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2 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 5 
2 INTRODUÇÃO A FARMACOLOGIA ........................................................... 6 
2.1 Noções e conceitos em farmacologia: .................................................. 7 
2.2 Origem dos medicamentos ................................................................... 9 
2.3 Ação dos medicamentos ...................................................................... 9 
2.4 Formas de apresentação dos medicamentos ..................................... 10 
3 FARMACOCINÉTICA ............................................................................... 11 
3.1 Princípios farmacocinéticos ................................................................ 12 
3.2 Absorção ............................................................................................ 14 
3.3 Distribuição ......................................................................................... 16 
3.4 Biotransformação e excreção ............................................................. 17 
4 VIAS DE ADMINISTRAÇÃO E FORMAS FARMACÊUTICAS .................. 18 
4.1 Interação entre fármacos .................................................................... 21 
5 FARMACODINÂMICA............................................................................... 23 
5.1 Interação fármaco – receptor ............................................................. 24 
6 INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS ........................................................ 32 
7 MEDIADORES INFLAMATÓRIOS ............................................................ 39 
8 FARMACOLOGIA NA ESTETICA ............................................................. 42 
8.1 Tecido epitelial ................................................................................... 42 
8.2 Imunologia .......................................................................................... 43 
9 FÁRMACOS ANTI-INFLAMATÓRIOS E IMUNOSSUPRESSORES ........ 53 
9.1 Inibidores da ciclo-oxigenase ............................................................. 53 
 
3 
 
 
 
 
9.2 Fármacos imunossupressores ........................................................... 56 
9.3 Fármacos usados em gota e hiperuricemia ........................................ 58 
10 MEDICAMENTOS QUE ATUAM NO SISTEMA CARDIOVASCULAR E 
VASCULAR ................................................................................................................59 
10.1 Hipertensão ..................................................................................... 59 
10.2 Fármacos que afetam a função cardíaca ........................................ 62 
10.3 Fármacos antiarrítmicos .................................................................. 63 
10.4 Fármacos que aumentam a contração do miocárdio ...................... 66 
10.5 Fármacos antianginosos ................................................................. 67 
10.6 Sistema renina-angiotensina ........................................................... 70 
10.7 Fármacos vasoativos ...................................................................... 72 
10.8 Fármacos vasoconstritores ............................................................. 72 
10.9 Fármacos vasodilatadores .............................................................. 74 
10.10 Vasodilatadores de ação indireta .................................................... 75 
10.11 Insuficiência cardíaca ..................................................................... 78 
11 MEDICAMENTOS QUE ATUAM NO SISTEMA RESPIRATÁRIO ......... 81 
11.1 Doença pulmonar e seu tratamento ................................................ 81 
11.2 Asma brônquica .............................................................................. 81 
11.3 Doença pulmonar obstrutiva crônica ............................................... 84 
12 MEDICAMENTOS QUE ATUAM NO SITEMA URINÁRIO .................... 86 
12.1 Fármacos que atuam sobre o rim ................................................... 86 
12.2 Usos clínicos dos diuréticos de alça (p. ex., furosemida) ................ 87 
12.3 Usos clínicos dos diuréticos tiazídicos (p. ex., bendroflumetiazida) 87 
12.4 Usos clínicos dos diuréticos poupadores de potássio (p. ex., 
amilorida, espironolactona): ................................................................................... 88 
12.5 Fármacos usados na insuficiência renal ......................................... 88 
 
4 
 
 
 
 
12.6 Hipercalemia ................................................................................... 89 
13 MEDICAMENTOS QUE ATUAM NO APARELHO 
GASTROINTESTINAL.......... ..................................................................................... 90 
13.1 Fármacos usados para inibir ou neutralizar a secreção de ácido 
gástrico...................... ............................................................................................ 90 
13.2 Usos clínicos de agentes que afetam a acidez gástrica .................. 91 
13.3 Tratamento da infecção pelo Helicobacter pylori ............................ 91 
13.4 Fármacos que protegem a mucosa ................................................. 92 
13.5 Fármacos antieméticos ................................................................... 93 
13.6 Fármacos que aumentam a motilidade gastrointestinal .................. 94 
14 MEDICAMENTOS QUE ATUAM NO SISTEMA NERVOSO ................. 95 
14.1 Fármacos analgésicos .................................................................... 95 
14.2 Analgésicos opioides ...................................................................... 96 
14.3 Tratamento da dor neuropática ..................................................... 100 
14.4 Usos clínicos dos analgésicos ...................................................... 101 
14.5 Usos clínicos dos analgésicos ..................................................... 102 
15 BIBLIOGRAFIA .................................................................................... 104 
16 BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR: .................................................... 112 
 
 
 
5 
 
 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
Prezado aluno! 
 
 O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante ao 
da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um aluno 
se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma pergunta, 
para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é que esse 
aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a resposta. No 
espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas poderão ser 
direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em tempo hábil. 
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa 
disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das 
avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora 
que lhe convier para isso. 
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser 
seguida e prazos definidos para as atividades. 
 
Bons estudos! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
 
 
 
 
2 INTRODUÇÃO A FARMACOLOGIA 
 
Fonte: sanarmed.com 
A palavra farmacologia é derivada (do Grego, pharmakos, droga, e logos, 
estudo) é a ciência que estuda como as substâncias interagem com o organismo, e a 
capacidade de promoverem ações, funcionais ou estruturais. 
Cerca de 4.000 anos a.C., os sumerianos conheciam os efeitos psíquicos 
provocados pelo ópio, inclusive também para a melhora da diarreia. A palavra droga 
origina do holandês antigo droog que significa folha seca, pois, antigamente quase 
todos os medicamentos eram feitos àbase de vegetais. Embora em francês drogue 
signifique erva, relacionada por alguns autores como a origem da palavra droga, a 
maioria dos autores, fundamentando-se em antigos dicionários, afirmam que se deve 
a palavra droog a origem do nome. 
Foi somente no século XIX, através da descoberta da química orgânica, que 
as primeiras drogas puderam ser identificadas e isoladas, favorecendo a 
evolução para a farmacologia moderna. A primeira substância isolada foi 
a morfina em 1805 por Sertüner, que a extraiu do ópio. Posteriormente, em 
1847, Rudolf Buchheim fundou o primeiro Instituto de Farmacologia, na 
Universidade de Dorpat, na Estônia, sendo, portanto, um dos pioneiros no 
desenvolvimento da farmacologia como uma ciência (PIRES, 2010). 
No século XX a indústria farmacêutica revolucionou o mercado farmacêutico. A 
produção em massa de substâncias sintéticas fez declinar o trabalho dos boticários, 
https://www.sanarmed.com/
 
7 
 
 
 
 
que manipulavam os medicamentos em farmácias, assim como surgir novos conceitos 
em farmacologia. 
Atualmente a farmacologia é considerada uma das principais ferramentas para 
os profissionais de saúde, assim como para aqueles que têm o contato direto ou 
indireto com os medicamentos. Ao estudar os efeitos e mecanismos de ação das 
drogas, pode-se compreender não somente como os fármacos atuam, mas também 
conhecer a fisiologia normal do organismo. Esse conhecimento permite empregar os 
medicamentos de forma mais objetiva, melhorando o tratamento. 
2.1 Noções e conceitos em farmacologia: 
Medicamento: produto tecnicamente elaborado contendo um ou mais fármacos. Os 
outros componentes do medicamento recebem a denominação de excipientes, os 
quais podem ter as mais variadas funções, como melhorar o sabor, odor e até mesmo 
atuar como conservantes do mesmo; lembrando que do ponto de vista terapêutico o 
excipiente é inerte, não devendo também, interagir com o fármaco. Os medicamentos 
podem ser classificados em: magistrais, oficiais e oficinais; por sua vez, os 
medicamentos oficiais por sua vez podem ser classificais em: referencia, similares e 
genéricos. Preenchem uma das seguintes finalidades: 
• Preventiva ou Profilática: quando evita o aparecimento de doenças ou reduz a 
gravidade da mesma. 
• Diagnóstica: localiza a área afetada. 
• Terapêutica: quando é usada no tratamento da doença. 
• Paliativa: quando diminui os sinais e sintomas da doença, mas não promove a 
cura. 
Dose: quantidade de fármaco capaz de provocar alterações no organismo. Esta dose 
pode eficaz (DE), letal (DL), ataque ou de manutenção. A DE é dose capaz de produzir 
o efeito terapêutico desejado, podendo ser classificada em mínima eficaz e máxima 
tolerada. A DL por sua vez é a dose capaz de causar mortalidade. Em ambos os casos 
(DE e DL) a eficácia pode ser determinada em porcentagem, portanto, DE50 é a dose 
eficaz em 50% dos tecidos ou pacientes. 
 
8 
 
 
 
 
Droga: É denominada como droga qualquer substância natural ou sintética (química) 
capaz de alterar as funções normais e habituais do ser que, ao ser introduzida no 
organismo, produz alterações em seu estado psíquico ou físico. 
Efeito indesejado: efeito provocado pela ação do fármaco no organismo indiferente 
do planejado. Pode se classificado em previsível e imprevisível. Os efeitos previsíveis 
podem se dividir em: toxicidade por superdosagem, efeito secundário (reação 
provocada pelo efeito principais do fármaco em um sítio diferente do alvo principal), 
efeito colateral e interações medicamentosas. Por sua vez, o efeito imprevisível pode 
ser dividido em: idiossincrático, alérgico e intolerância. 
Fármaco: substancia química capaz de provocar algum efeito terapêutico no 
organismo. 
Fórmula farmacêutica: é o conjunto de substâncias que compõem a forma pela qual 
os medicamentos são apresentados e possui os seguintes componentes: princípio 
ativo (agente químico), o corretivo (sabor, corantes, açúcares) e o veículo (dá volume, 
em forma de talco, pós). 
Forma farmacêutica: forma de apresentação do medicamento: comprimidos, 
capsulas, xaropes. 
Índice terapêutico: relação entre a DL50 e a DE50, pode ser um indicativo da 
segurança do fármaco. 
Interação medicamentosa: efeito resultante da infeção entre dois fármacos, 
podendo como resultado final ocorrer o aumento, redução ou atenuação do efeito 
farmacológico de ou mais fármacos envolvidos. 
Janela terapêutica: faixa entre a dose mínima eficaz e máxima eficaz 
Remédio: qualquer tratamento faca bem a saúde do paciente, o conceito de remédio 
é bem mais amplo, envolvendo até mesmo o medicamento. 
Prescrição medicamentosa: é o documento ou a principal fonte de informações. 
Nela deve constar o nome do paciente, a data da prescrição, o registro e o nome do 
medicamento, a dose, a frequência e horário da administração e a assinatura e 
carimbo do profissional. Só poderá ser verbal em situação de emergência. 
Princípio Ativo: É a substância que existe na composição do medicamento, 
responsável por seu efeito terapêutico. Também pode ser chamado fármaco. 
 
9 
 
 
 
 
Medicamentos Simples: Aqueles usados a partir de um único fármaco. Ex. Xarope 
de Vitamina C. 
Medicamento Composto: São aqueles preparados a partir de vários fármacos. Ex.: 
Comprimido de Ácido Salicílico+ Cafeína. Medicamento de Uso Externo: São aqueles 
aplicáveis na superfície do corpo ou nas mucosas. Ex.: Cremes, Xampus... 
Medicamentos de Uso Interno: São aqueles que se destinam à administração no 
interior do organismo por via bucal e pelas cavidades naturais (vagina, nariz, ânus, 
ouvidos, olhos etc.) 
Medicamentos de Manipulação: São aqueles preparados na própria farmácia, de 
acordo com normas e doses estabelecidas por farmacopeia ou formulários e com uma 
designação uniforme. 
Potencialização: Efeito que ocorre quando um fármaco aumenta ou prolonga a ação 
de outro fármaco. 
Pró-droga: fármaco que necessita ser ativado no organismo para ação terapêutica. 
2.2 Origem dos medicamentos 
Segundo a sua origem os medicamentos podem ser: 
• Naturais: extraídos de órgãos, glândulas, plantas ou peçonhas de animais. Ex: 
Insulinas 
• Sintéticos: preparados com o auxílio de matéria-prima natural, são resultados 
exclusivamente do trabalho de laboratórios. Ex: alguns antibióticos. 
• Semi-Sintéticos: resultam de alterações produzidas em substâncias naturais, 
com a finalidade de modificarem as características das ações por elas 
exercidas. 
2.3 Ação dos medicamentos 
 Os medicamentos agem no organismo vivo sob várias maneiras, produzindo 
efeito ou ação. 
 
10 
 
 
 
 
• Ação Local: Aquele que exerce seu efeito no local da aplicação, sem passar 
pela corrente sanguínea (pomadas e colírios). 
• Ação Geral ou Sistêmica: A medicação é primeiramente absorvida, depois 
entra na corrente sanguínea para atuar no local de ação desejado. Para 
produzir um efeito geral, é necessário que o medicamento caia na corrente 
sanguínea, pois através dela o medicamento atinge o órgão ou tecido sobre o 
qual tem ação específica. 
• Ação Remota: Ocorre em partes distantes do organismo. Uma droga pode 
estimular um órgão que por sua vez estimula outro. (digitalina = coração = 
aumenta a circulação = maior atividade diurética). 
• Ação Local Geral: Uma droga aplicada poderá produzir um efeito local, ser 
absorvida e provocar um efeito geral. Ex: Epinefrina aplicada na mucosa nasal 
= estanca a hemorragia = absorção da corrente circulatória = aumento da 
pressão arterial. 
2.4 Formas de apresentação dos medicamentos 
Os medicamentos são apresentados no mercado nos seguintes estados: 
sólido, líquido e gasoso. 
• Sólido: a) Comprimidos: possuem consistência sólida e formato variável. São 
obtidos pela compreensão em moldes da substância medicamentosa. b) Pó: 
Deve ser tomado em colheradas ou é acondicionado em saches. (Fluimucil). c) 
Drágeas: O princípio ativo está no núcleo da drágea,contendo revestimento 
com goma-laca, açúcar e corante. São fabricados em drágeas os 
medicamentos que não devem ser administrados em forma de comprimidos, 
por apresentarem: sabor desagradável, exigem absorção no intestino, 
medicamentos que atacam a mucosa e/ou que devem ser deglutidos com 
facilidade. d) Cápsulas: O medicamento está revestido por um invólucro de 
gelatina para eliminar sabor desagradável, facilitar a deglutição e/ou facilitar a 
liberação do medicamento na cavidade gástrica. e) Pastilhas: É um preparado 
sólido, de forma circular com o princípio ativo unido com açúcar e uma 
 
11 
 
 
 
 
mucilagem para que a dissolução seja lenta na cavidade oral. f) Enema, clister, 
enteroclisma, lavagem ou irrigação: Sua composição varia de acordo com a 
indicação. g) Supositórios: óvulos ou lápis - tem formato cônico ou oval, 
destina-se à aplicação retal, pode ter ação local ou sistêmica. 
• Pomadas: Formas pastosas ou semi-sólidas constituídas de veículos oleosos, 
o princípio ativo é o pó. i) Cremes: São exclusivamente para uso tópicos, na 
epiderme (com ação epidérmica, endodérmica), vaginais e retais. 
• Líquidos: a) Soluções: mistura homogênea de líquidos ou de um líquido e um 
sólido. b) Xarope: Solução que contém dois terços de açúcar. c) Elixir: São 
preparações líquidas, hidroalcóolicas; açucaradas ou glicerinadas, destinadas 
ao uso oral, contendo substâncias aromáticas e medicamentosas. d) Emulsão: 
Preparação feita de dois líquidos, óleo e água. e) Colírios: Soluções aquosas 
para uso na mucosa ocular. 
• Gasosos: a) Gás: Oxigênio. b) Aerossol: Aerolin spray. 
3 FARMACOCINÉTICA 
 
Fonte: pixabay.com.br 
A farmacocinética está inserida na dinâmica de interação entre fármaco e 
corpo. Consiste na absorção, distribuição, biotransformação e excreção de fármacos. 
 
12 
 
 
 
 
Estes fatores, associados à dose, determinam a concentração da droga em seus 
locais de ação e, portanto, a intensidade dos seus efeitos em relação ao tempo 
(GOODMAN; GILMAN, 2012). 
3.1 Princípios farmacocinéticos 
Na prática terapêutica, os fármacos devem ser capazes de atingir um local de 
ação especifico após a administração por uma via própria. Em termos bem simplistas, 
a farmacocinética costuma ser referida como "o que o corpo faz com o fármaco" - 
envolve processos que vão desde a absorção até a excreção do medicamento. 
Quando um fármaco é administrado por via enteral, especialmente a via oral, ele deve 
ser absorvido no sangue a partir do seu sítio de administração (como o 
intestino), distribuído para o tecido alvo, onde será o sítio de ação (como o cérebro, 
no caso de um medicamento benzodiazepínico, como o clonazepam), e finalmente, 
depois de provocar o seu efeito, o fármaco deve ser eliminado a uma velocidade 
razoável por excreção do corpo. 
Em alguns casos, a substância química administrada é absorvida 
imediatamente e distribuída e somente depois é convertida no fármaco ativo pelos 
processos biológicos no interior do corpo. Esses são chamados de pró-fármaco. 
Os pró-fármacos são derivados química e farmacologicamente inativo da 
molécula matriz, que requer transformação no organismo para liberar o 
fármaco ativo, processo chamado de latenciação (KOROLKOVAS, 1988, 
apud CHIN 1998. p. 75). 
A latenciação é a modificação química utilizada para converter um composto 
biologicamente ativo em forma de transporte inativo. O pró-fármaco que é uma forma 
inativa do fármaco sofre um ataque enzimático ou químico liberando assim a forma 
ativa. 
Alguns critérios devem ser considerados durante o planejamento do pró-
fármaco: 
• Existência de grupos funcionais na molécula matriz capazes de sofrer 
derivatização; 
 
13 
 
 
 
 
• Existência de mecanismos e/ou sistemas no organismo capazes de bioativar o 
pró-fármaco; 
• Facilidade e simplicidade da síntese e purificação do pró - fármaco; 
• Estabilidade química do pró-fármaco; 
• Regeneração, in vivo, da molécula matriz, em quantidades ideais; 
• Toxicidade do transportador e do pró-fármaco per se. 
Dessa forma, a latenciação permite, mediante a escolha de transportadores 
adequados, via de regra desprovidos de atividade biológica, o aprimoramento 
das propriedades do fármaco (CHUNG, 2005, apud CHIN 1998. p. 76). 
Pró – fármacos são subdivididos em: 
• Pró- fármacos clássicos; 
• Bioprecursores; 
• Pró- fármacos mistos; 
• Fármacos dirigidos; 
• Fármacos recíprocos. 
Pró-fármacos clássicos promovem a melhoria da atividade terapêutica por 
aumento de biodisponibilidade, diminuição da toxicidade, prolongamento da ação, 
aumento da seletividade, mediante a escolha de transportador adequado, geralmente 
de caráter lipofílico. Um exemplo é o Valaciclovir, pró-fármaco do Aciclovir. 
Bioprecursores: não apresentam transportadores e são obtidos por 
modificações moleculares. Como exemplo são os medicamentos: Azitromicina (AZT), 
Metronidazol e Enalapril. 
Pró-fármacos mistos: têm características de pró-fármacos clássicos e de 
bioprecursor. É uma molécula inerte que requer várias reações químicas para a sua 
conversão à forma ativa. O sistema CDS (Chemical Delivery System) é um exemplo. 
Foi originalmente empregado para liberação da forma ativa no cérebro. Nesse 
sistema, o transportador é biotransformado após atravessar a barreira 
hematoencefálica (BHE), sofrendo primeiramente oxidação e assim tornando-se 
positivamente carregado e acumulando-se no SNC, onde sofre em seguida, reação 
de biotransformação para liberar o fármaco ativo. 
 
