Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Português para TJ-SP Teoria e exercícios comentados Prof. Décio Terror ʹ Aula 1 Prof. Décio Terror www.estrategiaconcursos.com.br 1 de 72 Aula 1: Pontuação (nível oração). SUMÁRIO PÁGINA 1. O que é sintaxe? 1 2. Pontuação com adjunto adverbial “solto” 16 3. Palavras denotativas 18 4. Como distinguir o adjunto adnominal do complemento nominal 31 5. O que devo tomar nota como mais importante? 55 6. Lista das questões apresentadas 56 7. Gabarito 72 Olá! Falaremos da sintaxe da oração, com a seguinte pergunta: O que é sintaxe? A sintaxe trabalha a relação das palavras dentro de uma oração. Cabe entender basicamente que uma oração deve ter um verbo e este verbo normalmente se flexiona de acordo com o sujeito (de quem se fala) e relaciona-se com o predicado (o que se fala), de acordo com a transitividade. Veja as frases a seguir para que fique tudo bem claro. Pautemo-nos na estrutura SVO (sujeitoĺverboĺcomplemento). 1. O candidato realizou a prova. 2. duvidou do gabarito. 3. enviou recursos à banca examinadora. 4. tem certeza de sua aprovação. 5. viajou. 6. estava tranquilo. Agora, vamos identificar os principais termos da oração. Veja a relação do verbo dentro do predicado. Nas frases de 1 a 4, os verbos “realizou”, “duvidou”, “enviou” e “tem” necessitam dos vocábulos posteriores para terem sentido na oração, por exemplo: realizou o quê?, duvidou de quê?, enviou o quê? a quem?, tem o quê? Assim, você vai notar que eles dependem dos termos subsequentes para terem sentido. Isso ocorre porque o sentido deve transitar do verbo para o complemento. Por isso falamos que o verbo é transitivo. Sozinho, não consegue transmitir todo o sentido, necessitando de um complemento. Dessa forma, os termos “a prova”, “do gabarito”, “recursos”, “à banca examinadora” e “certeza” completam o sentido destes verbos. sujeito predicado Português para TJ-SP Teoria e exercícios comentados Prof. Décio Terror ʹ Aula 1 Prof. Décio Terror www.estrategiaconcursos.com.br 2 de 72 Para facilitar o entendimento, podemos dizer que a preposição seria um obstáculo. Havendo uma preposição, o trânsito é indireto. Retirando-se a preposição, o trânsito é livre, direto. Então observe o verbo “realizou”. Ele não exige preposição. Assim, o termo que vem em seguida é seu complemento verbal direto. Já o complemento do verbo “duvidou” é indireto, pois o trânsito está dificultado (indireto) tendo em vista a preposição “de”. Já que, na frase 1, há complemento verbal direto, o verbo “realizou” é chamado de transitivo direto (VTD). Na frase 2, como há preposição exigida pelo verbo “duvidou”, diz-se que este verbo é transitivo indireto (VTI) e seu complemento é indireto. Na frase 3, há dois complementos exigidos pelo verbo: um(direto) e outro(indireto). A gramática dá o nome a todo complemento verbal de objeto, por isso o complemento verbal direto é o objeto direto (OD) e o complemento verbal indireto é o objeto indireto(OI). Como entendemos que a transitividade é uma exigência do verbo, pois necessita de um complemento verbal, a gramática dá o nome a este processo de “Regência”, pois ele exige, rege o complemento. Se é um verbo que exige, é natural que a regência seja verbal. Há um capítulo na gramática que trabalha só isso: Regência Verbal (reconhecimento da transitividade do verbo), a qual aprofundaremos nas próximas aulas. Mas agora cabe apenas entender a estrutura abaixo. Veja: 1. O candidato realizou a prova. VTD + OD 2. duvidou do gabarito. VTI + OI 3. enviou recursos à banca examinadora. VTDI + OD + OI Mas não é só o verbo que pode ser transitivo. Nome também pode ter transitividade. Nomes como certeza, obediência, dúvida, longe, perto, fiel, etc são chamados de transitivos porque necessitam de um complemento para terem sentido. Alguém tem certeza de algo, dúvida de algo, obediência a alguém ou a algo. Alguém mora perto de outra pessoa ou longe dela. Alguém é fiel a algo ou a alguém. Estes nomes exigem transitividade, com isso há um complemento, o qual é chamado de complemento nominal (CN). Logicamente, há contextos em que o complemento não estará explícito na frase; por exemplo, se queremos dizer que alguém reside muito distante, Regência Verbal sujeito predicado Português para TJ-SP Teoria e exercícios comentados Prof. Décio Terror ʹ Aula 1 Prof. Décio Terror www.estrategiaconcursos.com.br 3 de 72 podemos dizer que ele mora longe. Neste caso o nome “longe” deixou de ser transitivo, não exigiu o complemento nominal, pois este ficou implícito. Por isso não devemos decorar, mas entender o contexto, a funcionalidade. Se o complemento não está explícito, não temos de identificá-lo. Vimos que a regência verbal trata basicamente do complemento do verbo. Se há um nome que exige complemento, então temos a Regência Nominal. Veja a frase 4: 4. O candidato tem certeza de sua aprovação. VTD + OD + CN Note que o verbo “tem” é transitivo direto e “certeza” é o objeto direto. A expressão “de sua aprovação” não complementa o verbo, ela complementa o nome “certeza”: certeza de sua aprovação. O estudo da Regência Nominal, na realidade, é realizado para descobrirmos quais preposições iniciam o complemento nominal. Então atente quanto à diferença da oração 3 (VTDI + OD + OI) para a 4 (VTD + OD + CN). Agora, vamos à oração 5. Note que o verbo “viajou” não exige nenhum complemento verbal. Então não há transitividade. Se quisermos uma estrutura posterior, naturalmente inseriremos uma ou mais circunstâncias. A essas circunstâncias damos o nome de adjunto adverbial. Poderíamos dizer que o candidato viajou a algum lugar, em determinado momento, o modo como viajou, a causa da viagem. Tudo isso são circunstâncias, as quais possuem o valor de lugar, tempo, modo e causa. Essas são as circunstâncias básicas, mas há mais e veremos isso adiante. Então veja como ficaria: O candidato viajou para São Paulo ontem confortavelmente a trabalho. O adjunto adverbial não ocorre só com verbo intransitivo, ele pode aparecer junto a qualquer verbo. Por exemplo, nas frases 1 a 3, poderíamos inserir o adjunto adverbial de tempo “ontem”. Na frase 4, poderíamos inserir o adjunto adverbial de causa: “devido a seu estudo”. Essas 5 frases possuem verbos com transitividade (VTD, VTI, VTDI) e sem transitividade (VI). Toda vez que, na oração, ocorrem esses tipos verbais, dizemos que eles são os núcleos (palavra mais importante) do predicado, assim teremos os Predicados Verbais, com a seguinte estrutura: Predicado verbal = VTD + OD VTI + OI sujeito predicado Regência Nominal sujeito VI Adj Adv lugar Adj Adv tempo Adj Adv modo Adj Adv causa Português para TJ-SP Teoria e exercícios comentados Prof. Décio Terror ʹ Aula 1 Prof. Décio Terror www.estrategiaconcursos.com.br 5 de 72 É muito importante perceber que entre os termos básicos acima, não há vírgula. Vamos praticar um pouco?!!! Questão 1: UFPB 2016 Técnico em Segurança do Trabalho (banca IDECAN) Assinale a alternativa em que o trecho sublinhado apresenta função sintática DIFERENTE dos demais. a) “No entanto, como os casos surgem de forma esporádica...” b) “A pandemia explosiva do vírus zika que ocorre nas Américas do Sul,...” c) “A adaptação ao convívio doméstico possibilitou a transmissão para o homem...” d) “Há anos pesquisadores africanos notaram que o padrão de disseminação do zika em macacos selvagens acompanhava o do chikungunya,...” Comentário: Na alternativa(A), o termo “os casos” é o sujeito, “surgem” é verbo intransitivo e “de forma esporádica” é o adjunto adverbial de modo. Para confirmar o adjunto adverbial, podemos fazer a seguinte pergunta ao verbo: Como os casos surgem? Na alternativa (B), o pronome relativo “que” ocupa a função sintática de sujeito do verbo “ocorre” e retoma a expressão “a pandemia explosiva do vírus zika”. Assim, podemos entender que a pandemia explosiva do vírus zika ocorre nas Américas do Sul... Ainda falaremos muito sobre o pronome relativo a partir da aula de orações adjetivas. A alternativa (C) é a que deve ser marcada, pois o verbo “possibilitou” é transitivo direto e indireto, a expressão “A adaptação ao convívio doméstico” é o sujeito, a expressão “a transmissão” é o objeto direto e “para o homem” é o objeto indireto. Na alternativa (D), a expressão “pesquisadores africanos” é o sujeito do verbo “notaram”. Gabarito: C Questão 2: SEARH 2016 Professor (banca IDECAN) Quanto à classificação sintática dos termos da oração, identifique o que DIFERE dos demais destacados nos segmentos a seguir: a) “E, acho que não aconteceu nada.” b) “Houve um grito abafado de um de meus filhos:” c) “– Ela só tem alma, explicou meu filho e, como filhos são uma surpresa para nós,...” d) “Pequeno rebuliço: mas era indubitável, lá estava ela, e mais magra e verde não poderia ser.” Comentário: Na alternativa (A), o verbo “aconteceu” é intransitivo e “nada” é o sujeito. Para ficar mais fácil, basta reordenar os termos na sua posição natural sujeito + verbo. Veja: nada aconteceu. Se colocarmos um plural, o verbo se flexionará no plural, o que também reforça que temos sujeito. Compare: Nada aconteceu. Português para TJ-SP Teoria e exercícios comentados Prof. Décio Terror ʹ Aula 1 Prof. Décio Terror www.estrategiaconcursos.com.br 6 de 72 Muitas coisas aconteceram. A alternativa (B) é a que deve ser marcada. Veremos, na aula de concordância, que o verbo haver, no sentido de existir, é transitivo direto e não possui sujeito. Assim, o verbo “Houve” é transitivo direto e o termo “um grito abafado” é o objeto direto. Na alternativa (C), o