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Montesquieu, a formação do Estado moderno e a separação dos três poderes na filosofia: uma abordagem histórica mais crítica Isabela Ramires Silva RESUMO O presente trabalho tem como principal objetivo investigar como se formou a clássica teoria da divisão dos poderes, construindo um raciocínio desde o pensamento de Aristóteles, durante a Antiguidade a respeito da origem da separação dos poderes, passando também por John Locke, enfatizando a necessidade da formação do Estado, abordando também Rousseau que direcionou mais seus estudos, dando ênfase ao poder legislativo e ao poder executivo. E por fim, finalizando com a formulação da ideia de tripartição das funções do poder do Estado em Montesquieu, com uma breve contextualização histórica da influência do Iluminismo francês. Que possibilitou a consolidação de princípios jurídicos adotados nas constituições modernas (como a americana e a francesa). Com o objetivo então do presente artigo, fazer uma abordagem mais crítica da história da divisão dos três poderes. Ademais, a problemática levantada nesse referido artigo refere-se aos mais variados questionamentos, intervenções e contribuições de outros filósofos para a teoria, que foi finalizada por Montesquieu, a respeito dessa separação dos poderes. Buscando assim, abordar com destaque na conclusão desse artigo a relevância da temática trabalhada no decorrer deste trabalho. Palavras-chave: separação de poderes, Montesquieu, justificação do Estado, Estado contemporâneo ABSTRACT The present work has as main objective to investigate how the classical theory of division of powers was formed, building a reasoning from the thought of Aristotle, during Antiquity about the origin of the separation of powers, also passing through John Locke, emphasizing the need of the formation of the State, also approaching Rousseau who directed more his studies, emphasizing the legislative power and the executive power. And finally, ending with the formulation of the idea of tripartition of the functions of state power in Montesquieu, with a brief historical contextualization of the influence of the French Enlightenment. Which enabled the consolidation of legal principles adopted in modern constitutions (such as the American and French). With the aim of this article, then, to take a more critical approach to the history of the division of the three powers. Furthermore, the issue raised in this article refers to the most varied questions, interventions and contributions of other philosophers to the theory, which was finalized by Montesquieu, regarding this separation of powers. Seeking thus, address with emphasis in the conclusion of this article the relevance of the theme worked during this work. Key-words: separation of powers. Montesquieu. State is justification. Contemporaneous State 1 INTRODUÇÃO A ideia de “Estado moderno” nasce das monarquias absolutistas, ou seja, predomina a visão que concebe o estado absoluto (ou absolutista) como primeira forma de estado moderno. O estado absolutista foi caracterizado pela forma de organização política predominante nos reinos europeus entre os séculos XV e XVII. Marcado pelo exercício do poder centralizado, a concentração de todos os poderes ou funções estatais nas mãos do soberano, o monarca era visto como “o absolutista todo poderoso e autônomo. “ Imbricado a esse Estado muitos autores passaram a discutir a sua justificação, historicidade, finalidade do estado, e a partir do liberalismo político começaram a questionar esse abuso do poder, propondo limitação aos poderes do monarca por meio do estabelecimento de constituições, a fim de assim, proporcionar segurança jurídica e liberdade a sociedade. Foi baseado nesse princípio de limitação que surgiu a ideia e separação dos poderes. Como ensina BARTHÉLEMY, “historicamente, o princípio da separação dos poderes surgiu como uma arma de guerra contra o poder absoluto dos Reis” (1932, p.76). Esses movimentos liberais conseguiram colocar fim aos estados absolutistas, dando origem então aos Estados Liberais. O objeto de estudo desse artigo científico está pautado em toda a historicidade a respeito dessa separação dos poderes, com o objetivo de tentar transmitir as influências dos pensamentos de alguns autores a respeito da temática, correlacionando sempre com o período histórico em que cada autor está inserido. A análise dessas visões a respeito da separação dos poderes estatais foi desenvolvida por Montesquieu, abordada também por John Locke e por Rousseau, porém teve sua origem com Aristóteles. O presente artigo, aborda a problemática dessas visões, ressaltando diferenças, semelhanças e novidades nos pensamentos desses filósofos. Para no fim, alcançar uma