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Mindfulness - A ferramenta que vai mudar sua vida

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Prévia do material em texto

1 
https://www.tiberioz.com.br/
2 
Copyright do texto © 2020 Tibério Z 
Dados internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) 
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste livro pode ser 
reproduzida ou usada de qualquer forma ou por qualquer meio, 
eletrônico ou mecânico, inclusive fotocópias, gravações ou sistema 
de armazenamento em banco de dados, sem permissão por escrito, 
exceto nos casos de trechos curtos citados em resenhas críticas ou 
artigos de revistas. 
(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) 
ISBN nº 978-65-00-18386-3 
https://www.tiberioz.com.br/
3 
Prefácio do Autor 
Olá, sou Tibério Z, metafísico e estudante da espiritualidade e 
estou imensamente grato de você estar aqui interessado em 
Atenção Plena, seja para aprender do zero ou para acrescentar algo 
aos conhecimentos que já tenha. 
Esse livro foi escrito de forma singela, mas muito amorosa, 
com a intenção de ser um curso teórico e prático sobre como 
aplicar a Atenção Plena no nosso dia a dia. 
Espero que você esteja empolgado e aberto a todas as 
mudanças positivas que a Atenção Plena pode trazer para sua vida. 
Não é exagero dizer que ela mudou a minha em todos os aspectos! 
Praticar Atenção Plena é caminhar pela jornada de transformação da 
mente de um mal senhor para um bom servo à consciência. Vamos 
juntos? 
'Se quer ir rápido, vá sozinho. Se quer ir longe, vá em grupo.' 
Provérbio Africano 
https://www.tiberioz.com.br/
4 
Prefácio da Editora 
Conheci o trabalho do professor Tibério em uma dessas incríveis 
sincronicidades da vida. Eu estava fazendo o ~maravilhoso~ curso 
de Cristais dele e um dia pensei, 'nossa seria incrível trabalhar com 
esse cara!'. Na hora não entendi esse pensamento, pois minha área de 
atuação profissional era bem diferente das que um possível trabalho 
com ele exigiriam, então não dei ouvidos à minha intuição e deixei 
passar. 
O Universo em sua infinita bondade, resolveu me dar uma nova 
chance e ao acompanhar o grupo do telegram do professor, li um 
comentário em que ele dizia estar precisando de alguém para ajudá-lo 
com seus textos, mas que sabia que o Universo agiria a favor, então 
me enchi de coragem e me candidatei à vaga. Felizmente, o 
professor, tanto quanto eu, acredita nas sincronicidades dos bons 
encontros e me acolheu muito receptivamente. 
Assim nossa parceria começou e fico imaginando para além da 
terceira dimensão tudo que não precisou ser orquestrado para esse 
simples encontro. Aliás, tamanha simplicidade e fluidez me 
lembram que esse é o nosso maior tesouro e a nossa maior riqueza. 
Esse trabalho, e por consequência, esse livro são tão valiosos em 
meu coração que não consigo nem quantificar. Aprendi muito e 
coloquei em cada linha mais amor do que já havia. Esse projeto 
nasceu porque quis nascer, certamente alguém no mundo precisa dele 
e eu fico imensamente grata de, juntamente com o professor Tibério, 
ser um instrumento dessa realização. 
Milena Rosa 
https://www.tiberioz.com.br/
 
5 
 
Um parêntese 
 Vamos abrir um parêntese antes da introdução e de falar 
sobre a Atenção Plena em si, para primeiro entender o que é o 
cérebro. Desse modo, alguns conceitos que virão logo adiante 
ficarão ainda mais fáceis de serem compreendidos. 
 O cérebro é o equipamento físico que está no corpo físico e 
é utilizado pela consciência, que não está no corpo físico, para 
se manifestar na 3ª dimensão. A grande confusão da humanidade é 
que a maioria das pessoas se identifica com seus pensamentos. Elas 
associam que o que elas pensam é o que elas são, quando na 
verdade o que elas pensam é o resultado de uma produção 
mental do cérebro. 
 Ele é um computador biológico com a função de gerar 
pensamentos e aliás, faz isso muito bem e sem parar. Então, assim 
como o coração bombeia o sangue e os pulmões fazem as trocas 
gasosas, o cérebro cria pensamentos. E, assim como não podemos 
falar que somos nosso coração ou o sangue em nossas veias, nem 
os pulmões ou o ar dentro deles, não podemos dizer que somos 
nosso cérebro ou nossos pensamentos. 
 O desafio é quando esses pensamentos não são elevados e 
nos identificamos com eles, pois geram sentimentos que acabam 
por baixar nossa frequência energética, além de alterar nossas 
taxas hormonais. Na verdade, todo o corpo se modifica de acordo 
com o pensamento e o sentimento gerado quando nos identificamos 
com ele, quando acreditamos que somos ele. 
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6 
 
 Para nosso cérebro físico existem três tempos, passado, 
presente e futuro. Quando lembramos do passado, com 
frequência geramos sentimento de culpa e perda, que podem ser 
por algo que fizemos a alguém ou à nós mesmos. E quando 
pensamos no futuro, muitas vezes geramos um sentimento de 
ansiedade, vivenciamos mentalmente experiências que ainda não 
chegaram. 
 Estar mentalmente no passado e no futuro são as causas das 
maiores disfunções psicológicas, químicas e hormonais que 
podemos ter no corpo e essa está sendo a sina da sociedade 
moderna. Quando, para sermos saudáveis, o único tempo que a 
nossa consciência deveria estar presente é no tempo presente. 
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Módulo 1 – Introdução 
A origem da expressão Atenção Plena 
 
 Mindfulness ou Atenção Plena é a tradução da palavra Sati, 
um termo budista que surgiu da palavra Satti do sânscrito. 
 A palavra Satti é uma abreviação de Satipatthana, que é uma 
palavra constituída de dois elementos, Sarati e Patthana. 
 Sarati significa clareza mental, atenção no momento 
presente, estar consciente, vigilante e diligente. 
 Patthana significa proximidade, estabelecimento firme e 
estável, aplicação e fundamento. 
 Juntas essas palavras significam que através da intenção 
colocamos a atenção no momento presente, ou seja, a 
atenção plena se desenvolve através da vontade do observador de 
estar no momento presente. 
 A técnica de estar em atenção plena é o que vamos aprender 
a partir de agora. 
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8 
 
Budismo e Atenção Plena 
 Buda criou um método avançado de meditação ao qual deu o 
nome de foco quádruplo. Ele afirmava que se alguém 
desenvolvesse o foco quádruplo por sete dias alcançaria a 
iluminação, mas para chegar no resultado prometido por Buda o 
praticante deve vencer os cinco obstáculos preliminares: 
1- Desejo sensual; 
2- Má vontade; 
3- Preguiça e torpor; 
4- Inquietação e ansiedade; 
5- Dúvida. 
 E para abandonar os cinco obstáculos devem ser 
desenvolvidos os quatros fundamentos da atenção plena, que de 
acordo com Buda, são: 
1º Fundamento: Plena Atenção Sobre o Corpo; 
2º Fundamento: Plena Atenção (Consciência) às Sensações; 
3º Fundamento: Plena Atenção à Mente e aos Estados Mentais; 
4º Fundamento: Plena Atenção aos Assuntos do Dharma. 
 Agora vamos abordar cada fundamento resumidamente, mas 
eles serão desenvolvidos com mais profundidade dentro do contexto 
do curso. O primeiro fundamento nos fala da consciência plena 
sobre o corpo, ou seja, saber identificar cada desconforto, prazer, 
necessidade e emoção manifestada nele. Essa prática se torna um 
treinamento mental porque a atenção no corpo nos devolve para o 
presente, que é onde o corpo sempre está. 
 O segundo fundamento é atenção plena às sensações. Toda 
sensação física vem de uma emoção manifestada, então sempre 
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vamos ligar a sensação à uma emoção anterior a ela. Nosso 
coração acelera quando sentimos raiva de alguém, ou seja, a 
emoção raiva desencadeou a sensação física. 
 É através da atenção plena que percebemos que o estresse 
gerado em nosso corpo é fruto das emoções densas que 
manifestamos. Essa clareza de saber associar sensações físicas e 
emocionais, umas às outras, saber identificá-las como uma via de 
mão dupla, nos permite mudar padrões de comportamento 
indesejáveis. 
 O terceiro fundamento é plena atenção à mente e aos estados 
mentais. Basicamente quer dizer estar atento ao que estamos 
pensando, ser o observador de nossos própriospensamentos. 
Ter a percepção se estamos pensando no passado, no presente ou 
futuro. Pois podemos passar o dia inteiro pensando em coisas 
negativas, gerando medo, raiva, escassez e nem percebermos que 
esse é o nosso padrão mental. 
 Além disso, o que pensamos está diretamente ligado ao que 
sentimos, inclusive, um modo simples de saber a qualidade de 
nossos pensamentos é perceber como nos sentimos na maior 
parte do dia. 
 Como estão interligados, pensamento e sentimento, facilmente 
ficamos presos em um looping mental que pode não ser positivo. 
Nesse looping, pensamento gera sentimento, sentimento gera 
sensação física, sensação física gera um novo sentimento e o 
sentimento gera um novo pensamento. 
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 O quarto fundamento é a plena atenção aos assuntos do 
Dharma. Esse tópico está mais diretamente ligado ao Budismo e não 
foi considerado na adaptação ocidental da atenção plena. De 
maneira simples, podemos dizer que Dharma e Karma, são sistemas 
universais, onde o Dharma contabiliza toda ação positiva, toda 
ajuda e todo ato de bondade e o Karma todo ato prejudicial a algo 
ou alguém. 
 O Dharma e o Karma estão ligados à atenção plena, porque 
“somar pontos” em um deles está relacionado aos sentimentos 
gerados por nossas ações. Por exemplo, quando roubamos, 
nosso sentimento é de culpa e escassez, mesmo que de modo 
inconsciente, então somamos pontos no Karma. Já quando 
ajudamos, nosso sentimento é de generosidade e abundância, então 
vamos somar em nosso Dharma. 
 Mas embora, a atenção plena venha do Budismo, não 
precisamos ser budistas para praticá-la, nem sermos espiritualizados 
ou termos como objetivo atingir a iluminação espiritual. Pois como 
vimos, a conexão entre sentimentos, pensamentos e sensações atua 
diretamente sobre a vida de todos nós e através da atenção plena 
aprendemos a usar essa interação em prol da nossa qualidade de 
vida. 
 