verbo “explicou” encontra-se no singular porque seu sujeito “meu filho” também está no singular. Para ficar mais fácil, basta reordenar os termos na sua posição natural sujeito + verbo. Veja: meu filho explicou. Se colocarmos um plural, o verbo se flexionará no plural, o que também reforça que temos sujeito. Compare: meu filho explicou. meus filhos explicaram. Na alternativa (D), o verbo “estava”, neste contexto, é intransitivo, pois “ela” é o sujeito e “lá” é um adjunto adverbial de lugar. Note que a pergunta feita ao verbo tem relação com lugar: Onde ela estava? Gabarito: B Questão 3: CREFITO-8ª-PR 2013 Analista (banca IDECAN) “Os havaianos acreditam em um homem com uma boca de tubarão nas costas.” Marque a alternativa que apresenta o verbo com predicação idêntica à do verbo sublinhado na frase anterior. a) “... esta era uma realidade.” b) “Precisamos dos monstros.” c) “Isso provoca uma sensação dupla...” d) “Entre os gregos, há relatos de gigantes…” e) “Os monstros têm uma característica em comum:…” Comentário: O verbo “acreditam” é transitivo indireto. Assim, devemos encontrar essa transitividade dentre as alternativas. Na alternativa (A), o verbo “era” é de ligação, “esta” é o sujeito e “uma realidade” é o predicativo. A alternativa (B) é a correta, pois o verbo “Precisamos” é transitivo indireto, o sujeito fica subentendido como “nós” e “dos monstros” é o objeto indireto. Na alternativa (C), o verbo “provoca” é transitivo direto, “Isso” é o sujeito e “uma sensação dupla” é o objeto direto. Na alternativa (D), o verbo “há” é transitivo direto e “relatos de gigantes” é o objeto direto. Veremos na aula de concordância que, quando o verbo “haver” estiver no sentido de “existir”, será transitivo direto e não terá sujeito. Na alternativa (E), o verbo “têm” é transitivo direto, o sujeito é “Os monstros” e “uma característica em comum” é o objeto direto. Gabarito: B Português para TJ-SP Teoria e exercícios comentados Prof. Décio Terror ʹ Aula 1 Prof. Décio Terror www.estrategiaconcursos.com.br 7 de 72 Questão 4: FBN 2013 – Assistente Administrativo (banca FGV) Os verbos de estado podem significar estado permanente, estado transitório, mudança de estado, aparência de estado e continuidade de estado. Assinale a alternativa em que o valor dado ao verbo sublinhado está incorreto. (A) “Na mesma rua que hoje virou um grande corredor de corrida de carros cada vez mais vorazes de velocidade,...” / mudança de estado. (B) “Eu, já leitora voraz, assim como os carros nas ruas por velocidade, fiquei encantada!” / continuidade de estado. (C) “E criei a Bisbilhoteca, que é a minha leitura da Franco Giglio...” / estado permanente. (D) “Aquela pequena casinha que parecia antiga, amarelinha...” / aparência de estado. Comentário: Vimos na teoria que o verbo “virou” tem sentido de mudança de estado, que o verbo “é” tem sentido de estado permanente e que o verbo “parecia” tem sentido de estado aparente. Assim, restou a alternativa (B) como a errada, pois “fiquei” transmite o sentido de mudança de estado, e não continuidade. Gabarito: B Questão 5: DPE RJ 2014– Técnico (banca FGV) Sobre a estrutura sintática do período “Quem vive e estuda problemas, ajuda a achar soluções” a única alternativa com uma afirmação correta é (A) o período é composto por coordenação. (B) o pronome “quem” exerce a função de sujeito. (C) o termo “problemas” exerce a função de predicativo. (D) o termo “soluções” exerce a função de objeto indireto. (E) os verbos “vive” e “estuda” possuem complementos diferentes. Comentário: A alternativa (A) está errada e veremos na aula posterior que este período, apesar de possuir a conjunção coordenativa “e” iniciando a segunda oração, não é composto apenas por coordenação, mas também por subordinação haja vista a última oração ser subordinada. A alternativa (B) é a correta, haja vista que os verbos “vive” e “estuda” fazem referência ao sujeito “Quem”. A alternativa (C) está errada, pois o termo “problemas” é objeto direto dos verbos “vive” e “estuda”. Assim, entendemos a hipótese de alguém viver problemas e os estudar. Com base nisso, também sabemos que a alternativa (E) está errada. A alternativa (D) está errada, pois o termo “soluções” é objeto direto do verbo “achar”. Gabarito: B Questão 6: Câmara Municipal de Recife 2014 – Analista (banca FGV) Como surgiu a linguagem humana? Galileu, junho 2008 Embora não exista uma resposta fechada para a pergunta, há alguns experimentos e teorias que sugerem que o início do processo se deu entre os Português para TJ-SP Teoria e exercícios comentados Prof. Décio Terror ʹ Aula 1 Prof. Décio Terror www.estrategiaconcursos.com.br 8 de 72 antepassados do Homo Sapiens, há 1,5 milhão de anos. A hipótese mais considerada pelos especialistas para o início da linguagem é a antropológica. Segundo ela, o processo resultou da necessidade do homem, além de se comunicar socialmente, garantir sua sobrevivência. (adaptado) No texto, a norma culta NÃO é rigorosamente respeitada no seguinte segmento: (A) “há alguns experimentos e teorias”; (B) “há 1,5 milhão de anos”; (C) “o processo resultou da necessidade do homem”; (D) “o início do processo se deu”; (E) “além de se comunicar socialmente”. Comentário: A questão cobrou seu conhecimento de que não pode haver contração de preposição com o artigo diante de sujeito. Isso ocorre porque o sujeito não deve ser preposicionado. Isso é fácil perceber em construções, por exemplo, com o pronome “eu”. Veja bem: você falaria “Esta na hora deu sair” ou “Está na hora de eu sair”? Com o pronome “eu” fica fácil perceberque o sujeito não pode ser contraído a uma preposição, pois sabemos que quem saiu fui eu, e não “deu”, concorda? Porém, quando há uma terceira pessoa, como “ele”, muita gente se esquece dessa máxima e acaba deixando a contração diante de sujeito: “Está na hora dele sair”. Essa construção não está rigorosamente de acordo com a norma culta. O certo seria: “Está na hora de ele sair”. Veja que a alternativa (C) apresenta contração diante do sujeito “o homem”. Assim, o certo é: ... resultou da necessidade de o homem (...) garantir sua sobrevivência. Gabarito: C Questão 7: CBTU 2014 Assistente de Manutenção (banca Consulplan) Sobre a estruturação sintática do período, “Regimes de exceção perpetuam privilégios, disseminam a injustiça, atrasam o desenvolvimento, comprometem as perspectivas de emancipação [...]”, é correto afirmar que A) é composto por quatro formas verbais, logo, quatro orações. B) o sujeito dos verbos não foi explicitado em nenhuma das orações. C) os verbos são intransitivos, por isso não exigem complemento verbal. D) os verbos não exigem complemento verbal, já que são transitivos diretos. Comentário: Esta questão nos cobra a ideia de que cada oração necessariamente terá um verbo. Assim, a alternativa (A) é a correta, pois o período é constituído dos verbos “perpetuam”, “disseminam”, “atrasam” e “comprometem”. Como são quatro verbos, então há quatro orações. A alternativa (B) está errada, pois esses verbos possuem como sujeito o termo “Regimes de exceção”. Assim, o sujeito foi explicitado. A alternativa (C) está errada, pois os verbos “perpetuam”, “disseminam”, “atrasam” e “comprometem” são transitivos diretos, eles Português para TJ-SP Teoria e exercícios comentados Prof. Décio Terror ʹ Aula 1 Prof. Décio Terror www.estrategiaconcursos.com.br 9 de 72 possuem os complementos verbais “privilégios”, “a injustiça”, “o desenvolvimento” e “as perspectivas de emancipação”, respectivamente. A alternativa (D) está errada, pois os verbos “perpetuam”, “disseminam”, “atrasam” e “comprometem”, justamente por serem transitivos diretos, exigem os complementos verbais “privilégios”, “a injustiça”, “o desenvolvimento” e “as perspectivas de emancipação”, respectivamente. Gabarito: A Questão 8: CBTU 2014 Assistente de Manutenção (banca Consulplan) No trecho “Nesse contexto está a advocacia, [...]”, observa-se que a ordem dos termos está invertida, pois, se tivessem organizados na ordem direta, a frase seria A) Está a advocacia nesse contexto. C) Nesse contexto a advocacia está. B) Está nesse contexto a advocacia. D) A advocacia está nesse contexto. Comentário: A ordem direta é o sujeito, seguido do verbo e seus possíveis complementos. No trecho original, há o adjunto adverbial “Nesse contexto”, o verbo intransitivo “está” e o sujeito “a advocacia”. Assim, todos os termos estão invertidos. A ordem natural está expressa na alternativa (D). Veja: A advocacia está nesse contexto. sujeito + verbo + adjunto adverbial Gabarito: D Cabe agora aprofundarmos um pouco mais na relação dos termos para entendermos melhor a pontuação. Para isso, vamos ver a aplicação do verbo intransitivo. Intransitivo: Verbo que não exige complemento verbal. Adoeci. Fui à praia. verbo intransitivo adjunto adverbial de lugar predicado verbal Na realidade, há dois tipos de verbos intransitivos. O primeiro diz respeito àquele que não exige nenhum termo que complemente seu sentido, como “Adoeci.”; “Juvenal morreu.”; “Um vendaval ocorreu.”. Esses verbos não necessitam de termo que os complete. Esse tipo de intransitividade mostra que o verbo por si só já transmite o sentido necessário; podendo o autor acrescentar termos acessórios para transmitir mais clareza ou ser mais pontual no sentido, por exemplo: “Adoeci por causa do mau tempo.”; “Juvenal morreu anteontem.” e “Um vendaval ocorreu aqui.”