significação essencial, numa visão atualizada, da separação dos poderes que leva em conta o modelo democrático na prática contemporânea. A contribuição de Montesquieu para a história da separação de poderes é enorme. Foi ele quem criou a divisão do poder do Estado e formulou um esboço específico para cada país. Foi também esse grande filósofo que lançou as bases para os princípios constitucionais mais importantes da grande democracia de hoje. Após a verificação do conceito de separação de poderes na cadeia tripartite, resta examinar a aplicação desse princípio no atual ordenamento jurídico brasileiro. O poder executivo, o legislativo e o judiciário têm atribuições próprias, atribuições específicas e determinadas por cada domínio de poder, sendo especificamente responsáveis pelo seu exercício. Também tem a atribuição estipulada na constituição, para que um determinado poder possa exercer legalmente as funções de outro domínio de poder. A fim de assim, conseguir realizar um estudo da evolução da separação de poderes à tendência tripartite e sua aplicação prática no atual ordenamento jurídico brasileiro, contribuindo humildemente com as doutrinas jurídicas existentes, discutindo a redação, elaborando e discorrendo sobre os pensadores do início ao fim. 2 ARISTÓTELES E AS ORIGENS DA SEPARAÇÃO DOS PODERES É necessário, antes de começar a analisar a origem da separação dos poderes, compreender as distinções dos contextos históricos em que cada autor e cada obra se fez presente, características essas necessárias serem consideradas a fim de evitar possíveis comparações anacrônicas. Aristóteles, filósofo grego, pertencente ao período da filosofia clássica, estabeleceu um sistema filosófico que tinha a pretensão de abranger todas as áreas do conhecimento. Estabelecendo, as condições metafísicas do mundo, enumerando as explicações sobre o mundo natural, fazendo pesquisas empíricas em várias áreas do conhecimento – como na zoologia, na biologia- e ainda desenvolvendo seus pensamentos analíticos voltados para a política, a arte e a lógica. Por ser meteco, Aristóteles não participou diretamente da vida política da cidade. Isso porque estrangeiros, não eram considerados cidadãos nesse período, e a sua própria noção de cidadania exigia a possibilidade de exercer função pública. Apesar da marcação estrangeira, ele tinha grande proximidade com os governantes da Macedônia, fato que lhe garantiu, ainda assim, importância na política. Mais tarde, Aristóteles foi escolhido para ser preceptor do jovem príncipe- cargo esse que incentivou e possibilitou a escrita de Aristóteles a respeito da política- Alexandre, que depois conquistara um vasto império, recebendo o nome de Alexandre, o Grande. Em seu livro “política”, escrito no século III a.C, Aristóteles aborda a divisão de funções do governo da Pólis grega, fazendo uma profunda análise da sociedade, das instituições, das leis, formas de governo. É nesse livro que se encontra a expressão famosa de Aristóteles “o homem é um animal político”, ou seja, a ideia expressa de que o homem só realiza a sua natureza essencialno convívio e na relação política com seus pares na Polís. A política, para esse pensador, estava totalmente atrelada a ideia de moral, já que a finalidade do Estado era a virtude, a busca pela felicidade, ou seja, estavam fundamentadas na formação moral das pessoas e nos meios necessários para conseguir alcançar a finalidade do Estado. E a grande diferença entre a política e a moral, estaria, portanto, acentuada na abrangência ou restringência das pessoas envolvidas, ou seja, a moral busca se individualizar, uma moral individual. Já a política, seria uma moral social e que consequentemente seria coletiva, abordando um todo. Torna-se perceptível e indispensável a relação da Antiguidade clássica como o embrião da doutrina da separação dos poderes como fundamento da organização política. Visto, todo o cenário observado por Aristóteles e as questões e contribuições levantadas por ele, como se pode observar na seguinte passagem: Toda Cidade tem três elementos, cabendo ao bom legislador examinar o que é mais conveniente para cada constituição. Quando essas partes forem bem ordenadas, a constituição será bem ordenada, e conforme diferem umas das outras, as constituições também diferem. A primeira dessas partes concerne à deliberação sobre os assuntos públicos; a segunda, às magistraturas: qual deve ser instituída, qual deve ter sua autoridade específica e como os magistrados devem ser escolhidos; por último, relaciona-se a como deve ser o poder judiciário. (ARISTÓTELES, 2001) Aristóteles, então, abordou a ideia de que em todo governo deveriam existir três poderes essenciais, e que o legislador prudente – prudência associada a ideia de produzir