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Sistema Cardiovascular - circulação

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SISTEMA CARDIOVASCULAR – CIRCULAÇÃO 
 
 Introdução 
■ Relembrando o que já foi estudado: O coração é um órgão muscular oco, formado 
por duas bombas em série, que são os lados D (circulação pulmonar) e E (circulação 
sistêmica). Também pode ser dividido em bombas atrial e ventricular. Possui um 
sistema de condução por todo coração e geração excitação rítmica. Ele pode variar a 
sua freqüência cardíaca (FC) rítmica de trabalho e a força de contração. Há 3 fatores 
que interferem na força de contração: variação pelo sistema nervoso autônomo, com o 
Sistema Nervoso Simpático (SNS), de forma indireta, aumentando a freqüência 
cardíaca, a força e o volume de ejeção ou a fração de ejeção (a quantidade de sangue 
que é ejetado por batimento cardíaco), enquanto o Sistema Nervoso Parassimpático 
(SNP) atuam principalmente alterando a Frequência Cardíaca (FC), por inervação 
vagal nos dois nós (Nó Sinusal (NSA) e Nó Atrioventricular (NAV)); ou pelo mecanismo 
intrínseco de Grank-Starling; ou por alteração da concentração de Ca no LIC. Além 
disso, também estudamos que o coração tem um volume residual (que em situações 
fisiológicas nunca sai dele), que é de cerca de mais ou menos 50ml; e seu volume de 
ejeção é de 70 a 80ml por batimento. Para funcionar de forma eficiente, tem que 
igualar as 4 grandezas (sangue que sai é bombeado na aorta através do ventrículo 
esquerdo (VE) = retorno venoso que chega sangue que volta pelo átrio direito (AD) – 
dessa maneira não vai haver represamento de sangue na circulação sistêmica, ou seja 
a gente não vai ter edema; sangue que sai do VD = retorno pelo venoso AE), já que a 
circulação é fechada e o volume é constante (se não for assim significa que há edema 
pulmonar ou sistêmico). 
■ O líquido circulante é o sangue, que pode ter variação da sua viscosidade, de 
acordo com o aumento ou a diminuição de concentração entre o plasma (solvente) e 
os seus elementos figurados (soluto). Tanto o soluto como o solvente fazem parte da 
constituição do hematócrito. O hematócrito normal para um homem adulto é de 
aproximadamente 40, enquanto para a mulher adulta é de 38. A variação do 
hematócrito está de acordo com a variação da viscosidade (quanto maior o 
hematócrito, mais viscoso o sangue), e varia de maneira inversa ao número de 
Reinolds – Re. Ou seja, quanto menor a viscosidade, maior o número de Re, e isso 
aumenta a possibilidade do fluxo sanguíneo laminar se tornar turbilhonar (porque tem 
maior velocidade), e isso pode gerar embolia (com ar no sangue) ou arrancar as 
placas de ateromas e desprender trombos. O contrário também é válido: quanto maior 
a viscosidade, menor o número de Re, e para isso, precisa de um aumento de pressão 
para permanecer com o fluxo sanguíneo normal, pois com a viscosidade aumentada, 
aumenta a resistência periférica. 
■ O sangue também pode variar o seu volume (normalmente ele é constante), por 
exemplo, quando há hemorragia, ingestão de alta quantidade de solutos (como Na). 
Em pessoas diabéticas, quando a glicemia está muito elevada, muita glicose é filtrada, 
com boa parte sendo reabsorvida, e para reabsorção de cada molécula de glicose, 
precisa vir junto 2 moléculas de Na (porque é um cotransporte), e isso gera um 
aumento da volemia. 
 Propriedades dos vasos sanguíneos, da circulação e do fluxo 
■ O volume de sangue, fisiologicamente, é constante, mudando apenas a distribuição 
do sangue (de acordo com a variação da resistência de arteríolas, que quanto mais 
são dilatadas, mais aumenta o fluxo). A força de contração do ventrículo também pode 
ser controlada, determinando o fluxo circulante de acordo com o volume de ejeção ou 
a força de contração. 
■ Dois conceitos devem ficar bem definidos, que são os de débito cardíaco e volume 
de ejeção. O volume de ejeção é a quantidade de sangue ejetada pelo ventrículo e 
bombeada a cada batimento. Já o débito cardíaco é a quantidade de fluxo durante 1 
minuto. Pode-se alterar o débito cardíaco de acordo com a freqüência cardíaca ou 
pelo volume de ejeção (mas esse só se altera quando altera o volume de sangue que 
chega ao coração pelos átrios). 
■ Existem vários tipos de vasos sanguíneos, que variam de acordo com a espessura 
de suas paredes, se é mais elástico ou mais fibroso, mudança na composição (exceto 
o endotélio, que existe em todos os vasos, e que nos capilares só existe o ele, que é 
fenestrado), e mudança de diâmetro. Tem vasos grandes, como o tronco pulmonar e a 
artéria aorta, que se bifurcam em artérias de pequeno calibre, até chegar nas 
arteríolas (vasos que possuem a maior capacidade de alterar o seu diâmetro, pois 
pode aumentar o seu valor em até 4x). Depois formam capilares, vênulas e veias, que 
levam o sangue de volta ao coração. As grandes veias servem de depósito/reserva de 
sangue porque possuem maior distensibilidade de suas paredes (o baço também 
armazena células brancas, vermelhas e o próprio sangue, e em situações graves, 
como hemorragia, ele tenta repor o volume perdido). 
■ A contração das grandes veias também aumenta o volume de sangue circulante 
(cada vaso tem a sua importância devido a essa característica). Já a aorta possui 
maior resistência ao sangue que chega nela com alta pressão durante a sístole 
ventricular, e ela vai drenando, aos poucos, durante a diástole, o sangue acumulado, 
ajudando no processo de fluxo pulsátil ao laminar, pois ela possui menor 
distensibilidade (comparado a uma veia de mesmo calibre) e maior capacidade de 
resistência a altas pressões. Já o capilar, por ter só 1 camada de células (endotélio), e 
ainda ser fenestrado, tem menor velocidade de fluxo sanguíneo, e por isso é o melhor 
local para a realização das trocas de substâncias entre o sangue e os tecidos. 
■ Outro fator a ser levado em consideração é a área de secção transversal, que é a 
soma de todas as áreas do mesmo tipo de vasos sanguíneos similares. Sozinha, a 
aorta possui, em média, 2,5 cm2 dessa área; as pequenas artérias somam 20 cm2; as 
arteríolas são 40 cm2; enquanto os capilares apresentam cerca de 2500 cm2 (ou seja, 
uma área 100x maior do que a da aorta, e por isso eles possuem menor fluxo 
sanguíneo). Já as áreas das pequenas veias são de aproximadamente 80 cm2; e das 
veias cavas superior e inferior são 3 vezes o valor de secção transversa da artéria 
aorta. Em uma análise de velocidade do fluxo sanguíneo, observa-se que quanto 
MENOR a área de secção transversal total, MAIOR velocidade do fluxo. Ou seja, o 
fluxo é diretamente proporcional à sua velocidade, de acordo com a fórmula: 
V = F/a 
►Onde: V = velocidade do fluxo; F = fluxo em ml/min; a = área de secção transversa. 
■ O fluxo está submetido a variações de pressão, pois um fluido só se desloca se 
houver diferenças de pressão, indo da maior para a menor. 
 