. Por outro lado, existe a intransitividade que necessita de um termo que produza sentido. Se alguém diz que vai, tem que dizer que vai a algum lugar. Se alguém diz que voltou, tem que continuar a fala mostrando de onde voltou. Por isso muita gente confunde esse tipo de intransitividade com a Português para TJ-SP Teoria e exercícios comentados Prof. Décio Terror ʹ Aula 1 Prof. Décio Terror www.estrategiaconcursos.com.br 12 de 72 3. companhia: com: ir ao cinema com alguém; regressar com amigos. 4. concessão (contraste, oposição) apesar de: Foi à praia apesar do temporal. Obs.: Ocorre quando há uma oposição em relação ao verbo. Não se vai, normalmente, à praia em dia de temporal. com: Com mais de 80 anos, ainda tem planos para o futuro. malgrado: Malgrado a chuva, fomos ao passeio. 5. condição: Sem: Sem o empréstimo, não construiremos a casa. 6. conformidade: a: puxar ao pai; escrever ao modo clássico; sair à mãe. conforme: Agiu conforme a situação. por: tocar pela partitura; copiar pelo original. 7. lugar: a: (destino - em correlação com a preposição de): de Santos a Guarujá; daqui a Salvador. Obs.: Usa-se indiferentemente à/na página. Ex.: A notícia está à/na página 28 do jornal. Usa-se ainda a páginas, mas não as páginas ou às páginas. Ex.: A notícia está a páginas 28 do jornal. ante: A verdade está ante nossos olhos; até: indica o limite, o término de movimento, e, acompanhando substantivo com artigo (definido ou indefinido), pode vir ou não seguida da preposição a: Caminharam até a entrada do estacionamento. ou Caminharam até à entrada do estacionamento. de: (relação de origem): vir de Madri. desde: dormir desde lá até cá. em: (estático): ficar em casa; o jantar está na mesa. Observação: O uso da preposição “em” com verbos ou expressões de movimento caracteriza coloquialidade (o que deve ser evitado na norma culta): chegar em casa, ir no supermercado, voltar na escola, levar as crianças na praia, dar um pulo na farmácia, etc. O correto é: chegar a casa; ir ao supermercado; voltar à escola; levar as crianças à praia; ir à farmácia. defronte: Ela mora defronte à igreja. em frente a: Em frente à escola estava ele. entre: os Pireneus estão entre a França e a Espanha; ficar entre os aprovados. para: ir para Madri; apontar o dedo para o céu. Português para TJ-SP Teoria e exercícios comentados Prof. Décio Terror ʹ Aula 1 Prof. Décio Terror www.estrategiaconcursos.com.br 13 de 72 perante: (posição em frente); perante o juiz, negou o crime. [Não use preposição “a” após “perante”: “perante a Deus”, “perante à juíza”. O correto é “perante Deus”, “perante a juíza”, “perante a menina”(a=artigo)] por: ir por Bauru, morar por aqui. sob: (posição inferior): ficar sob o viaduto. sobre: (posição superior): o avião caiu sobre uma lavoura de arroz; flutuar sobre as ondas; (direção): ir sobre o adversário. trás: no português atual, a preposição trás não é usada isoladamente; atua, sempre, como parte de outras expressões: nas locuções adverbiais “para trás” e “por trás” (ficar para trás, chegar por trás) e na locução prepositiva “por trás de” (ficar por trás do muro). 8. modo: a: bife à milanesa; jogar à Telê Santana. com: andar com cuidado; tratar com carinho. de: olhar alguém de frente, ficar de pé. em: ir em turma, em bando, em pessoa; escrever em francês. por: proceder à chamada de alunos por ordem alfabética; saber por alto o que aconteceu. sem: indica a relação de ausência ou desacompanhamento: estar sem dinheiro; sob: sair sob pretexto não convincente. 9. tempo: com: (simultaneidade): o povo canta, com os soldados, o Hino Nacional; com o tempo os frutos amadurecem. de: dormir de dia, estudar de tarde, perambular de noite; de pequenino é que se torce o pepino. desde: desde ontem estou assim. em: fazer a viagem em quatro horas; o fogo destruiuo edifício em minutos, no ano 2000. entre: ela virá entre dez e onze horas. para: ter água para dois dias apenas; para o ano irei a Salvador; lá para o final de dezembro viajaremos. por: estarei lá pelo Natal; viver por muitos anos; brincar só pela manhã. sob: houve muito progresso no Brasil sob D. Pedro II. Muitas vezes, numa locução, a preposição “a” pode ser trocada por outra, sem que isso acarrete prejuízo de construção ou de significado. Eis alguns exemplos: à/com exceção de, a/ em meu ver, a/com muito custo, em frente a/de, rente a/com, à/na falta de, a/em favor de, em torno a/de, junto a/com/de. Questão 9: SEARH 2016 Professor (banca IDECAN) Dentre as expressões destacadas, apenas uma NÃO produz o mesmo efeito de sentido visto nas demais; assinaleǦa. a) “Aqui em casa pousou uma esperança.” b) “... respondeu o menino com ferocidade.” Português para TJ-SP Teoria e exercícios comentados Prof. Décio Terror ʹ Aula 1 Prof. Décio Terror www.estrategiaconcursos.com.br 14 de 72 c) “– Uma esperança! e na parede, bem em cima de sua cadeira!” d) “... esperança é coisa secreta e costuma pousar diretamente em mim,...” Comentário: Nas alternativas os termos grifados são adjuntos adverbiais. Há três termos com valor de lugar e um com valor de modo. Para ficar mais fácil perceber isso, basta lembrar que achamos o lugar com a pergunta “Onde?” e o modo com a pergunta “Como?”. Assim, notamos que as alternativas (A), (C) e (D) apresentam os termos com adjunto adverbial de lugar: Pousou onde? Uma esperança onde? Pousar onde? Já na alternativa (B) a pergunta que se faz é como o menino respondeu? Assim, confirmamos que a alternativa (B) é a que NÃO produz o mesmo efeito de sentido visto nas demais. Gabarito: B Questão 10: Detran–RO 2014 Motorista (banca IDECAN) Em “Hoje, com o crescimento da população, da maior oferta de carros e do inchaço urbano, ter um carro não é mais sinônimo de autonomia, velocidade e conforto.”, a palavra destacada exprime circunstância de a) lugar. b) modo. c) tempo. d) dúvida. e) proporção. Comentário: O vocábulo “hoje” só pode ter valor adverbial de tempo, por isso a alternativa (C) é a correta. Gabarito: C Questão 11: Detran 2013 – Assistente de Trânsito (banca FGV) “O governo foi acusado de estar encabeçando uma indústria de multas, devido ao grande número de notificações aplicadas”. As alternativas a seguir apresentam conectivo adequado para a substituição de “devido a”, à exceção de uma. Assinale-a. (A) “por causa do”. (B) “em função do”. (C) “em razão do”. (D) “graças do”. (E) “em virtude do”. Comentário: Vimos que “devido a” é uma locução prepositiva que transmite valor de causa. O mesmo ocorre com “por causa de”, “em função de”, “em razão de”, “em virtude de” e também com “graças a”. Note que esta locução termina com a preposição “a”, e não “de”, como sugere a alternativa (D), a qual está errada. Gabarito: D Português para TJ-SP Teoria e exercícios comentados Prof. Décio Terror ʹ Aula 1 Prof. Décio Terror www.estrategiaconcursos.com.br 15 de 72 Questão 12: Câmara M Recife 2014 – Assistente Administrativo (banca FGV) “Isso se dá graças à tecnologia de informação”; a frase abaixo em que a expressão “graças a” está mal empregada é: (A) O Brasil progride graças a sua agricultura. (B) Os EUA são ricos graças ao trabalho de seu povo. (C) O automóvel derrapou graças ao óleo na pista. (D) O terrorismo não progrediu graças às reações. (E) O Brasil ganhou a Copa graças a seus bons jogadores. Comentário: A locução prepositiva “graças a” tem valor de causa. Mas devemos observar que “graças” tem relação a um benefício. Assim, não pode ser empregado como uma causa de tom negativo. Na alternativa (A), a locução prepositiva “graças a” inicia o adjunto adverbial de causa com um tom positivo, pois se entende que a agricultura contribuiu para a progressão do Brasil. Na alternativa (B), a locução prepositiva “graças a” inicia o adjunto adverbial de causa com um tom positivo, pois se entende que o povo contribuiu com seu trabalho para a riqueza dos EUA. Na alternativa (C), a locução prepositiva “graças a” inicia o adjunto adverbial de causa com um tom negativo, pois o óleo na pista causou um problema, uma derrapagem. Assim, devemos trocar “graças a” por qualquer uma das locuções prepositivas causais, como “devido a”, “por causa de” etc. Na alternativa (D), a locução prepositiva “graças a” inicia o adjunto adverbial de causa com um tom positivo, pois se entende que as reações não deixaram o terrorismo progredir. Na alternativa (E), a locução prepositiva “graças a” inicia o adjunto adverbial de causa com um tom positivo, pois se entende que os bons jogadores contribuíram para que o Brasil ganhasse a copa. Gabarito: C Questão 13: MAPA – 2014 – Agente Administrativo (banca Consulplan) Na expressão “Os cômodos são ridiculamente pequenos!”, o termo em destaque está diretamente ligado ao adjetivo “pequenos” e estabelece, na frase, uma relação de sentido de A) meio. B) causa. C) modo. D) intensidade. Comentário: Note que podemos entender que os cômodos são muito pequenos. Assim, há um advérbio de intensidade, cuja função sintática é adjunto adverbial de intensidade. Assim, a alternativa correta é a (D). Você poderia ter ficado na dúvida quanto à possibilidade de ser modo, tendo em vista a terminação em “mente”, porém nem sempre essa terminação marcará o modo. Neste contexto, por exemplo, é fácil perceber a ideia de intensidade pela troca pelo advérbio “muito” ou “bastante”, ok?! Gabarito: D Português para TJ-SP Teoria e exercícios comentados Prof. Décio Terror ʹ Aula 1 Prof. Décio Terror www.estrategiaconcursos.com.br 16 de 72 Vimos os valores semânticos dos adjuntos adverbiais e exercitamos, agora verificaremos a pontuação. Pontuação com adjunto adverbial “solto” É marcante nos adjuntos adverbiais a sua mobilidade posicional, pois este termo pode movimentar-se para o