14 
 
 
 
 
Vários fármacos foram desenvolvidos utilizando o sistema CDS, como por 
exemplo, para doença de Alzheimer foram desenvolvidos vários pró-fármacos anti-
inflamatórios derivados de diclofenaco e do ibuprofeno. 
Fármacos dirigidos, os transportadores utilizados nesta forma latente são 
capazes de transportar os fármacos seletivamente do local de administração até o 
sítio de ação (receptores específicos). O objetivo principal do fármaco dirigido é 
minimizar as reações adversas provocadas pela ação inespecífica do fármaco em 
outros alvos, diminuindo, pois, a toxicidade. 
Pró - fármacos recíprocos, caracterizam-se por seu transportador, 
diferentemente dos pró-fármacos clássicos, também possuir atividade 
terapêutica. Dessa forma, pode-se obter pró-fármaco com atividades 
terapêuticas diferentes ou semelhantes, atuando por mecanismos da ação 
diferentes ou iguais (SINGH, 1994, apud CHIN 1998. p. 76). 
Exemplo: pró-fármaco de sulfapiridina e ácido aminossalicílico (5- ASA). 
3.2 Absorção 
 
Fonte: slideplayer.com.br 
 
A absorção consiste na passagem da droga do seu local de aplicação até a 
corrente sanguínea. Raramente, o fármaco é administrado diretamente em seu tecido 
alvo como acontece, por exemplo, na aplicação tópica de um agente anti-inflamatório 
 
15 
 
 
 
 
na pele ou na membrana mucosa. O mais comum é a administração em um 
compartimento diferente do corpo. Exemplo: um fármaco com ação no SNC, que foi 
administrado por uma via oral, necessita que a substância seja absorvida no intestino, 
e ao chegar no sangue, seja distribuída para seu local de ação, permeando através 
das barreiras que separam esses compartimentos. 
Quando um fármaco é administrado por via oral, para que produza um efeito 
no Sistema Nervoso Central (SNC), vai precisar passar pelas: Barreiras da parede do 
intestino → barreiras das paredes dos capilares que perfundem o intestino → barreira 
hematoencefálica → paredes dos capilares que perfundem o cérebro. E normalmente 
após fazer surgir o efeito desejado, um fármaco deve ser eliminado a uma taxa 
razoável por meio de inativação metabólica conhecido como processo de 
biotransformação e assim com a formação de metabólitos inativos poderá ser 
eliminado do corpo, através do processo de excreção. 
Normalmente, cerca de 75% de um fármaco administrado por via oral são 
absorvidos em 1-3 horas, entretanto, numerosos fatores alteram essa absorção,alguns fisiológicos e outros relacionados com a formulação do fármaco (RANG., 
2010). Os fatores que influenciam, incluem: 
• Fatores físico-químicos; 
• Transito gastrintestinal; 
• Tamanho das partículas e tipo de formulação; 
• Fluxo sanguíneo esplâncnico. 
Para atravessar a luz do intestino delgado para a circulação sistêmica, a 
substância não apenas deve penetrar na mucosa intestinal, como também deve 
passar por uma gama de enzimas que podem inativá-la na parede intestinal e no 
fígado. O termo biodisponibilidade é utilizado para indicar a proporção da substância 
que passa para a circulação sistêmica após administração oral, levando em 
consideração tanto a absorção quanto a degradação metabólica local. A absorção 
diretamente a partir da cavidade oral, que acontece nas administrações sublinguais, 
é muito útil quando existe necessidade de obter uma resposta rápida, particularmente 
quando o fármaco é instável em pH gástrico ou é rapidamente metabolizado pelo 
fígado. Como por exemplo, o trinitrato de glicerina que é absorvido pela boca (via 
 
16 
 
 
 
 
sublingual) e passa diretamente para a circulação sistêmica sem penetrar no sistema 
portal, escapando, do metabolismo de primeira passagem. 
3.3 Distribuição 
O conceito de biodisponibilidade, no sentido restrito, é o termo empregado 
para descrever a fração da dose administrada de um produto farmacêutico 
capaz de alcançar a circulação sistêmica e exercer ação terapêutica. Este 
parâmetro expressa a extensão e a velocidade das fases biofarmacêutica e 
farmacocinética da substância ativa (REYNOLDS, 1993, apud MOURA, 
2002). 
Após ser absorvido ou injetado na corrente sanguínea, o fármaco distribui-se 
para os líquidos intersticial e celular. Padrões de distribuição dependem de 
determinados fatores fisiológicos e propriedades físico-químicas das substâncias. 
Pode ser diferenciada uma fase inicial de distribuição que remete o débito cardíaco e 
o fluxo sanguíneo regional. O coração, o fígado, os rins, o cérebro e outros órgãos 
bem profundidos recebem a maior parte dos fármacos durante os primeiros minutos 
após a sua absorção. O aporte do fármaco à musculatura, à maioria das vísceras, à 
pele e ao tecido adiposo é mais lento, e estes tecidos exigem de minutos a algumas 
horas para ser atingido um estado de equilíbrio dinâmico. 
Os principais compartimentos são: 
• O plasma (5% do peso corporal). 
• O líquido intersticial (16%). 
• O líquido intracelular (35%). 
• O líquido transcelular (2%). 
• A gordura (20%). 
O volume de distribuição (Vd) é um outro parâmetro fundamental na discussão 
dos processos de distribuição farmacológica. O volume de distribuição (Vd) relaciona 
a concentração de fármaco no organismo com a concentração de fármaco (C) no 
sangue e no plasma, dependendo do líquido medido. Este volume não se refere 
necessariamente a um volume fisiológico identificável, mas apenas ao volume de 
líquido que seria necessário para conter todo o fármaco no organismo na mesma 
concentração em que se encontra no sangue ou no plasma: 
 
17 
 
 
 
 
Vd = Quantidade de fármaco no organismo /C 
Substâncias insolúveis em lipídios estão principalmente confinadas no plasma 
e ao líquido intersticial; a maioria não penetra no cérebro após administração aguda, 
assim tem sua distribuição limitada e seus locais de ação potenciais, também são 
limitados. Outro fator que limita a distribuição do fármaco é a ligação às proteínas 
plasmáticas, principalmente, à albumina no caso de fármacos ácidos, e à alfa-ácido-
glicoproteína no caso de substâncias básicas. 
Os fármacos podem acumular-se nos tecidos de acordo com a dose 
administrada e afinidade com os tecidos. As substâncias lipossolúveis, por exemplo, 
alcançam todos os compartimentos e podem acumular-se no tecido adiposo para 
substâncias que acumulam fora do compartimento plasmático, (por exemplo, no tecido 
adiposo ou por estarem ligados a tecidos), o Vd pode ultrapassar o volume corporal 
total. 
3.4 Biotransformação e excreção 
O metabolismo de fármacos compreende o conjunto de reações enzimáticas 
que biotransformam fármacos e outros compostos estranhos (xenobióticos) em 
metabólitos de polaridade crescente, para que sejam excretados pela urina. O 
metabolismo desempenha, assim, um importante papel na eliminação de fármacos, e 
impede que estes compostos permaneçam por tempo indefinido no nosso organismo. 
As reações metabólicas são divididas em fase 1 (oxidação, redução e 
hidrólise) e fase 2 (conjugação). Os produtos de degradação (metabólitos), 
por sua vez, podem ser inativos ou ativos. Em relação ao fármaco de origem, 
os metabólitos ativos podem agir por mecanismos de ação similares ou 
diferentes, ou até mesmo por antagonismo. O conhecimento da cinética da 
formação dos metabólitos ativos é importante não apenas para previsão do 
resultado terapêutico, mas também para explicar a toxicidade de um dado 
fármaco (LIN, 1997, apud PEREIRA, 2007). 
Os compostos são removidos do organismo para o meio externo através do 
processo chamado excreção. A remoção de um fármaco do organismo humano pode 
ocorrer através de várias vias: renal, biliar, intestinal, pulmonar, além do suor, saliva, 
secreção nasal, e, leite materno. A principal via de excreção de fármacos é constituída 
 
18 
 
 
 
 
pelo sistema renal, entretanto há outras vias de grande importância, como por 
exemplo, a via pulmonar (muito importante para fármacos voláteis como o álcool e 
anestésicos gasosos), leite materno, sistema biliar (é uma via muito importante para 
fármacos que dependem do ciclo enterohepático como os contraceptivos hormonais, 
cloranfenicol, tetraciclinas, rifampicina e digoxina), lágrimas, saliva (atualmente muitos 
fármacos e substâncias endógenas tem sido monitorados por meio de sua 
concentração salivar), suor, fecal entre outras. 
4 VIAS DE ADMINISTRAÇÃO E FORMAS FARMACÊUTICAS 
 
Fonte: NatueLife.com.br 
 Vias de administração correspondem ao local que o fármaco entra em contato 
com o organismo, liberando a quantidade adequada do medicamento para que ocorra 
o efeito terapêutico desejado. A resposta terapêutica depende de fatores como a 
concentração do princípio ativo, seu transporte pelos líquidos corporais através das 
membranas biológicas, bem como a resistência à degradação metabólica. A via de 
administração e a formulação terapêutica influenciam diretamente na 
biodisponibilidade de um medicamento. Além disso, ambos podem ser fatores 
importantes na adesão do paciente ao tratamento. 
 
19 
 
 
 
 
A forma farmacêutica e a via de administração podem influenciar a 
seletividade de um medicamento e, portanto, suas indicações clinicas. As três 
principais vias de administração são: Oral ou per os, parenteral e retal 
(MAGALHÃES, 1985 apud MONTANHA 2013). 
A partir da forma farmacêutica e a via de administração, a dose eficaz de um 
medicamento pode mudar, considerando que os fármacos administrados por via 
intravenosa entram diretamente na circulação sistêmica e aqueles administrados por 
via oral raramente são absorvidos de forma completa até a circulação sistêmica, 
devido às diversas barreiras físicas, químicas e fisiológicas presentes. Dessa forma, 
uma dose mais baixa é indicada para a administração parenteral (injetável) em relação 
à oral, para obter os mesmos níveis sanguíneos e efeitos clínicos. 
A escolha da via de administração de um medicamento é norteada pelos 
seguintes fatores: tipo de ação desejada se é local ou geral, rapidez da ação desejada, 
esta orienta, por exemplo, se deve ser preferida a via inta-muscular ou a intravenosa 
em determinados casos, e a natureza do medicamento, os voláteis pela via pulmonar 
(anestésicos inalatórios); os que resistem ao sulco gástrico podem ser dados pela via 
oral, os que não resistem ao sulco gástrico devem ser administrados por via 
parenteral, se cáustico, só deve ser dado por via intravenosa; os insolúveis nãodevem 
ser administrados por via parenteral. As vias de administração dos fármacos podem 
ser a grupados da seguinte maneira. A via oral é a administração do fármaco através 
da cavidade bucal, sua principal finalidade é conduzir o medicamento ao estomago e 
intestino, para aí ser absorvidos e levado por via sanguínea aos tecidos susceptíveis. 
Embora algumas soluções para uso oral, em forma aquosa ou de elixir, e suspensão 
estejam comercialmente disponíveis, a maioria das formas para a dosagem oral são 
sólidas. Como limitações desta via temos: inativação do medicamento pelo suco 
digestivo, incerteza da quantidade absorvida e possibilidade de ação irritante sobre a 
mucosa. 
A via sublingual permite a retenção do fármaco por tempo mais prolongado. 
Propicia uma rápida absorção de pequenas doses de alguns fármacos, 
devido à vasta vascularização sanguínea e a pouca espessura da mucosa 
sublingual, permitindo a absorção direta na corrente sanguínea (LIMA, 2008 
apud MONTANHA, 2013). 
 
20 
 
 
 
 
As vias transmucosas ou tópicas são utilizadas normalmente para a obtenção 
de efeitos terapêuticos não sistêmicos, isto é, localizados, no entanto pode haver 
absorção de certos medicamentos pela pele integra. 
A via parenteral entende se por todas as vias de administração que exigem 
que se pratiquem uma abertura na pele ou nas mucosas para se atingir os 
tecidos susceptíveis (MAGALHÃES, 1985, apud MONTANHA, 2013). 
A administração parenteral das drogas implica evitar-se o trato gastrointestinal. 
As vias parenterais incluem injeções intravenosas (IV), intramuscular (IM), e 
subcutânea (SC). A via intravenosa tem como vantagem a obtenção rápida de efeitos, 
a possibilidade de administração de grandes volumes, em infusão lenta, e de 
substancias irritantes. Tem como desvantagem riscos de embolia, infecções por 
contaminação, sendo imprópria para substâncias oleosas ou insolúveis. A via 
subcutânea é preferível quando se necessita quem medicamento seja absorvido de 
forma lenta e continua. Esta via tem como desvantagem a absorção constante para 
soluções e lenta para suspensões e “pellets”, tem como vantagem a facilidade de 
produzir sensibilização e, ainda, dor e necrose, quando utilizadas substâncias 
irritantes. A via intramuscular tem a vantagem de absorção relativamente rápida, 
sendo adequada para administração de volumes moderados, de veículos aquosos, 
oleosos, suspensão ou preparação de depósitos. Suas desvantagens são a dor e o 
aparecimento de lesões musculares pela aplicação de substâncias irritantes ou de pH 
distante da neutralidade, promovendo o aparecimento de processos infamatórios. A 
via inalatória pode ser utilizada normalmente quando o agente terapêutico é um gás, 
tendo, em medicina veterinária, utilização restrita à anestesia. Estes agentes 
anestésicos gasosos e líquidos voláteis, administrados por inalação, são rapidamente 
absorvidos na circulação sistêmica através do epitélio alveolar. A via retal é a 
administração de medicamentos através do reto, para que sejam absorvidas pelo 
plexo hemorroidal, o quadro abaixo resume as principais vias de administração de 
fármaco e suas respectivas formas farmacêuticas. 
 
21 
 
 
 
 
 
Fonte: ANSEL, 2007. 
4.1 Interação entre fármacos 
É a ação combinada de uma ou mais drogas, administradas sucessiva ou 
simultaneamente, podendo induzir a efeitos benéficos ou maléficos. Essas interações 
podem ser do tipo sinérgica ou antagônica. 
Tipos de sinergismo: 
Adição: os efeitos de duas drogas são iguais aos efeitos de cada uma delas 
isoladamente (efeito AB = A + B). 
Potencialização: cocaína inibe a captação de noradrenalina e epinefrina, a 
aumentando a contração muscular (efeito AB > A + B). 
Tipos de antagonismo 
Antagonismo químico: droga A e droga B interagem em solução (antes da 
administração) e ocorre inativação, precipitação ou diminuição do efeito de uma delas. 
Exemplo: quelantes se ligam aos metais pesados e diminuem sua toxicidade. 
Antagonismo fisiológico ou funcional: efeito da droga A é oposto ao da 
droga B, de modo que uma droga anula o efeito da outra. Exemplo: curare que atua 
como relaxante muscular, diminuindo o efeito da estricnina, que tem ação 
convulsivante. 
 
22 
 
 
 
 
Antagonismo farmacológico competitivo: droga A e droga B se ligam ao 
mesmo receptor e competem por ele quando administradas sucessiva ou 
simultaneamente. 
Antagonismo competitivo reversível: uma droga antagonista se liga ao 
receptor e impede a ligação da droga agonista. No entanto, quando se aumenta a 
concentração do agonista, ele desloca o antagonista do receptor e se liga ao receptor. 
Em outras palavras, a substância com maior concentração no receptor é quem se liga 
e desenvolve seu efeito. 
Antagonismo competitivo irreversível: a droga antagonista se liga 
irreversivelmente ao receptor, levando ao aumento da concentração do agonista, sem 
deslocar o antagonista do receptor. 
Antagonismo farmacocinético: droga A interfere na absorção, distribuição, 
metabolismo ou excreção da droga B. 
Exemplo de interação na absorção: antiácidos como sal de frutas aumentam 
o pH estomacal e diminuem a absorção de drogas ácidas como ácido acetilsalicílico 
(AAS). 
Exemplo de interação na distribuição: a fenilbutazona, um anti-inflamatório, 
diminui a ligação da warfarina, um anticoagulante, às proteínas plasmáticas, 
aumentando sua distribuição e, em consequência, seus efeitos (hemorragias). 
Exemplo de interação no metabolismo: dissulfiram diminui o metabolismo da 
warfarina, reduzindo a coagulação sanguínea e favorecendo a hemorragia. 
Exemplo de interação na excreção: bicarbonato de sódio aumenta a 
excreção urinária de fármacos ácidos como ácido acetilsalicílico (AAS). 
 
 
23 
 
 
 
 
5 FARMACODINÂMICA 
 
Fonte: tuasaude.com 
A Farmacodinâmica investiga os efeitos dos fármacos nos organismos, seus 
mecanismos de ação e a relação entre a dose e efeito (GOODMAN, 2012). 
Princípios gerais: 
• As moléculas do fármaco precisam estar ligadas a constituintes específicos 
das células para produzirem efeito. 
• Receptores: qualquer molécula a qual uma substância se liga para iniciar seus 
efeitos. 
Sítios de ligação: 
• Proteínas alvo; 
• Enzima; 
• Molécula transportadora; 
• Canal iônico; 
• Receptor. 
 
24 
 
 
 
 
5.1 Interação fármaco – receptor 
A ativação do receptor é a capacidade da molécula ligada de desencadear uma 
resposta tecidual, exemplificando temos como modelo “chave-fechadura”. 
 
O termo “relação estrutura-atividade” compreende o estudo dos efeitos que a 
estrutura química de um composto ligante pode causar durante sua interação 
com o receptor biológico e, assim, racionalizar os principais fatores que 
comandam esta interação (ARROIO, 2010, apud BENITE,2019, p.574). 
A ligação de um fármaco com seu receptor biológico é determinada por forças 
intermoleculares, como: interações lipofílicas, polares, eletrostáticas entre outros. 
Sendo assim, substâncias que apresentam propriedades farmacológicas e 
terapêuticas ao interagirem com um alvo específico que pode ser uma enzima, um 
receptor, um canal iônico ou qualquer outra macromolécula biológica, devem possuir 
uma estrutura tridimensional de forma que as disposições de seus grupos funcionais 
permitam uma maior complementariedade ao sítio de ligação. Quanto melhor o 
“encaixe” e a complementaridade das propriedades de um fármaco, maior será sua 
afinidade e logo maior será sua atividade biológica. 
Agonista: substância biologicamente ativa que ao ligar-se ao receptor causa efeito. 
Antagonista: substância que ao ligar-se ao receptor não produz efeito. 
 
Figura adaptada: BARREIRO, 2001. 
 
 
25 
 
 
 
 
Mecanismos de ação dos fármacos 
 A interação fármaco-receptor compreende duas fases: 
1. Complexação do fármaco com o receptor. 
2. Produção do efeito. 
 Além da afinidade ao receptor é necessário que o fármacotenha atividade 
intrínseca, isto é, capacidade de formar um complexo fármaco-receptor que produza 
efeito biológico. Logo somente o agonista possui atividade intrínseca. 
Existem dois centros no receptor farmacológico: 
• Específico ou crítico que interage com os grupos farmacológicos do 
agonista. 
• Inespecífico ou não crítico que se complexa principalmente com os grupos 
apolares do antagonista. 
Os fármacos ditos estruturalmente inespecíficos são aqueles que dependem 
única e exclusivamente de suas propriedades físico-químicas, (coeficiente de 
partição, pKa) para promoverem o efeito biológico. Os anestésicos gerais são 
um exemplo clássico de substâncias que pertencem a esta classe de 
fármacos, uma vez que seu mecanismo de ação envolve a depressão 
inespecífica de biomembranas lipo-protéicas, elevando o limiar de 
excitabilidade celular ou a interação inespecífica com sítios hidrofóbicos de 
proteínas do sistema nervoso central, provocando perda da consciência. 
Neste caso específico, em que a complexação do fármaco com 
macromoléculas da biofase dá-se predominantemente através de interações 
de Van der Walls, a potência do fármaco está diretamente relacionada com a 
sua lipossolubilidade (FOYE, 1995 apud BARREIRO, 2001). 
Em alguns casos, a alteração das propriedades físico-químicas decorrentes de 
modificações estruturais de um fármaco pode alterar seu mecanismo de interação 
com a biofase. Um clássico exemplo encontra-se na classe dos anticonvulsivantes. O 
pentobarbital é estruturalmente específico e tem ação sobre o receptor Ácido gama-
aminobutírico (GABA) ionóforo. A simples substituição de um átomo de oxigênio por 
um átomo de enxofre produz o tiopental, cuja lipossolubilidade é maior e tem ação 
anestésica inespecífica. 
Os fármacos estruturalmente específicos exercem seu efeito biológico pela 
interação seletiva com uma determinada biomacromolécula alvo, que apresenta na 
maior parte dos casos propriedades de enzima, proteína sinalizadora (receptor), canal 
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26 
 
 
 
 
iônico ou ácido nucléico. O reconhecimento do fármaco (micromolécula) pela 
biomacromolécula depende do arranjo espacial dos grupamentos funcionais e das 
propriedades de superfície da micromolécula, que devem ser complementares ao sítio 
de ligação localizado na macromolécula, o sítio receptor. A complementaridade 
necessária para a interação da micromolécula com a biomacromolécula receptora 
pode ser ilustrada simplificadamente pelo modelo “chave-fechadura”. Neste modelo 
podemos comparar a biomacromolécula com a fechadura, o sítio receptor com o 
“buraco da fechadura” e as diferentes chaves com ligantes do sítio receptor, isto é, 
regiões da micromolécula que vão interagir diretamente com a macromolécula. Neste 
caso específico “abrir a porta” ou “não abrir a porta” representariam as respostas 
biológicas desta interação. Na imagem a seguir, pode ser evidenciado três principais 
tipos de chaves: a) a chave original, que se encaixa adequadamente com a fechadura, 
permitindo a abertura da porta, corresponderia ao agonista natural (endógeno) ou 
substrato natural, que interage com o sítio receptor da biomacromolécula localizado 
respectivamente em uma proteína ou enzima, desencadeando uma resposta 
biológica; b) a chave modificada, com propriedades estruturais que a tornam 
semelhantes à chave original e permitem seu acesso à fechadura e a abertura da 
porta, corresponderia a um agonista modificado da biomacromolécula, sintético ou de 
origem natural, capaz de reconhecer complementarmente o sítio receptor e 
desencadear uma resposta biológica qualitativamente idêntica àquela do agonista 
natural; e c) a chave falsa, que apresenta propriedades estruturais mínimas que 
permitem seu acesso à fechadura, sem ser capaz, entretanto de permitir a abertura 
da porta, corresponderia ao antagonista, sintético ou de origem natural, capaz de ligar-
se ao sítio receptor sem promover a resposta biológica e bloqueia a ação do agonista 
endógeno e/ou modificado, ocasionando uma resposta qualitativamente inversa 
àquela do agonista. 
 
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27 
 
 
 
 
 
Fonte: qnint.sbq.org.br/novo/index.php?hash=tema.15 
Receptores 
Os receptores consistem em elementos sensoriais no sistema de 
comunicações químicas que coordena a função de todas as diferentes células do 
corpo, sendo que os mensageiros químicos são representados por vários hormônios, 
transmissores e outros mediadores. Os receptores podem induzir diversos efeitos 
celulares. 
Classificação: 
• Tipo 1: canais iônicos regulados por ligantes - Inotrópicos. 
• Tipo 2: receptores acoplados à proteína G - Metabotrópicos. 
• Tipo 3: receptores ligados à proteína quinase e receptores relacionados. 
• Tipos 4: receptores nucleares. 
 
http://qnint.sbq.org.br/novo/index.php?hash=tema.15
 
28 
 
 
 
 
 
Fonte: RANG, 2012. 
Características importantes dos receptores Tipo 1: canais iônicos regulados por 
ligantes - Inotrópicos: 
• Regulados por ligantes; 
• Ligantes = fármaco ou substância endógena. 
• Receptor = proteína de membrana: 
• Sítio de ligação extracelular. 
• São acoplados a canais iônicos. 
• São receptores de ação rápida: 
Exemplos: Nicotínico, Glutamato e Gaba (figura abaixo). 
 
