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O Líder de Igreja Eficaz

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VOLUME 19 – NÚMERO 2 – 2005 ATOS / 1
Volume 19 / Número 2
EDIÇÃO PORTUGUÊS
ATOS
O LÍDER DE
IGREJA EFICAZ
Adaptado dos ensinos de Frank e Wendy Parrish, e Ralph Mahoney
Primeira Parte:
Deus Molda Seus Líderes!
Segunda Parte:
O Padrão Bíblico Para a
Multiplicação de Liderança
2 / ATOS VOLUME 19 – NÚMERO 2 – 2005
O LÍDER DE IGREJA EFICAZ
No Novo Testamento, a palavra “eficaz” significa “ativo, poderoso, forte”.As definições dos dicionários incluem “preparado e disponível para oserviço”. Assim sendo, o propósito deste ensino é ajudá-lo – através
de Cristo – a tornar-se o líder de igreja mais ativo, forte e poderoso que você
possa ser, alguém que esteja pronto para o serviço.
Liderança santa significa serviço. Liderança santa significa trabalho –
geralmente trabalho árduo, mas um trabalho que é sempre recompensador e duradouro. A liderança
santa, no entanto, não é o nosso objetivo maior, mas é um meio para um fim: a edificação e a
preparação do Corpo de Cristo, a divulgação do Evangelho, e, o que é mais importante, a glória de
Deus.
Para que este ensino seja eficaz em sua vida, você precisa estudá-lo numa atitude de oração e aplicar
o que aprender em sua própria vida. Juntamente com isso, você precisa também estudar a Bíblia. A
Palavra de Deus contém tudo o que você precisa saber sobre uma liderança santa. Portanto, este ensino
o levará, vez após vez, a pesquisar as Escrituras.
À medida que você estiver estudando, permita que a Palavra de Deus e o poder do Espírito Santo o
dirija, o molde e lhe ensine, transformando-o num líder eficaz e santo no Corpo de Cristo.
À medida que você
estiver estudando,
permita que a
Palavra de Deus e
o poder do
Espírito Santo o
dirija e lhe
ensine...
VOLUME 19 – NÚMERO 2 – 2005 ATOS / 3
I. DEPENDENDO DE DEUS
Mais de 2,5 milhões de israelitas seguiram a Moisés e
saíram do Egito, para entrarem no deserto desconhecido.
Essa foi uma enorme responsabilidade de liderança – uma
responsabilidade que Moisés não buscou (leia Êxodo 3).
Moisés começou como um líder relutante. Ele não
acreditava que tivesse capacidade ou habilidade para lide-
rar um grupo de pessoas tão grande assim para uma jorna-
da tão importante (Êx 3:11-4:16). Deus, no entanto, viu
algo em Moisés que Ele desejava usar. As limitações hu-
manas de Moisés não eram um problema para Deus –
como também as suas limitações não o são.
Moisés argumentou com Deus sobre o seu chamado.
Ele sabia que não era qualificado para fazer o que Deus
o estava chamando para fazer (Êx 3:11-4:16). Ele prova-
velmente duvidou das próprias habilidades e temeu o que
aquele chamado poderia envolver. Contudo, Deus pro-
meteu estar com Moisés e fornecer a ajuda de que ele
precisava para cumprir a grande incumbência de Deus
para ele.
[Estudaremos muito mais sobre o que Deus ensinou a
Moisés a respeito de “liderança” na Segunda Parte: “O
Padrão Bíblico Para a Multiplicação de Liderança”.]
A. Todos Nós Precisamos Ser Moldados
Quando Moisés tirou os israelitas do Egito, ele não ti-
nha experiência nos caminhos de Deus com relação à li-
derança. Deus geralmente coloca as pessoas em posição
de responsabilidade antes que elas se sintam prontas ou
capazes. Talvez você já tenha sido lançado numa posição
de liderança e esteja enfrentando frustrações ou até mes-
mo fracassos. Se esse for o seu caso, anime-se!
O fato de recebermos responsabilidades que vão além
do nível com o qual nos sentimos confortáveis, freqüente-
mente faz parte do processo de moldagem de Deus. Ele
usa épocas de “esticamento” para nos ensinar importan-
tes lições. Essas situações aumentam nossa fé, expandem
nossa capacidade e aumentam nossa confiança em Deus.
Nessas ocasiões, aprendemos a depender mais de Deus
(Pv 3:5,6).
O Senhor encorajou Moisés, certificando-lhe que os seus
temores e fraquezas poderiam ser vencidos através da aju-
da e do poder de Deus. Moisés – como todos nós – tam-
bém precisava de ensinamentos, de ser moldado, e da aju-
da de outros. Ele precisava desenvolver sua capacitação.
Mais importante de tudo, ele precisava de uma dependên-
cia muito maior de Deus, do Seu poder e da Sua sabedoria,
como ele jamais precisou antes.
B. Capacitação de Deus – Não Nossa
Deus não escolhe Seus servos com base na inteligên-
cia, talento ou sabedoria deles. Se você está preocupado
com o fato de não ter a “capacitação” para cumprir o cha-
mado de Deus para você, isso é na verdade algo bom.
Primeira Parte:
Deus Molda Seus Líderes!
4 / ATOS VOLUME 19 – NÚMERO 2 – 2005
EDIÇÃO PORTUGUÊS
Volume 19 / Número 2
Índice
Primeira Parte:
Deus Molda Seus Líderes! ............................................... 3
Segunda Parte:
O Padrão Bíblico Para a Multiplicação de Liderança ...... 17
Item Extra:
Esboço de Sermões Para “O Líder de Igreja Eficaz” ........ 38
Editores ................................................... Frank & Wendy Parrish
Editor Internacional .................................................. Gayla Dease
Revisor Final ............................................................. Keith Balser
Fundador da World MAP .................................... Ralph Mahoney
Artes Gráficas ....................................................... Vander Santos
Arte da Capa ............................................................. Ben Parrish
Tradutor .............................................................. Marcos Taveira
Revisora ................................................................. Nadya Denis
Leitora de Provas .............................................. Maura Ocampos
Impressão Gráfica .......................................... Editora Betânia S/C
VISÃO E MISSÃO
DA REVISTA ATOS
Prover ensino bíblico prático e treinamento ministerial
grátis a líderes de igreja na Ásia, África e América
Latina que pregam ou ensinam a Palavra de Deus a 20
ou mais pessoas a cada semana, de forma que estejam
equipados para cumprir a Grande Comissão em sua
própria nação e ao redor do mundo.
ATOS, no original, (ISSN 0744-1789) é publica-
da a cada três meses pelo “World MAP”, 1419 N.
San Fernando Blvd., Burbank, CA 91504, EUA. Toda
correspondência deve ser dirigida para o endere-
ço acima ou para Caixa Postal 5053, 31611-970
Venda Nova, MG, Brasil ou ainda para o e-mail:
revista.atos@uol.com.br
SR. AGENTE POSTAL: Favor enviar as mudan-
ças de endereço para “World MAP”, Caixa Postal
5053, 31611-970 Venda Nova, MG, Brasil.
Visite nosso website:
www.world-map.com
O LÍDER DE IGREJA EFICAZ
ATOS
Na verdade, o Apóstolo Paulo nos ensinou exatamente
sobre isto: “...não são muitos os sábios segundo a car-
ne, nem muitos os poderosos, nem muitos os nobres
que são chamados. Mas Ele escolheu as coisas loucas
do mundo para envergonhar as sábias; e Deus esco-
lheu as coisas fracas do mundo para envergonhar as
coisas que são poderosas; e Deus escolheu as coisas
vis deste mundo, e as desprezíveis, e as que não são,
para aniquilar as que são, para que nenhuma carne
se glorie em Sua presença” (1 Co 1:26-29).
Paulo também citou as razões pelas quais ele poderia
ter dependido de si mesmo: a sua vasta instrução acadê-
mica, o seu zelo, a sua devota linhagem hebraica, a sua
obediência à Lei. Contudo, Paulo passou três anos no De-
serto da Arábia, separando-se dos seus próprios ganhos
de acordo com a carne, a fim de verdadeiramente ganhar
a Cristo (Gl 1:17; Fp 3:4-8).
Paulo sabia que em seu próprio poder e sabedoria ele
não poderia realizar nada eterno. Não foi “com palavras
persuasivas de sabedoria humana, mas com a demons-
tração do Espírito e de poder, para que a vossa fé não
fosse na sabedoria dos homens, mas no poder de Deus”
(1 Co 2:4,5). Paulo não estava tentando reunir seguidores
para si próprio. Ele queria que todos seguissem a Cristo
Jesus, o Senhor. Isso somente poderia ser realizado atra-
vés do poder e do Espírito de Deus, e não pela sabedoria
humana.
O sábio servo de Deus reconhece que é preciso mais
que a sua capacitação ou experiência pessoal para
qualificá-lo para a obra do ministério. É somente através
da capacitação de Deus – do chamado,do poder, dos
dons e da unção de Deus – que verdadeiramente seremos
frutíferos no ministério.
Deus procura os que são leais a Ele – e que são com-
pletamente d’Ele – e, então, ELE faz obras poderosas atra-
vés deles (2 Cr 16:9). O coração da pessoa, o seu caráter,
a sua disposição de depender totalmente de Deus e de
obedecer-Lhe são as características que a tornam um vaso
adequado para uso do Mestre.
II. CULTIVANDO UM CARÁTER
SEMELHANTE AO DE CRISTO
Quando as pessoas respondem obedientemente ao cha-
mado de Deus, Ele assume a responsabilidade de prepará-
las e moldá-las para o Seu uso. Deus usa a Sua Palavra, o
Seu Espírito, as circunstâncias, outras pessoas – o que quer
que Ele escolher – para moldar os Seus servos.
Esta é a mensagem principal de Romanos 8:28: “Sa-
bemos que todas as coisas contribuem para o bem da-
queles que amam a Deus, dos que são chamados de
acordo com o Seu propósito”.
Quando amamos a Deus, Ele usa todas as coisas que
acontecem em nossa vida para o nosso bem. Contudo, qual
é o verdadeiro significado bíblico da palavra “bem”?
Talvez pensemos que o “bem” vindo de Deus para nós
consiste em conforto, saúde ou bênçãos materiais; ou um
ministério “poderoso e bem-sucedido”; ou circunstâncias
fáceis.
VOLUME 19 – NÚMERO 2 – 2005 ATOS / 5
No entanto, o “bem” de Deus para nós é muito mais
importante para a nossa maturidade do que para os con-
fortos temporários ou sucesso no mundo. O maior “bem”
de Deus para cada um de nós é explicado exatamente no
próximo versículo – “sermos conformes à imagem de Seu
Filho” (Rm 8:29).
O “bem” de Deus é quando Ele usa tudo o que aconte-
ce em nossa vida para nos fazer mais semelhantes a Je-
sus. Os melhores dos melhores líderes de igrejas são os
que diariamente rendem o coração e a vida para a obra de
Deus. Eles estão se transformando cada vez mais à seme-
lhança de Cristo em seu ca-
ráter e ministério. Vamos
examinar a razão pela qual
isso é tão essencial assim:
A. O Caráter
Semelhante ao de
Cristo:
O Primeiro Chamado
do Líder
Todos nós concordaría-
mos que os líderes de igreja
precisam devotar-se ao es-
tudo diário da Palavra de
Deus. Eles precisam traba-
lhar no desenvolvimento de
seus dons e chamados. Eles
também provavelmente pas-
sam muitas horas no serviço
ministerial. Todas essas coi-
sas são partes essenciais do
ministério e sempre são pri-
oridades importantes.