 
 
 
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Como a Atenção Plena veio para o Ocidente 
 Nos anos 60 a humanidade presenciou o surgimento do 
movimento hippie, inicialmente nos Estados Unidos e depois se 
espalhando para o restante do mundo. Essa onda facilitou o 
intercâmbio cultural entre o Ocidente e o Oriente, em 
especial com a cultura indiana. Desse modo, muitas práticas de 
meditação chegaram aqui através de gurus que se tornaram muito 
populares na época. 
 O Dr. Jon Kabat-Zinn, professor da Universidade de 
Massachusetts, percebeu os efeitos positivos na redução do estresse 
nas pessoas que começaram a aderir a essas práticas meditativas. 
Então, adaptou o foco quádruplo Budista e seus quatro 
fundamentos, para uma técnica mais dentro do gosto da cultura 
Ocidental e chamou de Mindfulness, ou em português, Atenção 
Plena. 
 Como vimos, nessa adaptação ele retirou o último 
fundamento, Plena Atenção aos Assuntos do Dharma, por trazer 
conceitos ainda fora da visão materialista científica do Ocidente. 
Em substituição, foi introduzido o quarto conceito, prestar atenção 
aos conteúdos mentais, que se refere a estar atento à qualidade dos 
nossos pensamentos. Então, segundo o Dr. Jon Kabat-Zinn, os 
quatro conceitos da Atenção Plena, são: 
1- Prestar atenção no corpo; 
2- Prestar atenção em sensações e sentimentos; 
3- Prestar atenção na mente e na consciência; 
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4- Prestar atenção aos conteúdos mentais. 
 Ele também foi o responsável pela criação do primeiro 
programa de Mindfulness no mundo. Seu programa original possui 8 
semanas de práticas pré-estabelecidas e embasadas por seu 
estudo e pesquisa. Essa adaptação e organização facilitou a 
adesão por ocidentais, que costumam valorizar mais os conteúdos 
fixos, textos escritos e cronogramas. 
 Seu programa é utilizado até os dias de hoje por diversas 
universidades, profissionais da saúde, empresas e organizações 
como a Força Aérea Norte Americana. No Brasil, temos a 
Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e a Universidade de 
São Paulo (USP) como referências em pesquisa e oferecimento de 
ações envolvendo a atenção plena. 
 Sempre recomendo aos estudantes da atenção plena que 
busquem variadas fontes de estudo. Para quem é mais 
espiritualista, sugiro um templo budista, independente de religião, 
pois geralmente eles oferecem meditações diárias abertas ao 
público. 
 Para os mais céticos, sugiro o programa do Dr. Kabat-Zinn, 
alguma organização ou profissional que atue com a técnica. Sigam 
também neste curso comigo, pois abordo a atenção plena por um 
novo prisma, holístico e metafísico, mas de uma forma simples e 
descontraída. 
 Bom, agora sabemos que o movimento hippie, trouxe não 
somente sua contracultura no pós guerra, seu apelo por paz e amor 
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e muitos psicodélicos, mas também a oportunidade de nos 
inspirarmos na milenar arte Oriental da meditação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Os benefícios da Atenção Plena 
 A atenção plena traz inúmeros benefícios para o corpo, mente 
e espírito, o principal deles é o relaxamento. Pois, sintonizando a 
mente no presente e em cada ação que estamos realizando 
paramos de ter angústia do passado e ansiedade do futuro, desse 
modo, todo o corpo e a mente relaxam. 
 Quando focamos a atenção naquilo que estamos fazendo, o 
corpo não tem tempo de produzir substâncias nocivas a ele mesmo. 
Ao contrário, por exemplo, se estamos lavando louça e começam a 
vir imagens do passado e se neste momento nos associamos à 
essas imagens, a consciência deixa de estar no presente, estamos 
então vivenciando um teatro mental. 
 Essas vivências imaginárias que criamos começam a modificar 
nossos padrões hormonais, nossas funções químicas e físicas, 
podendo culminar em quadros de ansiedade e tristeza. Quando 
estamos realizando uma tarefa e começamos a pensar em alguém 
que nos traz um sentimento nocivo, esse pensamento gera tensões 
que obrigam nosso corpo físico a trabalhar mais, a dilatar as 
artérias, o coração a bombear mais sangue e as taxas hormonais a 
mudar. 
 Essa tensão se retroalimenta e entramos em um círculo 
vicioso. Ao passo que, se tivéssemos apenas concentrado na 
tarefa, estaríamos completamente relaxados. Pois quando estamos 
focados em uma ação, o relaxamento é natural, nosso foco está no 
que estamos fazendo e não na associação com os pensamentos, 
que é a fonte de toda tensão gerada no corpo físico. 
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 Um segundo benefício é o aumento de produtividade. 
Quando estamos realizando uma ação completamente focados, sem 
interferência dos pensamentos, a produtividade aumenta 
consideravelmente, porque todo nosso sistema está envolvido 
apenas em realizar aquela atividade. Lá no final do curso, vamos ter 
uma prática focada em exponenciar ainda mais esse resultado 
natural da atenção plena. 
 Outro benefício é melhorar o sistema imunológico. Pois, 
quando eliminamos todos os pontos de tensão do organismo, 
paramos de gastar energia à toa, criando uma reserva de energia 
física para combater os micro-organismos invasores. Já quando o 
corpo está constantemente tenso, gasta mais energia, reduzindo o 
que seria direcionado ao sistema imune. Isso agravado pela péssima 
alimentação que a maioria de nós leva no Ocidente, com baixíssima 
reposição da energia física. 
 A criatividade é outro benefício que a atenção plena traz. 
Quando estamos focados completamente em uma ação, liberamos 
áreas do cérebro que estariam produzindo e associando 
pensamentos, com essa liberação podemos pensar de modo mais 
construtivo, trazendo soluções para os problemas. 
 Comumente as pessoas chamam esse processo de intuição, 
que nada mais é do que o cérebro trabalhando num subnível, ele 
gerando soluções e essas soluções emergindo no consciente como 
uma ideia, quando na verdade você simplesmente liberou espaço 
nele, o que te permitiu acessar e processar uma nova informação. 
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 O cérebro é como o processador de um computador, 
quanto menos comandos são dados, mais ágil ele fica. Mas quando 
inundamos esse processador de pensamentos, do passado ou do 
futuro, estamos sobrecarregando o sistema, reduzindo a capacidade 
dele de processar funções úteis, como soluções de problemas e 
planejamentos a médio e longo prazo. 
 A atenção plena também melhora o sono. Geralmente quem 
tem insônia, deita-se e fica mergulhado em pensamentos, um 
levando ao outro sem parar e gerando uma cascata de reações 
físicas. Esse exemplo ilustra bem o que Buda falava sobre termos 
macacos incontroláveis na mente e o que a atenção plena faz é 
justamente nos ensinar a controlá-los, pode acreditar que ficará 
mais fácil dormir assim. 
 Esses são alguns benefícios que a meditação plena pode 
trazer, acredito que ela seja o melhor que podemos fazer por nós 
mesmos. Nascemos em uma sociedade que não nos ensina como 
funciona o cérebro, como controlamos o pensamento, nem como os 
sentimentos são gerados, por isso as pessoas estão cada vez mais 
tristes e deprimidas, simplesmente porque não sabem usar a 
máquina que possuem. 
 Vivemos dentro de um corpo físico, com um computador na 
cabeça que funciona de maneira descontrolada. Mas não podemos 
deixar que os pensamentos nos dominem, nós dominamos os 
pensamentos e assim também os sentimentos, e dominando os 
sentimentos, aumentamos nossa frequência energética e 
vibracional, atraindo o que for mais elevado para nossa vida, 
simples assim. 
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Como começar a praticar a Atenção Plena 
 Quando começamos a praticar atenção plena, alguns atributos 
nos ajudam a levar adiante esta resolução. Considero-os como 
pilares para a prática por sua importância na manutenção diária do 
compromisso que começamos a firmar, são eles a atenção, a 
intenção, a atitude e a compaixão. 
 A primeira é a atenção, vamos conversar mais sobre esse 
tópico tão fundamental mais adiante, mas por agora precisamos 
entender que temos a capacidade de direcionar nossa atenção, 
de colocarmos ela onde queremos. Isso nos torna o observador e 
como observadores temos distanciamento suficiente para decidir 
além dos nossos pensamentos automáticos. 
 É possível escolher pensar em algo ou não, mas precisamos 
praticar antes e estamos aqui para isso. Ao longo desse curso 
veremos várias práticas que exercitam essa habilidade tão 
fundamental de escolher conscientemente o que merece nossa 
atenção e o que não, pois a mente não tem filtro, ela apenas 
dispara os pensamentos e é papel da consciência fazer essas 
escolhas. 
 O segundo pilar é a intenção, que inicialmente pode ser 
confundida com a atenção, mas elas são diferentes. A intenção 
nasce antes, é a partir dela que direcionamos nossa atenção, 
porque mais do que a capacidade de fazer isso, precisamos antes 
querer. Então, por exemplo, temos a intenção de focar em um 
objeto, temos a intenção de não focar em um pensamento 
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18 
 
destrutivo, temos a intenção de focar em nossa respiração e através 
dessas intenções é que vamos direcionar nossa atenção. 
 Por isso, temos que ter a intenção de estar em atenção plena, 
a intenção de observar nosso corpo o tempo todo, a intenção de 
observar o nosso pensamento, a intenção de sermos o observador. 
Desse modo, saímos do modo automático e passamos a ir para 
o modo do querer, damos voz a vontade de nosso ser. 
 O terceiro pilar é a atitude, ou seja, decidimos estudar e 
praticar atenção plena, então vamos realmente fazer. Não 
desenvolvemos nossos músculos apenas lendo sobre musculação, 
sem treinar e praticar antes. Para a atenção plena vale o mesmo 
princípio, pois ela é um treinamento para o cérebro, por isso, tudo o 
que veremos aqui precisa da atitude de ser colocado em prática. 
 E o quarto pilar, elemento chave pois sem ele não se pratica 
atenção plena, é a compaixão, a compaixão por si mesmo. Em 
nossa sociedade, colocamos uma pressão enorme em tudo o 
que vamos fazer, começamos a estudar algo e já temos que ser o 
melhor naquilo. Não há espaço para as falhas, rejeitamos os erros e 
os vemos como um sinal de fracasso. 
 Essa visão nos põe em um nível muito alto de cobrança e a 
questão é que não existe aprendizado sem erro, não há como 
termos boas ideias, saímos do automático, sermos criativos, sem 
abrir espaço e naturalizar o erro. O medo de errar leva à zona 
de conforto, porque a cobrança e a autocobrança são tão grandes 
a cada nova tentativa de aprendizado, que achamos melhor nem 
começar. 
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19 
 
