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Qualidade de vida e educação física – Educação Física – Pitágoras Unidade 3: Características Importantes a Considerar A Qualidade de Vida e o Estilo de Vida Moderno: A Conciliação Entre Tempo de Trabalho, Deslocamento e Lazer O ritmo de vida moderno é rápido e com transformações vertiginosas, o dia a dia, a rotina e o ritmo de trabalho fazem com que as pessoas vivam em constante correria. Muitos conciliam, ainda, o trabalho, os estudos e os cuidados com a casa e com a família, restando pouco tempo para dedicarem à sua saúde e lazer. A tecnologia também caminha a passos acelerados: a cada momento, surge uma nova inteligência, a qual precisamos aprender e com a qual devemos nos adaptar, o que nos torna constantes aprendizes; no entanto, as transformações seguem na mesma velocidade e logo aquilo a que nos adaptamos torna-se obsoleto e dá lugar a uma nova tecnologia. O avanço tecnológico tem atrapalhado o tempo livre em casa, antes destinado ao lazer, ao ócio ou a outras atividades, uma vez que o acesso a certas ferramentas, como smartphones e notebooks, faz com que o trabalhador esteja conectado ao seu trabalho em tempo integral. A pesquisa Hábitos do Trabalho, realizada pelo Instituto Ipsos (2019), analisou trabalhadores de metrópoles brasileiras com idade entre 18 a 65 anos, das classes A, B e C, demonstrando que 61% dos trabalhadores têm jornada entre seis a oito horas, mas alguns, principalmente pessoas da classe A, entre 45 e 54 anos, trabalham até 12 horas por dia. O deslocamento para o trabalho é feito, principalmente, por transporte público, carro e moto, sendo que 39% dos entrevistados acreditam que o deslocamento para o trabalho tem muito impacto na sua produtividade. Em relação à prática de atividades físicas, 59% dos trabalhadores realizam algum tipo de atividade física, porém, essa prática não foi considerada lazer, pois, muitas vezes, a atividade física é somente uma forma de prevenção de doenças e manutenção da saúde, sendo praticada por necessidade e não como forma de divertimento (INSTITUTO IPSOS, 2019). Quanto à mobilidade urbana, uma pesquisa realizada pelo IBOPE Inteligência (2019), com trabalhadores de classes mais baixas da cidade de São Paulo, demonstrou que o tempo médio diário de deslocamento para realização da atividade principal atinge 1h47; a pesquisa aponta que 58% dos paulistanos chegam a gastar duas horas por dia até o seu local de trabalho. Evidentemente, o tempo de deslocamento é mais baixo em cidades menores, se comparado à realidade de grandes centros, como São Paulo e outras metrópoles, por outro lado, alguns moradores de pequenas cidades também precisam se deslocar para cidades vizinhas para estudar ou trabalhar. Além do tempo despendido com deslocamentos, muitos têm dupla jornada, alguns estudam após o expediente e outros voltam para casa para cuidar dos afazeres Qualidade de vida e educação física – Educação Física – Pitágoras domésticos, dos filhos e da família. Portanto, as pessoas passam a maior parte do dia realizando suas obrigações, assim, sobra pouco tempo e disposição para que se dediquem ao lazer. Além do tempo despendido com deslocamentos, muitos têm dupla jornada, alguns estudam após o expediente e outros voltam para casa para cuidar dos afazeres domésticos, dos filhos e da família. Portanto, as pessoas passam a maior parte do dia realizando suas obrigações, assim, sobra pouco tempo e disposição para que se dediquem ao lazer. O CONCEITO DE LAZER Juntamente com a crescente preocupação com a melhoria da qualidade de vida, o lazer tem sido mais valorizado e disseminado. Segundo Dumazedier (1979 apud SILVA et al., 2011, p. 16): (...) o lazer é o conjunto de ocupações, às quais o indivíduo pode entregar-se de livre vontade, seja para repousar, seja para divertir-se e entreter-se ou ainda para desenvolver sua informação ou formação desinteressada, sua participação social voluntária ou sua livre capacidade criadora após livrar-se ou desembaraçar--se das obrigações profissionais, familiares e sociais. O lazer pode ser caracterizado das seguintes formas (DUMAZEDIER, 1979 apud SILVA et al., 2011): • Caráter libertário: o lazer como liberação das obrigações profissionais, familiares, socioespirituais e sociopolíticas, resultando de uma livre escolha do sujeito; • Caráter desinteressado: o lazer sem relação com o trabalho, com o meio social, político ou de caráter lucrativo; • Caráter hedonístico: o lazer considerando o prazer como motivo principal; • Caráter pessoal: o lazer como descanso, divertimento e desenvolvimento pessoal e social. Para Dumazedier (2008 apud MUNIZ; GHIRARDELLO, 2014), o propósito do lazer é, primeiramente, a liberação do prazer, e suas principais funções podem ser classificadas em: função do descanso; função do divertimento, recreação e entretenimento; e a função do desenvolvimento social e individual. O LAZER E SUAS BARREIRAS Além da falta de tempo disponível devido à vida corrida, outros fatores podem ser empecilhos para o lazer, como o fator econômico e a falta de oportunidades de acesso às diferentes opções de lazer. Muitas atividades de lazer relacionadas ao entretenimento são caras, como teatros, shows e cinema, ficando, portanto, restritas a uma pequena parte da população (SILVA et al., 2011; GODTSFRIEDT, 2010). Qualidade de vida e educação física – Educação Física – Pitágoras Outra barreira é o sexo, as mulheres, em razão de sua rotina de trabalho doméstico, dupla jornada e obrigações, são desfavorecidas, pois, além do trabalho, ainda cuidam da casa e dos filhos. Somando-se à rotina extenuante, há a falta de oportunidades de lazer para elas, uma vez que são os homens que têm mais opções relacionadas à cultura machista, como um encontro com amigos em um bar ou um jogo de futebol (SILVA et al., 2011; GODTSFRIEDT, 2010). A falta de lazer também afeta as crianças mais pobres, que vivem a rotina de trabalho desde cedo ou não têm oportunidades de lazer, por outro lado, crianças de classes sociais mais altas, que têm maior acesso ao lazer, podem ter sua rotina prejudicada pelo excesso de atividades, como aulas de línguas, computação, treinamentos desportivos, entre outros, que nem sempre são atividades prazerosas para a criança, portanto, não podem ser consideradas como lazer (SILVA et al., 2011; GODTSFRIEDT, 2010). Apesar da importância do lazer, muitas pessoas ainda têm dificuldades para engajar- se em alguma atividade de lazer, uma vez que muitos passam, em média, de seis a oito horas no trabalho, fora o período de deslocamento e outros deveres. É preciso muita organização para conseguir tempo de se dedicar ao lazer, respeitando, acima de tudo, suas próprias necessidades. Na correria do dia a dia, o lazer pode ser negligenciado, mas como conciliar o tempo dedicado aos deveres e o tempo destinado ao lazer? Primeiramente, deve-se considerar o lazer como parte da rotina, muitas pessoas não dão o devido valor ao lazer e deixam passar uma oportunidade de descanso, bem-estar e divertimento que traz grandes benefícios para a saúde. Parte do tempo pode ser dedicado à prática de esportes ou atividades físicas, a encontros com amigos ou familiares, à leitura de um livro, ao repouso em um lugar tranquilo... São muitas possibilidades, o importante é proporcionar prazer ao indivíduo. As barreiras devem ser derrubadas pela própria sociedade, ou por meio da ajuda de programas sociais que disponibilizam opções de lazer para a população necessitada. O importante é valorizar a importância do lazer e colocá-lo em prática. O profissional de educação física é um importante mediador do lazer devido à sua formação e ao seu conhecimento em jogos e atividades recreativas. Na área do