início, para o meio ou para o fim da oração. Essa mobilidade é percebida nos termos soltos, os quais não são exigidos pelo verbo, mas apenas ampliam o contexto com a circunstância. Isso é notado principalmente nos advérbios de lugar, tempo e modo; nos advérbios que modificam toda a oração (e não somente um termo); e nas locuções adverbiais: O custo de vida é bem alto em Brasília. Em Brasília, o custo de vida é bem alto. O custo de vida, em Brasília, é bem alto. O custo de vida é bem alto, em Brasília. Prefeitos de várias cidades foram a Brasília. A Brasília prefeitos de várias cidades foram. Prefeitos de várias cidades a Brasília foram. Naturalmente, você já percebeu o problema. Sim, eu sei. Quando a locução adverbial solta for de grande extensão e estiver antecipada da oração ou no meio dela, a vírgula será obrigatória. Se estiver no final, a vírgula será facultativa. Antes da última rodada, o time já se dizia campeão. O time, antes da última rodada, já se dizia campeão. O time já se dizia, antes da última rodada, campeão. O time já se dizia campeão, antes da última rodada. O time já se dizia campeão antes da última rodada. Questão 14: TJ RJ 2015 Técnico (banca FGV) ANTES QUE A FONTE SEQUE José Carlos Tórtima, O Globo, 04/10/2014 Na deslumbrada primeira visão da nossa terra, Pero Vaz de Caminha, o empolgado escrivão da frota de Cabral, não conteria a euforia ao anunciar, em sua célebre epístola ao rei Dom Manuel, que as águas da nova colônia eram não só muitas, mas “infindas”. Só não imaginava Caminha que com sua bela carta de apresentação da ambicionada Índia Ocidental aos nossos ancestrais lusitanos poderia estar lançando as sementes da arraigada e onipresente Esta locução adverbial de lugar não é exigida pelo verbo, por isso se considera um termo solto, o qual podereceber vírgula. Compare com a seguinte. Esta locução adverbial de lugar é exigida pelo verbo, por isso não se considera termo solto, ela pode se mover na oração, mas não recebe vírgula. Os advérbios referem-se a toda a oração. Português para TJ-SP Teoria e exercícios comentados Prof. Décio Terror ʹ Aula 1 Prof. Décio Terror www.estrategiaconcursos.com.br 17 de 72 cultura de esbanjamento do precioso líquido e do mito de sua inesgotabilidade. Cultura esta que até hoje se faz presente nas cenas de desperdício explícito nas cidades e no campo. E também na timidez de políticas públicas direcionadas à preservação e ao bom uso das reservas do mineral. Quanto ao emprego ou omissão da vírgula, houve afastamento da orientação gramatical em: (A) “na deslumbrada primeira visão da nossa terra, Pero Vaz de Caminha, o empolgado escrivão da frota de Cabral,...”; (B) “não conteria a euforia ao anunciar, em sua célebre epístola ao rei Dom Manuel, que as águas da nova colônia eram não só muitas, mas “infindas”; (C) “só não imaginava Caminha que com sua bela carta de apresentação da ambicionada Índia Ocidental aos nossos ancestrais lusitanos poderia estar lançando as sementes da arraigada e onipresente cultura de esbanjamento...”; (D) “cultura esta que até hoje se faz presente nas cenas de desperdício explícito nas cidades e no campo”; (E) “e também na timidez de políticas públicas direcionadas à preservação e ao bom uso das reservas do mineral”. Comentário: A questão pede que identifiquemos onde houve erro gramatical pelo uso ou pela falta de vírgula. A alternativa (A) está certa, porque “na deslumbrada primeira visão da nossa terra” é um adjunto adverbial antecipado, por isso está isolado de vírgula. A expressão “o empolgado escrivão da frota de Cabral” é o aposto explicativo, por isso está separado por dupla vírgula. A alternativa (B) está correta, pois o adjunto adverbial de lugar de grande extensão “em sua célebre epístola ao rei Dom Manuel” está intercalado, por isso está separado por dupla vírgula. Veremos na próxima aula que a expressão correlativa “não só... mas...” admite vírgula. A alternativa (C) é a errada, pois o adjunto adverbial causal “com sua bela carta de apresentação da ambicionada Índia Ocidental aos nossos ancestrais lusitanos” é de grande extensão e está intercalado, por isso deve ficar entre duas vírgulas. A alternativa (D) está correta, pois a omissão da vírgula se dá porque não há termo explicativo que exija vírgula, além de o adjunto adverbial composto “nas cidades de no campo” encontrar-se após a estrutura básica. Assim, não há exigência de vírgula. A alternativa (E) está correta, pois não pode haver vírgula entre os termos básicos da oração. Exatamente por isso não foi inserida a vírgula. Gabarito: C Questão 15: Compesa PE 2014– Técnico em Contabilidade (banca FGV) “Em abril de 1886, eclodiram nos Estados Unidos diversas greves”. Assinale a opção que indica a forma de reescrever esse segmento do texto que mostra pontuação inadequada. Português para TJ-SP Teoria e exercícios comentados Prof. Décio Terror ʹ Aula 1 Prof. Décio Terror www.estrategiaconcursos.com.br 18 de 72 (A) Em abril de 1886 eclodiram nos Estados Unidos diversas greves. (B) Em abril de 1886 eclodiram, nos Estados Unidos, diversas greves. (C) Em abril de 1886, eclodiram nos Estados Unidos, diversas greves. (D) Eclodiram nos Estados Unidos, em abril de 1886, diversas greves. (E) Em abril de 1886, eclodiram, nos Estados Unidos, diversas greves. Comentário: Vimos que o adjunto adverbial ao final da oração tem vírgula facultativa. Se for de grande extensão e estiver antecipado, a vírgula é obrigatória. Mas não se preocupe com o fato de ser de grande ou pequena extensão, haja vista que as gramáticas não delimitam o número de palavras para esta classificação. E a própria questão já sinalizou isso para você, pois inseriu o adjunto adverbial “Em abril de 1886” antecipado em duas alternativas sem vírgula. Assim, podemos entender como de pequena extensão e a vírgula é facultativa. O mesmo ocorre com o adjunto adverbial intercalado “nos Estados Unidos”, o qual pode ser entendido como de pequena extensão, assim cabe a dupla vírgula ou a sua omissão. Porém, não pode haver somente uma. Justamente foi isso ocorreu na alternativa (C), por isso ela é a errada. Veja a correção: Em abril de 1886, eclodiram, nos Estados Unidos, diversas greves. ou Em abril de 1886, eclodiram nos Estados Unidos diversas greves. Gabarito: C Palavras denotativas: Há palavras semelhantes aos advérbios, mas que não constituem circunstâncias. São as chamadas palavras denotativas. Veja algumas importantes. 1. Designação: eis: Eis o homem! Esta construção admite que o substantivo posterior seja substituído pelo pronome oblíquo átono o, na forma Ei-lo! 2. Exclusão: exceto, senão, salvo, menos, tirante, exclusive, ou melhor etc. Voltaram todos, menos André. Roubaram tudo, salvo o telefone. 3. Limitação: só, apenas, somente, unicamente: Só Deus é imortal. Apenas um livro foi vendido. A possibilidade de cobrança em prova é na interpretação de texto. Quando se inserem as palavras só, somente, apenas; há o recurso textual chamado palavra categórica. Ele transmite uma ideia veemente do autor, que não abre caminhos para outra possibilidade. Isso dirige a interpretação de texto. Veja: Só o rico ganha. O dinheiro chega apenas à classe nobre. Português para TJ-SP Teoria e exercícios comentados Prof. Décio Terror ʹ Aula 1 Prof. Décio Terror www.estrategiaconcursos.com.br 19 de 72 Compare com as estruturas sem essas palavras categóricas: O rico ganha. O dinheiro chega à classe nobre. Naturalmente, você observou que o sentido mudou significativamente. Na prova normalmente o texto sugere algo de maneira geral, com a segunda construção. Já, na interpretação de texto, a banca inclui a palavra categórica para o candidato perceber o erro. 4. Explicação, explanação ou exemplificação: a saber, por exemplo, isto é, como, ou melhor etc. Eram três irmãos, a saber, Pedro, Antônio e Gilberto. Lá, no inverno, usa-se roupa pesada, como sobretudo e poncho. Os elementos do mundo físico são quatro, a saber: terra, fogo, água e ar. Esses valores são normalmente separados por vírgula ou dois-pontos. Pode-se ter em mente que, quando se explica, quer-se ratificar, confirmar argumentos; então isso pode ser cobrado numa interpretação de texto ou no uso da pontuação. 5. Inclusão: mesmo, além disso, ademais, até, também, inclusive, ainda, sobretudo, aliás etc. Até o professor riu-se. Ninguém veio, mesmo o irmão. I - Costumam-se ficar entre vírgulas as estruturas além disso, também, inclusive, ainda. Normalmente a banca insere apenas uma das vírgulas e isso torna o texto errado. Ele disse, inclusive que não viria hoje. (errado) Ele disse, inclusive, que não viria hoje. (certo) II – Cumpre lembrar que não se pode confundir o valor de mesmo (inclusão), mesmo (pronome demonstrativo de valor adjetivo), advérbio de afirmação/certeza e valor de concessão/contraste. O primeiro não se flexiona e pode ser substituído por até, inclusive: Mesmo ela realizou as atividades. O segundo flexiona-se e diz respeito a um reforço reflexivo, equivalendo a sozinha: Ela mesma realizou as atividades. O terceiro não se flexiona e serve para ratificar, confirmar uma ação, equivalendo-se a sim, com certeza: Ela realizou mesmo as atividades. O quarto será visto mais detidamente nas orações subordinadas adverbiais concessivas. Ele transmite contraste e faz subentender a conjunção embora, apesar de: Mesmo sem falar, todos entenderam sua reprovação às opiniões. Português para TJ-SP Teoria e exercícios comentados Prof. Décio Terror ʹ Aula1 Prof. Décio Terror www.estrategiaconcursos.com.br 20 de 72 6. Retificação: aliás, ou melhor, isto é, ou antes etc. Comprei cinco, aliás, seis livros. Correu, isto é, voou até nossa casa. Para a banca é importante notar a ideia de correção ao que foi dito anteriormente e por isso a expressão deve ficar separada por vírgula(s). Note que a expressão “isto é” também foi vista como explicação (ratificação), por isso deve-se ter muito cuidado com o contexto. 