 Na atenção plena, a compaixão por nós mesmos nos permite 
alinhar mais corretamente as expectativas, nós somos nós, não 
somos Buda e não precisamos ser, é irreal exigir a perfeição de 
si. Além disso, nosso progresso deve ser comparado a nós mesmos 
e não aos outros. Se meditávamos 30 segundos e agora meditamos 
1 minuto, vamos comemorar! Fizemos um enorme progresso! 
 Não precisamos ser os melhores em tudo o que fazemos, o 
melhor pai, a melhor mãe, o melhor funcionário, o melhor líder, pois 
esse nível de exigência retira a leveza e a diversão de tudo. Não 
devemos fazer da atenção plena mais uma obrigação chata, 
precisamos encará-la como algo gostoso, como uma 
autodescoberta, sempre seguindo em frente, mas sem cobranças. 
 Pois essa pressão de sermos os melhores em tudo nos adoece, 
não temos que ser os melhores, temos que ser felizes. No fim tudo 
se resume a isso, qualquer dia desses todos nós vamos embora 
daqui e o que levaremos? Levaremos os erros, mas também os 
aprendizados ou só levaremos só medo de errar? Por isso, ressalto, 
não temos que ser os melhores, temos que ser felizes. 
 
 
 
 
 
 
 
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Meditação com foco na Respiração 
 Chegamos à nossa primeira prática, sim, já na introdução! 
Como mencionado, esse é um curso teórico, mas também prático e 
essa meditação que vamos aprender é simples, porém o princípio 
da atenção plena. Ela vai ser a âncora que te permitirá praticar 
tudo o mais que ainda veremos, por isso, não deixe para depois, 
vamos começar a praticar juntos agora. 
 Inicialmente, recomendo que se faça essa meditação por um a 
três minutos, não mais que isso, pelo menos uma vez ao dia. Pare 
tudo o que está fazendo, sente ou se deite confortavelmente, feche 
os olhos e simplesmente inspire e expire. Respire de modo lento e 
calmo, mas fluido e natural, enquanto faz isso, observe seus 
pensamentos, mas não se fixe neles, apenas os perceba surgindo, 
passando pela sua mente e então indo embora. 
 Continue inspirando e expirando, e se um novo pensamento 
surgir em sua mente, apenas o deixe passar novamente. Se em 
algum momento você perceber que foi longe nos pensamentos e 
não está mais prestando atenção na respiração, apenas retorne o 
foco para a respiração, sem julgamentos ou punições. 
 Sempre siga a lógica 'um pensamento roubou minha atenção, 
volto para a respiração', continue nesse processo pelos três 
minutos, mesmo que constantemente os pensamentos surjam e te 
roubem o foco. É assim mesmo, no início não parece fazer sentido 
permanecer na prática, mas persista um pouco a cada dia e verá 
aos poucos os resultados. 
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 Lembre-se que é um treino, um processo, então, não se 
cobre, não se julgue e não fique irritado. Depois de tantos anos de 
pensamento descontrolado, você não espera conseguir domar sua 
mente na primeira tentativa, não é? Então use sua intenção para 
manter o compromisso e não esqueça de se divertir pelo caminho. 
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Módulo 2 – Conceitos 
O que é Meditação? 
 Podemos dividir a meditação em dois grandes grupos, a 
meditação passiva e a ativa. A meditação passiva é quando tiramos 
um horário do dia para ficar em uma posição x e praticar o ato de 
meditar, ou seja, paramos tudo o que estamos fazendo e 
vamos praticar a atividade de meditação. 
 Já a meditação ativaocorre quando o corpo está acostumado 
com a meditação passiva, com as frequências cerebrais mais baixas 
que são alcançadas nesse estado e incorpora a meditação ao dia a 
dia. Desse modo, é possível meditar lavando louça, correndo, 
conversando com alguém ou fazendo qualquer atividade. 
Inclusive, grandes meditadores podem estar sempre em estado 
meditativo. 
 No Ocidente temos uma ideia equivocada do que é meditação, 
acreditamos que é o ato de ficar de olhos fechados, imóveis e sem 
fazer nada, mas não é isso. Meditação é o ato de controlar os 
pensamentos e conseguir colocar foco no que se está fazendo, é 
quando o pensamento silencia e esse silenciar não é forçado. 
 Uma parábola budista conta que o discípulo chegou para o 
Mestre e perguntou: 'Mestre, qual é a coisa mais importante da 
vida'? O Mestre pegou a cabeça do discípulo e afundou em um 
tanque de água, quando ele estava quase se afogando, o Mestre o 
soltou. Desesperado, o discípulo levantou a cabeça e respirou 
profundamente. Então o Mestre falou: 'nesse momento o mais 
importante é a respiração'. 
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23 
 
 Com o pensamento ocorre o mesmo, não conseguimos parar 
de pensar, assim como não conseguimos parar de respirar. Por isso, 
não devemos tentar obrigar o cérebro a parar de pensar durante a 
meditação, ele foi feito para produzir pensamentos, ele pensa 24 
horas por dia e ao tentar pará-lo criamos resistências corporais. 
 A questão não é parar de pensar e sim não se associar aos 
pensamentos. Quanto menos nos associamos com eles, mais 
intervalos de silêncio criamos na mente e é nesse intervalo de 
silêncio que se atinge o estado de não ser. Nesse estado está a paz 
absoluta e com muito treino, podemos alcançá-la mesmo no dia a 
dia, pois o corpo e a atenção estarão na atividade, mas a mente 
estará no silêncio. 
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24 
 
