E EXECUÇÃO DAS ESTRATÉGIAS PREVISTAS NA POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE DA MULHER (PAISM) QUE VISAM AÇÕES DE PREVENÇÃO, ASSISTÊNCIA E RECUPERAÇÃO DA SAÚDE DA POPULAÇÃO FEMININA - PAISM: incorpora, num enfoque de gênero, a integralidade e a promoção da saúde como princípios norteadores e busca consolidar os avanços no campo dos direitos sexuais e reprodutivos, com ênfase na melhoria da atenção obstétrica, no planejamento familiar, na atenção ao abortamento inseguro e no combate à violência doméstica e sexual. Agrega, também, a prevenção e o tratamento de mulheres vivendo com HIV/aids e as portadoras de doenças crônicas não transmissíveis e de câncer ginecológico. Além disso, amplia as ações para grupos historicamente alijados das políticas públicas, nas suas necessidades e especificidades. DIRETRIZES • O Sistema Único de Saúde deve estar orientado e capacitado para a atenção integral à saúde da mulher, numa perspectiva que contemple a promoção da saúde, as necessidades de saúde da população feminina, o controle de patologias mais prevalentes nesse grupo e a garantia do direito à saúde. • A Política de Atenção à Saúde da Mulher deverá atingir as mulheres em todos os ciclos de vida, resguardadas as especificidades das diferentes faixas etárias e dos distintos grupos populacionais (mulheres negras, indígenas, residentes em áreas urbanas e rurais, residentes em locais de difícil acesso, em situação de risco, presidiárias, de orientação homossexual, com deficiência, dentre outras). • A elaboração, a execução e a avaliação das políticas de saúde da mulher deverão nortear-se pela perspectiva de gênero, de raça e de etnia, e pela ampliação do enfoque, rompendo-se as fronteiras da saúde sexual e da saúde reprodutiva, para alcançar todos os aspectos da saúde da mulher. • A gestão da Política de Atenção à Saúde deverá estabelecer uma dinâmica inclusiva, para atender às demandas emergentes ou demandas antigas, em todos os níveis assistenciais. • As políticas de saúde da mulher deverão ser compreendidas em sua dimensão mais ampla, objetivando a criação e ampliação das condições necessárias ao exercício dos direitos da mulher, seja Pinesc III - 2020 Eduarda Oliveira Cochito Medicina Uniderp TXXIV 2 no âmbito do SUS, seja na atuação em parceria do setor saúde com outros setores governamentais, com destaque para a segurança, a justiça, trabalho, previdência social e educação. • A atenção integral à saúde da mulher refere-se ao conjunto de ações de promoção, proteção, assistência e recuperação da saúde, executadas nos diferentes níveis de atenção à saúde (da básica à alta complexidade). • O SUS deverá garantir o acesso das mulheres a todos os níveis de atenção à saúde, no contexto da descentralização, hierarquização e integração das ações e serviços. Sendo responsabilidade dos três níveis gestores, de acordo com as competências de cada um, garantir as condições para a execução da Política de Atenção à Saúde da Mulher. • A atenção integral à saúde da mulher compreende o atendimento à mulher a partir de uma percepção ampliada de seu contexto de vida, do momento em que apresenta determinada demanda, assim como de sua singularidade e de suas condições enquanto sujeito capaz e responsável por suas escolhas. • A atenção integral à saúde da mulher implica, para os prestadores de serviço, no estabelecimento de relações com pessoas singulares, seja por razões econômicas, culturais, religiosas, raciais, de diferentes orientações sexuais, etc. O atendimento deverá nortear-se pelo respeito a todas as diferenças, sem discriminação de qualquer espécie e sem imposição de valores e crenças pessoais. Esse enfoque deverá ser incorporado aos processos de sensibilização e capacitação para humanização das práticas em saúde. • As práticas em saúde deverão nortear-se pelo princípio da humanização, aqui compreendido como atitudes e comportamentos do profissional de saúde que contribuam para reforçar o caráter da atenção à saúde como direito, que melhorem o grau de informação das mulheres em relação ao seu corpo e suas condições de saúde, ampliando sua capacidade de fazer escolhas adequadas ao seu contexto e momento de vida; que promovam o acolhimento das demandas conhecidas ou não pelas equipes de saúde; que busquem o uso de tecnologia apropriada a cada caso e que demonstrem o interesse em resolver problemas e diminuir o sofrimento associado ao processo de adoecimento e morte da clientela e seus familiares. • No processo de elaboração, execução e avaliação das Política de Atenção à Saúde da Mulher deverá ser estimulada e apoiada a participação da sociedade civil organizada, em particular do movimento de mulheres, pelo reconhecimento de sua contribuição técnica e política no campo dos direitos e da saúde da mulher. • Compreende-se que a participação da sociedade civil na implementação das ações de saúde da mulher, no âmbito federal, estadual e municipal requer – cabendo, portanto, às instâncias gestoras melhorar e qualificar os mecanismos de repasse de informações sobre as políticas de saúde da mulher e sobre os instrumentos de gestão e regulação do SUS. Pinesc III - 2020 Eduarda Oliveira Cochito Medicina Uniderp TXXIV 3 • No âmbito do setor Saúde, a execução de ações será pactuada entre todos os níveis hierárquicos, visando a uma atuação mais abrangente e horizontal, além de permitir o ajuste às diferentes realidades regionais. • As ações voltadas à melhoria das condições de vida e saúde das mulheres deverão ser executadas de forma articulada com setores governamentais e não-governamentais; condição básica para a configuração de redes integradas de atenção à saúde e para a obtenção dos resultados esperados. OBJETIVOS GERAIS • Garantia dos direitos legais e ampliação do acesso a meios de serviços de promoção, prevenção, assistência e recuperação da saúde em todo território nacional, provendo a melhoria das condições de vida das mulheres. • Contribuir para a redução da morbidade e mortalidade feminina no Brasil, especialmente por causas evitáveis, em todos os ciclos de vida e nos diversos grupos populacionais, sem discriminação de qualquer espécie. • Ampliar, qualificar e humanizar a atenção integral à saúdeda mulher no Sistema Único de Saúde. OBJETIVOS ESPECÍFICOS E ESTRATÉGIAS • Ampliar e qualificar a atenção clínico-ginecológica, inclusive para as portadoras da infecção pelo HIV e outras DST: - Fortalecer a atenção básica no cuidado com a mulher - Ampliar o acesso e qualificar a atenção clínico- ginecológica na rede SUS. • Promover a atenção às mulheres e adolescentes em situação de violência doméstica e sexual: - Organizar redes integradas de atenção às mulheres em situação de violência sexual e doméstica; - Articular a atenção à mulher em situação de violência com ações de prevenção de DST/aids; - Promover ações preventivas em relação à violência doméstica e sexual. Pinesc III - 2020 Eduarda Oliveira Cochito Medicina Uniderp TXXIV 4 • Estimular a implantação e implementação da assistência em planejamento familiar, para homens e mulheres, adultos e adolescentes, no âmbito da atenção integral à saúde: - Ampliar e qualificar a atenção ao planejamento familiar, incluindo a assistência à infertilidade; - Garantir a oferta de métodos anticoncepcionais para a população em idade reprodutiva; - Ampliar o acesso das mulheres às informações sobre as opções de métodos anticoncepcionais; - Estimular a participação e inclusão de homens e adolescentes nas ações de planejamento familiar. • Promover a atenção obstétrica e neonatal, qualificada e humanizada, incluindo a assistência ao abortamento em condições inseguras, para mulheres e adolescentes: - Construir, em parceria com outros atores, um Pacto Nacional pela Redução da