justiça- deveria acomodar da maneira mais conveniente para garantir um a ordem a busca pelo bem- comum. Ideia essa corroborada principalmente pelo pensamento aristotélico com a temática ética e política, que andavam muito próximas, favorecendo o desenvolvimento de um espaço público favorável ao surgimento de relações político-sociais norteadas ao bem-comum e ao interesse de todos. Diante disso, Aristóteles aborda diversas formas ideias de governo nas Cidades- Estados, por se tratar de uma sociedade diversificada, com costumes diferentes, essas Pólis recebiam tais reflexos dessas diferenças culturais em suas organizações políticas. Porém, é notório ressaltar que todas as formas de governo abordada pelo filósofo, tinham como finalidade a felicidade, e a ideia de que os homens se agrupavam e se associavam não apenas para viver, mas para viver bem. A melhor forma de governo escolhida por Aristóteles é a monarquia, governo de um só fundamentado na honra e na glória do governante, seguida da aristocracia, governo dos melhores, e da democracia, governo de todos. Logo, é perceptível a importância e necessidade de compreender a visão de Aristóteles, a respeito da sua preocupação em organizar o poder político, de forma a estruturá-lo organicamente, variando de acordo com as funções do Estado. 3 O ESTADO DE NATUREZA EM JOHN LOCKE PARA A CORROBORAÇÃO DO SURGIMENTO DO Estado John Locke, expoente da filosofia inglesa do século XVII, nasceu em Wrington, na Inglaterra, em 1632. Suas obras principais são o Primeiro tratado sobre o governo civil, o Segundo tratado sobre o governo civil, Ensaio sobre o intelecto humano e Cartas sobre a tolerância religiosa (MONDIM, 1982, p. 102). John Locke, conhecido como o “pai do liberalismo”, movimento político-que surge como consequência da luta da burguesia contra a nobreza e a Igreja, afirmando a liberdade do indivíduo e defendendo a limitação dos poderes do Estado- que deu origem as práticas políticas predominantes, desde a revolução francesa, até os dias de hoje. Viveu durante o século XVII até o século XVIII, contribuiu muito para os pensamentos da época relacionados ao ramo da filosofia política, dando de certa forma continuidade com progressos e conceitos nas separações dos poderes, abordada primeiramente por Aristóteles. Locke acreditava que todo governo surge de um contrato revogável (caso o governante não cumprisse sua missão) entre indivíduos, com o propósito de proteger a vida, a liberdade e à propriedade das pessoas. Na concepção desse pensador, o estado de natureza caracteriza-se pela existência de uma relativa paz, harmonia e concórdia. Neste estado, os homens já eram dotados de razão e gozavam da propriedade (Vida, Liberdade, Bens – direitos naturais do homem). Essa propriedade, para Locke, já era existente no estado de natureza e, uma vez considerada uma instituição anterior à sociedade, é um direito natural do indivíduo que não pode ser violado pelo Estado. Porém, em seu estado de natureza, o homem a partir do trabalho, tornava-se proprietário, estabelecendo sobre a terra e seus frutos um direito próprio do qual todos os outros seres humanos estavam excluídos (o trabalho era o fundamento principal e original da propriedade). E, a partir do surgimento da moeda, uma nova forma de aquisição da propriedade também surgiu: a compra. O uso do dinheiro propiciou a concentração da riqueza e a distribuição desigual dos bens entre os homens. Para Locke, o surgimento da moeda e, consequentemente, do comércio, consistiu no processo que provocou a passagem da propriedade limitada, fundamentada no trabalho, à propriedade ilimitada, alicerçada na acumulação, esta possibilitada pelo dinheiro. Origem então de conflitos e disputas (entre duas ou mais pessoas, nos quais não há uma terceira parte, um juiz ou um mediador, motivo pelo qual vencerá o mais forte e não o mais justo). O Estado surge então como mediador para evitar esses conflitos contínuos, convencendo os homens a ingressarem numa “sociedade civil e política”, onde o governo atuará como juiz e protegerá os direitos já preexistentes. Os poderes naturais do homem no estado de natureza se transformam, graças ao contrato, nos poderes políticos da sociedade civil. Assim, cabendo à comunidade a escolha de uma determinada forma de governo. Neste ponto, a unanimidade do contrato deverá ceder espaço para o princípio da maioria, ou seja, deve prevalecer a decisão majoritária. Locke então propôs a separação entre os poderes executivo, legislativo e federativo (características dos regimes liberais), afirmando a necessidade de subordinação do poder executivo ao legislativo, dessa maneira, o governante não poderia agir livremente, tendo então seu poder limitado pelas leis que emanam do povo - a sociedade exerce, por