lazer, ele pode atuar em diferentes nichos de mercado, como hotéis, cruzeiros, hospitais, festas infantis, empresas e escolas. RELAÇÃO TRABALHO-LAZERE SEU REFLEXO NO AMBIENTE PROFISSIONAL Os valores relacionados ao trabalho se opõem ao lazer, porém, lazer e trabalho apresentam íntimas relações, apesar de terem um caráter diferente (SILVA et al., 2011). Qualidade de vida e educação física – Educação Física – Pitágoras O tempo de trabalho, caracterizado pelo cumprimento de obrigações, é apresentado como algo oposto ao tempo livre, caracterizado pela desobrigação e pela liberdade. Apesar de o trabalho ser algo que dignifica, trata-se de uma ação considerada cansativa e rotineira, enquanto o lazer é uma compensação do cansaço relacionado ao trabalho (GOMES, 2008 apud STÊNICO; PAES, 2016). O descanso e o lazer não eram conceitos incorporados ao ambiente de trabalho, mas, atualmente, o pensamento é outro, pois se provou que o investimento na qualidade de vida no trabalho impacta a produtividade, favorecendo o lucro das empresas, dessa forma, o lazer e o trabalho não podem mais ser vistos como opostos, mas sim como conceitos que se complementam (STÊNICO; PAES, 2016). As organizações devem promover ações relacionadas à saúde, ao descanso, e à quebra de regras de horário, disponibilizando recursos que tragam para a empresa opções de lazer atraentes aos seus colaboradores, o que colabora para manter os profissionais satisfeitos e produtivos (STÊNICO; PAES, 2016). Algumas iniciativas em empresas viabilizam o lazer, oferecendo áreas com acesso livre à internet, salas de repouso, videogames e outros jogos; apesar de serem boas ideias, ocorre que a pessoa continua dentro do ambiente de trabalho durante o seu tempo livre (SILVA et al., 2011). A importância do lazer para os trabalhadores O lazer é um direito e está relacionado à limitação da jornada de trabalho, pois o tempo livre é necessário para garantir o lazer do trabalhador. A limitação da jornada de trabalho, de acordo com Silva (2013 apud FERNANDES; ALMEIDA, 2018), além de ser determinante para o cumprimento do direito ao lazer, também vislumbra outros objetivos, como: • O fisiológico: referente à manutenção da saúde por meio da reposição das energias despendidas no trabalho, o que é essencial para a sobrevivência do trabalhador e para a manutenção da produção; • O social: relacionado à utilização do tempo livre para o convívio social e realização dos projetos pessoais; • O econômico: referente à redução dos índices de desemprego, pois a limitação legal da jornada de trabalho demanda a contratação de mais trabalhadores. O LAZER NAS EMPRESAS O lazer dentro das empresas é um conceito em crescimento, principalmente nas médias e grandes empresas, que buscam tornar o ambiente mais agradável e amigável, melhorando a qualidade de vida; ambientes assim são mais atrativos para as pessoas e apresentam melhor imagem perante o mercado e a sociedade (MUNIZ; GHIRARDELLO, 2014). Qualidade de vida e educação física – Educação Física – Pitágoras Algumas empresas oferecem atividades de lazer no próprio ambiente de trabalho para seus colaboradores e até familiares, contribuindo, assim, para um maior acesso ao lazer. Essas ações melhoram a produtividade, reduzem o absenteísmo e a rotatividade (JUNIOR; SILVA, 2008 apud MUNIZ; GHIRARDELLO, 2014). Dentre as ações que a empresa pode proporcionar, estão (MUNIZ; GHIRARDELLO, 2014): • Prevenção da saúde ocupacional e estresse; • Melhoria do rendimento funcional; • Redução do número de acidentes de trabalho; • Diminuição dos gastos com despesas médicas; • Melhoria das relações humanas e de trabalho. Essas ações vêm sendo utilizadas pelas empresas como estratégias de gestão, visando à produtividade, à criatividade, à sociabilidade e à cultura, reduzindo, assim, as dificuldades de acesso às atividades culturais, de entretenimento e lúdicas, tão importantes para a qualidade de vida (MUNIZ; GHIRARDELLO, 2014). Devido à importância do lazer na vida das pessoas e aos seus benefícios para a saúde e para a qualidade de vida, é fundamental que as empresas desenvolvam ações e disponibilizem opções de lazer no ambiente de trabalho. Obviamente, além de proporcionar qualidade de vida, as empresas têm como retorno a melhora da produtividade e lucratividade, construindo, também, uma boa imagem no mercado e na comunidade. PREVENÇÃO DE CONDIÇÕES DE RISCO Nosso estilo de vida, nossos hábitos e as escolhas que fazemos exercem grande influência no nosso estado de saúde e de qualidade de vida. O comportamento sedentário, a má alimentação, o tabagismo, o consumo de bebidas alcoólicas ou de drogas, a direção perigosa, entre outros, são comportamentos que põem em risco a saúde e a segurança. O comportamento preventivo caracteriza-se por ações individuais ou coletivas que minimizam os riscos de doença, ou facilitam a sua detecção precoce. Em países desenvolvidos, os comportamentos de risco estão relacionados ao sedentarismo, ao tabagismo e à obesidade, por exemplo, já nos países em desenvolvimento, relacionam-se à nutrição, ao saneamento básico, à doença mental e ao planejamento familiar (PENDER, 1975; KATALSKI, 1977 apud PRADO, 1993; PRADO, 1993). Para Kals e Coob (1966 apud PRADO, 1993), há três tipos de comportamentos relacionados à saúde: • Comportamento em saúde: com o objetivo de prevenir ou detectar doenças, quando não há sintomas. Qualidade de vida e educação física – Educação Física – Pitágoras • Comportamento em doença: com o objetivo de avaliar o estado de saúde e determinar o tratamento, quando há sinais de doenças. • Comportamento do doente: ações tomadas por uma pessoa doente para recuperar sua saúde. O comportamento preventivo em saúde pode ter caráter primário, quando as pessoas são encorajadas a praticar ações que influenciarão positivamente a saúde e a evitar ações que podem ter influência negativa; ou secundário, quando as pessoas buscam a prevenção ou o tratamento de doenças por meio dos serviços de saúde (WHEELER; RUNDALL, 1980 apud PRADO, 1993). No que tange ao comportamento preventivo em saúde, a prática de exercícios é uma grande aliada tanto na prevenção de doenças quanto no tratamento. Pessoas fisicamente ativas têm menor chance de desenvolverem doenças e, no caso de algumas enfermidades, o exercício, aliado ao tratamento escolhido, provocará uma melhor resposta. Nesse ponto, o profissional de educação física torna-se um dos principais mediadores entre as pessoas e o estilo de vida saudável, por meio da prescrição de exercícios e da conscientização sobre hábitos saudáveis, na recuperação de desordens osteomusculares e outras doenças. Entretanto, para atender esse público, é necessário conhecer suas particularidades, limitações e cuidados, assim como basear-se em diretrizes de prescrição de exercícios para grupos especiais. PREVENÇÃO DE RISCOS AMBIENTAIS NAS ORGANIZAÇÕES Dentro das organizações, a prevenção de riscos e a manutenção da saúde e segurança do trabalhador são garantidas por lei, por meio das normas regulamentadoras, e o não cumprimento dessas regras pode acarretar multas e indenizações. A Norma Regulamentadora NR 9, publicada pela Portaria nº 3.214, de 8 de junho de 1978, determina: (...) a obrigatoriedade da elaboração e implementação, por parte de todos os empregadores e instituições que admitam trabalhadores como empregados, do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais - PPRA, visando à preservação da saúde e da integridade dos trabalhadores, através da antecipação, reconhecimento, avaliação e consequente controle da ocorrência de riscos ambientais existentes ou que venham a existir no ambiente de trabalho, tendo em consideração a proteção do meio ambiente e dos recursos naturais. (BRASIL, 