 
29 
 
 
 
 
 
Fonte: WordPress.com 
 
Receptor tipo 2 ou metabotrópico ou acoplado à proteína G, contêm sete α 
hélices transmembrana (hepta-helicoidal) com um domínio N-terminal 
extracelular e um domínio C terminal intracelular. A proteína G se liga no 
domínio intracelular e vai atuar no sistema efetor (proteínas efetoras) que 
podem ser enzimas ou canais iônicos. A proteína G, portanto, é responsável 
em propagar a informação veiculada pela substância que se ligou ao domínio 
extracelular (FANELLI,2005, apud HOELZ, 2013 p. 983). 
Exemplos de receptores metabotrópicos: 
• Receptores hormonais; 
• Receptores muscarínicos da acetilcolina (lentos); 
• Receptores adrenérgicos; 
• Receptores opioides. 
A ação desses receptores é lenta porque necessitam de mensageiros (proteína 
G) para propagar a informação. 
 Proteína G, são proteínas ancoradas a membrana interna que atuam como 
transdutores celulares reconhecendo o receptor tipo 2 e enviando a informação ao 
alvo final. É formada por três subunidades (α, β e γ). 
 
https://www.google.com/url?sa=i&source=images&cd=&ved=2ahUKEwjJj8mZ5NvlAhVYJrkGHXudDGcQjB16BAgBEAM&url=https%3A%2F%2Fwaitimstudying.wordpress.com%2F2017%2F05%2F30%2Fsistema-nervoso-somatico-e-autonomo%2F&psig=AOvVaw1NzmqHiqiCWn6FWSokqCJf&ust=1573342634707445
https://www.google.com/url?sa=i&source=images&cd=&ved=2ahUKEwjJj8mZ5NvlAhVYJrkGHXudDGcQjB16BAgBEAM&url=https%3A%2F%2Fwaitimstudying.wordpress.com%2F2017%2F05%2F30%2Fsistema-nervoso-somatico-e-autonomo%2F&psig=AOvVaw1NzmqHiqiCWn6FWSokqCJf&ust=1573342634707445
 
30 
 
 
 
 
 
 Fonte: RANG, 2007. 
A cascata de ativação intracelular começa com a ação de uma proteína auxiliar: 
GEF. A proteína GEF desloca GDP e dá lugar à ligação de GTP, configurando o 
estado ativo da proteína. A subunidade α dissocia-se do dímero βγ e inicia cascatas 
de sinalização intracelular, como pode ser observado na figura acima. O início da 
cascata de sinalização intracelular resulta em ativação dos efetores (aqueles que 
recebem o estímulo) como: 
• Adenilato ciclase; 
• GTPase; 
• Fosfolipases; 
• Cinases ou Quinases. 
Os receptores ligados à proteína quinase do tipo 3, estão ligados a quinases. 
É um composto de uma cadeia com até mil resíduos. O domínio extracelular 
é ligado por uma α hélice ao domínio intracelular, e este possui atividade 
enzimática. Esses receptores estão relacionados às ações de fatores de 
crescimento, citocinas e hormônios como a insulina, cujos efeitos são 
realizados, principalmente, em nível de transcrição gênica (RANG, 2003, 
apud HOELZ, 2013 p. 985). 
As proteínas quinases têm como função fosforilar proteínas efetoras 
intracelulares e, comoresultado há alterações na atividade bioquímica destas, já que 
receberam fosfato, e sofreram interações com outras. 
Principais tipos de receptores tipo 3: 
 
31 
 
 
 
 
• Receptores tirosina quinase (RTKs) incorporam uma porção de tirosina 
quinase na região intracelular desse receptor. Fosforilam proteínas que 
tenham resíduos de tirosina. Os receptores de insulina são RTKs, assim como 
os receptores para fator de crescimento epidérmico e neural. 
• Receptores de serina/treonina quinases fosforilam resíduos de serina e/ou 
treonina. Exemplo: fator de transformação de crescimento. 
• Receptores de citocinas não possuem atividade enzimática intrínseca. Atuam 
ativando proteínas quinases citosólicas. Exemplo: receptores de citocinas, 
fatores estimuladores de colônias e hormônios do crescimento. 
• Receptores associados à guanilil ciclase: a porção enzimática é guanilil 
ciclase, e regula a formação de GMPc através da hidrólise de GTP. 
 
Mecanismo da fosforilação: 
 
• Fosforilação = quinases = adição de fosfato 
• Desfosforilação =fosfatases = retirada de fosfato 
 
 
Fonte: RANG, 2003. 
 
 
32 
 
 
 
 
6 INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS 
 
Fonte: spdm.org.br 
Uma interação medicamentosa é definida como o fenômeno que ocorre quando os 
efeitos ou a farmacocinética de um fármaco são alterados pela administração prévia 
ou coadministração de um segundo fármaco. As associações medicamentosas podem 
ser benéficas quando proporcionam um melhor efeito terapêutico ou uma redução da 
toxicidade, entretanto, podem ser prejudiciais quando favorecem o aparecimento de 
reações adversas ou diminuição do efeito de um ou ambos os fármacos. 
 
6.1 Interações farmacocinéticas 
 
Interações que afetam a absorção 
 
Geralmente as interações que afetam a absorção, são provocadas por 
medicamentos administrados por via oral (ROE, 1984, apud MOURA 2002). 
 A absorção pode ser alterada devido à: formação de complexos não 
absorvíveis: como exemplo a combinação de tetraciclinas (antibiótico) com íons 
metálicos provenientes de antiácidos e suplementos minerais. Nesse caso, ocorre a 
eliminação do antibiótico e prejuízo do seu efeito. Alteração do pH gástrico ou 
 
33 
 
 
 
 
intestinal: que afetam o equilíbrio de dissociação de medicamentos ácidos ou bases 
fracas. Como exemplo, a administração de antiácidos diminui a absorção de 
fenobarbital, pois ao aumentar o pH, predomina a forma ionizada que é menos 
lipossolúvel. Alteração da velocidade do esvaziamento gástrico e ou motilidade 
intestinal: Alguns medicamentos inibem o esvaziamento gástrico, como a 
escopolamina ou opiáceos como morfina e codeína, ou podem acelerar o 
esvaziamento como metoclopramida. Os medicamentos que aumentam a velocidade 
de esvaziamento, geralmente promovem um aumento da eliminação da substância, 
diminuindo seus efeitos e aqueles que diminuem o esvaziamento são perigosos no 
caso de ingestão de substâncias tóxicas que poderão ficar mais tempo no organismo, 
assim potencializando seus efeitos. 
 
Interações que afetam a distribuição 
 
Ao chegar à circulação sanguínea, o princípio ativo é transportado pelas 
proteínas plasmáticas, podendo atravessar barreiras para alcançar determinados 
tecidos onde será armazenado, transformado ou exercerá seus efeitos. Parte do 
medicamento administrado vai ficar ligado às proteínas e essa porção não será ativa 
farmacologicamente. Somente a porção que estiver livre no plasma, poderá 
atravessar as barreiras e chegar aos compartimentos. Assim, quando dois 
medicamentos que se ligam fortemente às proteínas são administrados 
simultaneamente, produzirão uma interação competitiva. Um dos medicamentos será 
deslocado da ligação às proteínas, aumentando a proporção de medicamento livre e 
dessa forma, aumentando sua atividade. 
 
Interações que afetam a biotransformação 
No processo de biotransformação, os medicamentos são transformados 
pelas enzimas microssomais hepáticas em frações menores, hidrossolúveis. 
As interações que acontecem nessa fase, geralmente são originadas por 
medicamentos com potencial de inibirem ou induzirem o sistema enzimático 
(FINE, 1981, apud SECOLI, 2001). 
 
34 
 
 
 
 
A inibição enzimática de sistemas como, por exemplo, do citocromo p450, das 
colinesterases e monoaminoxidases (MAO), promovem a lentificação da 
biotransformação do próprio medicamento e de outros que tenham sido administrados 
concomitantemente. Nesse processo, ocorre o acúmulo de substâncias no organismo, 
podendo assim ocorrer potencialização dos seus efeitos e aumento de toxicidade. Um 
exemplo interessante é a administração de alguns medicamentos com suco de toranja 
(grapefruit), que reduz a biotransformação da terfenadina e de outros fármacos como 
paroxetina, por inibir a enzima Citocromo CYP3A4 e assim esses medicamentos não 
são biotransformados e têm o efeito potencializado por não serem excretados do 
organismo. Já na indução enzimática, um fármaco promove o aumento da ação de 
algum sistema enzimático, promovendo o aceleramento do processo de 
biotransformação de fármacos que serão eliminados do organismo mais rapidamente 
e assim seus efeitos serão diminuídos ou não apresentarão efeito. A indução 
enzimática pode causar toxicidade de um segundo fármaco, se os seus efeitos tóxicos 
são mediados por um metabólito. A toxicidade do paracetamol é o caso, ela é causada 
pela N-acetil-p-benzoquinonaimina, que é formada pelo citocromo p450. 
Consequentemente, o risco de lesão hepática séria após uma dose excessiva de 
paracetamol e aumentada em pacientes cujo sistema citocromo p450 tenha sido 
induzido, por exemplo, com o uso crônico de álcool. Aqui então temos dois 
exemplos diferentes, no primeiro caso, o próprio medicamento (paracetamol) está 
gerando a indução, pois o aumento da dose do medicamento proporciona um 
aumento na biotransformação pelo sistema citocromo p450, considerando que em 
doses terapêuticas a maior parte do fármaco é conjugado ao ácido glicurônico ou ao 
sulfato, porém o organismo não promove a formação dos metabólitos conjugados 
quando em doses acima da terapêutica, assim o sistema citocromo p450 é 
recrutado mas promove formação do metabólito tóxico citado anteriormente que 
causa morte celular. No outro exemplo, o álcool que é um indutor enzimático do 
citocromo p450, quando administrado junto com o paracetamol, promove a 
biotransformação por essa via, promovendo a formação dos metabólitos tóxicos. Em 
alguns casos, essas interações podem ser benéficas como por exemplo a indução 
enzimática provocada pela administração de fenobarbital em prematuros para induzira 
 
35 
 
 
 
 
glucuronil transferase, portanto, aumentando a conjugação da bilirrubina e reduzindo 
o risco de icterícia. 
 
Interações que afetam a excreção 
 
Os principais mecanismos pelos quais um fármaco pode afetar a taxa de 
excreção renal de outro são: 
• alterando a ligação à proteína e, por consequência, a filtração. 
• inibindo a secreção tubular. 
• alterando o fluxo urinário e/ou o pH urinário. 
Os diuréticos tendem a aumentar a excreção urinária de outros fármacos. 
A alteração do pH urinário interfere no grau de ionização de bases e ácidos 
fracos, afetando as respostas farmacológicas e promovendo um aumento da 
reabsorção ou da excreção dos fármacos. As drogas ácidas são 
reabsorvidas em urina ácida e excretadas em urina alcalina, já as drogas 
alcalinas são reabsorvidas em urina alcalina e excretadas em urina ácida. 
Como exemplo, é comum o uso de bicarbonato de sódio para aumentar a 
excreção de ácidos fracos em casos de intoxicação com barbitúricos 
(TROVATO, 1991, apud MOURA 2002). 
Interações farmacodinâmicas 
 
A interação farmacodinâmica causa modificação do efeito bioquímico ou 
fisiológico do medicamento. Geralmente ocorre no local de ação dos medicamentos 
(receptores farmacológicos) ou através de mecanismosbioquímicos específicos, 
sendo capaz de causar efeitos semelhantes (sinergismo) ou opostos (antagonismos). 
Sinergismo é um tipo de resposta obtida a partir da associação de dois ou 
mais medicamentos, resultando em efeito maior do que os efeitos isolados. Pode 
ocorrer efeitos: 
• Aditivo: medicamentos com mesmo mecanismo de ação. 
• Somação: medicamentos que agem por diferentes mecanismos. 
• Potencialização: medicamentos que atuam em diferentes receptores 
farmacológicos. 
Do sinergismo podem surgir associações com efeitos terapêuticos ou tóxicos. 
 
36 
 
 
 
 
Antagonismo: o efeito de um fármaco pode ser diminuído ou abolido na 
presença de outro, e isso pode ocorrer através de vários mecanismos: 
Antagonismo competitivo: descreve a situação comum em que uma substância é 
ligada seletivamente a determinado tipo de receptor sem ativá-lo e impede a ligação 
deum fármaco agonista. 
 Antagonismo não competitivo: o antagonista bloqueia, em algum ponto, a 
cadeia de eventos que leva à produção de uma resposta pelo agonista. Antagonismo 
químico: nesse caso, duas substâncias se combinam em solução, de forma que o 
efeito do fármaco ativo é perdido. Como por exemplo, o uso do quelante dimercaprol 
que se liga a metais pesados e, assim, reduz a sua toxicidade. Antagonismo 
fisiológico: é a interação de duas substâncias cujas ações opostas no organismo 
tendem a anular uma à outra. Por exemplo, a histamina atua sobre os receptores das 
células parietais da mucosa gástrica, estimulando a secreção de ácido, enquanto, o 
lanzoprazol bloqueia esse efeito ao inibir a bomba de prótons, assim podemos dizer 
que as duas substâncias atuam como antagonistas fisiológicos. 
 
Interação medicamentos e nutriente 
A interação medicamento-nutriente é definida como uma alteração da cinética 
ou da dinâmica de um medicamento ou nutriente, ou ainda, o 
comprometimento do estado nutricional como resultado da administração de 
um medicamento, compreendendo-se a farmacocinética como a descrição 
quantitativa de um medicamento ou sua disposição, o que inclui a absorção, 
distribuição, metabolismo e excreção. A farmacodinâmica caracteriza-se pelo 
efeito clínico ou fisiológico do medicamento (SCHWEIGERT, 2008, apud 
LOPES, 2010). 
A maioria das drogas e dos nutrientes é absorvida no intestino delgado. As 
interações droga-nutriente podem alterar essa absorção por meio da redução do 
tempo de esvaziamento do trato digestório e pela formação de quelatos, originados a 
partir de reações entre cátions metálicos, presentes na matriz dos alimentos, com os 
fármacos, devido às suas características físico-químicas, bem como pelas mudanças 
na absorção de gorduras, das vitaminas lipossolúveis e do colesterol devido às lesões 
produzidas na mucosa intestinal. 
 
37 
 
 
 
 
Por sua vez, pode também ocorrer interação fármaco nutriente durante a fase 
farmacocinética de distribuição plasmática. Estudos demonstram que a ligação da 
droga a uma proteína plasmática pode ser alterada por uma dieta hiperlipídica. Já as 
alterações no metabolismo das drogas são geralmente afetadas pela inibição 
enzimática ou pela formação de complexos insolúveis com os nutrientes. Algumas 
drogas podem aumentar ou diminuir a excreção renal de certos nutrientes, por meio 
da filtração glomerular, interferindo na reabsorção renal dos nutrientes. As possíveis 
interações dos medicamentos com a alimentação dos pacientes podem levar ao 
prejuízo da ação do medicamento e/ou alimento, podendo causar um aumento da 
necessidade de utilização dos fármacos em tratamentos crônicos ou desnutrição, 
ocasionados aumentos no custo e no tempo de internação hospitalar. 
 
Interações medicamentos e álcool 
 
O álcool é um indutor enzimático da enzima citocromo p450 e dessa forma 
acelera a biotransformação de alguns medicamentos como, por exemplo, antibióticos, 
acarretando na redução do efeito do medicamento, por esse motivo que muitos 
medicamentos não podem ser associados como o etanol. 
 
Existe uma contraindicação específica ao uso de álcool simultâneo com 
certos antimicrobianos, como metronidazol, sulfas e cloranfenicol, pois 
causam uma reação semelhante ao dissulfiram na presença de álcool. 
(WANNMACHER, 2007, apud SILVA 2017 p.16). 
O dissulfiram é um fármaco utilizado no tratamento do alcoolismo, sua ação é 
exercida quando existe ingestão simultânea de álcool. Este medicamento inibe de 
maneira irreversível a enzima aldeído-desidrogenase (ALDH) responsável por 
metabolizar o álcool, promovendo o acúmulo de acetaldeído, provocando a reação 
etanol-dissulfiram (RED). Causando efeitos como sudorese, cefaleia, tonturas, 
náusea, dispneia. 
Os anestésicos gerais, anticonvulsivantes, antidepressivos, hipno-sedativos, 
ansiolíticos, entre outros psicotrópicos, podem apresentar interações sinérgicas com 
o álcool, fazendo com que a depressão central seja aumentada. Outro fato indiscutível 
 
38 
 
 
 
 
é que o uso simultâneo de etanol com outros depressores do sistema nervoso central 
acentua efeitos como sedação, agravo de coordenação motora e comprometimento 
da memória, risco de quedas, entre outros. O álcool potencializa a ação da loperamida 
e ivermectina frente ao sistema nervoso central. Aumenta a tendência de hemorragia 
gástrica resultante do uso de AAS e anti-inflamatórios não esteroides, devido destruir 
a mucosa gástrica e eleva a retrodifusão de íons hidrogênio (H+). 
Em pacientes com diabetes mellitus o álcool pode causar efeitos similares ao 
dissulfiram. O uso intenso de etanol estende a ação dos hipoglicemiantes, já o uso 
crônico inibe os mesmos. 
Pode-se notar que a interação entre fármacos e o álcool é prejudicial, e 
infelizmente hoje essa associação ainda é extremamente frequente entre a população. 
O álcool etílico altera o metabolismo de muitos medicamentos, afetando as 
concentrações desses fármacos no corpo e, além de que, pode prejudicar a eficácia 
de certas drogas, aumentando seus efeitos colaterais. Esta combinação pode causar 
efeitos colaterais graves, incluindo efeitos potencialmente fatais. 
 
 Interação medicamento e nicotina 
A nicotina é uma droga psicotrópica, de uso comum através do cigarro, tem 
ações farmacológicas diversas devido à ação em vários efetores, podendo 
produzir ações estimulantes e depressoras sequenciais e dose dependente 
(JUSTO, 1979, apud FRANKEN, 1996 p. 371). 
A nicotina age sobre o sistema enzimático hepático e intestinal estimulando sua 
ação e aumentando a velocidade de biotransformação de fármacos exógenos e 
produtos endógenos. Estimula ainda a liberação de prolactina, hormônio de 
crescimento, vasopressina, beta endorfinas e cortisol. É biotransformação 
primeiramente no fígado e, parcialmente eliminada in natura, pelos rins. O principal 
metabólito e a cortinina excretada pelos rins. 
Devido às diferentes ações farmacológicas, a nicotina independente da via de 
administração, interage com uma série de medicamentos, modificando sua ação ou 
exigindo a administração de maiores doses para produção do efeito desejado. 
Estudos mostraram que pacientes fumantes que utilizam benzodiazepínicos 
experimentam menor ação tranquilizadora, comparados aos pacientes não fumantes. 
 
39 
 
 
 
 
Os fumantes também apresentam menor tolerância à dor, necessitando de 
maiores doses de analgésicos narcóticos. Os antagonistas de H2 como cimetidina e 
ranitidina não produzem efeitos em fumantes à noite. Em pacientes diabéticos, 
dependentes de insulina, que fumam, o efeito da insulina é diminuído, e isso faz que 
com necessitem de doses maiores. 
7 MEDIADORES INFLAMATÓRIOS 
 
Fonte: medicinanet.com 
Mediadores inflamatórios são substâncias liberadas em uma área tecidual 
lesada ou por células adequadamente ativadas que coordenam o processo 
da resposta inflamatória (OLIVEIRA, 2016 apud POLUHA, 2018). 
 O processo inflamatório é uma resposta do organismo que se inicianos vasos 
sanguíneos em direção aos tecidos quando há lesão por qualquer agente etiológico. 
A finalidade da inflamação é proteger o organismo através de mecanismos para 
destruição e eliminação do agente etiológico, além de reparar a área afetada. Desta 
forma, pode-se entender que existem diversos tipos e intensidades de inflamação, 
variando o agente e a área afetada. 
 
40 
 
 
 
 
 A resposta inflamatória, pode ser qualificada como uma cascata complexa de 
eventos fisiológicos, os quais possibilitam a proteção aos tecidos e órgãos do corpo. 
O evento atua restringindo os danos no local da agressão, embora possa ter efeitos 
deletérios quando ocorre de forma exacerbada (BILATE, 2007). 
 Quando são exagerados, os processos inflamatórios causam doenças como 
processos dolorosos, alergias, autoimunidades e destruição tecidual. O controle da 
inflamação, atualmente, é feito principalmente com anti-inflamatórios não esteroidais 
e corticoterapia, a depender do caso. 
Não existe uma sequência exata estrita para os eventos da inflamação, isto é, as 
etapas podem ocorrer simultaneamente, porém, três fases principais podem ser 
identificadas: 
1. Fase aguda de fenômenos vasculares: ocorre vaso dilatação, aumento do fluxo 
sanguíneo e da permeabilidade vascular, com extravasamento de proteínas e outras 
biomoléculas. 
2. Fase tardia: ocorre infiltração de células do sistema imune como neutrófilos e outros 
fagócitos por diapedese e migração dessas células para o local da inflamação, para 
captura e destruição do agente causador da inflamação. 
3. Fase de degeneração tecidual com fibrose. 
 O conhecimento das principais substâncias envolvidas na resposta inflamatória 
torna-se importante para os estudos de farmacologia. 
 Os mediadores da inflamação são os responsáveis pelo caráter considerado 
uniforme dos processos inflamatórios, não importando se o agente etiológico é uma 
bactéria, um corpo estranho, radiação etc. 
Principais mediadores dos processos inflamatórios: 
• Histamina: encontrada pré-formada na maioria dos tecidos corporais, tem sua 
ação condicionada aos receptores onde se liga, a saber: 
1. Receptores H1 (várias regiões corporais): contração da musculatura lisa, 
brônquios, bronquíolos; edema, eritema, prurido, aumento da secreção de 
muco 
e da permeabilidade de capilares; indução de vômito. 
2. Receptores H2 (estômago): estimula a secreção de suco gástrico. 
 
41 
 
 
 
 
• TXA2 (Tromboxano A2): faz vasoconstrição e estimula a agregação 
plaquetária. 
• PAF (Fator de Agregação Plaquetária): estimula a agregação plaquetária, é 
vasodilatador, aumenta a permeabilidade vascular e tem ação quimiotática (atração) 
de células imunológicas para o local da inflamação. 
• Bradicinina: ação vasodilatadora, aumenta a permeabilidade vascular, 
estimula a contração do intestino. 
• Prostaglandinas 
• PGE2: reduz o limiar da nocicepção, tem ação sinérgica com substâncias que 
causam dor por estimulação das terminações nervosas, causa febre e 
broncoconstrição. 
• PGI2: tem ação vaso dilatadora e antiagregação plaquetária. 
• Leucotrienos 
1. LTB4 (Leucotrieno B4): promove adesão, ativação e proliferação de células 
imunológicas. 
2. LTC4 (Leucotrieno C4): broncoconstritor. 
3. LTD4 (Leucotrieno D4): vasodilatador. 
4. LTE4 (Leucotrieno E4): vasoconstritor. 
 
42 
 
 
 
 
8 FARMACOLOGIA NA ESTETICA 
8.1 Tecido epitelial 
 
Fonte: aquiemgoias.com 
O sistema tegumentar é formado pela epiderme e derme. A primeira é 
constituída por células epiteliais chamadas de queratinócitos que são 
produzidas na camada basal, e a derme é responsável pela resistência e 
elasticidade da pele. Sabe-se que as camadas da pele são avasculares, com 
isso, a única forma de nutrição é feita por difusão através dos leitos capilares 
da derme, que se apresenta bem vascularizada (BOUCAUD, 2001 apud 
BEM, 2010). 
O tecido epitelial é responsável pelo revestimento e formação de alguns órgãos 
e glândulas. Protege os tecidos subjacentes de lesões e choques, atua na absorção 
de biomoléculas, percepção sensorial, transporte transecular de moléculas e controle 
do fluxo de substancias através das junções aderente e comunicante. 
Especificamente, a pele é um tecido de revestimento pavimentoso estratificado 
queratinizado, isto é, possui células superficiais achatadas anucleadas com 
revestimento de queratina, composta de células velhas, colesterol, proteínas e 
lipídeos (triglicérides, fosfolipídios, ácidos graxos livres, etc.). Dividida em epiderme 
(mais superficial) e derme, possui uma camada mais profunda de tecido adiposo que 
constitui um tecido conjuntivo frouxo que conecta a derme à musculatura e faz 
isolamento térmico, a hipoderme. 
 