Mortalidade Materna e Neonatal; - Qualificar a assistência obstétrica e neonatal nos estados e municípios; - Organizar rede de serviços de atenção obstétrica e neonatal, garantindo atendimento à gestante de alto risco e em situações de urgência/emergência, incluindo mecanismos de referência e contra- referência; - Fortalecer o sistema de formação/capacitação de pessoal na área de assistência obstétrica e neonatal; - Elaborar e/ou revisar, imprimir e distribuir material técnico e educativo; - Qualificar e humanizar a atenção à mulher em situação de abortamento; - Apoiar a expansão da rede laboratorial; - Garantir a oferta de ácido fólico e sulfato ferroso para todas as gestantes; - Melhorar a informação sobre a magnitude e tendência da mortalidade materna. • Promover, conjuntamente com o PN-DST/AIDS, a prevenção e o controle das doenças sexualmente transmissíveis e da infecção pelo HIV/aids na população feminina: - Prevenir as DST e a infecção pelo HIV/aids entre mulheres; - Ampliar e qualificar a atenção à saúde das mulheres vivendo com HIV e aids. Pinesc III - 2020 Eduarda Oliveira Cochito Medicina Uniderp TXXIV 5 • Reduzir a morbimortalidade por câncer na população feminina: - Organizar em municípios polos de microrregiões redes de referência e contra-referência para o diagnóstico e o tratamento de câncer de colo uterino e de mama; - Garantir o cumprimento da Lei Federal que prevê a cirurgia de reconstrução mamária nas mulheres que realizaram mastectomia; - Oferecer o teste anti-HIV e de sífilis para as mulheres incluídas no Programa Viva Mulher, especialmente aquelas com diagnóstico de DST, HPV e/ou lesões intra-epiteliais de alto grau/ câncer invasor. • Implantar um modelo de atenção à saúde mental das mulheres sob o enfoque de gênero: - Melhorar a informação sobre as mulheres portadoras de transtornos mentais no SUS; - Qualificar a atenção à saúde mental das mulheres; - Incluir o enfoque de gênero e de raça na atenção às mulheres portadoras de transtornos mentais e promover a integração com setores não-governamentais, fomentando sua participação nas definições da política de atenção às mulheres portadoras de transtornos mentais. • Implantar e implementar a atenção à saúde da mulher no climatério: - Ampliar o acesso e qualificar a atenção às mulheres no climatério na rede SUS. • Promover a atenção à saúde da mulher na terceira idade: - Incluir a abordagem às especificidades da atenção a saúde da mulher na Política de Atenção à Saúde do Idoso no SUS; - Incentivar a incorporação do enfoque de gênero na Atenção à Saúde do Idoso no SUS. • Promover a atenção à saúde da mulher negra: - Melhorar o registro e produção de dados; - Capacitar profissionais de saúde; Pinesc III - 2020 Eduarda Oliveira Cochito Medicina Uniderp TXXIV 6 - Implantar o Programa de Anemia Falciforme (PAF/MS), dando ênfase às especificidades das mulheres em idade fértil e no ciclo gravídico-puerperal; - Incluir e consolidar o recorte racial/étnico nas ações de saúde da mulher, no âmbito do SUS; - Estimular e fortalecer a interlocução das áreas de saúde da mulher das SES e SMS com os movimentos e entidades relacionados à saúde da população negra. • Promover a atenção à saúde das trabalhadoras do campo e da cidade: - Implementar ações de vigilância e atenção à saúde da trabalhadora da cidade e do campo, do setor formal e informal; - Introduzir nas políticas de saúde e nos movimentos sociais a noção de direitos das mulheres trabalhadoras relacionados à saúde. • Promover a atenção à saúde da mulher indígena: - Ampliar e qualificar a atenção integral à saúde da mulher indígena. • Promover a atenção à saúde das mulheres em situação de prisão, incluindo a promoção das ações de prevenção e controle de doenças sexualmente transmissíveis e da infecção pelo HIV/aids nessa população: - Ampliar o acesso e qualificar a atenção à saúde das presidiárias. • Fortalecer a participação e o controle social na definição e implementação das políticas de atenção integral à saúde das mulheres: - Promover a integração com o movimento de mulheres feministas no aperfeiçoamento da política de atenção integral à saúde da mulher. Pinesc III - 2020 Eduarda Oliveira Cochito Medicina Uniderp TXXIV 7 DESCREVER OS PRINCÍPIOS E DIRETRIZES DO PROGRAMA DE HUMANIZAÇÃO NO PRÉ- NATAL E NASCIMENTO (PHPN) (PORTARIA 569/2000) E DO PROGRAMA MUNICIPAL DE ATENÇÃO À MULHER PORTARIA 569/2000 - https://bit.ly/3lYX8kW • Art. 2º Estabelecer os seguintes princípios e diretrizes para a estruturação do Programa de Humanização no Pré-natal e Nascimento: a - Toda gestante tem direito ao acesso a atendimento digno e de qualidade no decorrer da gestação, parto e puerpério; b - toda gestante tem direito ao acompanhamento pré-natal adequado de acordo com os princípios gerais e condições estabelecidas no Anexo I desta Portaria; c - toda gestante tem direito de saber e ter assegurado o acesso à maternidade em que será atendida no momento do parto; d - Toda gestante tem direito à assistência ao parto e ao puerpério e que esta seja realizada de forma humanizada e segura, de acordo com os princípios gerais e condições estabelecidas no Anexo II desta Portaria; e - Todo recém-nascido tem direito à assistência neonatal de forma humanizada e segura; f - as autoridades sanitárias dos âmbitos federal, estadual e municipal são responsáveis pela garantia dos direitos enunciados nas alíneas acima. • Art. 3º Estabelecer que o Programa de Humanização no Pré-natal e Nascimento seja constituído pelos seguintes componentes, regulamentados em ato próprio do Ministério da Saúde: a - Componente I - Incentivo à Assistência Pré-natal; b - Componente II - Organização, Regulação e Investimentos na Assistência Obstétrica e Neonatal. c - Componente III - Nova Sistemática de Pagamento da Assistência ao Parto; https://bit.ly/3lYX8kW Pinesc III - 2020 Eduarda Oliveira Cochito Medicina Uniderp TXXIV 8 § 1º O Componente I – Incentivo à Assistência Pré-natal, tem o objetivo de estimular os estados e municípios, de acordo com os princípios e critérios estabelecidos, a realizarem o acompanhamento pré-natal completo e o cadastramento das gestantes; § 2º O ComponenteII – Organização, Regulação e Investimentos na Assistência Obstétrica e Neonatal, terá dois componentes: a - Criação de condições técnicas, financeiras e operacionais que permitam o desenvolvimento de mecanismos destinados à organização e regulação da assistência obstétrica e neonatal por meio do estabelecimento de protocolos de regulação, da estruturação de Centrais de Regulação e estruturação de sistemas móveis de atendimento pré e inter-hospitalares, e b - financiamento do incremento da qualidade assistencial e da capacidade instalada obstétrica e neonatal de hospitais públicos e filantrópicos integrantes do Sistema Único de Saúde que prestem este tipo de assistência e que cumpram os requisitos e critérios de elegibilidade estabelecidos. § 3º O Componente III - A nova sistemática de pagamento da assistência ao parto, tem a finalidade de melhorar as condições do custeio desta assistência nos hospitais cadastrados no Sistema de Informações Hospitalares do Sistema Único de Saúde SIH/SUS e terá dois componentes: a - Alteração do valor e forma de remuneração da assistência ao parto, e b - Pagamento de um adicional sobre o valor de que trata a alínea "a" para aqueles hospitais que prestarem assistência ao parto a gestantes cadastradas no Programa de Incentivo à Assistência Pré-natal e que tenham o acompanhamento pré-natal completo; CONDIÇÕES PARA O ADEQUADO ACOMPANHAMENTO PRÉ-NATAL (PORTARIA 569/2000) • Realização de, no mínimo, 6 consultas de acompanhamento pré-natal, sendo, preferencialmente, uma no primeiro trimestre, duas no segundo e três no terceiro trimestre da