meio do legislativo então o controle sobre o Governo. John argumenta que a necessidade do poder executivo se pauta na ideia de que nem sempre é preciso que novas leis sejam criadas, mas executar as que já existem. E enquanto ao Poder Federativo, atribuiu o cuidado das relações internacionais do governo, conforme mencionado na passagem do livro dele, “Segundo Tratado”: Quando o legislativo confia a execução das leis que elabora a outras mãos, mantém o poder de retirá-lo dessas mãos se encontrar causas para tanto ou a fim de punir qualquer má administração contrária às leis. O mesmo, vale também em relação ao poder federativo, sendo este e o executivo ambos ministeriais e subordinados ao legislativo, que, tal como demonstramos, é supremo numa sociedade política constituída. (LOCKE, 1689, p.153) Dessa forma, Locke retomou de Hobbes a ideia de contrato acrescentando a ela um princípio revolucionário: caso o governante não tivesse sucesso em garantir os direitos de todos, a sociedade ganharia o direito de substituí-lo. Com esse princípio, Locke legitimou a ação revolucionária: se fosse necessário o uso da força para derrubar um governante, tal medida seria legitima, uma vez que a resistência à opressão é um dos direitos do homem. 4 O PENSAMENTO ILUMINISTA E A SEPARAÇÃO DE PODERES NA CONCEPÇÃO DE MONTESQUIEU O fortalecimento do racionalismo no século XVIII se deu em grandeparte pelos avanços nos estudos das Ciências Naturais, por exemplo, com as descobertas de Newton no campo da Física, que provocaram grande impacto no século anterior. Com o tempo, consolidou- se o termo "Século das Luzes", em referência às "luzes da razão" que iluminavam o conhecimento humano. Na Alemanha, o movimento iluminista foi chamado de Aufklärung, ou "esclarecimento", com O mesmo sentido de exaltação da razão que promove o entendimento. Ideias políticas de fundamento racional prosperara nesse período, sobretudo na França, cujo regime absolutista era questionado. Nesse contexto, destacaram-se três importantes pensadores: Voltaire (1694-1778), o barão de Montesquieu (1689-1755) e Jean-Jacques Rousseau (1712-1778). Montesquieu tornou-se um grande filósofo e escritor da França. Conhecido como um dos importantes filósofos do Iluminismo, aprimorou trabalhos significativos sobre política, suas fundamentais ideias foram: Criticar o clero do catolicismo, principalmente, sobre seu poder e interferência política; Contrário ao absolutismo; E buscou defender os aspectos democráticos de governo e o respeito às leis e a divisão dos poderes em três: poder Executivo, poder Legislativo e poder Judiciário Teoria filosófica e política de Montesquieu. Como pautado anteriormente, Montesquieu foi um crítico do absolutismo e do catolicismo, que abusavam da posição social através de suas grandes influências, dominando os homens e ocultando a sua capacidade de raciocínio. Montesquieu buscava alcançar a liberdade, portanto, foi um dos primeiros sociólogos e cientistas políticos a tentar descobrir as conexões existentes entre as leis e a realidade social de cada grupo. Classificou as leis em dois tópicos: as leis naturais, aquelas feitas por um ser divino -Deus, regem a natureza, são perfeitas, imutáveis, universais e indiscutíveis- e as leis positivas, aquelas feitas pelo homem, um conjunto de normas que visam expressar as necessidades do povo. O grande filósofo, acreditava, até então, na inexistência de alguma forma de governo conseguir atender qualquer povo em qualquer época. Incomodado com tal situação, decidiu buscar soluções para desenvolver um sistema político efetivo e, para isso, diversos aspectos deveriam ser analisados, como o desenvolvimento econômico-social e os fatos geográficos do país. Em sua obra “O Espírito das Leis”, Montesquieu, tenta explicar o que é essencial e fundamental na relação lógica entre as diferentes instituições políticas e sociais que as leis fundamentam. Neste livro, ele busca um meio de reformular às instituições políticas através da chamada “teoria dos três poderes”. Diante disso, essa divisão tripartite poderia ser uma solução frente aos desmandos comumente observados no regime absolutista. Montesquieu acreditava que cada uma das três formas de governo surgia a partir de um princípio: o republicano (governo do povo) baseia-se na virtude; o monárquico (governo de um só) baseia-se na honra; o despótico baseia-se no medo. Desse modo, Charle Montesquieu, foi o responsável por organizar uma das suas principais contribuições intelectuais: o modelo político conhecido como a divisão dos poderes dentro de um estado: o Legislativo, o Executivo e o Judiciário, que, segundo ele, é a base de qualquer república. A divisão dos Três Poderes Desde então, Montesquieu objetivou a separação da autoridade governamental