■ Analisando o gráfico, observa-se que a pressão na aorta varia de 120mmHg (sístole 
ventricular) a 80mmHg (final da diástole), tendo uma pressão arterial média de 
100mmHg. (Obs.: na verdade, essa é a média aritmética, que normalmente é utilizada, 
mas a média real deve ser obtida através de um cateter por meio de um vaso 
periférico, geralmente a. femoral, que tem que chegar até a. aorta e ser feita a medida 
da variação de pressão durante 1 minuto, dando uma média diferente da aritmética, 
porque o coração passa a maior parte do tempo, cerca de 60%, em diástole, e isso faz 
ele passar essa maior parte do tempo com uma pressão mais baixa a cada ciclo, ou 
seja, sua pressão média real é mais próxima à diastólica; mas como essa é uma 
medida mais difícil de realizar, utiliza a média normal). Existem dois conceitos 
importantes no funcionamento da bomba cardíaca com referência a isso, que são os 
conceitos de pré carga e pós carga. 
■ Ainda na análise gráfica, observa-se que a pressão vai diminuindo de acordo com o 
aumento da área de secção transversal, até que chegar aos capilares, que possuem a 
maior área e a menorpressão, uma vez que a velocidade do fluxo é menor. Depois, a 
pressão continua a baixar nas vênulas, até chegar nas veias, como por exemplo na 
VC, que a pressão varia de 1 a 3 mmHg; e diminui ainda mais no AD, que mantém sua 
pressão em 0 (raramente se altera), para o sangue fluir. 
■ Assim, a circulação obedece ao gradiente de pressão. Já na circulação pulmonar, a 
variação de pressão é bem menor, ficando entre 7 e 25mmHg no tronco pulmonar, até 
voltar ao coração pelas veias pulmonares (3mmHg), onde o AD tem a pressão 
também em 0. Mesmo tendo menor gradiente, o sangue circula na mesma velocidade 
que na circulação sistêmica. Como já foi visto, a área de secção transversa (Curva em 
https://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&cad=rja&uact=8&ved=2ahUKEwj-ice4sIzeAhUDhJAKHa4HCnwQjRx6BAgBEAU&url=https://djalmasantos.wordpress.com/2010/10/24/testes-de-sistema-circulatorio-23/&psig=AOvVaw1jBjG-6SuqUOhTDFQRQa3P&ust=1539827919481655
vermelho no gráfico) é inversamente proporcional à velocidade. Então, o local onde se 
tem a menor velocidade do fluxo é nos capilares e nas vênulas, uma vez que a área 
de secção transversa é maior; enquanto que, na a. aorta, é onde se tem a maior 
velocidade, pois tem a menor área de secção transversa (2,5 cm quadrados). 
 
