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Docente: Andrea Carla Dalmolin Discente: Ianca Almeida Pereira PLASTICIDADE FENOTÍPICA A plasticidade fenotípica é definida como a capacidade de um determinado ser vivo apresentar diferentes características em função das condições ambientais. Plectranthus neochilus, Schltr O Boldo Mirim (Plectranthus neochilus, Schltr.) é uma planta que apresenta diferenças fisiológicas e morfológicas quando cultivada em condições ambientais variadas tais como intensidade luminosa, altitude, humidade. As variações vão desde a expressão da reprodução, sexuada ou não, até ao número de folhas por ramo, a distância dos entrenós, a área foliar e a morfologia externa das folhas. Figura 1. Boldo Mirim florindo em Teresópolis (à esquerda); detalhe da inflorescência (à direita). Hibiscus pernambucensis (Malvaceae) Hibiscus pernambucensis (Malvaceae) é uma planta típica de ambientes costeiros que forma grandes moitas ramificadas. As moitas podem se estender desde a faixa de plantas rasteiras até o interior da floresta de restinga, onde o dossel limita bastante a passagem de luz (Souza & Capellari Jr., 2004). Um estudo no litoral sul de São Paulo, mostrou que indivíduos de H. pernambucensis possuem uma evidente plasticidade fenotípica em relação à morfologia foliar (Mendonça et al., 2009). As folhas de indivíduos que crescem sob condições de alta luminosidade têm menor área e maior espessura que as folhas de indivíduos que crescem sob condição de sombreamento (Mendonça et al., 2009). No caso de H. pernambucensis, a plasticidade fenotípica fisiológica pode reduzir os custos de produção de folhas que crescem em ambiente iluminado, aumentar a capacidade fotossintética das folhas que crescem em ambiente sombreado. Handroanthus chrysotrichus Handroanthus chrysotrichus é uma espécie de árvore do gênero Handroanthus, nativa do Brasil porém não endémica, Outros nomes populares: ipê-amarelo-cascudo, ipê-do-morro, ipê, aipé, ipê-tabaco, ipê-amarelo-paulista, pau-d'arco-amarelo.. Plantas jovens de Handroanthus chrysotrichus apresentam plasticidade fenotípica relacionada a disponibilidade luminosa. A aclimatação a diferentes intensidades de radiação solar deu-se par meio de modificações em características fisiológicas, morfológicas e anatômicas, principalmente em relação as folhas. Folhas de H. chrysotrichus pré-existentes aos tratamentos mostram ajustes predominantemente fisiológicos, enquanto folhas novas emitidas exibem modificações predominantemente morfológicas e anatômicas. Plantas jovens de H. chrysotrichus tem grande capacidade de habitar em ambientes com elevada amplitude de variação da radiação solar, o que a torna espécie recomendada para projetos de reflorestamento e recuperação de áreas degradadas. Erythrina velutina Willd A Erythrina velutina Willd., conhecida popularmente, como bucaré, mulungu, mulungá e muchôco (CARVALHO, 2008) pertence à família Fabaceae Lindl. e ocorre no Brasil em vegetações de Caatinga e Cerrado nos estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Minas Gerais (ZAPPI et al., 2015). a Erythrina velutina Willd. apresenta plasticidade morfológica, alterando sua produção de matéria seca e número de folhas para melhor responder a limitação do recurso hídrico. Além disso, sob condições de stresse severo a espécie consegue manter seus tecidos hidratados e o padrão de crescimento normal sem acumular solutos orgânicos compatíveis, indicando sua tolerância a ambientes xéricos. Alcantarea imperialis Alcantarea imperialis é uma planta rupícola, nativa da Serra dos Órgãos (RJ), que está adaptada a viver em condições de alta irradiância, alternância de temperatura e escassez de água e nutrientes, típicos de regiões de rochas (Inselbergues) (Porembski 2007, Barbará, 2008), de onde ela é nativa. A verificação da plasticidade de A. imperialis em relação à temperatura e a falta de água pode contribuir para futuros estudos que visem à investigação de mecanismos fisiológicos relacionados à sobrevivência em ambientes considerados estressantes, como aquele onde essa bromélia habita, além do estudo dos genes que possam controlar estas alterações fisiológicas, garantindo a sobrevivência a estes fatores de uma maneira rápida e eficiente. Esta