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1 CEDERJ - CENTRO DE EDUCAÇÃO SUPERIOR A DISTÂNCIA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO Curso: Licenciatura em Geografia Disciplina: Espaço, Natureza e Sociedade Coordenador: Valter Luiz de Macedo AD1 (2014.2) com gabarito Base: Aulas 01, 02 e 03 Total de questões: 08 Valor total: 10 pontos 1ª PARTE Em cada questão, indique apenas a alternativa correta. (0,5 pto cada) 1. Pensar o mundo a partir da Geografia significa necessariamente a) analisar a relação entre sociedades humanas e natureza percebendo o espaço como fonte principal para as questões consideradas. b) reconhecer a importância da dinâmica de cada sociedade em suas relações cotidianas, ignorando o quadro natural. c) eleger as regras econômicas como único fator capaz de subsidiar a interpretação das diferentes organizações humanas em classes sociais. d) entender que os processos sociais são específicos de cada grupamento humano e que independem do tempo histórico considerado. e) analisar criteriosamente apenas a dinâmica da natureza em seus múltiplos processos, características e causas. A resposta certa é a alternativa A que, em última análise, reafirma a Geografia como a ciência humana que se diferencia das demais por considerar o meio físico em seu objeto de análise (o próprio espaço). Este é efetivamente ignorado nas alternativas B, C e D, o que as tornam incorretas. Mais: O fato delas desconsiderarem a natureza em seus enunciados e o desta ser o único objeto indicado na alternativa E as reafirmam como erradas. 2. Sobre o conjunto de elementos físicos que expressam os fenômenos na natureza somados ao conjunto de materialidades construídas/vividas em sociedade, é correto dizer que 2 a) representa a natureza na concepção de Kant. b) corresponde ao espaço concebido na antiga Grécia. c) forma os “fixos” construídos pelas sociedades. d) aponta para o que se chama de natureza do espaço. e) ilustra uma visão muito antiga sobre o espaço. É a alternativa D a resposta correta. A aula 02 (página 07) já afirmava que, quando consideramos a natureza do espaço, pensamos exatamente no que está indicado no enunciado da questão. Afirmava também que esta percepção de espaço não foi assim construída e aceita desde os primeiros pensadores na Grécia antiga e que, ao contrário, decorre de contribuições e visões (até contrárias) que foram sendo apresentadas ao longo da História, o que torna erradas as alternativas B e E. No mais, a alternativa A erra por focar em uma interpretação da natureza quando a questão teoriza sobre a categoria espaço e a alternativa C também erra quando indica apenas a ação humana sobre o espaço. 3. O capitalismo, durante a maior parte do seu desenvolvimento histórico, concebeu a natureza como a) distante das relações mercantis. b) algo que deve ser preservado. c) ofertadora de recursos finitos. d) agente das ações humanas. e) fonte infindável de recursos. Quando pensamos na concepção de natureza nas sociedades capitalistas, vemos que o acesso aos seus recursos passa por relações mercantis, visto que a incorporação da natureza e do próprio homem ao circuito produtivo é a base para a expansão do capital. Mais: Até o século XIX, a compreensão das relações entre a sociedade e a natureza, vinculadas ao processo de produção capitalista, desenvolveu-se com base na concepção de uma natureza objeto, dominada pelo homem e tida como fonte infindável de recursos na medida em que atendia ao intenso processo de industrialização. Logo, é a alternativa E a correta. 4. O mundo de 1570 mostrado na Aula 1 através do mapa elaborado por Abraham Ortelius denota uma fase em que o conhecimento geográfico sobre o planeta Terra era a) simbolizado pela expressão “encolhimento do mapa mundo”. b) ampliado por conta das inovações técnicas daquele momento. c) reduzido às informações produzidas durante toda a Idade Média. 3 d) prova do pouco que foi produzido com o advento das Grandes Navegações. e) obscurecido pelas poucas informações sobre as formas exatas dos continentes. Ortelius, o criador do primeiro atlas moderno, de onde se extraiu o mapa em questão, traduziu em pranchas o contexto histórico das Grandes Navegações e a decorrente ampliação do conhecimento sobre o mundo. Assim, trabalhos como o referido mapa constituíram-se nos termos da ruptura da produção do conhecimento sobre a Terra, efetuada com relação à Idade Média, conferindo às informações produzidas sob o signo da Geografia, mesmo que ainda imprecisas em relação ao que temos atualmente, um considerável ganho de volume, importância e algum estatuto. Diferente da citada ilustração de Harvey, o mapa de Ortelius mostra a expansão das áreas conhecidas pelo homem até aquele momento possível apenas com o avanço das técnicas (por exemplo, dos transportes) em um processo de ampliação do conhecimento humano sobre a superfície da Terra. Logo, a alternativa correta é a B. 2ª PARTE: Indicar VERDADEIRO ou FALSO, justificando as respostas dadas. (2 ptos cada) 5. O interesse humano sobre sua localização no espaço e sobre o registro das diferentes paisagens observadas na superfície da Terra é anterior à instituição da Geografia como ciência. VERDADEIRO. Nossa aula 1 mostrou que o conhecimento pautado na noção de espaço, portanto geográfico, é inerente à natureza humana e esteve presente há muito tempo ao longo da história, não se iniciando apenas com a criação da Geografia como ciência (fato ocorrido no final do século XIX). É um erro pensar que o interesse humano pelo espaço em que vivia seja algo “recente”, ignorando o conhecimento produzido desde a Antiguidade sobre tal questão. 6. Ratzel e La Blache são autores fundamentais na história do pensamento geográfico. VERDADEIRO. Tratam-se de autores que estão na gênese da Geografia, cujas contribuições ajudaram na construção de distintos paradigmas nesta ciência. Ao alemão Ratzel, creditam-se as bases do determinismo geográfico por conta do seu conceito de “espaço vital” e da sua visão de que as condições ambientais (em especial o clima) são capazes de influenciar o desenvolvimento intelectual e cultural das pessoas. De contrapartida, o possibilismo geográfico desenvolvido pelo francês La Blache reconheceu as diferenciações na superfície terrestre como resultado dos processos naturais e da ação humana sobre o meio natural. 7. O desenvolvimento da humanidade não homogeneizou a capacidade técnica das distintas sociedades. 4 VERDADEIRO. A capacidade humana de transformar espaços naturais em espaços sociais não é igual em todas as partes do planeta em nenhum momento histórico. Nossa aula 3 mostrou que são evidentes as diferentes formas de desenvolvimento das sociedades humanas. Existem, por exemplo, diversas formações culturais e grandes desigualdades no nível tecnológico entre os vários grupos humanos em nosso planeta. Assim, podemos dizer que o nível de apropriação da natureza de cada sociedade (em última análise, o seu nível técnico) difere radicalmente das demais e que, por conta desta constatação, não podemos pensar realmente em uma homogeneização neste sentido. 8. O espaço geográfico não pode ser pensado apenas como reflexo das relações sociais. VERDADEIRO. O espaço geográfico se refere ao espaço maior da ação humana em nosso planeta, formado por objetos e ações que podem ser ambos naturais ou humanos. Tomando o espaço geográfico como a organização espacial das sociedades, estamos enfim admitindo que as características que nele observamos são, por um lado, resultado das relações estabelecidas pelos diferentes atores sociais em um determinado momento e, por outro, são pré-condições para as novas formas de ação que serão geradas a partir dos objetos (ou “fixos”) nele instaurados. Portanto, o espaço geográfico deve ser considerado tanto como reflexo das ações humanas como condição para aspróximas a cada momento. BOM TRABALHO!
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