O que é Atenção? 
 A atenção é a concentração da atividade mental sobre um 
objeto determinado. É similar a usar um microscópio, quando 
isolamos todas as possibilidades e direcionamos o foco em 
apenas um ponto que escolhemos ver. 
 No dia a dia, podemos usar nossa atenção para desempenhar 
qualquer tarefa, como fazer um artesanato, lavar a louça ou se 
exercitar. Fechamos todo campo mental e visual e nos 
concentramos apenas no que estamos fazendo. Quando surge 
um pensamento, deixamos ele passar, não nos associamos, nem o 
deixamos se desenvolver e assim continuamos com a mente focada. 
 Muitas pessoas associam meditação e atenção plena com 
zerar os pensamentos ou com não fazer nada, mas obviamente não 
é isso. Durante milhares de anos, o cérebro evoluiu para produzir 
pensamentos que garantem nossa sobrevivência, com a atenção 
plena não estamos tentando obrigá-lo a deixar de pensar, estamos 
apenas treinando a atenção, treinando colocar o foco onde 
queremos. 
 Por isso que, mesmo sendo iniciante na prática, podemos 
treinar a atenção plena no dia a dia, fazendo o que 
normalmente faríamos em nossa rotina. Para isso, precisamos 
direcionar nosso foco para cada detalhe da ação. Quando um 
pensamento surgir, ignoramos e voltamos o foco para nossa 
atividade. 
 No começo virá uma enxurrada de pensamentos, temos 
apenas que deixá-los passar. Vamos sempre nos lembrar da frase 
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'um pensamento roubou minha atenção, volto para a respiração', 
que vimos na meditação anterior. A diferença é que agora a 
meditação é ativa e a atenção vai, portanto, para a atividade. 
 Colocar a atenção na tarefa que estamos realizando significa, 
sentir os objetos que estamos tocando, suas texturas, o cheiro que 
está no ar, sentir a própria respiração, o próprio corpo, sentir 
como está se sentindo. Isso é estar no presente, sentir o que 
realmente estamos sentindo no agora e não aquilo que nossa mente 
está produzindo. 
 Quando nos associamos com os pensamentos, estamos 
vivendo uma realidade virtual e, portanto, vivendo suas sensações 
que também são irreais. A única realidade que existe é a realidade 
do tempo presente, é a realidade que estamos sentindo agora. 
Por isso, o que sentimos é real desde que não sejam sensações 
físicas geradas a partir dos pensamentos. Ficamos tristes, nervosos, 
estressados, irritados, doentes, com dor e tudo isso é real sim, se 
for do agora. 
 Outro ponto que gostaria de ressaltar é que a atenção vale 
para todos os tipos de sensações, não apenas as positivas, temos 
que focar nossa atenção em tudo que sentimos. Se no momento 
estamos irritados, não reagimos a isso, apenas observamos a 
irritação e a aceitamos. Ela já existe, portanto, não adianta lutar 
contra. 
 Apenas colocamos atenção nesse sentimento, percebemos 
onde ele se aloja no corpo, que tipos de pensamentos disparam 
com essa sensação. E ficamos nesse processo de se auto-
observar. Quando damos esse passo para trás como observadores 
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de si, o sentimento irá ensinar muito, deixará de ser um inimigo e 
passará a ser um mestre. 
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Quem é o Observador? 
 Falamos anteriormente sobre sermos o observador de nós 
mesmos, agora vamos além e entender quem é esse observador em 
última instância. Para isso, precisamos esclarecer o que é a 
consciência e essa é uma conversa mais metafísica. Peço, 
portanto, que se ao final não ressoar com você, tudo bem, apenas 
continue o curso. 
 Podemos dizer que a consciência é o espírito, é a alma? Sim. 
Mas podemos dizer que ela é o corpo físico? Não. O corpo físico é 
o instrumento para a consciência exercer seu papel aqui na 
terceira dimensão. O corpo é um robô biológico em que a 
consciência está ancorada e que ela anima. 
 Indo um pouco mais além, precisamos entender que tudo o 
que existe, seja cadeira, mesa, planta, eu ou você, é Deus, não 
existe nada fora Dele. Não há um Deus que está lá ou que está 
aqui, Ele está em tudo. Quanticamente falando, toda energia, todos 
os prótons, elétrons e nêutrons que existem nessa dimensão e em 
todas as dimensões, são Deus, compõe Deus. 
 Então tudo que existe é Deus no sentido energético e no 
sentido atômico, cada átomo é um pedaço Dele. Logo, não existe 
eu ou você individualmente, só existe a consciência unificada de 
Deus. Se conseguíssemos entrar 100% no micro ou nos 
afastássemos 100% no macro, no fundo, no fim, sempre 
encontraríamos um ponto e esse único ponto é Deus, por isso, tudo 
o que existe é Ele. 
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 Mas então, por que Deus resolveu criar eu, você e tudo o 
mais? Porque só se desdobrando em infinitas possibilidades Ele 
poderia experimentar. Imagina um ser extremamente poderoso, 
com toda eternidade e com todo amor, mas sem poder trocar, Ele 
cairia no tédio, na zona de conforto se nada fizesse. Como a zona 
de conforto é a pior coisa que existe, Deus resolveu se 
desdobrar em pequenas consciências e se espalhar por infinitas 
dimensões para experimentar Ele mesmo. 
 Agora pense em um grande computador quântico, porque 
Deus é como um grande computador quântico, imagine tudo o que 
existe, em todas as dimensões, recebendo essas informações, 
esse fluxo constante, 24 horas por dia pelo infinito. 
 Deus recebe essas informações e elas vão modificando as 
formas energéticas Dele e Ele vai se abastecendo e criando mais 
informações. Ele cria e se abastece de informações sem parar. 
Nós nada mais somos do que fagulhas de Deus, receptáculos de 
informações, como se Ele possuísse infinitos tentáculos, que vão 
recebendo informações de tudo o que existe, nós somos um 
tentáculo Dele, essa é nossa consciência. 
 Poderíamos aprofundar os conhecimentos sobre a consciência, 
mas por agora basta saber que esta consciência é uma fagulha de 
Deus individualizada em tudo o que existe. Como vimos, a 
consciência se manifesta na terceira dimensão ancorada no corpo 
físico, então ela vai comer, ela vai sair, ela vai ir ao cinema, ela vai 
se casar, ela vai namorar, ela vai ter filho, tudo isso paraalimentar 
o banco de dados do Criador. 
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 Mais especificamente falando da atenção plena, podemos dizer 
que se essa consciência está ancorada no corpo físico e se esse 
corpo físico possui um cérebro, é a consciência que deve 
dominar o cérebro e não deixar o cérebro correr sozinho, certo? 
 Essa consciência é o observador, ela tem que se pôr perante o 
cérebro e os pensamentos e selecionar aquilo que ela quer, o que é 
destrutivo e o que é construtivo. Ela é o filtro que vai escolher as 
informações que são positivas e que podem ajudá-la no 
desenvolvimento aqui na terceira dimensão, das negativas que 
devem ser descartadas. 
 No começo pode parecer impossível controlar os 
pensamentos, pois provavelmente estivemos sendo guiados pela 
mente até agora. Então nos sentimos como se estivéssemos em um 
mar agitado com ondas gigantes, mas quanto mais damos espaço 
para a consciência, quanto mais mergulhamos no fundo do mar, 
mais encontramos a paz. 
 Em cima têm todas essas ondas, essas revoadas de 
pensamentos, mas embaixo existe a paz absoluta, a paz que vem 
da consciência. E ela só existe quando aprendemos a controlar os 
pensamentos, sem isso não somos capazes de ter paz, e a paz é o 
bem mais valioso que temos. 
 Para finalizar, te convido a refletir quanto custa sua paz. Você 
já sentiu paz de espírito? Aquela paz em que internamente está 
tudo bem, que não importa o que se passa no exterior, não existe 
conflito, tensão nenhuma, só um estado de êxtase, um nirvana, 
uma felicidade plena. 
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 E ela não vem da conquista de bens materiais, a paz vem do 
domínio do pensamento, do autodomínio, em ignorar o passado e o 
futuro e viver no presente. Agora te pergunto, quanto custa sua paz 
de espírito? As pessoas costumam vender sua paz por muito pouco, 
mesmo sendo seu item mais valioso. 
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As duas flechas de Buda 
 As duas flechas é uma antiga parábola budista, e através dela 
vamos fazer um exercício mais filosófico e reflexivo, com 
grande potencial de impulsionar a atenção plena na sua vida. 
 Começaremos com dois exemplos, primeiro imagine que está 
andando na rua, então se desequilibra, cai e machuca o joelho, essa 
foi a primeira flecha. Então você fica muito chateado, sai 
praguejando e se perguntando por que aquilo foi acontecer logo 
com você, essa foi a segunda flecha. 
 Agora imagine que acabou de ser demitido, essa foi a 
primeira flecha. Então você foi para casa e ficou remoendo, com 
raiva e mágoa do que aconteceu. Uma semana se passou e ainda se 
sente triste e injustiçado, lembrando diariamente da demissão, essa 
foi a segunda flecha. 
 O que os dois casos têm em comum? A primeira flecha foi o 
destino, o universo, a vida quem mandou, pois, depois que 
ralamos o joelho não temos como voltar atrás, depois que somos 
demitidos, não há nada que possamos fazer. Já na segunda flecha, 
nós que escolhemos continuar sofrendo. 
 Buda falava que é impossível evitar a primeira flecha, mas é 
possível evitar a segunda. Sei que vocês estão pensando que não 
tem como não sentir dor, que é muito difícil não se entristecer com 
uma demissão, mas a questão não é deixar de sentir dor e sim a 
importância que damos para ela. 
 Quando um fato que nos desagrada acontece, não tem como 
o tempo voltar, é aquela história que já conhecemos do leite 
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derramado. Então, se aconteceu e não temos como desfazer, por 
que se dar a segunda flechada? Ela não diminui o desconforto, 
só o aumento, portanto, aceite a primeira flechada e rejeite a 
segunda. 
 Mas o que esse ensinamento de Buda tem a ver com atenção 
plena? Tem que se você foi demitido na semana passada e seguiu a 
semana inteira remoendo esse fato, você deixou de viver no 
presente. Algumas pessoas fazem isso por anos, ficam dando essa 
auto flechada, relembrando aquilo que aconteceu e que não pode 
ser mudado, ficam se torturando com esse pensamento. 
 Aceitar a primeira flechada, que é da vida e inevitável, envolve 
a aceitação de que milhares de coisas vão nos acontecer, coisas 
que constroem e coisas que destroem. Essas duas energias estarão 
presentes na nossa vida, na verdade, há potencial para acontecer 
de tudo, o possível e até mesmo o inimaginável, existem tantas 
probabilidades na vida, que chega a ser infinito. 
 E para que você não seja seu próprio algoz com a segunda 
flecha entenda que o que aconteceu, aconteceu! Não tem como 
mudar. Tenha seu tempo de luto, de absorver a ideia, de ficar 
triste, de deixar que vários sentimentos brotem, mas depois desse 
tempo siga em frente, não fique remoendo o que já aconteceu. 
 Portanto, use a primeira flecha para viver o que tem que ser 
vivido, melhorar algumas experiências e ter mais informações sobre 
a vida. E se pergunte em que situações está cravando uma 
segunda flecha em você mesmo, então em vez de se punir com 
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ela, largue-a e pense como pode usar esse tempo e energia para 
melhorar a sua vida agora, não amanhã, nem ontem, hoje. 
 
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Módulo 3 - Fundamentos Básicos da Atenção Plena 
Prestar Atenção 
 Atenção é focar nossa consciência em uma única ação. 
Portanto, tudo o que fazemos, seja lavar a louça, escrever um 
relatório da empresa ou dirigir, deve ser o foco de nossa atenção 
no momento da ação e os pensamentos que surgirem simplesmente 
os observamos. 
 Não devemos tentar frear os pensamentos, mas sim jogar 
nossa percepção nas respostas orgânicas do corpo, ou seja, nas 
sensações das pontas dos dedos, no olfato, no paladar, na postura 
que o corpo está. Pois, os pensamentos começam pequenos e se 
ampliam gradativamente, mas quando o foco está no corpo, na 
tarefa ou na respiração, eles naturalmente diminuem e somem. 
 No começo, eles surgem em fluxos constantes, mas quando 
aprendemos a não focar neles, passam a existir intervalos de 
silêncio, ou seja, espaços de tempo em que os pensamentos não 
se manifestam. Com a prática, esse intervalo de silêncio irá crescer 
e é justamente neles que vamos experimentar uma sensação maior 
de relaxamento, de paz e plenitude. 
 O objetivo da atenção plena é aumentar os intervalos de 
silêncio, não importa o quão pequenos eles sejam no começo. 
Devemos treinar diariamente enquanto executamos algumas 
tarefas simples e assim progredir nem que seja 10 segundos a mais 
de silêncio por dia. Conforme ganhamos habilidade vamos 
ampliando esse treino para outras atividades da nossa vida. 
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 Os pensamentos não deixarão de ter utilidade, mas sim serão 
usados com foco, para alguma atividade específica ou para resolver 
algum problema prático. Nesses casos, eles apenas deixam de 
ser automáticos, há atenção envolvida e sabedoria da hora de 
desligá-los e deixar a consciência agir. 
 Para chegar nesse ponto, começamos com o básico que é 
aprender a prestar atenção, por isso exercite esse primeiro 
fundamento. Pratique-o diariamente em suas atividades e evolua 
seus intervalos de silêncio. Paradoxalmente, é através do silêncio 
que a consciência fala conosco, você quem decide o quanto quer 
ouvi-la ou não. 
 