espécie consegue sobreviver em condições extremas de seca, alta irradiância e escassez de nutrientes, o que pode apontar para a utilização dessa bromélia como um interessante modelo para estudos sobre as mudanças climáticas e adaptação de diversas espécies vegetais às novas condições impostas pela seca e mudanças de temperaturas. Caesalpinia echinata Lam Caesalpinia echinata Lam. é uma árvore nativa da Mata Atlântica pertencente a família Fabaceae, subfamília Caesalpinnoidea, conhecida popularmente, como pau- brasil, de importância cultural e histórica, ameaçada de extinção, devido a intensa exploração desde o período do descobrimento do Brasil, exibe grande variedade intermorfotípica, apresentando três variantes - identificados como pequeno (VP), médio (VM) e grande (VG), sendo este último endêmico do sul da Bahia. Em suma, com a variação da intensidade de luz, os variantes morfológicos de C. echinata ajustaram seu aparato fotossintético, no sentido de maximizar os ganhos de energia, por meio de plasticidade fenotípica, promovendo mudanças no metabolismo antioxidativo, na expressão gênica, cinética de emissão de fluorescência da clorofila e morfologia em nível foliar. Verificou-se que VG se aclimatou melhor nos maiores níveis de luz, ao passo que os VP e VM se aclimataram nos ambientes mais sombreados. Logo, plantas VG apresentam potencialidades para serem utilizadas na recomposição de ecossistemas antropizados, como clareiras e fragmentação de matas; ao passo que as plantas de VP e VM podem ser usadas na recomposição do bioma Mata Atlântica, em condições de sub-bosque. Coffea O cafeeiro é um arbusto da família Rubiaceae e do gênero Coffea, da qual se conhecem 103 espécies. Destas, se colhem as sementes, com as quais se prepara a bebida estimulante conhecida como café. O aumento do tamanho das folhas nos cafeeiros sob menor disponibilidade de radiação é, possivelmente, um mecanismo de alocação de energia para o crescimento de estruturas da planta. Esse mecanismo otimiza a captura de energia solar nessas condições, como forma de garantir a sobrevivência da planta. cafeeiro, com o aumento da disponibilidade de radiação solar, que variou de 0,0124 a 0,0198 m2.g-1, representando um decréscimo de 37%. Os resultados observados para a AFE demonstram a ampla plasticidade fenotípica do cafeeiro para se adaptar a uma amplitude de regimes luminosos. Glycine max A soja (Glycine max), também conhecida como feijão-soja e feijão-chinês, é uma planta pertence à família Fabaceae, família esta que compreende também plantas como o feijão, a lentilha e a ervilha. A soja tem a capacidade de alterar sua morfologia e componentes de rendimento a fim de adequá-los às condições impostas pelo arranjo espacial dos indivíduos. Ou seja, em baixa densidade, as plantas de soja tendem a emitir maior quantidade de ramos, aumentando o número de vagens por planta, compensando a menor quantidade de indivíduos por área pela maior produção por planta. No entanto, em algumas cultivares e ambientes, a densidade pode afetar a produtividade. Sagittaria montevidensis Sagittaria montevidensis Cham. et Schlecht. (sagitária) é uma macrófita aquática emergente e perene, considerada invasora de áreas com cultivo de arroz pré- germinado. A capacidade de adaptação observada em S.montevidensis está relacionada à morfologia do embrião plasticidade fenotípica; presença de um sistema de aeração bem desenvolvido; acúmulo de reserva energética em um curto período de tempo, através do desenvolvimento de folhas com estrutura de mesófilo, a qual permite alta eficiência fotossintética; fenologia da floração, propiciando a polinização cruzada; desenvolvimento e morfologia dos gametófitos que contribuempara a velocidade do processo de reprodução sexuada, através da dispersão de andrófitos tricelulares e do desenvolvimento bispórico do ginófito. https://pt.wikipedia.org/wiki/Planta https://pt.wikipedia.org/wiki/Fam%C3%ADlia_(biologia) https://pt.wikipedia.org/wiki/Fabaceae https://pt.wikipedia.org/wiki/Feij%C3%A3o https://pt.wikipedia.org/wiki/Lentilha https://pt.wikipedia.org/wiki/Ervilha Eremanthus incanus Eremanthus incanus (Less.) Less., uma das espécies da família Asteraceae conhecida como candeia, é endêmica do Brasil e