1978, [s.p.]) Os riscos ambientais são aqueles presentes no ambiente de trabalho e que podem prejudicar a saúde do trabalhador, esses riscos são: os agentes físicos, químicos e biológicos que, devido à sua natureza, concentraçãoou intensidade e tempo de exposição, são capazes de causar danos à saúde do trabalhador (BRASIL, 1978). Qualidade de vida e educação física – Educação Física – Pitágoras Uma análise global do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais deve ser realizada anualmente, ou quando necessário, o seu desenvolvimento deve conter as seguintes etapas: antecipação e reconhecimento dos riscos; estabelecimento de prioridades e metas de avaliação e controle; avaliação dos riscos e da exposição dos trabalhadores; implantação de medidas de controle e avaliação de sua eficácia; monitoramento da exposição aos riscos; e registro e divulgação dos dados. O Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT), ou alguma pessoa ou equipe capazes de desenvolver o disposto na NR 9, são responsáveis pela elaboração, implementação, acompanhamento e avaliação desse programa (BRASIL, 1978). O ano de 2015 foi marcado pela tragédia do rompimento da barragem da mineradora Samarco, na cidade de Mariana, resultando em 19 mortes. Posteriormente, no ano de 2019, houve um dos maiores acidentes de trabalho, matando 259 pessoas e deixando outras 11 desaparecidas, após o rompimento da barragem do Córrego do Feijão, em Brumadinho. As duas barragens eram controladas pela empresa Vale. Além das mortes, os desastres impactaram a sociedade e o meio ambiente. Em um relatório de auditoria do Tribunal de Contas da União, foi identificado que a falta de manutenção de barragens está causando muitos acidentes com mortes e danos ambientais. A causa desses acidentes deriva da falta de manutenção, do uso de baixo orçamento, da inadequação dos recursos humanos qualificados e da ausência de treinamentos internos (SECOM TCU, 2019). Após a tragédia de Mariana, como uma catástrofe ainda maior pôde ocorrer? Se a segurança no trabalho é garantida por lei, como as vidas de tantos trabalhadores foram ceifadas? PERCEPÇÃO DE SAÚDE A saúde abrange aspectos físicos, mentais e emocionais, e é fundamentalmente importante para a qualidade de vida, pois mesmo que o indivíduo tenha satisfação em outros pontos de sua vida, como no trabalho e em relações sociais, o comprometimento da saúde interfere negativamente na qualidade de vida. Os sinais, sintomas e sensações resultantes de uma enfermidade são fatores que prejudicam a qualidade de vida, ao passo que essa condição resulta em dor, desconforto, mal-estar, indisposição e limitações, e, dependendo da doença, as sensações resultantes são abatimento, tristeza e medo. Em função disso, a saúde mostra-se fundamental para a manutenção do bem-estar e da qualidade de vida. Os fatores que determinam a saúde são abrangentes e podem ser divididos em categorias (GEORGE, 2011 apud CARRAPATO et al., 2017): • Fixos ou biológicos: idade, sexo e fatores genéticos. • Econômicos e sociais: posição social, emprego, pobreza e exclusão social. Qualidade de vida e educação física – Educação Física – Pitágoras • Ambientais: poluição, biodiversidade, aquecimento global, condições de habitação, ambiente urbano e social. • Estilos de vida: qualidade da alimentação, nível de atividade física, tabagismo, consumo de álcool e comportamento sexual. • Acesso aos serviços: saúde, educação, transporte, serviços sociais e lazer. A idade e o sexo são fatores biológicos que podem predispor algumas doenças; certas moléstias são mais comuns em mulheres do que em homens, ou mais comuns em idosos do que em jovens, ademais, os fatores genéticos exercem grande influência no estado de saúde. A interferência das condições sociais, ambientais e econômicas no estado de saúde também é significativa: as condições em que as pessoas nascem, crescem, vivem e envelhecem correspondem a grande parte dos fatores que determinam as condições de saúde (CAMPOS; SATURNO; CARNEIRO, 2010 apud CARRAPATO et al., 2017). Muitos estudos e pesquisas para determinar condições de saúde e qualidade de vida baseiam-se na percepção da saúde, que é a forma como as pessoas identificam seu próprio estado de saúde, seja de maneira objetiva, por meio de parâmetros que mostram como a saúde realmente está, ou subjetiva, sendo a forma como as pessoas sentem e percebem seu estado de saúde. Segundo a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) de 2019, que coleta informações sobre o desempenho do sistema nacional de saúde, a autoavaliação da saúde, ou seja, a percepção dos indivíduos de sua própria saúde, mostrou que, em 2019, 66,1% da população brasileira autoavaliaram sua saúde como boa ou muito boa, enquanto 28,1% como regular, e 5,8% como ruim ou muito ruim (IBGE, 2020). Quando estratificado por regiões, observou-se que, nas regiões Sul e Sudeste, 71,9% e 70,3%, respectivamente, avaliaram sua saúde como boa ou muito boa, enquanto no Nordeste apenas 56,7% avaliaram no mesmo nível, como podemos observar na figura. Qualidade de vida e educação física – Educação Física – Pitágoras Fonte: IBGE (2020, p. 28). Quanto à percepção de saúde de acordo com o sexo, os homens fizeram uma autoavaliação mais positiva do que as mulheres: 70,4% deles consideraram sua saúde como boa ou muito boa, ao passo que 62,3% das mulheres avaliaram da mesma forma. Em relação à raça, 71,0% da população branca avaliaram sua saúde como boa ou muito boa, já para a população parda, esse percentual foi de 62,1%. Os resultados também demonstraram que, quanto maior a faixa etária, menor o percentual de pessoas que avaliaram sua saúde como boa ou muito boa. Em relação ao nível de instrução, quanto maior o grau de instrução, maior o percentual daqueles que consideraram sua saúde boa ou muito boa, como mostra a figura: Qualidade de vida e educação física – Educação Física – Pitágoras Fonte: IBGE (2020, p. 28). As condições de trabalho e renda demostraram ter relação com a percepção de saúde, de modo que 51,3% das pessoas desempregadas avaliaram sua saúde como boa ou muito boa, enquanto 73,8% das pessoas empregadas avaliaram sua saúde nesse mesmo grau. A renda também influenciou a percepção de saúde, 55,5% das pessoas com rendimento de até um quarto do salário-mínimo consideraram sua saúde como boa ou muito boa, enquanto 86,4% do grupo de pessoas com rendimento mais elevado tiveram a mesma percepção, como podemos ver na figura: Qualidade de vida e educação física – Educação Física – Pitágoras Fonte: IBGE (2020, p. 28). A percepção de saúde não se limita apenas às sensações físicas, mas também às consequências sociais e psicológicas da presença da enfermidade, abrangendo os aspectos físicos, emocionais, de bem-estar e de satisfação com a própria vida (IBGE, 2020). A Organização Mundial da Saúde (ONU, 1998, p. 10) define que “saúde é um estado de completo bem-estar físico, mental e social e não apenas a mera ausência de doença ou enfermidade”. De fato, a saúde não se refere apenas aos sintomas e sensações físicas, mas também à saúde mental, social e econômica. E a percepção de saúde é uma importante ferramenta para analisar as condições de saúde da população, que é influenciada pelo nível socioeconômico e por aspectos demográficos, como raça, sexo e idade. Nesta seção, vimos a relação entre lazer, qualidade de vida e ambiente de trabalho, e discutimos sobre a importância do comportamento preventivo e do cumprimento das normas regulamentadoras para a redução de riscos. Conhecemos, também, a relevância da percepção de saúde para a compreensão das condições de saúde nos âmbitos físico, mental e socioeconômico. Qualidade de vida e educação física – Educação Física – Pitágoras