7. Situação: mas, então, pois, afinal, agora, etc. Mas que felicidade. Então duvida que se falasse latim? Pois não é que ele veio. Afinal, quem tem razão? Posso mostrar-lhes o sítio; agora, vender eu não vendo. A banca pergunta se os vocábulos “Mas”, “Então” e “Pois”, nestes casos, possuem valor de oposição, conclusão e explicação, respectivamente. Pode-se notar claramente que não; estes vocábulos apenas motivam o início do discurso, como ocorre com o coloquialismo “Hum...”, “senão vejamos”, etc. 8. Expletivo e realce: é que; lá, cá, só, ora, que, mesmo, embora. Nós é que somos brasileiros. Eu sei lá! Eu cá me arranjo. Vejam só que coisa! Ora, decidamos logo o negócio. Oh! Que saudades que tenho! É isso mesmo. Vá embora! Normalmente as palavras expletivas ocorrem por motivo de ênfase e estilo; mas o vocábulo “ora” geralmente inicia uma consideração do autor, uma avaliação que pode também ser entendida como conclusão. 9. Afetividade: felizmente, infelizmente, ainda bem: Felizmente não me machuquei. Ainda bem que o orador foi breve! Questão 16: Banco do Brasil – 2012 – Escriturário (banca Cesgranrio) A palavra mesmo está sendo empregada com o sentido igual ao que se verifica em “No final, o Brasil foi campeão mesmo, e a Apollo 13 retornou a salvo para o planeta Terra, apesar de problemas gravíssimos.”, na seguinte frase: (A) O diretor preferiu ele mesmo entregar o relatório ao conselho. (B) Mesmo sabendo que a proposta não seria aceita, ele a enviou. (C) Fui atendido pelo mesmo vendedor que o atendeu anteriormente. (D) Você sabe mesmo falar cinco idiomas fluentemente? (E) Ele ficou tão feliz com a notícia que pensou mesmo em sair dançando. Comentário: Na frase do pedido da questão, o vocábulo “mesmo” é um advérbio que transmite certeza: o Brasil realmente foi campeão. Agora, devemos encontrar nas alternativas semelhante sentido. Na alternativa (A), o vocábulo “mesmo” é um pronome demonstrativo e serve apenas para reforçar a ideia reflexiva: “O diretor preferiu ele próprio entregar o relatório ao conselho.” Na alternativa (B), o vocábulo “Mesmo” é uma preposição acidental que Português para TJ-SP Teoria e exercícios comentados Prof. Décio Terror ʹ Aula 1 Prof. Décio Terror www.estrategiaconcursos.com.br 21 de 72 inicia uma oração subordinada adverbial concessiva. Na alternativa (C), o vocábulo “mesmo” é um adjetivo. A alternativa (D) é a correta, pois o vocábulo “mesmo” é um advérbio que transmite certeza: Você sabe realmente falar cinco idiomas fluentemente? Na alternativa (E), o vocábulo “mesmo” é uma palavra denotativa de inclusão: Ele ficou tão feliz com a notícia que pensou até em sair dançando. Gabarito: D Questão 17: DPE RO 2015 Analista Contábil (banca FGV) O Estatuto da Criança e do Adolescente, o ECA, é uma lei bem justa e generosa, ainda largamente ignorada em suas medidas de proteção e promoção. Mesmo quanto às sanções previstas no estatuto, antes de se chegar à internação, há uma série de outras menos severas, como a advertência, a prestação de serviços à comunidade e a liberdade assistida, que são frequentemente ignoradas, passando-se diretamente à privação de liberdade, mesmo em casos em que isso não se justifica. Os poderes públicos, inclusive o Judiciário, estão em dívida com a sociedade por conta da inobservância do estatuto em sua integralidade. Nesse segmento do texto 2 há duas ocorrências sublinhadas do vocábulo “mesmo”; sobre essas ocorrências, é correto afirmar que: (A) ambas equivalem ao sentido de inclusão; (B) só a primeira ocorrência indica concessão; (C) só a segunda ocorrência indica concessão; (D) só a primeira ocorrência indica inclusão; (E) só a segunda ocorrência indica inclusão. Comentário: Veja que a palavra “mesmo” pode ser substituída pelas palavras de inclusão “até” ou “inclusive”: Até quanto às sanções previstas no estatuto, antes de se chegar à internação, há uma série de outras menos severas, como a advertência, a prestação de serviços à comunidade e a liberdade assistida, que são frequentemente ignoradas, passando-se diretamente à privação de liberdade, até em casos em que isso não se justifica. Assim, há uma noção de inclusão nas duas ocorrências e a alternativa correta é a (A). Note que não há uma ideia de contraste, por isso não conseguimos subentender as palavras “embora” ou “apesar de”. Gabarito: A Questão 18: Câmara Municipal de Recife 2014 – Analista (banca FGV) Fragmento do texto: Superinteressante, 2009 Sempre existiram jovens e velhos. Mas a noção de juventude que a gente tem é bem mais recente: começou nos EUA e na Europa dos anos 20. Foi quando as universidades se tornaram comuns e atrasaram a idade em que Português para TJ-SP Teoria e exercícios comentados Prof. Décio Terror ʹ Aula 1 Prof. Décio Terror www.estrategiaconcursos.com.br 22 de 72 as pessoas casavam e tinham filhos. De uma hora para outra, cada vez mais gente passava a desfrutar esse intervalo que quase não existia antes: o limbo entre a infância e a vida adulta para valer. Um limbo, aliás, que fica cada vez mais longo. “Um limbo, aliás, que fica cada vez mais longo”. O termo “aliás” equivale semanticamente a diferentes expressões; no caso do texto, seu significado é: (A) de outra maneira; (B) do contrário; (C) além do mais; (D) não obstante; (E) a propósito. Comentário: A questão explora o valor da palavra denotativa de inclusão “aliás”. Note que tal palavra pode ter outros valores em outros contextos, como o de retificação, por exemplo. Mas, neste contexto, entendemos que o autor reforça a ideia anterior e lhe acrescenta que o limbo entre a infância e a fase adulta fica cada vez mais longo. Naturalmente você ficou em dúvida entre a alternativa (C) e (E), pois, ao inserirmos as expressões “além do mais” e “ a propósito”, mantemos a coerência na argumentação. Mas a questão pediu a alternativa que mantém o mesmo sentido. Veja que a expressão “a propósito” tem o sentido de “oportunamente”, “convenientemente”, sentido que não é percebido no trecho original com a expressão “aliás”. Veja bem: nós até poderíamos inserir tal expressão mantendo a coerência nos argumentos, mas mudaríamos o sentido original. Na realidade, a expressão “aliás”, por transmitir neste contexto uma ideia de inclusão, cabe a expressão “além do mais” para se preservar o sentido. Gabarito: C Questão 19: Funarte 2014– Administrador (banca FGV) “...na Canção do Exílio, Gonçalves Dias roga a Deus não permitir que morra sem que volte para lá, isto é, para cá”. Nesse segmento, a expressão “isto é” tem a função de: (A) acrescentar uma informação que confirma algo dito anteriormente; (B) apresentar uma informação que contrasta com outra anterior; (C) corrigir uma informação já passada; (D) explicar uma informação anteriormente dada; (E) expressar uma oposição parcial a uma informação dada antes. Comentário: Vimos que “isto é” pode ser uma expressão denotativa de explicação ou de retificação. Assim, você poderia ter ficado na dúvida entre as alternativas (B), (C) e (D). Mas veja que o autor não quis corrigir a informação anterior, nem reforçar o contraste. Na realidade, ele quis explicar que “Gonçalves Dias” estava no exílio. Assim, estava fora do Brasil. Então, ele rogava a Deus que Português para TJ-SP Teoria e exercícioscomentados Prof. Décio Terror ʹ Aula 1 Prof. Décio Terror www.estrategiaconcursos.com.br 23 de 72 não permitisse que ele morresse sem voltar para sua terra natal: o Brasil. Como o autor do texto está no Brasil falando sobre Gonçalves Dias, ele explicou que a expressão “para lá” de Gonçalves Dias é o “para cá” em relação ao autor. Assim, a alternativa correta é a (D). Gabarito: D Questão 20: Câmara M Recife 2014 Assistente Administrativo (banca FGV) A guerra on-line como ocorre hoje, ou seja, transmitida em tempo real, mobiliza as pessoas e se torna assunto de conversas, tema de programas transmitidos na televisão, objeto de comentaristas e especialistas de diferentes áreas. Enfim, a guerra “do outro” passa a ser a guerra de todos. A expressão “ou seja”, presente no texto, tem o papel de: (A) explicar; (B) justificar; (C) corrigir; (D) ampliar; (E) enumerar. Comentário: Vimos que “ou seja” pode ser uma expressão denotativa de explicação ou até de retificação. Mas neste contexto fica claro que a expressão iniciada por “ou seja” (transmitida em tempo real) explica a expressão anterior “A guerra on-line”. Assim, a alternativa correta é a (A). Gabarito: A Questão 21: Câmara M Recife 2014 Assistente Administrativo (banca FGV) A guerra on-line como ocorre hoje, ou seja, transmitida em tempo real, mobiliza as pessoas e se torna assunto de conversas, tema de programas transmitidos na televisão, objeto de comentaristas e especialistas de diferentes áreas. Enfim, a guerra “do outro” passa a ser a guerra de todos. A expressão “ou seja”, presente no texto, tem o papel de: (A) explicar; (B) justificar; (C) corrigir; (D) ampliar; (E) enumerar. Comentário: Vimos que “ou seja” pode ser uma expressão denotativa de explicação ou até de retificação. Mas neste contexto fica claro que a expressão iniciada por “ou seja” (transmitida em tempo real) explica a expressão anterior “A guerra on-line”. Assim, a