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Qualidade de vida e educação física – Educação Física – Pitágoras Unidade 2: Principais Características Qualidade de vida no ambiente do trabalho: resgate histórico e perspectivas futuras O trabalho faz parte da vida do ser humano, que passa boa parte de sua rotina diária exercendo funções laborais, o que evidencia a influência do ambiente de trabalho na qualidade de vida e no bem-estar das pessoas. As condições de trabalho, remuneração, relações pessoais, cargo exercido, grau de responsabilidade, carga horária, entre outros aspectos, interferem na vida humana e devem ser melhorados para que os trabalhadores tenham melhor qualidade de vida e motivação, resultando no aumento da produtividade; por esse prisma, tanto os trabalhadores quanto os empregadores saem ganhando. A qualidade de vida no trabalho pode se basear nas seguintes categorias conceituais, segundo Walton (1975 apud LIMONGI-FRANÇA, 2012): • Compensação justa e adequada; • Condições de trabalho seguras e saudáveis; • Oportunidades imediatas para desenvolver e usar as capacidades humanas; • Oportunidades futuras para o crescimento contínuo e a garantia de emprego; • Integração social na organização; • Constitucionalismo na organização; • Trabalho e espaço total na vida do indivíduo; • Relevância social do trabalho. As questões comportamentais referentes às necessidades humanas e aos tipos de comportamento do indivíduo no ambiente de trabalho também podem afetar a qualidade de vida no ambiente profissional (FERNANDES; GUTIERREZ, 1998 apud LIMONGI-FRANÇA, 2012). A implantação de um programa que visa à qualidade de vida no ambiente corporativo é fundamental para a organização de uma gestão que valorize a vida, as capacidades e o bem-estar dos trabalhadores. Espera-se, com essas ações, integrar os interesses dos empregadores e dos empregados, visando ao benefício de ambos. A empresa pode implantar programas de qualidade de vida como estratégia, pois os benefícios proporcionados aos funcionários estão correlacionados ao aumento da produtividade (DINIZ, 2013). Breve história da qualidade de vida no trabalho Em meados do século XVIII, iniciou-se, na Inglaterra, a Revolução Industrial, realizada por organizações de operários, resultando em diversas mudanças socioculturais, políticas e econômicas, modificando o cotidiano das pessoas, seus Qualidade de vida e educação física – Educação Física – Pitágoras valores, crenças e comportamentos. Até então, os trabalhadores eram submetidos a exaustivas jornadas de trabalho, sem segurança, e recebiam baixos salários. Apenas no final do século XIX, as leis trabalhistas foram promulgadas e, no século XX, os operários passaram a ser denominados trabalhadores, conquistando direitos como: redução da jornada de trabalho, salários adequados às atividades exercidas e leis que limitavam uma idade mínima para iniciar no trabalho (DINIZ, 2013). O conceito de qualidade de vida no trabalho tornou-se público na década de 1970, pelo professor Louis Davis, em seu projeto de delineamento de cargos, ganhando força principalmente nos Estados Unidos, devido à preocupação com a concorrência de outros países pioneiros em programas de produtividade, como o Japão. A ideia inicial era associar os interesses de trabalhadores e empresários para reduzir as divergências entre eles por meio de práticas de gerenciamento (DINIZ, 2013). Ao passar dos anos, o enfoque passou a ser a maior na motivação dos trabalhadores, assim, o termo qualidade de vida no trabalho se expandiu. No ano de 2012, tornou-se uma política fundamental na gestão empresarial, priorizando os fatores tecnológicos e o desenvolvimento dos trabalhadores (DINIZ, 2013). A qualidade de vida no trabalho no Brasil As primeiras tentativas de criar uma legislação especial voltada para as adversidades relacionadas ao trabalho no Brasil tiveram início em 1904, mas somente em 1919 foi promulgada a primeira Lei de Acidente de Trabalho. O Brasil possui um dos mais detalhados e avançados conjuntos de leis e decretos trabalhistas, além de diferentes programas de saúde e segurança no trabalho, como tratam Limongi-França (2012) e Gomes (c2020): • PPRA – Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (NR 9): referente à análise dos riscos ambientais, visando à preservação da saúde e da integridade dos trabalhadores; • PCMSO – Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (NR 7): referente à realização de exames de admissão, periódico, retorno ao trabalho, mudança de função e demissional para a emissão do Atestado de Saúde Ocupacional, visando à prevenção, preservação da saúde e monitoração de riscos ambientais; • PCMAT – Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção (NR 18): referente à implantação de medidas de controle, segurança e condições no ambiente de trabalho na indústria da construção para antecipar riscos, evitando acidentes e doenças ocupacionais. Com a observada evolução da qualidade de vida dos trabalhadores, é possível crer que será um processo contínuo e se tornará cada vez mais abrangente, atingindo todas as Qualidade de vida e educação física – Educação Física – Pitágoras classes de trabalhadores e pequenas empresas. Porém, há uma preocupação vigente: com o avanço tecnológico, apesar da melhora da produtividade e eficiência de diversos processos, é possível que haja a redução ou a extinção de alguns postos de trabalho, como no caso das colheitadeiras, que substituem os trabalhadores rurais. Para as perspectivas futuras, será fundamental a capacitação e a especialização para buscar novos postos no mercado de trabalho. Atualmente, há uma maior preocupação das empresas em despertar a motivação, preservar a saúde e proporcionar o bem-estar dos funcionários. Algumas empresas limitam-se apenas ao cumprimento das leis e normas regulamentadoras, porém, outras vão além, proporcionando programas de qualidade de vida no trabalho. Refletindo sobre esse contexto, como o profissional de educação física poderia intervir nesse meio? Quais os pontos positivos da implantação desses programas e quais os pontos negativos, quando não são implementados? Capital Humano (remuneração, benefícios, segurança, carreira, reconhecimento, condições de trabalho) O capital humano se refere à pessoa que executará determinada tarefa e será remunerada por isso. Seu valor pode ser aumentado ou diminuído de acordo com os talentos, competências e capacidades individuais: quanto maior a qualidade do funcionário, maior será o valor agregado à empresa. Para que esse valor seja aumentado, Chiavenato (2016) propõe as seguintes estratégias: • Autoridade: dar autoridade para que os trabalhadores possam tomar decisões e atuar de acordo com suas capacidades e conhecimentos; • Informação: estimular o acesso à informação de maneira que seja útil na elaboração do trabalho; • Recompensas: oferecer um reforço positivo pelo trabalho bem executado; • Competências: criar condições para que o trabalhador desenvolva suas habilidades e competências. Algumas profissões são mais bem remuneradas que outras, de acordo com o nível de experiência, o cargo exercido dentro de uma organização, o grau de escolaridade, entre outros fatores. Quanto maior o grau de escolaridade, maior o salário. Qualidade de vida e educação física – Educação Física – Pitágoras Fonte: IBGE educa (2020). Entretanto, em determinadas circunstâncias, há uma discrepância de salários entre pessoas que exercem a mesma posição. Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios – PNAD, no Brasil, as mulheres recebiam em média 76% da remuneração masculina, e as mulheres negras apenas 43% dos salários de homens brancos (IPEA, 2019). Qualidade de vida e educação física – Educação Física – Pitágoras Fonte: IBGE educa (2020).Além das desigualdades de gênero e raça, há diferenças assombrosas entre algumas profissões, como alguns jogadores de futebol e artistas em comparação aos trabalhadores assalariados. O valor do salário mínimo, no ano de 2020, era de R$ 1.045,00 (BRASIL, 2020). Aproximadamente 20% da população brasileira recebia até R$1.908,00, em 2018, enquanto 6% recebia R$14.310,00, equivalente a 15 salários mínimos (considerou-se o valor de R$ 954,00, vigente no ano da pesquisa) (IBGE, 2019). Além da remuneração, outros fatores são importantes na motivação e na retenção do funcionário, de acordo com a Organização Internacional do Trabalho (OIT, c2020), como: • Oferta de benefícios: vale transporte, vale alimentação, cestas básicas, plano de saúde, plano odontológico e recompensas, como bonificações; • Segurança: ambiente adequado que ofereça maquinários e mobília adequados e seguros, e que ofereça equipamentos de proteção individual (EPI); • Plano de carreira: possibilidade de crescer dentro da mesma empresa, motivando o trabalhador a desenvolver melhor seu trabalho a fim de buscar evoluir em sua posição; • Reconhecimento: remuneração, benefícios e promoção de cargo são formas de reconhecimento pelo trabalho efetuado. O feedback positivo também é importante para que o trabalhador sinta-se reconhecido; Qualidade de vida e educação física – Educação Física – Pitágoras • Condições de trabalho: relativo às horas de trabalho e de descanso, à remuneração e às condições físicas e exigência mental no local de trabalho. Trabalhos que envolvem riscos ou grandes responsabilidades, como os trabalhos de policial, bombeiro, controlador de tráfego aéreo e médico cirurgião, são atividades que podem levar a um desgaste físico e emocional acima do normal, o que exige alto grau de controle e tolerância dos profissionais, elevando muito os níveis de estresse (JUSTIÇA DO TRABALHO, 2020). Todos esses fatores determinarão a boa qualidade de vida do trabalhador: reconhecimento, boas condições de trabalho, remuneração adequada, segurança... Um trabalhador que realiza atividades estressantes e que se sente subestimado, injustiçado, estressado ou desmotivado, verá as consequências negativas dessas circunstâncias na sua saúde e no seu bem-estar. Além de todas essas características que influenciam a qualidade de vida, exercer uma profissão que proporcione realização pessoal e prazer agregará muita qualidade de vida. O capital humano representa a força de trabalho de uma empresa. É remunerado pela sua produção de bens e serviços e, de acordo com suas habilidades, capacidades e qualidades individuais, pode ser mais bem valorizado, seja por meio de bonificações, benefícios e promoção da carreira. De fato, o trabalhador que é reconhecido, respeitado, bem remunerado e que trabalha em condições adequadas, é mais motivado, satisfeito e saudável. O papel da empresa na promoção da saúde e da qualidade de vida do trabalhador É responsabilidade da empresa manter um local adequado de trabalho, respeitar as jornadas e descansos, a segurança e as boas condições de trabalho. Além das medidas obrigatórias, algumas empresas dispõem de programas de qualidade de vida e bem-estar, oferecendo aulas de ginástica laboral, massagens, dias de lazer, confraternizações... Todas essas ações melhorarão o ambiente de trabalho, preservando a saúde e aumentando a motivação dos trabalhadores. Os investimentos que as empresas fazem em prol de seus colaboradores retornam de maneira positiva, por meio de aumento de produtividade e de redução de afastamentos. Como afirma Diniz (2013, p. 8), “quanto mais saudáveis os colaboradores estiverem no ambiente de trabalho e fora dele, maiores e mais consistentes serão as perspectivas de êxito da empresa nos seus mercados de atuação”. Qualidade de vida e educação física – Educação Física – Pitágoras Normas Regulamentadoras (NRs) Algumas adequações são obrigatórias e são regulamentadas por Decretos de Lei, como as Normas Regulamentadoras (NRs), que estão inseridas na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), primeiramente publicadas pela Portaria MTb nº 3.214, de 8 de junho de 1978. O objetivo das NRs é garantir que empregadores e empregados cumpram seus direitos e deveres, almejando a segurança e a saúde no trabalho (BRASIL, c2020). CIPA A NR-5 estabelece que as empresas privadas ou públicas, ou qualquer instituição que admita trabalhadores, têm a obrigatoriedade de formar a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) (BRASIL, 1978). A CIPA é formada por pessoas que representem a empresa e o trabalhador, de modo que seu objetivo é prevenir acidentes e doenças ocupacionais, para que o trabalho seja compatível com a preservação da vida e a promoção da saúde. As atribuições da CIPA são (BRASIL, 1978): • Identificar os riscos do processo de trabalho; • Elaborar ações preventivas; • Participar da implantação e do controle das medidas de prevenção; • Realizar, periodicamente, verificações nos ambientes e condições de trabalho; • Divulgar informações relativas à segurança e saúde no trabalho; • Colaborar na implantação do PCMSO e PPRA e de outros programas relacionados à segurança e saúde no trabalho; • Divulgar e promover o cumprimento das Normas Regulamentadoras; • Participar anualmente, em conjunto com a empresa, de Campanhas de Prevenção da AIDS; • Promover anualmente a Semana Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho (SIPAT). Semana Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho (SIPAT) A SIPAT é um evento realizado em parceria com Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho (SESMT), que são contratados para auxiliar na elaboração de métodos de segurança e promoção da saúde. A SIPAT, de acordo com a NR-5, é obrigatória, e todas as ações realizadas na semana devem ser voltadas para a conscientização dos trabalhadores sobre saúde, prevenção de acidentes e segurança no trabalho. Durante a semana, são disponibilizadas atividades práticas e de conscientização, como palestras, aulas de ginástica laboral, massagens, apresentações musicais e teatrais, gincanas e distribuição de brindes. Os temas abordam questões relacionadas Qualidade de vida e educação física – Educação Física – Pitágoras aos hábitos saudáveis, como prática de atividade física e nutrição adequada, prevenção de doenças, como as doenças crônicas, doenças sexualmente transmissíveis e doenças osteomusculares relacionadas ao trabalho, além de tratar sobre temas gerais, como economia e segurança no trabalho. O profissional de educação física, dentro de suas capacidades, pode atuar na SIPAT ministrando palestras relacionadas à saúde e à atividade física, ou conduzindo práticas corporais. Papel do RH (promotor da QVT) e cultura organizacional Departamento de Recursos Humanos (RH) O departamento de Recursos Humanos, usualmente chamado de RH, é um departamento da empresa responsável pelo recrutamento e seleção de pessoas qualificadas, disposição dos recursos financeiros, promoção de treinamentos, administração dos comportamentos e procedimentos internos, cuidado para que os trabalhadores estejam ajustados às políticas da empresa, avaliação de desempenho, certificação do cumprimento de leis trabalhistas, e zelo da saúde e segurança dos colaboradores (MARQUES, 2016; DINIZ, 2013). O RH, respaldado pelas diretrizes, leis trabalhistas e regulamentação interna da empresa, objetiva, principalmente, o equilíbrio entre os interesses da empresa e dos empregados (MARQUES, 2016). Segundo Carvalho (2014) apud Marques (2016), os recursos humanos têm os seguintes objetivos: • Objetivos societários: redução dos impactos negativos, de forma que a empresa atenda às normas e regras sociais; • Objetivos organizacionais: integrar os departamentos da empresavisando à realização dos objetivos organizacionais, e prestar serviços especializados, referentes à gestão de pessoas; • Objetivos funcionais: criar e implantar procedimentos para que as necessidades dos empregados sejam atendidas; • Objetivos individuais: assessorar os empregados para que consigam alcançar seus objetivos individuais. As principais metas de uma empresa são: alcançar e estabelecer sua posição no mercado-alvo; oferecer produtos e serviços inovadores, buscar maior produtividade e lucratividade, e manter os empregados qualificados e motivados. Esses objetivos baseiam as metas a serem alcançadas pelo RH. Qualidade de vida e educação física – Educação Física – Pitágoras O papel do RH em uma empresa é fundamental no aspecto organizacional, visando aos interesses da empresa e à gerência do capital humano, buscando a efetivação dos direitos e deveres do trabalhador e a manutenção da qualidade de vida no trabalho. Cultura organizacional A cultura organizacional refere-se ao ambiente, às práticas ao lidar com pessoas, aos valores e às crenças de uma organização. Acredita-se que, para o melhor desempenho de uma organização, é necessário ter cultura, e quanto mais forte for essa cultura, mais eficaz será a organização (SHEIN, 2017). O estudo da cultura organizacional ganhou força nos anos de 1980, devido à observação do desempenho admirável das empresas japonesas e à percepção de que o sucesso das organizações está relacionado ao envolvimento dos trabalhadores com os valores e a filosofia organizacional (SIQUEIRA, 2008 apud CORRÊA; BOLETTI, 2015). Cada um dos setores organizacionais, seja o setor público, privado ou terceiro setor, tem sua própria cultura e sua personalidade organizacional, que é manifestada por seus membros. A