43 
 
 
 
 
A epiderme, camada mais superficial, é dividida em: 
1. Estrato córneo: apresenta células mortas, sem núcleo ou organelas, onde está 
depositado o manto hidrolipídico. 
2. Camada granular: camada com queratinócitos achatados. 
3. Camada espinhosa: apresenta células novas altamente compactadas que mantém 
a resistência do tecido. 
4. Lâmina basal: possui elevada quantidade de células-tronco, por isso é chamada 
de camada germinativa. Nesta camada estão os melanócitos e a junção dermo-
epidermica, que faz a nutrição das camadas mais superiores, que não são irrigadadas. 
A derme é rica em colágeno e elastina, de modo que confere resistência à pele. 
É formada de tecido conjuntivo, inervação, irrigação, além de folículos e glândulas, 
como as sudoríparas e sebáceas. 
8.2 Imunologia 
 A imunologia é uma ciência que trata dos mecanismos e respostas complexas 
desenvolvidas pelo organismo para reconhecimento e consequentemente eliminar ou 
conter substâncias ou corpos estranhos que invadem o organismo, como vírus, 
microrganismos, proteínas e outras moléculas que podem alterar o funcionamento 
normal do corpo. 
Existe também o reconhecimento de substâncias próprias do organismo, para 
que não sejam inclusas nestas vias de defesa, o que aponta um alto nível de 
organização e segurança destes mecanismos. A este conjunto dá-se o nome de 
imunidade. 
A função imunológica tem sido conceitualmente dividida em imunidade inata 
e imunidade adaptativa. A imunidade inata representa uma resposta rápida e 
estereotipada a um número grande, mas limitado, de estímulos. É 
representada por barreiras físicas, químicas e biológicas, células 
especializadas e moléculas solúveis, presentes em todos os indivíduos, 
independentemente de contato prévio com imunógenos ou agentes 
agressores, e não se altera qualitativa ou quantitativamente após o contato 
(MEDZHITOV, 2000 apud CRUVINE, 2010). 
 
44 
 
 
 
 
 A resposta imune é, na realidade, uma via integrada, composta por 
mecanismos complexos simultâneos de defesa. Contudo, para facilitar o estudo, 
divide-se a resposta imune em dois ramos: 
1. Resposta Imune Inata: é a imunidade que o indivíduo traz consigo quando nasce. 
Os mecanismos da imunidade inata se instalam de maneira rápida como componente 
de defesa e agem de maneira inespecífica para diferentes agressores, isto é, usam o 
mesmo mecanismo de defesa para qualquer agente reconhecido como estranho ao 
organismo. 
 A amamentação é importante para este mecanismo, uma vez que os 
anticorpos da mãe são transmitidos ao feto pelo leite, conferindo certa capacidade de 
defesa orgânica à criança. As respostas da imunidade inata são feitas por células 
chamadas de fagócitos, (células capazes de capturar o agente agressor e destruí-lo 
com substâncias presentes em grânulos no citoplasma), a saber: 
a) basófilos; 
b) eosinófilos (atuam principalmente em defesa contra parasitas); 
c) macrófagos (localizados nos tecidos internos); 
d) células NK; 
e) sistema de complemento (proteínas que complementam a defesa contra 
microrganismos de maneira geral). 
 Alguns agentes agressores podemser mais fortes que outros, tanto que, 
quando existe necessidade de tratamento por medicação, as dosagens e o tipo de 
medicamento costumam variar significativamente. A esta propriedade dos agentes 
agressores dá-se o nome de virulência. 
 O fato de a imunidade inata não agir de maneira diferenciada para diferentes 
agressores, portanto, indica que os mecanismos inatos podem não ser eficientes em 
determinados casos, já que o nível da defesa deve ser proporcional ao da virulência 
(que podemos entender também como nível de periculosidade), e não existe esta 
variação na imunidade inata. 
 Para desenvolver respostas mais eficientes e específicas, existem os 
mecanismos da imunidade adaptativa: 
2. A imunidade adaptativa é adquirida ao longo da vida do indivíduo através de 
 
45 
 
 
 
 
contato direto com o agressor por exposição, vacinas, transfusão etc. Atua através de 
diversos mecanismos (propriedade de complexidade) de forma específica para o 
combate (propriedade de especificidade), sendo capaz de agir rapidamente caso um 
agente agressor previamente combatido entre no organismo novamente (capacidade 
de memória imunológica), como nas vacinas e reinfecções. A imunidade adaptativa 
realiza a vigilância imunológica, que é o monitoramento da entrada e presença de 
agentes agressores e substâncias relacionadas. Falhas neste monitoramento podem 
causar neoplasias malignas. 
 A imunidade adaptativa se desenvolve principalmente a partir de anticorpos e 
antígenos. Os anticorpos (também conhecidos por imunoglobulinas) são 
glicoproteínas que reconhecem os agentes agressores (antígenos) de maneira 
específica e ligam-se a estes (para cada antígeno é produzido um tipo de anticorpo). 
Esta ligação funciona como um mecanismo de marcação do antígeno, avisando aos 
demais componentes do sistema imune que há algo de estranho no organismo que 
deve ser eliminado. 
Na imunidade adaptativa, o sistema de complemento é ativado pela ligação 
de anticorpos preformados ao patógeno ou antígeno (imunocomplexo) 
(BARRINGTON, 2001 apud CRUVINEl, 2010). 
 Os antígenos são moléculas que possuem a capacidade de serem 
reconhecidas pelas células e moléculas do sistema imune, ou seja, são capazes de 
se ligarem aos receptores celulares e anticorpos. O antígeno pode ser uma fração da 
estrutura de bactérias, vírus, fungos, protozoários, helmintos ou substâncias solúveis 
produzidas por microrganismos e outras células. A maioria dos antígenos são 
proteínas, porém, alguns são polissacarídeos, lipídeos ou glicolipídios. 
 Os antígenos normalmente possuem vários locais onde o anticorpo pode se 
ligar que são chamados de epítopos. Existem epítopos que podem induzir uma 
resposta imune mais forte, como podem ter resposta mais fraca. Esta resposta 
depende da sua estrutura química, que definirá o nível da força de ligação 
(complexação) ao anticorpo. Os antígenos são chamados de imunogênicos quando 
são capazes de induzir uma resposta imune, são chamados de alergênicos quando 
 
46 
 
 
 
 
induzem reações de hipersensibilidade (alergias) e são chamados de tolerogênicos 
quando são capazes de inibir o desenvolvimento de uma resposta imune. 
 Na imunidade adaptativa, o antígeno é capturado pelo linfócito B (célula 
imunológica) e processado para geração do epítopo. Este fragmento do antígeno é 
então apresentado ao linfócito T (os linfócitos possuem capacidade de memória e 
especificidade), que libera substâncias (citocinas) que estimulam o linfócito B a 
produzir anticorpos específicos para o antígeno capturado. Estes anticorpos s e ligam 
a outras células imunológicas. Quando o antígeno se ligar ao anticorpo, a célula 
imunológica libera substâncias presentes no seu interior para eliminar o antígeno, 
através do rompimento da membrana celular, o que chamamos de desgranulação. 
Desta forma, se estabelecem os mecanismos de defesa. 
 
Hipersensibilidades 
 
 O termo hipersensibilidade é aplicado quando uma resposta 
adaptativa ocorre de forma exagerada ou inapropriada, causando reações 
inflamatórias e dano tecidual. A hipersensibilidade é uma característica do 
indivíduo e não se manifesta no primeiro contato com o antígeno indutor da 
reação de hipersensibilidade, mas geralmente aparece em contatos 
subsequentes (Andrade, 2012). 
São tipos: 
1. Hipersensibilidade tipo 1 (alergias): é caracterizada pelo excesso de produção de 
anticorpos IgE para mínimas quantidades de antígenos, geralmente inertes para a 
maioria d a população. Os fagócitos liberam o conteúdo dos seus grânulos, causando 
sinais e sintomas diversos, a depender do órgão afetado, como rinite, dermatite, 
conjuntivite e rinossinusite. 
2. Hipersensibilidade tipo 2: também chamada de citotóxica, ocorre quando o 
anticorpo se liga a uma superfície celular e não a reconhece como normal, 
estimulando o sistema imune a destruí-la. O caso mais clássico é a anemia hemolítica 
do recém - nascido, onde os anticorpos da mãe destroem as hemácias do feto em 
caso de variação do fator RH. 
3. Hipersensibilidade tipo 3: ocorre quando há a formação de imunocomplexos 
patogênicos com forte potencial inflamatório, por excesso de anticorpos ou por 
 
47 
 
 
 
 
erros na programação da avidez. 
4. Hipersensibilidade tipo 4: chamada de tardia, envolve a participação de células 
imunológicas (linfócitos T, macrófagos etc.) sem anticorpos livres, na geração de 
resposta inflamatória. Os sinais são percebidos no mínimo 48h depois do início, por 
isso recebe o nome de tardia. 
 
Dermatites 
 
 As dermatites são processos patológicos da pele que podem ser de causa 
alérgica, infecciosa, por agentes físicos ou químicos. Quando a causa é 
desconhecida, diz-se que é idiopática. O estudo das dermatites em cosmetologia é 
importante para a prevenção e prestação dos primeiros cuidados ao paciente vítima 
de efeitos colaterais dos produtos de uso tópico. Não necessariamente o paciente com 
reações adversas utilizou o produto incorretamente: cada indivíduo é único, e as 
defesas da pele podem não reconhecer determinadas substâncias como inertes, e 
iniciar processos que tendem a eliminá-las. O caso mais clássico é a vermelhidão por 
utilização de peróxido de benzoíla a 4 ou 5% para o tratamento da acne ou mesmo o 
uso de ácidos para renovação celular. 
Com isso, percebe-se a importância de registrar todo o histórico de utilização de 
produtos do paciente, afim de não repetir erros de prescrição. 
São os principais tipos de dermatite: 
Dermatite atópica ou eczema atópico são termos que designam as 
manifestações inflamatórias cutâneas associadas à atopia. Segundo uma 
visão atual, a atopia seria predisposição hereditária do sistema imune a 
privilegiar reações de hipersensibilidade mediada por IgE, em resposta a 
antígenos comuns na alimentação, no ambiente intra e extradomiciliar, 
conceito esse situando a dermatite atópica como uma das manifestações das 
doenças da tríade atópica (dermatite atópica, asma, rinite alérgica) (RANCÉ, 
2005 apud LEITE, 2007). 
• Esta dermatite é uma forma de hipersensibilidade tipo 4 e pode ser causada 
pelos mesmos alérgenos que desencadeiam os demais transtornos alérgicos, 
além de substancias irritantes (toxinas, metais, perfumes e desinfetantes) e 
alimentos, podendo também ter causa emocional. Pode durar de horas a dias, 
 
48 
 
 
 
 
a depender do nível de exposição do indivíduo são os principais sinais e 
sintomas: 
1. Em jovens e adultos, as áreas mais acometidas por eritema e forte prurido são as 
regiões flexoras (joelhos, cotovelos etc.), mas também podem acometer o pescoço e 
a face (o que é mais comum em crianças). 
2. Hipercromia da região orbital. 
3. Tendência a infecções cutâneas. 
O manejo deste paciente é feito com medicamentos, demandando encaminhamento 
para médico alergista ou dermatologista. 
• Dermatite de Contato:também conhecida como eczema de contato, é uma 
patologia inflamatória causada pelo contato com substância irritante. Não é de 
origem alérgica, e dura de poucos minutos a algumas horas. Os mecanismos 
são inflamatórios e desencadeados por diversos agentes, desde água quente 
ou fria, sabonetes, ácidos, saliva, urina e principalmente cosméticos. A cura 
total é vista quando a substância irritante é afastada totalmente. 
• Manejo em cabine: 
 Em primeiro lugar, a substância deve ser totalmente removida com gaze seca 
(caso esteja em veículo semissólido) e a área deve ser lavada com sabonete neutro, 
se possível glicerinado. Para efeito de alívio, a região afetada p ode ser tratada com 
soro fisiológico frio, que é inerte e capaz de fazer vaso constrição, o que é importante 
em caso de vermelhidão. 
Géis em pH 7 com extratos naturais calmantes são úteis nesta etapa. A associação 
de alfabisabolol com extratos glicólicos de camomila e calêndula tem efeito sobre a 
pele do paciente em pouco tempo. 
Recomenda-se que este produto seja aplicado frio também para vasoconstrição. Não 
há necessidade de remoção logo após aplicação. 
• Dermatite Seborreica: processo inflamatório que afeta as áreas mais ricas em 
glândulas sebáceas, principalmente o couro cabeludo e a face. As causas são 
desconhecidas, e a presença do fungo Pityrosporum ovale agrava a doença. 
 
49 
 
 
 
 
Ocorre descamação intensa, eritema, prurido forte, manchas, formação de 
crostas. 
Manejo: 
As crostas de dermatite podem ser removidas manualmente após emoliência feita 
com óleos vegetais (óleo de oliva, macadâmia, girassol etc.). O uso de shampoos 
anticaspa é importante para o controle da doença. A recomendação é que sejam 
utilizados em dias alternados, e que o shampoo de cetoconazol seja usado por apenas 
30 dias. 
A associação de ingredientes naturais com atividade antisséptica como o 
extrato de própolis, óleo de melaleuca, dentre ouros, é benéfica, contudo as dosagens 
devem ser observadas com atenção, já que costumam ser produtos de odor forte 
característico, o que pode ser desagradável ao paciente. Além do risco de tonalização 
capilar, um desconforto ainda maior. 
 
Cosmetotoxicidade 
 
 A Toxicologia é a ciência que estuda os efeitos nocivos decorrentes 
das interações de substâncias químicas com o organismo, sob condições 
específicas de exposição. Assim, a Toxicologia é a ciência que investiga 
experimentalmente a ocorrência, a natureza, a incidência, os mecanismos e 
os fatores de risco dos efeitos deletérios de agentes químicos. Os efeitos 
tóxicos variam desde os considerados leves, como irritação nos olhos, até 
respostas mais sérias como o dano hepático ou renal, podendo ser tão graves 
quanto incapacitação permanente de um órgão, como a cirrose ou o câncer. 
(OGA; CAMARGO; BATISTUZZO, 2008 apud CANOVA, 2015). 
 A Toxicologia de cosméticos trata das reações adversas e os efeitos 
decorrentes do uso inadequado ou da susceptibilidade individual aos produtos. 
 Agente tóxico ou toxicante é a substância capaz de causar dano a um sistema 
biológico, em condições específicas de exposição. Os xenobióticos são substâncias 
que o organismo reconhece como estranho, através de mecanismos imunológicos. 
 Intoxicação é um processo patológico causado por substâncias endógenas ou 
exógenas, caracterizado por desequilíbrio fisiológico gerado pelas alterações 
bioquímicas no organismo. 
 
50 
 
 
 
 
 Na intoxicação aguda, os sintomas surgem geralmente em algumas horas 
após curto período de exposição ao agente tóxico. Poderá se manifestar de forma 
leve, moderada ou grave, dependendo da quantidade de substância absorvida e da 
sensibilidade do organismo. A intoxicação subcrônica indica exposição moderada ou 
pequena a produtos alta ou medianamente tóxicos e as consequências surgem mais 
lentamente. A intoxicação crônica tem surgimento em meses ou até anos, após 
exposição a agentes tóxicos, podendo causar danos irreversíveis à saúde do 
indivíduo. 
 
Principais vias de intoxicação por cosméticos 
 
• A via dérmica é a mais comum de intoxicações pela maioria dos agentes. A 
absorção depende principalmente da composição d a formulação, tempo de 
exposição, solubilidade, grau de ionização, dimensão das moléculas, se ocorre 
hidrólise no pH da epiderme, estado de hidratação da camada córnea, 
umidade ambiental, temperatura do corpo e do ambiente e exposição à luz 
solar Além das dermatites, são consequências da intoxicação por via dérmica: 
 › Fotolergia: indução de resposta alérgica da p ele semelhante à mediada pela 
radiação UV. 
 › Fototoxicidade: potencial do material induzir uma resposta irritante da pele 
mediada por irradiação UV. 
 › Teratologia: toxicidade potencial para o feto. Mais comum para produtos de uso 
interno. 
 São elementos fundamentais na toxicologia cutânea: composição e dosagem 
da formulação, nível de exposição, quantidade da substância per meada, classe do 
cosmético na qual o ativo pode ser utilizado, método, duração e frequência de 
aplicação, quantidade de produto em cada aplicação e possível exposição do produto 
à luz solar. 
• Via respiratória: As vias aéreas são revestidas de mucosas altamente 
irrigadas, portanto o potencial de absorção nesta área é considerado elevado. 
 
51 
 
 
 
 
Produtos que geram gases, fumaças, neblinas e poeiras, principalmente em 
espaços com pouco arejamento, podem causar intoxicação. 
 Embora não seja a unanimidade, pode-se afirmar que os cosméticos são 
produtos seguros quando utilizados de maneira adequada e seguindo as 
recomendações do fabricante. As reações adversas com esses produtos não são 
frequentes, e, quando ocorrem, na maioria dos casos, é devido ao uso de forma 
inadequada ou a acidentes. 
 Nas últimas décadas, muitos ingredientes foram banidos da composição de 
cosméticos em todo o mundo, como o hexaclorofeno (conservante), compostos de 
mercúrio e halogenados, propelentes de clorofluorcarbono e ingredientes geradores 
de nitrosaminas. 
 Para garantir a segurança de produtos de higiene, cosméticos e perfumes, são 
necessárias comprovações que vão desde o histórico de segurança do produto e de 
suas matérias-primas até a realização de ensaios toxicológicos específicos. 
 Em princípio, para todo produto cosmético, seja ele de grau de risco 1 ou 2, o 
fabricante tem por obrigação dispor dos dados de segurança. 
São considerações a serem feitas por tipo de produto: 
 » produtos para uso infantil – irritação cutânea primária; 
 » produtos para a área dos olhos – irritação ocular cumulativa; 
 » produtos para os cabelos, como tinturas e alisantes de cabelo – irritação dérmica e 
do couro cabeludo; 
 » produtos para proteção das radiações solares – testes de fototoxicidade e 
fotoalergia; 
 » produtos para a higiene íntima – testes clínicos de irritação de mucosa genital em 
humanos; 
» produtos destinados à pele sensível – testes de irritabilidade acumulada, 
sensibilização, fototoxicidade e fotoalergia cutânea; 
» produtos que no rótulo contenham as expressões “hipoalergênico”, “não 
comedogênico”, “não acnogênico”, “dermatologicamente oftalmológico + 
ginecologicamente testado”, “clinicamente testado”, “produto para gengiva sensível” e 
“produto para pele + couro cabeludo sensível” – testes comprobatórios dessas 
 
52 
 
 
 
 
propriedades. Também, sempre que a rotulagem mencionar atributos, tais como “não 
irritante”, “não arde os olhos” etc. 
 
São questões problemáticas em toxicologia dos cosméticos: 
 
1. Corantes: As moléculas tintoriais podem causar irritações à pele e ao ouro 
cabeludo, uma vez que são produtos sintéticos e geralmente misturas de variados 
polímeros. Muitos fabricantes têm optado por retirar os produtos coloridos do mercado 
quando há suspeitas de toxicidade, já que os altos custos paraprovar a sua segurança 
nem sempre justificam economicamente a permanência no mercado. 
2. Fragrâncias: também são produtos sintéticos, e o sintoma inicial mais comum é o 
aparecimento de rinite com a aplicação tópica do produto. 
3. Formaldeído: substância de elevado potencial carcinogênico, com o uso permitido 
pela Anvisa como conservante (até 0,2%) e até 5% para endurecer unhas. O uso nas 
concentrações permitidas não proporciona alisamento capilar, com risco de forte 
queda após o procedimento. 
4. Tensoativos: como são moléculas anfílicas, o manto hidrolipídico pode ser 
removido e a perda de água transepidermal facilitada, especialmente os de cadeia 
pequena, que podem se instalar na pele com mais facilidade. Atualmente existe uma 
tendência para opção por fosfolipídios orgânicos, que são mais semelhantes aos 
lipídios da pele. 
5. Parabenos (sistema conservante): além do risco de dermatite de contato, existe o 
risco de lesão de queratinócitos em caso de exposição solar e potencial cancerígeno 
com uso prolongado. O uso de conservantes naturais tem sido uma opção 
interessante para a indústria cosmética e para a manipulação, especialmente os 
produtos orgânicos e de apelo green-concept. 
6. Metais: a toxicidade por metais pesados é um problema antigo. Além da indução 
de dermatites, o potencial tóxico se expande para a carcinogênese, por exemplo, no 
caso dos sais de alumínio usados em formulações ati-transpirantes. 
 
 
 
53 
 
 
 
 
9 FÁRMACOS ANTI-INFLAMATÓRIOS E IMUNOSSUPRESSORES 
 
Fonte: mdsaude.com 
 Os anti-inflamatórios não-esteróides (AINE’s) constituem uma das classes de 
fármacos mais difundidas em todo mundo, utilizados no tratamento da dor aguda e 
crônica decorrente de processo inflamatório. Possuem ação anti-inflamatória, 
analgésica e antipirética por inibição da síntese de prostaglandinas mediante ao 
bloqueio da ciclooxigenase1 (COX-1) e ciclooxigenase2 (COX-2), criando subgrupos 
de AINE seletivos e não-seletivos para COX-2. Todavia, as cicloxigenases expressam 
ações distintas. As propriedades farmacológicas dos AINE’s decorrem principalmente 
da ação inibitória sobre a COX-2, enquanto as reações adversas são resultantes da 
inibição da COX-1 (SILVA, 2014). 
9.1 Inibidores da ciclo-oxigenase 
Este grupo compreende os AINEs1 “tradicionais”, assim como os coxibes, que 
são mais seletivos para a COX-2. Estes fármacos, analgésicos e antipiréticos, estão 
entre os mais usados de todos anti-inflámatorios. 
Siglas: 
AR: artrite reumatoide; C&E: cefaleia e enxaqueca 
 
54 
 
 
 
 
CV: cardiovascular; D: dismenorreia; 
EA: espondilite anquilosante; G: gota aguda; 
ME: lesões musculoesqueléticas e dor; OA: osteoartrite; 
PO: dor pós-operatória; SPM: sem prescrição médica. 
 