alternativa correta é a (A). Gabarito: A Questão 22: Pref Osasco 2014– Agente de Trânsito (banca FGV) Fragmento do texto: PARA REDUZIR RISCOS É PRECISO TER CONTROLE Para reduzir riscos dentro das empresas e diminuir possíveis problemas com as fiscalizações, as Micro e Pequenas Empresas devem implementar controle de suas atividades administrativas e financeiras, as mais rígidas possíveis: 1. Organize sua empresa, um nível de organização deve ser mantido dentro da empresa, isso implica em definição clara de cada função e tarefas executadas, controle de estoque e caixa com boletins e relatórios diários e Português para TJ-SP Teoria e exercícios comentados Prof. Décio Terror ʹ Aula 1 Prof. Décio Terror www.estrategiaconcursos.com.br 24 de 72 prestações de contas por parte dos responsáveis por esses setores, regras; 2. Controle das senhas, todas as senhas devem ser trocadas no mínimo a cada três meses. “Controle das senhas, todas as senhas devem ser trocadas no mínimo a cada três meses”; o segmento colocado após a vírgula, em relação ao segmento anterior, expressa: (A) conclusão; (B) retificação; (C) concessão; (D) consequência; (E) explicação. Comentário: Veja que podemos subentender a expressão explicativa “ou seja” imediatamente após a vírgula. Veja: Controle das senhas, ou seja, todas as senhas devem ser trocadas no mínimo a cada três meses. Assim, fica mais claro que o segmento sublinhado tem um sentido explicativo em relação à expressão anterior. Gabarito: E Objeto direto: Vimos que esse termo é o complemento de um verbo transitivo direto. Ele tem como núcleo um substantivo ou palavra de valor substantivo. Perdi os documentos. Note que “documentos” é o núcleo (palavra mais importante do termo) do objeto direto e é um substantivo. O objeto direto se apresenta de diferentes formas. I - Objeto direto pleonástico: Normalmente, por uma questão de ênfase, antecipa-se o objeto, colocando-o no início da frase, e depois é repetido por meio de um pronome oblíquo átono. A esse objeto repetido damos o nome de objeto pleonástico ou enfático. É muito comum essa construção no diálogo, como um meio de o interlocutor retomar a fala do outro, emendando a sua postura diante do fato: - O que você acha desta roupa? - Essa roupa, ninguém a quer. A expressão “Essa roupa” é o objeto direto e o pronome “a” é o objeto direto pleonástico. Neste caso, ocorre a vírgula. II - Objeto direto preposicionado: aquele cuja preposição não é exigência do verbo, que é transitivo direto, mas ocorre por ênfase, para se evitar ambiguidade ou por necessidade do próprio complemento. Amo a Deus. (ênfase) Cumpri com a minha palavra. (ênfase) Ele puxou da espada. (ênfase) Português para TJ-SP Teoria e exercícios comentados Prof. Décio Terror ʹ Aula 1 Prof. Décio Terror www.estrategiaconcursos.com.br 25 de 72 Aos mais desfavorecidos atingem essas medidas. (para evitar ambiguidade) Ninguém entende a mim. (necessidade do pronome “mim”) Note que os verbos amar, cumprir, puxar, atingir e entender não regem preposição, porque são transitivos diretos. Normalmente as provas perguntam se foram esses verbos que exigiram a preposição, mas nesses casos não foram eles que a exigiram. Nos três primeiros exemplos, perceba que pode haver a seguinte estrutura oracional: Amo Deus; Cumpri a minha palavra; Ele puxou a espada. A inserção da preposição, então, não foi exigida pelo verbo, ela apenas enfatiza o complemento. No quarto exemplo, se não houvesse a preposição “A” no início da expressão “Aos mais desfavorecidos”, certamente o leitor teria dificuldade em identificar o sujeito (Essas medidas atingiram os mais desfavorecidos ou os mais desfavorecidos atingiram essas medidas?). Essa dupla possibilidade de interpretação é chamada de ambiguidade. Numa situação formal, deve-se evitar essa ambiguidade para que o texto seja o mais claro possível. No último exemplo, tem-se o pronome pessoal oblíquo tônico “mim”. Se não houvesse a preposição, esse pronome deveria ser oblíquo átono “me”. Isso será visto na aula de pronomes. III - Objeto direto interno (ou cognato): Foi visto que verbos intransitivos são aqueles que, por terem sentido completo, não reclamam um complemento (objeto). É comum, no entanto, o emprego desses verbos com um objeto, representado por um substantivo da mesma área semântica do verbo. Muitas vezes, o complemento tem o radical do verbo: Ele vive uma vida feliz. Dormi o sono dos justos. “Os sonhos mais lindos sonhei....” “E rir o meu riso...” Essas estruturas são admissíveis em composições de canções, poemas ou prosas com fundo literário. Numa linguagem objetiva, com fundamentação argumentativa, essa construção deve ser evitada. IV – Os pronomes oblíquos átonos “me”, “te”, “se”, “o”, “a”, “os”, “as”, “nos”, “vos” cumprem a função sintática de objeto direto: Comprei um carro (comprei-o.). Questão 23: UFPB 2016 Administrador (banca IDECAN) O respeito à diversidade e suas implicações nos direitos humanos A diversidade é um dos temas mais atuais da sociedade, e ao se pensar na escola, é um tema que ganha extrema relevância. Pois é na escola, onde a criança e o jovem desenvolve grande parte de suas relações sociais, que é necessário se desenvolver e ampliar a cultura do respeito ao que é diferente. Português para TJ-SP Teoria e exercícios comentados Prof. Décio Terror ʹ Aula 1 Prof. Décio Terror www.estrategiaconcursos.com.br 26 de 72 Quando se trata de inclusão/exclusão, é oportuno compreender mais amplamente esses processos abordando-os de forma dialética. Na abordagem da dialética inclusão/exclusão, realça-se o entendimento de que, para compreensão desses processos e o enfrentamento da exclusão, é necessário percebê-los de modo mais abrangente, em seualcance e ocorrências, e não apenas com referência a um único grupo social. Dentre os termos destacados, identifique o que NÃO possui a mesma classificação sintática dos demais. a) “[...] é um tema que ganha extrema relevância." (subtítulo) b) “[...] realça se o entendimento de que, [...]" (2º§) c) “[...] abordando-os de forma dialética. [...]" (1º§) d) “[...] é necessário percebê-los de modo mais abrangente, [...]" (2º§) Comentário: Na alternativa (A), o verbo “ganha” é transitivo direto e o termo “extrema relevância” é o objeto direto. Na alternativa (B), temos o termo “o entendimento”, o verbo transitivo direto “realça” e o pronome “se”. Como ainda não o estudamos, vamos pular para as próximas alternativas e voltamos ao final da última alternativa. Na alternativa (C), o verbo “abordando” é transitivo direto e o pronome “os” é o objeto direto. Na alternativa (D), o verbo “perceber” é transitivo direto e o pronome “os” (-los) é o objeto direto. Então, se você havia ficado com dúvida sobre o valor do pronome “se”, na alternativa (B), devo lembrar que veremos na aula de concordância que o pronome “se”, quando ligado a verbo transitivo direto, pode ser um pronome apassivador, um pronome reflexivo ou um pronome recíproco. Por enquanto, basta entender que a expressão “o entendimento” é o sujeito paciente (o entendimento de algo é realçado), o pronome “se” é apassivador e não possui função sintática. Sempre que tivermos um pronome apassivador, consideramos que a voz verbal da oração é paciente. Assim, confirmamos que a alternativa (B) é a que deve ser marcada. Veremos muito disso na aula de concordância. Gabarito: B Questão 24: SEARH 2016 Professor (banca IDECAN) Em “Romeu deu voz ao sublime Bardo e a própria noite aguçou seus ouvidos.” é correto afirmar em relação aos termos destacados, que a) há apenas dois termos adjacentes, ou complementares, da forma verbal “deu”. b) há três complementos verbais, sendo a relação de transitividade diferente entre os mesmos. c) apenas dois deles podem ser identificados como complementos verbais que possuem uma relação indireta com o verbo ao qual estão ligados. d) o primeiro termo em destaque é o único complemento da forma verbal “deu” no segmento em análise, os demais são complementos de termos diferentes. Comentário: Temos duas orações na frase acima, pois temos dois verbos. Português para TJ-SP Teoria e exercícios comentados Prof. Décio Terror ʹ Aula 1 Prof. Décio Terror www.estrategiaconcursos.com.br 27 de 72 Assim, devemos analisar os termos em relação a cada verbo. A primeira oração é “Romeu deu voz ao sublime Bardo”. Assim, temos o verbo transitivo direto e indireto “deu”, o termo “voz” é o objeto direto e “ao sublime Bardo” é o objeto indireto. A segunda oração é “a própria noite aguçou seus ouvidos”. Assim, temos o verbo transitivo direto “aguçou”, o sujeito “a própria noite” e o objeto direto “seus ouvidos”. Devemos lembrar que complementos verbais são apenas os objetos direto e indireto. O sujeito não pode ser considerado um complemento verbal. Com base nisso, entendemos que a única resposta possível é a alternativa (A), pois ela excluiu o terceiro elemento sublinhado. Ela fez uma afirmação apenas dos dois primeiros. Realmente as expressões “voz” e “ao sublime Bardo” são dois termos adjacentes, complementares, da forma verbal transitivo direta e indireta “deu”, pois, como vimos, temos o objeto direto “voz” e o objeto indireto “ao sublime Bardo”. A alternativa (B) está errada, porque não há três complementos verbais, porque sujeito não é complemento. A alternativa (C) está errada, pois não há apenas uma relação indireta com o verbo, há o objeto direto “voz”. A alternativa (D) está errada, pois o primeiro termo em destaque não é o único complemento da forma verbal “deu”. O termo “ao sublime Bardo” é o objeto indireto