cultura organizacional pode ser influenciada pela cultura nacional (cultura do país), pela cultura regional (da região do país) e pela cultura local (de uma cidade), assim, uma mesma empresa, que possui sua cultura organizacional, quando instalada em diferentes regiões, pode sofrer influências locais e se ajustar às características desses lugares (DIAS, 2013). A cultura organizacional abrange toda a empresa, já o clima organizacional pode variar de acordo com cada setor ou equipe. O clima organizacional é uma dimensão da qualidade de vida no trabalho, e refere-se ao ambiente entre os membros da organização, esse conceito está relacionado à motivação de seus colaboradores, influenciando a produtividade e o desenvolvimento do talento humano. Assim, faz- se necessário conhecer os colaboradores e a maneira como eles percebem e se relacionam com sua realidade organizacional, isso pode ser feito por meio de um diagnóstico e identificação de áreas de conflito para desenvolver planos de ação que promovam melhorias em busca de maior bem-estar e produtividade. O clima organizacional é composto por elementos relacionados à satisfação pessoal, ao alcance de objetivos, à qualidade do trabalho e ao comportamento dentro da organização, resultando, para a empresa, produtividade, desenvolvimento, eficiência e satisfação. Esses elementos, de acordo com Dias (2013), são: • Aspecto individual dos empregados, levando em conta suas atitudes, percepções, personalidade, valores, aprendizagem e o estresse no trabalho; • Grupos dentro da empresa, a estrutura, processo, coesão, normas e papéis; • Motivação, necessidades e esforços; • Liderança, poder, políticas, influência e estilos; • Processos organizacionais, avaliação, remuneração, comunicação e o processo de tomada de decisões. Qualidade de vida e educação física – Educação Física – Pitágoras Nesta seção, pudemos observar a evolução e a importância da qualidade de vida no ambiente de trabalho, e entendemos o papel da empresa e do departamento de recursos humano nesse contexto. Ações motivacionais: aumento da produtividade e inovação A motivação é uma ferramenta fundamental para uma empresa alcançar o sucesso. O clima organizacional deve ser motivador e os funcionários precisam sentir-se estimulados e satisfeitos em realizar seu trabalho. De acordo com Bergamini (2018), antigamente, acreditava-se que a motivação poderia ser estimulada por meio de recompensas ou punições, porém, há muito tempo deixou-se de acreditar nisso. Antes da Revolução Industrial, a forma de motivar os trabalhadores era por meio do medo, fazendo ameaças e aplicando punições, de modo que, apenas ocasionalmente, eram oferecidas recompensas e favores. Acreditava-se que essa forma de tratar os trabalhadores traria melhores resultados e lucros para as empresas. A autora discute que, no final do século XIX e começo do século XX, a forma de tratar as pessoas dentro das empresas mudou, o dinheiro substituiu as ameaças e punições, e o trabalhador passou a receber mais para trabalhar mais. Os funcionários trabalhavam principalmente pelo retorno financeiro, muitas vezes exercendo uma função que não trazia nenhuma satisfação pessoal. Nesse contexto, conforme traz Bergamini (2018), acreditava-se que, quanto mais se trabalha, mais se produz e quanto mais se produz, mais se ganha, aumentando, assim, a motivação, e resolvendo todos os problemas relacionados aos trabalhadores e à produtividade. Porém, esse conceito mostrou-se insuficiente, e novas abordagens motivacionais foram propostas. Com a inauguração da Escola de Relações Humanas, surgiu o conceito de tratar o trabalhador em sua totalidade, enfatizando o comportamento, a interação social, e reconhecendo o seu valor individual (BERGAMINI, 2018). É um conjunto de fatores, como segurança, reconhecimento, plano de carreira, bom ambiente de trabalho, diretrizes organizacionais bem orientadas, feedbacks, melhor remuneração e qualidade de vida no trabalho, que faz com que o trabalhador atue em sua total capacidade produtiva (ALMEIDA; AVANZI, 2019). Inovação A inovação é a busca por novos conhecimentos e tecnologias para a adequação organizacional em busca de maior eficiência. Está relacionada à capacidade absorvitiva, que é a forma como as empresas absorvem o conhecimento externo e o Qualidade de vida e educação física – Educação Física – Pitágoras trazem para a organização, modificando a sua cultura e os seus processos (JACOMOSSI; FELDMANN, 2020). De acordo com Jacomossi e Feldmann (2020), os conhecimentos externo e interno são absorvidos e aplicados de modo a readaptar as rotinas, melhorando a capacidade de inovação da empresa e aumentando a produtividade. Os autores também expõem que, além das práticas absorvitivas, ou seja, aquelas relacionadas à inovação, o aumento da produtividade também está relacionado às boas práticas de gestão, que são práticas de gerenciamento adotadas pelas empresas. Assim, os resultados positivos de uma empresa se baseiam na inovação e no bom gerenciamento, além de contar com o trabalhador, que é parte fundamental da empresa. O desempenho dos colaboradores está relacionado à maior produtividade, e para que o trabalhador desempenhe seu papel com mais eficiência, ele deve estar motivado, por isso a empresa deve oferecer um ambiente adequado e saudável de trabalho, uma vez que além do retorno financeiro, o reconhecimento, o respeito, as perspectivas de crescimento, as boas relações sociais e a sensação de pertencimento fazem com que o trabalhador se engaje mais em suas tarefas. Portanto, uma empresa que investe em inovação e recursos humanos tem maior potencial de crescimento. A motivação pode ser classificada como: intrínseca, que se refere à motivação interna, por exemplo, a determinação, a força de vontade para realizar as metas e a criatividade; e extrínseca, que está relacionada ao ambiente e aos fatores externos, como o ambiente organizacional, as relações sociais no trabalho, os benefícios e o treinamento. A motivaçãodeve ser estimulada por meio da identificação das características dos funcionários, pela manutenção de um ambiente de trabalho adequado e motivador, e pela oferta de treinamento de qualidade. Pessoas motivadas e bem preparadas trabalham melhor. Aspectos organizacionais e ambiente no trabalho As empresas são grupos sociais organizados que fornecem produtos ou serviços para determinado mercado consumidor. Elas têm objetivos a serem atingidos e utilizam recursos, processos de transformação e divisão do trabalho para atingir esses objetivos. Vejamos a descrição de cada um deles e sua organização na figura a seguir: • Recursos: as organizações são formadas, principalmente, pelas pessoas, que utilizam outros recursos, como espaço físico, instalações, equipamentos, maquinários, insumos, além de recursos imateriais, como experiência, conhecimento e tempo; • Processos de transformação: são atividades sequenciais realizadas para transformar os recursos em produtos ou serviços. Geralmente, os processos são divididos em produção (transformação da matéria-prima em produtos e serviços), administração de encomendas (realização do pedido de um cliente Qualidade de vida e educação física – Educação Física – Pitágoras por meio da entrega do produto ou prestação do serviço) e administração de recursos humanos (gerenciamento da necessidade de mão de obra por meio da disponibilização de pessoas, desde a contratação até o desligamento do funcionário); • Divisão do trabalho: distribuição das pessoas, individualmente ou em grupos, que são especializadas em determinadas tarefas, de acordo com as características e objetivos da organização. Esses serviços e produtos são oferecidos com o intuito de atingir lucro e subsistência para os proprietários e investidores da empresa, ou para cumprir um papel na sociedade, sem fins lucrativos, no caso de instituições governamentais (MAXIMIANO, 2011). De acordo com Maximiano (2011), as organizações podem ser divididas em governo, empresa e terceiro setor. O governo corresponde às organizações públicas que prestam serviço às pessoas, são responsáveis pela arrecadação de impostos, produção de leis, fornecimento de educação, saúde, segurança pública, entre outras. O segundo setor é formado pelas empresas, e o terceiro setor são as organizações que se originam na sociedade, sem fins lucrativos, algumas são chamadas de Organizações não Governamentais (ONGs). O objetivo de uma ONG é a prestação de serviços para a comunidade, como educação, assistência médica, cultura e desenvolvimento humano. As tarefas especializadas, realizadas individualmente ou por um grupo dentro do ambiente