encontra-se nos domínios fitogeográficos da Caatinga, Cerrado e Mata Atlântica, e ocorre na Bahia e em Minas Gerais. As modificações anatômicas como a maior espessura da epiderme na face adaxial e maior quantidade de tricomas, podem representar uma adaptação que vai favorecer uma maior assimilação de CO2, maior eficiência no uso da água, e menor transpiração da folha de E. incanus em condições ambientais adversas como a elevada temperatura proveniente da radiação solar e a pouca disponibilidade de água no solo. O estudo e o conhecimento das modificações estruturais e fisiológicas de E. incanus mostra que essa espécie possui uma plasticidade para se adaptar aos diferentes ambientes em que esta ocorre e as variações destes ambientes, e pode servir de subsídio para auxiliar em estratégias de conservação desta espécie. Vigna unguiculata Vigna unguiculata, popularmente conhecida como feijão-caupi, feijão- miúdo, feijão-de-corda, feijão-fradinho, feijão-frade ou feijão-macáçar, é uma planta da família das leguminosas (Fabaceae), subfamília papilionoídea (Faboideae). Devido à plasticidade fenotípica de seus genótipos, uma das principais características da espécie, a cultura é umas das mais cultivadas em sistemas agrícolas tradicionais em regiões semi-áridas, em decorrência de sua adaptabilidade à seca e altas temperaturas. Também é capaz de tolerar solos ácidos e alcalinos, além daqueles de baixa fertilidade e/ou salinos. Devido a essa plasticidade produtiva sob as mais diversas condições ambientais, ela ainda contribui atenuando perdas econômicas de outras culturas, por ocasião de plantio em períodos desfavoráveis, além de ser importante componente da https://pt.wikipedia.org/wiki/Fam%C3%ADlia_(biologia) https://pt.wikipedia.org/wiki/Fabaceae https://pt.wikipedia.org/wiki/Faboideae agricultura de subsistência em países pobres e em desenvolvimento. Dessa maneira, o feijão-caupi constitui em excelente fonte de genes para tolerância a estresses ambientais, por conter um pool gênico tão diverso e eficiente na manutenção de sua biologia, mesmo nas mais adversas condições. Hymenaea courbaril L. Hymenaea courbaril L. (jatobá) é uma espécie arbórea neotropical que tem importância econômica, ecológica e ambiental. Observou-se que as mudas apresentaram plasticidade fenotípica e adaptaram-se bem aos sombreamentos testados sem haver mortalidade ou injúrias. Houve maior alocação de biomassa para parte aérea nos ambientes mais sombreados e maior alocação de biomassa para as raízes nos ambientes mais iluminados. As mudas crescidas sob os ambientes mais iluminados apresentaram maior rusticidade durante os períodos avaliados, condicionadas, sobretudo pela exposição aos ambientes mais iluminados e caracterizada pela presença de raízes mais pesadas, maior diâmetro, menor razão entre altura da planta e diâmetro do coleto e menor área foliar específica. Não houve influência dos níveis de sombreamento na massa seca total sendo que esta cresceu de forma semelhante ao longo do tempo em todos os níveis avaliados. De acordo com Silvestrini (2000), H. courbaril apresenta plasticidade fenotípica incomum, com taxas fotossintéticas maiores sob baixa radiação e taxas menores sob altas intensidades luminosas. É provável que essa espécie tenha produzido maior massa seca foliar como forma de garantir altas taxas fotossintéticas sob baixa radiação. Eragrostis plana Ness O capim-annoni-2 (Eragrostis plana Ness) é originária da África do Sul, onde é encontrada em áreas de solos pobres e compactados, além disso, também é considerada uma planta indesejável e invasora para os locais destinados a agropecuária, considerada uma planta invasora pois possui alto potencial de produção de sementes, sendo superior a 10.000 sementes/planta/ano, com elevada viabilidade, índices superiores a 90% e o tamanho reduzido das sementes (0,1 mm x 0,5 mm), que facilitam sua dispersão. Alem de ter efeito alelopático, o que prejudica a germinação de sementes de outras espécies nativas ou cultivadas, e, por fim, elevada plasticidade fenotípica, signicando alta capacidade de alterar sua morfo-fisiologia de acordo com as condições do ambiente, tornando-o capaz de produzir sementes mesmo sob pastejo intensivo. Schinus terebinthifolius Raddi A