 Distribuição regional do fluxo 
 
F=ΔP/R 
 
Onde: F = fluxo; 
 ΔP = diferença de pressão entre a entrada e a saída do tubo; 
 R = resistência 
■ A circulação sistêmica detém aproximadamente 84% da quantidade de sangue total, 
enquanto apenas 9% está na circulação pulmonar e 7% no próprio coração. Desses 
84%, 64% está do lado venoso (reservatório de sangue), cerca 13% nas grandes 
artérias, e cerca de 7% nas arteríolas e capilares. Já a circulação pulmonar possui 
cerca de ¾ do sangue no lado venoso, enquanto apenas ¼ na parte arterial. 
■ O fluxo deve ser controlado com precisão para cada tecido (porque fisiologicamente 
o volume permanece constante), de acordo com a necessidade nos membros 
superiores, cabeça, pescoço, sistema pulmonar, artérias coronárias, artérias do tronco 
pulmonar, do sistema hepático, dos rins (onde tem grande quantidade do fluxo para 
esse sangue poder ser filtrado e não para suprir os tecidos), circuito pélvico e 
membros inferiores. Para facilitar o retorno venoso para os membros inferiores, os 
vasos venosos da circulação dos membros inferiores possuem válvulas, que diminuem 
a coluna de sangue por segmento (se não tivesse essas válvulas, como tem a 
gravidade, o retorno venoso não ia conseguir vencer essa força gravitacional e o 
sangue não retornaria ao coração, porque a pressão atmosférica atuaria em sentido 
contrário). Então, havendo a segmentação das colunas de sangue e com a ajuda da 
movimentação dos músculos dos membros inferiores, sobretudo das panturrilhas, o 
retorno venoso ocorre (Obs.: quando passamos muito tempo em pé, mas parados, o 
sangue fica retido, o processo de retorno venoso não é auxiliado, e pode gerar edema 
nos membros inferiores, por isso é importante movimentar a panturrilha de vez em 
quando para evitar que a parte líquida do sangue fique retido nos tecidos, gerando 
edema). 
 