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Momento Presente 
 O segundo fundamento nos traz a ação de estar no momento 
presente como um caminho para a atenção plena. Para isso, 
precisamos ignorar qualquer tipo de pensamento que a mente 
produza em relação ao passado e ao futuro, sejam esses 
pensamentos, lembranças da infância ou uma tarefa que precise ser 
entregue. 
 Uma ferramenta para lidar com esses momentos é sempre 
se perguntar: 'Em que tempo eu estou? Então afirme: 'Eu estou no 
hoje, tudo está bem!' Repita quantas vezes forem necessárias no 
seu dia, quando vir um pensamento do passado, uma preocupação 
de algo no futuro ou mesmo para pensamentos negativos, de 
doença, pobreza e carência. 
 Pense 'Em que tempo euestou? Eu estou no hoje, tudo está 
bem!' e volte para o presente. Mas lembre-se de não tentar 
chegar na excelência em um mês, é realmente treino, pois não 
fomos acostumados a usar o cérebro de maneira eficiente e para 
reaprender demora. Precisamos ter paciência e amorosidade 
conosco e saber comemorar as pequenas vitórias. 
 Estar no momento presente passa por cultivar o hábito de 
focar no que temos hoje, não nos deixarmos levar por medos de 
perdas, de falta, de escassez. Nunca deixe as projeções dos seus 
medos, ou seja, os medos criados na mente tomarem conta de 
você, sempre retorne seu foco para a situação que se apresenta no 
momento presente. 
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 Na maioria das vezes nossos problemas são projeções de um 
passado que já foi ou de um futuro que nem chegou. Além disso, o 
único momento em que podemos fazer algo para resolver uma 
questão é no presente e talvez fugimos dele justamente por medo 
de resolver o que nos atormenta. 
 
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Não reagir aos pensamentos 
 Não reagir significa escolher não responder imediatamente aos 
pensamentos e sentimentos. E a palavra-chave aqui é escolher, 
pois podemos acreditar que nascemos ou não com o dom da não 
reatividade, mas a verdade é que, como tudo em nossa 
personalidade, é fruto de intenção e treino. 
 Um pensamento sempre vai nos ligar à um sentimento, 
podemos reagir a esse sentimento de maneira positiva ou de 
maneira negativa, a questão é que na maioria das vezes não temos 
nem consciência desse processo, a reação ocorre de modo 
automático. 
 Quando surge um pensamento de um trauma ou uma situação 
difícil pela qual passamos, se desencadeia um sentimento que já 
está relacionado a esse pensamento. Esse sentimento vai 
influenciar toda nossa química corporal, trazendo tensão e estresse, 
mesmo que a intenção inicial tenha sido reagir positivamente a ele. 
 Portanto, o treino agora é manter-se neutro em relação aos 
pensamentos, ser o observador, porque pode ser frustrante tentar 
reagir positivamente a algo e não conseguir. Por isso, antes de 
tentarmos direcionar nossa reação precisamos ter consciência dos 
pensamentos que as disparam, isso torna tão importante 
simplesmente observar. 
 Sim, não reagir também pode ser difícil. Se no começo 
conseguimos só observar e não reagir à 1 de 100 pensamentos do 
passado ou do futuro, já é motivo de comemoração, pois quer dizer 
que conseguimos praticar e aplicar a técnica com um 
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pensamento. Reafirmo que não façamos cobranças pois elas levam 
à frustração. 
 Para ajudar nesse processo de manter-se neutro, precisamos 
entender que o pensamento passa. É um processo natural, se 
não nos apegarmos a ele, ele vai surgir e sumir naturalmente. Os 
pensamentos possuem início, meio e fim. 
 Com o tempo e treino, o intervalo entre os pensamentos vai 
aumentando, então o cérebro entende que não adianta lançar 
imagens, pois não vamos reagir a elas. Assim, a mente fica cada 
vez mais no presente e fatos que aconteceram no passado ou que 
podem acontecer no futuro, já não vão mais nos atingir 
emocionalmente como antes. 
 
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Não Julgar 
 Em algum momento das nossas vidas ligamos a chave do 
julgamento, passamos a julgar o que fazemos, pensamos, sentimos, 
tudo e todos. E geralmente, esse julgamento ocorre de duas 
formas, se acreditando que algo está certo ou se acreditando que 
algo está errado. 
 Fazemos julgamentos de beleza, essa mesa é feia, essa mesa 
é bonita, julgamentos de gosto, essa comida é gostosa, essa comida 
é ruim, julgamentos morais, isso está certo, isso está errado. De tal 
forma que se torna uma constante em nossa vida e assim, 
passamos a julgar o mundo e não a experimentá-lo. 
 Ao julgar como ruim uma fruta que nunca comemos, 
perdemos a chance de prová-la. Ao julgar uma pessoa por sua 
aparência, perdemos a chance de conhecer um ser humano que 
poderia ser extraordinário. Com esses exemplos, vemos que o 
processo de julgamento elimina as possibilidades de ampliar a 
nossa consciência, o julgamento nos afasta tudo e todos. 
 Lembra do primeiro fundamento visto nesse módulo? Não dê 
atenção aos pensamentos passados e futuros, dê atenção ao 
presente! Portanto, o exercício para praticar a atenção plena é não 
julgar nada nem ninguém, mas principalmente não julgar os 
pensamentos. 
 Quando damos atenção a um pensamento passado ou futuro 
é porque estamos associando um julgamento a ele e há grandes 
chances de ser um julgamento negativo, de que o que aconteceu foi 
ruim ou o que acontecerá será ruim. 
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 Julgamos que se não tivermos aquilo que queremos, que se 
não recebermos a promoção ou que se não mudarmos de casa, não 
vamos estar felizes. Percebam como o julgamento está infiltrado 
em nossa mente e acaba por ser um processo automático e 
nocivo para nós. 
 Por isso, também vamos exercitar pensar em tudo como 
experiências, não importando se foram boas ou ruins e sim que as 
vivenciamos, pois viemos à Terra só para vivê-las. Quem coloca o 
julgamento, começa a determinar o que é bom e o que é ruim, é o 
ser humano. 
 Para ajudar a diminuir o julgamento ao outro, vamos tomar 
consciência que geralmente nós nos incomodamos muito com 
pessoas que são iguais a nós. Buda falava do espelho, isto é, 
quando uma pessoa é muito parecida conosco, quando ela possui 
traços negativos muito similares aos nossos traços negativos, nos 
incomodamos com ela porque ela é um espelho das nossas 
sombras. 
 Então, na verdade, toda pessoa que nos incomoda, que nos 
faz reagir, é um mestre em nossa vida, porque nos dá a 
possibilidade de ver nossas sombras. Portanto, vamos utilizar 
positivamente essa oportunidade fazendo um autoexame em vez de 
cultivar o julgamento alheio. 
 Se julgamos alguém porque o achamos muito arrogante, 
temos que nos perguntar: 'Por que a arrogância dessa pessoa me 
incomoda tanto?' Pode ser uma verdade um pouco indigesta, mas a 
sombra que não temos não nos incomoda. Mas não julgue a 
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você também por isso, como disse, são experiências e 
oportunidades de aprendizado. 
 A consciência se expande muito a partir desse processo de 
perceber que o que mais nos incomoda nos outros é aquilo que 
mais temos dentro de nós. Quando reconhecemos nossa 
sombra, os aspectos negativos de nossa personalidade, 
conseguimos então começar a mudar. 
 
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Coração Aberto 
 Esse quinto fundamento nos convida a fazermos o treino 
diário da atenção plena com o coração aberto, não com um 
sentimento de obrigação, mas como um experimento. Abrirmos o 
coração, testar e sentir em nossa vida as modificações que ela 
traz, sem julgamentos sobre o processo e os possíveis resultados. 
 É importante dedicar-nos à atenção plena um pouco todo dia, 
pois é na vivência que realmente conhecemos algo. Com certeza 
aprendemos somente em ler sobre a técnica, mas nem perto do que 
podemos conquistar e expandir a colocando em prática. 
 Em uma sociedade que não ensina e valoriza o controle 
mental, estudar e praticar a atenção plena é um ato de 
autocuidado, coragem e humildade. Pois, no processo, 
precisamos reconhecer nossas limitações, tentar novamente a cada 
falha e priorizar a saúde de nosso ser em prol de outras 
possibilidades. 
 Estar de coração aberto é pensar 'O que posso melhorar? Que 
erros posso não mais cometer'? O comum é jogarmos para 
debaixo do tapete as experiências traumáticas, tentar não pensar 
no que nos dói ou em partes de nós que não gostamos tanto. Na 
atenção plena precisamos encarar esses pensamentos, para através 
do não julgamento, deixá-los ir. 
 Quando olhamos sem julgamentos nossa sombra, nosso 
trauma ou nossa dor, trazemos luz a eles, pouco a pouco 
aceitamos que vivemos aquilo, que nos modificou, mas passou e 
que agora pode ir, não precisamos mais guardar dentro de nós.https://www.tiberioz.com.br/
 
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 Todo esse processo exige muita paciência com nós mesmos, 
não somos uma máquina que se desprograma e programa 
imediatamente, muito foi acumulado dentro de nós durante toda 
nossa existência. É preciso um coração aberto pois as mudanças 
podem parecer lentas em uma sociedade tão imediatista. 
 Te convido agora, a definir uma característica que quer mudar 
e então tentar ser um pouco melhor nela a cada dia. Sem obrigação 
de conseguir, não se frustre se você falhar, apenas preste atenção 
nesse aspecto de coração aberto. Buscando mudar um pouco a 
cada dia, você vai se tornando um ser com a consciência mais 
expandida, um ser mais centrado, um ser mais dentro daquilo que 
sonha para si mesmo. 
 