No meio de todas as ati-
vidades, no entanto, os líde-
res não podem perder de vis-
ta a sua busca mais impor-
tante: conhecerem a Cris-
to, terem a Sua semelhança
formada neles, e permitirem que o Seu Espírito os capaci-
te.
Muitas pessoas procuram encontrar uma realização es-
piritual em seu “ministério” ou “chamado”, em vez de bus-
car um relacionamento com Deus. Elas se tornam muito
mais preocupadas com o que podem fazer ou realizar do
que com quem elas estão se tornando em Cristo.
O nosso destino espiritual não tem a ver somente com
o que nós fazemos para Deus. Ele consiste na conforma-
ção da nossa vida no sentido de sermos semelhantes a
Cristo. O nosso destino – em primeiro lugar – é sermos
semelhantes a Cristo.
Não há dúvida nenhuma de que o Apóstolo Paulo foi
um homem extraordinário. Deus o usou para levar milha-
res de pessoas a Cristo, escrever as Escrituras sob a inspi-
ração do Espírito Santo, iniciar igrejas e mover-se nos dons
espirituais com poder. Certamente diríamos que Paulo cum-
priu tudo o que Deus o chamou para fazer.
No entanto, a prioridade máxima de Paulo não era o
seu chamado. Era a sua paixão em conhecer e tornar-se
semelhante a Jesus! Foi Paulo que escreveu: “E, na ver-
dade, tenho também por perda todas as coisas pela
excelência do conhecimento de Cristo Jesus, meu Se-
nhor, pelo qual sofri a perda de todas as coisas, e as
considero como esterco, para que possa ganhar a Cris-
to... para que eu possa conhecê-Lo, e o poder da Sua
ressurreição, e a comunhão dos Seus sofrimentos, sendo
feito conforme à Sua morte” (Fp 3:8,10; leia também os
versículos 12-15).
O Novo Testamento
contém muitas referências
ao nosso destino espiritual.
E quase todas elas apontam
para nós a direção de co-
nhecermos e tornarmo-nos
semelhantes a Cristo. Deus
não está nada interessa-
do no que fazemos por
Ele, e sim no que esta-
mos nos tornando para
Ele.
B. O Que é o Caráter
Semelhante ao de
Cristo?
O tornarmo-nos seme-
lhantes a Cristo envolve, em
parte, o desenvolvimento do
nosso caráter cristão – a nos-
sa natureza, a nossa consti-
tuição moral. Isso não reve-
la o quão “perfeitamente”
podemos nos comportar ex-
ternamente, mas com o fato
de sermos verdadeiramente
“transformados” de dentro
para fora. Aí então esta mu-
dança interna se reflete ex-
ternamente, através das nossas atitudes e ações.
1. Reverência Para com Deus
O caráter cristão não tem a ver com honrar ou impres-
sionar os homens. Todos nós precisamos responder pri-
meiramente ao Deus Todo-Poderoso. O ponto de partida
para o caráter semelhante ao de Cristo é o “temor do
Senhor” (Pv 9:10) – o nosso respeito e reverência para
com Ele e por Sua santidade. O processo para nos tornar-
mos semelhantes a Cristo inicia-se com o nosso viver na
prática de nossa fé, com reverência e respeito para com
Deus, o Qual olha para nosso coração (1 Sm 16:7).
2. Coração de Servo
O caráter cristão envolve o sacrifício. Precisamos es-
tar dispostos a morrermos para os nossos próprios desejos
e concupiscências. Precisamos deixar de lado nossas agen-
das ou conveniências pessoais, a fim de nos tornarmos
O nosso destino espiritual não tem
a ver somente com o que nós
fazemos para Deus. Ele consiste
na conformação da nossa vida no
sentido de sermos semelhantes a
Cristo. O nosso destino – em
primeiro lugar – é sermos
semelhantes a Cristo.
6 / ATOS VOLUME 19 – NÚMERO 2 – 2005
mais semelhantes a Cristo. Lembre-se: somos chamados
para sermos servos do Senhor Altíssimo.
Jesus nos estimulou a termos em mente que a verda-
deira atitude de servo não é simplesmente fazermos o que
é esperado. É sacrificial! Precisamos procurar as oportu-
nidades para fazermos até mesmo mais do que os nossos
deveres mínimos (Lc 17:10).
Talvez haja ocasiões em que menos atividades minis-
teriais sejam necessárias, se outras prioridades ordenadas
por Deus estiverem sendo negligenciadas (tais como a fa-
mília ou a oração). Mais importante de tudo, como servos
de Deus, devemos ser obedientes a tudo o que Ele dese-
jar (1 Sm 15:22,23).
3. Arrependimento
O desenvolvimento do caráter semelhante ao de Cristo
é descrito por Paulo como o revestimento do “novo ho-
mem” (Ef 4:24; Cl 3:10). Isso é realizado com um estilo de
vida de arrependimento.
Precisamos ser rápidos em respondermos às correções
do Espírito Santo. Ele habita dentro de cada crente em
Cristo, confirmando-nos à medida que somos obedientes
aos caminhos de Deus. O Espírito Santo também nos con-
vence de pecados de momento a momento, se formos sen-
síveis aos Seus direcionamentos. A nossa resposta à con-
vicção de pecado que o Espírito Santo nos traz é o arre-
pendimento – uma mudança de mente ou de direção.
Talvez estejamos a ponto de dizer ou fazer algo, mas, se
formos sensíveis à convicção de pecado que o Espírito
Santo nos traz, devemos parar.
Se ignorarmos o Espírito Santo, nos tornaremos menos
sensíveis, e, mais tarde, endurecidos à Sua obra. Contudo,
à medida que respondemos a essa convicção, nos torna-
mos mais sensíveis à Sua vontade e direcionamentos.
O desenvolvimento do caráter semelhante ao de Cristo
– ou de sermos santificados – é um processo diário de
convicção de pecado, arrependimento e transformação. O
Espírito Santo nos ajuda em nossa santificação (2 Co 3:18;
Tt 3:5). Obviamente, o Espírito também opera através da
Palavra de Deus. A santificação não pode ocorrer sem a
Palavra, mas a Palavra precisa vir acompanhada de uma
dependência do Espírito Santo.
4. Comportamento Transformado
O fato de nos desvestirmos do velho homem também
envolve em parte uma mudança do nosso comportamento.
Paulo foi rápido em salientar que precisamos fazer es-
colhas com a nossa vontadepara deixarmos para trás
os caminhos da nossa antiga natureza. Leia cuidadosa-
mente Efésios 4:22-5:21 e Colossenses 3:12-17.
Sendo Verdadeiramente Transformados
O sermos semelhantes a Cristo não tem a ver somente
com uma conformidade externa a regras e regulamentos.
Isso é o que faziam os fariseus. Eles tentavam parecer
bons externamente, sem permitirem que seus corações fos-
sem transformados. Isso é chamado de “auto-retidão” e
não realiza nada, a não ser legalismo e morte espiritual.
(Leia Mateus 23 e Mateus 5:20; 7:21-23.)
Jesus chamou os fariseus de “sepulcros caiados” (Mt
23:27,28). Eles tinham a aparência externa de santidade,
mas estavam cheios de impurezas e de hipocrisia.
Não podemos nos purificar e nos santificar por nós
mesmos. Precisamos depender inteiramente da obra de
O Espírito
opera
através da
Palavra de
Deus.
VOLUME 19 – NÚMERO 2 – 2005 ATOS / 7
Cristo. Ele “pagou o preço” pela nossa santificação. Ela já
foi inteiramente providenciada para nós. Mas não pode-
mos simplesmente tentar “agir” externamente como sen-
do santificados. Precisamos nos render a Deus e cooperar
com Ele, à medida que Ele opera a transformação em nos-
sa vida. O Senhor faz isso à proporção que aprendemos a
Bíblia, obedecemos a Ele, crescemos na verdade, e somos
instruídos e dirigidos pelo Espírito Santo.
Tenha a certeza de que Jesus já providenciou o que
precisamos para nos tornarmos semelhantes a Ele, mas
precisamos também fazer a nossa parte, como fiéis e obe-
dientes discípulos do Mestre.
C. Mais do que Caráter
O processo para nos tor-
narmos semelhantes a Cristo
é, em grande parte, a obten-
ção da beleza e pureza do ca-
ráter de Jesus. Isso, no entan-
to, é somente uma parte do que
o Novo Testamento ensina so-
bre o processo de nos tornar-
mos semelhantes a Jesus.
Quando recebemos a Cristo
como nosso Salvador, torna-
mo-nos povo do Reino de
Deus. Todos os crentes têm
esse privilégio. Não é algo re-
servado somente aos líderes.
Na qualidade de “embaixa-
dores do Reino” de Cristo (2
Co 5:20), devemos ser expres-
sões vivas da vida de Jesus.
Devemos fazer o melhor pos-
sível para representarmos o
Senhor e os Seus desejos aqui
na terra. Assim sendo, o obje-
tivo de todos os crentes deve
ser o de revelar Cristo viven-
do em nós, como também
Cristo ministrando através
de nós.
Ter a imagem completa de Cristo formada em nós sig-
nifica duas coisas:
· Ser semelhante a Cristo em nosso caráter e santi-
dade pessoal; e
· Ser semelhante a Cristo em poder e graça no minis-
tério.
Jesus viveu numa completa santidade, retidão e pureza
– precisamos desesperadamente dessa parte da Sua ima-
gem formada dentro de nós. Jesus, no entanto, também
operava como um Servo em todos os dons e poder do Es-
pírito Santo – os quais também precisamos que sejam for-
mados em nós e liberados através de nós.
À medida que nos tornamos semelhantes a Cristo, nos-
sa vida deve manifestar tanto os frutos do Espírito (Gl
5:22,23), como também os dons do Espírito Santo (1 Co
12:4-11,27,28).
Jesus disse: “Na verdade, na verdade vos digo que
aquele que crê em Mim também fará as obras que Eu
faço, e as fará maiores do que estas, porque Eu vou
para o Meu Pai” (Jo 14:12). Quando Jesus foi para o Pai,
Ele nos enviou o Espírito Santo. Uma das razões para isso
é para que pudéssemos ser capacitados a fazermos as obras
de Cristo.
A Vida e o Poder de Cristo
Somente podemos nos tornar verdadeiramente seme-
lhantes a Jesus através da tremenda obra interna do Espí-
rito Santo (2 Co 3:18), pela vida
de Jesus “enchendo” todas as
áreas da nossa vida. Não po-
demos transformar a nossa
natureza humana por nós mes-
mos. Podemos, no entanto,
escolher abrir nosso coração
e vida à obra de Deus, atra-
vés do poder do Espírito San-
to.
É o Espírito Santo operan-
do dentro de nós – e a nossa
resposta em rendição e obedi-
ência – que forma a “plenitu-
de de Cristo” dentro de nós.
Somente podemos encon-
trar a verdadeira “semelhan-
ça de Cristo”, à medida que
nos abrimos à “plenitude de
Cristo”. Precisamos estar dis-
postos a morrermos para a nos-
sa própria vida e interesses
próprios, a fim de ganharmos
a Cristo (Gl 2:20). Exatamen-
te como João Batista falou,
“Ele precisa crescer, mas eu
preciso diminuir” (Jo 3:30).
