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Os domínios biológicos - Quantos reinos temos

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Os domínios biológicos: Quantos 
reinos temos 
 
Os domínios foram criados por Carl Woese. Com o surgimento da sistemática 
filogenética e o aprimoramento da ideia de que todos os seres vivos apresentam uma 
ancestralidade comum, era necessário que os reinos biológicos fossem alocados em 
grupos maiores até conseguir visualizar o ancestral comum a todos os seres. 
Carl Woese foi um dos pioneiros no estudo de filogenia molecular, trabalhando 
intensamente com o estudo do RNA ribossômico. Esse estudo proporcional analisa, 
de forma muito mais precisa que as anteriores, o parentesco, a ancestralidade e a 
classificação dos seres vivos, uma vez que todos os seres vivos, sejam eles 
procariontes ou eucariontes, apresentam um RNA ribossômico. 
Desenvolvendo seus estudos, ele percebeu que, dentro dos procariontes, havia 
grupos tão distintos que não seria possível mantê-los dentro do agrupamento 
conhecido até então como Monera, um antigo reino proposto por Herbert Faulkner 
Copeland e corroborado pelo biólogo Robert Whittaker. 
Woese propôs o agrupamento dos diferentes reinos da taxonomia tradicional em 
três grandes clados designados por ele como domínios. Nessa classificação, a 
categoria domínio é o segundo nível hierárquico de classificação científica dos seres 
vivos, aparecendo depois da categoria suprema a enquadrar todos estes seres: o 
superdomínio Biota. 
 
Domínios biológicos 
 Woese sugeriu os três seguintes domínios: 
 
• Eubacteria - Inclui as bactérias e, no caso, o reino Bacteria; 
• Archaea - Indivíduos procariontes com a presença de proteínas histonas e do 
reino Archaea; 
• Eucarya - Todos os eucariontes, contendo os reinos Fungi, Protista, Plantae e 
Animalia. Nesse caso, Woese verificou, após análises biomoleculares, que todos 
os indivíduos deste grupo apresentam semelhanças estruturais, o que corrobora 
a monofilia deste domínio. 
 
 
 
 
Diversas são as propriedades levantadas para conseguir separar e definir 
domínios de maneira precisa, agrupando indivíduos com caracteres comuns e 
separando-os de outros seres que não os apresentam. 
 
 
 
O domínio Archaea apresenta mais 
similaridade com o Eukarya que o Bacteria, 
mesmo ambos sendo procariontes. Isso indica 
ser possível analisar a relação filogenética entre 
os três domínios de outra forma. 
 
 
 
 
Questionando o sistema de reinos 
No domínio Eukarya, estão os reinos dos fungos, das plantas, dos animais e de 
vários outros grupos independentes. Estes grupos foram tratados no sistema de 
Whittaker como o reino Protista; no de Margulis e Schwartz, como o Protoctista. 
Atualmente, trabalha-se com a ideia de seis reinos de seres viventes, mas, 
ainda assim, tal conceito sofre questionamentos constantes. Um deles ocorre graças 
à formulação da filogenia dos Eukarya proposta por Fehling, Stoecker e Bauldaf em 
2007. Esta árvore, afinal, rompe com o paradigma de dois, três ou cinco reinos, pois 
ela apresenta uma variedade enorme de grupamentos que não seguem a ideia dos 
reinos de Eukarya originais. 
 
 
 
Bactérias 
 A primeira referência específica às bactérias foi feita em uma carta datada de 
1676. Essa descoberta revolucionou como um todo o mundo da ciência, pois não só 
colocava a presença de indivíduos microscópicos cuja existência era até então 
ignorada, como também levantava questionamento sobre o que se costumava 
postular acerca de uma série de doenças que ocorriam no passado. 
O termo bacterium (palavra grega que significa bastão) foi introduzido somente 
em 1828 pelo microbiologista alemão Christian Gottfried Ehrenberg. O gênero 
bacterium compreendia as bactérias com formato de bastão que não eram 
formadoras de esporos. 
Nas primeiras edições dos manuais de classificação de micro-organismos, as 
bactérias foram agrupadas de acordo com a sua morfologia, as suas reações de 
coloração, a presença de endósporos e outras características óbvias. Embora tenha 
alguma utilidade prática, este sistema também apresenta muitas limitações. 
Atualmente, as classificações utilizam, na maior parte das vezes, as análises 
biomoleculares de RNA ribossomal desses seres. 
 
As bactérias consideradas verdadeiras, incluindo a Cyanobacteria (algas 
verde-azuladas), a Proteobacteria, a Spirochaetae e vários outros filos, não têm 
organelas envolvidas por membranas ou núcleos, tampouco citoesqueleto. Além 
disso, nenhuma delas é metanogênica, uma particularidade das Archaea. Algumas 
fazem fotossíntese baseada na clorofila, possuem peptidoglicano na parede celular 
e têm uma única molécula de RNA conhecida: polimerase, pequena e com poucas 
subunidades. 
As células bacterianas podem se apresentar individualmente ou em colônias, 
sejam elas muito numerosas ou não. Podem medir até 2µm de diâmetro e 8µm de 
comprimento. Para o indivíduo bacteriano, o formato de sua célula não muda, mas, 
entre bactérias, existem formatos diversos que são utilizados para a classificação 
delas. 
 
 
 
 
Perceba que bactérias, assim como todo procarionte, não apresentam um 
envoltório nuclear: seu material genético fica imerso no fluido citoplasmático. Elas 
apresentam a parede celular de uma ou de várias camadas de Peptidoglicana, o que 
determina o formato celular e impede a célula de ser rompida devido a possíveis 
variações osmóticas no ambiente. Além disso, a parede celular bacteriana possui as 
estruturas necessárias para a ancoragem dos flagelos de locomoção. 
A parede celular também atrai a atenção de microbiologistas por ser um dos 
principais meios de identificação de espécies de bactérias, sendo, por isso, alvo dos 
antibióticos produzidos. Em 1884, um bacteriologista chamado Hans Christian Gram 
desenvolveu uma técnica de coloração chamada de coloração de Gram. Dividindo as 
bactérias em gram-positivas e gram-negativas, ela é extremamente importante até 
hoje para as pesquisas e os diagnósticos da área da saúde. Bactérias gram-positivas 
apresentam uma quantidade grande de camadas de peptidoglicanas; as gram-
negativas, uma ou poucas camadas. 
 
 
 
Enquanto é possível observar em animais e 
plantas uma série de estruturas com variações 
relevantes e inferir sobre elas hipóteses de homologia 
para recontar a história evolutiva, com as bactérias o 
quadro é mais complicado. Como elas apresentam uma 
morfologia muito simples e um quadro fisiológico 
limitado, é difícil utilizar esses parâmetros para 
classificar e traçar as relações de parentesco entre os 
indivíduos deste domínio. Mesmo utilizando dados 
genéticos para promover classificações mais precisas, a 
árvore filogenética desenhada para as bactérias ainda é 
por vezes indeterminada.

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