■ Importância do controle do fluxo sanguíneo: Manter o fluxo suficiente para suprir as 
necessidades teciduais específicas (é fornecido para o tecido exatamente a 
quantidade de sangue que ele necessita) para: 1 – suprimento de O2; 2 – suprimento 
de glicose, aminoácidos e ácidos graxos; 3 – remoção de CO2 e de substâncias que 
resultam do metabolismo, como ureia e creatinina; 4 – remoção de íons H+ que estão 
em excesso; 5 – manter a concentração de íons; 6 – promover o transporte hormonal 
adequado a cada um dos tecidos. 
■ Análise da tabela de quanto cada tecido recebe do fluxo sanguíneo: Alguns tecidos 
recebem um maior aporte sanguíneo, como é o caso do cérebro, rins, fígado, 
músculos (mesmo quando estão inativos); enquanto outros recebem em menor 
quantidade. Quando analisa de acordo com a quantidade de sangue recebida por 
100g de tecido, observa-se que os que mais recebem fluxo sanguíneo são os rins (não 
apenas para sua nutrição, mas por causa da filtração para manter a constância relativa 
do sangue, sendo o mais importante mecanismo de controle da pressão arterial). Em 
segundo lugar estão as glândulas suprarrenais, depois a tireoide, depois o fígado (pois 
este, junto com o baço e o sistema venoso, servem como depósito de sangue). Tanto 
o cérebro como os rins possuem um controle diferenciado de seus fluxos, que é 
específico desses órgãos, não participam do armazenamento de sangue que será 
devolvido em situação de hemorragia. 
■ Existem mecanismos de controle do fluxo que atuam de forma aguda e outros que 
atuam a longo prazo. É preciso saber que a variação de pressão (diferença de pressão 
na entrada e na saída do tubo) e a resistência periférica alteram o fluxo, sendo que a 
primeira é diretamente proporcional a ele, enquanto a segunda se opõe ao mesmo 
(quanto maior a resistência periférica, menor o fluxo). 
■ Por exemplo, no estresse a pressão aumenta, pois há liberação de adrenalina, que 
aumenta a resistência periférica, por ser um vasoconstritor, e assim aumenta a 
pressão, mas o fluxo permanece normal se essas duas grandezas aumentarem 
proporcionalmente (se isso for proporcional ao fluxo, a pressão não se altera). Outros 
fatores também alteram a pressão, como exercício físico, aterosclerose, aumento do 
nível de Na (pois atrai água para o sangue para diluí-lo, aumentando, assim, a 
volemia), o álcool (é um vasoconstritor). Tudo isso aumenta a resistência periférica, 
gerando o aumento da pressão, que se ocorrer por muito tempo acaba gerando 
alteração do set point da pressão pelo organismo, pois ele entende que os novos 
níveis elevados são “normais”, e não gera mais mecanismos para baixá-los, fazendo o 
individuo se tornar hipertenso. 
■ O mecanismo agudo de controle do fluxo sanguíneo ocorre a partir dos 
mecanismos de vasodilatação e vasoconstrição locais, que atuam no endotélio 
vascular, principalmente nas arteríolas, metarteríolas, esfíncter dos capilares e nos 
vasos pré-capilares. Como é um mecanismo local, pois é feito a partir de substancias 
liberadas no próprio endotélio, ocorre de maneira rápida e apenas no local que precisa 
variar. Existem dois tipos de ajustes que irão interferir nesse processo. O ajuste por 
aumento da atividade metabólica local, que gera vasodilatação, e a alteração da 
disponibilidade de O2 determina esse controle rápido e local do fluxo sanguíneo (Obs.: 
O que pode alterar a concentração de O2, por ex, locais de altitude elevada, 
pneumonia, intoxicação por CO e cianeto). Assim, o controle agudo é dado por ajuste 
com aumento da atividade metabólica natural do O2 ou pela diminuição da 
disponibilidade desse gás (o que requer o aumento do fluxo sanguíneo local por 
vasodilatação). 
 ►Há duas teorias para explicar a ocorrência da vasodilatação por esses 
motivos mencionados. A primeira afirma que quando diminui a oferta de O2 ou de 
nutrientes, tem um aumento da formação de substâncias vasodilatadoras, por causa 
dos quimioceptores, e elas agem localmente (sem regulação pelo sistema nervoso). 
Dentre as substâncias produzidas, temos adenosina, CO2, fosfato de adenosina, 