Se a nossa vida estiver
cheia com a presença e o Es-
pírito de Cristo, seremos líde-
res mais amorosos, sábios e graciosos. Amaremos mais a
Deus, amaremos mais o Seu Corpo, e alcançaremos os
perdidos como Jesus o faria. Conheceremos a Deus como
nosso Pai Celestial, e estaremos mais preparados para res-
pondermos e obedecermos a Ele. Nosso coração estará
cheio com os desejos de Deus, no sentido de conhecermos
e fazermos a Sua vontade. Seremos muito mais eficazes
no que fazemos, por causa da semelhança d’Aquele que
estamos revelando – Cristo.
Até mesmo durante ocasiões de grandes tribulações e
adversidades, devemos viver de uma maneira tal “que a
vida de Jesus também possa ser manifesta em nossos
corpos” (2 Co 4:10).
Verdadeiramente, o nosso desejo deve ser o de dizer-
mos: “Não sou mais eu que vivo, mas Cristo vive em
mim” (Gl 2:20). Aleluia!
Quão desesperadamente a Igreja precisa levantar-se e
Devemos ser expressões vivas
da vida de Jesus.
8 / ATOS VOLUME 19 – NÚMERO 2 – 2005
alcançar este mundo moribundo – tanto com a santidade e
pureza, como também com a vida e poder de Jesus Cris-
to. O mundo precisa ver a beleza e o caráter de Cristo em
Seus servos, e as pessoas precisam experimentar a vida e
o poder de Deus sendo ministrados através dos Seus ser-
vos.
Uma Severa Admoestação
Algumas pessoas têm alguns seguidores ou um minis-
tério “bem-sucedido”. Isso não significa necessariamente
que elas estejam servindo a Deus com os seus dons de
liderança.
O simples fato de que os seus “dons” ainda estejam
funcionando não significa que os líderes estejam vivendo
de acordo com os padrões das Escrituras. Eles podem es-
tar vivendo em rebeldia ou numa óbvia desobediência a
Deus. Talvez estejam ensinando enganos, diluindo a ver-
dade para atraírem uma multidão de seguidores. No en-
tanto, eles estão enganados no sentido de acreditarem que
isso seja aceitável, pelo simples fato de
que eles têm aparência de “êxito”.
É um engano terrível acharmos que
Deus nos isenta de uma iniqüidade tão
grande assim pelo simples fato de que
os dons ministeriais ainda estejam fun-
cionando. Os líderes que estão vivendo
neste engano estão prejudicando a si pró-
prios, como também aos seus liderados.
Eles desonram a Deus e à Sua Palavra,
pois estão sendo desviados e estão fa-
zendo com que outros percam o melhor
de Deus para si mesmos.
Há sérias conseqüências para este
tipo de comportamento errado (Mt 18:6).
Esse líder está em grande perigo de ele
próprio ser “desqualificado” (1 Co 9:27).
Deus usa pessoas, e pessoas que são
pecadoras por natureza, falham (Rm
3:23). Contudo, um tropeção no pecado,
seguido de um sincero arrependimento,
é muito diferente de uma vida numa cla-
ra rebeldia e pecado, enquanto a pessoa
ainda estiver ministrando.
Não podemos zombar de Deus nem
enganá-Lo (Gl 6:7,8). Ainda que alguns
ministros estejam aparentemente escapando impunes de
pecados não arrependidos, Deus nunca é enganado. A
Bíblia nos ensina que muitos que “ministram” um dia dirão:
“Senhor, Senhor, não profetizamos em Teu nome? E
em Teu nome não expulsamos demônios? E em Teu nome
não fizemos muitas maravilhas?” (Mt 7:22.) Eles pare-
ciam ser líderes dotados. Contudo, eles não se esforçaram
em conhecer a Cristo e em ser conformados à Sua ima-
gem. No entanto, eles não terão enganado a Cristo. Ele
falará as seguintes e terríveis palavras: “Eu nunca vos
conheci; apartai-vos de Mim, vós que praticais a ini-
qüidade” (Mt 7:23).
Nossos dons e chamado não nos são dados para que
possamos servir a nossos próprios interesses egoísticos.
Deus dá dons para serem usados, para servirmos as nos-
sas mais altas prioridades: conhecermos e glorificarmos a
Deus; sermos transformados à imagem de Cristo; e capa-
citarmos os santos para o ministério semelhante ao de Cristo.
D. Rendendo-nosa Deus Diariamente
As Escrituras se referem a Deus como sendo o “Olei-
ro” e aos Seus filhos como sendo o “barro” (Is 29:16; 64:8;
Jr 18:1-6; Rm 9:21). Deus está operando para nos moldar
e formar de acordo com a Sua vontade. Isso pode ser um
processo doloroso às vezes, mas precisamos nos lembrar
de que o Oleiro Mestre nos ama e sempre tem o melhor e
os mais elevados propósitos em mente para nós.
A transformação é um processo que dura a vida in-
teira (2 Co 3:18). Até mesmo os líderes de igreja com
maturidade precisam render-se a Deus e aos Seus tra-
tamentos. O Espírito Santo continuamente nos estimula com
relação à vontade de Deus e aos Seus mais elevados pro-
pósitos para nós. No entanto, o nosso
dever é respondermos à convicção de
pecado produzida pelo Espírito e bus-
carmos os propósitos de Deus – todos
os dias!
Quer ser o servo de Deus mais efi-
caz que você possa ser? Então com-
prometa-se a tornar-se mais semelhan-
te a Cristo. A obra de moldagem de
Deus, a Sua Palavra e o Seu poder de
unção são a chave para um ministério
verdadeiramente eficaz e santo.
III.O CAMINHO PARA A
LIDERANÇA
A transformação espiritual de Cris-
to sendo formado em nós acontece
durante toda a nossa vida. Contudo,
pode haver tempos específicos de uma
intensa moldagem ou preparo antes de
uma nova responsabilidade ministerial.
As que mais transformam nossa vida
dentre estas ocasiões de moldagem
ocorrem durante tribulações ou grandes
adversidades.
José foi um homem que experimen-
tou muitos longos anos de tribulações e de preparo antes
de ser liberado ao chamado que Deus lhe havia revelado.
Um estudo da vida de José pode nos ajudar a compreen-
der algumas das adversidades que talvez enfrentemos à
medida que o Senhor nos molda para o Seu uso.
Vários ministros do Evangelho com muita maturidade
têm tido experiências que são bem semelhantes às de José.
Talvez eles não percebam durante uma tribulação ou ad-
versidade que Deus está usando estas circunstâncias para
moldá-los ou dirigi-los. No entanto, eles passam a compre-
ender mais tarde o motivo pelo qual Deus escolheu aquele
caminho específico para eles.
NOTA: Antes de estudarmos a vida de José, pare agora
Responder à convicção
de pecado produzida
pelo Espírito.
VOLUME 19 – NÚMERO 2 – 2005 ATOS / 9
e separe um tempo para ler Gênesis 37-49 em sua Bíblia
(veja também Salmos 105:16-24).
A. Um Chamado Precoce
José era o filho primogênito de Jacó e sua esposa favo-
rita, Raquel. Jacó teve outros filhos anteriormente, mas
José era mais favorecido que todos os demais.
Quando José ainda era um jovem, Deus lhe deu uma
série de sonhos (Gn 37:5-11). Esses sonhos indicavam que
o propósito para a vida de José era que ele tivesse uma
posição de liderança proeminente. Esse papel de impor-
tância fundamental ajudaria muitas pessoas e preservaria
o povo escolhido de Deus, Israel, através do qual o Messi-
as, o Cristo, viria (Gn 45:5-7).
Talvez José tivesse sido mais sábio se simplesmente
ponderasse essas coisas em seu coração. Em seu zelo, no
entanto, José compar-
tilhou os sonhos com a
sua família. Ele chegou
até mesmo a dizer que
eles um dia se prostra-
riam diante dele. O seu
pai o repreendeu e os
seus irmãos ficaram
com inveja e o odiaram
(Gn 37:10,11).
José acabou sendo
traído por seus irmãos.
Eles o venderam como
escravo e fizeram com
que o seu pai cresse que
ele havia sido morto por
animais selvagens.
Esse período na
vida de José deve ter
sido tão confuso como
foi difícil. Deus havia
lhe dado sonhos de grandes coisas que ele realizaria. José
tinha uma impressão em seu coração sobre o chamado de
Deus em sua vida. No entanto, as suas experiências até
aquele momento haviam sido a rejeição, a decepção, a trai-
ção e a dor. Ele havia se separado da sua família e estava
agora trabalhando como escravo numa terra pagã. Como
isso poderia fazer parte do grande plano de Deus para a
sua vida?
B. Deus Nunca nos Deixa
José foi comprado no Egito como escravo por Potifar,
um oficial de Faraó. Neste ponto da narrativa, a Bíblia
revela uma verdade profunda: “O Senhor estava com
José” (Gn 39:2). Se o Senhor estava com José, por que
ele havia sido desprezado e traído por seus irmãos? Por
que ele teve de sofrer tamanha adversidade?
Somente Deus pode verdadeiramente responder a es-
sas perguntas. Deus às vezes nos liberta imediatamente
das tribulações e aflições. Às vezes Ele permite que as
experimentemos por algum tempo antes de nos libertar.
Deus é soberano, amoroso e justo. Quando nossa vida está
entregue a Deus, é somente Ele que decide o curso que
ela irá tomar.
Quando as circunstâncias se tornam difíceis talvez ques-
tionemos se a presença de Deus ainda está conosco. Você
pode ter a certeza de que as tribulações NÃO significam
que Deus o deixou! Deus prometeu nunca deixá-lo nem
abandoná-lo (Dt 31:8; Js 1:5; Mt 28:20; Hb 13:5). Exata-
mente como Ele estava com José, assim também Ele esta-
rá com você.
C. O Caminho Pode Parecer Estranho
Muito embora Deus tivesse poupado a vida de José,
Ele de fato permitiu que José sofresse traições e adversi-
dades. Apenas podemos concluir que Deus tinha um plano
muito especial para José que somente Ele comprendia na
ocasião.
Houve uma épo-
ca em que as coisas
começaram a me-
lhorar para José.
Permitiram-lhe que
estivesse a cargo de
toda a casa e das
posses de Potifar.
Essa foi uma
grande responsabili-
dade, e José foi fiel
(Gn 39:1-6). Mas,
exatamente quando
as coisas começa-
ram a ir bem, uma
tribulação ainda
maior estava se
avultando.
A Bíblia nos diz
que a esposa de Po-
tifar notou José e
tentou seduzi-lo a um relacionamento imoral. Deus nunca
nos tenta com o mal (Tg 1:12-16). Assim sendo, isso pode
ter sido uma tentativa de Satanás de destruir o plano de
Deus para José.
José, no entanto, permaneceu fiel a Deus e recusou a
esposa de Potifar. Amargurada, ela falsamente acusou a
José (Gn 39:6-18). Potifar acreditou no engano de sua es-
posa, e, irado, ordenou que José fosse lançado na prisão.
José havia servido diligentemente e resistido às tenta-
ções. Contudo, o resultado da sua fidelidade foram falsas
acusações e a prisão! Quão estranho o caminho pelo qual
Deus pode levar os Seus escolhidos!
D. Servindo Fielmente
A presença do Senhor continuou com José na prisão e
lhe deu graça (Gn 39:21).
Surpreendentemente, não lemos que José ficou amar-
gurado, até mesmo após anos de aprisionamento. Ele ser-
via diligentemente em quaisquer circunstâncias em que se
encontrava. Assim sendo, ele recebia mais responsabilida-
des de liderança para que nelas pudesse se desenvolver
10 / ATOS VOLUME 19 – NÚMERO 2 – 2005
(Gn 39:22,23). O tempo não estava sendo desperdiçado.