RESPONSABILIDADE E O PAPEL DAS EQUIPES MULTIPROFISSIONAIS SOBRE SAÚDE E QUALIDADE DE VIDA DA POPULAÇÃO O ser humano é bastante plural, sua saúde e qualidade de vida dependem de diversos fatores, sendo assim, nada mais condizente do que a atenção à saúde ocorrer de forma pluralizada. O trabalho multiprofissionalengloba profissionais de diferentes especialidades trabalhando juntos pela mesma finalidade. Na área da saúde, as equipes multiprofissionais geralmente são compostas por médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, nutricionistas, terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogos e profissionais de educação física. As equipes multiprofissionais são fundamentais, pois dessa forma o indivíduo recebe atenção especializada de cada área, e não um tratamento generalizado, assim, o tratamento ou programa de prevenção pode ser mais direcionado e eficaz. Nesse tipo de abordagem, cada profissional deve comprometer-se com o trabalho de acordo com seu campo de atuação, e todo o grupo deve comprometer-se com as propostas de promoção da saúde integral, uma vez que é insuficiente pensar o indivíduo de forma fragmentada, por áreas de estudo no campo da saúde, ou mesmo considerar que sua saúde está restrita ao adequado funcionamento dos sistemas fisiológicos. Na realidade, o ser humano é muito mais abrangente, portanto a sua saúde deve ser cuidada de maneira ampla. Apesar da regularização da atuação do profissional de educação física no SUS e de sua importância na promoção da saúde, sua presença em equipes multidisciplinares de programas de saúde pública não é obrigatória, assim, há poucos profissionais atuando na área, e as atividades físicas nesses locais são sugeridas por outros profissionais de saúde, sem conhecimento adequado para tal finalidade. O profissional de educação física foi reconhecido como profissional da saúde pelo Conselho Nacional de Saúde em março de 1997, por meio da Resolução CNS n° 218 (BRASIL, 1997a). No atendimento multiprofissional, o papel do profissional de educação física é o de promover bem-estar e saúde por meio da prescrição de exercícios, e, dentre seus diversos locais de atuação, estão os hospitais e as UBS. A inserção de profissionais de educação física em equipes multidisciplinares para contribuir na prevenção e no tratamento de doenças em hospitais e UBS é uma realidade crescente, entretanto, ainda está longe do ideal. Para Saito (2008), o profissional de educação física pode atuar em instituições e órgãos públicos e privados de prestação de serviços de saúde que envolvam a atividade física ou o exercício físico, e a intervenção realizada por esse profissional pode ser aplicada em três níveis diferentes: Qualidade de vida e educação física – Educação Física – Pitágoras • Intervenção primária: objetiva a promoção da saúde, buscando reduzir os fatores de risco e diminuir a incidência de uma doença, minimizando o surgimento de casos novos. • Intervenção secundária: busca diminuir a prevalência de uma doença, detectando-a em estágio inicial e reduzindo sua evolução, duração e efeitos de longo prazo. • Intervenção terciária: visa a diminuir a prevalência das incapacidades crônicas, reduzindo ao mínimo as deficiências funcionais consecutivas à doença já existente, e permitindo uma rápida e melhor reintegração do indivíduo na sociedade, com aproveitamento das capacidades remanescentes. Na intervenção terciária à saúde, o profissional de educação física pode atuar em hospitais, clínicas ou mesmo na residência do paciente para atendimento individualizado, conhecido como home care. O profissional de educação física, como profissional da saúde, é responsável pela promoção e reabilitação da saúde por meio da prescrição de exercícios. Vale investir nesse importante nicho de atuação que se encontra em expansão. O profissional de educação física pode atuar em hospitais e UBS e ter seu espaço respeitado em uma equipe multidisciplinar, para isso, precisa ter aprofundamento teórico e conhecer o funcionamento dos sistemas básicos de saúde, além de ter qualificação profissional na área por meio de cursos e especializações, atualizando seus conhecimentos por meio da leitura de artigos científicos e guidelines (diretrizes) sobre doenças crônicas não transmissíveis, o que tornará o profissional confiante e apto a realizar o seu trabalho, sendo capaz de prescrever exercícios com eficiência e riscos minimizados, e estando preparado a discutir e planejar junto à equipe multidisciplinar. PROGRAMAS DE BEM-ESTAR E QUALIDADE DE VIDA EM SAÚDE COLETIVA A partir de 1990, houve uma expansão da promoção da saúde no Brasil para obtenção de melhor qualidade de vida por meio do fortalecimento da saúde pública e da cidadania (SCABAR; PELICIONI; PELICIONI, 2012). Posteriormente, foi elaborada a Política Nacional de Promoção da Saúde, com o objetivo de garantir os princípios do SUS, melhorando os serviços prestados, a qualidade de vida, e reduzindo a vulnerabilidade e os riscos à saúde, bem como seus fatores determinantes, como condições de vida, trabalho, habitação, ambiente, educação, lazer, cultura e acesso a bens e serviços essenciais (BRASIL, 2010). Entre os objetivos específicos da Política Nacional de Promoção da Saúde, estão ações para a prática corporal e atividade física na rede básica de saúde e na comunidade, com destaque para ações de conscientização, mobilização de parceiros e ações de Qualidade de vida e educação física – Educação Física – Pitágoras monitoramento e avaliação, objetivando a prevenção, a promoção, a proteção e a reabilitação da saúde (SCABAR; PELICIONI; PELICIONI, 2012). No ano de 2008, foi criado o Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF), regulamentado pela Portaria nº 2.488, de 21 de outubro de 2011, ampliando as ofertas de saúde na rede pública. Os NASFs são equipes multiprofissionais, de diferentes áreas de conhecimento, responsáveis pelos cuidados físico e mental dos usuários do SUS, não apenas com foco em reabilitação de doenças, mas também em promoção da saúde e incentivo a comportamentos saudáveis (SAPS, c2020). Essas equipes multiprofissionais atuam em conjunto com as equipes de Saúde da Família (SF), com as equipes de Atenção Básica para populações específicas (consultórios na rua, equipes ribeirinhas e fluviais) e com o Programa Academia da Saúde. Essa integração de equipes visa a ampliar e a melhorar a eficiência das intervenções realizadas nas Unidades de Saúde ou no atendimento domiciliar (SAPS, c2020). Seguindo os princípios da Política Nacional de Promoção da Saúde (PNPS) e da Política Nacional de Atenção Básica (PNAB), foi desenvolvido, no ano de 2011, o Programa Academia da Saúde, possibilitando a promoção da saúde por meio de: práticas corporais, favorecidas pela implementação de ciclovias, ações de informação e questões relativas à mobilidade urbana, educação e comunicação, e implementação de polos, que são espaços estruturados para a prática de atividade física com profissionais de saúde e profissionais de educação física que orientam as práticas (SAPS, c2011). Na área da promoção de saúde, o profissional de educação física tem como função realizar avaliações físicas e funcionais, prescrever exercícios que contemplem condicionamento aeróbico, força e flexibilidade muscular, coordenação motora e equilíbrio dos pacientes, respeitando sua individualidade, limitações, necessidades e estado de saúde. Além da parte física, o indivíduo deve ser considerado como um todo, levando em conta tanto sua parte emocional e social quanto o ambiente em que está inserido, visando, assim, não apenas à prevenção de doenças e à reabilitação do paciente, mas também à promoção da qualidade de vida de forma ampla. O