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Módulo 4 - Bons Hábitos 
Ser e Fazer 
 Nesse módulo vamos acompanhar 8 bons hábitos que sugiro 
serem desenvolvidos para favorecer e potencializar a prática da 
atenção plena. Claro, sempre respeitando a vontade e a 
disponibilidade de cada um. Na sequência da explicação de cada 
hábito haverá um exercício para orientar a aplicação dele no dia a 
dia. 
 O primeiro bom hábito é praticar o ser e o fazer. O ser é um 
estado natural, todo mundo é, mas na sociedade moderna, temos 
a crença de que se não fazemos algo, não somos nada. 
Poderíamos passar a vida inteira contemplando árvores, rios, 
vivendo de forma retirada, fazendo nada, e ainda sim, 
continuaríamos sendo. 
 Nossa consciência continua existindo, não importa se fazemos 
algo ou não, continuamos sendo um ser importante, relevante, 
uma fagulha de Deus no Universo. Porém, nossa organização social 
programa as pessoas para acreditarem que se não produzem, não 
valem nada e isso é uma grande mentira. 
 Então essa é a primeira ilusão que devemos quebrar, não 
precisamos o tempo todo estar produzindo para sermos 
alguém. Obviamente, para nossa subsistência material, para termos 
uma vida harmoniosa, vamos ter que realizar algumas ações, trocas 
materiais com outras pessoas e isso de modo algum é um problema. 
 O problema é que esse estado de fazer está na nossa vida de 
modo descontrolado. Não temos um momento de descanso, de 
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relaxamento, não conseguimos nos permitir não fazer nada nem por 
um instante, temos que estar produzindo como uma máquina o 
tempo todo. 
 A maioria de nós separa cerca de 8 horas diárias para 
trabalhar ou produzir de alguma forma, então o expediente acaba e 
não conseguimos parar, nosso cérebro continua produzindo. Nem 
que seja em pensamento, pois o fazer nem sempre é uma ação 
física, pode ser não conseguir parar de projetar o futuro e criar 
planos, mesmo quando visivelmente isso não é eficaz ou produtivo. 
 Quantas vezes tentamos resolver um problema na mente? 
Mesmo sabendo que sua solução demanda um recurso prático ou 
que não depende de nós. Contra toda a lógica, continuamos a 
tentar resolvê-lo através de pensamentos repetitivos e teimamos em 
chamar isso de produtividade ou dedicação. 
 Viver esse padrão distorcido da sociedade está nos 
enlouquecendo, não temos um momento de ser. Sentimos quase 
como uma heresia ter um tempo de relaxamento ou apreciação. 
E isso causa um desgaste enorme de energia psíquica e física, além 
de ser um curto caminho para a ansiedade. 
 Se observarmos a natureza, veremos que uma leoa tem 
momentos de fazer e momentos de ser. Se está com fome, ela 
caça uma zebra, se alimenta e depois simplesmente fica em estado 
contemplativo. Aliás, os animais em geral se permitem, sem culpa, 
ficar nesse estado. 
 A natureza é contemplativa, tudo o que existe é para 
sentirmos, para vivermos, mas o estado frenético de fazer não nos 
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permite. Seria como uma leoa que não para de caçar, abate 
uma zebra, mal termina de comer e caça outra. 
 Se observarmos a expressão das pessoas por aí, veremos que 
muitas estão caçando o tempo todo e tensas, isso quando já não 
estão desgastadas, deprimidas, saturadas do fazer. Por isso, esse 
primeiro bom hábito é um convite para quebrarmos esse 
paradigma e assim como os animais, nos permitirmos ter 
momentos de simplesmente contemplar nossa existência. 
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Exercício Ser e Fazer 
 O primeiro passo é diferenciar em qual momento você 
está produzindo algo e em qual não está. Porque os momentos que 
você for produzir algo, que está no modo fazer, você tem que estar 
100% focado naquilo que está fazendo e quando você determinar 
que está no modo ser, você tem que ignorar completamente o 
fazer. 
 Na prática, quando está trabalhando ou em outras tarefas, já 
identificadas como o seu fazer, você se concentra no presente e faz 
tudo bem feito, o seu melhor mesmo que não goste da tarefa. 
Mas, acabado o horário de fazer, você deve entrar no modo ser. 
 No modo ser, você se recusa a pensar no fazer, a deixar a 
mente trabalhando. Faça isso com a consciência de quem já 
desempenhou seu papel no fazer e deu o seu melhor, portanto 
pode simplesmente ser por um tempo. 
 Agora vem o desafio para o ocidental, como só ser? Você pode 
fazer nada, pode meditar, pode ficar em estado contemplativo ou 
pode fazer algo com a condição de que te dê prazer, mas um 
prazer real, que nutra o seu ser, não vale ficar nas redes sociais 
com a desculpa de que gosta disso. 
 O fazer que está relacionado ao ser não está atrelado à uma 
recompensa. Estamos acostumados a fazer algo pelo ganho que 
podemos obter, seja o salário, um elogio ou um like. O ser te 
convida a experimentar fazer algo para você mesmo, por fazer, 
apenas por prazer, sem a pretensão de ser bom, útil ou ficar bonito. 
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 Você gosta de cantar, cante. Você gosta de dançar, dance. 
Você gosta de montar quebra-cabeças, monte. Você gosta de um 
assunto, estude, mas sem ser para aumentar o currículo. Faça pelo 
prazer em si, não por algum objetivo posterior. 
 Obviamente aqui na terceira dimensão não é possível ser 24 
horas por dia, precisamos trabalhar, trocar com as pessoas os 
nossos serviços. Precisamos do modo fazer, mas acabado esse 
tempo de troca com a humanidade, precisamos também saber 
entrar no modo ser. 
 Faça o treino diário de desligar o modo fazer e ligar o 
modo ser. Para trazer essa consciência, utilize a pergunta 'Eu estou 
sendo ou fazendo?' Se estiver fazendo, foque sua atenção em fazer 
o melhor possível. Se estiver sendo, então se permita aproveitar o 
prazer que vem do ser. 
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Aceitação 
 A aceitação é um bom hábito que devemos cultivar no 
caminho da Atenção Plena, mas aceitar as coisas como elas são 
pode ser bem desafiador para o nosso ego. Quando toco no 
assunto a primeira coisa que ouço é 'ah, mas esse mundo é muito 
injusto e eu gostaria que fosse diferente'. 
 Porém, a difícil verdade para nossos egos, é que não importa 
o que gostaríamos, o mundo é o que é e ponto final. Sei que é um 
desafio assimilar que não temos controle sobre o mundo, mas a não 
aceitação apenas nos traz sofrimento, não nos torna um objeto 
da mudança. 
 Observe como a queixa vem sempre no futuro, 'eu gostaria 
que o mundo fosse diferente, que minha vida fosse diferente', e isso 
não é à toa, pois o futuro não existe e só podemos agir no presente. 
E falando assim, será que estamos querendo ser parte da mudança 
ou só queremos reclamar? 
 Se pôr em um papel de vítima nunca resolveu problema 
nenhum, precisamos aprender a olhar o agora mais friamente. Se 
questione: 'O que a vida está me dando agora?' Responda 
sinceramente e sem drama, então pense: 'Bom, a vida está me 
dando isso, como eu resolvo?' Esse é o tipo de mentalidade que 
te permite chegar na solução. 
 Pois, o único modo de resolver algo é olhando de frente, 
vendo realmente como a situação é, sem as nossas projeções, para 
a partir daí utilizar a consciência e chegar na solução mais 
satisfatória, e isso passa totalmente pelo processo de aceitação.https://www.tiberioz.com.br/
 
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 Sempre haverá esses dois caminhos mentais frente às 
situações desafiadoras, o do vitimismo e o da 
autorresponsabilidade. E a verdade é que os problemas 
humanos são sempre muito parecidos, o que nos diferencia é qual 
caminho escolhemos. 
 Quando culpamos a vida, tendemos a não fazer nada para 
mudar e não é dessa aceitação que estou falando. Estou falando da 
aceitação que escolhe não sofrer e se coloca numa posição de 
mudança e resolução. E só chegamos nesse nível de 
profundidade de resolução de problemas através da aceitação. 
 A vida não é pessoal, por isso não adianta cultivar raiva 
acreditando que ela é injusta, pois ela não é. Ela simplesmente 
lança informações e acontecimentos, de acordo com o que 
precisamos, há na vida uma sabedoria intrínseca muito maior 
que nós. 
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Exercício Aceitação 
 Uma maneira bem simples de começar a “virar a chavinha” da 
aceitação é independentemente se a vida te mandou sol ou 
chuva, uma situação boa ou ruim, você repete para si, 'eu aceito'. 
Só isso! Se está tendo um dia maravilhoso, repita 'eu aceito'. Se 
está tendo um dia ruim, repita igualmente, 'eu aceito'. 
 Facilita muito esse processo quando entendemos o fluxo 
natural de tudo, pois no Universo nada é linear, sejam as 
situações, a vida ou a natureza. A linearidade é uma percepção 
limitada do nosso ego, isso significa que naturalmente, tudo tem 
altos e baixos, tudo oscila e se modifica, como o verão e o inverno. 
 Nossa vida também não é linear, ela é mais como uma onda 
e sendo assim terá horas em que estaremos no alto, no pico e horas 
em que estaremos embaixo, no vale. Assim como as estações, às 
vezes seremos verão, recebendo um fluxo positivo de energia, às 
vezes seremos inverno, quando essa onda começa a cair e então 
recebemos um fluxo negativo de energia. 
 Mas essa característica de impermanência não é algo 
ruim, pois é o contraste que nos dá as sensações, nunca 
sentiríamos alegria se não soubéssemos o que é a tristeza, não 
saberíamos o que é a saúde se não conhecêssemos a doença. A 
vida precisa criar contrastes para vivenciarmos tudo o que existe. 
 Então cabe a nós aceitar essa sabedoria universal, de que a 
vida não é feita apenas de verão, nem todo dia é de sol. Na vida, 
existem micro e macro períodos de sol e de chuva, por isso, quando 
estiver tudo fluindo, dando certo, aceite. E quando tudo estiver 
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meio travado, dando errado, aceite também, pois faz parte do 
fluxo. 
 Mas se a aceitação for muito desafiadora para você, comece 
com coisas simples, por exemplo, você está tomando leite, o copo 
cai e quebra. Dá para você refazer o copo quebrado? Não, não dá, 
então aceita. Vai lá, limpa a bagunça sem reclamar e segue a vida. 
'Ah, mas era o copo que eu amava'. Paciência, ele quebrou, aceite 
isso. 
 Então, pratique a aceitação minuto a minuto do seu dia, cada 
vez que uma coisa negativa acontecer, pare e pense 'eu aceito'. 
Pare de lutar com os pensamentos, de lutar com as pessoas 
mentalmente, de lutar com a vida. Aceite o que a vida traz e encare 
tudo como experiências que vão te levar à uma consciência 
maior. 
 