organizacional, caracterizam-se por funções organizacionais que representam um caminho para alcançar os objetivos de uma empresa. As principais funções de uma organização são: produção, marketing, pesquisa e desenvolvimento, finanças e recursos humanos; a administração da empresa gerencia e coordena todas essas funções (MAXIMIANO, 2011). Comportamento organizacional O comportamento organizacional está relacionado ao comportamento humano dentro do contexto de uma organização e a como esse comportamento pode ser previsto, compreendido e modificado. Envolve análise do comportamento, observação de atos, como falar em reuniões, utilizar equipamentos de produção ou redigir um relatório (WAGNER III; HOLLENBECK, 2020). De acordo com Wagner III e Hollenbeck (2020), algumas ações ocorridas dentro de uma organização não podem ser explicadas simplesmente como resultado de comportamentos individuais, pois o comportamento da organização não é, necessariamente, o mesmo comportamento das pessoas. No passado, as pessoas eram apenas o meio para atingir os fins, a prioridade era o aumento da eficiência da produção. Com as transformações ocorridas, o trabalhador Qualidade de vida e educação física – Educação Física – Pitágoras passou a ser mais do que um recurso necessário, nesse contexto, há o enfoque comportamental que considera os trabalhadores em sua totalidade, como a parte mais importante da empresa, deixando-os em primeiro plano. O enfoque comportamental, de acordo com Maximiano (2011), divide-se em duas partes: • Comportamento humano: visão das pessoas como indivíduos, relativo às características pessoais, capacidades, interesses, personalidade, motivação, atitude e competências; • Comportamento coletivo nas organizações: visão das pessoas como membros de um grupo, referente ao clima e à cultura organizacional, aos caminhos para alcançar a motivação, a liderança, a dinâmica de grupo e a comunicação. Ambiente de trabalho O ambiente de trabalho é extremamente importante para a qualidade de vida, considerando que as pessoas passam uma grande parte do seu dia no trabalho. Muitos fatores relacionados ao ambiente de trabalho podem influenciar a qualidade de vida, como: • Relações sociais: o relacionamento com os colegas de trabalho, a relação hierárquica, o respeito, a amizade e a confiança são fatores que melhoram o bem-estar; • Relação com a tarefa: tipo de tarefa exercida, estipulação de metas, satisfação pessoal, remuneração condizente com o trabalho executado e qualificação apropriada; • Infraestrutura: fatores relacionados ao bem-estar físico, ergonomia adequada, temperatura agradável, iluminação ideal, equipamentos e maquinários apropriados; • Condições de trabalho: respeito às normas regulamentadoras, ao tempo de jornada e de descanso, à segurança e à saúde do trabalhador. Para que o trabalhador sinta-se satisfeito e motivado, os aspectos organizacionais são importantes, desde a delegação de tarefas, imposição de regras e metas, cuidados e atenção com a saúde e segurança no ambiente de trabalho, respeito às normas regulamentadoras e aos horários de descanso, pagamento condizente com o mercado de trabalho e implantação de políticas de motivação embasadas no estímulo dos trabalhadores, e não em ameaças ou controle financeiro. Se analisarmos o ambiente de trabalho de uma academia e os fatores que podem influenciar a qualidade de vida no trabalho, notamos que as relações sociais ocorrem entre os professores, estagiários, alunos, cargos de chefia e outros cargos, como recepção, vendas, manutenção e limpeza. Todas essas relações devem sempre ser Qualidade de vida e educação física – Educação Física – Pitágoras respeitosas e amigáveis. A tarefa exercida pelo profissional de educação física deve ser coerente com suas habilidades e qualificações, haja vista que há diversas modalidades oferecidas em uma academia de ginástica, e exercer uma função para a qual não se está qualificado pode causar estresse e ansiedade, além da oferta de um produto com baixa qualidade. A infraestrutura deve proporcionar segurança e zelar pela saúde do professor, pois há situações que podem ser um risco ao bem-estar físico, por exemplo, o excesso de volume das músicas nas aulas de ginástica pode prejudicar a audição do professor, assim como dos alunos. Por fim, as condições de trabalho devem respeitar as normas e leis trabalhistas, tanto para os profissionais como para os estagiários. Diminuição da produção, atrasos, faltas e afastamentos Absenteísmo O absenteísmo refere-se à ausência no trabalho, que pode ocorrer devido a problemas pessoais, baixa motivação e condições inadequadas de trabalho. Quick e lapertosa (1982 apud LOPES; VALADARES; MARTINS, 2019) classificam o absenteísmo da seguinte forma: • Absenteísmo voluntário: ausência por motivos pessoais ou por doença, sem justificativa legal; • Absenteísmo compulsório: suspensão do trabalhador por motivos judiciais; • Absenteísmo legal: afastamentos previstos em lei, como licença maternidade e serviço militar; • Absenteísmo por patologia profissional: afastamento causado pordoenças e acidentes de trabalho; • Absenteísmo por doença: afastamento por motivo de doença com justificativa médica. Com qualidade de vida e condições adequadas de trabalho, a taxa de absenteísmo é menor, pois o indivíduo sente-se satisfeito e em condições de saúde para realizar sua função (LOPES; VALADARES; MARTINS, 2019). Quando os trabalhadores são expostos à alta demanda de trabalho, ficam mais suscetíveis a problemas físicos e psicológicos, como depressão, estresse, fadiga e ansiedade, favorecendo, assim, o afastamento (KARASEK; THEORELL, 1990 apud LOPES; VALADARES; MARTINS, 2019). O absenteísmo impacta a produtividade da empresa, pois sobrecarrega os trabalhadores que continuam em suas funções e têm sua carga de trabalho aumentada para suprir a falta do funcionário afastado, além disso, há um aumento nos gastos financeiros para suprir a falta desse funcionário, por isso, é fundamental que uma organização invista em qualidade de vida no trabalho, proporcionando melhores condições para o trabalhador exercer sua função, reduzindo, assim, os Qualidade de vida e educação física – Educação Física – Pitágoras riscos de adquirir doenças relacionadas ao trabalho e a necessidade de afastamentos (LOPES; VALADARES; MARTINS, 2019). Além do absenteísmo, outros fatores podem aumentar os gastos de uma organização, como redução nos níveis de trabalho, baixa qualidade de trabalho, menor desempenho e problemas comportamentais e disciplinares (DAVIS; NEWSTROM, 2002 apud SILVA; MORAES; MOREIRA, 2015). Quando um trabalhador sente-se satisfeito, falta menos ao trabalho, por outro lado, trabalhadores insatisfeitos cometem mais faltas injustificadas, portanto, a satisfação no trabalho impacta o absenteísmo, de modo que ambientes agradáveis trarão mais satisfação e os trabalhadores terão mais vontade de comparecer ao trabalho (SCHERMERHORN, 2002 apud SILVA; MORAES; MOREIRA, 2015). Faltas e afastamento Frequentemente, os Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (DORTs) são responáveis por afastamentos e limitações das atividades diárias e laborais. São distúrbios que prejudicam as estruturas do sistema osteomuscular, afetam os músculos (mialgias, contraturas), tendões (tendinites), nervos (síndrome do túnel do carpo), fáscia (fasciite), articulações (osteortrite) e bursas (bursite), causando dor, parestesia e sensação de peso. Esses distúrbios podem ser desencadeados por fatores biomecânicos, cognitivos, sensorias, afetivos e psicossociais relacionados ao ambiente de trabalho (JANSSON; ALEXANDERSON, 2013; BRASIL, 2012 apud ZAVARIZZI; ALENCAR, 2018). As dores nas costas são um problema comum que afeta entre 15% a 30% dos trabalhadores e pode interferir na capacidade produtiva, além de causar incapacidade e perda da qualidade de vida, levando ao afastamento do funcionário e provocando problemas econômicos para as organizações (SANTOS et al., 2015; DRISCOLL et al., 2014 apud SANTOS et al., 2019). Os distúrbios osteomusculares mais comuns são tendinite de ombro, punho e cotovelo, lombalgia e mialgia. O estresse, a ansiedade e a depressão podem causar a sensação de dor e aumentar a tensão muscular (SBR, 2019). A sigla LER significa Lesões por Esforço Repetitivo, e surgiu na década de 1980 para nomear um conjunto de sintomas resultantes de cargas excessivas de trabalho, baixa remuneração, ergonomia inadequada e estresse. Na época, classificava-se arbitrariamente a causa de todas as doenças de trabalhadores como LER, porém, devido ao seu uso equivocado, a sigla DORT surgiu para substituí-la, pois há muitas outras causas além de