do verbo “deu”. Gabarito: A Questão 25: Pref Rio Novo do Sul–ES 2015 Agente Fiscal (banca IDECAN) Nos fragmentos a seguir, os trechos sublinhados exercem a mesma função, EXCETO: a) “O ano de 2015 será, mais uma vez, ruim para quem vende.” b) “Dívidas de longo prazo são corrigidas pela inflação, também em alta.” c) “Muita gente fala que, com a inflação e a recessão, pode perder o emprego ou os clientes.” d) “Quando morder meu bolso, eu nem saberei de onde terá vindo o ataque, não terei tempo de me defender.” Comentário: Nas alternativas, há três termos sublinhados com a função de sujeito e um com a de objeto direto. Note que os verbos “será”, “são corrigidos” e “fala” referem-se aos respectivos sujeitos “O ano de 2015”, “Dívidas de longo prazo” e “Muita gente”. Assim, sabemos que a alternativa (D) é a que apresenta termo sublinhado com valor diferente dos demais, pois “meu bolso” é o objeto direto do verbo “morder”. O sujeito agente não se encontra nesta frase. Ele ficou subentendido no texto. Gabarito: D Questão 26: COREN MA 2013 Agente Administrativo (banca IDECAN) Em "Conseguiram muita coisa desde então,...", a expressão sublinhada desempenha a mesma função sintática que a destacada em Português para TJ-SP Teoria e exercícios comentados Prof. Décio Terror ʹ Aula 1 Prof. Décio Terror www.estrategiaconcursos.com.br 28 de 72 a) " Do contrário, vencerá o prazo legal,..." b) "... os deputados reincidem na redação..." c) "... (com o risco de suscitar ações na Justiça )." d) " O Congresso finalizou em abril, na Câmara,..." e) " Chegou a hora de ruralistas cederem na intransigência." Comentário: Na oração “Conseguiram muita coisa desde então”, o verbo conseguiram encontra-se no plural e o termo “muita coisa” está no singular. Isso nos mostra que o sujeito não está explícito no texto, o verbo é transitivo direto e o termo “muita coisa” é o objeto direto. Assim, devemos encontrar o objeto direto dentre as alternativas. Na alternativa (A), o verbo “vencerá” é intransitivo e o termo “o prazo legal” é o sujeito: o prazo legal vencerá. Na alternativa (B), o verbo “reincidem” concorda com o sujeito “os deputados”. A alternativa (C) é a correta, pois o termo “ações” está no plural, mas o verbo permanece no singular, o que dá a noção de que o verbo é transitivo direto e o termo “ações” é o objeto direto. A alternativa (D) está errada, pois o verbo “finalizou” tem como sujeito o termo “O congresso”. A alternativa (E) está errada, pois o verbo “Chegou” tem como sujeito todo o segmento “a hora de ruralistas cederem na intransigência”. Gabarito: C Questão 27: Campos-RJ 2012 Assistente Técnico Legislativo (banca Consulplan) Analise o trecho a seguir: “... sem que saibamos como, experimentamos sentidos, significados, significações, emoções, desejos, ideias.” A respeito dos termos grifados, é correto afirmar que A) possuem sentidos contrários. B) possuem o mesmo significado. C) exercem a mesma função sintática. D) pertencem a diferentes classes de palavras. E) exprimem emoção ou sentimento repentino. Comentário: O verbo “experimentamos” é transitivo direto e o termo enumerado “sentidos, significados, significações, emoções, desejos, ideias” é o objeto direto composto. Por isso, os termos grifados exercem a mesma função sintática. Gabarito: C Questão 28: Pref SDP-MG 2012 Auxiliar Adm (banca Consulplan) No trecho “em vez de deixá-los em frente à TV”, a função sintática do termo sublinhado é de A) sujeito. B) objeto direto. C) objeto indireto. D) predicado. E) adjunto adnominal. Comentário: O verbo “deixar”, neste contexto, é transitivo direto, o pronome “-los” é o objeto direto e “em frente à TV” é o adjunto adverbial de lugar. Por isso, a alternativa correta é a (B). Gabarito: B Português para TJ-SP Teoria e exercícios comentados Prof. Décio Terror ʹ Aula 1 Prof. Décio Terror www.estrategiaconcursos.com.br29 de 72 Objeto indireto: complemento de um verbo transitivo indireto. Necessitamos de apoio. Ele pode também ser pleonástico: repetição, por meio de um pronome oblíquo, do objeto indireto. Ao amigo, não lhe peça tal coisa. A expressão “Ao amigo” é o objeto indireto e o pronome “lhe” é o objeto indireto pleonástico. Neste caso, a vírgula é obrigatória. Os pronomes oblíquos átonos “me”, “te”, “se”, “lhe”, “lhes”, “nos”, “vos” cumprem a função sintática de objeto indireto: Obedeço ao chefe (Obedeço-lhe). Questão 29: Campos-RJ 2012 Assistente Técnico Legislativo (banca Consulplan) Assinale a alternativa que apresenta um objeto indireto. A) “... nada mudaria no cosmo.” B) “... vem nos trazer um breve alento.” C) “... o desperdício de energia e a produção de lixo são a doença.” D) “Seu tamanho ficou difícil de deduzir.” E) “Os países ricos também têm culpa.” Comentário: A alternativa (A) está errada. O pronome “nada” é o sujeito, “mudaria” é verbo intransitivo e “no cosmo” é o adjunto adverbial de lugar. A alternativa (B) é a correta, pois a locução verbal “vem trazer” é transitiva direta e indireta, o termo “um breve alento” é o objeto direto e o pronome “nos” é o objeto indireto (trazer alguma coisa a alguém) As alternativas (C) e (D) estão erradas, pois os verbos “são” e “ficou” são de ligação e os termos “a doença” e “difícil” são predicativos. Note que os termos preposicionados “de energia”, “de lixo” e “de deduzir” não são exigidos por verbo, mas pelos substantivos “desperdício” e “produção” e pelo adjetivo “difícil”, respectivamente. Por isso são complementos nominais. A alternativa (E) está errada, pois o verbo “têm” é transitivo direto e “culpa” é o objeto direto. Gabarito: B Adjunto adnominal Todo termo sintático da oração necessita de um núcleo, constituído de um substantivo ou palavra de valor substantivo. Esse núcleo pode ser caracterizado, determinado, modificado, especificado, restringido por um termo, chamado de adjunto adnominal. Esse termo pode ser representado por: 1) um artigo: O carro parou. 2) um pronome adjetivo: Encontrei meu relógio. 3) um numeral adjetivo: Recebi a segunda parcela. 4) um adjetivo: Tive ali grandes amigos. 5) uma locução adjetiva: Tenho uma mesa de pedra. Português para TJ-SP Teoria e exercícios comentados Prof. Décio Terror ʹ Aula 1 Prof. Décio Terror www.estrategiaconcursos.com.br 30 de 72 As nossas primeiras experiências científicas fracassaram. artigo pronome numeral substantivo adjetivo verbo intransitivo adjuntos adnominais núcleo adj adnominal sujeito predicado Complemento nominal Como vimos no início da aula, a transitividade não é privilégio dos verbos: há também nomes (substantivos, adjetivos e advérbios) transitivos. Isso significa que determinados substantivos, adjetivos e advérbios se fazem acompanhar de complementos. Esses complementos são chamados de complementos nominais e são sempre introduzidos por preposição: 1) complemento nominal de um substantivo: Você fez uma boa leitura do texto. sujeito VTD objeto direto complemento nominal Predicado verbal Note que o substantivo “leitura” é o nome da ação de “ler”. Como é natural o verbo ser transitivo, o substantivo também fica transitivo. Observe: Você leu o texto. sujeito VTD objeto direto Predicado verbal Compare: Júlia aproveitou o momento. (objeto direto) Júlia tirou proveito do momento. (complemento nominal) 2) complemento nominal de um adjetivo: Você precisa ser fiel aos seus ideais. sujeito locução verbal de ligação adjetivo na função de predicativo complemento nominal Predicado nominal Quem é fiel é fiel a alguém ou a alguma coisa. Assim, o adjetivo “fiel” é transitivo, ou seja, necessita de complemento. 3) Complemento nominal de advérbio: Você mora perto de Maria. sujeito verbo intransitivo advérbio na função de adjunto adverbial de lugar complemento nominal Predicado verbal Note que o advérbio “perto” necessita de um complemento: perto de algo ou de alguém. Podemos dizer que o complemento nominal é mais uma função substantiva da oração: nos casos citados anteriormente, o núcleo dos complementos é um substantivo (texto, ideais, Maria). Pronomes e numerais substantivos, assim como qualquer palavra substantivada, podem desempenhar essa função. Observe o pronome “lhe” atuando como complemento nominal na oração seguinte: Não posso ser-lhe fiel: já empenhei minha palavra com outra pessoa. (fiel a alguém) Português para TJ-SP Teoria e exercícios comentados Prof. Décio Terror ʹ Aula 1 Prof. Décio Terror www.estrategiaconcursos.com.br 31 de 72 Observe que o complemento nominal não se relaciona diretamente com o verbo da oração, e sim com um nome que pode desempenhar as mais diversas funções. A realização do projeto é necessária à população carente. Adj. Adn núcleo complemento nominal VL predicativo do sujeito complemento nominal sujeito predicado nominal É natural confundirmos, na estrutura sintática, os termos adjunto adnominal com o complemento nominal. Assim, é necessário abordarmos a diferença entre eles para uma melhor compreensão da sintaxe e da semântica. Como distinguir o adjunto adnominal do complemento nominal O adjunto adnominal formado por uma locução adjetiva pode ser confundido com o complemento nominal. Normalmente não haverá dúvida, pois, segundo o que foi visto, o adjunto adnominal é constituído de vocábulo de valor restritivo que caracteriza o núcleo do termo de que faz parte. Já o complemento nominal é termo que completa o sentido de um nome. Há dúvida quando os dois termos são preposicionados. Por exemplo: A leitura do livro é instigante. A leitura do aluno foi boa. Para percebermos a diferença, é importante passarmos por três critérios: 1º critério: Adjunto adnominal: Complemento nominal: O termo preposicionado caracteriza o substantivo. O termo preposicionado complementa um substantivo, adjetivo ou advérbio. Assim, em orações como “Estava cheio de problemas.”, “Moro perto de você.”, logo no primeiro critério, já saberíamos que “de problemas” e “de você” são complementos nominais, pois completam o sentido do adjetivo “cheio” e do advérbio “perto”, respectivamente. 