Comparação entre alguns anti-inflamatórios comuns, inibidores da ciclo-oxigenase 
Fármaco Tipo Indicação Seletividade 
para a COX 
Comentários 
Aceclofenaco Fenilacetato AR, OA, EA – – 
Acemetacina Éster indólico DR, OA, ME, 
PO 
- Éster da 
indometacina 
Ácido 
mefenâmico 
Fenamato AR, OA, PO, D - Atividade 
moderada 
Ácido 
tiaprofênico 
Propionato AR, OA, ME - - 
Ácido 
tolfenâmico 
Fenamato C&E - - 
Aspirina Salicilato Uso principal 
CV 
Fracamente 
seletiva para 
COX- 
1 
Componente de 
muitos SPM 
Celecoxibe Coxibe AR, OA, EA Moderadamente 
seletiva para 
COX-2 
Menos efeitos 
gastrointestinais 
Cetoprofeno Propionato AR, OA, G, 
ME, PO, 
D 
Fracamente 
seletiva para 
COX- 
1 
Adequado para 
doença moderada 
Cetorolaco Pirrolizina PO Altamente seletiva 
para COX-1 
- 
Dexcetoprofeno Propionato PO, D, C&E - Isômero de 
cetoprofeno 
 
55 
 
 
 
 
Dexibruprofeno Propionato OA, ME, D, 
C&E 
- Enantiômero ativo 
do ibuprofeno 
Diclofenaco Fenilacetato AR, OA, G, 
ME, PO, 
C&E 
Fracamente 
seletiva para 
COX-2 
Potência 
moderada. 
Diversos sais 
Etodolaco Piranocarcoxilato AR, OA Moderadamente 
seletiva para 
COX-2 
Possivelmente 
menos efeitos 
gastrointestinais 
Etoricoxibe Coxibe AR, OA, G, EA Muito seletiva 
para COX-2 
- 
Fenoprofeno Propionato AR, OA, ME, 
PO 
Não seletiva Pró-fármaco; 
ativado no fígado 
Flurbiprofeno Propionato AR, OA, ME, 
PO, D, 
C&E 
 
Muito seletiva 
para COX-1 
 
- 
Ibuprofeno 
 
Propionato AR, OA, ME, 
PO, D, 
C&E 
 
Fracamente 
seletiva para 
COX- 
1 
 
Adequado para 
crianças 
Indometacina 
 
Indol AR, OA, G, 
ME, PO, 
D 
 
Fracamente 
seletiva para 
COX- 1 
 
Adequado para 
doença moderada 
a grave 
Meloxicam 
 
Oxicam AR, OA, EA Moderadamente 
seletiva para 
COX-2 
Possivelmente 
menos efeitos 
gastrointestinais 
Nabumetona Naftilalcetona AR, OA - 
 
Pró-fármaco 
ativado no fígado 
Naproxeno 
 
Propionato AR, OA, G, 
ME, PO, D 
Fracamente 
seletiva para 
COX- 1 
Possivelmente 
seguro para CV? 
 
56 
 
 
 
 
Parecoxibe Coxibe PO - Pró-fármaco 
ativado no fígado 
Piroxicam 
 
Oxicam AR, OA, EA Fracamente 
seletiva para 
COX- 
2 
 
 
- 
Sulindaco 
 
Indeno AR, OA, G, ME Fracamente 
seletiva para 
COX- 
2 
Pró-fármaco 
Tenoxicam Oxicam AR, OA, ME - - 
Fonte: adaptado de RANG & DALE, 2016 e os dados da seletividade para a COX foram testados por 
WARNER & MITCHELL, 2004 e 2008. 
9.2 Fármacos imunossupressores 
Os imunossupressores são usados na terapia de doenças autoimunes e com o 
objetivo de prevenir e/ou tratar rejeição de transplantes. Como comprometem as 
respostas imunológicas, trazem o risco de uma diminuição da resposta a infecções e 
podem facilitar a emergência de linhagens celulares malignas. No entanto, a relação 
entre estes efeitos adversos e a potência para prevenir rejeição de enxertos varia com 
os diferentes fármacos. O uso clínico dos imunossupressores está resumido no 
quadro clínico. 
Siglas: 
AC; anticorpo; AP: artrite psoriática; 
AR: artrite reumatoide; DC: doença de Crohn; 
ES: espondilite anquilosante; LES: lúpus eritematoso sistêmico; 
PP: psoríase em placa (p. ex., cutânea). 
Alvo Fármaco Tipo Modo de ação Indicação 
TNF 
solúvel 
Adalimumabe Ab monoclonal 
humanizado 
Imuno-
neutralização 
AR (moderada-
grave), AP, EA, 
PP, DC 
 
57 
 
 
 
 
Certolizumabe 
pegol 
Fragmento de 
ac peguilado 
AR (moderada-
grave) 
Golimumabe Ac monoclonal 
humanizado 
AR (moderada-
grave), AP, PS 
Infliximabe Ac quimérico 
neutralizante 
AR (moderada-
grave), AP, EA, 
PP 
Etanercepte Proteína de 
fusão do 
receptor-
armadilha 
Neutralização AR (moderada-
grave), AP, EA, 
PP 
IL-1 
solúvel 
Anacinra Versão 
recombinante 
da 
IL-1 
Neutralização AR (moderada-
grave) 
IL-6 
solúvel 
Tocilizumabe Ab monoclonal 
humanizado 
Neutralização AR (moderada-
grave) 
 
 
 
 
 
 
Células T 
Abatacepte Proteína de 
fusão 
Previne a 
coestimulação 
das 
células T 
AR (moderada-
grave) 
Basiliximabe Ac monoclonal 
quimérico 
Antagonista do 
receptor de IL-2 
Imunossupressão 
para cirurgia de 
transplante 
Balatacepte Proteína de 
fusão 
Previne a 
ativação das 
celulas T 
Daclizumabe Ac monoclonal 
humanizado 
Antagonista do 
receptor de IL-2 
Natalizumabe Ac monoclonal 
humanizado 
VLA-4 em 
linfócitos 
(neutraliza) 
Esclerose 
múltipla grave 
 
 
 
 
Células B 
Belimumabe Ac monoclonal 
humanizado 
Imuno-neutraliza 
o fator de 
ativação das 
células B 
LES 
Rituximabe Ac monoclonal 
quimérico 
Causa lise das 
células B 
AR (moderada-
grave), algumas 
 
58 
 
 
 
 
doenças 
malignas 
Fonte: adaptado de RANG & DALE, 2016 
9.3 Fármacos usados em gota e hiperuricemia 
• Tratamento da crise aguda de gota: 
➢ Um AINE, p. ex., ibuprofeno, naproxeno 
➢ A colchicina é útil quando os AINEs são contraindicados 
➢ Um glicocorticoide, p. ex., hidrocortisona (oral, intramuscular ou intra-
articular) é outra alternativa para AINEs 
• Para profilaxia (em geral, não deve ser iniciada até que o pacienteesteja 
assintomático) 
➢ Alopurinol 
➢ Um fármaco uricosúrico (p. ex., probenecida, sulfimpirazona), para 
pacientes alérgicos ao alopurinol 
➢ Rasburicase por infusão intravenosa para a prevenção e tratamento de 
hiperuricemia aguda, em pacientes com malignidade hematológica e 
risco de lise rápida. 
 Administrado por via oral, o alopurinol é bem absorvido e possui meia-vida de 
2-3 horas; é convertido em aloxantina, cuja meia-vida é de 18-30 horas. 
O alopurinol aumenta o efeito da mercaptopurina, um antimetabólito usado na 
quimioterapia do câncer, e da azatioprina, que é metabolizada em mercaptopurina. O 
alopurinol também aumenta o efeito de outro fármaco antineoplásico, a ciclofosfamida. 
O efeito da varfarina aumenta porque seu metabolismo é inibido. 
 
59 
 
 
 
 
10 MEDICAMENTOS QUE ATUAM NO SISTEMA CARDIOVASCULAR E 
VASCULAR 
 
Fonte: saudavelefeliz.com 
O coração humano é um órgão tanto mecânico quanto elétrico. Para perfundir 
o corpo adequadamente com sangue, os componentes mecânicos e elétricos 
do coração precisam atuar juntos em harmonia. O componente mecânico 
bombeia o sangue, enquanto o componente elétrico controla o ritmo da 
bomba (ARMSTRONG, 2012). 
Quando o componente mecânico falha, apesar de um ritmo normal, pode 
ocorrer insuficiência cardíaca. Quando o componente elétrico passa a funcionar de 
modo inapropriado (arritmia), os miócitos cardíacos não conseguem se contrair de 
modo sincrônico e ocorre comprometimento do bombeamento efetivo. A ocorrência 
de alterações no potencial de membranas das células cardíacas afeta diretamente o 
ritmo cardíaco, e os agentes antiarrítmicos atuam, em sua maioria, ao modular a 
atividade dos canais iônicos na membrana plasmática. 
10.1 Hipertensão 
 A Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) é uma situação clínica de 
natureza multifatorial caracterizada por níveis de pressão arterial (PA) 
elevados. A HAS multiplica o risco de danos cardiovasculares, contribuindo 
para aumentar a morbimortalidade e os custos sociais com invalidez e 
absenteísmo ao trabalho. O controle adequado dessa situação reduz 
 
60 
 
 
 
 
significativamente os riscos individuais e os custos sociais. (PELIZZARO, 
2003 apud SBC, 2003). 
A hipertensão arterial tem um componente familiar, cerca da metade dos 
pacientes hipertensos apresentam um traço familiar para hipertensão ou mortalidade 
cardiovascular prematura em seus parentes de primeiro grau. 
Um dos principais obstáculos no tratamento da hipertensão consiste na 
natureza em grande parte assintomática da doença, mesmo com elevação 
pronunciada da pressão arterial sistêmica. (GOLAN, 2014). 
Os principais grupos de medicamentos anti-hipertensivos são: 
• Bloqueadores adrenérgicos: são drogas que intervêm na transmissão 
simpática. Exemplos: atenolol, doxazosina, propranolol; 
• Bloqueadores dos canais de cálcio: atuam ao bloquear a entrada de 
cálcio em resposta à despolarização; dilatam os vasos de resistência de 
capacitância. Exemplos: nimodipina, verapamil, nifedipina, diltiazem, 
anlodipina; 
• Diuréticos: drogas que aumentam a excreção de sódio e água do corpo, 
através de uma ação sobre os rins. Seu efeito primário consiste em 
diminuir a reabsorção de sódio e de cloreto do filtrado, sendo o aumento 
da perda de água secundário à excreção aumentada de sal. Exemplos: 
furosemida, espironolactona, hidroclorotiazida; 
• Drogas que intervêm no sistema renina-angiotensina: a enzima 
Angiotensina II contribui para disfunção endotelial, alteração na 
hemodinâmica renal e hipertrofia vascular e cardíaca. Os inibidores da 
enzima conversora de angiotensina (ECA) impedem a conversão de 
angiotensina I em angiotensina II, que é um vasoconstritor potente, 
atenuando assim seus efeitos. Os inibidores da enzima conversora 
podem ser usados em qualquer etapa do esquema terapêutico, incluindo 
a primeira como monoterapia. O resultado clínico do sistema de inibição 
renina-angiotensina inclui decréscimo no infarto do miocárdio, angina, 
derrame cerebral e doença ou mortalidade associada à insuficiência 
 
61 
 
 
 
 
cardíaca. Exemplos: enalapril, lisinopril, captopril. Há, também, 
antagonista dos receptores de angiotensina II, por exemplo: losartan; 
Cardiopatia isquêmica 
Os depósitos ateromatosos são universais nas artérias coronárias dos adultos 
que vivem em países desenvolvidos. São assintomáticos na maior parte da história 
natural da doença, mas podem progredir insidiosamente, culminando em infarto agudo 
do miocárdio e suas complicações, incluindo arritmia e insuficiência cardíaca. 
Consequências importantes da aterosclerose coronariana incluem: 
• Angina (precordialgia causada por isquemia cardíaca); 
• Infarto do miocárdio. 
Angina 
Ocorre angina quando a oferta de oxigênio ao miocárdio é insuficiente para 
suas necessidades. A dor tem distribuição característica no peito, membro superior e 
pescoço, e é ocasionada por esforço físico, frio ou agitação. Clinicamente são 
reconhecidos três tipos de angina: estável, instável e variante. 
 
Infarto do miocárdio 
Ocorre infarto do miocárdio quando uma artéria coronária é bloqueada por 
trombo. O evento pode ser fatal e é causa comum de morte, geralmente em 
decorrência de insuficiência mecânica 
Um intuito terapêutico importante é a prevenção de dano isquêmico irreversível 
após um episódio de trombose coronariana. O essencial é abrir artéria obstruída, e é 
importante que isso seja prontamente realizado, independente da maneira de fazê-lo. 
Caso logisticamente possível, a angioplastia (realizada utilizando um cateter 
com um balão inflável próximo da extremidade, com um antagonista da glicoproteína 
IIb/IIIa– para evitar a reobstrução) é mais eficaz do que os fármacos trombolíticos. Os 
principais medicamentos incluem fármacos que melhoram a função cardíaca através 
da manutenção da oxigenação e redução do trabalho cardíaco, assim como os 
utilizados para o tratamento da dor e prevenção de trombose posterior. São utilizados 
em combinação, e compreendem: 
 
62 
 
 
 
 
• Combinações de fármacos trombolíticos, antiplaquetários (aspirina e 
clopidogrel) e antitrombóticos (uma preparação de heparina) para abrir 
a artéria bloqueada e impedir a reoclusão; 
• Oxigênio se há hipóxia arterial; 
• Opioides (administrados juntamente com um antieméticos) para prevenir 
a dor e reduzir a atividade simpática excessiva; 
• Nitrato orgânico; 
• β-bloqueadores; 
• Inibidores da enzima conversora de angiotensina (IECAs) ou 
bloqueadores do receptor AT1 da angiotensina. 
Os antagonistas dos receptores β-adrenérgicos reduzem o trabalho cardíaco 
e, assim, as necessidades metabólicas do coração, e são usados assim que o 
paciente está estável. Os ECAs também reduzem o trabalho cardíaco e melhoram a 
sobrevida ao abrirem a artéria coronária (com angioplastia ou fármaco trombolítico) e 
tratamento antiplaquetário. 
10.2 Fármacos que afetam a função cardíaca 
Os fármacos com ação importante sobre o coração podem ser divididos em três 
grupos. 
Fármacos que afetam diretamente 
as células do miocárdio. Estes 
incluem: 
• Neurotransmissores autônomos e fármacos 
relacionados; 
• Antiarrítmicos; 
• Glicosídeos cardíacos e outros fármacos 
inotrópicos; 
• Fármacos e hormônios variados; (p. ex., 
doxorrubicina, tiroxina; glucagon). 
Fármacos que afetam 
indiretamente a função cardíaca. 
Estes têm ações em outras partes do sistema 
vascular. 
 
63 
 
 
 
 
Alguns antianginosos (p. ex., nitratos) caem 
nesta categoria, assim como muitos fármacos 
usados no tratamento da insuficiência cardíaca 
(p. ex. diuréticos e IECAs). 
 
Antagonistas do cálcio. 
Estes afetam a função cardíaca por ação direta 
sobre as células do miocárdio e, também, 
indiretamente, por relaxamento da musculatura 
lisa vascular. 
Fonte: Adaptado de PELIZZARO, PANCHENIAK, 2003 
10.3 Fármacos antiarrítmicos 
O tratamento de emergência de arritmiasgraves geralmente se faz por meios 
físicos (p. ex., marca-passo ou cardioversão elétrica por aplicação de um choque de 
corrente direta ao tórax ou por meio de um aparelho implantado), e não por fármacos. 
(PELIZZARO, 2003) 
 
 
Antiarrítmicos não classificados no sistema de Vaughan Williams: 
Fármaco Uso 
Atropina • Bradicardia sinusal 
Epinefrina (adrenalina) • Parada cardíaca 
Isoprenalina • Bloqueio cardíaco 
Digoxina • Fibrilação atrial rápida 
Adenosina • Taquicardia supraventricular 
Cloreto de cálcio • Taquicardia ventricular por 
hipercalemia 
Cloreto de magnésio • Fibrilação ventricular, toxicidade 
pela digoxina 
Fonte: PELIZZARO, PANCHENIAK, 2003 
 
64 
 
 
 
 
Resumo dos antiarrítmicos (Classificação de Vaughan Williams): 
• Classe I: fármacos que bloqueiam canais de sódio sensíveis a voltagem. 
São subdivididos em: Ia, Ib e Ic. 
• Classe II: antagonistas dos receptores β-adrenérgicos. 
• Classe III: fármacos que prolongam, substancialmente, o potencial de 
ação cardíaco. 
• Classe IV: antagonistas do cálcio. 
 
Classe Exemplo(s) Mecanismo 
Ia Disopiramida Bloqueio de canais de sódio 
(dissociação intermediária) 
Ib Lidocaína Bloqueio de canais de sódio 
(dissociação rápida) 
Ic Flecainida Bloqueio dos canais de sódio 
(dissociação lenta) 
II Propranolol Antagonismo dos receptores β-
adrenérgicos 
III Amiodarona, sotalo Bloqueio de canais de potássio 
IV Verapamil Bloqueio de canais de cálcio 
Fonte: PELIZZARO, 2003 
Mecanismos de ação 
Fármacos da classe I: Os fármacos da classe I bloqueiam os canais de sódio, 
assim como o fazem os anestésicos locais, ligando-se a pontos na subunidade α. 
Como isto inibe a propagação do potencial de ação em muitas células excitáveis, é 
denominado atividade “estabilizadora de membrana”, termo que é melhor evitar 
agora que o mecanismo iônico já foi compreendido. O efeito característico sobre o 
potencial de ação é reduzir a velocidade máxima de despolarização durante a fase 0. 
A razão para a subdivisão destes fármacos em classes Ia, Ib e Ic é que os mais 
antigos, quinidina e procainamida (classe Ia), têm efeitos diferentes de muitos dos 
 
65 
 
 
 
 
fármacos desenvolvidos mais recentemente, embora todos compartilhem o mesmo 
mecanismo básico de ação. 
Os fármacos da classe Ib, por exemplo a lidocaína, associam-se e 
desassociam-se rapidamente no decurso de tempo do batimento cardíaco normal. O 
fármaco liga-se a canais abertos durante a fase 0 do potencial de ação (afetando muito 
pouco a velocidade de elevação, mas deixando muitos dos canais bloqueados no 
momento em que o potencial de ação chega ao pico). 
Ocorre dissociação no momento do potencial de ação seguinte, desde que o 
ritmo cardíaco seja normal. Um batimento prematuro, contudo, será abortado porque 
os canais ainda estão bloqueados. Além disso, os fármacos da classe Ib se ligam, 
seletivamente, aos canais inativados, e, deste modo, bloqueiam, preferencialmente, 
quando as células estão despolarizadas, por exemplo, na isquemia. 
Os fármacos da classe Ic, como a flecainida e a encainida, associam-se e 
dissociam-se muito mais lentamente, chegando assim a um nível de equilíbrio que 
não varia de forma apreciável durante o ciclo cardíaco. A condução é acentuadamente 
inibida através do sistema His-Purkinje. 
A classe Ia, que é o grupo mais antigo (p. ex., quinidina, procainamida, 
disopiramida), encontra-se a meio caminho em suas propriedades entre Ib e Ic, mas, 
além disso, prolonga a repolarização, se bem que menos acentuadamente que os 
fármacos da classe III. 
Fármacos da classe II: Os fármacos da classe II compreendem os 
antagonistas dos receptores β-adrenérgicos. A epinefrina pode causar arritmias por 
seus efeitos sobre o potencial de marca-passo e sobre a corrente lenta de entrada de 
Ca2+. As arritmias ventriculares após infarto do miocárdio são decorrentes, em parte, 
do aumento da atividade simpática, fornecendo uma fundamentação para usar β-
bloqueadores nessa situação. A condução AV depende, criticamente, da atividade 
simpática; os β-bloqueadores aumentam o período refratário do nó AV e podem, 
portanto, impedir crises recorrentes de taquicardia supraventricular (TSV). Os β-
bloqueadores também são usados para prevenir crises paroxísticas de fibrilação atrial 
quando estas ocorrem em situação de ativação simpática. 
 
 
66 
 
 
 
 
Fármacos da classe III: A categoria da classe III baseou-se, originalmente, no 
comportamento incomum de um único fármaco, a amiodarona já tenham sido 
descritos. Tanto a amiodarona como o sotalol têm mais de um mecanismo de ação 
antiarrítmica. A característica especial que os define como fármacos da classe III é 
que prolongam, substancialmente, o potencial de ação cardíaco. O prolongamento do 
potencial de ação aumenta o período refratário, sendo responsável por atividade 
antiarrítmica potente e variada, por exemplo, interrompendo taquicardias reentrantes 
e suprimindo atividade ectópica. 
Fármacos da classe IV: Os agentes da classe IV atuam bloqueando canais de 
cálcio sensíveis à voltagem. Os fármacos da classe IV em uso terapêutico para 
arritmias (p. ex., verapamil) atuam sobre os canais do tipo L. Os fármacos da classe 
IV tornam mais lenta a condução nos nós AS e AV, onde a propagação do potencial 
de ação depende da corrente de entrada lenta de Ca2+, tornando mais lento o coração 
e extinguindo a TSV por meio de bloqueio AV parcial. Abreviam o platô do potencial 
de ação e reduzem a força de contração. A redução da entrada de Ca2+ reduz a pós-
despolarização e, deste modo, suprime os batimentos ectópicos prematuros. 
10.4 Fármacos que aumentam a contração do miocárdio 
Glicosídeos cardíacos 
Os glicosídeos cardíacos são provenientes da dedaleira (Digitalis spp.) e 
plantas relacionadas. A planta contém vários glicosídeos cardíacos com ações 
semelhantes. Sua estrutura química básica consiste em três componentes: uma 
estrutura açúcar, um esteroide e um anel lactona. 
A lactona é essencial para a atividade, as outras partes da molécula 
determinam a potência e as propriedades farmacocinéticas. Terapeuticamente, o 
glicosídeo cardíaco mais importante é a digoxina. 
 
Ações e efeitos adversos 
 
67 
 
 
 
 
As principais ações dos glicosídeos são sobre o coração, mas alguns dos seus 
efeitos adversos são extra cardíacos, incluindo náuseas, vômitos, diarreia e confusão. 
Os efeitos cardíacos são: 
• Redução da frequência cardíaca e da velocidade de condução nó AV, 
devido à atividade vagal aumentada 
• Aumento da força de contração 
• Distúrbios de ritmo, notadamente: 
➢ Bloqueio da condução AV 
➢ Aumento da atividade marca-passo ectópica. 
Os efeitos adversos são comuns e podem ser graves. Uma das principais 
desvantagens dos glicosídeos em uso clínico é a estreita margem entre eficácia e 
toxicidade. 
10.5 Fármacos antianginosos 
A angina é tratada pelo uso de fármacos que melhoram a perfusão do miocárdio 
ou reduzem sua demanda metabólica, ou ambos. Dois dos principais grupos de 
fármacos, os nitratos orgânicos e os antagonistas do cálcio, são vasodilatadores e 
produzem os dois efeitos. Quanto ao terceiro grupo, os β-bloqueadores reduzem a 
frequência cardíaca e consequentemente reduzem a demanda metabólica. 
A ivabradina reduz a frequência cardíaca por inibição da corrente If do nó 
sinusal, e é uma alternativa aos β-bloqueadores para pacientes nos quais estes não 
são tolerados ou estão contraindicados. 
A ranolazina foi introduzida recentemente como adjunto de outros fármacos 
antianginosos: esta inibe a corrente tardia de sódio e, desse modo, reduz 
indiretamente o cálcio intracelular e a força de contração, sem afetar a frequência 
cardíaca; estão em desenvolvimento inibidores mais potentes e seletivos da corrente 
de sódio persistente. 
 