esforço repetitivo, como contração estática por períodos prolongados, uso de força, uso de equipamentos com vibração e postura inadequada, ademais, a maioria dos trabalhadores com sintomas osteomusculares não Qualidade de vida e educação física – Educação Física – Pitágoras apresentava evidência de lesão em qualquer estrutura, portanto, a palavra “lesão”, da sigla LER, foi substituída por “distúrbio”, da sigla DORT (SBR, 2019). Com o surgimento do modelo biopsicossocial, com foco maior nos problemas musculoesqueléticos de origens não esclarecidas, os fatores mecânicos passaram a ter menos importância que outros fatores, como insatisfação no trabalho, estresse, ansiedade e problemas pessoais (SBR, 2019). Hoje em dia, é reconhecido que, além desses fatores mecânicos, fatores socioeconômicos, problemas pessoais, estresse, ansiedade e insatisfação com o trabalho também são causas de doenças, portanto, os termos LER e DORT tornaram-se limitados (SBR, 2019). Retorno ao trabalho após afastamento Alguns fatores podem atrapalhar a volta ao trabalho, como dor, medo do agravamento, sintomas depressivos, sofrimento psíquico, expectativas quanto ao retorno e medo do reconhecimento dos colegas. O tempo de afastamento também pode influenciar o retorno: quanto menor o tempo de afastamento, maior a chance de retorno, por outro lado, a alta precoce pode ser uma barreira, pois o trabalhador pode não estar apto a voltar ao trabalho (SALDANHA et al., 2013). Para facilitar o retorno e evitar a possibilidade de um novo afastamento, a organização deve tomar algumas medidas, como a troca dos postos, a alteração no ritmo e na organização do trabalho, além da redução da carga horária no início. O apoio organizacional dos colegas de trabalho e da chefia também é fundamental nesse retorno, pois o trabalhador estará psicologicamente afetado pelo adoecimento (SALDANHA et al., 2013). Para retornar ao trabalho, o indivíduo deve estar em plenas condições físicas e psicológicas, e ajustes no posto de trabalho e na gestão devem ser realizados para que o ambiente torne-se próprio e adequado, evitando novos afastamentos (SALDANHA et al., 2013). Síndrome de Burnout A síndrome de Burnout é caracterizada pelo esgotamento físico e mental do trabalhador. Maslach e Jackson (2016 apud COSTA; BORSA; DAMÁSIO, 2020) classificaram o Burnout em três dimensões: • Exaustão emocional: referente ao esgotamento físico e mental, à baixa disposição e vitalidade para realizar as atividades laborais; • Despersonalização: referente às relações interpessoais, ao distanciamento dos colegas de trabalho e clientes, aos comportamentos de descaso, insensibilidade e impessoalidade; • Baixa realização no trabalho: referente à autoestima, o trabalhador se julga incapaz e incompetente para realizar seu trabalho. Qualidade de vida e educação física – Educação Física – Pitágoras Fatores como baixos salários, quantidade de horas trabalhadas, sobrecarga de trabalho e conflitos pessoais, podem favorecer o Burnout (AGUAYO et al., 2017 apud COSTA; BORSA; DAMÁSIO, 2020). No entanto, maior socialização reduz a propensão a essa condição; geralmente, pessoas mais sociáveis são mais compreensivas, atentas ao bem-estar e acolhem mais o suporte social, reduzindo, assim, as tensões no trabalho (HUANG et al., 2014 apud COSTA; BORSA; DAMÁSIO, 2020). Problemas mentais O Transtorno Mental Comum (TMC) corresponde a disfunções mentais e tem como sintomas a insônia, a fadiga, o esquecimento, a irritabilidade e a dificuldade de concentração, podendo levar a uma importante incapacidade funcional, prejudicando os aspectos psicossociais e econômicos do indivíduo (GOLDBERG; HUXLEY, 1992 apud SANTOS et al., 2019). Esses transtornos caracterizam-se por alterações comportamentais e clínicas, levando ao sofrimento e prejudicando diferentes áreas do funcionamento mental; podem ser causados por problemas físicos, genéticos, psicológicos ou sociais (BAASCH et al., 2017 apud RIBEIRO et al., 2019). Os fatores organizacionais que influenciam são: ambiente de trabalho com pouco apoio social, excesso de trabalho, recompensas inadequadas ao esforço realizado, comprometimento individual excessivo e más condiçõesdos ambientes e dos processos de trabalho (RIBEIRO et al., 2019). O TCM impacta a vida pessoal, social e organizacional do indivíduo, forçando-o, muitas vezes, a se afastar do seu posto de trabalho; esse afastamento pode ser evitado com a implantação de políticas de qualidade de vida no trabalho, prevenção e saúde (ESTORCE; KURCGAN, 2011 apud RIBEIRO et al., 2019). Além dos distúrbios osteomusculares e dos transtornos mentais relacionados ao ambiente laboral, os acidentes de trabalho também causam afastamento e faltas. Os acidentes de trabalho são prejudiciais para a economia do país: entre os anos de 2007 e 2013, o Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) pagou R$ 58 bilhões em indenizações devido aos acidentes de trabalho ocorridos no país. Se somarem os dias de afastamento e faltas, em 2014, o Brasil teve 35 milhões de dias parados (SESI, 2016). Marca: atração de talentos e aumento de clientes Segundo o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE), “marca é todo sinal distintivo, visualmente perceptível, que identifica e distingue produtos e serviços, bem como certifica a conformidade dos mesmos com determinadas normas ou especificações técnicas” (SEBRAE, 2017, [s.p.]). A empresa Qualidade de vida e educação física – Educação Física – Pitágoras pode registrar a marca para garantir seu uso exclusivo em seu ramo de atividade econômica. O reconhecimento de uma marca agrega valor ao produto ou serviço oferecido pela empresa ou empreendedor, que tem como objetivo vender determinado produto ou serviço e obter maiores lucros. Para tal fim, é necessário buscar constantemente novos clientes e manter os antigos (SEBRAE, 2017). Já a palavra marketing diz respeito à compreensão do mercado consumidor para satisfazer as necessidades e os desejos dos clientes. As empresas buscam atingir um público geral, já os profissionais de marketing buscam os consumidores em potencial, aqueles interessados e com recursos para comprar o produto (GREWAL; LEVY, 2017). Recrutamento de talentos Apesar das novas tecnologias, as pessoas são fundamentais dentro de uma empresa, até mesmo porque são elas que administram essas novas tecnologias, assim, o sucesso de uma empresa provém de seus talentos profissionais. O recrutamento e a seleção de pessoal capacitado para ocupar determinados cargos são cruciais para o desempenho de um negócio, pois esses trabalhadores farão a diferença dentro da empresa. O recrutamento refere-se à procura por candidatos qualificados e capacitados para ocupar determinada vaga, e o processo seletivo é a análise e escolha de candidatos com melhores competências e perfil mais adequado à vaga. O processo seletivo é realizado por meio de entrevistas, testes de personalidade, provas de conhecimento, simulação, etc. Um talento é reconhecido por meio de seu conhecimento técnico ao executar determinada tarefa e pela sua capacidade de ocupar funções especializadas, o que costuma exigir um maior investimento na formação e na qualificação profissional (COHEN et al., 2017). O desafio para obter talentos não é o recrutamento, pois é fácil encontrar pessoas que queiram trabalhar, a dificuldade é atrair os melhores profissionais para a seleção (SEBRAE, 2019). Para atrair talentos, permitindo maior seletividade na contratação, as empresas devem ser atrativas e algumas estratégias devem ser elaboradas para o aumento dessa atratividade. Atração de talentos Qualidade de vida e educação física – Educação Física – Pitágoras Alguns fatores podem ser atrativos para captar novos talentos: as características do cargo ofertado e da empresa na percepção dos candidatos têm sido os fatores que mais atraem os candidatos (CHAPMAN et al., 2005 apud COHEN et al., 2017). A imagem que uma pessoa tem de determinada organização impacta sua atração, assim como outros aspectos, como salário, horário flexível e segurança (LIEVENS; HIGHHOUSE, 2003 apud COHEN et al., 2017). Quando o indivíduo vê em uma organização atributos e valores que lhe são importantes, e esse valor também impacta seu meio de convivência, essa organização passa a ter uma força de atratividade maior sobre essa pessoa (COHEN et al., 2017). Uma pessoa, ao entrar em uma organização, espera que suas satisfações pessoais sejam maiores do que o esforço que exercerá em determinada tarefa; quando ocorre o contrário, e os esforços são maiores do que a satisfação, essa pessoa se desinteressa e se desmotiva. Por outro lado, a empresa espera a