espécie Schinus terebinthifolius Raddi (aroeira vermelha), pertencente à família Anacardiaceae, ocorre naturalmente no Brasil do estado do Rio Grande do Norte ao Rio Grande do Sul. É uma espécie recomendada para recuperação de áreas degradadas e para sistemas agrícolas como as agroflorestas em decorrência de suas características ecológicas, como: grande plasticidade fenotípica, com fácil colonização de novos ambientes; crescimento rápido, pioneirismo, agressividade e grande produção de frutos disseminados por pássaros, o que possibilita sua boa regeneração natural. Lippia alba A espécie Lippia alba, originária da América do Sul, também ocorre no Brasil e é uma das mais estudadas do gênero Lippia. L. Alba Possui grande flexibilidade na manifestação morfológica do seu fenótipo e que esta plasticidade está relacionada à sua capacidade de adaptação e estabelecimento de acordo com ambiente tais informações sugerem que fatores como a intensidade da luz e qualidade do substrato devam ser levados em consideração para que se estabeleça as condições adequadas ao cultivo da planta. Referências A invasão do capim-annoni (Eragrostis plana Ness) em pastagens sulbrasileiras.Acesso:https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/infoteca/bitstream/doc/ 1100573/1/DOC41579281120181105.pdf Análise morfo-anatômica de anatômica de Sagittaria montevidensis Sagittaria montevidensis Cham. et Schlecht. desenvolvida em diferentes Cham. et Schlecht. desenvolvida em diferentes condições de inundação: algumas razões para o sucesso de seu estabelecimento. Acesso: https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/194352/000624027.pdf?sequence =1 Avaliação de fatores fisiológicos envolvidos na adaptação à condição de déficit hídrico e alterações de temperatura em plantas da bromélia rupícola Alcantarea imperialis (Carrière) Harms cultivadas in vitro. Acesso: https://smastr16.blob.core.windows.net/pgibt/2018/04/luciana_mollo_dr.pdf Crescimento de mudas de jatobá (hymenaea courbaril l.) sob quatro níveis de sombreamento.https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/infoteca/bitstream/doc/6 30911/1/DISSERTAODANILO.pdf Efeitos da intensidade de luz em variantes morfológicos de pau-brasil: respostas anatômicas, fotossintéticas, bioquímicas e moleculares em nível foliar. Acesso: http://nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/taina_alves.pdf Germinação de sementes de schinus terebinthifolius raddi. Acesso:https://www.alice.cnptia.embrapa.br/alice/bitstream/doc/1027998/1/CAROLI NEJACOMEENPOS20151Incluido.pdf Modificações estruturais e funcionais da folha de eremanthus incanus (less.) less. (asteraceae) em diferentes ambientes no parque ecológico quedas do rio bonito. Acesso: .http://repositorio.ufla.br/bitstream/1/29107/1/DISSERTA%C3%87%C3%83 O_Modifica%C3%A7%C3%B5es%20estruturais%20e%20funcionais%20da%20folh a%20de%20Eremanthus%20incanus%20%28Less.%29%20Less.%20%28Asteraceae %29%20em%20diferentes%20ambientes%20no%20parque%20ecol%C3%B3gico%2 0quedas%20do%20rio%20bonito.pdf Montanari, R. M. et al. Plasticidade fenotípica da morfologia externa de Lippia alba (Mill.) N. E. Br. ex Britt. & Wilson (Verbenaceae) em resposta a níveis de luminosidade e adubação. Revista Brasileirade Plantas Medicinais, v. 6, n. 3, p. 96-101, 2004. Disponível em: <http://hdl.handle.net/11449/67753>. Ocorrência de plasticidade fenotípica em plantas jovens de Erythrina velutina Willd. submetidas a estresse hídrico. Acesso: https://ri.ufs.br/bitstream/riufs/9880/2/Karolyne_Wanessa_Jesus.pdf Plasticidade fenotípica de plantas jovens de Handroanthus chrysotrichus. Acesso:file:///C:/Users/UFSB/Desktop/Nova%20pasta/Manuela%20Gonoring%20So ares%20-%20texto.pdf Plasticidade fenotípica fisiológica em hibiscus pernambucensis (malvaceae): http://ecologia.ib.usp.br/curso/2010/pages/pdf/PO/relatorio/R_mangue.pdf Semeadura cruzada em cultivares de soja com tipo de crescimento determinado.https://www.alice.cnptia.embrapa.br/bitstream/doc/1022145/1/seme aduracruzadaemcultivaresdesojacomtipodecrescimentodeterminado.pdf Transcriptoma supersage de feijão-caupi sob desidratação radicular https://www.alice.cnptia.embrapa.br/alice/bitstream/doc/963654/1/337a.pdf
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