O propósito de Deus ainda estava se desvendando para a
vida de José.
José, no entanto, estava ciente de que havia sido aprisi-
onado injustamente. Ele até mesmo tentou mudar as suas
circunstâncias, mas em vão (Gn 40:14,15,23).
José permaneceu na prisão, enquanto mais anos se
passavam – mais de dez anos ao todo. Ele deve ter tido
momentos de frustração, desespero e até mesmo de falta
de esperança. O chamado de Deus ao governo deve ter
parecido impossível.
E. Provado e Purificado
Muito embora o oficial de Faraó tivesse se esquecido
de José por muitos anos, Deus não Se esqueceu dele. No
momento certo, aquele oficial lembrou-se de José, e ele foi
tirado da prisão e colocado diante de Faraó (Gn 41:9-15).
Deus habilitou José para dar a interpretação do signifi-
cado de um importante sonho de Faraó. O sonho previa
um tempo de fartura, seguido por um tempo de fome para
todo o Egito. Deus também deu a José a sabedoria para
desenvolver um plano de ação que salvaria o Egito – e o
povo de Deus – de muitas perdas e de uma grande devas-
tação (Gn 41:28-36).
Faraó reconheceu que José era um homem cheio do
Espírito de Deus (Gn 41:38). Ele colocou José numa posi-
ção de autoridade sobre todos os interesses do Egito. So-
mente o próprio Faraó teria uma autoridade maior (Gn
41:40-44).
Quando Faraó elogiou José pela sua capacidade de in-
terpretações de sonhos, José conhecia a fonte dasua sa-
bedoria: “Isto não está em mim; Deus dará a Faraó
uma resposta” (Gn 41:16). José deu a Deus toda a gló-
ria – um exemplo para todos nós quando Deus nos usa
para ministrarmos eficazmente.
Assim sendo, qual foi o resultado dos
muitos anos de José em que ele passou
por traições, decepções, adversidades e
aprisionamento? José saiu da prisão
como um homem cheio do Espírito de
Deus e cheio de sabedoria! Ele sabia
que a sua fonte para tudo era Deus so-
mente. O caráter de José havia sido pro-
vado e purificado. Ele havia sido prepa-
rado para receber muita responsabilida-
de e autoridade, como também para ser-
vir com retidão e integridade.
F. O Controle Soberano de Deus
Chegou o tempo em que José foi final-
mente restaurado a seus irmãos e até mes-
mo a seu pai (Gn 42-49). José havia so-
frido muitos anos de adversidades por
causa daquilo que seus irmãos haviam fei-
to com ele.
Contudo, quando José os viu novamen-
te, ele lhes disse: “Agora, pois, não vos
entristeçais, nem vos pese aos vossos
olhos por me haverdes vendido para cá, porque Deus
me enviou, diante da vossa face para conservação da
vida” (Gn 45:5). José não guardou nenhum ressentimento
contra seus irmãos. Ele de livre e espontânea vontade os
perdoou. Como isso foi possível?
José disse mais tarde a seus irmãos: “... intentastes
mal contra mim, porém Deus o tornou em bem...” (Gn
50:20.)
José havia aprendido uma lição extremamente impor-
tante: era Deus que estava a cargo das circunstâncias da
sua vida. Ele disse a seus irmãos: “porque Deus me
enviou...” A Bíblia diz novamente em Salmos 105:17
que “Ele [Deus] enviou” a José como escravo ao Egito.
Deus enviou José? Não foram os irmãos dele que cons-
piraram para matá-lo, e aí então para vendê-lo como es-
cravo? Sim, eles fizeram isso. Mas foi Deus, o Qual é
maior do que qualquer circunstância, que estava em to-
das as situações da vida de José. Deus usou as circuns-
tâncias de José para, de uma maneira singular, preservá-
lo e prepará-lo para um propósito maior. Posteriormen-
te, Deus transformou as ações malignas feitas contra José
em algo bom.
Líder de igreja: Fique ciente de que quando as tribula-
ções, rejeições, mal-entendidos e injustiças vêm a nossa
vida, Deus está presente conosco! Se estivermos rendidos
e formos obedientes a Deus, Ele moverá as circunstâncias
a fim de nos transformar para usar-nos até mesmo as pro-
vações de fogo (Dt 4:20; Is 48:10,11).
Deus não provoca calamidades ou aflições para nós,
para de alguma maneira “ensinar-nos uma lição”. Em vez
disso, Ele vem ao nosso encontro – quando as calami-
dades nos sobrevêm, ou quando estamos nos escuros e
sombrios vales da vida (Sl 23:4) – para caminhar conosco
e fazer com que algo útil surja dessas tribulações.
Talvez tenhamos sofrido terríveis dores, abusos ou re-
Ele vem ao
nosso encontro.
VOLUME 19 – NÚMERO 2 – 2005 ATOS / 11
jeições em nossa vida. Somente Deus pode usar tudo o
que o inimigo pretendeu fazer para nos prejudicar e des-
truir, e transformar essas coisas em algo bom. O nosso
Deus é o Grande Libertador, que cura, redime e restaura.
Deus não Se esqueceu de você! Deus nunca o deixa-
rá! Somente Ele pode fazer com que todas as coisas que
aparentemente são contrárias a você contribuam para o
seu bem e o bem de outros, para a glória e honra d’Ele! O
sangue de Cristo pode purificá-lo, o poder d’Ele pode redimi-
lo, o amor d’Ele pode curá-lo, a Palavra d’Ele pode libertá-
lo!
Você pode se regozijar! Enquanto você se rende diari-
amente a Deus, Ele o transforma e o prepara – para fazê-
lo mais semelhante a Cristo Jesus!
G. A Esperança de Glória
José permaneceu fiel a Deus,
independentemente das circuns-
tâncias. Ele foi posteriormente
fundamental para a preservação
do povo de Deus e para o
favorecimento dos propósitos do
Senhor.
Nós também precisamos per-
manecer fiéis, agradecendo a
Deus pelo Seu direcionamento e
pela Sua presença que preserva
nossa vida (Mt 5:11,12; veja tam-
bém Provérbios 2:8; João 14:16-
18). Precisamos continuar confi-
ando em Deus, independente-
mente das circunstâncias (Pv
3:5,6). Precisamos escolher per-
doar os que nos maltratam e
amar os que nos perseguem (Mt
5:44-48). Não devemos pagar mal
por mal (Rm 12:17-21). Essas coi-
sas são difíceis de fazermos por
nós próprios, mas podemos fazer
todas as coisas “através de Cris-
to” e pela grande graça de Deus.
Podemos viver nossa vida
com fé, certos do seguinte: Deus
está conosco, Ele nos ama, e Ele
usará tudo em nossa vida para os Seus mais sublimes pro-
pósitos.
“Mas graças a Deus, que nos dá a vitória através
do nosso Senhor Jesus Cristo. Portanto, meus amados
irmãos, sede firmes e constantes, sempre abundantes
na obra do Senhor, sabendo que o vosso trabalho não
é vão no Senhor” (1 Co 15:57,58).
Lembre-se disto: Temos a honra de servirmos a Deus
e de entregar a Ele nossa vida para o Seu uso e glória.
Mas está chegando o dia em que os que abandonaram
tudo para seguirem a Cristo nesta vida temporária entra-
rão em sua recompensa eterna. Não haverá mais dores,
mais sofrimentos ou lágrimas (Ap 21:4). As leves aflições
temporárias desta vida serão coisas do passado (2 Co 4:17;
Rm 8:18). Estaremos com o nosso amado Salvador! Do-
minaremos e reinaremos com Cristo para todo o sempre
(2 Tm 2:12). Aleluia!
IV.COMO DEUS USA AS TRIBULAÇÕES
Muitos líderes cristãos maduros podem testificar sobre
ocasiões na vida em que aparentemente toda esperança
havia se acabado. As circunstâncias e desafios haviam
sido tão difíceis que eles quase perderam toda a fé em
Deus. Talvez eles tenham até mesmo desistido dos sonhos
que Deus lhes havia dado, permitindo que morressem em
seus corações. Mas do seu desespero e das cinzas surgiu
o propósito de Deus.
Deus os havia sustentado pela Sua graça e os havia
preservado para o Seu propósito. Por permanecerem fiéis,
Deus usou as suas tribulações para fortalecê-los e prepará-
los para os usar, exatamente
como Ele fez com José (Gn
49:24).
Todas as pessoas que Deus
deseja usar aparentemente en-
frentam tribulações e adversida-
des. As Escrituras nos relatam as
suas histórias. Noé enfrentou
muitas zombarias e escárnios.
Abraão enfrentou muitas e mui-
tas dificuldades e provas de fé.
Moisés teve de vencer adversi-
dades desde praticamente a épo-
ca do seu nascimento. Os pro-
fetas de Deus sofreram grandes
perseguições e adversidades. Os
discípulos de Jesus, o Apósto-
lo Paulo – nenhum deles esca-
pou dos grandes desafios e tri-
bulações.
Contudo, Deus usou a cada um
deles como participantes do Seu
grandioso plano de redenção da
humanidade. Cada um deles fez
parte da preservação do povo de
Deus, abrindo o caminho para o
Salvador, proclamando a Sua sal-
vação aos confins da terra, fa-
zendo discípulos, equipando os santos, etc.
É bem possível que você tenha as suas próprias expe-
riências do preparo de Deus através de tribulações e ad-
versidades. Ou talvez você esteja no meio de uma grande
tribulação agora mesmo.
A. Fontes de Tribulações
De onde vêm as tribulações? Algumas tribulações são
os tratamentos de Deus. Algumas são produzidas por nós
mesmos através dos nossos próprios pecados e rebeldia.
Algumas são ataques diretos de Satanás.
Muitas tribulações são simplesmente o resultado da vida
neste mundo caído. Estas tribulações podem incluir o se-
guinte:
Confie
em
Deus.
12 / ATOS VOLUME 19 – NÚMERO 2 – 2005
· Opressões ou perseguições civis ou governa-
mentais, pelo simples fato de crermos em Jesus Cris-
to.
· Membros de nossa família ou outras pessoas
que nos traem ou nos desprezam por causa da
nossa fé.
· Grandes desafios para o nosso chamado minis-
terial. As coisas podem ser especialmente difíceis,
ou talvez nos sintamos isolados ou sozinhos em nos-
sas lutas. Esses ataques podem vir através de ou-
tras pessoas, mas são na verdade forças malignas
que estão em operação (Ef 6:12). Nada agradaria
mais ao Diabo do que apagar o fogo da sua paixão
por Cristo ou o seu zelo em servi-Lo.
· Grandes tribulações físicas para nós ou para
alguém que amamos. Alguém muito íntimo e que-
rido para nóspode até mesmo morrer. A agonia e
a angústia que acompanham esse tipo de sofri-
mento ou perda podem
ser os opressores mais
sombrios.
· As circunstâncias na-
turais desta terra caí-
da e repleta de peca-
do podem trazer tremen-
das adversidades. A
fome, as enfermidades,
as pestilências, graves
desastres climáticos ou
naturais – tudo isso pode
realmente trazer consigo
grandes tribulações.
B. A Importância da
Perseverança
Deus não prometeu que
nossa vida aqui na terra seria
vivida com tranqüilidade e con-
forto, ou que Ele nos pouparia
de dores e adversidades.