dedicação dos funcionários para o alcance de metas e de lucratividade, assim, espera que o funcionário contribua mais para a empresa do que a organização oferece a ele (COHEN et al., 2017). Atualmente, as organizações têm valorizado mais os funcionários, pois suas habilidades, experiências, competências e conhecimentos são instrumentos para que a empresa alcance suas metas, sua produtividade e a competitividade no mercado- alvo. As empresas devem proporcionar uma concordância entre a satisfação dos interesses dos funcionários e o que ela tem a oferecer, possibilitando uma harmonia entre as necessidades da empresa e dos funcionários (CASTRO, 2011). Pensando na valorização dos funcionários, para que eles trabalhem com toda sua capacidade, a satisfação e a motivação são fundamentais, assim, cabe à organização possibilitar um ambiente motivador, no qual as pessoas busquem crescer junto com a empresa. Mais uma vez, percebemos o quão importante é a qualidade de vida do ser humano, pois interfere em muitos aspectos de nossas vidas, como o ambiente de trabalho, que, por sua vez, é dependente do capital humano. Se uma pessoa tem qualidade de vida e está satisfeita com sua vida pessoal, ela atuará, no trabalho, com muito mais empenho, e continuará buscando novas conquistas, ajudando, com isso, no crescimento da empresa. Atração de clientes Há diferentes canais e ferramentas para atrair clientes, como propagandas em meios de comunicação e divulgação de promoções. No entanto, as redes sociais têm se mostrado muito eficazes na divulgação de um serviço ou produto, graças à sua grande visibilidade. Qualidade de vida e educação física – Educação Física – Pitágoras Bilhões de pessoas no mundo utilizam as redes sociais, e o Brasil é o segundo país que mais utiliza a internet. As pessoas acessam frequentemente as redes sociais como parte da rotina, portanto, utilizá-las para atrair e reter clientes é uma excelente estratégia (SESI, 2016). O Serviço Social da Indústria (SESI, 2016) sugeriu as seguintes dicas para atrair clientes por meio das redes sociais: • Saber utilizar os canais de comunicação: entender as particularidades de cada rede social e usá-las da melhor maneira possível para benefício da empresa; • Comunicação de qualidade: utilizar materiais de qualidade para a divulgação, ser criativo e focar na interação; • Canais de venda: comercializar os produtos ou serviços pelas redes sociais ou, se necessário, desenvolver um site para efetuar as vendas; • Gestão: utilizar ferramentas que auxiliam na gestão das redes sociais para programar as postagens, medir o alcance das páginas, acompanhar a evolução dos seguidores e avaliar o engajamento; • Público-alvo: definir o público que se deseja atingir para desenvolver uma comunicação direcionada e precisa, de acordo com as características específicas dessas pessoas. Atualmente, há um consenso sobre a importância da prática de exercícios físicos, além de maior interesse em estética corporal. Diante desse fato, o número de academias de ginástica tem aumentado nos últimos anos, atendendo a essa demanda. No entanto, esse aumento leva a uma maior concorrência de mercado. Pensando na utilização das redes sociais como atração de talentos para compor o time de professores e para aumentar onúmero de clientes, proporcionando maior lucratividade, reflita: a utilização de redes sociais no ambiente organizacional de uma academia de ginástica como estratégia para atrair e reter talentos e clientes seria uma boa ferramenta? Nessa seção, conhecemos os aspectos organizacionais e sua influência na qualidade de vida dos trabalhadores. Compreendemos a importância da motivação e da valorização dos colaboradores, tanto para as empresas, pois impacta a produtividade e a lucratividade, quanto para os trabalhadores que atuarão com mais motivação, eficiência e saúde. Também compreendemos a importância da qualidade de vida na atração e na retenção de talentos. Em suma, o investimento em recursos humanos mostra-se fundamental para o sucesso de negócio. Incentivo a práticas saudáveis Visando à qualidade de vida dos colaboradores, as empresas devem incentivar um estilo de vida saudável, com a prática de exercícios, alimentação saudável, mudança de hábitos prejudiciais, como o tabagismo e o sedentarismo, dentre outros. Qualidade de vida e educação física – Educação Física – Pitágoras Esses incentivos podem ser realizados a partir do envio de circulares informativas, de campanhas internas, de palestras realizadas durante a SIPAT, da organização de grupos de apoio – como um grupo de tabagistas com reuniões e intervenções para deixar o vício, contando, para isso, com um auxílio multiprofissional, que inclui psicólogo, médico e profissional de educação física –, além de ofertas de benefícios, como descontos em academias de ginástica e parcerias com clubes. O investimento realizado em campanhas de incentivo e oferta de intervenções práticas é importante e retorna de maneira positiva para a empresa: quando os colaboradores estão mais saudáveis e satisfeitos, o número de abstenções diminui e a produtividade aumenta, portanto, os incentivos a essas práticas beneficiam tanto a organização quanto os colaboradores. Ginástica Laboral Um dos incentivos oferecidos pelas empresas é a Ginástica Laboral, a qual se caracteriza pela realização de exercícios no ambiente de trabalho, proporcionando grandes benefícios aos colaboradores. As aulas de Ginástica Laboral caracterizam-se por serem curtas e por incentivarem a realização de exercícios de alongamento, de fortalecimento e de relaxamento, além de atividades recreativas, visando à saúde e ao bem-estar do trabalhador. Podem ser realizadas com música (quando permitido) e é possível, também, utilizar alguns materiais, como elásticos e bolinhas de borracha. As primeiras notas sobre a prática de Ginástica Laboral são de operários poloneses, no ano de 1925, que realizavam exercícios durante a pausa do trabalho. Posteriormente, essa ginástica foi introduzida na Holanda, na Rússia, e, no início da década de 1960, também na Alemanha, Suécia, Bélgica e Japão. No ano de 1968, os Estados Unidos criaram a International Management Review, uma das mais significativas avaliações sobre a saúde do trabalhador por meio do exercício físico, e adotaram a Ginástica Laboral (CONFEF, 2004). O profissional de educação física registrado no Sistema CONFEF/CREFs é o responsável pela elaboração e aplicação da ginástica laboral, para isso, ele precisa ter conhecimento técnico e científico para avaliar corretamente os pontos importantes nas diversas áreas da empresa (CONFEF, 2004). A ginástica laboral pode ser classificada de acordo com o horário de execução – ginástica preparatória, compensatória e relaxante –, e de acordo com seu objetivo – ginástica corretiva e de manutenção (MENDES; LEITE, 2012), tal como vemos: • Ginástica laboral preparatória: é ministrada no começo do turno de trabalho, com o objetivo principal de despertar os trabalhadores e prepará-los para as atividades, visando ao aquecimento e à preparação dos músculos e articulações que serão utilizadas no trabalho; Qualidade de vida e educação física – Educação Física – Pitágoras • Ginástica laboral compensatória ou de pausa: é ministrada no meio do expediente, durante uma pausa ativa após três ou quatro horas do início do trabalho, com o objetivo de impedir vícios posturais por meio de exercícios que trabalhem os músculos menos utilizados e que relaxem os que são mais solicitados; • Ginástica laboral relaxante: é ministrada no fim do expediente, mais indicada para os trabalhadores que atendem o público e que necessitam relaxar o corpo e aliviar a tensão acumulada por meio de atividades de relaxamento, massagem e alongamento; • Ginástica corretiva: tem como objetivo restaurar o equilíbrio muscular e articular por meio de exercícios de alongamento dos músculos encurtados e de fortalecimento dos músculos fracos, podendo ser executada durante o período de trabalho ou em outro horário; • Ginástica laboral de manutenção ou conservação: tem como objetivo prevenir ou reabilitar doenças crônico-degenerativas, como diabetes, cardiopatias, obesidade, sedentarismo, doenças respiratórias e outras. O ideal para a prevenção de doenças crônico-degenerativas é realizar três sessões diárias de ginástica laboral, entre 10 a 15 minutos, no início, no meio e no final do período de trabalho (MENDES; LEITE, 2012). O profissional de educação física, devido ao seu conhecimento em matérias como anatomia, fisiologia, biomecânica, cinesiologia e prescrição de exercícios, é o profissional mais apto a ministrar as aulas de ginástica laboral, para