em três âmbitos fundamentais, vistas como “Doutrina dos três poderes”, tendo como finalidade ser independente e fiscalizar os outros. Para tanto, o poder precisava ser dividido em três instâncias: Poder Legislativo: Aquele responsável por elaborar as leis, além de fiscalizar a execução das mesmas pelo Executivo; Poder Executivo: Aquele responsável por executar as leis vigentes no país, além de propor planos de ação e administrar os interesses públicos; Poder Judiciário: Aquele responsável por interpretar as leis e julgar os casos concretos de acordo com as regras constitucionais. Diante o exposto, o objetivo do grande filósofo era encontrar um equilíbrio entre a sociedade e o governo, de forma que a lei não limita a liberdade, mas garante fazermos tudo o que ela nos possibilita, podendo, em determinadas circunstâncias, até reduzi-la e, se for o caso, anulá-la. A partir dessa flexibilidade, pode-se caracterizar os governos como absolutos, onde a liberdade passa por grandes restrições, ou como moderados, onde a liberdade possui alto grau de apreço. Montesquieu, em “Do Espírito das Leis” de 1748, não fez simplesmente uma análise teórica da natureza da separação de poderes, mas também criou a chamada "faculté de sculptor” (faculdade de estatuir) e a famosa técnica de equilíbrio,"faculté d'empêcher" (faculdade de impedir), conhecido hoje como o sistema de freios e contrapesos (“Check and balance”). Compõem-se na ideia do controle do poder pelo próprio poder. Nessa teoria, há a ideia de que as diferentes funções desenvolvidas pelo Estado precisam de autorregular, mas, para Montesquieu a ideia de criar estes três poderes, seria para que houvesse um equilíbrio entre o governo e a sociedade e, não o próprio governo se organize sem a opinião do povo. Outro filósofo que propôs, logo, concordava com essa ideia foi John Locke. Para ele, seria importante está separação dos três poderes pois, o governo não poderia agir de forma livre, sem que possua a opinião do povo. Conforme leciona Paulo Bonavides, “Numa idade em que o povo organizado se fez o único e verdadeiro poder e o Estado contraiu na ordem social responsabilidades que o Estado liberal jamais conheceu, não há lugar para a prática de um princípio rigoroso de separação. Os valores políticos cardeais que inspiraram semelhante técnica ou desapareceram ou estão em vias de desaparecimento. A separação foi historicamente necessária quando o poder pendia entre governantes que buscavam recobrar suas prerrogativas absolutas e pessoais e o povo que, representado nos parlamentos, intentava dilatar sua esfera de mando e participação na gerência dos negócios públicos [...] Não temos dúvida por conseguinte em afirmar que a separação de poderes expirou desde muito como dogma da ciência. Foi dos mais valiosos instrumentos de que se serviu o liberalismo para conservar na sociedade seu esquema de organização do poder. Como arma dos conservadores, teve larga aplicação na salvaguarda de interesses individuais privilegiados pela ordem social. Contemporaneamente, bem compreendido, ou cautelosamente instituído, o velho princípio haurido nas geniais reflexões políticas de Montesquieu poderia, segundo alguns pensadores, contra arrestar outra forma de poder absoluto para o qual caminha o Estado moderno: a onipotência sem freio das multidões políticas.” Portanto, a ideia desta divisão de poderes seria para proporcionar maior segurança aos cidadãos quanto aos seus desejos em sociedade. Para a estrutura da divisão dos Poderes, utilizam-se dois elementos como fundamento: especialização funcional e independência orgânica; esta requer a independência manifestada pela inexistência de qualquer meio de subordinação, significando que cada órgão é especializado no exercício de uma função. A teoria social da separação de poderes é o complemento necessário à concepção de liberdade de Montesquieu. Segundo ele, liberdade seria a permissividade da lei, assim, uma forma de assegurar que a lei seja a expressão da liberdade seria estipulando limites a está através dos próprios cidadãos. A fim de então, utilizar a lei como meio do poder, norteando e se preocupando para que está, não se torne opressora, segundo Montesquieu, sendo necessário total proteção contra a publicação de leis indevidas feitas através dos pertencentes do processo legislativo. A finalidade da separação das funções é evitar a concentração de poder nas mãos de uma única pessoa ou de um único grupo.Essa divisão confere a cada um dos poderes a autonomia para exercer sua função, assegura a harmonia entre os três poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário) e evita que abusos aconteçam através de qualquer um desses. A Teoria da Separação dos Poderes, surgiu na época da formação do Estado