Esta vida é muito curta em
comparação com a eternidade.
Ela é temporária, e não devemos fixar as nossas afeições
neste mundo, nem no que ele pode oferecer (Mt 6:19-21;
Cl 3:2). Este não é o nosso lar permanente. Somos apenas
peregrinos aqui (Fp 3:20; Hb 11:13; 1 Pe 2:11).
A Palavra nos diz que, como crentes em Jesus Cristo,
enfrentaremos oposições nesta vida (1 Pe 5:8,9). Enfren-
taremos tribulações, perseguições e adversidades (2 Tm
3:12; veja também Marcos 4:17; Romanos 8:35,36) por
amor a Jesus.
As Escrituras ensinam que é necessário muito trabalho
e perseverança para “terminarmos a corrida” desta vida
com sucesso (2 Tm 4:7). A Palavra de Deus nos diz que
precisamos “perseverar” até o fim (Mt 10:22; 24:13; 1 Co
4:12; 2 Ts 1:4; Hb 3:14). Esses versículos subentendem o
fato de ficarmos firmes na fé em Cristo, até mesmo no
meio de grandes dificuldades.
Os próprios Apóstolos de Cristo enfrentaram surras,
aprisionamentos, privações e adversidades (2 Co 11:23-
33). Todos eles, exceto um, morreram como mártires para
Jesus Cristo. Muitas pessoas da época do Velho e do Novo
Testamento sofreram nas mãos dos que se opunham a Deus
ou ao Evangelho de Jesus Cristo (por exemplo, João Ba-
tista – Mt 14:1-12; leia também Hebreus 11).
A vida, de fato, reserva grandes vitórias e alegrias para
o crente em Cristo. No entanto, as ocasiões em que nos
encontramos “no topo da montanha” misturam-se com as
ocasiões em que também precisamos caminhar através
dos vales das tribulações.
C. Confiando em Deus nas Tribulações
Talvez Deus não seja a causa direta dos nossos sofri-
mentos e tribulações, e Ele pode ou não nos libertar imedia-
tamente deles.
Contudo, realmente sabemos o seguinte com relação
às tribulações: Ou Deus nos
liberta delas, ou Ele nos dá
a força e a graça para en-
frentá-las. E Deus promete
usar tudo em nossa vida – as
coisas boas e as ruins – para
nos moldar cada vez mais à
imagem de Cristo para os Seus
propósitos (Rm 7:28,29).
D. Qual é o Propósito das
Tribulações?
A Bíblia nos ensina que as
tribulações são necessárias
para o nosso crescimento es-
piritual. Tiago faz a seguinte co-
locação com relação a isto:
“Meus irmãos, tende grande
gozo quando cairdes em vá-
rias tribulações, sabendo
que a prova da vossa fé pro-
duz a paciência [perseveran-
ça]. Tenha, porém, a paciên-
cia, a sua obra perfeita, para
que sejais perfeitos e completos, sem a falta de coisa
alguma” (Tg 1:2-4).
A palavra “perfeito” aqui significa “maturidade, tota-
lidade” (não significa uma impecabilidade perfeita, pois so-
mente Deus é perfeito). Os crentes são fortalecidos na
perseverança e amadurecidos espiritualmente através das
tribulações.
Há muitas e muitas outras coisas que as tribulações
realizam para os crentes. Examinemos agora apenas algu-
mas destas coisas:
1. As Tribulações Provam Nossa Fé
A Bíblia descreve o preparo na vida de José como uma
época em que “a palavra do Senhor o provou [refi-
nou]” (Sl 105:19). Pedro nos faz a seguinte exortação:
“Amados, não estranheis a ardente tribulação que vem
“Tende
grande
gozo...”
VOLUME 19 – NÚMERO 2 – 2005 ATOS / 13
sobre vós para vos provar [testar]” (1 Pe 4:12a). Deus
geralmente permite que a nossa fé seja provada e testada
com o fogo das dificuldades.
Davi escreveu: “Pois o justo Deus prova os cora-
ções e as mentes [o homem interior]” (Sl 7:9). Deus sabe
de tudo. Assim sendo, Ele já sabe o que está em nosso
coração. No entanto, as Suas provas nos revelam o que
está em nosso próprio coração. Precisamos conhecer a
força (ou a fraqueza) da nossa fé em Deus.
Por exemplo: Durante as tribulações você fica ansio-
so? Com medo? Com raiva? Impaciente? Em caso afir-
mativo, isso revela áreas de fraqueza em sua fé, áreas em
que você não está confiando em Deus. Essas coisas po-
dem se tornar uma grande barreira
à obra de Deus através de você no
futuro. O reconhecimento de onde
a nossa fé é fraca nos ajuda a en-
frentarmos o problema, nos arre-
pendermos dele, e nos voltarmos a
Deus para recebermos a Sua for-
ça e ajuda.
O Senhor também prova as nos-
sas motivações. Será que amamos
e servimos a Deus egoisticamente,
somente para obtermos as Suas
bênçãos? Satanás acusou Jó desse
tipo de coisa. Jó provou que Sata-
nás estava errado e permaneceu
fiel a Deus, apesar de perder tudo.
(Leia o Livro de Jó.)
O Senhor nos prova para nos
ajudar a vermos a quem realmente
amamos (Dt 13:3). Será que ama-
mos a Deus mais do que qualquer
outra coisa ou qualquer outra pes-
soa, independentemente das cir-
cunstâncias? Será que o seguir a
Deus é mais importante para nós
do que qualquer outra coisa? (Leia
Lucas 14:26-33.)
“O Senhor prova os justos”
(Sl 11:5). As tribulações são uma
prova em que podemos ser apro-
vados ou reprovados. Se formos
aprovados, seguimos adiante para uma força maior em
Deus. Se formos reprovados, verificamos onde precisa-
mos crescer ainda e aprendemos com o nosso fracasso.
2. As Tribulações nos Purificam
Quando purificamos o ouro, é necessário que ele seja
aquecido a temperaturas muito altas. Somente desta ma-
neira as impurezas do ouro podem subir à superfície, a fim
de que elas possam ser removidas. Às vezes precisamos
de muito calor e pressões em nossa vida para que motiva-
ções, ações e pensamentos impuros sejam revelados. À
medida que essas coisas sobem à superfície, podemos en-
tão ter a oportunidade de confessá-las e nos arrepender
diante de Deus. Ele nos purificará das nossas iniqüidades
(1 Jo 1:9), purificando-nos e preparando-nos para fazer-
mos Sua vontade (1 Pe 4:1-3).
3. As Tribulações nos Ensinam Sobre
Dependência e Humildade
A humanidade não segue automaticamente o caminho
de Deus. Geralmente é bem o oposto (Is 55:8).
Contudo, as tribulações geralmente revelam os erros
dos nossos próprios caminhos e nos levam a um lugar de
uma maior dependência de Deus.
Quando somos humilhados, temos a tendência de bus-
carmos o caminho do Senhor mais diligentemente. Fica-
mos mais dispostos a cooperarmos com Ele e a nos ren-
dermos a Ele. Reconhecemos quão
desesperadamente precisamos de-
pender d’Ele – da Sua força, sabe-
doria, direcionamento e poder.
Deus nos prova e nos humilha
através das tribulações (Dt 8:16).
No entanto, Ele também usa os
tempos difíceis para nos lembrar de
que todas as coisas boas, todo o
sucesso, toda a frutificação somen-
te são possíveis por causa da gra-
ça, amor e poder de Deus (Dt
8:17,18; Tg 1:17). Vamos nos lem-
brar dessas coisas, para que o nos-
so próprio orgulho jamais faça com
que pensemos que o nosso êxito no
ministério é devido às nossas pró-
prias ações. Paulo foi poderosa-
mente usado por Deus, mas ele re-
cebeu uma tribulação física como
uma garantia para que ele não se
ensoberbecesse, ou se “exaltasse
além da medida” (2 Co 12:7-10).
À medida que Deus opera gran-
des obras através de nós, as tribu-
lações nos relembram que não te-
mos nenhuma força espiritual ver-
dadeira independentemente da
grande graça e capacitação de
Deus.
4. As Tribulações Liberam o Poder de Deus
Durante as ocasiões de grandes tribulações, nossas fra-
quezas são reveladas. Isso não acontece para nos desani-
mar. É para nos ensinar a dependermos de Deus e rece-
bermos d’Ele. Pois Deus “dá poder aos fracos, e aos
que não têm nenhum vigor Ele aumenta a força” (Is
40:29).
Quando Paulo estava fraco, Jesus lhe disse: “A Minha
graça é suficiente para ti, pois a Minha força é aper-
feiçoada na fraqueza” (2 Co 12:9).
Deus não Se limita às nossas fraquezas, pois Ele vê o
que podemos fazere ser, através da Sua ajuda e poder.
Deus chamou Gideão de um “homem poderoso e valo-
roso” (Jz 6:12). Naquela ocasião, no entanto, Gideão es-
Ele nos purificará.
14 / ATOS VOLUME 19 – NÚMERO 2 – 2005
tava aterrorizado e estava escondido dos midianitas (Jz
6:11). No entanto, Deus chamou Gideão assim mesmo, e
mais tarde o capacitou a cumprir um grande propósito.
(Leia Juízes 6-8.)
“Temos este tesouro em vasos de barro [fracos, frá-
geis], para que a excelência do poder possa ser de
Deus, e não nossa” (2 Co 4:7).
Podemos agradecer a Deus pelas tribulações que re-
velam a nossa fraqueza e inadequabilidade. Muito embora
as tribulações sejam difíceis para a nossa carne (a nature-
za humana pecaminosa), elas fortalecem o nosso espírito
– pressionando-nos a uma maior dependência de Cristo e
da Sua força. “De boa vontade pois me gloriarei nas
minhas fraquezas, para que em mim habite o poder de
Cristo... pois quando sou fraco então sou forte” (2 Co
12:9,10b).
5. As Tribulações nos Fortalecem
É impossível haver vitóri-
as sem batalhas. As tribula-
ções nos ensinam a usarmos
a nossa armadura espiritual;
elas nos fortalecem em nos-
sas “habilidades de comba-
te” espiritual (Ef 6:11-18).
Aprendemos sobre batalha
espiritual e intercessão, e
crescemos na fé triunfante (2
Co 10:3-6; 1 Jo 5:4).
À medida que passamos
por tribulações, os nossos
“músculos espirituais” são
exercitados. Tornamo-nos
mais fortes para a próxima
tribulação. Podemos assim
enfrentar um inimigo ainda
maior. Aí então, tornamo-nos
ainda mais fortes. À medida
que fazemos isso tornamo-
nos mais úteis e desenvolve-
mos a perseverança (Rm
5:3,4; Tg 1:3). Deus poderá então nos usar de maneiras
ainda maiores. Passamos de “força em força” (Sl 84:7) e
de “glória em glória” (2 Co 3:18).
No meio de batalhas assim, talvez sejamos tentados a
sentirmos dó de nós mesmos ou a temermos. Contudo,
precisamos resistir a esses pensamentos, e, em vez dis-
so, nos lançarmos na misericórdia de Deus em oração.
Podemos admitir diante de Deus que somos apenas car-
ne – e, aí então, em nossa fraqueza, podemos clamar
pela ajuda e força de Deus. Quando oramos “Preciso de
Ti, Deus! Não consigo fazer isto sem Ti!”, Deus respon-
de, pois verdadeiramente não conseguimos fazer nada
sem Ele (Mt 19:26).