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Paciência 
 Sabemos que nós, humanos, somos parte da natureza, o que 
nem sempre percebemos é que a realidade que nosso cérebro cria 
não faz parte dela. Por isso, nem estranhamos quando queremos 
tudo para hoje, para o ego é um sofrimento a ideia de esperar até 
amanhã. 
 Um exemplo disso é a quantidade de pessoas endividadas que 
existe. Isso ocorre, em sua maioria, porque o desejo de comprar 
algo naquele momento é tão grande que se gasta o que não se 
tem, mesmo quando se sabe das consequências. 
 O ego sem controle atrapalha muito nossa vida, porque ele 
não quer esperar, não aceita o tempo necessário para algo 
acontecer e esse querer para hoje é contrário às leis naturais. A 
natureza não tem pressa, tudo tem seu tempo para existir e ela é 
paciente em suas criações. 
 Um bebê demora 9 meses para nascer, uma macieira precisa 
de pelo menos 3 anos para dar frutos, a Terra demora 365 dias para 
dar uma volta em torno do Sol. Isso mostra que a paciência é 
fundamental para realizarmos nossos projetos, uma vez que fizemos 
o que havia para ser feito, precisamos esperar o Universo agir, 
esperar acontecer. 
 Se plantamos uma macieira, não adianta apressá-la, a maçã 
não virá mais rápido porque desejamos. O ego, porém, não quer 
esperar e esse tipo de sensação pode levar a duas ações. Nem se 
planta pensando em como vai demorar para desfrutar da maçã, ou 
seja, nem se inicia um projeto por conta do tempo que pode levar 
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para realizá-lo ou se planta a macieira, mas se desiste no meio do 
caminho, achando que a maçã nunca virá. 
 O projeto pode estar andando, a macieira brotando e virando 
uma pequena árvore, mas a expectativa da maçã ainda não se 
realizou, o projeto mental da maçã começa então a se tornar uma 
frustração para o ego, nesse ponto a maioria das pessoas desiste 
de seus projetos. A maçã está a caminho mesmo que elas não 
vejam, mas não há paciência para esperar. 
 Na Grécia Antiga, se difundiu o conceito de psiquê, ou seja, 
algo que permeia tudo o que existe, trazendo consciência a tudo, 
uma psiquê única, seja uma mesa, uma cadeira, eu ou você. A 
psiquê que há em tudo controla as sincronicidades que ocorrerão 
por nós e através de nós. Sincronicidade é um conceito junguiano 
para definir acontecimentos que ocorrem por significado e não por 
uma relação causal. 
 Por exemplo, alguém precisa de um produto específico para 
solucionar um problema que possua, de repente num dia qualquer, 
aparece no caminho dessa pessoa alguém que oferece o produto. A 
pessoa que vendeu estava precisando muito do dinheiro, desse 
modo, o Universo, com uma única ação beneficiou duas pessoas. 
 A psiquê controla todo esse movimento complexo do Universo 
e para promover suas sincronicidades ele precisa de tempo. Quando 
paramos para observar fica claro, que o Universo está sempre 
agindo, unindo a pessoa A com a pessoa B no momento exato de 
suas necessidades, orquestrando situações perfeitas, mas não 
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temos paciência de esperar, queremos resolver tudo para ontem, 
não é? 
 Antigamente, quando se estava mais conectado com os ciclos 
da natureza, e ainda hoje, quem trabalha diretamente com ela, 
consegue ter uma noção maior do tempo, pois sabe que quando se 
planta, não há outro modo além de esperar frutificar. Mas nas 
cidades, se está perdendo essa noção, não desenvolvemos a 
paciência e por isso nos sentimos muito angustiados 
constantemente. 
 Isso se estende para tudo na vida, se o projeto é meditar, 
logo nos frustramos pois não nos tornamos exímios meditadores em 
um mês. Mas se passamos anos fazendo mau uso do cérebro, 
não podemos querer que em um mês meditar seja um hábito já 
consolidado como escovar os dentes. 
 O ego não aceita que desenvolver uma nova habilidade é um 
treino lento, como aprender um esporte, um instrumento ou uma 
nova língua. Não existe mágica no universo, por isso, não busque 
fórmulas prontas. Principalmente quando se tem contato com o 
espiritual, pode-se acreditar que tudo se resolverá como um 
milagre, mas esse é um pensamento infantil. 
 A criança por ainda não ter noção de como está estruturada a 
sociedade, quando ganha um brinquedo, acredita que ele 
simplesmente brotou ali. Ela ignora que o brinquedo foi 
produzido, vendido, comprado e que tudo isso exigiu tempo e 
esforço. 
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 Muitos de nós cresce ainda com essa visão infantil, com a 
ilusão de que tudo vai se resolver em um passe de mágica, sem 
tempo e dedicação próprias, mas tudo exige uma ação. Por isso, 
tantos buscam nas religiões soluções imediatas para resolver os 
problemas que eles próprios levaram anos criando. 
 Também é importanteter clareza de que semente estamos 
escolhendo quando plantamos. Se o objetivo for colher maçãs, não 
adianta plantar alface. Por mais óbvio que seja dizer isso, 
quantos de nós não insiste anos a fio nesse erro? 
 Mas uma vez se tendo certeza de ser a semente certa, os 
próximos passos são estudar o melhor modo de fazer essa semente 
frutificar, agir de acordo e então esperar o tempo do Universo de 
fazer todas as coisas acontecerem. 
 Quando o ego começar a tomar conta e a paciência vacilar, 
lembre-se que o Universo sabe o que é melhor para nós. Deus é 
puro amor, portanto é inadmissível crer que Ele queira o mau de 
alguma das suas criações. Ele tem o tempo dele, a natureza tem o 
tempo dela e só cabe a nós ter a paciência de esperar. 
 Ser paciente pode parecer difícil, mas não ser é muito mais. 
Quanto menos paciência temos, mais angústia sentimos, mais 
neuroses desenvolvemos e maior a chance de nossos projetos 
falharem, isso quando nos permitimos começá-los. 
 A natureza pode ser uma grande fonte de inspiração, seja em 
uma pedra virando areia, seja numa planície virando montanha, 
num córrego virando rio, num bebê sendo gestado. A natureza nos 
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ensina diariamente que com ação, tempo e paciência, tudo pode 
existir. 
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Exercício Paciência 
 Pode parecer uma antítese, mas uma forma muito eficaz de 
treinar a paciência é estando em situações de impaciência. Portanto, 
aproveite esses momentos que surgem naturalmente e quando se 
perceber impaciente, ansioso, angustiado, repita para si 'paciência, 
paciência, paciência', como um mantra. 
 Por exemplo, você está na fila do banco e há dez pessoas na 
sua frente, você poderia ficar impaciente, então nesse momento, 
repita mentalmente 'paciência, paciência, paciência'. Com o tempo 
esse exercício vai trazendo a clareza da arrogância que é querer 
que tudo funcione no nosso tempo, querer prioridade de 
atendimento e situações privilegiadas. 
 Esquecemos que vivemos em sociedade e precisamos esperar 
nossa vez e que também há a vez do outro. A paciência nos coloca 
no nosso lugar, porque o ego encontra mil desculpas e 
justificativas para ter vantagens, 'eu tenho que ser atendido 
primeiro pois estou atrasado para outro compromisso'. Paciência! 
 Outra ótima fonte de exercício da paciência são os 
engarrafamentos no trânsito. Não importa com quanta pressa você 
esteja, você pode gritar, ficar bravo, querer avançar o carro em 
cima do outro, ainda continuará preso no engarrafamento e terá 
que esperar sua vez de andar. 
 Aproveite essa oportunidade, pois a vida praticamente está te 
forçando a aprender a esperar. Quando começar a vir a ansiedade e 
a raiva, repita o mantra da paciência. No começo é difícil, mas 
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pouco a pouco, você vai doutrinando a mente, fazendo ela 
entender que precisa esperar sua vez para tudo. 
 Esse entendimento favorece a Atenção Plena, pois geralmente 
quando não temos paciência, estamos projetando o futuro, 'estou 
no banco, mas gostaria de estar no trabalho', 'estou no inverno, 
mas gostaria de estar no verão'. Mas você está onde está, admita 
que você está no banco, admita que ainda é inverno. A verdade é 
que não é estar em outro lugar ou em outro momento que te traria 
paz. 
 Então foque sua mente no presente, relaxe, relaxe os ombros 
e repita o mantra da paciência. Depois de algum treino você começa 
a ver que pode aproveitar esses momentos para ser mais feliz. É 
sempre uma questão de escolha tornar um momento desafiador, 
que não pode ser evitado, no melhor possível. 
 Se estiver paciente, você pode estar parado no trânsito, 
relaxado, escutando uma música, praticando um exercício de 
respiração ou cantando com o rádio. E quando for contabilizar todos 
os momentos da sua vida, os momentinhos alegria e prazer, serão 
maiores que os de aborrecimento. 
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Confiança 
 Você acredita que quando uma águia pousa em um galho, ela 
tem medo do galho quebrar? Não, ela não tem. Ela confia em 
suas asas e sabe que mesmo que o galho quebre, ela pode sair 
voando. 
 Então a partir dessa pergunta vamos refletir sobre a falta de 
confiança, que penso ser sempre, na verdade, falta de acreditar que 
existe um ser consciente por trás de todo Universo, que controla 
tudo e que quer o bem de todo mundo, o que gera, por 
consequência, uma falta de confiança em si mesmo. 
 O Criador está por trás de tudo, porque Ele é tudo que existe, 
como vimos, Ele é cada átomo, próton, elétron, cada quark e além. 
E se Ele é tudo, não vai querer para si algo que O faça infeliz, Ele 
quer abundância, amor, alegria, quer o melhor para Ele mesmo. 
 O que impede as pessoas de vivenciarem o melhor é a falta de 
confiança nelas e na vida. E confiar é parar de por pressão. Se eu 
confio que o arroz vai cozinhar em 15 minutos, eu não fico a cada 2 
minutos verificando se ele está cozinhando mesmo, eu coloco o 
arroz no fogo e sei que a natureza se encarregará do restante. 
 A confiança traz um senso de relaxamento, faz com que 
paremos de ficar projetando o futuro e lembrando do passado, cria 
um sentimento de que tudo flui como tem que fluir, como Deus 
quer. Por isso a falta de confiança está atrelada à falta de fé. 
 Quando observo pessoas falando 'eu acredito em Deus' e 
percebo na vida delas uma total falta de confiança, que colocam 
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pressão em tudo o que fazem, que querem a vida do jeito delas, 
vejo que é uma fé vazia, uma fé da boca para fora. 
 Quando confiamos totalmente em Deus, não existe motivo 