profissional de educação física que atua nesse nicho deve ser qualificado, e deve, também, compreender o funcionamento do SUS e dos programas de saúde dos quais faz parte, assumindo um perfil profissional que implique na adoção de posturas condizentes com o conceito de promoção da saúde, baseando-se em um enfoque social e inclusivo. Há cursos específicos para preparar o profissional de educação física que queira atuar na área da saúde pública. O Ministério da Saúde oferece oCurso de Especialização em Estratégia Saúde da Família (CEESF), direcionado para profissionais que atuam no NASF. Além de cursos de especialização, o Ministério da Saúde, em parceria com o Qualidade de vida e educação física – Educação Física – Pitágoras Ministério da Educação, oferece a Residência Multiprofissional em Saúde da Família (RMSF), para favorecer a inserção qualificada de profissionais da saúde no SUS. Além dos cursos oferecidos pelo governo, há instituições particulares que oferecem especializações e residência em saúde da família. Para atuar nos NASFs, o profissional de Educação Física deve ser contratado pelo município por meio de concurso público ou processo seletivo público (SAPS, c2020). IMPORTÂNCIA DA INFORMAÇÃO PARA UMA VIDA SAUDÁVEL Todos os cidadãos têm direito à saúde. Segundo a Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 (2016, p.118), “a saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação”. É fundamental que os cidadãos conheçam seus direitos para que possam usufruí-los em qualquer esfera. Na saúde, além de conhecer os direitos ao acesso aos serviços de saúde, é importante que o cidadão tenha conhecimento de como cuidar de sua saúde e manter hábitos saudáveis. Lamentavelmente, vivemos em um país com grande desigualdade social, além de uma grande desigualdade de informação e de acesso a profissionais de saúde qualificados de diferentes áreas. Por outro lado, atualmente, a internet possibilita o acesso a uma gama imensa de informações sobre variados assuntos. Em sites de busca, podemos encontrar informações de como cuidar de nossa saúde, porém, algumas dessas informações não são confiáveis e, o que pode parecer um benefício, é, na realidade, um grande risco, pois uma informação errada ou mentirosa pode resultar em sérios problemas para a saúde. Para a manutenção de um estilo de vida saudável, é importante ter informações corretas sobre como se alimentar, como praticar exercícios, como prevenir determinadas doenças, e como reduzir fatores de risco e exposição a agentes danosos à saúde. Obviamente, o acesso às informações corretas traz grandes benefícios para a saúde, já o consumo de informações equivocadas, falsas e irresponsáveis exerce um efeito contrário. Para aumentar a confiabilidade no consumo de informações, a busca deve ser realizada em fontes confiáveis e conhecidas, além disso, profissionais da saúde qualificados devem ser procurados para consultas, e deve-se sempre recorrer aos serviços de saúde disponíveis. Nos serviços de saúde pública, o atendimento aos usuários é mediado pelos trabalhadores do SUS por meio da comunicação, que pode ser dificultada por muitas barreiras. A diferença sociocultural, o estágio de desenvolvimento cognitivo e intelectual do paciente e algumas limitações, como déficit auditivo e visual, Qualidade de vida e educação física – Educação Física – Pitágoras interferem na boa comunicação (ACQUA et al., 1997 apud CORIOLANO-MARINUS, 2014). Dessa forma, a informação não é passada ou entendida corretamente, o que impossibilita que seja colocada em prática. A comunicação na saúde deve ocorrer de forma clara, objetiva e simplificada para que o cidadão, independentemente de seu nível de conhecimento prévio, possa compreender e agir conforme orientado. É indispensável que cada indivíduo tenha conhecimento sobre práticas básicas de cuidado à saúde, como a manipulação e a conservação de alimentos, o consumo de alimentos saudáveis e as opções de atividade física condizentes com o seu estado de saúde e limitações. É fundamental, também, entender sobre comportamentos preventivos, como usar preservativos, tomar vacinas e realizar acompanhamento médico periódico; outro ponto fundamental é saber como manter os hábitos de higiene pessoal e da casa, limpar o quintal e evitar acúmulo de água parada e entulho, para barrar a proliferação de mosquitos e de animais peçonhentos. Quanto maior o conhecimento a respeito do próprio corpo, de como manter hábitos saudáveis e de higiene, melhor será o estado de saúde do indivíduo, pois os riscos de doenças serão minimizados. Com o aumento do acesso à internet e o consumo excessivo de informações, um problema tem se tornando cada vez mais comum, as fake news, que são notícias falsas, disseminadas de forma rápida por meio das redes sociais e de aplicativos de mensagens, levando desinformação e colocando em risco a saúde da população. Na área da saúde, são transmitidas mensagens de tratamentos alternativos de doenças, sem qualquer comprovação científica, o que pode fazer com que as pessoas abandonem os tratamentos convencionais e coloquem suas vidas em risco. Atualmente, há uma tendência em atribuir efeitos colaterais graves às vacinas, fazendo com que algumas pessoas, por medo, não se vacinem ou deixem de levar seus filhos para a vacinação. De fato, a negligência com a vacinação é um grave problema de saúde pública, pois pode aumentar a disseminação de certas doenças e colocar a saúde da população em risco. Como cidadão e profissional da área de saúde, qual atitude você tomaria para evitar a disseminação ou o consumo dessas fake news? BONS HÁBITOS DESDE A INFÂNCIA (ATIVIDADE FÍSICA, HIGIENE, ALIMENTAÇÃO) A fase de desenvolvimento inicial do ser humano é decisiva na consolidação de comportamentos e hábitos, em vista disso, proporcionar o ensino e estimular a prática de hábitos de saúde desde a infância é fundamental para a formação de um cidadão saudável e consciente de seu corpo. A promoção da saúde acontece por meio da educação, da adoção de hábitos saudáveis e do convívio em ambiente saudável, desse modo, políticas públicas, direcionadas à qualidade de vida e à saúde, podem ajudar nesse processo. Entre as ações de saúde, estão as medidas de vigilância epidemiológica (identificação, registro e controle da ocorrência de doenças), vacinações, saneamento básico e vigilância sanitária de Qualidade de vida e educação física – Educação Física – Pitágoras alimentos, do meio ambiente e de medicamentos (BRASIL, 1997b). A educação em saúde da criança deve começar em casa, com a família, por meio de exemplos ou aconselhamentos dos pais ou responsáveis. A partir da orientação dos adultos, as crianças são capazes de cuidar de sua higiene, de se alimentar, e de escolher formas de lazer e de descanso. Na escola, a capacidade de autonomia das crianças é desenvolvida por meio da valorização de hábitos saudáveis, como alimentação saudável, cuidados com o corpo, formas de lazer, organização e limpeza do espaço e dos materiais escolares, além do ganho de cultura e conhecimento. A escola cumpre um importante papel na educação de hábitos saudáveis, porém, não fará, sozinha, com que os alunos adquiram saúde (BRASIL, 1997b). Os valores de uma criança devem ser inseridos em casa desde o início de os primeiros meses de vida, entretanto, nem todos os valores recebidos da família são favoráveis à saúde da criança. Quando a criança ingressa na escola, leva consigo os valores positivos ou negativos relacionados à saúde aprendidos anteriormente, a partir daí, a escola deve assumir a responsabilidade pela educação em saúde por meio de um processo sistematizado e contínuo, e os valores expressos na escola, como a qualidade da merenda escolar, a limpeza, as