gestação; • Realização de 1 consulta no puerpério, até 42 dias após o nascimento; • Exames laboratoriais: ABO-Rh (primeira consulta), VDRL (um exame na primeira consulta e um na 30ª semana da gestação), Urina rotina (um exame na primeira consulta e um na 30ª semana da gestação), Glicemia de jejum (um exame na primeira consulta e um na 30ª semana da gestação), HB/Ht (primeira consulta) • Oferta de Testagem anti-HIV, com um exame na primeira consulta, naqueles municípios com população acima de 50 mil habitantes; Pinesc III - 2020 Eduarda Oliveira Cochito Medicina Uniderp TXXIV 9 • Aplicação de vacina antitetânica dose imunizante, segunda, do esquema recomendado ou dose de reforço em mulheres já imunizadas; • Realização de atividades educativas; • Classificação de risco gestacional a ser realizada na primeira consulta e nas subsequentes; • Garantir às gestantes classificadas como de risco, atendimento ou acesso à unidade de referência para atendimento ambulatorial e/ou hospitalar à gestação de alto risco. PRINCÍPIOS GERAIS E CONDIÇÕES PARA A ADEQUADA ASSISTÊNCIA AO PARTO (PORTARIA 569/2000) • Para a adequada assistência à mulher e ao recém-nascido no momento do parto, todas as Unidades Integrantes do SUS têm como responsabilidades: - Atender a todas as gestantes que as procurem; - Garantir a internação de todas as gestantes atendidas e que dela necessitem; - Estar vinculada à Central de Regulação Obstétrica e Neonatal de modo a garantir a internação da parturiente nos casos de demanda excedente; - Transferir a gestante e ou o neonato em transporte adequado, mediante vaga assegurada em outra unidade, quando necessário; - Estar vinculada a uma ou mais unidades que prestam assistência pré-natal, conforme determinação do gestor local; - Garantir a presença de pediatra na sala de parto; - Realizar o exame de VDRL na mãe; - Admitir a visita do pai sem restrição de horário; - Garantir a realização das seguintes atividades - Realização de partos normais e cirúrgicos, e atendimento a intercorrências obstétricas: recepcionar e examinar as parturientes; assistir as parturientes em trabalho de parto; assegurar a execução dos procedimentos pré-anestésicos e anestésicos; proceder à lavagem e antissepsia cirúrgica das mãos; assistir a partos normais; realizar partos cirúrgicos; assegurar condições para que as parturientes tenham direito a acompanhante durante a internação, desde que a estrutura física assim permita; assistir ao abortamento incompleto, utilizando, preferencialmente, aspiração manual intra-uterina (AMIU); prestar assistência médica e Pinesc III - 2020 Eduarda Oliveira Cochito Medicina Uniderp TXXIV 10 de enfermagem ao recém-nascido; elaborar relatórios médico e enfermagem e fazer registro de parto; registrar a evolução do trabalho de parto em partograma; proporcionar cuidados no pós- anestésico e no pós-parto; garantir o apoio diagnóstico necessário; dispor dos recursos humanos, físicos, materiais e técnicos necessários à adequada assistência ao parto. ATENÇÃO PRÉ NATAL E PUERPERAL - O principal objetivo da atenção pré-natal e puerperal é acolher a mulher desde o início da gravidez, assegurando, no fim da gestação, o nascimento de uma criança saudável e a garantia do bem-estar materno e neonatal. - Recomenda-se uma visita domiciliar na primeira semana após a alta do bebê. Caso o recém-nascido (RN) tenha sido classificado como de risco, a visita deverá acontecer nos primeiros 3 dias após a alta. O retorno da mulher e do recém-nascido ao serviço de saúde e uma visita domiciliar, entre 7 a 10 dias após o parto, devem ser incentivados desde o pré-natal, na maternidade e pelos agentes comunitários de saúde na visita domiciliar - A 1 consulta da criança deve ocorrer na 1 semana de vida (marcada pela ESF) - OMS preconiza que até os 2 anos a criança tenha realizado pelo menos 9 consultas em crianças sem risco (1 sem, 1 mês, 2 mês, 4 mês, 6 mês, 9 mês, 12 mês, 18 mês e 24 mês), e crianças de alto ou moderado risco que realizem 12 consultas no 1° ano e 4 no 2° ano. - Realizar a anamnese buscando avaliar e obter informações sobre as condições do nascimento da criança (tipo de parto, local do parto, peso ao nascer, idade gestacional, índice de Apgar, intercorrências clínicas na gestação, no parto, no período neonatal e em tratamento que foram tratamentos realizados) e os antecedentes familiares como as condições de saúde dos pais e dos irmãos, o número de gestações anteriores, o número de irmãos. Também é necessário realizar o EFG. - https://bit.ly/3lSEfAg : 1. Captação precoce das gestantes com realização da primeira consulta de pré-natal até 120 dias da gestação; 2. Realização de, no mínimo, seis consultas de pré-natal, sendo, preferencialmente, uma no primeiro trimestre, duas no segundo trimestre e três no terceiro trimestre da gestação; 3. Desenvolvimento das seguintes atividades ou procedimentos durante a atenção pré-natal: https://bit.ly/3lSEfAg Pinesc III - 2020 Eduarda Oliveira Cochito Medicina Uniderp TXXIV 11 - Escuta ativa da mulher e de seus(suas) acompanhantes, esclarecendo dúvidas e informando sobre o que vai ser feito durante a consulta e as condutas a serem adotadas - Atividades educativas a serem realizadas em grupo ou individualmente, com linguagem clara e compreensível, proporcionando respostas às indagações da mulher ou da família e as informações necessárias; - Estímulo ao parto normal e resgate do parto como ato fisiológico; - Anamnese e exame clínico-obstétrico da gestante; - Exames laboratoriais: ABO-Rh, hemoglobina/hematócrito, na primeira consulta; Glicemia de jejum, um exame na primeira consulta e outro próximo à 30ª semana de gestação; VDRL, um exame na primeira consulta e outro próximo à 30ª semana de gestação; Urina tipo 1, um exame na primeira consulta e outro próximo à 30ª semana de gestação; Testagem anti-HIV, com um exame na primeira consulta e outro próximo à 30ª semana de gestação, sempre que possível; Sorologia para hepatite B (HBsAg), com um exame, de preferência, próximo à 30ª semana de gestação, se disponível; Sorologia para toxoplasmose na primeira consulta, se disponível; - Imunização antitetânica: aplicação de vacina dupla tipo adulto até a dose imunizante (segunda)do esquema recomendado ou dose de reforço em gestantes com esquema vacinal completo há mais de 5 anos; - Avaliação do estado nutricional da gestante e monitoramento por meio do SISVAN; - Prevenção e tratamento dos distúrbios nutricionais; - Prevenção ou diagnóstico precoce do câncer de colo uterino e de mama; - Tratamento das intercorrências da gestação; - Classificação de risco gestacional e detecção de problemas, a serem realizadas na primeira consulta e nas subsequentes; - Atendimento às gestantes com problemas ou comorbidades, garantindo vínculo e acesso à unidade de referência para atendimento ambulatorial e/ou hospitalar especializado; Pinesc III - 2020 Eduarda Oliveira Cochito Medicina Uniderp TXXIV 12 - Registro em prontuário e cartão da gestante, inclusive registro de intercorrências/urgências que requeiram avaliação hospitalar em situações que não necessitem de internação. 