histamina, K+, H+ e óxido nítrico (principal), que podem ser formados de maneira 
isolada ou em conjunto, dependendo da necessidade de vasodilatação, irão causar 
relaxamento do músculo liso local e consequente vasodilatação. 
 ► A segunda teoria é a de que a diminuição de O2 e de nutrientes causa 
vasodilatação porque o vaso sanguíneo não consegue manter o tônus vascular 
(vasoconstrição natural constante), gerando relaxamento do músculo vascular e então 
a vasodilatação. As metarteríolas possuem esfíncter, que são anéis de músculo liso 
para manter a contração tônica, então seriam esses anéis que perderiam a 
capacidade de manter acontração tônica e consequentemente causaria a 
vasodilatação. 
Obs.: Não confundir o diâmetro de 1 vaso com área de secção transversal, na qual 
soma-se os vasos de mesmo calibre. 
► O outro mecanismo agudo de regulação do fluxo é por hiperemia reativa, 
ou seja, o aumento do fluxo sanguíneo numa área que ocorre por causa de um 
bloqueio da irrigação sanguínea para essa área. Isso ocorre, por exemplo, quando um 
vaso está bloqueando o fluxo para um tecido, por vasoconstrição, e depois de um 
tempo esse bloqueio acaba, gerando, em sequência, o aumento da irrigação 
sanguínea para o mesmo tecido, sendo uma vasodilatação por mecanismo agudo. Há 
também a hiperemia ativa, que é quando tem aumento do fluxo sanguíneo para 
tecidos por causa do aumento da atividade metabólica tecidual (através da liberação 
de substâncias vasoativas locais). 
► Há ainda um outro mecanismo agudo para regular o fluxo, através de 
autorregulação miogênica, que é quando tem um aumento da pressão arterial em um 
tecido, e isso causa uma vasodilatação imediata nos vasos, aumentando o fluxo. Em 
resposta, esse aumento de pressão gera, logo em seguida, a contração miogênica 
reflexa, que é uma reação do músculo liso à esse aumento de pressão, aumentando o 
tônus da parede do vaso para não haver esgaçamento da parede, através da liberação 
de vasoconstritores, que atuam aumentando a resistência do vaso ao aumento da 
pressão, para que o fluxo diminua e volte à normalidade. 
► Dois tecidos possuem mecanismos especiais de controle local do fluxo 
sanguíneo, que são os rins e o cérebro (possui receptores químicos que monitoram os 
níveis de CO2 e H+, gerando vasodilatação quando tem aumento de CO2 e H+– para 
retirar o seu excesso – ou vasoconstrição quando diminui o nível de CO2 e H+, mesmo 
em pequenas variações de CO2 e H+). Assim, o endotélio cerebral libera substâncias 
vasoativas de acordo com as variações de CO2 e H+. 
■ Já o mecanismo a logo prazo para controle do fluxo sanguíneo é mais demorado, 
porque interfere na dimensão e na quantidade de vasos que irriga um determinado 
tecido. Um aumento da quantidade de vasos gera diminuição da resistência periférica 
no tecido, porque vamos ter um mesmo fluxo se dividindo para um número maior de 
vasos; enquanto diminuição da quantidade ou do diâmetro do vaso gera aumento da 
resistência. Uma forma de aumentar o número de vasos é a angiogênese, que ocorre 
quando há inadequação do fluxo por longos períodos de tempo, fazendo o endotélio 
liberar, por exemplo, fator de crescimento do endotélio vascular, fator de crescimento 
de fibroblastos e angiogenina. Da mesma forma, também pode ocorrer degeneração 
dos vasos, por causa da produção endotelial de hormônios esteróides específicos. Por 
ex, um m. esquelético hipertrofiado tem o aumento de sua massa, mas o fluxo 
sanguíneo se mantém igual. Isso requer um controle a longo prazo, gerando 
angiogênese. O contrário também é verdadeiro (uma atrofia muscular pode gerar a 
liberação de hormônios esteróides pelo endotélio para degenerar vasos que não são 
mais necessários). 
Obs.: Quando tem uma oclusão, com diminuição da oferta de O2, ela pode ser parcial, 
diminuindo apenas a luz do vaso, e isso também é um fator que gera a formação de 
uma circulação colateral (angiogênese com fatores de crescimento). Até no ♥, quando 
algumas coronárias estão ocluidas, pode gerar angiogênese. 
 