para acordar da cama tenso, não há motivo para exigir do 
Universo o que se quer, porque Ele sabe o que é melhor para nós. 
Se Ele mandar chuva, é chuva o melhor, se Ele mandar sol, é sol o 
melhor. 
 Essa confiança nos torna mais relaxados na vida, pois 
começamos uma ação, fazemos o possível dentro da nossa 
capacidade humana e então confiamos que o Universo vai pegar 
essa ação e vai nos levar para onde Ele quiser, não está mais 
sob nosso controle. Afinal, não sabemos quais são os planos Dele 
para Ele mesmo, ninguém sabe o que Ele quer experimentar através 
de nós. 
 Certamente você consegue pensar em algo na sua vida, que 
aconteceu há muito tempo, mesmo que algo simples, como uma ida 
ao shopping ou à um show, mas que se não tivesse acontecido, não 
teria desencadeado várias outras ações, algumas de grande 
impacto na sua vida até hoje. 
 Dessa forma, percebemos como uma única ação é 
fundamental para que todas as outras ações aconteçam, mas a 
nossa mente não é capaz de processar a quantidade de variáveis 
que uma vida pode ter. E já que ela não é capaz de processar todas 
as sincronicidades, a única coisa que nos resta é confiar! 
 Confiar que existe uma consciência muito superior à nossa, 
com real capacidade de calcular os acontecimentos e tomar 
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conta de tudo. Cabendo a nós simplesmente se dedicar para fazer 
um trabalho melhor, para ser uma pessoa melhor, estudar, estudar 
e estudar, então relaxar e entregar o restante para Deus e seu fluxo 
natural. 
 Não existe fé sem confiança e não adianta confiar só quando 
tudo está bem. Confiar é confiar até o fim, mesmo nos períodos de 
turbulência. Confiar na vida é saber que mesmo um grande 
problema desencadeia uma série de ações que sempre nos levarão 
à um lugar melhor, sempre. 
 Por isso, todo processo que possa parecer negativo em nossa 
vida, como uma doença, um desemprego ou o fim de um 
relacionamento, vão a médio e longo prazo desencadear outras 
ações com potencial positivo, apesar dos desafios iniciais. A 
natureza sempre encaminha todos os seres para um lugar melhor, 
mesmo que não consigamos enxergar ainda nessa vida. 
 Na verdade, podemos demorar várias vidas para lapidar 
situações ou características, talvez sem entender o porquê de 
determinados eventos, mas de repente em alguma vida,aqui ou em 
outro planeta, vamos entender que sem aquele evento passado, não 
teríamos chegado ao estado atual de desenvolvimento. 
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Exercício Confiança 
 Geralmente quando não temos confiança é porque estamos 
criando na mente uma imagem do passado de alguém que nos 
diminuiu ou de algo que fizemos e não deu certo. De alguma forma, 
essa imagem reverbera até hoje causando um pensamento de 
que não somos capazes de realizar e não há como ser confiante 
sem mudar esse padrão mental negativo. 
 Pense, qual a diferença entre uma pessoa que sabe fazer algo 
de uma que não sabe? A pessoa que sabe estudou, pesquisou, 
treinou, tem um conhecimento técnico sobre o assunto, mas mais 
que isso, ela confiou que podia. A pessoa que não sabe, não 
estudou aquele conhecimento específico, mas isso de maneira 
alguma quer dizer que ela não fosse capaz, talvez só tenha faltado 
confiança em si. 
 Percebam como é mais uma questão de confiança para 
começar do que de ter capacidade ou não. Muitas vezes nem 
começamos porque temos muitos pensamentos de incapacidade 
minando nossa mente. Você não consegue, por exemplo, ser um 
químico avançado, se não tiver se dedicado e estudado para isso, 
mas antes de tentar não tem como saber se você seria capaz 
ou não. 
 Pensamentos derrotistas, como a lembrança de algum familiar 
desacreditando de nossas capacidades ou uma experiência dolorosa 
em algum emprego podem rondar nossa mente, mas não podemos 
seguir deixando que eles influenciem nossas atitudes hoje. Eles 
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referem-se somente à uma situação do passado, o que importa é o 
que podemos fazer agora. 
 Portanto, pare de rotular que não consegue, que não é capaz 
de algo. A confiança vem principalmente do seu estudo e da sua 
pesquisa. Para ser confiante, domine o assunto que é mais 
importante para você no momento, estude, pesquise e pratique. 
Depois de um tempo esse conhecimento vai estar dentro de você e 
então será um processo natural se sentir mais confiante a partir 
dele. 
 Durante esse caminho, o exercício que sugiro, é policiar 
constantemente sua mente para quando vir um pensamento 
negativo, imediatamente lançar um positivo em cima. Por 
exemplo, pensou 'eu não posso', imediatamente pense, 'eu posso'. 
Pensou 'não consigo', coloca um 'eu consigo' por cima, pensou 'eu 
sou um inútil', pense 'eu sou útil como tudo o que existe na 
natureza'. 
 Cada vez que vier um pensamento que vai tirar sua confiança, 
te depreciar, te jogar para baixo, use essa técnica de rebater a 
afirmação negativa com uma positiva, não se deixe convencer 
pelo pior. Se te deram uma tarefa desafiadora, sua mente vai falar 
'você não consegue fazer isso', então imediatamente lance o 
pensamento em cima 'sim, eu posso fazer isso, eu consigo'. 
 No começo pode ser difícil, pois sua mente já está habituada a 
você se associar com pensamentos ruins sobre si, mas conforme vai 
deixando de se associar, o cérebro vai entendendo que esse tipo de 
pensamento não ressoa mais, que não é para ele ficar lançando 
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isso na sua mente. Então, aos poucos os pensamentos negativos 
vão se silenciando e se atenuando. 
 Repita para si 'eu posso tudo, sou capaz de tudo'. E, na 
verdade, todos podemos tudo, desde que estudemos e tomemos 
ações rumo a fazer o que queremos. Claro, seja coerente com as 
possibilidades, não adianta se dizer capaz de construir um foguete, 
sem o conhecimento especializado, sem a matéria-prima, e no caso, 
talvez um emprego na Nasa. 
 A questão é que depreciamos até mesmo as coisas mais 
simples em nós. Você quer cozinhar algo diferente, mas se limita, 
nem tenta porque se sente incapaz. Sonha com uma viagem, mas 
não se permite nem pensar por que não tem dinheiro. Com isso está 
sempre colocando um pensamento de impotência na mente, 
roubando seu poder pessoal e sua capacidade de realização. 
 Independente dos seus sonhos serem simples ou complexos, 
sempre se pergunte 'o que eu posso fazer para que isso se realize?' 
Estude a sério a situação e descubra o que você está disposto a 
abrir mão para fazer o que realmente quer. Na maioria das vezes há 
caminhos e possibilidades, desde que se esteja disposto a alguns 
sacrifícios, a se fazer escolhas e renunciar às idealizações. 
 Podemos tudo, só não podemos nos deixar derrotar pelo 
primeiro pensamento que aparece. É esse pensamento que nos 
distância do que nos dá prazer e realmente queremos vivenciar. Ao 
substituir pensamentos negativos por positivos, estudar e 
desenvolver nossas habilidades intelectuais, vamos entendendo que 
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somos a experiência de Deus na Terra e, portanto, não há 
limitações para os desejos reais de nosso coração. 
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Curiosidade 
 O ser humano percebe o universo através dos 5 sentidos, mas 
quando nos comparamos com algumas outras espécies concluímos 
que nossa percepção do que está acontecendo a nossa volta é 
limitada. O cachorro, por exemplo, tem uma audição duas vezes 
mais ampla que a nossa, e ainda sim, não possui nem 1/3 da 
capacidade auditiva de um golfinho. 
 Já no olfato, os cães nos superam em pelo menos 25 vezes. 
Quando o assunto é visão, se for de longo alcance perdemos fácil 
para as aves de rapina e para os felinos, para os coelhos perdemos 
em amplitude, para a coruja em visão noturna, já na visão colorida 
perdemos feio para uma espécie de camarão, na verdade, quando o 
assunto é ver cores, perdemos até mesmo para os pombos. 
 Esses são só alguns exemplos para mostrar que cada ser 
desenvolveu uma potencialidade de sentidos para perceber o 
universo e a realidade que existe. E nós, os seres humanos, 
também usamos os sentidos para perceber a realidade, só que os 
sentidos possuem uma faixa de atuação, por isso percebemos 
uma fatia muito pequena da realidade e do universo. 
 É loucura, ingenuidade ou soberba achar que aquilo que nós 
percebemos com nossos sentidos é toda a realidade, o universo é 
muito mais amplo e complexo. Há uma infinidade de partes da 
realidade que sequer nossos sentidos percebem, o universo vai 
imensamente além do que nós experienciamos dele através dos 
nossos sentidos. 
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 Por isso, pare de associar a verdade a aquilo que os sentidos 
percebem, não é porque você não enxerga a luz ultravioleta, que 
ela não existe, não é porque você não enxerga os micro-
organismos, que eles não existem, não é porque você não enxerga 
outras dimensões, que elas não existem. Tudo continua existindo, 
nós só não percebemos. 
 Então, como um ser que percebe tão pouco da realidade, do 
que ela realmente é, pode determinar que essa realidade é a 
verdade? Nossos sentidos são um instrumento muito fraco para 
perceber a existência inteira, percebemos aquilo que é necessário 
para continuar existindo nesse planeta e só. 
 Por isso a curiosidade é importante, porque nos incentiva a 
usar os sentidos e ir além. Se limitamos a vida apenas ao que os 
sentidos oferecem, chega um momento que não temos mais 
curiosidade por nada. A mente acredita que aprendeu tudo que 
poderia aprender sobre essa realidade, então fixa a ideia e enrijece 
os pensamentos, porque julga que não há mais nada para ser 
descoberto. 
 Perdemos o sentimento de surpresa, de espanto, de cada dia 
descobrirmos um pouquinho da realidade que Deus “escondeu” de 
nós e que está para além dos nossos sentidos. É como crianças 
entediadas quando há uma infinidade de ovos de Páscoa para se 
procurar pelo jardim. Elas acreditam que não há mais nada porque 
não veem, não importa o quanto tenha sido dito que há muito mais. 
 O que ocorre é que estamos sempre nos fechando para o 
novo, seja em nossas profissões, em nossos relacionamentos, na 
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vida. Nós fechamos inclusive ao que os sentidos oferecem, paramos 
de explorar a realidade que nos é naturalmente oferecida,

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