1) Nitratos orgânicos 
 
68 
 
 
 
 
O nitrito de amila agora foi substituído pelo trinitrato de glicerila (TNG). Vários 
nitratosorgânicos correlatos, dos quais o mais importante é o mononitrato de 
isossorbida, apresentam ação prolongada. O nicorandil, um ativador de canais de 
potássio com atividade nitrovasodilatadora adicional, é por vezes combinado como 
outros tratamentos antianginosos em casos resistentes. 
A ação antianginosa dos nitratos envolve: 
• Redução do trabalho cardíaco, pela redução da pré-carga 
(venodilatação) e dos pós carga (redução da onda reflexa arterial), 
levando à redução da necessidade de oxigênio pelo miocárdio; 
• Redistribuição do fluxo coronariano em direção a áreas isquêmicas 
através de colaterais; 
• Alívio do espasmo coronariano. 
Além dos seus efeitos sobre a musculatura lisa, o óxido nítrico (NO) aumenta a 
velocidade de relaxamento do músculo cardíaco (denominada ação “lusiotrópica”). 
 
2) Ativadores de canais de potássio 
O nicorandil combina ativação do canal de potássio KATP com ações 
nitrovasodilatadoras (como doador de óxido nítrico). É um dilatador arterial e venoso 
e causa os efeitos indesejáveis esperados de cefaleia, rubor e tonturas. 
É usado em pacientes que continuam sintomáticos apesar de conduta ótima 
com outros fármacos, muitas vezes enquanto aguardam cirurgia ou angioplastia. 
 
3) Antagonistas de receptores β-adrenérgicos 
Os β -bloqueadores são importantes na profilaxia da angina estável e no 
tratamento de pacientes com angina instável. Funcionam, para estas indicações, 
reduzindo o consumo cardíaco de oxigênio. Também reduzem o risco de morte após 
infarto do miocárdio, provavelmente através da sua ação antiarrítmica. 
Quaisquer efeitos sobre o diâmetro dos vasos coronários são de importância 
menor, embora esses fármacos sejam evitados na angina variante em razão do risco 
teórico de que aumentem o espasmo coronariano. 
 
 
69 
 
 
 
 
4) Antagonistas do cálcio 
O termo “antagonistas do cálcio” é usado para fármacos que bloqueiam a 
entrada celular de Ca2+ através dos canais de cálcio, e não suas ações intracelulares. 
Os antagonistas do cálcio terapeuticamente importantes atuam sobre os canais do 
tipo L. Os antagonistas do cálcio do tipo L compreendem três classes quimicamente 
distintas: fenilalquilaminas (p. ex., verapamil), di-hidropiridinas (p. ex., nifedipino, 
anlodipino) e benzotiazepinas (p. ex., diltiazem). 
As paredes das artérias, arteríolas, vênulas e veias contêm musculatura lisa 
cujo estado contrátil é controlado por hormônios circulantes e por mediadores 
liberados, localmente, das terminações nervosas simpáticas e células endoteliais. 
Essas substâncias agem, principalmente, regulando o Ca2+ nas células musculares 
lisas vasculares 
As ações dos fármacos sobre o sistema vascular podem ser divididas em 
efeitos sobre: 
• A resistência vascular sistêmica total (“periférica”), um dos principais 
determinantes na pressão arterial; 
• A resistência de certos leitos vasculares individuais, a qual determina a 
distribuição local do fluxo sanguíneo para e em diferentes órgãos; tais 
efeitos são relevantes para o tratamento farmacológico da angina, 
fenômeno de Raynaud, hipertensão pulmonar e choque circulatório; 
• A complacência da aorta e a reflexão de onda de pulso, que são relevantes 
para o tratamento da hipertensão, da insuficiência cardíaca e da angina; 
• O tônus venoso e o volume sanguíneo (a “plenitude” da circulação), que 
juntos determinam a pressão venosa central e são relevantes para o 
tratamento da insuficiência cardíaca e da angina; os diuréticos (que 
reduzem o volume sanguíneo); ateroma e trombose. 
• A formação de novos vasos (angiogênese) – importante, por exemplo, na 
retinopatia diabética e no tratamento de doença maligna. 
O músculo liso vascular é controlado por mediadores secretados por nervos 
simpáticos e endotélio vascular, e por hormônios circulantes. 
 
70 
 
 
 
 
A contração da célula muscular lisa é iniciada por uma elevação da [Ca2+]i, 
que ativa a quinase de cadeias leves da miosina, causando fosforilação da miosina. 
Alternativamente, o que ocorre é sensibilização dos miofilamentos ao Ca2+ por 
inibição da miosina fosfatase. 
 
Fármacos podem causar contração através de um ou mais mecanismos: 
• liberação de Ca2+ através do trisfosfato de inositol 
• despolarização da membrana, abrindo os canais de cálcio controlados 
por voltagem e causando entrada de Ca2+ 
• aumento da sensibilidade ao Ca2+ através de ações sobre a quinase de 
cadeia leve da miosina e/ou miosina fosfatase . 
Fármacos causam relaxamento por: 
• Inibição da entrada de Ca2+ através dos canais de cálcio operados por 
voltagem, direta (p. ex., nifedipino) ou indiretamente por hiperpolarização 
da membrana (p. ex., ativadores dos canais de potássio, como o 
metabólito ativo do minoxidil) 
• Aumento do AMPc ou GMPc intracelulares; o AMPc inativa a quinase da 
cadeia leve da miosina e facilita o efluxo de Ca2+; o GMPc opõe-se aos 
aumentos de [Ca2+] induzidos por agonistas. 
Fonte: Adaptado de RANG & DALE, 2016 
10.6 Sistema renina-angiotensina 
O sistema renina-angiotensina tem ação sinérgica com a divisão simpática do 
sistema nervoso, aumentando, por exemplo, a liberação de norepinefrina das 
terminações nervosas simpáticas. Estimula a secreção de aldosterona e desempenha 
um papel central no controle da eliminação de Na+ e do volume de líquido, bem como 
do tônus vascular. 
A renina é uma aspartil protease produzida e secretada pelo aparelho 
justaglomerular, um conjunto especializado de células musculares lisas que revestem 
as arteríolas aferentes e eferentes do glomérulo renal. O resultado final da secreção 
 
71 
 
 
 
 
de renina consiste em vasoconstrição e retenção de Na+, duas ações que mantêm a 
perfusão tecidual e que aumentam o volume de líquido extracelular. 
A atividade nervosa simpática renal, os agonistas de receptores β -
adrenérgicos e a PGI2 estimulam diretamente a secreção de renina, enquanto a 
angiotensina II causa inibição em retroalimentação (feedback). O peptídeo natriurético 
atrial também inibe a secreção de renina. A renina é removida rapidamente do plasma. 
Atua sobre o angiotensinogênio (uma globulina plasmática produzida no fígado), 
destacando um decapeptídeo, a angiotensina I. 
 
Fonte: revista.hupe.uerj.br 
A angiotensina I está inativa, mas é convertida pela enzima conversora de 
angiotensina (ECA) em um octapeptídeo, a angiotensina II, que é um potente 
vasoconstritor. A angiotensina II é substrato para enzimas (aminopeptidases A e N) 
que removem resíduos isolados de aminoácidos, dando origem, respectivamente, à 
angiotensina III e à angiotensina IV. 
A angiotensina III estimula a secreção de aldosterona e está envolvida na 
sensação de sede. A angiotensina IV também tem ações distintivas, provavelmente 
através de seu próprio receptor, incluindo a liberação endotelial do inibidor-1 do 
ativador do plasminogênio. Os receptores para angiotensina IV têm distribuição 
característica, inclusive no hipotálamo. 
 
72 
 
 
 
 
10.7 Fármacos vasoativos 
Os fármacos podem afetar a musculatura lisa vascular, atuando diretamente 
sobre as células musculares lisas, ou indiretamente, por exemplo, sobre as células 
endoteliais, sobre as terminações nervosas simpáticas ou sobre o sistema nervoso 
central (SNC). 
 
Classificação dos fármacos vasoativos de ação indireta: 
Local Mecanismo Exemplos 
Vasoconstritores 
 
Nervos simpáticos 
Liberação de norepinefrina 
(noradrenalina) 
Tiramina 
Bloqueia captura de 
norepinefrina 
Cocaína 
Endotélio Liberação de endotelina Angiotensina II 
(parcialmente) 
Vasodilatadores 
Nervos simpáticos Inibem a liberação de 
norepinefrina 
Prostaglandina E2, 
guanetidina 
Endotélio Liberação de óxido nítrico Acetilcolina, substância 
P 
Sistema nervoso 
central 
Inibição vasomotora Anestésicos 
Enzimas Inibição da enzima conversora 
de angiotensina 
Captopril 
Fonte: Adaptado de RANG & DALE, 2016 
10.8 Fármacos vasoconstritores 
•Angiotensina II 
 
73 
 
 
 
 
O papel fisiológico do sistema renina-angiotensina foi descrito anteriormente. A 
angiotensina II é aproximadamente 40 vezes mais potente que a norepinefrina para 
elevar a pressão arterial. Assim como os agonistas α 1-adrenérgicos, causa 
constrição principalmente da vasculatura cutânea, esplâncnica e renal, com menos 
efeito sobre o fluxo sanguíneo para o cérebro e a musculatura esquelética. Não tem 
usos clínicos de rotina, residindo sua importância terapêutica no fato de que outros 
fármacos (p. ex., captopril e losartana; afetam o sistema cardiovascular por redução 
de sua produção ou ação. 
 
• Hormônio antidiurético 
O hormônio antidiurético (ADH, também conhecido como vasopressina) é um 
hormônio peptídico da neuro-hipófise. É importante por sua ação antidiurética sobre 
os rins, mas também é um vasoconstritor potente na pele e em alguns outros leitos 
vasculares. Seus efeitos são iniciados por dois receptores distintos (V1 e V2). A 
retenção de água é mediada através dos receptores V2, ocorre em baixas 
concentrações plasmáticas de ADH e envolve ativação da adenilil ciclase nos ductos 
coletores renais. A vasoconstrição é mediada através dos receptores V1 (dois 
subtipos, exige concentrações mais altas de ADH e envolve ativação da fosfolipase 
C. 
O ADH causa vasoconstrição generalizada, incluindo os vasos celíacos, 
mesentéricos e coronários. Afeta, também, outros músculos lisos (p. ex., 
gastrointestinais e uterinos) e causa cólicas abdominais por essa razão. É 
ocasionalmente usado para tratar pacientes com hemorragia em varizes esofágicas e 
hipertensão porta antes de tratamento mais definitivo. 
 
• Endotelina 
Apresentam ações vasodilatadoras e vasoconstritoras, mas predominando a 
vasoconstrição. A administração intravenosa causa vasodilatação transitória seguida 
por vasoconstrição profunda e de longa duração. As endotelinas são vasoconstritores 
ainda mais potentes que a angiotensina II. 
 
74 
 
 
 
 
10.9 Fármacos vasodilatadores 
Os vasodilatadores têm papel importante no tratamento de problemas comuns, 
incluindo hipertensão, insuficiência cardíaca e angina de peito, bem como certos 
distúrbios menos comuns, porém graves, incluindo hipertensão pulmonar e doença de 
Raynaud. 
 
• Vasodilatadores de ação direta 
Os alvos sobre os quais estes fármacos agem para relaxar a musculatura lisa 
vascular incluem os canais de cálcio dependentes de voltagem na membrana 
plasmática, os canais do retículo sarcoplasmático (liberação ou recaptação de Ca2+) 
e as enzimas que determinam a sensibilidade das proteínas contráteis ao Ca2+. 
Antagonistas do cálcio Fármacos que ativam canais de 
potássio 
Assim como suas ações no coração, 
causam vasodilatação arterial generalizada, 
embora agentes individuais exibam padrões 
distintos de potência regional. 
As di-hidropiridinas (p. ex., nifedipino) 
atuam preferencialmente na musculatura 
lisa, enquanto o verapamil atua no coração 
(efeitos cronotrópico e inotrópico negativos), 
além de causar vasodilatação; o diltiazem 
apresenta especificidade intermediária. 
 Consequentemente, as di-hidropiridinas de 
ação rápida geralmente produzem 
taquicardia reflexa, enquanto o verapamil e 
o diltiazem não o fazem. 
Alguns fármacos (p. ex., minoxidil e 
diazóxido) relaxam a musculatura lisa por 
indução à abertura de canais KATP. Essa 
ação hiperpolariza as células e “desliga” 
os canais de cálcio dependentes de 
voltagem. 
Os ativadores dos canais de potássio 
trabalham pela ação antagonizante da 
ATP intraceluar nestes canais. 
Fonte: Adaptado de Rang & Dale, 2016 
 
75 
 
 
 
 
10.10Vasodilatadores de ação indireta 
Os dois principais grupos de fármacos vasodilatadores de ação indireta são 
inibidores dos principais sistemas vasoconstritores, como o sistema nervoso simpático 
e o sistema renina-angiotensina-aldosterona. 
Segundo Rang & Dale (2016): 
Acredita-se que o controle central da vasoconstrição mediada pelo 
simpático envolva os receptores α2-adrenérgicos e outra classe de 
receptores, denominados receptores de imidazolina I1, presentes no tronco 
encefálico, na parte rostral anterolateral do bulbo. 
A clonidina (agonista do receptor α2-adrenérgico, agora amplamente 
obsoleto como fármaco anti-hipertensivo) e a moxonidina, agonista do 
receptor I1, diminuem a pressão sanguínea através da redução da atividade 
simpática no sistema nervoso central. Além disto, muitos vasodilatadores (p. 
ex., acetilcolina, bradicinina, substância P) exercem alguns ou todos os seus 
efeitos por estimulação da biossíntese de prostaglandinas vasodilatadoras ou 
de NO (ou de ambos) pelo endotélio vascular (ver anteriormente e, causando, 
assim, antagonismo funcional do tônus constritor promovido pelos nervos 
simpáticos e pela angiotensina II. 
 
Resumo dos fármacos que inibem o sistema renina-angiotensina-aldosterona 
Classe Fármaco Farmacocinética Efeitos adversos Usos Observações 
 
 
 
 
 
 
 
 
Inibidores de 
ECA 
 
Captopril 
Ação curta t1/2 
∼2 h 
Doses 2-3 vezes 
por 
dia 
Tosse Hipotensão 
Proteinúria 
Distúrbios do 
paladar 
Hipertensão 
Insuficiência 
Cardíaca 
após IM 
Os IECAs são 
depurados 
principalmente 
por eliminação 
renal 
 
 
Enalapril 
Pró-fármaco – o 
metabólito ativo é 
o enalaprilate t1/2 
∼11 h Doses 1-2 
vezes por dia 
Tosse Hipotensão 
Comprometimento 
renal reversível 
(em pacientes com 
estenose da artéria 
renal) 
Como o 
captopril 
Lisinopril, 
perindopril, 
ramipril, 
trandalopril são 
semelhantes 
Alguns estão 
aprovados para 
outros usos (p. 
ex., AVC, 
hipertrofia 
ventricular 
esquerda) 
 
76 
 
 
 
 
 
 
 
Bloqueadores 
de receptores 
de 
angiotensina 
(BRAs) 
Valsartana t1/2 ∼6 h Hipotensão Dano 
renal reversível 
(em pacientes com 
Hipertensão 
Insuficiência 
cardíaca 
Os BRAs são 
depurados por 
metabolismo 
hepático 
Losartana Metabólito de 
ação prolongada 
t1/2 ∼8 
h 
Como a valsartana Como a 
valsartana 
Nefropatia 
diabética 
A irbesartana é 
similar, com t1/2 
∼10-15 h 
Candesarta
na 
t1/2 5-10 h Ação 
prolongada, pois 
o complexo com 
o receptor é 
estável 
Como a valsartana Como a 
valsartana 
Administrado na 
forma de 
prófármaco éster 
(candesartana 
cilexetil) 
Inibidor da 
renina 
Alisquireno Baixa 
biodisponibilidade 
Oral t1/2 24 h 
Como a valsartana, 
e diarreia 
Hipertensão 
essencial 
Contraindicado 
em pacientes 
com doença 
renal, diabetes 
 
 
 
 
 
Antagonistas 
da 
aldosterona 
Eplerenona t1/2 3-5 h Como a valsartana, 
especialmente 
hipercalemia 
Náuseas, diarreia 
Insuficiência 
cardíaca 
após IM 
 
Espironola
ctona 
Pró-fármaco 
convertido em 
canrenona, que 
possui t1/2 ∼24 h 
Como a 
eplerenona, e 
efeitos 
estrogênicos 
(ginecomastia, 
irregularidades 
menstruais, 
disfunção erétil) 
Hiperaldoster
onismo 
primário 
Insuficiência 
cardíaca 
Edema e 
ascite (p. ex., 
na 
cirrose 
hepática) 
 
Fonte: Adaptado de RANG & DALE, 2016 apud 
• Liberação de renina: os bloqueadores β-adrenérgicos inibem a liberação de 
renina (embora suas outras ações possam acarretar pequeno aumento da 
resistência vascular periférica); 
• Atividade da renina: inibidores da renina inibem a conversão de 
angiotensinogênio em angiotensina I; 
• ECA: inibidores da ECA (IECAs) bloqueiam a conversão de angiotensina I em 
angiotensina II; 
• Receptores tipo 1 da angiotensina II (AT1): antagonistas dos receptores AT1; 
 
77 
 
 
 
 
• Receptores da aldosterona: antagonistas dos receptores da aldosterona 
Inibidores de renina: O aliskireno, um inibidor da renina, não peptídico, ativo 
por via oral, foi desenvolvido e registrado como fármaco anti-hipertensivo. Ele diminui 
a pressão sanguínea, mas não tem obtido sucesso clinicamente, com efeitos adversos 
que incluem diarreia (comum), insuficiência renal aguda e, raramente, angioedema e 
reações alérgicas graves. 
Inibidores da enzimaconversora de angiotensina: O primeiro IECA a ser 
comercializado foi o captopril, um dos primeiros exemplos de projeto de fármaco bem-
sucedido baseado no conhecimento químico da molécula-alvo. Verificou-se também 
que vários peptídeos pequenos eram inibidores fracos da enzima. 
 O captopril foi elaborado para combinar as propriedades estéricas de tais 
antagonistas peptídicos em uma molécula não peptídica, que era ativa quando dada 
por via oral. Apresenta uma meia-vida plasmática curta (cerca de 2 h) e deve ser 
administrado duas a três vezes ao dia. Muitos dos inibidores da ECA desenvolvidos 
subsequentemente, que são amplamente usados na clínica, têm uma duração de 
ação mais longa e são administrados uma vez ao dia. 
 
Efeitos farmacológicos 
Os inibidores da ECA causam apenas uma pequena queda da pressão arterial 
em indivíduos saudáveis que estejam consumindo a quantidade de sal contida em 
uma dieta ocidental normal, porém uma queda muito maior nos hipertensos, 
particularmente naqueles em que a secreção de renina esteja aumentada (p. ex., nos 
pacientes que recebem diuréticos). 
Os IECAs afetam os vasos de capacitância e de resistência e reduzem a carga 
cardíaca, bem como a pressão arterial. Atuam, preferencialmente, sobre os leitos 
vasculares sensíveis à angiotensina, que incluem os rins, o coração e o cérebro. 
Essa seletividade pode ser importante para sustentar a perfusão adequada 
desses órgãos vitais em face da redução da pressão de perfusão. A estenose crítica 
da artéria renal é uma exceção, caso em que a inibição da ECA acarreta queda da 
taxa de filtração glomerular 
 
78 
 
 
 
 
10.11Insuficiência cardíaca 
A insuficiência cardíaca é uma síndrome clínica caracterizada por sintomas de 
falta de ar e/ou fadiga, em geral com sinais de sobrecarga de líquido (edema, 
estertores durante ausculta do tórax). A anormalidade subjacente fisiológica é um 
débito cardíaco inadequado para satisfazer as demandas metabólicas do organismo, 
de início durante o exercício, mas, com o progresso da síndrome, também em 
repouso. 
Pode ser causada por doença do próprio miocárdio (mais comumente em 
consequência de doença da artéria coronária, mas também de outras patologias 
incluindo fármacos cardiotóxicos como a doxorrubicina ou o trastuzumab) ou por 
fatores circulatórios, como sobrecarga de volume (p. ex., regurgitação valvar ou 
shunts arteriovenosos causados por defeitos congênitos) ou sobrecarga de pressão 
(p. ex., valvas estenosadas – ou seja, estreitadas –, hipertensão arterial ou pulmonar). 
Os fármacos usados na insuficiência cardíaca atuam de vários modos 
complementares, com os seguintes efeitos. 
Aumento da natriurese: Os diuréticos, especialmente os de alça (Ca), são 
importantes para aumentar a eliminação de sal e água, especialmente se houver 
edema pulmonar. Na insuficiência cardíaca crônica, os fármacos que demonstram 
melhorar a sobrevivência foram todos estudados em pacientes tratados com 
diuréticos. 
Inibição do sistema renina-angiotensina-aldosterona: Este sistema 
permanece inadequadamente ativado em pacientes com insuficiência cardíaca, 
especialmente quando tratados com diuréticos. Os β -bloqueadores inibem a 
secreção de renina e são usados em pacientes clinicamente estáveis com 
insuficiência cardíaca crônica. Os IECAs bloqueiam a formação de angiotensina II e 
os BRAs inibem sua ação, reduzindo assim a resistência vascular, melhorando a 
perfusão tecidual e reduzindo a pós-carga cardíaca. Causam também natriurese, por 
inibição da secreção de aldosterona e redução do efeito estimulante direto da 
angiotensina II sobre a reabsorção de Na+ e HCO3 − na porção inicial do túbulo 
contorcido proximal. O mais importante de tudo é que prolongam a vida. 
 