Liberal, a partir da ideia da iniciativa livre e da menor interferência do Estado nas liberdades individuais. Essa tripartição dos poderes está consolidada pelo artigo 16 da Declaração Francesa dos Direitos do Homem e do Cidadão de 1789. É importante compreender que atualmente, cada órgão do Poder tem suas funções típicas e atípicas. Na obra “Direito Constitucional” do ministro Alexandre de Moraes, ele aborda a definição dos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, ou seja, as suas funções típicas. As funções típicas do Poder legislativo são as de criar e modificar o ordenamento jurídico, além de fiscalizar o Executivo (por meio do Tribunal de Contas da União e da Justiça Federal), deve ser respeitado pelas pessoas físicas e pelos órgãos estaduais. As funções típicas do Poder Legislativo são legislar e fiscalizar, tendo ambas o mesmo grau de importância e merecedoras de maior detalhamento. Dessa forma, se por um lado a Constituição prevê regras de processo legislativo, para que o Congresso Nacional elabore normas jurídicas, de outro, determina que a ele compete a fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial do Poder Executivo. (CF, art. 70). (MORAES, 2007. p. 391) Já o Poder Executivo, é o órgão responsável por executar as leis, observando as normas vigentes do país, propondo planos de ação e administrando os interesses públicos. No âmbito Federal esse papel é exercido pelo Presidente da república, juntamente com os ministros indicados por ele, já no âmbito municipal esse papel é designado aos prefeitos e no âmbito estadual, pelos governadores. O Poder Executivo constitui órgão constitucional cuja função precípua é a prática dos atos de chefia de estado, de governo e de administração. A Chefia do Poder Executivo foi confiada pela Constituição Federal ao Presidente da República, a quem compete seu exercício, auxiliado pelos Ministros do Estado, compreendendo, ainda, o braço civil da administração (burocracia) e o militar (Forças Armadas), consagrado mais uma vez o presidencialismo, concentrando na figura de uma única pessoa a chefia dos negócios do Estado e do Governo. (MORAES, 2007. p. 444) O poder judiciário, por fim, é o órgão responsável pela aplicação da lei, ou seja, responsável por interpretar as leis e julgar casos de acordo com as normas vigentes, buscando uma melhor distribuição da justiça. Representado pelos juízes, desembargadores e promotores da justiça. Ao lado da função de legislar e administrar, o Estado exerce a função de julgar, ou seja, a função jurisprudencial, consistente na imposição da validade do ordenamento jurídico, de forma coativa, toda vez que houver necessidade. Dessa forma, a função típica do Poder Judiciário é a jurisdicional, ou seja, julgar, aplicando a lei a um caso concreto, que lhe é posto, resultante de um conflito de interesses. (MORAES, 2007. p. 478) Todavia, como toda regra no direito tem exceções, ocasionalmente haverá funções atípicas de poder, a saber, legislação ou implementação do Poder Judiciário, julgamento e implementação do Poder Legislativo, legislação administrativa e juízes. Essas funções atípicas são harmônicas, independentes e autônomas, porém não viáveis numa estrutura rígida de funções, pois os poderes exercem funções de outros, onde esporadicamente, o Judiciário legisla ou administra, o Legislativo julga e administra e o Executivo legisla e julga. Esta divisão impede que o poder do Estado seja exercido por uma pessoa ou instituição, criando assim um sistema de controle. 5 A RELAÇÃO ENTRE OS TRÊS PODERES E O CONTRATO SOCIAL PARA ROUSSEAU Jean-Jacques Rousseau foi o autor da obra Do contrato Social (1792), em que levou adiante a reflexão política do iluminismo, embora chegando a resultados contrários aos que aspirava a burguesia da época. Ao observe a origem dos Estados, o autor identificou no surgimento da propriedade privada a origem dos conflite entre os homens, bem como da perda do caráter ideal presente no estado de natureza. Essa crítica ere acompanhada de um apelo à democracia, vista por Rousseau como a única forma possível de resolver os conflitos surgidos com a criação da propriedade. A soberania, segundo o pensador francês, não se encontra na figura de um rei, mas no próprio povo, e o governo deve expressar a vontade geral da sociedade. O fundamento do conceito de vontade geral em Rousseau encontra-se na concepção segundo a qual um grupo de pessoas reunido criava uma nova entidade: não mais um conjunto de indivíduos, mas uma coletividade. Ao descrever o contrato que funda a sociedade civil, ele afirmou: "Imediatamente, esse ato de associação produz, em lugar da pessoa particular de cada contratante, um corpo moral e coletivo, composto de tantos membros quantos são os votos da Assembleia