isso, é importante conhecer as características da empresa, compreender a organização e a divisão de departamentos, os diferentes postos de trabalho e as tarefas exercidas, além de conhecer o perfil dos trabalhadores, suas principais necessidades psicofísicas e queixas de dores ou fadiga. Esse levantamento pode ser feito junto ao RH e também por meio de questionários direcionados aos trabalhadores. Após o entendimento de todo contexto organizacional e do perfil dos trabalhadores, as aulas devem ser elaboradas, visando a suprir as necessidades inerentes a cada departamento e posto de trabalho, buscando a melhora da saúde e a prevenção de doenças. Melhorias e adequações no ambiente de trabalho Um ambiente de trabalho deve ser adequado às necessidades dos colaboradores para, assim, proporcionar mais qualidade de vida e evitar problemas de saúde e afastamentos. Para Ferraz (2000 apud LIMONGI-FRANÇA, 2012), a adaptação decorrente da ergonomia baseia-se em aspectos físicos, cognitivos, ambientais e psicossociais. A engenharia de segurança do trabalho avalia e qualifica agentes que possam prejudicar os trabalhadores, analisando os riscos e desenvolvendo medidas preventivas, controles e alterações de processos e sistemas para reduzir a exposição Qualidade de vida e educação física – Educação Física – Pitágoras aos agentes ambientais (LIMONGI-FRANÇA, 2012). Os riscos existentes no ambiente de trabalho são divididos em grupos de riscos: físicos, químicos, biológicos, ergonômicos e mecânicos (PIZA, 2000 apud LIMONGI-FRANÇA, 2012). Os riscos devem ser identificados e analisados para que ações de minimização sejam desenvolvidas, visando à saúde e à segurança dos trabalhadores. Ergonomia A ergonomia surgiu em 1949, com a fundação da primeira sociedade de ergonomia do mundo pelo engenheiro inglês Kenneth Frank Hywel Murrell. A palavra ergonomia resulta da junção das palavras gregas ergon (trabalho) e nomos (leis, preceitos), caracterizando-se como a ciência do trabalho, a qual, essencialmente, integrava as ciências biológicas (antropologia, psicologia, fisiologia, medicina) e a engenharia, com o objetivo de analisar e adequar o trabalho ao ser humano (CORRÊA; BOLETTI, 2015). Os principais objetivos da ergonomia são a satisfação, a saúde e a segurança dos trabalhadores, a fim de garantir que eles não sejam afetados pela tarefa laboral nem pelo usode equipamentos (CORRÊA; BOLETTI, 2015). Para IIDA (2005 apud CORRÊA; BOLETTI, 2015), a ergonomia deve considerar os seguintes aspectos: • Homem e suas características: idade, tamanho, força, habilidade cognitiva, experiência, cultura e objetivos; • Máquina: ferramentas, mobiliário, equipamentos e as instalações; • Ambiente: temperatura, ruídos, vibrações, luzes, cores; • Informação: referente ao sistema de transmissão das informações; • Organização: formada por todos os elementos do sistema produtivo, como horários, turnos e equipes; • Consequências do trabalho: referente às questões relacionadas com erros e acidentes, fadiga e estresse. No Brasil, a ergonomia foi regulamentada pelo Ministério do Trabalho e Previdência Social por meio da Norma Regulamentadora nº 17 (NR 17), estabelecendo parâmetros para a adaptação das condições físicas e psicológicas no ambiente de trabalho (BRASIL, 1990). Análise ergonômica A ergonomia baseia-se em técnicas e métodos científicos para realizar a análise do ambiente de trabalho, observando a postura, o deslocamento e a tarefa realizada, assim como o contexto organizacional, psicossocial e político de um sistema. Após a realização da análise, são identificados os pontos que podem comprometer a saúde e Qualidade de vida e educação física – Educação Física – Pitágoras a segurança do trabalhador e, assim, são tomadas medidas para a realização de ajustes e melhorias. A análise ergonômica do trabalho pode ser dividida em (FIALHO; SANTOS, 1997 apud OLIVEIRA; FERREIRA; LIMA, 2015; CORRÊA; BOLETTI, 2015;): • Análise da demanda: levantamento sobre a situação de trabalho, organização do trabalho adotada, principais características da mão de obra, aspectos socioeconômicos e tecnologia utilizada; • Análise da atividade: investigação das reais condições de trabalho por meio da observação das atividades físicas e intelectuais do trabalhador; • Análise da tarefa: análise do ritmo, dos prazos e dos recursos disponíveis, como documentação, materiais e máquinas, particularidades do ambiente físico de trabalho e condições cognitivas e coletivas. Home Office O ano de 2020 foi marcado pela pandemia de Covid-19, trazendo grandes implicações na vida de todo o mundo. Muitas adaptações foram necessárias para cumprir as medidas de distanciamento social, e uma delas foi o Home Office, ou seja, o trabalho realizado em casa. Os desafios de se realizar o trabalho em casa são grandes devido, por exemplo, ao ambiente e à mobília nem sempre adequados e também ao compartilhamento do espaço com outros familiares. Assim como o ambiente organizacional, o Home Office deve ser ajustado às características psicofísicas dos trabalhadores. Essa modalidade de trabalho já era realidade em algumas empresas, porém, ganhou maiores proporções devido à necessidade de distanciamento social, tornando-se cada vez mais utilizada pelas empresas. Dessa maneira, visando ao bem-estar e ao conforto, é necessário realizar ajustes em casa para evitar problemas de saúde; pensando nisso, a área de gestão em Saúde e Segurança do Trabalho do SESI (SST, 2020) sugeriu algumas dicas para o ajuste dos postos de trabalho em casa, como podemos ver na Figura 2.4 e nas orientações a seguir: • Escolha um lugar tranquilo: o ambiente deve ser tranquilo, privativo e livre de distrações, de preferência em uma temperatura confortável. É preciso realizar ajustes, como posicionar a tela do computador na altura dos olhos e evitar reflexos de luz na tela. No caso dos notebooks, é recomendável o uso de teclado e mouse externos; • Postura confortável: é importante manter uma postura confortável e adequada, com os ombros e os quadris alinhados, joelhos discretamente abaixo do quadril, pés apoiados no chão ou em descanso para os pés. O punho deve Qualidade de vida e educação física – Educação Física – Pitágoras ficar em posição neutra, as costas devem estar completamente apoiadas no encosto da cadeira e o braço em um descanso na altura do cotovelo; • Faça pequenas pausas: é interessante alternar a postura de trabalho, ficar em pé e fazer pequenas caminhadas, como ir à cozinha tomar água ou fazer pequenos lanches; • Insira, nas pausas, alongamentos e caminhadas: realizar alongamentos e caminhadas é importante para alternar a postura de trabalho. A NR 17 não estabelece qual profissional deve realizar a análise ergonômica, pois, no Brasil, não há formação superior em Ergonomista. Esse trabalho é realizado por profissionais de diferentes áreas que englobam a disciplinas de tecnologia da informação, anatomia, fisiologia, design, organização do trabalho e psicologia. Deste modo, o Ministério do Trabalho publicou uma nota estabelecendo que o profissional responsável por realizar análise ergonômica deve ter conhecimento e capacidade para tal e cumprir as exigências da NR 17. O profissional de educação física, em suas atribuições, pode realizar a análise ergonômica, mas, para isso, deve estar devidamente capacitado (BRASIL, 2016). Segurança e saúde no trabalho A Segurança e Saúde no Trabalho melhoram a qualidade de vida e reduzem a ocorrência de acidentes de trabalho. Elas são garantidas por leis e normas regulamentadoras, constituindo, assim, um dever das organizações e um direito dos trabalhadores (CORRÊA; BOLETTI, 2015). Os cuidados com a Segurança e Saúde no Trabalho devem ser um foco de atenção do empregador, pois acidentes de trabalho podem ocasionar redução ou perda da capacidade funcional e, em casos mais graves, podem levar à morte (CORRÊA; BOLETTI, 2015). Para garantir a saúde e a segurança do trabalho, a maior parte das empresas conta com um departamento multiprofissional, composto por médico do trabalho, enfermeiro, engenheiro e técnico em segurança do trabalho. Esse departamento é responsável por intervenções para a prevenção de acidentes e de doenças ocupacionais (CORRÊA; BOLETTI, 2015). Por mais que seja um direito previsto por lei, empresas menores ainda são omissas, descumprindo as normas regulamentadoras e as leis, com a justificativa de problemas financeiros e de falta de informações sobre a legislação. A falta de segurança e saúde no trabalho expõe os trabalhadores a riscos e situações de perigo (CORRÊA; BOLETTI, 2015). É importante frisar a obrigatoriedade do cumprimento de normas e