6. As Tribulações nos Ensinam a Esperarmos
Jeremias lamentou-se pelas suas tribulações e aflições.
No entanto, quando ele se lembrou das misericórdias e da
fidelidade do Senhor, ele decidiu: “Bom é ter esperança e
aguardar em silêncio a salvação do Senhor” (Lm 3:26;
leia Lamentações 3).
Isaías também nos ensinou que Deus dá vigor aos fra-
cos e renova as forças dos que esperam n’Ele (Is 40:28-
31).
Esperar em Deus significa entrar em Sua presença com
adoração e oração. Significa humilharmo-nos diante d’Ele
e tomarmos o tempo para recebermos d’Ele o que neces-
sitamos.
A Bíblia ensina que há tempos e ocasiões para tudo
(Ec 3:1-8; At 1:7). Talvez Deus tenha nos chamado, mas
talvez ainda não seja o tempo d’Ele para nos enviar à
próxima fase ministerial. Talvez precisemos primeiramen-
te esperar e enfrentar um tempo de moldagem e cresci-
mento. Enquanto entregamos nossa vida a Deus, precisa-
mos esperar n’Ele, para o Seu tempo perfeito, até mesmo
durante as tribulações. Ao fazermos isso, Ele nos salva,
nos fortalece, nos direciona
e nos ajuda a perseverar-
mos.
7. As Tribulações nos
Preparam
Os sofrimentos podem na
verdade acelerar o cresci-
mento espiritual e promover
o nosso preparo: “Que o
Deus de toda a graça, o
Qual nos chamou à Sua
eterna glória por Cristo
Jesus, depois de haverdes
sofrido um pouco, vos
aperfeiçoe, estabeleça, for-
taleça e confirme” (1 Pe
5:10). Deus usa as tribula-
ções e sofrimentos para nos
aperfeiçoar [preparar, com-
pletar], e para nos estabele-
cer fortemente em Seus ca-
minhos.
José era um jovem quando Deus lhe deu os sonhos do
seu futuro. Para poder cumprir um chamado tão grande
assim, José precisava de tempo para desenvolver sabedo-
ria, maturidade e caráter santo.
8. As Tribulações Mudam Nossa Perspectiva
Durante as tribulações talvez recorramos aos valores
temporários do mundo, procurando alívio, como por exem-
plo posses, dinheiro, viagens, álcool ou outras coisas. Logo,
no entanto, percebemos que esses bens terrenos não for-
necem nenhuma ajuda, alívio ou consolo duradouro.
As tribulações revelam o que se tornou a nossa fonte
de ajuda e força em tempos de necessidade. Será que re-
corremos a Deus ou a alguma outra fonte?
As tribulações também elevam os nossos olhos em di-
reção ao Céu. Quando perdemos um ente querido, ou en-
frentamos grandes desafios, nosso coração se volta para
Espere n’Ele.
VOLUME 19 – NÚMERO 2 – 2005 ATOS / 15
nossa esperança eterna. O Céu parece tão mais doce quan-
do temos um ente querido lá. As tribulações nos ajudam a
perceber que este mundo, juntamente com tudo o que há
nele, está passando. Os valores eternos e a vontade de
Deus tornam-se muito mais reais e importantes para nós
(2 Co 4 e 5; 1 Jo 2:15-17).
As tribulações nos mostram a futilidade dos recursos
humanos. Enquanto sofremos, as tribulações avivam em
nós uma fome pela glória de Deus. “... se de fato sofre-
mos com Ele [Cristo], é para que também possamos ser
glorificados juntamente com Ele, pois considero que
os sofrimentos deste tempo presente não são dignos de
ser comparados com a glória que há de ser revelada
em nós” (Rm 8:17,18).
Muito embora Deus faça com que todas as coisas co-
operem para o bem – a imagem de Cristo moldada dentro
de nós – Ele também está nos preparando para o dia em
que revelará a Sua glória através de nós, e seremos glori-
ficados com Cristo! Aleluia!
E. Seguros no Amor de Deus – Até Mesmo no
Meio das Tribulações
Deus usa as tribulações e provações para nos prepa-
rar, e não para salientar nossos fracassos, ou nos conde-
nar (Rm 8:1). Lembre-se: Deus quer que sejamos bem-
sucedidos no cumprimento do Seu chamado. Ele quer
nos purificar, para que o nosso futuro seja frutífero. Deus
está a nosso favor, e não contra nós (Rm 8:31). Deus é
imenso e grandioso, e a Sua perspectiva é eterna. Ele vê e
compreende tudo – muito mais do que jamais poderíamos
ver e compreender! Ele tem um eterno propósito do Reino
para cumprir. Podemos escolher ser parceiros com Ele no
cumprimento deste propósito. Devemos, no entanto, con-
fiar no Senhor com relação a qualquer que seja o papel
que Ele nos der para cumprirmos.
Deus também promete nunca nos deixar ou nos aban-
donar, e que Ele será o nosso Ajudador. Assim sendo, não
há necessidade de ficarmos com medo (Hb 13:5,6). Exa-
tamente como Ele estava com José no meio das suas tri-
bulações, Deus também está conosco, independentemen-
te das circunstâncias. Nunca poderemos ser separados do
Seu grande amor (Rm 8:38,39).
Talvez você tenha sofrido por causa do seu compro-
misso com Cristo, mas ouça as palavras encorajadoras de
Pedro: “... alegrai-vos pelo fato de serdes participan-
tes dos sofrimentos de Cristo, para que, quando a Sua
glória for revelada, possais também vos alegrar com
uma alegria excessivamente grande. Se sois vitupera-
dos pelo nome de Cristo, bem-aventurados sois vós,
pois o Espírito de glória e de Deus repousa sobre vós”
(1 Pe 4:13,14).
F. A Disciplina de Deus nos Molda
É importante lembrar que José não havia feito nada
que trouxesse adversidades à sua vida. A Bíblia não nos
diz que José se rebelou ou pecou contra Deus. Às vezes,
nosso próprio egoísmo ou pecado pode trazer tribulações
ou dificuldades para nossa vida. Isso NÃO é a mesma
coisa que sofrermos em Cristo. Não haverá nenhum
galardão para o tipo de sofrimento que trazemos sobre nós
mesmos através de escolhas ou ações pecaminosas.
Quando Miriã falou contra Moisés e foi acometida de
lepra, aquele não foi um caso de sofrimento por Deus (Nm
12). Quando Jonas passou alguns dias na barriga de um
grande peixe, aquilo foi devido à sua própria rebeldia (Jn
1). Quando Ananias e Safira foram mortos, aquilo foi um
resultado direto das suas ações enganosas (At 5:1-11).
Se formos impetuosos ou desobedientes, ouse tentar-
mos nos apossar de posições ou de poder, para os quais
Deus não nos chamou, sofreremos por causa das nossas
próprias ações. Se nossas concupiscências ou paixões pas-
sam por cima do nosso bom senso, ou se tentarmos exaltar
a nossa vontade própria acima da verdade das Escrituras,
talvez nos encontremos em apuros terríveis.
As Escrituras nos admoestam a sermos cuidadosos,
para que não soframos pelas nossas próprias transgres-
sões: “Que nenhum de vós sofra como homicida, la-
drão, malfeitor, ou como o que se entremete em negó-
cios alheios” (1 Pe 4:15).
Contudo, até mesmo quando pecamos voluntariamente
contra Deus, nem tudo está perdido. Deus ainda pode nos
libertar quando nos arrependemos com sinceridade [re-
nunciamos aos nossos pecados e nos afastamos deles].
Nossos fracassos podem trazer sofrimentos desnecessá-
rios sobre nossa própria vida ou sobre as pessoas que es-
tão perto de nós. Deus, no entanto, pode usar até mesmo
os piores fracassos de nossa vida para ajudar a nos moldar
e nos transformar. Sua correção e disciplina, e nossa res-
posta a elas, também nos moldam (Dt 8:5; Pv 3:12; Hb
12:7,8).
Deus pode redimir e usar até mesmo os nossos fracas-
sos. Ele é digno de todo louvor, pelo Seu grande perdão e
graça redentora!
G. Como Devemos Responder às Tribulações?
As tribulações vêm a todos nós. Jesus disse: “No mun-
do tereis tribulações...” (Jo 16:33.) O significado da pa-
lavra “tribulação” inclui o seguinte: “pressão, opressão,
tensão, angústia, compressão, adversidade, aflição, sofri-
mento”. Ela representa o que é livre e desacorrentado,
sendo colocado sob muita pressão.
Somos livres em Cristo. Este mundo, no entanto, traz
as pressões das tribulações e provações. Como podemos
ser bem-sucedidos através das tribulações e crescer com
elas? Eis aqui algumas diretrizes.
1. Ore!
A oração é essencial para sermos perseverantes e
bem-sucedidos nas tribulações. Precisamos estar em ora-
ção continuamente, pedindo que Deus nos dê força, graça,
e sabedoria. Precisamos pedir que Ele santifique as tribu-
lações para nós, usando-as para a Sua glória e para o nos-
so bem. Precisamos sondar nosso coração e permitir que
Deus nos purifique das impurezas. Precisamos renunciar
ao nosso orgulho e esforços próprios, clamando a Deus
em humildade e pedindo a Sua ajuda e poder.
16 / ATOS VOLUME 19 – NÚMERO 2 – 2005
Precisamos ter um coração que crê. Precisamos crer
que Deus tem um propósito nas tribulações e que Ele
suprirá tudo de que precisamos para sermos perseve-
rantes. Ele nos dará sabedoria quando Lhe pedirmos
(leia Tiago 1:2-8), para que saibamos o que fazer em
resposta às tribulações. Deus CERTAMENTE Se en-
contrará conosco, nos ensinará, nos consolará e nos aju-
dará.
a. Ore no Espírito
As tribulações podem ser algo desanimador ou até
mesmo esmagador. Às vezes nem mesmo conseguimos
encontrar as palavras para orarmos. É nessas ocasiões
que podemos – e devemos – orar no Espírito. Ao fazer-
mos isso, o Espírito Santo nos ajuda, orando de acordo
com a vontade de Deus (Rm 8:26,27). A oração no Espíri-
to também é uma maneira poderosa e eficaz de se edificar
a nossa fé (Jd 20).
Algumas vezes as tribulações podem ser ataques dire-
tos de Satanás ou de demônios. Nesses casos, precisamos
nos submeter a Deus e resistir ao Diabo (Tg 4:7), e
contender com orações e súplicas (Ef 6:10-18).
b. Ore com Jejuns
O jejum nos ajuda a aquietar nossos impulsos carnais e
a nos tornar mais sensíveis à voz do Espírito Santo. Quan-
do você estiver jejuando, não deixe de orar freqüentemen-
te. Da mesma forma, tome tempo para silenciosamente
esperar em Deus. Permita que Ele ministre a você e fale
ao seu coração.
2. “Tende Grande Gozo!”
Paulo e Silas haviam acabado de ser severamente sur-
rados e lançados na prisão por terem pregado o Evange-
lho. Contudo, naquela mesma noite eles estavam orando e
cantando hinos ao Senhor (At 16:22-25).
O Senhor, em Sua fidelidade, havia colocado em seus
corações “cânticos de livramento” (Sl 32:7). Enquanto
cantavam, um terremoto os libertou, juntamente com to-
dos os outros prisioneiros. Até mesmo o carcereiro se con-
verteu. Uma forte igreja foi estabelecida em Filipos como
resultado disso. Como Paulo pôde cantar durante uma tri-
bulação como aquela? Porque Paulo era humilde e rendia-
se a Deus. Ele tinha a confiança de que Deus estava a
cargo de sua vida. Paulo reconhecia a mão de Deus ope-
rando em todas as tribulações e desafios. Que fé e graça
que Deus nos dá!