4. Atenção à mulher e ao recém-nascido na primeira semana após o parto, com realização das ações da “Primeira Semana de Saúde Integral” e da consulta puerperal, até o 42º dia pós-parto. Pinesc III - 2020 Eduarda Oliveira Cochito Medicina Uniderp TXXIV 13 - Se o TIG for negativo, deve ser agendada consulta para o planejamento familiar, principalmente para a paciente adolescente CLASSIFICAÇÃO DE RISCO - Permitirá a orientação e os encaminhamentos adequados em cada momento da gravidez. É indispensável que essa avaliação do risco seja permanente, ou seja, aconteça em toda consulta. • FATORES DE RISCO PARA A GRAVIDEZ ATUAL - Características individuais e condições sociodemográficas desfavoráveis: Idade menor que 15 e maior que 35 anos; Ocupação (esforço físico excessivo, carga horária extensa, rotatividade de horário, exposição a agentes físicos, químicos e biológicos, estresse); Situação familiar insegura e não aceitação da gravidez, principalmente em se tratando de adolescente; Situação conjugal insegura; Baixa escolaridade (menor que cinco anos de estudo regular); Condições ambientais desfavoráveis; Pinesc III - 2020 Eduarda Oliveira Cochito Medicina Uniderp TXXIV 14 Altura menor que 1,45 m; Peso menor que 45 kg ou maior que 75 kg; Dependência de drogas lícitas ou ilícitas. - História reprodutiva anterior: Morte perinatal explicada ou inexplicada; Recém-nascido com restrição de crescimento, pré-termo ou malformado; Abortamento habitual; Esterilidade/infertilidade; Intervalo interpartal menor que dois anos ou maior que cinco anos; Nuliparidade e multiparidade; Síndromes hemorrágicas; Pré-eclâmpsia/eclampsia; Cirurgia uterina anterior; Macrossomia fetal. - Intercorrências clínicas crônicas: Cardiopatias; Pneumopatias; Nefropatias; Endocrinopatias (especialmente diabetes mellitus); Hemopatias; Hipertensão arterial moderada ou grave e/ou fazendo uso de antihipertensivo; Epilepsia; Infecção urinária; Portadoras de doenças infecciosas (hepatites, toxoplasmose, infecção pelo HIV, sífilis e outras DST); Doenças auto-imunes (lupus eritematoso sistêmico, outras colagenoses); Ginecopatias(malformação uterina, miomatose, tumores anexiais e outras). - Doenças obstétrica na gravidez atual: Desvio quanto ao crescimento uterino, número de fetos e volume de líquido amniótico; trabalho de parto prematuro e gravidez prolongada; Ganho ponderal inadequado; Pré-eclâmpsia/eclâmpsia; Amniorrexe prematura; Hemorragias da gestação; isoimunização; Óbito fetal. Pinesc III - 2020 Eduarda Oliveira Cochito Medicina Uniderp TXXIV 15 Pinesc III - 2020 Eduarda Oliveira Cochito Medicina Uniderp TXXIV 16 PREPARO DAS MAMAS, ALEITAMENTO MATERNO, CUIDADOS COM RN PRÉ-NATAL - Acompanhar a gestante, abordando os aspectos: Planos da gestante com relação à alimentação da criança; Experiências prévias, mitos, crenças, medos, preocupações e fantasias relacionados com o aleitamento materno; Importância do aleitamento materno; Vantagens e desvantagens do uso de leite não humano; Importância da amamentação logo após o parto, do alojamento conjunto e da técnica (posicionamento e pega) adequada na prevenção de complicações relacionadas à amamentação; Possíveis dificuldades na amamentação e meios de preveni-las. Muitas mulheres “idealizam” a amamentação e se frustram ao se depararem com a realidade; Comportamento normal de um recém-nascido; Vantagens e desvantagens do uso de chupeta. Exame das mamas. INCIO DA AMAMENTAÇÃO - Discutir os aspectos: 1) Comportamento normal do bebê 2) Número de mamadas por dia: Recomenda-se que a criança seja amamentada sem restrições de horários e de tempo de permanência na mama. É o que se chama de amamentação em livre demanda. Nos primeiros meses, é normal que a criança mame com frequência e sem horários regulares. Em geral, um bebê em aleitamento materno exclusivo mama de oito a 12 vezes ao dia 3) Duração das mamadas: Tempo de mamada não deve ser fixo, o importante é que a mãe dê tempo suficiente à criança para ela esvaziar adequadamente a mama. Dessa maneira, a criança recebe o Pinesc III - 2020 Eduarda Oliveira Cochito Medicina Uniderp TXXIV 17 leite do final da mamada, que é mais calórico, promovendo a sua saciedade e, consequentemente, maior espaçamento entre as mamadas. O esvaziamento das mamas é importante também para o ganho adequado de peso do bebê e para a manutenção da produção de leite suficiente para atender às demandas do bebê. 4) Uso de mamadeira: Água, chás e principalmente outros leites devem ser evitados, pois há evidências de que o seu uso está associado com desmame precoce e aumento da morbimortalidade infantil. A mamadeira, além de ser uma importante fonte de contaminação, pode influenciar negativamente a amamentação 5) Uso de chupeta: Além de interferir no aleitamento materno, o uso de chupeta está associado à maior ocorrência de candidíase oral (sapinho), de otite média e de alterações do palato 6) Aspecto do leite: importante que as mulheres saibam que a cor do leite varia ao longo de uma mamada e também com a dieta da mãe. O leite do início da mamada (leite anterior) pelo seu alto teor de água, tem aspecto semelhante ao da água de coco. Porém, ele é muito rico em anticorpos. Já o leite do meio da mamada tende a ter uma coloração branca opaca devido ao aumento da concentração de caseína. E o leite do final da mamada (leite posterior), é mais amarelado devido à presença de betacaroteno, pigmento lipossolúvel presente na cenoura, abóbora e vegetais de cor laranja, provenientes da dieta da mãe. O leite pode ter aspecto azulado ou esverdeado quando a mãe ingere grande quantidade de vegetais verdes. Não é rara a presença de sangue no leite, dando a ele uma cor amarronzada. Esse fenômeno é passageiro e costuma ocorrer nas primeiras 48 horas após o parto. É mais comum em primíparas adolescentes e mulheres com mais de 35 anos e deve-se ao rompimento de capilares provocado pelo aumento súbito da pressão dentro dos alvéolos mamários na fase inicial da lactação. Nesses casos, a amamentação pode ser mantida, desde que o sangue não provoque náuseas ou vômitos na criança Pinesc III - 2020 Eduarda Oliveira Cochito Medicina Uniderp TXXIV 18 - PEGA ADEQUADA: Uma amamentação de boa qualidade é quanto não há desconforto para mãe nem para a criança, uma pega adequada é caracterizada pela boca do bebê bem aberta, englobando a maior parte da aréola, lábio inferior evertido, queixo tocando a mama, língua no bebê vai ficar sobre a gengiva inferior e bordar curvadas para cima, além da deglutição ser audível e visível. - POSICIONAMENTO: sempre levar em consideração o conforto de ambos, o rosto do bebê de frente para a mama e com o nariz em oposição ao mamilo, cabeça e troco do bebê devem estar alinhados, corpo do bebê e da mãe devem estar próximos. Pinesc III - 2020Eduarda Oliveira Cochito Medicina Uniderp TXXIV 19 Pinesc III - 2020 Eduarda Oliveira Cochito Medicina Uniderp TXXIV 20 TRIAGEM PRÉ-NATAL (IPED-APAE) 1ª E 2ª FASE E TESTES RÁPIDOS • Coletas de Triagem Pré-Natal - 1° fase: coletada no início da gestação - 1 trimestre, são detectadas 15 doenças: Toxoplasmose, Rubéola, Doenças da Inclusão Citomegálica, Sífilis, Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS), Doença de Chagas, Hepatite B e C, Vírus Linfotrópico Humano (HTLV), Hipotireoidismo e Anemia Falciforme e outras Hemoglobinopatias - 2° fase: coleta a partir da 28 semana; feito para detectar toxoplasmose, sífilis e AIDS. Se nos testes de 1 fase já forem detectadas alterações para toxoplasmose IgM, HIV ou sífilis ou anteriormente, o material para a coleta deverá ser papel filtro e 1 tubo de soro - Coleta: por meio da punção capilar obtém-se sangue o qual é aplicado na área demarcada do papel filtro, sendo importante colocar somente de um lado, preenchendo todos os círculos, sendo que o sangue deve atingir obrigatoriamente o verdo do papel filtro para que seja possível a análise da amostra. - Caso a gestante tenha alguma alteração em teste rápido , deve-se anotar no campo observação do papel filtro e enviar tubo de soro para confirmação. Coletas tardias de pacientes com tempo gestacional acima de 28ª semanas será realizado apenas a 1ª fase. Coletas tardias de 24ª a 27ª semana, neste caso pode coletar a segunda fase com no mínimo 30 dias de diferença da primeira. Coleta tardia (Pré-Natal): a partir da 24ª semana de gestação, coletar papel filtro 1ª fase + 1 tubo de soro. CONSULTA PRÉ-NATAL - Na primeira consulta de pré-natal: realizada anamnese, abordando aspectos epidemiológicos, antecedentes familiares, pessoais, ginecológicos e obstétricos e a situação da gravidez atual. O exame Pinesc III - 2020 Eduarda Oliveira Cochito Medicina Uniderp TXXIV 21 físico deverá ser completo, constando avaliação de cabeça e pescoço, tórax, abdômen, membros e inspeção de pele e mucosas, seguido por exame ginecológico e obstétrico. - Nas consultas seguintes, a anamnese deverá ser sucinta, abordando aspectos do bem-estar materno e fetal. Inicialmente, deverão ser ouvidas dúvidas e ansiedades da mulher, além de perguntas sobre alimentação, hábito intestinal e urinário, movimentação fetal e interrogatório sobre a presença de corrimentos ou outras perdas vaginais. Pinesc III - 2020 Eduarda Oliveira Cochito Medicina Uniderp TXXIV 22 Pinesc III - 2020 Eduarda Oliveira Cochito Medicina Uniderp TXXIV 23 Pinesc III - 2020 Eduarda Oliveira Cochito Medicina Uniderp TXXIV 24 Pinesc III - 2020 Eduarda Oliveira Cochito Medicina Uniderp TXXIV 25 Pinesc III - 2020 Eduarda Oliveira Cochito Medicina Uniderp TXXIV 26 DIRETRIZES E OS OBJETIVOS DA POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE DA CRIANÇA (PNAISC) - Princípios: I - Direito à vida e à saúde; II - Prioridade absoluta da criança; III - Acesso universal à saúde; IV - Integralidade do cuidado; V - Equidade em saúde; VI - Ambiente facilitador à vida; VII - Humanização da atenção; e VIII - Gestão participativa e controle social. - Diretrizes: I - Gestão interfederativa das ações de saúde da criança; II - Organização das ações e serviços na rede de atenção; Pinesc III - 2020 Eduarda Oliveira Cochito Medicina Uniderp TXXIV 27 III - Promoção da saúde; IV - Fomento à autonomia do cuidado e da corresponsabilidade da família; V - Qualificação da força de trabalho do SUS; VI - Planejamento e desenvolvimento de ações; VII - Incentivo à pesquisa e à produção de conhecimento; VIII - Monitoramento e avaliação; IX - Intersetorialidade. - PNAISC se estrutura em 7 eixos estratégicos, com a finalidade de orientar e qualificar as ações e serviços de saúde da criança no território nacional, considerando os determinantes sociais e condicionantes para garantir o direito à vida e à saúde, visando à efetivação de medidas que permitam o nascimento e o pleno desenvolvimento na infância, de forma saudável e harmoniosa, bem como a redução das vulnerabilidades e riscos para o adoecimento e outros agravos, a prevenção das doenças crônicas na vida adulta e da morte prematura de crianças, a seguir relacionados: I - Atenção humanizada e qualificada à gestação, ao parto, ao nascimento e ao recém-nascido: consiste na melhoria do acesso, cobertura, qualidade e humanização da atenção obstétrica e neonatal, integrando as ações do pré-natal e acompanhamento da criança na atenção básica com aquelas desenvolvidas nas maternidades, conformando-se uma rede articulada de atenção; II - Aleitamento materno e alimentação complementar saudável: estratégia ancorada na promoção, proteção e apoio ao aleitamento materno, iniciando na gestação, considerando-se as vantagens da amamentação para a criança, a mãe, a família e a sociedade, bem como a importância de estabelecimento de hábitos alimentares saudáveis; III - Promoção e acompanhamento do crescimento e do desenvolvimento integral: consiste na vigilância e estímulo do pleno crescimento e desenvolvimento da criança, em especial do "Desenvolvimento na Primeira Infância (DPI)", pela atenção básica à saúde, conforme as orientações Pinesc III - 2020 Eduarda Oliveira Cochito Medicina Uniderp TXXIV 28 da "Caderneta de Saúde da Criança", incluindo ações de apoio às famílias para o fortalecimento de vínculos familiares; IV - Atenção integral a crianças com agravos prevalentes na infância e com doenças crônicas: consiste em estratégia para o diagnóstico precoce e a qualificação do manejo de doenças prevalentes na infância e ações de prevenção de doenças crônicas e de cuidado dos casos diagnosticados, com o fomento da atenção e internação domiciliar sempre que possível; V - Atenção integral à criança em situação de violências, prevenção de acidentes e promoção da cultura de paz: consiste em articular um conjunto de ações e estratégias da rede de saúde para a prevenção de violências, acidentes e promoção da cultura de paz, além de organizar metodologias de apoio aos serviços especializados e processos formativos para a qualificação da atenção à criança em situação de violência de natureza sexual, física e psicológica, negligência e/ou abandono, visando à implementação de linhas de cuidado na Rede de Atenção à Saúde e na rede de proteção social no território; VI - Atenção à saúde de crianças com deficiência ou em situações específicas e de vulnerabilidade: consiste na articulação de um conjunto de estratégias intrassetoriais e intersetoriais, para inclusão dessas crianças nas redes temáticas de atenção à saúde, mediante a identificação de situação de vulnerabilidade e risco de agravos e adoecimento, reconhecendo as especificidades deste público para uma atenção resolutiva; e VII - vigilância e prevenção do óbito infantil, fetal e materno: consiste na contribuição para o monitoramento e investigação da mortalidade infantil e fetal e possibilita a avaliação das medidas necessárias para a prevenção de óbitos evitáveis. Pinesc III - 2020 Eduarda Oliveira Cochito Medicina Uniderp TXXIV 29 CONCEITUAR DESENVOLVIMENTO E CRESCIMENTO INFANTIL - Crescimento: é um processo dinâmico e contínuo, expresso pelo aumento do tamanho corporal. Constitui um dos indicadores de saúde da criança [D]. O processo de crescimento é influenciado por fatores intrínsecos (genéticos) e extrínsecos (ambientais), entre os quais se destacam a alimentação, a saúde, a higiene, a habitação e os cuidados gerais com a criança, que atuam acelerando ou restringindo tal processo - Desenvolvimento: transformação complexa, contínua, dinâmica e progressiva, que inclui, além do crescimento, maturação,aprendizagem e aspectos psíquicos e sociais Pinesc III - 2020 Eduarda Oliveira Cochito Medicina Uniderp TXXIV 30 Pinesc III - 2020 Eduarda Oliveira Cochito Medicina Uniderp TXXIV 31 Pinesc III - 2020 Eduarda Oliveira Cochito Medicina Uniderp TXXIV 32 VACINAÇÃO E GESTAÇÃO VACINA INFLUENZA Indicações: É recomendada a todas as gestantes em qualquer período gestacional. Disponibilidade: O Programa Nacional de Imunizações (PNI) disponibiliza essa vacina na rede pública de saúde a todas as gestantes durante a campanha anual contra influenza sazonal. A vacina influenza 4V é preferível quando comparada com a 3V, uma vez que confere maior cobertura às cepas circulantes. Todavia, na falta da 4V, deve-se realizar a influenza 3V. Posologia: O esquema consta de dose única no período da campanha. Contraindicações: A vacina contra influenza sazonal não deve ser administrada em: • Pessoas com história de alergia severa à proteína do ovo e aos seus derivados, assim como alergia a qualquer componente da vacina; • Pessoas que apresentaram reações anafiláticas graves a doses anteriores da vacina. Observação: A H1N1 também está disponível e deve ser administrada. VACINA DUPLA DO TIPO ADULTO - DTPA Definição: A vacina dT (difteria e tétano) é indicada para a proteção da gestante contra o tétano acidental e para a prevenção do tétano neonatal. Na gestação, a vacina dTpa (tríplice bacteriana acelular do adulto) tem o objetivo específico de proteger o recém-nascido contra o tétano neonatal e a coqueluche. Na falta da dTpa, pode ser usada a dTpa-VIP, a critério médico. Posologia: • Se a gestante já tem seu esquema de vacinação contra tétano completo (3 doses prévias) ou com vacinação incompleta, tendo recebido duas doses de vacina contendo