leis trabalhistas e garantir a segurança e a saúde no trabalho. Para Chirmici e Oliveira (2016, p. 67): As Normas Regulamentadoras (NRs) são as normas mais conhecidas e utilizadas pela área de segurança e saúde no trabalho. São obrigatórias para empresas Qualidade de vida e educação física – Educação Física – Pitágoras públicas e privadas, para órgãos públicos da administração direta e indireta, para órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário, e para todas as empresas que tenham empregados regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). O não cumprimento dessas regulamentações pode acarretar a aplicação de penalidades previstas na legislação, como multas, embargo e interdição. O Ministério do Trabalho e Emprego é o órgão responsável pela regulamentação complementar e pela atualização das normas de saúde e segurança no trabalho, devendo garantir, também, a fiscalização dos ambientes laborais para verificar o cumprimento das leis e das normas regulamentadoras. Outras atribuições relativas à Segurança e Saúde do Trabalho são destinadas a outros ministérios: o Ministério da Saúde é responsável pelas normatizações relacionadas à saúde dos trabalhadores, já o Ministério da Previdência Social cuida dos benefícios previdenciários, da reabilitação profissional e da tarifação coletiva do seguro acidente (CHAGAS; SALIM; SERVO, 2012). O ambiente de trabalho deve ser periodicamente investigado e avaliado para que esteja adequado àsnecessidades e à segurança do trabalhador. Exames clínicos e laboratoriais, audiometria e exames oftalmológicos devem ser realizados regularmente, de acordo com a necessidade de cada posto de trabalho, para prevenir doenças e afastamentos (CHIRMICI; OLIVEIRA, 2016). Os riscos relacionados ao exercício das atividades profissionais podem ser denominados riscos ocupacionais ou riscos ambientais, esses riscos são divididos em cinco grupos (CHIRMICI; OLIVEIRA, 2016): • Físicos: ruído, vibração, radiação ionizante, temperaturas extremas, pressões anormais e umidade; • Químicos: gases, vapores solventes, amônia, pós, poeiras de sílica, solventes, ácidos, fumaças, fumos (partículas sólidas produzidas a partir da condensação de vapores metálicos); • Biológicos: área hospitalar com exposição aos agentes contaminantes, contato com animais portadores de doenças infectocontagiosas em frigoríficos, manipulação de lixos e esgoto, contato com animais destinados ao preparo de soro, vacinas e outros produtos em laboratório, realização de análises clínicas, exames necroscópicos, trabalho em cemitérios, estábulos, banheiros e local com resíduos de animais deteriorados; • Ergonômicos: ambientes e equipamentos inapropriados às necessidades psicofisiológicas do trabalhador, resultando em sobrecarga física, psicológica ou fisiológica; • De acidentes: acidentes ou lesões ocorridos devido à exposição de riscos e à falta de controle desses perigos, no uso de ferramentas inadequadas, equipamentos e maquinários desprotegidos, pisos irregulares, contato com animais peçonhentos (no caso de atividades rurais) e quedas de locais altos. Qualidade de vida e educação física – Educação Física – Pitágoras Dentre esses riscos ocupacionais, os riscos ergonômicos são aqueles que podem ser controlados pelo profissional de educação física por meio da análise ergonômica e da ginástica laboral. Para atuar nesse segmento, o profissional deve conhecer o ambiente organizacional, os riscos ocupacionais, as tarefas executadas em cada setor e deve ser capaz de desenvolver atividades e propor ajustes ergonômicos que reduzam os riscos de doenças e que melhorem a qualidade de vida dos trabalhadores. Responsabilidade Social A conduta das empresas tem se modificado com o passar dos anos; anteriormente, o foco era exclusivamente potencializar os lucros, recentemente, o conceito de responsabilidade social tem se tornado mais presente nas organizações (MELLO; MELLO, 2018). A Responsabilidade Social pode ser entendida como o compromisso das empresas, de maneira voluntária, com comportamentos e ações voltadas para o bem-estar e a saúde de seus colaboradores, do meio ambiente e da sociedade como um todo. A responsabilidade social pode ser classificada em: responsabilidade social corporativa, responsabilidade social empresarial e responsabilidade social ambiental (EON, 2020). O conceito de responsabilidade social corporativa, segundo Knorringa e Nadvi (2016 apud MELO et al., 2019), é “um processo no qual os atores corporativos integram interesses econômicos, sociais e ambientais em suas atividades principais, além de requerer a necessidade de reconhecer os múltiplos interesses de diversas partes interessadas que moldam esse processo”. A responsabilidade social empresarial, por sua vez, abrange a qualidade de vida e o bem-estar dos colaboradores, além da minimização de impactos negativos da atividade organizacional na comunidade e no meio ambiente. Por último, a responsabilidade social ambiental engloba ações voltadas ao benefício social e também à preservação do meio ambiente (EON, 2020). Muitas vezes, os termos responsabilidade social, corporativa e empresarial são utilizados como sinônimos. Segundo Melo et al. (2019), a responsabilidade social corporativa dá conta das seguintes dimensões: • Dimensão ambiental: adoção de um sistema de produção moderno, que evite ou minimize os danos ambientais, prevenção da poluição, desenvolvimento de produtos com menor impacto social e ambiental e projetos de saúde e segurança dos trabalhadores; • Dimensão social: referente às práticas sociais e aos impactos que a organização tem sobre os sistemas sociais que abrange, como colaboradores, fornecedores e comunidades locais; Qualidade de vida e educação física – Educação Física – Pitágoras • Dimensão estratégica: combinação de ações de responsabilidade social com a estratégia organizacional em busca de vantagem competitiva e incorporação da sustentabilidade em seus produtos e serviços. O Brasil tem um papel de destaque nesse contexto, visto que elaborou a Norma Nacional de Responsabilidade Social: a ABNT NBR 16001:2004 Responsabilidade Social – Sistema de gestão – Requisitos, e o Programa Brasileiro de Certificação em Responsabilidade Social (INMETRO, 2012 apud MELLO; MELLO, 2018), além disso, em parceria com a Suécia, também liderou o Grupo de Trabalho da ISO (International Organization for Standardization), para o desenvolvimento da ISO 26000:2010 – Diretrizes em responsabilidade social, de 1º de novembro de 2010 (MELLO; MELLO, 2018). A responsabilidade social deve ser parte da estratégia organizacional, englobando ações voltadas para o benefício social e também para a reputação e competitividade da empresa (MELO et al., 2019). Uma empresa socialmente responsável respeita as relações sociais com colaboradores, fornecedores, acionistas e parceiros, administra seus negócios de maneira ética, respeita suas obrigações com o governo, e promove o desenvolvimento sustentável e a qualidade de vida organizacional e da sociedade em geral (MELO; BRENAND, 2004 apud MELLO; MELLO, 2018). A responsabilidade social é uma temática atual de grande importância, pois faz uma ponte entre a sociedade, o meio ambiente e as organizações, promovendo, assim, a qualidade de vida dos trabalhadores internos e da comunidade, além de maior sustentabilidade e preservação do meio ambiente, o que resulta em maior vantagem competitiva e na melhora da imagem da empresa perante seus parceiros e a sociedade. O profissional de educação física pode atuar de maneira socialmente responsável em seu âmbito profissional? Como isso pode ser feito? Nesta seção, aprendemos a importância do incentivo às práticas saudáveis e entendemos as adequações que devem ser feitas no ambiente de trabalho para a melhora da saúde e do bem-estar dos trabalhadores; conhecemos, também, o conceito de Segurança e Saúde no Trabalho, um direito respaldado por normas e leis que protegem a integridade psicofísica no ambiente de trabalho; e, por fim, compreendemos a responsabilidade social, referente às ações voluntárias das empresas que, além dos próprios interesses, cuidam também de seus funcionários, da comunidade e do meio ambiente. Referências: BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Norma Regulamentadora nº 5, de 8 de junho de 1978. Comissão Interna de Prevenção de Acidente de Trabalho . Disponível em: https://bit.ly/3q8Vbod. Acesso em: 21 out. 2020. https://bit.ly/3q8Vbod Qualidade de vida e educação física – Educação Física – Pitágoras BRASIL. Ministério da Economia/Secretaria Especial de Previdência e Trabalho. 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