e que, por esse mesmo ato, ganha sua unidade, seu eu comum, sua vida e sua vontade" Dessa forma, uma eleição simples, em que indivíduos expressam livremente sua vontade individual, calculando-se em seguida uma maioria, era vista como pouco democrática. Em seu lugar, Rousseau pregava a necessidade de chegar à vontade geral, obtida por meio das deliberações do povo suficientemente informado. Somente após o debate se procede a votação, na qual descobre-se o que é comum em meio a todas as vontades individuais, conforme explica em Do “Contrato social”: "Há comumente muita diferença entre a vontade de todos e a vontade geral. Esta se prende somente ao interesse comum; a outra ao interesse privado e não passa de uma soma das vontades particulares". Além disso, pode ocorrer de a vontade particular estar em conflito com a vontade geral que se tem como cidadão, conforme colocado também é sublinhado no livro Do “Contrato social”: Cada indivíduo, com efeito, pode, como homem, ter uma vontade particular, contrária ou diversa da vontade geral que tem como cidadão. Seu interesse particular pode ser muito diferente do interesse comum. Sua existência, absoluta e naturalmente independente, pode levá-lo a considerar o que deve à causa comum como uma contribuição gratuita, cuja perda prejudicará, menos aos outros, do que será oneroso cumprimento a si próprio. (ROUSSEAU 10, p. 363) Portanto, para Rousseau, os indivíduos podem cometer erros, diferentemente da vontade geral que é a manifestação do fundamento coletivo da consciência das pessoas que formam uma sociedade. Em outras palavras, sempre há uma vontade geral soberana que emana de um grupo de pessoas. Uma vez que as pessoas nem sempre reconhecem sua verdadeira vontade, faz-se necessário um guia ou um grande legislador. Sua autoridade deve guiar não somente as ações, mas, sobretudo, as convicções. A prática da democracia, no entanto, passava longe das aspirações burguesas iluministas da época. O movimento iluminista como um todo era bastante elitista, prevendo a destruição do absolutismo e sua substituição por um regime de privilegiados, mesmo que baseado em uma Constituição escrita, e com a separação de poderes. Nesse sentido, em geral rejeitava-se a concepção de Rousseau sobre a propriedade privada como fonte de desigualdade. Para a principal corrente do pensamento iluminista, a igualdade a ser atingida não era a econômica, mas sim a jurídica, com o estabelecimento de leis de igual validade para todos os e o fim dos privilégios de nascimento. Rousseau, busca com a separação dos poderes, fixar de maneira estrita a função de cada poder, tendo como propósito proteger os cidadãos de posturas arbitrárias individuais ou até mesmo coletivas (de grupos). A rigor, a distinção uniforme de podersignifica entender que ele tem suas limitações nas questões relacionadas às questões de que trata. Portanto, na visão de Rousseau, o poder executivo será restringido por leis elaboradas pelo legislativo. Desse modo, Rousseau pretende delinear o papel do soberano, ou seja, ele deve apenas promulgar leis que sejam suficientes para expressar a vontade geral, e o governo deve implementar a lei, não se colocando acima da lei. A explícita separação entre o poder executivo e o poder legislativo não se dá somente no que diz respeito a função exercida por cada poder, mas também está correlacionada com a diferença em termos de sujeição. Já que, aquele que executa a lei é um simples indivíduo, funcionário de quem as autorizam. Em um Estado republicano, explicado melhor por Rousseau como “Chamo pois de república todo Estado regido por leis, sob qualquer forma de administração que possa conhecer, pois só neste caso governa o interesse público e a coisa pública passa a ser qualquer coisa” (ROUSSEAU, 1978b, p. 55), a soberania assim encontra-se totalmente pertencente ao povo, não podendo ser alienada, ou seja, o poder legislativo em um Estado legítimo só pode ser exercido pelo povo, quem detém do poder soberano. Logo, o Estado torna-se republicano, assim, legítimo, quando o poder legislativo é exercido pelo povo de forma direta. Portanto, para Rousseau, as formas de governos ideais variam de acordo com o tamanho do Estado, ou seja, em um Estado pequeno, a democracia é a forma de governo melhor vista pelo filósofo, já em um Estado não tão grande e não tão pequeno, mediano, cabe o governo dos aristocratas e em um Estado grande a monarquia para Rousseau é a mais cabível forma de governo. CONSIDERAÇÕES FINAIS Ante todo o exposto, torna-se evidente a importância de entender e analisar todo o percurso histórico da separação dos poderes para não cometer anacronismos quando citados momentos e falas de filósofos importantes, que trouxeram grandes contribuições para o conceito e ideia