o componente tetânico, ela precisa tomar apenas a dTpa a partir da 20ª semana, o mais precocemente possível; • Se a gestante está com vacinação incompleta, tendo recebido uma única dose de vacina contendo o componente tetânico, ela precisa tomar uma dose de dT e uma dose de dTpa (sendo essa, a Pinesc III - 2020 Eduarda Oliveira Cochito Medicina Uniderp TXXIV 33 partir da 20ª semana, o mais precocemente possível). Respeitar intervalo mínimo de 30 dias entre as vacinas; • Se a gestante não foi vacinada e/ou tem histórico vacinal desconhecido, ela deve ser vacinada com 2 doses da dT e 1 dose da dTpa (sendo essa, a partir da 20ª semana, o mais precocemente possível). O intervalo entre as doses deve ser entre 30 dias; • Mulheres que não foram vacinadas durante a gestação devem receber o mais precoce possível durante o puerpério. Esquemas: Gestante não vacinada/sem comprovação vacinal: administrar as duas primeiras doses de dT e a última dose de dTpa a partir da 20ª semana de gestação. Esquema incompleto de dT (uma dose): administrar uma dose de dT e uma de dTpa a partir da 20ª semana de gestação. Esquema incompleto de dT (duas doses): administrar uma dose de dTpa a partir da 20ª semana de gestação. Esquema completo de dT (três doses): administrar uma dose de dTpa a partir da 20ª semana de gestação. - A vacina dTpa está indicada a partir da 20ª semana gestacional até 45 dias após o parto. Apesar de a vacina poder ser administrada no puerpério, é importante ressaltar que esta estratégia só deve ser realizada como última opção, pois ao vacinar uma gestante após o parto, não haverá transferência de anticorpos para o feto, mas impede que a mãe adoeça e possa ser uma fonte de infecção para o seu filho. VACINA CONTRA HEPATITE Para reduzir os riscos da gestante suscetível a contrair a doença e por haver transmissão vertical, deve-se vaciná-la contra a hepatite B após o primeiro trimestre de gestação. Posologia: O esquema completo consiste em 3 doses (nos meses 0, 1 e 6). Gestantes com esquema completo e soroconversão comprovada: Não devem ser vacinadas novamente. Pinesc III - 2020 Eduarda Oliveira Cochito Medicina Uniderp TXXIV 34 Gestante não vacinada/sem comprovação vacinal: administrar três doses da vacina hepatite B com intervalo recomendado de 30 dias entre a 1º e a 2º dose e de 6 meses entre a 1° e a 3º dose (0, 1 e 6). Esquema incompleto de hepatite B (uma dose): completar o esquema com duas doses da vacina hepatite B com intervalo mínimo de 2 meses entre as doses. Esquema incompleto de hepatite B (duas doses): completar o esquema com uma dose da vacina hepatite B. Observações Nunca reiniciar o esquema, apenas completá-lo de acordo com histórico vacinal. ADOLESCENTES observar o calendário vacinal em relação à vacina HPV e meningocócica C. • Meningocócica C Dose única ou um reforço, conforme situação vacinal encontrada, em adolescentes de 11 a 14 anos (14 anos, 11 meses e 29 dias), em qualquer idade gestacional. • HPV – 6, 11, 16 e 18 vacina é contraindicada durante a gestação. Caso a mulher engravide após a 1ª dose da vacina HPV ou receba a vacina inadvertidamente durante a gravidez, suspender a dose subsequente e completar o esquema vacinal, preferencialmente em até 45 dias após o parto. Nestes casos nenhuma intervenção adicional é necessária, somente o acompanhamento do pré-natal. Mulheres que estão amamentando podem ser vacinadas com a vacina HPV. INDÍGENAS observar o calendário vacinal em relação à vacina pneumocócica 23-valente e varicela. • Pneumocócica 23-valente. Uma dose a depender da situação vacinal, independentemente da idade gestacional. Não há contraindicação da vacina durante a amamentação • Varicela. Não deve ser administrada na gestação. Observações Mulheres em idade fértil devem evitar a gravidez até 1 mês após a vacinação. Pinesc III - 2020 Eduarda Oliveira Cochito Medicina Uniderp TXXIV 35 ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL Passo 1: “Dar somente leite materno até os seis meses, sem oferecer água, chás ou qualquer outro alimento”. Dica ao profissional e à equipe: Rever se as orientações sobre aleitamento materno exclusivo são fornecidas desde o acompanhamento pré-natal até a época da alimentação complementar. Passo 2: “A partir dos seis meses, introduzir de forma lenta e gradual outros alimentos, mantendo o leite materno até os dois anos de idade ou mais”. Dica ao profissional e à equipe: Antes de dar a orientação deste passo, perguntar à mãe ou ao cuidador como ela (ele) imagina ser a alimentação correta da criança e, a seguir, convidem-na(o) a complementar seus conhecimentos, de forma elogiosa e incentivadora. Passo 3: “Após seis meses, dar alimentos complementares (cereais, tubérculos, carnes, leguminosas, frutas, legumes) três vezes ao dia, se a criança receber leite materno, e cinco vezes ao dia, se estiver desmamada”. Dica ao profissional e à equipe: Sugerir receitas de papas, tentando dar a ideia de proporcionalidade, de forma prática e com linguagem simples. Passo 4: “A alimentação complementar deve ser oferecida de acordo com os horários de refeição da família, em intervalos regulares e de forma a respeitar o apetite da criança”. Dica ao profissional e à equipe: Uma visita domiciliar pode ser uma estratégia interessante para aumentar o vínculo e orientar toda a família sobre alimentação saudável. Passo 5: “A alimentação complementar deve ser espessa desde o início e oferecida de colher; começar com consistência pastosa (papas/purês) e, gradativamente, aumentar a consistência até chegar à alimentação da família”. Dica ao profissional e à equipe: Organizar, em parceria com a comunidade, oficinas de preparação de alimentos seguros e/ou cozinhas comunitárias. Convidar famílias com crianças sob risco nutricional. Passo 6: “Oferecer à criança diferentes alimentos ao dia. Uma alimentação variada é uma alimentação colorida”. Dica ao profissional e à equipe: Conversar sobre a estimulação dos sentidos, enfocando que a alimentaçãodeve ser um momento de troca afetuosa entre a criança e sua família Passo 7: “Estimular o consumo diário de frutas, verduras e legumes nas refeições”. Pinesc III - 2020 Eduarda Oliveira Cochito Medicina Uniderp TXXIV 36 Dica ao profissional e à equipe: Pedir à mãe que faça uma lista das hortaliças mais utilizadas. Depois, aumentar essa lista acrescentando outras opções não lembradas, destacando alimentos regionais e típicos da estação. Passo 8: “Evitar açúcar, café, enlatados, frituras, refrigerantes, balas, salgadinhos e outras guloseimas nos primeiros anos de vida. Usar sal com moderação”. Dica ao profissional e à equipe: Articular com a comunidade e outros setores uma campanha sobre alimentação saudável. Passo 9: “Cuidar da higiene no preparo e manuseio dos alimentos: garantir o seu armazenamento e conservação adequados”. Dica ao profissional e à equipe: Realizar grupo com pais, avós e/ou crianças sobre cuidados de higiene geral, alimentar e bucal. Passo 10: “Estimular a criança doente e convalescente a se alimentar, oferecendo sua alimentação habitual e seus alimentos preferidos, respeitando a sua aceitação”. Dica ao profissional e à equipe: Avaliar em equipe como está a acessibilidade da criança doente ao serviço de saúde. Pinesc III - 2020 Eduarda Oliveira Cochito Medicina Uniderp TXXIV 37 DENVER - Objetiva acompanhar o desenvolvimento neuropsicomotor da criança de 0 a 6 anos, avaliando 4 categorias: motor grosso, motor fino-adaptativo, linguagem e pessoal-social - Avalia a condição atual do desenvolvimento maturacional da criança, não devendo ser utilizado como um instrumento diagnóstico • É composto de 125 itens divididos em 4 áreas: Pessoal-social (25 itens) – envolve aspectos da socialização da criança dentro e fora do ambiente