 Mecanismos de regulação da pressão arterial 
■ Pressão arterial é a força exercida pelo sangue em uma área da parede de uma 
artéria. Pode ser calculada por: 
PA = DC x RP 
Onde: PA = pressão arterial 
 DC = Débito cardíaco (quantidade de sangue que o coração ejeta em 1 
minuto). 
 RP = Resistência periférica (o quanto o vaso impõe de obstáculo ao fluxo). 
Obs.: O DC ainda pode ser calculado por: 
DC = FC (freqüência cardíaca) x DS (descarga sistólica = volume de ejeção por 
batimento) 
 ► A resistência periférica (quanto que o vaso impõe de resistência para a 
passagem do fluxo) é um parâmetro que só se obtém por cálculo, diferente da FC, do 
fluxo sanguíneo, da PA, que podem ser medidos. 
Obs.: A adrenalina aumenta a FC e a acetilcolina diminui a FC. Podendo alterar o DC 
e consequentemente a PA. 
 
■ Há 3 mecanismos de controle da PA, que são: humoral (a partir de substâncias 
vasoativas locais); interferência do SNA, ou seja, do SNS e SNP; e o controle 
efetuado pelos rins de todos os líquidos corporais e da pressão arterial. Então é um 
mecanismo agudo, um de curto prazo e um de longo prazo. 
■ O controle humoral, assim como o controle local, ocorre a partir de agentes 
vasoconstrictores e vasodilatadores produzidos pelo endotélio, que atuarão sobre ele 
mesmo. A vasoconstrição pode ocorrer a partir de: adrenalina, noradrenalina, 
angiotensina II, vasopressina, endotelina e concentração de íons como Ca. Já a 
vasodilatação ocorre por ação de: bradicinina, histamina, óxido nítrico, concentração 
extracelular de íons como K+, H+, CO2, Mg, acetato e citrato. 
■ Já o SNA faz o monitoramento da pressão arterial nos grandes vasos (seios 
carotídeos, arco da aorta e tronco pulmonar), porque tem sensores/barorreceptores 
(receptores de pressão) que monitoram a pressão sanguínea o tempo inteiro, 
mandando as informações para o tronco encefálico. Existe uma região de controle 
tanto da FC, quanto da vasoconstricção e vasodilatação, que acontece na região 
superior do bulbo e na região inferior da ponte. Esse controle é feito a partir das 
informações que chegam a esses locais, vindas da artéria aorta, seio carotídeo e 
tronco pulmonar. Os nervos que participam dessa eferências são o vago (que sai do 
arco da aorta) e glossofaríngeo. Na região inferior da ponte e superior do bulbo, 
bilateralmente, tem o centro vasodilatador, geralmente, na porção superior do bulbo 
tem o núcleo cardioinibidor, já na parte inferior da ponte o centro vasoconstrictor. 
Esses centros, por inervação simpática e parassimpática interferem no controle da 
pressão arterial (alteram a pressão). O centro cardioinibidor simpático envia 
projeções a partir do nervo vago para o coração, no nó sinoatrial e atrioventricular, e 
diminui a freqüência cardíaca e a força de contração (por inervação vagal libera 
acetilcolina no ♥, isso diminui a frequência cardíaca e a força de contração). Pelo 
SNParassimpático, ativa o centro vasodilatador, na região superior da ponte, onde 
tem neurônios com projeções ascendentes que terminam no centro vasoconstrictor. 
Então a dilatação acontece por inibição da área vasoconstrictora, por estimulação 
parassimpática do centro vasodilatador, os centros vasoconstrictores são inibidos, 
ocorre até diminuição de metade da parede do vaso. Isso tudo leva de segundos a 
minutos para ocorrer. Já o SNSimpático vai inibir o centro cardioinibidor (por isso, o 
SNS aumenta a frequência cardíaca de forma indireta, pois quem controle o nó SA e 
AV é o centro cardioinibidor – centro que diminui a frequência cardíaca -, então a 
inibição desse centro gera aumento da frequência cardíaca, gera o controle de forma 
indireta – por inibir o centro cardioinibidor), porque era o centro cardioinibidor que 
diminuía a freqüência cardíaca, e agora com ele inibido, haverá indiretamente um 
aumento da frequência. De forma direta, o SNS também estimula o centro 
vasoconstritor, que vai estimular todos os nervos simpáticos da medula espinal, tanto 
da porção torácica como do inicio da lombar. Tudo isso vai acabar aumentando a força 
de contração, o volume de ejeção e a vasoconstrição (na pele, na região esplâncnica, 
mas não nos mm esqueléticos, por causa do tipo de receptor de adrenalina que eles 
possuem, nem nos rins ou cérebro, porque eles possuem seu mecanismo próprio de 
controle). Assim, tem a inervação simpática nas artérias, arteríolas, vênulas e veias 
(só não tem nos capilares), nos demais vasos tem aumento da vasoconstrição, por 
causa do estímulo ao centrovasoconstritor na parte inferior da ponte. 
■ Experimento sobre a importância do controle simpático da PA: Indivíduo com 
pressão média de 100mmHg, teve uma anestesia na medula espinhal, gerando uma 
queda da PA abaixo do normal (e isso mostra que o tônus natural, decorrente da 
vasoconstrição do SNP, é capaz de diminuir a vasoconstrição em pelo menos 50%). 
Após 10s, quando administra noradrenalina, pelos tecidos e pelo fígado, tem um 
aumento rápida da PA acima da média, e a medida que a nora é degradada (em torno 
de 3 minutos), tem a queda progressiva da PA até voltar aos valores muito abaixo da 
média (porque o efeito da anestesia continuou). Isso mostra o quanto essa 
vasoconstricção simpática é potente, capaz de mudar a vasoconstricção em valores 
muito altos e com isso aumentar a PA. 
Obs.: O hipotálamo posterior estimula o centro de vasoconstricção e o hipotálamo 
anterior inibe o hipotálamo posterior, tendo a vasodilatação. O córtex motor, 
sistema límbico e outras regiões também podem enviar estímulos para esse centro. 
■ Controle pelo sistema renal: Ocorre a longo prazo, pela natriurese e a 
renina/angiotensina/aldosterona (estuda apenas em renal). 
 