Deus é sempre digno do nosso louvor. Enquanto O
adoramos, nossos olhos se levantam e nosso espírito se
eleva. A esperança e a alegria de Deus enchem nosso
coração, fortalecendo-nos para as tribulações.
Nós podemos ter alegria e ações de graça no meio das
tribulações (Jo 16:33; Tg 1:2). Sabemos que Deus as usa-
rá para o nosso bem e para a Sua glória (Hb 12:3-11).
Podemos até mesmo triunfar sobre as tribulações se
voltarmos nosso coração a Deus num humilde louvor: “E
graças a Deus, que sempre nos faz triunfar em Cris-
to” (2 Co 2:14).
3. Não Fuja
Quando você estiver sendo severamente provado, tal-
vez queira fugir de Deus, do ministério ou da própria situ-
ação. Isso é um erro grave! (Obviamente, presumindo-se
que você esteja enfrentando tribulações pelo fato de estar
obedecendo ao chamado de Cristo!).
Talvez você diga em seu coração: “Deus, se Tu não
fizeres algo com relação a isso, eu vou embora!” Uma
oração muito melhor, no entanto, seria: “Deus, até que Tu
me liberes ou me envies a uma outra tarefa, vou ficar exa-
tamente onde estou. Ajuda-me a perseverar, a ser fiel ao
Teu chamado!” Somente quando for provado que você foi
fiel numa dada situação é que você estará preparado para
uma tarefa maior (Lc 16:10; 19:17). Geralmente Deus não
nos orienta a deixarmos uma tarefa, a menos que Ele es-
teja claramente nos direcionando à nossa próxima tarefa.
Se formos adiante prematuramente, provavelmente per-
deremos o propósito que Deus tinha para nós. Ou Deus
talvez tenha que intervir a fim de chamar nossa atenção.
(Leia os dois primeiros capítulos de Jonas, por exemplo.)
4. Obedeça a TUDO que Deus lhe Disser
Nas tribulações é importante que ouçamos a Deus – e
aí então que Lhe obedeçamos! O caminho de Deus para
moldá-lo é singular. Você não pode imitar o que vê os ou-
tros fazendo. Você precisa descobrir o que Deus quer que
você faça.
É necessário que em seu coração você esteja submis-
so a Deus. Precisamos permitir que a tribulação seja usa-
da por Deus para realizar o seu propósito (Tg 1:2-4). Se
precisarmos de sabedoria podemos pedi-la a Deus. Ele
deseja nos dar sabedoria com liberalidade (Tg 1:5).
A obediência requer muita oração; talvez arrependi-
mento, uma busca nas Escrituras – e uma espera, espera,
espera no Senhor! Seja rápido em responder a Deus e em
obedecer-Lhe.
5. Mantenha seu Coração em Retidão
Somente você pode escolher a sua resposta a uma tri-
bulação. Você pode permitir que seu coração fique irado,
temeroso ou amargurado. Ou você pode escolher receber
o perdão, a paz, a graça e a força de Deus. Essas nem
sempre são escolhas fáceis de fazermos. A nossa angústia
ou decepção pode ser grande. Os ataques contra nós po-
dem ser muitos. Talvez temamos colocar toda a nossa con-
fiança em Deus. Pode levar algum tempo para conquistar-
mos os obstáculos ou desafios à nossa fé que surgem du-
rante as tribulações.
Precisamos continuar achegando-nos a Deus com as
nossas ansiedades, temores e preocupações. Podemos ser
honestos com Ele, pois Ele já conhece nosso coração. Pre-
cisamos entregar as nossas preocupações a Ele, pedindo a
Sua ajuda e graça.
Somente nós podemos decidir continuar recorrendo a
Ele e escolhendo os Seus caminhos – pois somente Ele
pode nos tornar líderes eficazes em Seu Reino. Na Segun-
da Parte, estudaremos mais detalhadamente algumas das
maneiras pelas quais Deus realiza isso. nnnnn
VOLUME 19 – NÚMERO 2 – 2005 ATOS / 17
“Apascentai o rebanho de Deus que está entre vós,
servindo como supervisores, não por compulsão, mas
voluntariamente; não para ganhos desonestos, mas debom ânimo; não como senhores sobre aqueles que vos
foram confiados, mas sendo exemplos ao rebanho; e
quando o Sumo-Pastor aparecer, recebereis a incor-
ruptível coroa de glória.” (1 Pe 5:2-4.)
Nessa eloqüente passagem, a Bíblia descreve princípios
eternos de uma liderança bíblica santa. Mas como pode-
mos colocar em prática estes princípios da forma mais efi-
caz possível? Como sempre, as próprias Escrituras nos
fornecem instruções claras, específicas e práticas.
Êxodo 18:13-22 ressalta alguns problemas comuns na
liderança e oferece soluções altamente eficazes e que hon-
ram a Deus.
Dependendo de Deus
Quando Moisés começou a liderar e tirar o povo do
Egito, não demorou muito tempo até que ele caísse numa
armadilha de liderança comum: ele tentou ser o único líder
de um grupo de pessoas. Moisés talvez tenha presumido
que, uma vez que Deus o havia chamado para fazer uma
tarefa, então ele deveria cumprir essa tarefa sozinho.
Felizmente para Moisés e os filhos de Israel, Deus en-
viou um servo sábio – Jetro, o sogro de Moisés – para
aconselhá-lo. Jetro reconheceu os problemas que estavam
sendo criados pelo estilo de liderança independente de
Moisés.
Quando Moisés começou a enfrentar desafios em seu
chamado, Deus usou Jetro para sabiamente instruir Moisés
com relação à maneira pela qual os problemas poderiam
ser solucionados. Leiamos agora algumas passagens
bíblicas que contam essa história:
“E aconteceu que, ao outro dia, Moisés assentou-
se para julgar o povo; e o povo estava em pé diante de
Moisés desde a manhã até à tarde. Vendo pois o sogro
de Moisés tudo o que ele fazia ao povo, disse: ‘Que é
isto que tu fazes ao povo? Por que te assentas só, e
todo o povo está em pé diante de ti, desde a manhã até
à tarde?’ ... Então o sogro de Moisés lhe disse: ‘Não é
bom o que fazes. Totalmente desfalecerás, assim tu e o
povo que está contigo, porque este negócio é muito
difícil para ti; tu só não o podes fazê-lo... Ouve agora
a minha voz; eu te aconselharei, e Deus será contigo...
Procura dentre o povo homens capazes... pois eles
carregarão o fardo contigo’.” (Êx 18:13-22.)
Jetro salientou uma falha grave na liderança de Moisés:
ele estava tentando fazer a obra que Deus o havia chama-
do a realizar por si só, sem a ajuda de outros. O líder que
é pego na armadilha de ser um líder independente se limi-
tará e nunca cumprirá o seu propósito completo como
líder de igreja.
Jetro deu a Moisés um conselho sábio sobre como so-
lucionar os desafios de liderança que ele estava enfren-
tando. Jetro entregou o seu conselho a Moisés e sabia-
mente o dirigiu a Deus para uma confirmação do seu con-
selho (Êx 18:23). Moisés foi humilde e sábio por receber e
agir em obediência ao conselho de Jetro (Êx 18:24). Eles
tinham um bom relacionamento, um relacionamento de
confiança e respeito mútuo (Êx 4:18; 18:7).
Segunda Parte:
O Padrão Bíblico Para a
Multiplicação de Liderança
Frank e Wendy Parrish
18 / ATOS VOLUME 19 – NÚMERO 2 – 2005
Vamos estudar agora as instruções de Jetro mais
detalhadamente:
I. CINCO INSTRUÇÕES DADAS A MOISÉS
A. Fique Diante de Deus Pelo Povo (Êx 18:19)
“Fique diante de Deus pelo povo, para que você
possa trazer as dificuldades a Deus.” (Êx 18:19.)
Moisés estava passando a maior parte do seu tempo “as-
sentado diante do povo” (Êx 18:13-16), tentando resolver
os problemas deles. Isso representa uma tentação que to-
dos os líderes enfrentam. É lisonjeador quando as pessoas o
respeitam como líder e pedem a sua ajuda. Talvez você te-
nha algum entendimento da Palavra e dos caminhos de Deus.
Assim sendo, as pessoas querem a sua opinião ou conselho.
Isso é aceitável, mas somente de uma forma limitada.
Isso NÃO é aceitável quando você, como líder, se
encontra sentindo-se responsável – até mesmo obri-
gado – a resolver os problemas de todos. Esse erro
grave pode fazer com que as pessoas dependam de você,
em vez de amadurecerem e aprenderem a ir a Deus por si
próprias. Moisés estava se-
guindo o costume oriental
dos governantes, os quais se
assentavam nos portões (lu-
gares de autoridade) para
administrarem justiça a seus
vassalos. Moisés tinha boas
intenções, mas ele nunca
poderia suprir as exigênci-
as nem resolver os proble-
mas de milhões de pessoas
sozinho.
Jetro reconheceu que
Moisés estava passando
tempo demasiado tentando
resolver os problemas das
pessoas, e não passando
tempo suficiente indo a
Deus pelas pessoas. Ele
disse a Moisés: “Não é
bom o que fazes. Total-
mente desfalecerás, as-
sim tu e o povo que está
contigo, porque este ne-
gócio é muito difícil para
ti; tu só não podes fazê-
lo” (Êx 18:17,18).
Jetro ofereceu várias
soluções para aquele desa-
fio. Contudo, elas exigiam
que Moisés mudasse a maneira pela qual ele estava pas-
sando o seu tempo.
Jetro primeiramente instruiu a Moisés a “ficar diante
de Deus pelo povo” (Êx 18:19). Moisés não precisava
ouvir e resolver os problemas de todos. A responsabilidade
primordial de Moisés era orar pelo povo. Moisés deveria
chegar perante Deus e colocar as dificuldades do povo
diante do Senhor em oração.
Ir a Deus primeiramente com as necessidades do
povo:
· aliviava Moisés do tremendo fardo de tentar resol-
ver tantas necessidades (leia Salmos 37:5-7; 55:22;
Provérbios 3:5,6; 16:3; 1 Pedro 5:7);
· convidava Deus a mover-Se a favor do Seu povo e
de suas necessidades;
· proporcionava a Moisés o tempo para ouvir de Deus
com relação ao que ele deveria fazer para conduzir
o povo apropriadamente.
A primeira responsabilidade do líder de igreja é orar
pelas pessoas que Deus lhe dá (1 Sm 12:23; Rm 1:9; Cl
1:9). Depois, ele precisa tomar o tempo para ouvir o que
Deus lhe disser para fazer – e aí então fazê-lo!
Moisés aprendeu essa lição, e as suas intercessões pelo
povo tornaram-se muito importantes (Êx 32:30-34).
Discipulado, e Não Solução de Problemas
No Velho Testamento, os líderes designados por Deus
agiam como mediadores entre Deus e as pessoas, dizen-
do-lhes o que o Senhor es-
perava delas. O líder fica-
va diante de Deus a favor
do povo.
Contudo, Jesus é o Me-
diador final entre Deus e a
humanidade (1 Tm 2:5,6).
O Seu sacrifício e perdão
pelos pecados da humani-
dade possibilitam que todo
indivíduo arrependido seja
restaurado a Deus. Todo
crente em Jesus Cristo
pode ter agora um relacio-
namento direto com Deus!