atividades propostas, a relação professor-aluno, são aprendidos pelas crianças diariamente e devem servir de exemplo para sua formação em saúde (BRASIL, 1997b). HIGIENE PESSOAL A higiene pessoal é imprescindível para a manutenção da saúde, e a aprendizagem desses hábitos deve ter início na infância, por meio de comportamentos e ações vividas em casa, ou no ambiente escolar, como lavaras mãos, escovar os dentes, tomar banho, manter seus materiais escolares limpos, entre outros. Contudo, a realidade da criança deve ser considerada: para uma parte das crianças, muitas ações são difíceis de serem propostas devido às baixas condições socioeconômicas, nesses casos, soluções devem ser criadas para atender às necessidades desse grupo (BRASIL, 1997b). Os hábitos de higiene evitam o aparecimento de muitas doenças, porque dificultam a entrada de microrganismos que possam desencadear uma enfermidade no corpo, por isso ações como lavar as mãos são tão estimuladas em surtos de doenças contagiosas. NUTRIÇÃO A alimentação adequada é fundamental para o crescimento e o desenvolvimento das crianças, assim como para o desempenho de atividades diárias e para a promoção e a recuperação da saúde (BRASIL, 1997b). Qualidade de vida e educação física – Educação Física – Pitágoras Ainda que a alimentação seja extremamente importante para a formação e a manutenção da saúde da criança, muitas sofrem de desnutrição, anemia e obesidade. No Brasil, a desnutrição e a anemia são graves problemas de saúde pública, pois reduzem a capacidade de resposta às doenças e, em muitos casos, podem levar à morte devido às complicações decorrentes da baixa resistência por desnutrição (BRASIL, 1997b). Para as crianças em situação de vulnerabilidade, é a escola que ocupa o papel fundamental de proporcionar uma alimentação de qualidade. Além da desnutrição, outro aspecto importante relacionado à alimentação é a obesidade infantil, que também representa um problema de saúde pública com grande prevalência entre jovens de diferentes grupos sociais, resultando em fator de risco aumentado para doenças crônico-degenerativas, como hipertensão arterial, diabetes e problemas cardiovasculares (BRASIL, 1997b). É importante que desde cedo as crianças tenham acesso aos alimentos saudáveis e nutritivos e que recebam educação sobre alimentação de qualidade, incluindo, em sua dieta, alimentos variados, como frutas, verduras e legumes, e evitando o consumo excessivo de açúcar, sal e alimentos processados e industrializados. ATIVIDADE FÍSICA O movimento corporal é uma necessidade inerente ao ser humano, pode ser utilizado como forma de expressão, de trabalho ou de lazer, é imbuído de significado e de valores culturais, e proporciona grandes benefícios à saúde. A automatização do controle na execução de movimentos, desde os mais básicos aos mais complexos, faz parte do processo de desenvolvimento motor do ser humano, que se consolida por meio da quantidade e da qualidade nos exercícios dos diversos esquemas motores. O incremento de oportunidades de movimentação, como correr, saltar, girar ou dançar, aumenta a tendência de automatização do movimento, assim, menos atenção será necessária no controle de sua execução, o que permite que a atenção volte-se ao aperfeiçoamento desses mesmos movimentos ou ao enfrentamento de outros desafios (BRASIL,1997c). As capacidades e habilidades da criança ao ingressar na escola dependerão das experiências corporais vividas anteriormente. As crianças que não tiveram possibilidade de brincar e de conviver com outras crianças, explorando diferentes espaços, possivelmente terão suas competências restritas, por outro lado, as crianças que tiveram essas vivências já têm uma série de conhecimentos sobre movimento, corpo e cultura corporal (BRASIL,1997c). No ambiente escolar, a aula de Educação Física é um dos momentos, ou o único momento, para que a criança vivencie o movimento, aprenda a distribuir-se no espaço, a organizar-se em grupos, a ouvir o professor, a arrumar materiais e a praticar o lazer e a atividade física, aspectos fundamentais para a manutenção da saúde (BRASIL,1997c). Qualidade de vida e educação física – Educação Física – Pitágoras Nos contextos estudados, foi possível observar claramente a importância da família na formação de valores e de hábitos saudáveis da criança, ficando evidente, também, o papel da escola na continuidade desse processo de educação em saúde. Nesta seção, conhecemos a importância da informação e dos bons hábitos de saúde que devem ter início na infância. Vimos, ainda, o papel das equipes multiprofissionais e da saúde pública para a qualidade de vida da população. A QUALIDADE DE VIDA NO PERÍODO ESCOLAR A qualidade de vida pode interferir diretamente no aprendizado e, para que o processo de ensino-aprendizagem ocorra de forma plena, o ambiente escolar deve proporcionar condições adequadas (RIBEIRO et al., 2012). A escola é o local ideal para a promoção da qualidade de vida; a Organização Mundial da Saúde (OMS) propõe o conceito de Escola Promotora da Saúde, visando à promoção da qualidade de vida com os seguintes objetivos (ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE, 2006 apud VILARTA, 2008): • Educação para a saúde e o ensino de habilidades para a vida, visando à aquisição de conhecimento sobre a adoção e a manutenção de comportamentos e estilos de vida saudáveis. • Estruturação de ambientes saudáveis para criar e melhorar a qualidade de vida na escola e nos locais onde ela está situada. • Fortalecimento da colaboração entre os serviços de saúde e de educação, visando à promoção integrada da saúde, alimentação, nutrição, lazer, atividade física e formação profissional. A inserção de ações que visam à qualidade de vida no ambiente escolar deve ser planejada após um levantamento sobre as principais necessidades da comunidade e possíveis soluções para saná-las, além de formas de monitoração do processo (OPAS/OMS, 2003 apud VILARTA, 2008). Um dos focos das ações de qualidade de vida no ambiente escolar é o ensino sobre temáticas como: hábitos alimentares adequados, importância de priorizar o consumo de água, sucos naturais, frutas, legumes, verduras, cereais e grãos, e restrição a doces, a alimentos ricos em gordura saturada, a produtos processados, a industrializados e a refrigerantes, os quais, vale ressaltar, são muitas vezes fornecidos pelas próprias cantinas das escolas (VILARTA, 2008). Em alguns locais, a venda de doces, balas, frituras e refrigerantes é proibida, seja dentro das escolas ou em sua porta. Outro aspecto importante a se considerar é o cuidado com a postura corporal em diferentes situações do dia. O descuido com a postura pode causar dores e distúrbios osteomusculares, os quais podem ser corrigidos na idade escolar, principalmente em relação às posturas sentada ou transportando materiais escolares (VILARTA, 2008). Qualidade de vida e educação física – Educação Física – Pitágoras A Educação Física é de essencial importância na vida escolar, pois proporciona a vivência do movimento corporal e incentiva a prática, afastando os alunos de um estilo de vida sedentário, que é um importante fator de risco para doenças crônicas. Adultos que foram ativos quando criança têm maiores chances de continuarem ativos (SOUZA JUNIOR, 2008 apud PEDRO; FERREIRA, 2014). O comportamento preventivo, outro importante aspecto para a qualidade de vida, deve ser abordado nas escolas. Alguns dados críticos mostram o aumento do abuso de substâncias tóxicas, como álcool, anfetaminas, maconha, ansiolítico e tabaco, por crianças e adolescentes, chegando às escolas com facilidade. O consumo de álcool pode prejudicar a saúde, causar acidentes de carro, comportamento agressivo, irritabilidade