2º critério: Adjunto adnominal: Complemento nominal: O substantivo caracterizado pode ser concreto ou abstrato. O substantivo complementado deve ser abstrato. Sabendo-se que um substantivo abstrato normalmente é o nome de uma ação (corrida, pesca) ou de uma característica (tristeza, igualdade) e que o substantivo concreto é o nome de um ser independente, que conseguimos visualizar, pegar (casa, copo). Nas orações “Trouxe copos de vidro.” e “Vi a casa de pedra.”, os termos “de vidro” e “de pedra” são adjuntos adnominais, pois caracterizam os substantivos concretos “copos” e “casa”, respectivamente. 3º critério: Adjunto adnominal: Complemento nominal: O termo preposicionado é agente. O termo preposicionado é paciente. Português para TJ-SP Teoria e exercícios comentados Prof. Décio Terror ʹ Aula 1 Prof. Décio Terror www.estrategiaconcursos.com.br 32 de 72 Este último normalmente é o cobrado em prova. Se os termos abaixo sublinhados são agentes, automaticamente serão os adjuntos adnominais. Se pacientes, serão complementos nominais. Veja: Adjuntos adnominais: O amor de mãe é especial. (agente: a mãe ama) A invenção do cientista mudou o mundo. (agente: o cientista inventou) A leitura do aluno foi boa. (agente: o aluno leu) Complementos nominais: O amor à mãe também é especial. (paciente: a mãe é amada) A invenção do rádio mudou o mundo. (paciente: o rádio foi inventado) A leitura do livro é instigante. (paciente: o livro é lido) Questão 30: IF PA 2016 Administrador(banca FUNRIO) “O Sindicato dos Concessionários e Distribuidores de Veículos do Pará e Amapá divulgou o resultado da venda de veículos novos no estado em março. Segundo os dados, foram comercializadas 9.804 unidades em âmbito local no mês passado, ante as 8.711 unidades de fevereiro. No entanto, no acumulado do ano, foram emplacados 26.981 veículos, contra 34.249 no mesmo período do ano passado, representando queda de 21,22%.” (CORREIO DE TOCANTINS, 19 de abril de 2016) Assinale a alternativa que analisa corretamente o papel sintático do termo transcrito. a) “o resultado” – predicativo do sujeito. b) “de veículos novos” – complemento nominal. c) “segundo os dados” – adjunto adverbial de tempo. d) “9.804 unidades” – objeto direto. e) “no acumulado do ano” – aposto. Comentário: A alternativa (A) está errada, pois o termo “o resultado” é o objeto direto. Veja que tal termo complementa o verbo transitivo direto “o resultado”. A alternativa (B) é a correta, pois “de veículos novos” complementa o sentido do substantivo abstrato “venda”. Note que tal termo tem valor paciente. Assim, realmente há o complemento nominal. A alternativa (C) está errada, pois o termo “segundo os dados” é o adjunto adverbial de conformidade. A alternativa (D) está errada, pois o termo “9.804 unidades” é o sujeito paciente. A alternativa (E) está errada, pois “no acumulado do ano” é um adjunto adverbial, e não aposto. Gabarito: B Questão 31: COREN MA 2013 Agente Administrativo (banca IDECAN) Observe o trecho "Máquinas fotográficas eram artigos de luxo.” Assinale a alternativa na qual o trecho em destaque tem classificação sintática igual à do item sublinhado no período anterior. Português para TJ-SP Teoria e exercícios comentados Prof. Décio Terror ʹ Aula 1 Prof. Décio Terror www.estrategiaconcursos.com.br 33 de 72 a) Ela comprou um celular. b) Ela não se lembra de seu passado. c) Os dados foram divulgados em setembro. d) A máquina com defeito foi trocada na loja. e) Atualmente, as possibilidades de registro são maiores. Comentário: Na oração “Máquinas fotográficas eram artigos de luxo”, o verbo “eram” é de ligação, “Máquinas fotográficas” é o sujeito e “artigos de luxo” é o predicativo, cujo núcleo é “artigos” e “de luxo” é o adjunto adnominal. Assim, devemos encontrar, dentre as alternativas, aquela que apresente um segmento sublinhado como adjunto adnominal. Na alternativa (A), o verbo “comprou” é transitivo direto, “Ela” é o sujeito e “um celular” é o objeto direto. Na alternativa (B), o verbo pronominal “se lembra” é transitivo indireto, “ela” é o sujeito e “de seu passado” é o objeto indireto. Na alternativa (C), a locução verbal da voz passiva “foram divulgados” tem como sujeito o termo “os dados” e “em setembro” é o adjunto adverbial de tempo. A alternativa (D) é a correta, pois a locução verbal “foi trocada” tem como sujeito o termo “A máquina com defeito”, cujo núcleo é “Máquina” e “A” e “com defeito” são os adjuntos adnominais. Na alternativa (E), temos que perceber que o termo “de registro” não é um adjunto adnominal, mas um complemento nominal, pois entendemos que “possibilidades” é um substantivo abstrato e o termo “de registro” é paciente, isto é, podemos subentender que o registro foi possibilitado por alguém. Assim, confirmamos que “de registro” realmente é um complemento nominal, segundo o critério 3 visto na teoria anteriormente. Gabarito: D Questão 32: DPE RO 2015 Técnico Administrativo (banca FGV) “O programa de medicamentos genéricos (1), criado no Brasil em 1999 com a promulgação da Lei 9787 (2), se deu três anos após o país voltar a respeitar o direito de patentes, em 1996. Após apenas 4 anos da criação dessa lei (3), os genéricos já se encontravam disponíveis em mais de 4 mil apresentações, abrangendo as principais classes terapêuticas, atendendo a mais de 60% das necessidades de prescrições médicas (4).” Considerando os termos sublinhados e numerados, são complementos dos termos anteriores: (A) (1) e (2); (B) (1), (3) e (4); (C) (2), (3) e (4); (D) (1) e (3); (E) (1), (2) e (3). Comentário: Os termos que completam o sentido de outro são os objetos direto e indireto (os quais completam o sentido de um verbo transitivo) e o complemento nominal (o qual completa o sentido de um nome transitivo). Como os termos se ligam a nomes, sabemos que a questão quer que identifiquemos os complementos nominais, isto é, o termo que completa o sentido de um nome transitivo. Português para TJ-SP Teoria e exercícios comentados Prof. Décio Terror ʹ Aula 1 Prof. Décio Terror www.estrategiaconcursos.com.br 34 de 72 Vimos anteriormente que o substantivo, adjetivo e advérbio podem ser transitivos e exigir complementos nominais. Porém, os nomes anteriores ao termos sublinhados são substantivos (programa, promulgação, criação, necessidades). Como esses substantivos são abstratos, devemos passar ao terceiro critério de diferença entre adjunto adnominal e complemento nominal. No termo número 1, o substantivo “programa” está sendo caracterizado pelo adjunto adnominal “de medicamentos genéricos”, pois tal termo preposicionado não tem valor paciente. Note que o contexto não transmite a ideia de que os medicamentos são programados, concorda? O que se quer dizer é que o tipo de programa é o de medicamentos genéricos. No termo número 2, o substantivo “promulgação” está sendo completado pela expressão “da Lei 9787”, pois tal termo tem valor paciente: a Lei 9787 foi promulgada. promulgar a Lei 9787 promulgação da Lei 9787 VTD + OD (termo paciente) nome + CN (termo paciente) No termo número 3, o substantivo “criação” está sendo completado pela expressão “dessa lei”, pois tal termo tem valor paciente: a lei foi criada. criar essa lei criação dessa lei VTD + OD (termo paciente) nome + CN (termo paciente) No termo número 4, o substantivo “necessidades” está sendo completado pela expressão “de prescrições médicas”, pois tal termo tem valor paciente. Apesar de não conseguirmos transpor para a voz passiva, haja vista o verbo “necessitar” ser transitivo indireto, fica fácil perceber o valor paciente com a estrutura abaixo: necessitar de prescrições médicas necessidades de prescrições médicas VTI + OI (termo paciente) nome + CN (termo paciente) Gabarito: C Questão 33: DPE RO 2015 Técnico Administrativo (banca FGV) Por que a compra do medicamento pelo princípio ativo fará baixar o preço do medicamento? Esta é uma das zonas de maior tensão da indústria farmacêutica mundial. Se por um lado os medicamentos ficam mais baratos pela fórmula já existir e ser comprovadamente eficiente, por outro lado os custos mais baixos são consequências diretas do não investimento das fabricantes dos genéricos em pesquisas para novos medicamentos e no marketing de seus produtos. Assim, de certa forma, há um certo risco sobre a descoberta de novos medicamentos bons para a população. Por outro lado, como há o respeito às patentes dos medicamentos (salvo casos especiais, como foi com os medicamentos do coquetel anti-HIV), as indústrias farmacêuticas têm tempo de sobra para recuperar os investimentos em pesquisa durante o tempo em que seus medicamentos estão “sozinhos” no mercado. Vale também ressaltar que os medicamentos genéricos não tiram os de marca (referência) do mercado, apenas concorrem lado a lado. (Saúde Melhor) Português para TJ-SP Teoria e exercícios comentados Prof. Décio Terror ʹ Aula 1 Prof. Décio Terror www.estrategiaconcursos.com.br 35 de 72 O termo sublinhado abaixo que exerce a função de adjunto do termo anterior é: (A) compra do medicamento; (B) preço do medicamento; (C) fabricante dos genéricos; (D) descoberta
Compartilhar