Deus também forneceu
à Igreja a Sua Palavra – a
Bíblia – para que soubés-
semos o que Deus espera
de nós. Jesus também nos
deu o Espírito Santo. Ago-
ra todos os crentes em Je-
sus Cristo podem e devem
orar diretamente a Deus.
Todos os crentes podem
ser dirigidos por Deus, ou-
vir respostas de Deus, e re-
ceber poder do Espírito
Santo para o serviço cris-
tão.
Contudo, pode levar um tempo para os novos crentes
amadurecerem a ponto de poder receber o que necessi-
tam de Deus por sí próprios. É por isso que Deus le-
vanta e designa a liderança na Igreja (Ef 4:11-16).
Os líderes precisam discipular os crentes jovens, equi-
pando-os e ensinando-lhes nas Escrituras e nos cami-
nhos do Senhor. Os crentes imaturos precisam de ajuda,
para saberem como obedecer a Deus, caminhar com Ele,
Equipando-os e
ensinando-lhes.
VOLUME 19 – NÚMERO 2 – 2005 ATOS / 19
e ser dirigidos por Ele. É necessário que você, na quali-
dade de líder de igreja, fique diante de Deus e ore pela
sua congregação. Você precisa orar por ela a fim de mi-
nistrar-lhe eficientemente! Mas, você também tem de
ensinar às pessoas como elas podem ir a Deus em ora-
ção por si próprias, como ouvir a Sua voz, e como buscar
em Sua Palavra as respostas que elas precisam receber
d’Ele.
É errado, como líder de igreja, achar que só você preci-
sa ter todas as respostas e resolver todos os problemas
para as pessoas. Se você agir assim, as necessidades das
pessoas começarão a ocupar a maior parte do seu tempo.
Esse grave erro pode rapidamente desequilibrar suas prio-
ridades ministeriais – e levá-lo à comum armadilha de lide-
rança do orgulho e da autoconfiança.
B. Ensine ao Povo (Êx 18:20)
Jetro, em seguida, deu a Moisés um outro ponto de
instrução para o povo – “ensina-lhes!”Moisés era res-
ponsável por dirigir uma grande multidão de pessoas.
Aqueles indivíduos haviam sido escravos na cultura pe-
caminosa do Egito por toda a sua vida. Eles eram pagãos
e supersticiosos, ignorantes com relação a Deus e Seus
caminhos.
Ao saírem do Egito, aquelas pessoas trouxeram ídolos
com elas (Ez 23:7,8). Elas caíram em idolatrias gravíssimas
ao longo do caminho (Êx 32), de forma que Deus as julgou
severamente. Deus é um Deus zeloso (Êx 20:5; 34:14; Tg
4:4,5) e Ele não tolera por muito tempo as afeições do Seu
povo sendo direcionadas a ídolos inúteis ou a outros deu-
ses. Devemos adorar e servir a Deus somente (Êx 20:2,3;
1 Sm 7:3).
Deus disse aos israelitas como eles deveriam viver quan-
do Ele lhes deu mandamentos para guiá-los (Êx 20:1-17).
Contudo, o povo precisava de instruções adicionais que o
ajudasse a aplicar aqueles mandamentos em sua vida diá-
ria. Assim sendo, Moisés deveria “ensinar-lhes” (Êx
18:20), tantos os mandamentos, como também a maneira
de caminhar em obediência a esses mandamentos.
Essa mesma situação existe em muitos países e cultu-
ras ainda hoje. Quando as pessoas são salvas e saem de
uma cultura religiosa pagã, elas não sabem como viver de
uma forma que seja obediente e agradável a Deus.
Buscando a Verdade
Através de Jetro, Deus deu a Moisés três áreas gené-
ricas para o ensino, a fim de ajudar o povo a viver num fiel
relacionamento de aliança com um Deus santo.
1. Ensine ao Povo os Estatutos e as Leis de Deus
(Êx 18:20)
Moisés já estava usando os estatutos e as leis de Deus
para decretar decisões justas (Êx 18:16).
Contudo, Moisés estava apenas resolvendo disputas e
problemas individuais. Ele não havia reunido o povo para
instruir a todos eles nos caminhos de Deus.
O desejo de Deus é que o Seu povo O conheça. Eles
também precisam conhecer as leis e princípios que Ele
lhes deu através da Sua Palavra (Sl 119). Assim sendo, as
pessoas precisam ser ensinadas com relação ao que se
encontra na Palavra de Deus e como estudarem a Pala-
vra de Deus por si próprias.
Em Atos 17:11, o povo de Beréia, ao ouvir o Evangelho,
“examinou cada dia nas Escrituras se estas coisas eram
assim.” Conseqüentemente, “muitos deles creram...” (At
17:12.) O povo de Beréia sabia como examinar a verdade
e confirmá-la na Palavra de Deus. Isso era uma prote-
ção para eles no sentido de não serem desviados por fal-
sos ensinamentos. Quando o líder de igreja ensina ao seu
rebanho a Palavra de Deus com precisão, ela o ajudará a
proteger os membros da congregação contra enganos, fal-
sas religiões e mentiras do Diabo.
Ensino Bíblico:
Prioridade Máxima Para Todo Líder de Igreja
O líder de igreja diligente ensina ao seu rebanho os es-
tatutos, leis e doutrinas encontrados na Palavra de Deus.
O líder dedicado:
· estuda a Palavra de Deus da melhor maneira possí-
vel (2 Tm 2:15);
· passa tempo orando e meditando na Palavra de Deus,
permitindo que Deus lhe dê revelações e entendi-
mento;
· usa quaisquer ferramentas de pesquisa confiáveis
que lhe estiverem disponíveis para ajudá-lo a estu-
dar (tais como a Revista ATOS);
· faz todo o possível para ter a certeza de que o seu
rebanho seja instruído com a sabedoria e a verdade
da Palavra de Deus (1 Tm 4:13,16).
Deus valoriza muito o estudo e o ensino da Sua eterna
e imutável Palavra. Ele até mesmo designou um dos cinco
dons principais de treinamento ministerial como “mestre”
(Ef 4:11). Deus instruiu que os presbíteros e líderes sábios,
“que governam bem, sejam considerados dignos de
uma duplicada honra, especialmente os que trabalham
na Palavra e na doutrina” (1 Tm 5:17). É por isso que
Deus faz um juízo mais severo sobre os que ensinam a
Palavra de Deus (Tg 3:1).
Ensinar a Palavra de Deus ao seu rebanho é a pri-
oridade máxima do líder. Paulo ensinou a Timóteo a
“persistir em ler, exortar e ensinar” e a “meditar nes-
tas coisas, dedicando-se inteiramente a elas” (1 Tm
4:13,15; veja também 2 Timóteo 2:15).
2. Ensine ao Povo a Maneira de Caminhar (Êx
18:20)
As pessoas precisam fazer mais do que simplesmente
memorizarem estatutos e leis. Elas também precisam apren-
der como aplicar as Escrituras na própria vida, vivendo
em obediência a Deus, o Qual lhes deu esses estatutos e
leis. Deus nos dá a Sua Palavra para nos ensinar quem Ele
é e o que é exigido para andarmos em retidão diante d’Ele.
Precisamos aprender como caminhar com Deus diaria-
mente, amando-O, assim como Ele nos ama (Dt 6:5; 7:6-
9). O desejo de Deus – desde a época da Sua Criação
original, desde a Sua aliança com Abraão, desde o envio
20 / ATOS VOLUME 19 – NÚMERO 2 – 2005
do Seu Filho por nós, e até mesmo agora – é o de ter um
relacionamento pessoal e de amor com toda a huma-
nidade (Gn 1:26-28; 12:1-3; Jo 3:16; 1 Tm 2:4).
Uma Vida Agradável a Deus
Moisés estava liderando um grupo pagão de ex-escra-
vos, e eles não sabiam nada sobre Deus. Não sabiam o
que significava amar a Deus, obedecer-Lhe, ou servir a
Ele e a outros com a própria vida. Era preciso mostrar-
lhes como caminhar nas leis de Deus e aplicá-las na vida
prática diária. Esse tipo de discipulado realiza várias coi-
sas importantes:
· À medida que as pessoas vivem em caminhos que
agradam a Deus, a obediência delas as ajuda a se
aproximarem do Senhor.
Deus, por outro lado, Se
aproxima delas e Se agra-
da de suas ações (veja
Tiago 4:8).
· À medida que as pesso-
as aprendem a viver pe-
los princípios da Palavra
de Deus, elas são poupa-
das do pecado e da de-
sobediência. Elas não
participam mais de com-
portamentos que sejam
destrutivos para elas ou
para outros. A vida des-
sas pessoas melhoram e
elas ficam mais sábias.
Elas não precisam con-
versar com um líder com
relação a todas as peque-
nas disputas ou questões
que surgem.
· À medida que as pessoas
começam a ser pratican-
tes da Palavra e não so-
mente ouvintes (Tg 1:22),
elas vivem uma vida mais
frutífera. Elas começam a
se alinhar com o propósi-
to de Deus para elas e
para a Sua Igreja. Elas
aprendem a evangelizar,
ministrar e a servir outros,
através de atos de mise-
ricórdia e de bondade.
Como Ensinar a Palavra de Deus
Há dois aspectos com relação ao ensino apropriado da
Palavra de Deus:
· O primeiro deles é ensinar exatamente o que se en-
contra na Palavra de Deus.
· O segundo é ajudar as pessoas a compreenderem
como a Palavra de Deus deve ser aplicada na vida
diária.
Vamos examinar agora um exemplo de como isso pode
ser feito.
Uma Amostra de um Ensino Bíblico
Mateus 5:48 diz: “Sede vós pois perfeitos, como é
perfeito o vosso Pai que está nos Céus”. À primeira
vista, esse versículo citado por Jesus parece impossível de
se cumprir, e, portanto, pode parecer condenatório.
Deus sabe que nós, como seres humanos, não somos
capazes de uma impecabilidade absolutamente per-
feita nesta vida.
O que significa então a palavra “perfeitos” neste
versículo bíblico?
A palavra grega original traduzida por “perfeitos” neste
texto é a palavra “teleios”. Essa
palavra significa “ter sido com-
pletado ou totalmente amadu-
recido”, como uma pessoa to-
talmente adulta em comparação
com uma criança. No entanto,
ela também tem um significado
derivado da sua raiz “telos”, que
significa “um fim, propósito, alvo,
ou objetivo”. O ideal grego com
relação a perfeição também en-
volvia a função, ou a maneira
pela qual alguma coisa poderia
ser útil. É como uma ferramen-
ta que se encaixa perfeitamen-
te em nossas mãos e é perfei-
tamente útil para cumprir o pro-
pósito para o qual ela foi plane-
jada.
Assim sendo, podemos en-
tender que Mateus 5:48 signifi-
ca que devemos nos esforçar em
direção ao objetivo de sermos
plenamente maduros em Cristo
e úteis nas mãos de Deus para
cumprirmos o propósito para o
qual Ele nos criou.
O nosso Pai Celestial é to-
talmente completo. Vemos em
outras referências bíblicas que
Deus tem o compromisso de nos
ajudar a sermos mais completos
– mais semelhantes a Cristo – e
de nos ajudar a cumprir o nosso
propósito n’Ele (Hb 12:3-11; Fp
1:6; 2 Co 3:8; Rm 8:27-30).
Para mais revelações com relação a Mateus 5:48, po-
demos examinar os outros

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