e queda do rendimento escolar (VILARTA, 2008). Brasil (2009) dá as seguintes recomendações para proporcionar qualidade de vida a crianças entre zero a dez anos: • Estimular o consumo de frutas, verduras e legumes; • Verificar condições alimentares pouco saudáveis e orientar os pais para uma alimentação adequada; • Orientar os pais sobre vacinação, cuidados gerais, higiene e estimulação de acordo com a idade da criança; • Verificar e estimular a prática de atividade física regular. Para adolescentes,Brasil (2009) recomenda: • Estimular o consumo de frutas, verduras e legumes; • Verificar a presença de condições alimentares pouco saudáveis; • Orientar o jovem e/ou responsável para uma alimentação mais adequada; • Investigar dislipidemias e oferecer orientações em caso de alterações; • Orientar o adolescente e/ou responsável sobre vacinação, hábitos de saúde, orientação sexual, prevenção e combate ao tabagismo, ao alcoolismo e ao uso de drogas; • Verificar e estimular a prática de atividade física regular orientada; • Em caso de baixo peso, investigar as possíveis causas, com atenção especial para o consumo insuficiente, alto gasto energético ou sinais de transtornos alimentares, e orientar corretamente o adolescente e/ou responsável quanto à prática alimentar. Além dos aspectos relacionados à saúde física, outros fatores são determinantes para a qualidade de vida dos alunos, como a saúde emocional e as relações sociais. As emoções devem ser ensinadas e discutidas durante o processo educacional, pois crianças e jovens ainda não têm maturidade suficiente para lidar com todas as emoções, de modo que aprender a compreendê-las e a controlá-las pode representar um grande desafio. Durante o processo de desenvolvimento humano, passamos por grandes transformações físicas e emocionais, lidamos com a imagem corporal, com Qualidade de vida e educação física – Educação Física – Pitágoras relacionamentos interpessoais, e vivenciamos problemas familiares ou socioeconômicos que podem interferir diretamente na nossa qualidade de vida. O PAPEL DO PROFISSIONAL DE EDUCAÇÃO FÍSICA O profissional de educação física, devido às suas competências e habilidades, é o profissional ideal para trabalhar a qualidade de vida no ambiente escolar, e sua participação nas aulas de Educação Física deve ser garantida para todos os níveis escolares. Nesse contexto, suas ações devem envolver: a avaliação física relacionada à saúde periódica; o incentivo de hábitos saudáveis e estilo de vida ativo, o que pode ser feito por meio da promoção de aulas de Educação Física agradáveis, informativas e educativas; e a realização de avaliações das principais demandas em saúde, atividade física e hábitos alimentares, buscando, com base nos resultados, promover ações de melhoria dentro do ambiente escolar (VILARTA, 2008). A qualidade de vida depende muito do ambiente, e a escola representa um dos principais locais de desenvolvimento humano. Para proporcionar qualidade de vida para os alunos, o ambiente deve ser adequado e os profissionais, preparados. Como a qualidade de vida pode ser aprimorada de forma global, não apenas visando ao estado físico, durante as aulas de Educação Física? POSSIBILIDADES DE PROMOÇÃO DA SAÚDE NO AMBIENTE ESCOLAR A interação entre saúde e educação é fundamental para a qualidade de vida. As primeiras ações de educação em saúde no Brasil ocorreram a partir do ano de 1889, voltadas ao ensino de comportamentos e hábitos saudáveis. No início do século XX, a educação em saúde focava no desenvolvimento da pessoa saudável e produtiva por meio da observação, do exame, do controle e da disciplina da criança; as práticas pedagógicas baseavam-se na mudança de comportamentos de forma individualizada, sem considerar a realidade na qual a criança estava inserida (VALADÃO, 2004; GONÇALVES et al., 2008 apud CARVALHO, 2015). Ao passar dos anos, a saúde escolar no Brasil passou para uma abordagem técnico- científica, modificando o foco tradicional comportamental e de lógica biomédica para uma metodologia voltada à promoção da saúde na escola (FIGUEIREDO; MACHADO; ABREU, 2010 apud CARVALHO, 2015). A promoção da saúde na escola é fundamental para a formação de cidadãos conscientes e mais saudáveis. Os períodos da infância e da adolescência são etapas do desenvolvimento humano durante as quais ocorre a formação do caráter, do comportamento, da personalidade e do estilo de vida, características que são influenciadas pelo ambiente no qual a criança ou o jovem estão inseridos (BUSS, 2001 apud CARVALHO, 2015). Abordar saúde na educação é proporcionar autonomia e conhecimento aos alunos, para que eles sejam capazes de cuidar de sua saúde e de manter hábitos saudáveis de forma duradoura (LIMA et al., 2012). Qualidade de vida e educação física – Educação Física – Pitágoras A saúde na escola vai além do conteúdo curricular, abrangendo outros aspectos da vida, como sono de qualidade, alimentação saudável, higiene pessoal, ambiente escolar, relações interpessoais dentro da escola, gestão saudável do meio ambiente e conhecimento sobre o desenvolvimento científico na área da saúde. A construção do conhecimento em saúde deve basear-se em motivar os alunos a escolherem comportamentos saudáveis ao invés de comportamentos de risco (LIMA et al., 2012). Algumas ações podem ser utilizadas para trabalhar e promover o conceito de saúde nas escolas, como: distribuição de cartilhas e panfletos informativos, atividades lúdicas educativas, teatro e contação de histórias (CASEMIRO; FONSECA; SECCO, 2014). As ações de promoção da saúde na escola podem ser potencializadas pela participação das equipes de Saúde da Família associadas às equipes de educação (DEMARZO; AQUILANTE, 2008 apud BRASIL, 2009). PROGRAMA SAÚDE NA ESCOLA O Programa Saúde na Escola (PSE), regulamentado pelo Decreto Presidencial nº 6.286, de 5 de dezembro de 2007, tem como objetivo incentivar os cuidados com a saúde de estudantes da rede pública de ensino por meio de ações de promoção, prevenção e atenção à saúde, além do enfrentamento às vulnerabilidades que podem prejudicar o desenvolvimento (BRASIL, 2009). As ações do programa podem ser desenvolvidas de acordo com a área de abrangência da Estratégia Saúde da Família, ou em espaços públicos, como escolas, centros de saúde, praças, ginásios esportivos, etc. A escola é o espaço ideal para o desenvolvimento desse projeto. Os principais objetivos do Programa Saúde na Escola são (BRASIL, 2009): • Promover a saúde e reforçar a prevenção de agravos à saúde. • Articular as ações da rede pública de saúde com as ações da rede pública de ensino, extravasando suas ações aos estudantes e suas famílias. • Proporcionar a formação integral dos alunos. • Desenvolver um sistema de atenção social, com foco na promoção da cidadania e direitos humanos. • Reforçar o combate das vulnerabilidades que possam comprometer o desenvolvimento escolar. • Promover a comunicação entre escolas e unidades de saúde, e a troca de informações sobre as condições de saúde dos estudantes. • Fortalecer a participação comunitária nas políticas de Educação Básica e saúde. • O Programa Saúde na Escola é composto por cinco componentes que devem ser seguidos para que os objetivos do programa sejam alcançados (BRASIL, 2020): • Avaliação das condições de saúde das crianças, adolescentes e jovens da rede pública de ensino. • Promoção da saúde e de atividades de prevenção. Qualidade de vida e educação física – Educação Física – Pitágoras • Capacitação e educação continuada dos profissionais da educação, da saúde e dos jovens. • Monitoramento e avaliação da saúde dos estudantes. • Monitoramento e avaliação do programa. O conceito de educação em saúde e higiene podem ser abordados