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Bioquímica II Destinos do piruvato Via aeróbia Ocorre na mitocôndria; Em condições aeróbias, o piruvato formado na etapa final da glicólise é oxidado a acetato (acetil-CoA), que entra no ciclo do ácido cítrico (krebs) e é oxidado a CO2 e H2O; O NADH formado pela desidrogenação do gliceraldeído- 3-fosfato é finalmente reoxidado a NAD+ pela transferência de seus elétrons ao O2 na respiração mitocondrial – em caso de hipoxia (pouco oxigênio), assim como no músculo esquelético muito ativo, nos tecidos vegetais submersos, nos tumores sólidos ou nas bactérias lácticas, o NADH gerado pela glicólise não pode ser reoxidado pelo O2. A falha na regeneração de NAD+ deixa a célula carente de aceptor de elétrons para a oxidação de gliceraldeído-3-fosfato, e as reações geradoras de energia da glicólise cessam. Por isso, o NAD+ deve ser regenerado de outra forma; As células primitivas que viviam em uma atmosfera praticamente sem oxigênio tiveram que desenvolver estratégias para extrair energia de moléculas em condições anaeróbias. Aqui entra a fermentação – capacidade de regenerar NAD+ de maneira contínua durante a glicólise anaeróbia pela transferência de elétrons do NADH para formar um produto final reduzido, como lactato ou etanol. Fermentação láctica Presente quando os animais não possuem oxigênio suficiente para realizar a oxidação aeróbia do piruvato e do NADH produzidos da glicólise. Então, ocorrerá a regeneração do NAD+ a partir do NADH, pela redução do piruvado a lactato – reação reversível; O piruvato vai reduzir para formar o lactato, a partir do NADH. Da forma que, o NADH + H+ doa seus elétrons se juntando ao piruvato para formar o lactato; Alguns tecidos, como os eritrócitos, os quais não possuem mitocôndria, fazem esse processo de produção de lactato a partir da glicose mesmo em condições aeróbias – por não possuírem mitocôndria, não são capazes de oxidar o piruvato até CO2; A redução do piruvato por essa via é catalisada enzima lactato-desidrogenase, que forma o isômero L do lactato em pH 7; Grupo carbonila recebe dois elétrons (H) do NADH + H+ formando uma hidroxila que da origem ao lactato; Para cada molécula de piruvato, irá gerar 1 lactato e 1 NAD+; O lactato formado pelo músculo esquelético em atividade (ou pelos eritrócitos) pode ser reciclado. Ele é transportado pelo sangue até o fígado, onde é convertido em glicose durante a recuperação da atividade muscular exaustiva; Quando o lactato é produzido em grande quantidade durante a contração muscular vigorosa (como durante um exercício de alta intensidade), a acidificação resultante da ionização do ácido láctico nos músculos e no sangue limita o período de atividade intensa – atletas mais bem condicionados só podem correr por um minuto em velocidade máxima; Se o músculo não possuir a enzima lactato desidrogenase ele pode desenvolver atividade física não prolongada, mas não consegue realizar atividade vigorosa, pois não terá como gerar ATP na alta quantidade de glicose de maneira anaeróbia sem essa enzima; Não ocorre variação líquida no estado de oxidação do carbono, a relação H:C é a mesma. Mas, parte da energia da molécula da glicose é extraída pela sua conversão em lactato – o suficiente para dar um rendimento líquido de duas moléculas de ATP para cada molécula de glicose consumida; Fermentação é o termo geral para o processo, que extrai energia (como ATP) mas não consome oxigênio nem varia as concentrações de NAD+ ou NADH. As fermentações são realizadas por uma grande variedade de organismos, muitos deles ocupando nichos anaeróbios e produzindo diversos produtos finais, alguns com aproveitamento comercial – kefir, lactobacillus. Fermentação alcoólica Mecanismo feito pelas leveduras e outros microrganismos, os quais fermentam glicose em etanol e CO2, em vez de lactato. A glicose é convertida a piruvato pela glicólise, e o piruvato é convertido a etanol e CO2 em um processo composto por duas etapas: Primeira etapa: - Piruvato é descarboxilado em uma reação irreversível catalisada pela piruvato-descarboxilase – reação de descarboxilação simples, não envolve a oxidação do piruvato.; - A piruvato-descarboxilase requer Mg2+ e contém uma coenzima fortemente ligada, a tiamina-pirofosfato; Segunda etapa: - Redução do acetaldeído a etanol pela ação da álcool- desidrogenase, com o poder redutor fornecido pelo NADH derivado da desidrogenação do gliceraldeído-3- fosfato. Essa reação é um caso bem estudado de transferência de grupo hidreto do NADH; Produtos finais: etanol e CO2; Equação geral: Glicose + 2ADP + 2Pi ------ 2etanol + 2CO2 + 2ATP + 2H2O; Como na fermentação láctica, não existe variação líquida - em todas as fermentações, a razão H:C dos reagentes e dos produtos permanece a mesma; A piruvato-descarboxilase está presente na levedura utilizada para fabricação de cerveja e pão (Saccharomyces cerevisiae) e em todos os organismos que fermentam glicose em etanol, incluindo algumas plantas – o CO2 produzido pela piruvato-descarboxilase na levedura da cerveja é responsável pela efervescência característica do champanhe. Na panificação, o CO2 liberado pela piruvato-descarboxilase, quando a levedura é misturada com o açúcar fermentável, faz a massa crescer. Está enzima está ausente em tecidos de vertebrados e em outros organismos que realizam fermentação láctica; A álcool-desidrogenase está presente em muitos organismos que metabolizam etanol, incluindo o homem – no fígado ela catalisa a oxidação do etanol ingerido ou produzido por microrganismos intestinais, com redução de NAD+ a NADH., em que a reação segue no sentido oposto àquele envolvido na produção de etanol pela fermentação; Resumo O NADH formado na glicólise deve ser reciclado para regenerar NAD+, necessário como receptor de elétrons na primeira etapa da fase de pagamento. Em condições aeróbias, os elétrons passam do NADH para o O2 na respiração mitocondrial. Em condições anaeróbias ou de hipoxia (pouco O2), muitos organismos regeneram NAD+ pelo transporte de elétrons do NADH para o piruvato, formando lactato. Outros organismos, como as leveduras, regeneram NAD+ pela redução de piruvato em etanol e CO2. Nesses processos anaeróbios (fermentações), não ocorre oxidação ou redução líquida dos carbonos da glicose. Uma grande variedade de microrganismos pode fermentar o açúcar de alimentos frescos, resultando em mudanças de pH, sabor e textura, protegendo os alimentos da deterioração. As fermentações são usadas na indústria para produzir uma ampla variedade de compostos orgânicos comercialmente valiosos a partir de matérias-primas baratas. Reguladores da glicólise Enzimas: - Hexocinase (HK); - Fosfofrutocinase (PFK); - Piruvato-cinase (PK); Regulação alostérica: forma de regulação em que a molécula reguladora (ativador ou inibidor) se liga a uma enzima em algum lugar diferente do sítio ativo. Esse lugar onde o regulador se liga é chamado de sítio alostérico; Repouso – feedback negativo (inibidor), produção de energia interrompida (efeito contrário); Atividade – feedback positivo (ativador), produção de energia ativada (efeito contínuo).
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