79 
 
 
 
 
Bloqueio de receptores β -adrenérgicos: A insuficiência cardíaca é 
acompanhada por ativação potencialmente perigosa do sistema nervoso simpático, 
bem como do sistema renina-angiotensina, fornecendo um embasamento para o uso 
de β-bloqueadores. A maioria dos médicos mostrou-se muito preocupada com essa 
estratégia pela ação inotrópica negativa desses fármacos, porém, quando iniciados 
em doses baixas e aumentados lentamente, o metoprolol, o carvedilol e o bisoprolol 
melhoram a sobrevida quando acrescentados a tratamento ideal em pacientes 
clinicamente estáveis com insuficiência cardíaca crônica. 
Bloqueio de receptores de ADH: O ADH é liberado na insuficiência cardíaca 
e pode contribuir para vasoconstrição indesejada (através de receptores V1A) 
e hiponatremia (via receptores V2).15 Estão disponíveis dois antagonistas 
não peptídicos do receptor de vasopressina (“vaptanas”) e estão mais em 
desenvolvimento (RANG & DALE, 2016 apud FINLEY et al., 2008). 
A conivaptana é um antagonista V1A/V2 não seletivo, licenciado para o 
tratamento da síndrome de secreção inadequada de ADH, e 
intravenosamente, para o tratamento por curto período de insuficiência 
cardíaca hipovolêmica (ou euvolêmica). A tolvaptana é um antagonista 
seletivo do receptor V2 aprovado para o tratamento oral de hiponatremia 
hipovolêmica (ou euvolêmica) clinicamente significativa. A longo prazo, 
nenhum dos dois foi capaz de melhorar a sobrevida da insuficiência cardíaca, 
e atualmente seu possível lugar na terapia é alvo de intensa investigação 
(RANG & DALE, 2016 apud JESSUP et al., 2009). 
Relaxamento da musculatura lisa vascular: O trinitrato de glicerila é 
infundido por via intravenosa para o tratamento da insuficiência cardíaca aguda. Seu 
efeito venodilatador reduz a pressão venosa, e seus efeitos sobre a complacência 
arterial e reflexão de onda reduzem o trabalho cardíaco. A combinação de hidralazina 
(para reduzir a pós-carga) com um nitrato orgânico de ação prolongada (para reduzir 
a pré-carga) em pacientes com insuficiência cardíaca crônica melhorou a sobrevida 
em um ensaio controlado aleatório (randomizado) na América do Norte, mas os 
resultados sugeriram que o benefício se restringia a pacientes de origem africana. 
Este grupo étnico é geneticamente muito heterogêneo e não se sabe quais outros 
grupos se beneficiariam de tal tratamento. 
Aumentar a força de contração cardíaca: Os glicosídeos cardíacos são 
usados em pacientes com insuficiência cardíaca que também apresentem fibrilação 
atrial rápida crônica (nos quais melhora a função cardíaca por meio da diminuição da 
frequência ventricular e, consequentemente, do enchimento ventricular, além do 
 
80 
 
 
 
 
benefício da sua ação inotrópica positiva), ou em pacientes que continuem 
sintomáticos apesar de tratamento com um diurético e um IECA. 
A digoxina não reduz a mortalidade em pacientes insuficientes com ritmo 
sinusal que estejam de maneira geral sendo tratados de forma ótima, mas realmente 
melhora os sintomas e reduz a necessidade de internações. Diferentemente, os 
inibidores de fosfodiesterase aumentam o débito cardíaco, mas aumentam a 
mortalidade na insuficiência cardíaca, provavelmente através de arritmias cardíacas. 
A dobutamina (um agonista β1-adrenérgico seletivo) é usada por via intravenosa 
quando se necessita de uma resposta rápida em curto prazo, por exemplo, após 
cirurgia cardíaca. 
Fármacos usados na insuficiência cardíaca crônica 
• Diuréticos de alça, por exemplo, furosemida. 
• Inibidores da enzima conversora de angiotensina (p. ex., ramipril) 
• Antagonistas dos receptores subtipo 1 da angiotensina II (p. ex., valsartana, 
candesartana). 
• Antagonistas dos receptores β-adrenérgicos (p. ex., metoprolol, bisoprolol, 
carvedilol), introduzidos em dose baixa em pacientes estáveis. 
• Antagonistas dos receptores de aldosterona (p. ex., espironolactona; e 
eplerenona). 
• A digoxina, especialmente em insuficiência cardíaca associada a fibrilação 
atrial rápida estabelecida. Também indicada a pacientes que continuam 
sintomáticos apesar de um ótimo tratamento. 
• Os nitratos orgânicos (p. ex., mononitrato de isossorbida) reduzem apré-carga, 
e a hidralazina reduz a pós-carga. Usados em combinação, prolongam a vida 
em afroamericanos. 
 
 
 
81 
 
 
 
 
11 MEDICAMENTOS QUE ATUAM NO SISTEMA RESPIRATÁRIO 
 
Fonte: slideplayer.com 
11.1 Doença pulmonar e seu tratamento 
Os sintomas comuns de doença pulmonar incluem falta de ar, sibilos, dor no 
peito e tosse, com ou sem produção de escarro ou hemoptise – sangue no 
escarro. De maneira ideal, o tratamento é o da doença subjacente, mas, 
algumas vezes, o tratamento sintomático da tosse, por exemplo, é tudo o que 
é possível (RANG & DALE, 2016). 
11.2 Asma brônquica 
A asma é a doença crônica mais comum em crianças de países desenvolvidos, 
sendo também comum em adultos. Sua prevalência e gravidade estão aumentando. 
Trata-se de uma doença inflamatória na qual há obstrução recorrente e reversível das 
vias aéreas em resposta a estímulos irritantes que são fracos demais para afetar os 
não asmáticos. 
Fármacos usados em prevenção e tratamento da asma 
Há duas categorias de fármacos antiasmáticos: broncodilatadores e anti-
inflamatórios. Os broncodilatadores revertem o broncoespasmo da fase imediata; os 
anti-inflamatórios inibem ou previnem os componentes inflamatórios de ambas as 
 
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fases. Essas duas categorias não são mutuamente exclusivas: alguns fármacos 
classificados como broncodilatadores também têm certo efeito anti-inflamatório. 
Não é tarefa simples saber como melhor usar esses fármacos no tratamento 
da asma. Uma diretriz para o controle da asma especifica cinco passos terapêuticos 
para adultos e crianças com asma crônica. 
• Doença muito leve pode ser controlada exclusivamente com um broncodilatador 
de ação curta (salbut ou terbutalina) - passo 1. 
• Mas se o paciente precisar do medicamento mais de uma vez por dia, deverá 
ser acrescentado um corticosteroide inalatório regular - passo 2. 
• Se a asma continuar sem controle, no passo 3 acrescenta-se um 
broncodilatador de ação prolongada (salmeterol ou formoterol); esta manobra 
minimiza a necessidade de aumento das doses de corticosteroides inalatórios. 
A teofilina e os antagonistas dos leucotrienos, como o montelucaste, também 
exercem um efeito poupador de corticosteroides, mas isso é menos confiável. 
• Um ou outro é acrescentado para pacientes que permanecem sintomáticos - 
passo 4 - e/ou a dose de corticosteroide inalatório é aumentada até o máximo 
recomendado. 
• O passo 5 é acrescentar um corticoide oral regular (p. ex., prednisolona). 
 
Os corticosteroides constituem o pilar da terapia porque são os únicos fármacos 
para asma que potencialmente inibem a ativação dos linfócitos T e, desse modo, a 
resposta inflamatória, nas vias aéreas asmáticas. 
 
Broncodilatadores: 
Os principais fármacos usados como broncodilatadores são agonistas β2-
adrenérgicos; outros incluem teofilina, antagonistas dos receptores de cisteinil-
leucotrienos e antagonistas muscarínicos. 
 
Agonistas de receptores β-adrenérgicos 
Seu efeito primário na asma é dilatar os brônquios por ação direta sobre os 
receptores β2-adrenérgicos da musculatura lisa. Sendo antagonistas fisiológicos dos 
 
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broncoconstritores, relaxam o músculo brônquico quaisquer que sejam os 
espasmógenos envolvidos. Também inibem a liberação de mediadores de mastócitos 
e a liberação de TNF-α de monócitos, além de aumentarem a remoção do muco por 
ação sobre os cílios. 
Os agonistas β2-adrenérgicos geralmente são administrados por inalação de 
aerossol, pó ou solução nebulizada (i.e., uma solução que foi convertida em “nuvem” 
ou uma mistura de micro gotas), mas alguns podem ser administrados por via oral ou 
parenteral. 
Usa-se um inalador com válvula medidora de dose para preparações em 
aerossol. Duas categorias de agonistas β2-adrenérgicos são usadas na asma. 
Agentes de ação curta: salbut e terbutalina. São administrados por inalação; 
o efeito máximo ocorre em 30 minutos e a duração da ação é de 3-5 horas; geralmente 
são usados “conforme a necessidade” para controlar os sintomas. 
Agentes de ação mais longa: por exemplo, salmeterol e formoterol. Estes são 
administrados por inalação, e a duração de ação é de 8 a 12 horas. Não são usados 
“conforme a necessidade”, mas administrados regularmente, duas vezes ao dia, como 
terapia complementar em pacientes cuja asma não esteja adequadamente controlada 
com glicocorticoides. 
 
Fármacos antiasmáticos: broncodilatadores 
 
 
 
Os agonistas dos β2-adrenérgicos 
(p. ex., salbut) são fármacos de 
primeira escolha: 
 
• Atuam como antagonistas fisiológicos dos 
mediadores espasmogênicos, mas têm pouco ou 
nenhum efeito sobre a hiper-reatividade brônquica. 
• O salbut é administrado por inalação; seus efeitos se 
iniciam imediatamente e duram 3-5 h; também pode 
ser administrado por infusão intravenosa no estado 
de mal asmático. 
• O salmeterol ou o formoterol são administrados 
regularmente por inalação; sua duração de ação é de 
8-12 h. 
 • É uma metilxantina 
 
84 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Teofilina (geralmente formulada 
como aminofilina): 
• Inibe fosfodiesterase e bloqueia receptores de 
adenosina 
• Tem janela terapêutica estreita: os efeitos 
indesejáveis incluem arritmia cardíaca, crises 
convulsivas e distúrbios gastrointestinais 
• É administrada por via intravenosa (por infusão lenta) 
para estado de mal asmático ou por via oral (em 
preparação de liberação contínua) como terapia 
complementar para corticosteroides inalatórios e 
agonistas β2 de ação prolongada (passo 4) 
• É metabolizada no fígado pelo P450; sua 
concentração e meia-vida plasmática (normalmente 
cerca de 12 h) aumentam em presença de disfunção 
hepática e infecções virais 
• Interage de modo importante com outros fármacos; 
alguns (p. ex., certos antimicrobianos) aumentam a 
meia-vida da teofilina; outros (p. ex., 
anticonvulsivantes) a diminuem. 
Fonte: adaptado de RANG & DALE, 2016 
Os antagonistas dos receptores de cisteinil-leucotrienos (p. ex., montelucaste) são 
fármacos de terceira escolha para asma. Eles: 
• Competem com a cisteinil-leucotrienos pelos receptores CysLT1 
• São usados principalmente como terapia complementar com 
corticosteroides inalatórios e agonistas β2 de ação longa (passo 4). 
11.3 Doença pulmonar obstrutiva crônica 
A doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) é um grande problema de saúde 
pública – projeções recentes sugerem que seja a terceira causa de morte desde 2012. 
O tabagismo é a causa principal e está aumentando no mundo em desenvolvimento. 
A poluição do ar, também etiologicamente importante, também está aumentando e há 
 
85 
 
 
 
 
uma necessidade imensa não satisfeita de fármacos eficazes. Apesar disso, a DPOC 
tem recebido menos atenção que a asma. 
 
Aspectos específicos do tratamento 
Os broncodilatadores inalatórios com ação curta e longa podem ser paliativos 
úteis em pacientes com componente reversível. Os principais fármacos com ação 
curta são o ipratrópio e o salbut; os fármacos com ação prolongada incluem tiotrópio 
e salmeterol ou formoterol. 
A teofilina pode ser administrada por via oral, mas não se tem certeza do seu 
benefício. Seu efeito estimulante respiratório pode ser útil para pacientes que tendem 
a reter CO2. 
Outros estimulantes respiratórios (p. ex., doxapram) são eventualmente usados 
por curto período na insuficiência respiratória aguda (p. ex., no pós-operatório), mas 
têm sido amplamente substituídos por suporte ventilatório mecânico (ventilação com 
pressão positiva intermitente). 
 
Surfactantes 
Os surfactantes pulmonares atuam não através da ligação a alvos específicos, 
mas, sim, através da diminuição da tensão de superfície do fluido que reveste os 
alvéolos, permitindo a entrada de ar. São eficazes na profilaxia e no tratamento da 
síndrome da angústia respiratória em recém-nascidos, em especial prematuros nos 
quais a produção de surfactante endógeno é deficiente.Exemplos incluem beractanto e poractanto alfa, que são derivados do 
surfactante pulmonar fisiológico. São administrados diretamente na árvore 
traqueobrônquica através de cânula endotraqueal. (As mães de prematuros são 
ocasionalmente tratadas com glicocorticoides antes do parto na tentativa de acelerar 
a maturação do pulmão fetal e minimizar a incidência deste distúrbio.) 
 
86 
 
 
 
 
12 MEDICAMENTOS QUE ATUAM NO SITEMA URINÁRIO 
 
Fonte: estudopratico.com 
Os principais fármacos que funcionam alterando a função renal – os diuréticos 
– são cruciais para o controle de doenças cardiovasculares, bem como para 
pacientes com doença renal. Os rins são os principais órgãos pelos quais os 
fármacos e seus metabólitos são eliminados do organismo e, portanto, os 
esquemas posológicos de muitos fármacos precisam ser adaptados em 
pacientes com comprometimento da função renal. Além disso, os rins são 
alvo de vários tipos de toxicidade medicamentosa devido, em parte, à elevada 
concentração de fármacos e seus metabólitos em alguns tecidos renais 
(RANG & DALE, 2016). 
Os fármacos, bem como os procedimentos cirúrgicos, também são usados para 
tratar distúrbios do trato urinário inferior que comumente causam retenção urinária ou 
incontinência. Pacientes com anemia devido à insuficiência renal crônica se 
beneficiam com a epoetina. 
12.1 Fármacos que atuam sobre o rim 
Os diuréticos aumentam a eliminação de Na+ e água. Diminuem a reabsorção 
de Na+ e de um ânion acompanhante (em geral) de Cl− do filtrado, sendo o aumento 
da perda de água secundário ao aumento da eliminação de NaCl (natriurese). Isso 
pode ser obtido por: 
 
87 
 
 
 
 
• Ação direta sobre as células do néfron; 
• Indiretamente, por modificação do conteúdo do filtrado. 
A maioria dos diuréticos com ação direta sobre as células do néfron atuam a 
partir do interior da luz tubular e chegam a seus locais de ação pelo fato de serem 
secretados para o túbulo proximal (com exceção da espironolactona). 
Diuréticos que atuam diretamente sobre as células do néfron 
Os principais diuréticos terapeuticamente úteis atuam sobre: 
• O ramo ascendente da alça de Henle; 
• O início do túbulo distal; 
• Os túbulos e ductos coletores. 
12.2 Usos clínicos dos diuréticos de alça (p. ex., furosemida) 
• Os diuréticos de alça são usados (com cautela), em combinação com restrição 
de sal na dieta e muitas vezes com outras classes de diuréticos, no tratamento 
de sobrecarga de sal e água associada a: 
➢ Edema agudo de pulmão 
➢ Insuficiência cardíaca crônica 
➢ Cirrose hepática complicada por ascite 
➢ Síndrome nefrótica 
➢ Insuficiência renal. 
 
• Tratamento de hipertensão complicada por comprometimento renal (os tiazídicos 
são preferidos, caso a função renal estiver preservada). 
• Tratamento de hipercalcemia após reposição do volume plasmático usando 
solução intravenosa de NaCl. 
12.3 Usos clínicos dos diuréticos tiazídicos (p. ex., bendroflumetiazida) 
• Hipertensão. 
• Insuficiência cardíaca leve (em geral preferem-se diuréticos de alça). 
 
88 
 
 
 
 
• Edema resistente grave (metolazona, em especial é usada juntamente 
com diuréticos de alça). 
• Para prevenir formação recorrente de cálculos na hipercalciúria 
idiopática. 
• Diabetes insípido nefrogênico. 
12.4 Usos clínicos dos diuréticos poupadores de potássio (p. ex., amilorida, 
espironolactona): 
• Juntamente com diuréticos perdedores de K+ (i. e., de alça ou tiazídicos) de modo 
a prevenir perda de K+, em casos nos quais a hipocalemia seja especialmente 
perigosa (p. ex., pacientes que necessitem de digoxina ou amiodarona;). 
• Espironolactona ou esplerenona usadas em: 
➢ Insuficiência cardíaca, para aumentar a sobrevida 
➢ Hiperaldosteronismo primário, (síndrome de Conn) 
➢ Hipertensão essencial resistente (em especial hipertensão com renina 
baixa) 
➢ Hiperaldosteronismo secundário causado por cirrose hepática 
complicada por ascite. 
12.5 Fármacos usados na insuficiência renal 
O antiácido hidróxido de alumínio liga-se ao fosfato no trato gastrointestinal, 
reduzindo sua absorção, mas pode aumentar o alumínio no plasma em pacientes 
submetidos a diálise. 
Os agentes ligantes de fosfato à base de cálcio (p. ex., carbonato de cálcio) 
são amplamente usados. Estão contraindicados na hipercalcemia ou na 
hipercalciúria, mas, até recentemente, acreditava-se que fossem em geral 
seguros. No entanto, os sais de cálcio podem predispor a calcificação tecidual 
(inclusive das paredes arteriais), e os ligantes de fosfato contendo cálcio 
podem realmente contribuir para as taxas de morte muito altas por doença 
cardiovascular em pacientes submetidos a diálise (RANG & DALE, 2016 apud 
GOLDSMITH et al., 2004). 
 
89 
 
 
 
 
Uma resina trocadora de ânions, o sevelâmer, reduz o fosfato plasmático e 
apresenta menos possibilidade de causar calcificação arterial do que o carbonato de 
cálcio. 
O sevelâmer não é absorvido e tem o efeito adicional de reduzir o colesterol de 
lipoproteínas de baixa densidade. É administrado em doses de gramas por via oral 
três vezes ao dia com as refeições. Seus efeitos adversos são perturbações 
gastrointestinais e está contraindicado em obstrução intestinal. 
12.6 Hipercalemia 
A hipercalemia profunda coloca a vida em risco. A toxicidade cardíaca é 
neutralizada pela administração de gluconato de cálcio intravenoso e por medidas que 
desloquem o K+ para o compartimento intracelular, por exemplo, glicose mais insulina. 
O salbut administrado intravenosamente ou por inalação também causa 
captação celular de K+ e é usado para essa indicação, por exemplo (RANG & DALE, 
2016 apud MURDOCH et al., 1991); atua de maneira sinérgica com a insulina. O 
bicarbonato de sódio intravenoso também costuma ser recomendado e movimenta 
potássio para dentro das células em troca de prótons intracelulares que emergem para 
tamponar o fluido extracelular. 
A remoção do potássio em excesso do organismo pode ser obtida por resinas 
trocadoras de cátions como o poliestireno sulfonato de sódio ou de cálcio administrado 
por via oral (em combinação com sorbitol para prevenir constipação) ou como enema. 
Em geral, a diálise faz-se necessária. 
 
90 
 
 
 
 
13 MEDICAMENTOS QUE ATUAM NO APARELHO GASTROINTESTINAL 
 
Fonte: aminoapps.com 
O estômago secreta cerca de 2,5 litros de suco gástrico por dia. Os principais 
componentes exócrinos são pró-enzimas, como a pró-renina e o 
pepsinogênio, elaborados pelas células principais ou pépticas, e o ácido 
clorídrico (HCl) e fator intrínseco, secretados pelas células parietais ou 
oxínticas. A produção de ácido é importante para promoção da digestão 
proteolítica dos alimentos, absorção do ferro e eliminação de patógenos 
(RANG & DALE, 2015) 
Considera-se que desequilíbrios desses mecanismos secretores e protetores 
estejam envolvidos na patogênese da úlcera péptica, e, de fato, em outros tipos de 
comprometimento gástrico como a doença do refluxo gastroesofágico (DRGE) e 
lesões causadas pelos anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs). 
13.1 Fármacos usados para inibir ou neutralizar a secreção de ácido gástrico 
As principais indicações clínicas para reduzir a secreção de ácido são a 
ulceração péptica (duodenal e gástrica), a DRGE (na qual a secreção gástrica causa 
lesão no esôfago) e a síndrome de Zollinger-Ellison (uma rara afecção hipersecretora 
causada por um tumor secretor de gastrina). Se não for tratada, a DRGE pode causar 
displasia no epitélio esofágico que pode progredir para uma afecção pré-cancerosa 
potencialmente perigosa denominada esôfago de Barrett. 
https://aminoapps.com/
 
91 
 
 
 
 
Muitos AINEs inespecíficos causam sangramento e erosões gástricas através 
da inibição da ciclo-oxigenase-1, a enzima responsável pela síntese das 
prostaglandinas protetoras. Inibidores da ciclo-oxigenase-2 como o celecoxibe, mais 
seletivos, parecem causar menos lesões gástricas. 
A terapia da úlcera pépticae da esofagite de refluxo visa diminuir a secreção 
de ácido gástrico usando antagonistas dos receptores H2 ou inibidores da 
bomba de prótons, e/ou neutralizar o ácido secretado com antiácidos (RANG 
& DALE, 2016). 
13.2 Usos clínicos de agentes que afetam a acidez gástrica 
1) Antagonistas dos receptores H2 da histamina (p. ex., ranitidina): 
• Úlcera péptica 
• Esofagite de refluxo. 
2) Inibidores da bomba de prótons (p. ex., omeprazol, lansoprazol): 
• Úlcera péptica 
• Esofagite de refluxo 
• Como componente da terapia na infecção pelo Helicobacter pylori 
• Síndrome de Zollinger-Ellison (doença rara causada por tumores 
secretores de gastrina) 
 3) Antiácidos (p. ex., trissilicato de magnésio, hidróxido de alumínio, alginatos): 
• Dispepsia 
• Alívio sintomático na úlcera péptica ou (alginato) refluxo esofágico. 
4) Quelato de bismuto: 
• Como componente da terapia para infecção pelo H. pylori. 
13.3 Tratamento da infecção pelo Helicobacter pylori 
A infecção pelo H. pylori tem sido implicada como fator causal na produção de 
úlceras gástricas e, mais particularmente, de úlceras duodenais, bem como fator de 
risco para câncer gástrico. Na verdade, alguns argumentariam que a gastroduodenite 
 
92 
 
 
 
 
infecciosa realmente é a entidade clínica principal associada a úlceras, e o câncer de 
estômago, sua sequela proeminente. 
A erradicação da infecção pelo H. pylori seguramente promove fechamento 
rápido e duradouro de úlceras, sendo prática de rotina fazer testes para o 
microrganismo em pacientes que apresentem sintomas sugestivos. Se o teste for 
positivo, então o microrganismo poderá, em geral, ser erradicado com um esquema 
de 1 ou 2 semanas de “terapia tríplice”, compreendendo um inibidor da bomba de 
prótons combinado aos antibacterianos, amoxicilina e metronidazol ou claritromicina; 
outras combinações são também utilizadas. Ocasionalmente adicionam-se 
preparações contendo bismuto. Conquanto a eliminação do bacilo possa produzir 
remissão de úlceras por longo prazo, poderá ocorrer reinfecção pelo microrganismo. 
13.4 Fármacos que protegem a mucosa 
Quelato de bismuto 
Às vezes, o quelato de bismuto (dicitratobismutato tripotássico) é usado em 
esquemas combinados para tratar H. pylori. Tem efeitos tóxicos sobre o bacilo e 
também pode impedir sua aderência à mucosa ou inibir suas enzimas proteolíticas 
bacterianas. 
Os efeitos adversos incluem náuseas e vômitos e escurecimento da língua e 
das fezes. 
Sucralfato 
O sucralfato é um complexo de hidróxido de alumínio e sacarose sulfatada que 
libera alumínio em presença de ácido. O complexo residual possui forte carga 
negativa e se liga a grupos catiônicos em proteínas, glicoproteínas etc. 
 Pode formar géis complexos com o muco, ação que se pensa diminuir a 
degradação do muco pela pepsina e limitar a difusão de íons H+. O sucralfato pode 
também inibir a ação da pepsina e estimular a secreção de muco, bicarbonato e 
prostaglandinas pela mucosa gástrica. Todas essas ações contribuem para o seu 
efeito protetor da mucosa. 
 