familiar; Motricidade fina (29 itens) – coordenação olho-mão, manipulação de pequenos objetos; Linguagem (39 itens) – produção de som, capacidade de reconhecer, entender e usar a linguagem; Motricidade ampla (32 itens) – controle motor corporal, sentar, caminhar, pular e os demais movimentos realizados pela musculatura ampla Pinesc III - 2020 Eduarda Oliveira Cochito Medicina Uniderp TXXIV 38 Pinesc III - 2020 Eduarda Oliveira Cochito Medicina Uniderp TXXIV 39 Pinesc III - 2020 Eduarda Oliveira Cochito Medicina Uniderp TXXIV 40 PROVAS PIAGETIANAS - Provas Operatórias Piagetianas são um recurso avaliativo utilizado em práticas pedagógicas e estudos clínicos, para investigar o desenvolvimento cognitivo de uma criança em conformidade a sua faixa etária. - Para Jean Piaget, o processo cognitivo se concretiza na aprendizagem e no desenvolvimento. A aprendizagem refere-se à aquisição de uma resposta particular, aprendida em função da experiência, obtida de forma sistemática ou não. Já o desenvolvimento seria uma aprendizagem de fato, sendo este o responsável pela formação dos conhecimentos • Estuda três aspectos fundamentais da inteligência: 1) estrutura da inteligência: são as organizações mentais ou aptidões mentais que a criança possui; são mutáveis no decorrer do processo evolutivo, resultam de seu funcionamento, são inferidas a partir do conteúdo e responsáveis pela organização da inteligência; 2) Conteúdo da inteligência: conduta externa, aos dados comportamentais não interpretados, o conteúdo expresso sugere diferenças na forma de pensar, ou seja, o conteúdo da inteligência refere- se a dados comportamentais brutos 3) função da inteligência: são características amplas de atividade inteligente, válidas para todas as idades e que definem a própria essência do comportamento inteligente. É a maneira pela qual qualquer organismo progride cognitivamente e é invariável ao longo do desenvolvimento • Piaget divide o desenvolvimento cognitivo em quatro estágios: Sensório-Motor (0-2 anos de idade); Pré-Operatório (2-7 anos); Operatório Concreto (7-11 anos); Operatório Formal (após 12 anos) 1) Sensório-motor: caracteriza-se por uma inteligência prática, que coordena no plano da ação os esquemas que utiliza. É a fase caracterizada por um contato direto, isto é, sem representação, pensamento ou linguagem, da criança com objetos ou pessoas. 2) Estágio da inteligência simbólica, o Pré-Operatório: caracteriza-se, principalmente, pela interiorização de esquemas de ação construídos no estágio anterior (sensório-motor). A criança nesse estágio é egocêntrica (centrada em si mesma), não aceita a ideia do acaso e tudo deve ter uma Pinesc III - 2020 Eduarda Oliveira Cochito Medicina Uniderp TXXIV 41 explicação (é fase dos “porquês”). Age por simulação, possui percepção global sem discriminar detalhes e deixa-se levar pela aparência sem relacionar fatos. 3) Operatório Concreto: as crianças desenvolvem noções de tempo, espaço, velocidade, ordem, causalidade, já sendo capazes de relacionar diferentes aspectos e abstrair dados da realidade. Não se limitam a uma representação imediata, mas ainda dependem do mundo concreto para chegar à abstração. Desenvolvem a capacidade de representar uma ação no sentido inverso de uma anterior, anulando a transformação observada (reversibilidade). 4) Operatório Formal: a representação é desenvolvida pela abstração total, a criança não se limita mais a uma representação imediata nem somente às relações previamente existentes, mas é capaz de pensar em todas as relações possíveis, logicamente buscando soluções a partir de hipóteses e não apenas pela observação da realidade. As estruturas cognitivas da criança alcançam seu nível mais elevado de desenvolvimento e elas tornam-se aptas a aplicar o raciocínio lógico a todas as classes de problemas OBJETIVOS/FINALIDADES E METODOLOGIAS PROPOSTAS PELOS PROGRAMAS SAÚDE NA ESCOLA (PSE) E O SAÚDE E PREVENÇÃO NAS ESCOLAS (SPE) O Projeto Saúde e Prevenção nas Escolas (SPE) é uma das ações do Programa Saúde na Escola (PSE), que tem a finalidade de contribuir para a formação integral dos estudantes da rede pública de educação básica por meio de ações de prevenção, promoção e atenção à saúde. A proposta do projeto é realizar ações de promoção da saúde sexual e da saúde reprodutiva de adolescentes e jovens, articulando os setores de saúde e de educação. Com isso, espera-se contribuir para a redução da infecção pelo HIV/DST e dos índices de evasão escolar causada pela gravidez na adolescência (ou juvenil), na população de 10 a 24 anos. - Como acontece o PSE? Todos os municípios brasileiros possuem Atenção Básica em saúde que pode ser composta por: Equipes de Unidades Básicas de Saúde; Equipes de Saúde da Família e; Equipes de Agentes Comunitários de Saúde. • Com a adesão do Município ao PSE cada Escola indicada passa a ter uma Equipe de Saúde da Atenção Básica de referência para executar conjuntamente as ações. O PSE se dá com a interação dessas Equipes de Saúde da Atenção Básica com as Equipes de educação, no planejamento, execução Pinesc III - 2020 Eduarda Oliveira Cochito Medicina Uniderp TXXIV 42 e monitoramento de ações de prevenção, promoção e avaliação das condições de saúde dos educandos OBJETIVO GERAL Elaboração, implantação e avaliação de programas para prevenção ao uso de álcool, tabaco, crack e outras drogas por crianças e adolescentes por meio do Programa Saúde na Escola OBJETIVOS ESPECÍFICOS Adaptar os programas de prevenção “Unppluged”; “Good Behavior Game”; “SFP” para a realidade brasileira. Adaptar o método do Teatro do Oprimido; Aplicar os métodos em escolas da rede pública de ensino em três etapas: piloto (tradução, adaptação e implementação), expansão e abrangência nacional atingindo, ao final do processo, todos os estados brasileiros e cidades de diversos portes populacionais; Avaliar a viabilidade, efetividade e custo-efetividadedos quatro programas. RESULTADOS ESPERADOS Promover o protagonismo infanto-juvenil e fortalecer os vínculos comunitários; Qualificação dos profissionais de saúde e educação; Valorização do lugar social do profissional da educação; Ampliar os fatores de cuidado e proteção social; Reduzir o consumo de álcool, tabaco, crack e outras drogas e impactar no retardamento do início do consumo de drogas; Favorecer relações interpessoais cooperativas e inclusivas no espaço escolar; Impactar na redução da evasão escolar e na melhoria do rendimento. Pinesc III - 2020 Eduarda Oliveira Cochito Medicina Uniderp TXXIV 43 AÇÕES As ações previstas como essenciais no PSE variam de acordo com o nível de ensino e estão compreendidas em três componentes: - Componente I: Avaliação das condições de saúde, estão previstas ações no âmbito da: saúde nutricional, saúde ocular, saúde bucal, saúde auditiva, saúde clínica (situação vacinal e doenças), saúde psicossocial. - Componente II: Promoção da saúde e Prevenção de doenças e agravos, estão previstas ações no âmbito da: alimentação saudável, prática corporal, saúde sexual e reprodutiva (SPE), prevenção ao uso de drogas (SPE), cultura de paz, saúde mental, saúde ambiental e desenvolvimento sustentável. - Componente III: Capacitação permanente dos profissionais de saúde e educação, estão previstas qualificações para abordagem das temáticas dos Componente I e II. • Como as ações se integram no cotidiano da uma escola? Quando uma Escola passa a fazer parte do PSE ela deve qualificar seu Projeto Político Pedagógico para inclusão de novas abordagens do PSE, de maneira transversal; Caso a abordagem das temáticas do PSE já estejam previstas no Projeto Político Pedagógico são essas que devem ser consideradas como ações do programa. É recomendado que Equipes de Saúde da Atenção Básica na relação com a Escola: participem do planejamento das ações; realizem as ações conjuntamente com a escola quando necessário; Pinesc III - 2020 Eduarda Oliveira Cochito Medicina Uniderp TXXIV 44 participem da avaliação das ações; e mantenha a Equipe da Escola informada quanto aos encaminhamentos de saúde dos educandos. DIRETRIZES NACIONAIS PARA A ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE DE ADOLESCENTES E JOVENS OBJETIVO GERAIL - Sensibilizar e mobilizar gestores e profissionais do Sistema Único de Saúde para integrar nas ações, programas e políticas do SUS e nas outras políticas de Governo, estratégias interfederativas e intersetoriais que convirjam para a atenção integral à saúde de adolescentes e jovens. ESPECÍFICOS I - Promover a saúde e a cultura de paz, reforçando a prevenção de agravos à saúde; II - Articular as ações da rede pública de saúde com as ações da rede pública de Educação Básica, de forma a ampliar o alcance e o impacto de suas ações relativas aos estudantes e suas famílias, otimizando a utilização dos espaços, equipamentos e recursos disponíveis; III - Contribuir para a constituição de condições para a formação integral de educandos; IV - Contribuir para a construção de sistema de atenção social, com foco na promoção da cidadania e nos direitos humanos; V - Fortalecer o enfrentamento das vulnerabilidades, no campo da saúde, que possam comprometer o pleno desenvolvimento escolar; VI - Promover a comunicação entre escolas e unidades de saúde, assegurando a troca de informações sobre as condições de saúde dos estudantes; VII - Fortalecer a participação comunitária nas políticas de Educação Básica e saúde, nos três níveis de governo. Pinesc III - 2020 Eduarda Oliveira Cochito Medicina Uniderp TXXIV 45 DIRETRIZES - Fortalecimento da Promoção da Saúde nas Ações para o Cuidado Integral à Saúde de Adolescentes e de Jovens - Reorientação dos Serviços de Saúde para Favorecer a Capacidade de Respostas para a Atenção Integral à Saúde de Adolescentes e de Jovens - Integração de políticas: interfederativas, governamentais e com sociedade a) Acompanhamento do Crescimento e do Desenvolvimento b) Atenção Integral à Saúde Sexual e à Saúde Reprodutiva c) Atenção Integral à Adolescentes e Jovens com Uso Abusivo de Álcool e de Outras Drogas d) A Violência Doméstica e a Violência Sexual e) Mortalidade por causas externas f) Agressões g) Acidentes de Transporte Terrestres (ATT) h) Suicídios Monitoramento e Avaliação i) Indicadores do Pacto pela Saúde ETAPAS A SER SEGUIDAS NUM PROCESSO DE CONSTRUÇÃO DE UM PROJETO DE AÇÃO LOCAL DE PROMOÇÃO DA SAÚDE ESCOLAR, JUNTO COM A COMUNIDADE 1) Identificação do problema Após a sensibilização e efetivação da parceria e da apresentação da proposta conceitual de promoção da saúde, devem-se levantar as necessidades por meio de reuniões, grupos de trabalho ou oficinas com a comunidade escolar: alunos, pais, professores, funcionários, outros profissionais e Pinesc III - 2020 Eduarda Oliveira Cochito Medicina Uniderp TXXIV 46 membros da comunidade. Caso não seja possível iniciar com todos esses atores, pode-se fazê-lo com os professores e alunos e, depois, envolver o restante da comunidade organizada. Deve-se identificar e caracterizar cada necessidade ou problema de saúde, tendo em conta que a “realidade” é um todo complexo, logo os dados podem ser de origens variadas (saúde, habitação, educação, atividades econômicas etc.). Os dados recolhidos sobre os recursos existentes, disponíveis e potenciais devem subsidiar a elaboração do diagnóstico para viabilizar a intervenção local. Existindo mais do que um problema, deve-se avaliar a dimensão de cada um deles, em termos de frequência e gravidade, e ponderar a adesão da comunidade, selecionando o que for considerado prioritário e exequível por todos os parceiros. 2) Identificação do objetivo Os objetivos deverão corresponder às mudanças que se quer promover. Pode ser um grande objetivo que indica o sentido da mudança, quantificando-a, ou traduzir momentos de mudança. Os objetivos deverão ser explicitados em termos de espaço e de tempo, assim como de destinatários. 3) Seleção de atividades e ações Apresentados os temas e discutidos as demandas, prioridades e objetivos, deve ser traçado um plano de ação de acordo com as necessidades e possibilidades da comunidade escolar. Nas atividades e ações a serem realizadas, os estudantes deverão ser considerados como sujeitos-atores do processo educativo. Devem ser contempladas todas as dimensões das escolas promotoras da saúde – organizacional, curricular, psicossocial, ecológica e comunitária – e levado em conta que o trabalho será desenvolvido em rede intersetorial. Para cada atividade, é importante especificar a metodologia, as tarefas necessárias à sua realização e as pessoas que a executarão. Elaborar o cronograma das atividades é indispensável. 4) Avaliação de custos/orçamento para o projeto – quando for o caso. 5) Organização do trabalho dos indivíduos, dos grupos e dos serviços Saber “quem lidera ou facilita cada atividade ou ação do projeto”, “quem é o responsável por quem” e “quem deve consultar quem”, e/ou outras formas de gestão, colegiada, por exemplo. De modo inverso, identificar se há oposição ao projeto e quais as razões, para que sejam discutidas em grupo. 6) Avaliação do projeto Para cada objetivo, é necessário listar os principais indicadores a serem avaliados, as pessoas que efetuarão a coleta e o tratamento dos dados. A avaliação da efetividade dos projetos de promoção da saúde deverá pôr em evidência o processo e os resultados, considerando, nomeadamente: a) Em que medida o projeto teve a participação da comunidade educativa, contribuiu para a mudança das políticas da escola e teve controle de custos (dimensão organizacional); b) Em que medida o projeto desenvolveu uma abordagem holística do tema e melhorou as práticas da escola(dimensão Pinesc III - 2020 Eduarda Oliveira Cochito Medicina Uniderp TXXIV 47 curricular); c) Em que medida o projeto tornou o ambiente escolar mais seguro e saudável (dimensão ecológica); d) Em que medida o projeto melhorou o relacionamento intra e interpessoal na escola (dimensão psicossocial); e) Em que medida o projeto estabeleceu uma boa articulação com a comunidade extraescolar (dimensão comunitária); f) Em que medida o projeto aumentou as competências em saúde de alunos, pais e professores e evidenciou ganhos em saúde (indicadores de saúde positiva). Outras ações avaliativas possíveis: produção de relatórios; análise das condições de promoção da saúde nas escolas; avaliação subjetiva, por meio de entrevistas com professores, diretores, alunos e membros da comunidade escolar; avaliação do grau de conhecimento sobre o projeto e do grau de satisfação com suas atividades; e realização periódica de encontros ou mesmo grupos focais de avaliação e reflexões. Por fim, o anexo A oferece passos metodológicos para construção de estratégias intersetoriais de abordagem da saúde na escola. O anexo B apresenta proposta metodológica para profissionais da educação e equipes de Saúde da Família, que pode ser adaptada conforme as necessidades e realidades locais, e o anexo C apresenta a metodologia resumida “Construção Compartilhada...” PLANO DE AÇÃO LOCAL Um Plano de Ação Local inicia-se pela problematização do contexto de determinado território e, dando um passo à diante, propõe estratégias e/ou soluções sistematizadas e detalhadas em ações e atividades. Elaborar um Plano de Ação auxilia-nos a visualizar as ações necessárias, responsáveis prazos e resultados esperados. Assim, ele é uma ferramenta de organização, um mapa de responsabilidades e um instrumento facilitador da comunicação e da produção de consensos.
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