pelo profissional de educação física por meio da utilização de atividades lúdicas e musicais. A música favorece a criatividade, a memorização e o aprendizado, e pode ser uma ótima estratégia para promover a educação infantil em saúde. O PAPEL COMUNITÁRIO SOBRE A MELHORA DA QUALIDADE DE VIDA NO AMBIENTE ESCOLAR (FAMÍLIA, DOCENTES, FUNCIONÁRIOS, PROFISSIONAIS EXTERNOS) A promoção de qualidade de vida e saúde na escola abrange diferentes eixos disciplinares e, para que o trabalho seja mais eficiente e promova mudanças na vida dos alunos, deve ser realizado de forma conjunta entre comunidade escolar(professores, alunos, gestores e funcionários), família e comunidade. O conceito de Escola Promotora da Saúde, proposto pela OMS, reforça a importância da participação das autoridades locais (prefeito, secretários ou diretor escolar) e da comunidade, que fortalece as ações das autoridades e exerce influência e controle dos fatores que determinam sua própria saúde e qualidade de vida (VILARTA, 2008). As ações, estratégias e destinação de recursos para a inserção da qualidade de vida no ambiente escolar devem ser debatidas e decididas pela comunidade (OPAS/OMS, 2003 apud VILARTA, 2008). A participação de todos – pais, alunos, professores, funcionários e comunidade – nos projetos de saúde e qualidade de vida é fundamental. O PAPEL DE EQUIPES DE SAÚDE DA FAMÍLIA A Equipe de Saúde da Família trabalha de forma integrada aos outros serviços de saúde e à escola. Quando um aluno é identificado com alguma necessidade ou problema de saúde, a Equipe da Saúde da Família é acionada e um profissional, juntamente com um representante da escola, acompanha e coordena os cuidados ou o tratamento proposto, evitando ao máximo o afastamento dos alunos de suas atividades escolares (PORTUGAL, 2006 apud BRASIL, 2009). O PAPEL DA FAMÍLIA A família exerce o papel principal na formação da criança no que diz respeito no que diz respeito às orientações sobre hábitos de higiene, saúde e educação. No entanto, vale ressaltar que, pela estrutura social e familiar brasileira, a escola deve dar suporte para que as famílias estejam preparadas e tenham condições de desenvolver ações e Qualidade de vida e educação física – Educação Física – Pitágoras hábitos saudáveis, contribuindo para a saúde da criança, do adolescente e de toda a família (LIMA et al., 2012). O PAPEL DA ESCOLA E DO PROFESSOR A escola é uma instituição de grande relevância para a sociedade, pois pode proporcionar educação em saúde e qualidade de vida para crianças e jovens, contribuindo com a formação de uma sociedade melhor. Nesse contexto, os professores desempenham um papel importante devido à interação diária com os alunos. Os conhecimentos desses profissionais e a compreensão que têm da realidade e das necessidades de seus alunos fazem deles atores-chave no contexto escolar. Além disso, a figura do professor serve também de modelo para estimular melhores comportamentos e hábitos de saúde (CARVALHO, 1998 apud LIMA et al., 2012). Na promoção de qualidade de vida, os professores atuam na identificação precoce de problemas comportamentais, de dificuldades de aprendizagem e de doenças, podendo realizar avaliações de peso e altura, avaliação visual ou avaliação auditiva, por exemplo, e desenvolvendo projetos de educação voltados à prevenção do uso de drogas, à educação sexual e ao combate à violência (IPPOLITO-SHEPHERD, 2012 apud CASEMIRO; FONSECA; SECCO, 2014). Nesse contexto, faz-se necessária a formação contínua dos professores em conteúdos relacionados à saúde (CASEMIRO; FONSECA; SECCO, 2014). O PAPEL DA COMUNIDADE A comunidade pode formar parcerias com a escola em programas de qualidade de vida e saúde, e as ações desenvolvidas podem ser financiadas por universidades e organizações da sociedade civil. Estas parcerias entre sociedade e escola são importantes não só pelo financiamento de atividades e projetos de qualidade de vida e saúde, mas também pelo reconhecimento das necessidades principais e pela elaboração de estratégias capazes de suprir essas necessidades (CASEMIRO; FONSECA; SECCO, 2014). A relação entre família, comunidade e escola é importante, pois a escola faz parte da vida dos alunos e está inserida em uma comunidade; os alunos que frequentam determinada escola geralmente vivem no bairro ou na região onde ela se localiza, de forma que a escola acaba refletindo os problemas e as necessidades da comunidade. A escola deve ser receptiva, e deve promover projetos que atraiam as famílias para o ambiente escolar. As famílias, por sua vez, precisam participar da vida escolar dos filhos. Essa relação reflete-se positivamente na formação integral dos alunos e na representatividade e atenção às necessidades vividas por determinada região ou bairro, construindo uma comunidade melhor e mais consciente. Qualidade de vida e educação física – Educação Física – Pitágoras DIFICULDADES E DESAFIOS PARA A PROMOÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA NA COMUNIDADE ESCOLAR Apesar da importância de se promover qualidade de vida e saúde nas escolas, há alguns fatores que podem dificultar esse processo. Na realidade brasileira, há grande desigualdade social. Em muitas escolas, as crianças e seus familiares têm um nível baixo de recursos socioeconômicos e, assim, apresentam dificuldades em manter uma alimentação nutritiva, seja por falta de recursos financeiros ou por falta de informação (LIMA et al., 2012). O papel do professor é fundamental nesse contexto, porém, em grande parte dos casos, sua formação não o prepara para a promoção da saúde, assim, é importante a capacitação em saúde e o conhecimento de como trabalhá-la na escola, caso contrário, o conteúdo será trabalhado sem técnica, sem método e, muitas vezes, sem eficiência (LIMA et al., 2012). Em vista disso, a má qualidade da formação dos professores torna-se um fator que limita a promoção de saúde e qualidade de vida nas escolas (LIMA et al., 2012). Há outros desafios importantes ao se promover a saúde nas escolas (BRASIL, 2006a apud BRASIL, 2009): • A integração com ensino de competências para a vida em todos os níveis escolares. • A capacitação de professores e funcionários das escolas e dos profissionais da Estratégia de Saúde da Família para apoiar e fortalecer as iniciativas. • A identificação e controle de práticas de risco. • O monitoramento da efetividade das ações implementadas, visando a resultados mais eficientes em promoção de saúde para toda a comunidade escolar. A qualidade de vida nas escolas vai depender dos profissionais envolvidos na educação, dos profissionais da saúde responsáveis pela promoção de saúde escolar, e da estrutura da escola. Uma instituição de ensino bem estruturada é essencial para desenvolver, de maneira mais eficiente, as capacidades físicas, intelectuais e morais dos alunos, sendo um espaço receptivo, que estimule o aprendizado e forneça condições para que o processo de educação seja abrangente e contemple os aspectos físicos, educacionais, psicológicos e sociais. A falta de estrutura pode limitar as ações de promoção de qualidade de vida, portanto, o ambiente é determinante nesse contexto; crianças que ficam em espaços muito restritos tendem a ter comportamentos mais agressivos, destrutivos, além de menor interação (RIBEIRO et al., 2011). Nesta seção, estudamos as possibilidades da promoção de saúde e qualidade de vida dentro do ambiente escolar. Vimos, também, a importância da realização de um Qualidade de vida e educação física – Educação Física – Pitágoras trabalho conjunto entre escola, sistema de saúde, família e comunidade, e conhecemos os desafios de se trabalhar esses conceitos nas escolas. 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