93 
 
 
 
 
O sucralfato é administrado por via oral, e 3 horas após a administração cerca 
de 30% ainda estão presentes no estômago. No ambiente ácido, o produto 
polimerizado forma uma pasta persistente que, por vezes, pode produzir uma crosta 
obstrutiva (conhecida como bezoar) que fica presa ao estômago. Reduz a absorção 
de uma série de outros fármacos, incluindo antibióticos fluorquinolonas, teofilina, 
tetraciclina, digoxina e amitriptilina. Como exige ambiente ácido para ativação, os 
antiácidos administrados concomitantemente ou antes de sua administração reduzem 
sua eficácia. 
Os efeitos adversos são poucos, sendo o mais comum a constipação. Efeitos 
menos comuns, além da formação de bezoar gástrico, incluem boca seca, náuseas, 
vômitos, cefaleia e rashes. 
Misoprostol 
As prostaglandinas das séries E I têm, geralmente, uma ação homeostática 
protetora no trato gastrointestinal, e uma deficiência na produção endógena (depois 
da ingestão de um AINE, por exemplo) pode contribuir para a formação de úlcera. 
O misoprostol é um análogo estável da prostaglandina E1. 
É administrado por via oral e usado para promover a cicatrização de úlceras 
ou para prevenir lesão gástrica que pode ocorrer com o uso crônico de AINEs. Exerce 
ação direta sobre a célula ECS (e possivelmente sobre a célula parietal também;), 
inibindo a secreção basal de ácido gástrico, bem como a estimulação da produção 
que ocorre em resposta a alimentos, pentagastrina e cafeína. 
Também aumenta o fluxo sanguíneo na mucosa e aumenta a secreção de 
muco e de bicarbonato. 
Os efeitos adversos incluem diarreia e cólicas abdominais; também podem 
ocorrer contrações uterinas, de modo que o fármaco não deve ser usado durante a 
gravidez (a menos que deliberadamente para induzir abortamento terapêutico;). 
Fonte: RANG & DALE, 2016 
13.5 Fármacos antieméticos 
Existem vários agentes antieméticos disponíveis, em geral usados para 
condições específicas, embora possa haver certa sobreposição. Tais fármacos são 
de particular importância como complemento na quimioterapia para câncer, em que 
 
94 
 
 
 
 
as náuseas e os vômitos produzidos por muitos citotóxicos podem ser quase 
insuportáveis. O uso de fármacos para alívio das náuseas matinais da gravidez 
sempre deve trazer à mente o problema da potencial lesão ao feto. Em geral, todos 
os fármacos devem ser evitados durante os primeiros 3 meses da gravidez, se 
possível. 
Usos clínicos dos antieméticos 
Antagonistas dos receptores H1 da histamina: 
• ciclizina: cinetose 
• cinarizina: cinetose, distúrbios vestibulares (p. ex., doença de Ménière) 
• prometazina: náuseas matinais intensas da gravidez 
Antagonistas dos receptores muscarínicos: 
• hioscina: cinetose. 
Antagonistas dos receptores D2 da dopamina: 
• fenotiazínicos (p. ex., proclorperazina): vômitos causados por uremia, 
radiação, gastrenterite viral, náuseas matinais intensas da gravidez. 
• metoclopramida: vômitos causados por uremia, radiação, distúrbios 
gastrointestinais, citotóxicos. 
• pelo fato de passar a barreira hematoencefálica com dificuldade, a 
domperidona tem menos probabilidade de causar efeitos colaterais 
centrais. 
Antagonistas dos receptores 5-HT3 da 5-hidroxitriptamina (p. ex., 
ondansetrona): 
• citotóxicos ou radiação, vômitos pós-operatórios. 
 Canabinoides (p. ex., nabilona): citotóxicos 
13.6 Fármacos que aumentam a motilidade gastrointestinal 
A domperidona é usada, primariamente, como antiemético, mas também 
aumenta a motilidade gastrointestinal. Clinicamente, aumenta a pressão no esfíncter 
esofágico inferior (desse modo, inibindo o refluxo gastresofágico), aumenta também o 
 
95 
 
 
 
 
esvaziamento gástrico e o peristaltismo duodenal. É útil em distúrbios do 
esvaziamento gástrico e no refluxo gástrico crônico. 
A metoclopramida (também antiemético) estimula a motilidade gástrica, 
provocando acentuada aceleração do esvaziamento gástrico. É útil no refluxo 
gastresofágico e em distúrbios do esvaziamento gástrico, mas é ineficaz no íleo 
paralítico. 
A prucaloprida é um agonista seletivo do receptor 5-HT4 que tem marcadas 
propriedades pró-cinéticas no intestino. Geralmente é usada apenas quando falham 
outros tipos de tratamentos laxativos. 
14 MEDICAMENTOS QUE ATUAM NO SISTEMA NERVOSO 
 
Fonte: todamateria.com 
14.1 Fármacos analgésicos 
Fármacos opioides 
O ópio é um extrato do suco da papoula Papaver somniferum, que contém 
morfina e outros alcaloides relacionados. Vem sendo usado com finalidades sociais e 
medicinais há milhares de anos como agente promotor de euforia, analgesia e para 
evitar a diarreia. 
 
96 
 
 
 
 
14.2 Analgésicos opioides 
Terminologia: 
Opioide Qualquer substância, endógena ou sintética, que 
produz efeitos semelhantes aos da morfina e que 
são bloqueados por antagonistas como a 
naloxona 
Opiáceos Compostos como amorfina e a codeína que são 
encontrados na papoula 
Analgésicos narcóticos 
Termo antigo para opioides; o termo narcótico refere-se à capacidade de induzir o 
sono. Infelizmente, esse termo foi subsequentemente sequestrado e 
inadequadamente utilizado por alguns para se referir aos fármacos com potencial 
abusivo. 
Fonte: RANG & DALE, 2016 
• Os agonistas semelhantes à morfina mais importantes incluem a diamorfina, a 
oxicodona e a codeína. 
• Os principais grupos de análogos sintéticos são as piperidinas (p. ex., petidina 
e fentanila), os fármacos semelhantes à metadona, os benzomorfanos (p. ex., 
pentazocina) e os derivados da tebaína (p. ex., buprenorfina). 
• Os analgésicos opioides podem ser administrados por via oral, parenteral ou 
intratecal, para produzir analgesia. 
 
Ações farmacológicas 
Analgesia: A morfina é típica de muitos opioides analgésicos e será tomada 
como composto de referência. Os efeitos mais importantes da morfina ocorrem no 
SNC e no trato gastrointestinal, embora tenham sido descritos inúmeros efeitos de 
significância menor sobre muitos outros sistemas. 
Hiperalgesia: exposição prolongada aos opioides pode paradoxalmente 
induzir o estado de hiperalgesia no qual pode ocorrer sensação de dor ou alodinia 
(RANG & DALE, 2016 apud LEE et al., 2011). 
 
97 
 
 
 
 
Isso pode aparecer na forma de redução da resposta analgésica à determinada 
dose de opioides, porém não deve ser confundido com tolerância, que é a redução da 
responsividade decorrente, em grande parte, da dessensibilização do receptor. 
Euforia: A morfina causa potente sensação de contentamento e bem-estar. 
Este é um componente importante de seus efeitos analgésicos, porque a agitação e a 
ansiedade, associadas a uma doença dolorosa ou trauma, são assim reduzidas. Se a 
morfina ou a diamorfina (heroína) forem administradas por via intravenosa, o resultado 
será um “ímpeto súbito “. 
A euforia produzida pela morfina depende consideravelmente das 
circunstâncias. Nos pacientes angustiados, é pronunciada, mas nos pacientes 
acostumados à dor crônica, a morfina causa analgesia com pouca ou nenhuma 
euforia. Alguns pacientes relatam agitação, e não euforia, sob estas circunstâncias. 
Depressão respiratória: A depressão respiratória, resultando em aumento da 
Pco2 arterial, ocorre com uma dose normal analgésica de morfina ou compostos 
relacionados, embora em pacientes com dor grave o grau de depressão respiratória 
produzido possa ser menor do que o antecipado. 
 
Ações da morfina 
 Os principais efeitos farmacológicos são: 
✓ analgesia 
✓ euforia e sedação 
✓ depressão respiratória e supressão da tosse 
✓ náuseas e vômitos 
✓ constrição pupilar (miose) 
✓ redução da motilidade gástrica, levando à constipação 
✓ liberação de histamina, causando coceira, constrição brônquica e 
hipotensão. 
 
• Os efeitos adversos mais problemáticos são náuseas e vômitos, constipação e 
depressão respiratória. 
• A superdosagem aguda com a morfina produz coma e depressão respiratória. 
 
98 
 
 
 
 
• A diamorfina apresenta-se inativa nos receptores opioides, mas é rapidamente 
metabolizada no cérebro em 6-acetilmorfina e morfina. 
• A codeína também é convertida em morfina através do metabolismo hepático, 
porém mais lentamente. 
 
Características dos principais analgésicos opioides: 
Fármaco Uso(s) Via (s) de 
administração 
Aspectos 
farmacocinéticos 
Principais 
efeitos 
adversos 
Observações 
 
 
Morfina 
Amplamente 
usada para 
dores crônica 
e aguda 
Oral, incluindo a 
forma de 
liberação 
sustentada 
Injeção 
Intratecal 
Meia-vida de 3-4 h 
Convertida em 
metabólito ativo 
(morfina 6- 
glicuronídeo) 
Sedação 
Depressão 
respiratória 
Constipação 
Náuseas e 
vômitos 
Prurido (liberação 
de histamina) 
Tolerância e 
Dependência 
Euforia 
Tolerância e 
sintomas de 
abstinência não 
são comuns 
quando usada 
para 
analgesia 
 
Diamorfin
a 
(heroína) 
Dor aguda e 
crônica 
Oral 
Injetável 
Atua mais 
rapidamente que a 
morfina, em razão 
da rápida 
penetração 
cerebral 
 
Como a morfina 
Não disponível em 
todos os países 
Metabolizada em 
morfina e em 
outros metabólitos 
ativos 
Hidromor
fona 
Dor aguda e 
crônica 
Oral 
Injetável 
Meia-vida de 2-4 h 
Não tem 
metabólitos 
ativos 
Como a morfina, 
porém alega-se 
que seja menos 
sedativa 
O levorfanol é 
semelhante, com 
maior duração de 
ação 
 
Oxicodon
a 
Dor aguda e 
Crônica 
Oral, incluindo a 
forma de 
liberação 
sustentada 
Injetável 
 
Meia-vida de 3-4,5 
h 
Como a morfina Como a morfina 
 
Metadona 
Dor crônica 
Manutenção 
de 
dependentes 
Oral 
Injetável 
 
Meia-vida longa (> 
24 h) 
Início de ação lento 
Como a morfina, 
porém menor 
efeito eufórico 
Pode ocorrer 
acúmulo 
Recuperação lenta 
resulta em 
síndrome de 
abstinência 
atenuada em 
consequência da 
meia-vida longa 
 Dor aguda Oral 
Injeção 
Meia-vida de 2-4 h 
Metabólito ativo 
Como a morfina 
Efeitos 
Conhecida como 
meperidina nos 
 
99 
 
 
 
 
Petidina intramuscular (norpetidina) pode 
ser responsável 
pelos efeitos 
estimulantes 
anticolinérgicos 
Risco de 
excitação e 
convulsões 
Estados Unidos 
Interage com 
inibidores da 
monoaminooxidase 
 
 
Buprenor
fina 
Dor aguda e 
Crônica 
Manutenção 
de 
dependentes 
Sublingual 
Injeção 
Intratecal 
Meia-vida de 
Aproximadamente 
12 h 
Início lento 
Oralmente inativa 
por causa do 
metabolismo de 
primeira 
passagem 
Como a morfina, 
porém menos 
pronunciados 
Depressão 
respiratória não 
revertida pela 
naloxona 
(portanto, não 
adequada para 
uso) 
Pode precipitar a 
retirada do 
opioide (agonista 
parcial) 
Útil na dor crônica 
com sistemas de 
injeção controlados 
pelo paciente 
Pentazoci
na 
Principalmente 
dor aguda 
Oral 
Injetável 
Meia-vida de 2-4 h Efeitos 
psicotomiméticos 
(disforia) 
Irritação no local 
da injeção 
Pode precipitar 
síndrome de 
abstinência da 
morfina (efeito 
antagonista μ) 
Nalbufina é 
semelhante 
Dipipeno
na 
Dor moderada 
a grave 
Oral Meia-vida oral 3,5h 
(embora existam 
registros de 
valores superiores) 
Além dos efeitos 
semelhantes aos 
da morfina, 
provoca psicose 
Comercializada em 
combinação com 
ciclasina (Diconal) 
e tornou-se uma 
droga IV de uso 
abusivo popular 
Fentanila Dor aguda 
Anestesia 
Intravenosa 
Epidérmica 
Adesivo 
transdérmico 
Meia-vida de 1-2 h Como a morfina Alta potência 
permite 
administração 
transdérmica 
Sufentanila é 
semelhante 
Remifent
anil 
Anestesia Infusão 
intravenosa 
Meia-vida de 5 min Depressão 
respiratória 
Início e 
recuperação 
muito rápidos 
 
Codeína 
Dor moderada Oral Atua como 
prófármaco 
Metabolizada em 
morfina e outros 
opioides ativos 
Principalmente 
constipação 
Não é passível de 
dependência 
Eficaz somente em 
dor moderada 
Também usada 
para suprimir a 
tosse Di- 
hidrocodeína é 
 
100 
 
 
 
 
semelhante 
Dextropro
poxifeno 
Dor moderada Principalmente 
oral 
Meia-vida de ∼ 4 h 
Metabólito ativo 
(norpropoxifeno) 
com meia-vida de 
∼24 h 
Depressão 
respiratória 
Pode causar 
convulsões 
(possivelmente 
por ação do 
norpropoxifeno) 
Semelhante à 
codeína 
Não é mais 
recomendado 
 
 
Tramadol 
Dor aguda 
Principalmente 
pós-operatória 
e crônica 
Oral 
Intravenosa 
Bem absorvido 
Meia-vida de 4-6 h 
Tontura 
Pode causar 
convulsões 
Sem depressão 
respiratória 
Mecanismo de 
ação incerto 
Agonista fraco nos 
receptores de 
Opioides 
Também inibe a 
captação de 
monoaminas 
O tapentadol é 
semelhante 
Fonte: RANG & DALE, 2016 
14.3 Tratamento da dor neuropática 
A dor neuropática é a dor grave, debilitante e crônica que ocorre em certas 
condições, como neuralgia do trigêmeo, neuropatia diabética, neuralgia pós-
terapêutica e dor do membro fantasma. Inúmeros fármacos não opioides, que também 
são utilizados clinicamente para efeitos outros que não analgésicos, foram descritos 
como clinicamente eficazes sobre a dor neuropática (RANG & DALE, 2016 apud 
DWORKINet al., 2010), em grande parte como resultado de observações casuais, em 
vez de um programa racional de descoberta de fármacos. 
Os antidepressivos tricíclicos, particularmente a amitriptilina, a nortriptilina e a 
desipramina, são amplamente utilizados. 
Fármacos como a duloxetina e venlafaxina, que inibem a captação de 
noradrenalina e serotonina, também são eficazes e apresentam um perfil diferente de 
efeitos adversos, mas os inibidores seletivos da recaptação da serotonina apresentam 
pouco ou nenhum benefício. 
A gabapentina e seu congênere, pregabalina, são fármacos antiepilépticos que 
também são eficazes no tratamento da dor neuropática. Reduzem a expressão das 
 
101 
 
 
 
 
subunidades α2δ dos canais de cálcio ativados por voltagem na membrana nervosa 
e a liberação de neurotransmissores. 
A carbamazepina, outro tipo de fármaco antiepiléptico, é eficaz na neuralgia do 
trigêmeo, porém não existem evidências da sua eficácia sobre outros tipos de dor 
neuropática. A carbamazepina bloqueia os canais de sódio controlados por voltagem, 
sendo levemente mais potente no bloqueio dos canais Nav1.8 do que Nav 1.7 e Nav 
1.3 
A lidocaína (lignocaína), um fármaco anestésico local, pode ser utilizada 
topicamente no alívio da dor neuropática. Provavelmente, atua através do bloqueio de 
descargas espontâneas dos terminais nervosos sensoriais danificados. Alguns 
fármacos antiarrítmicos (p. ex., mexiletina, tocainida, flecainida;) são eficazes por via 
oral. 
 
 
Fármacos utilizados no tratamento da dor neuropática 
Em doses elevadas, os opioides podem ser eficazes, caso os efeitos adversos 
possam ser tolerados. 
Diferentes antidepressivos (p. ex., amitriptilina, duloxetina) oferecem benefícios 
terapêuticos. 
A gabapentina e a pregabalina são utilizadas atualmente mais para alívio da dor 
neuropática do que como agentes antiepilépticos. 
A carbamazepina, assim como outros agentes antiepilépticos que bloqueiam os 
canais de sódio, pode ser eficaz no tratamento da neuralgia do trigêmeo. 
A lidocaína pode oferecer alívio quando aplicada topicamente. 
14.4 Usos clínicos dos analgésicos 
• Os analgésicos são usados para tratar e prevenir dor, por exemplo: 
➢ No pré e no pós-operatório 
➢ Em afecções dolorosas comuns, incluindo cefaleia, dismenorreia, 
trabalho de parto, trauma, queimaduras 
 
102 
 
 
 
 
➢ Em muitas emergências clínicas e cirúrgicas (p. ex., infarto do miocárdio 
e cólica renal) 
➢ Em doença terminal (especialmente câncer metastático) 
 
• Os analgésicos opioides são usados em algumas afecções não dolorosas, como, 
por exemplo, insuficiência cardíaca aguda (em razão de seus efeitos 
hemodinâmicos) e insuficiência cardíaca crônica terminal (para aliviar a angústia). 
• A escolha e a via de administração dos analgésicos dependem da natureza e da 
duração da dor. 
• Costuma ser usado direcionamento progressivo, iniciando-se com anti-
inflamatórios não esteroidais (AINEs), suplementados primeiramente por 
analgésicos opioides fracos e depois por opioides fortes. 
• Em geral, a dor aguda intensa é tratada com opioides fortes (p. ex., morfina, 
fentanila) administrados por via parenteral. Dor inflamatória leve (p. ex., entorses, 
artralgia leve) é tratada com AINEs (p. ex., ibuprofeno) ou por paracet 
suplementado por opioides fracos (p. ex., codeína). Dor intensa (p. ex., dor do 
câncer) é tratada com opioide forte administrado por via oral, intratecal, epidural ou 
subcutânea. Os sistemas de infusão controlados pelo paciente são úteis no pós-
operatório. 
• A dor neuropática crônica é menos responsiva aos opioides e pode ser tratada com 
antidepressivos tricíclicos (p. ex., amitriptilina) ou anticonvulsivantes (p. ex., 
carbamazepina, gabapentina). 
14.5 Usos clínicos dos analgésicos (2) 
• Os anti-inflamatórios não esteroidais, incluindo o paracet, são úteis para dor 
musculoesquelética, odontológica e dismenorreia. Reduzem as necessidades de 
opioides na dor aguda (p. ex., pós-operatória) e crônica (p. ex., metástase 
óssea). 
• Os opioides fracos (p. ex., codeína) combinados com o paracet são úteis para 
dor moderadamente intensa se os não opioides não forem suficientes. O 
 
103 
 
 
 
 
tramadol (opioide fraco que tem ação adicional sobre a captura de 5- 
hidroxitriptamina e norepinefrina) é uma alternativa. 
• Os opioides fortes (p. ex., morfina) são usados para dor intensa, particularmente 
de origem visceral. 
• Observe que: 
➢ A via intravenosa proporciona alívio rápido da dor e da angústia 
➢ A dose intravenosa é muito mais baixa que a oral, em razão do 
metabolismo pré-sistêmico 
➢ A morfina é administrada por via oral, como solução ou como 
comprimidos de “liberação imediata”, a cada 4 horas 
➢ A dose é titulada; quando a necessidade diária é aparente, a preparação 
é mudada para uma formulação de liberação modificada, permitindo 
posologia uma ou duas vezes ao dia 
➢ A morfina e a oxicodona podem ser administradas oralmente sob a forma 
de comprimidos de liberação lenta. 
➢ A administração transdérmica (p. ex., adesivos de fentanila) é uma 
alternativa rápida para alívio da dor 
➢ Os efeitos adversos (náuseas, constipação) são antecipados e tratados 
preventivamente 
➢ A dependência não é uma questão na situação de cuidados terminais. 
 
• Doses subanestésicas de óxido nitroso são analgésicas, e a autoadministração 
de mistura de óxido nitroso com oxigênio é amplamente usada durante trabalho 
de parto, para trocas de curativo dolorosas etc. 
 
 
 
 
 
 
104 
 
 
 
 
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