contemporânea dessa separação. A vida em sociedade, desde os primórdios, foi norteada pelo princípio do poder que um grupo tinha sobre o outro. Aos poucos esse poder foi se categorizando para um grupo específico de indivíduos com características ímpares. Dessa forma é que o ordenamento social, chamado Estado, começa a nascer, ou seja, a atividade política surge pela disputa da detenção do Estado, disputa desse poder. Daí falar-se em um poder estatal, poder político. O Estado então, como artefato humano que é, é dotado de finalidades, estas que estão diretamente atreladas as funções do Estado, ou seja, a separações dos poderes estatais. Tais finalidades, são amplamente variáveis no espaço e no tempo, de modo que não se pode adotar ou fixar, de uma única vez, as finalidades de tal sociedade politicamente organizada. O Estado moderno nasce como Estado absolutista, onde o poder encontrava-se todo concentrado nas mãos do rei, do monarca. E atinge seu maior ápice de desenvolvimento e ganhos de direito com o Estado Democrático de Direito, e é nesse período em que se observa dois princípios, finalidades, responsáveis por nortear todo o Estado: princípio democrático e princípio do estado de direito O princípio do estado de direito citado acima, está diretamente atrelado a essa ideia de garantia de equilíbrio entre os governantes e o governado, entre os poderes estatais, ou seja, o grande desafio desse Estado contemporâneo é conseguir ser esse Estado democrático de Direito, visando conseguir fazer com que todas as autoridades estatais exerçam o poder com fundamento na constituição e nas leis. Não as violando e não os colocando acima delas, por isso a ideia abordada desde Aristóteles, trabalhada por Locke e com Rousseau e por fim, bem desenvolvida por Montesquieu a respeito da separação dos poderes estatais são de suma importância na atualidade. Aristóteles, fundamentava a autoridade estatal e o dever de obediência dela decorrente na natureza. Ao definir o homem como animal político e ao sustentar que o ser humano somente alcançaria sua plenitude na sociedade política. Então, quando disserta sobre a separação dos poderes, ele entende que o poder não pode designado indistintamente a apenas um indivíduo, já que isso levaria a verdadeiro caos social. Mais tarde, John Locke, importante filósofo inglês abordou também a ideia da separação dos poderes, mas trabalhando com uma corrente tripartite (Legislativo, Executivo e Federativo). Na concepção de John, o Estado ideal para ele seria aquele onde a liberdade de cada cidadão fosse resguardada. Já Rousseau, se preocupou em fazer uma análise mais profunda de outros conceitos em sua teoria política que visava diminuir a incompatibilidade entre os poderes, principalmente o poder legislativo e o poder executivo. Contudo, conforme abordado com maior ênfase nesse artigo, cujo a temática do artigo é relacionada a este filósofo, foi Montesquieu quem realmente deu contornos específicos a Tripartição dos Poderes. Essa tentativa de limitar o Poder Estatal, torna-se um interesse social a partir da ideia da separação dos poderes, onde é criado mecanismos de separação de atividade, funções além da criação de mecanismos de controle mútuo dos poderes do Estado (Sistema de frio e contrapesos). A fim de assim, evitar possíveis usurpações do poder, usando assim o próprio poder para limitar o outro. Todavia, foram os americanos que criaram o modelo constitucional tripartido em 1787, atribuindo todo o seu escopo de propriedade a cada poder separadamente, inclusive equilibrando os três poderes, pois antes disso, até mesmo Locke havia formulado diretrizes para separação e Montesquieu sobre os freios e contrapesos, sempre demarcando a prevalência do poder legislativo sobre os demais poderes do estado. Dois anos depois, esse princípio constitucional iniciado pelos americanos com base nas diretrizes dos pensadores acima mencionados ao longo da história tornou-se um verdadeiro dogma e foi incluído na "Declaração dos Direitos Humanos e do Cidadão", e deu início à transição para um país democrático. E cabe salientar que no Brasil, desde o seu desenvolvimento político, histórico e econômico, o princípio da separação dos três poderes sempre esteve presente nas suas constituições, obviamente que diferenciado em cada período, com diferentes abordagens e visões. REFERÊNCIAS ALVES DE OLIVEIRA, Edmundo et al., “AS BASES PARA A GOVERNANCE ENTRE OS TRÊS PODERES; OS LIMITES E A INTERAÇÃ ENTRE OS TRÊS PODERES DA REPÚBLICA”. Revista de Direito do IAP, 2006. Disponível em: https://indexlaw.org/index.php/revistadireitoiap/article/view/1735/2267 Acesso em 29 de jun. de 2021. ARISTÓTELES. A Política. São Paulo: Martins Fontes, 2001. 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