 Métodos para determinar a PA: 
■ Há métodos clínicos diretos, que são invasivos, e necessitam de uma agulha ou 
cateter no vaso para aferir, e é feita por calibradores de pressão – tem vários tipos 
específicos, do mais simples ao mais moderno, mas todos vão requerer a utilização de 
um cateter ou de uma agulha específica numa artéria, não necessariamente precisa 
ser na aorta, porque é mais difícil de chegar nela. Tem também o método indireto, que 
é apenas uma estimativa, a partir do método palpatório, que é apenas uma estimativa 
da pressão sistólica, ou do método auscultatório sendo realizado pelo 
esfigmomanômetro. Como funciona: com o estetoscópio, a partir da artéria braquial, 
colocando o manguito na artéria e insuflando a pêra até valores que tornem a pressão 
maior que a arterial, bloqueando o fluxo e deixando de ouvir os sons do fluxo na região 
cubital. Quando desinsufla a pêra, a pressão cai, até que passa o primeiro jato de 
sangue, fazendo o primeiro barulho, o que marca a pressão sistólica, até que o som 
vai diminuindo e deixa de existir, marcando a pressão diastólica. Existem várias pontos 
específicos para se aferir a pressão, mas como geralmente o braço é o mais simples e 
prático, se faz nele mesmo. Só quando um indivíduo não pode aferir pelo braço, aí se 
utiliza um outro ponto, como na perna (geralmente). O manguito precisa ser adequado 
ao membro do indivíduo, por isso existem manguitos para obesos, para crianças etc. 
Obs.: Antes existia um falso diagnóstico que as modelos eram hipotensas, mas é 
porque o manguito utilizado não se adequava ao membro delas. Então, além de 
precisar estar calibrado é necessário, também, um aparelho adequado. Pode verificar 
também na região poplítea, alguns atletas verificam aí, que é a região por trás do 
joelho. 
 
 
 
 Hemodinâmica (cap. 18 do Berne) 
■ Quando há a relação dos fluidos com os vasos, tendo que ser considerada a 
mecânica dos fluidos, que é justamente a viscosidade do sangue, bem como a 
capacidade de extensão dos vasos sanguíneos. Tem que lembrar também que esse 
sangue não é um líquido que fica o tempo todo homogêneo, já que, por exemplo, de 
acordo com a quantidade de água que a gente ingere, pode aumentar o solvente para 
dissolver o sangue, alterando a sua viscosidade. 
■ Já a expansibilidade dos vasos pode ser alterada por diversos motivos, como calor, 
álcool, frio etc, ou seja, vários fatores que irão interferir nesse aspecto. É fundamental 
o entendimento das interrelações de velocidade de fluxos e de pressão sanguínea e 
das dimensões dos vários componentes da circulação, quando se leva em conta todas 
essas variáveis: a capacidade de variação da bomba cardíaca; a capacidade de 
variação da composição do sangue (mais solvente/menos solvente; mais 
viscoso/menos viscoso) e a variação do diâmetro e da quantidade dos vasos 
sanguíneos, que a gente tem ao longo da nossa vida. 
■ Então, para se fazer um estudo detalhado da hemodinâmica é preciso ver o que 
altera a velocidade sanguínea, a relação entre pressão e fluxo; a lei de XXX(n 
entendi); a resistência ao fluxo sanguínea, e se a resistência é paralela. Também, é 
preciso saber o tipo de fluxo, se é laminar ou turbulento, o que depende da 
viscosidade do sangue do indivíduo, e as propriedades do sangue.

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