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EMPRÉSTIMOS E FINANCIAMENTOS NO BRASIL 3 EMPRÉSTIMOS E FINANCIAMENTOS NO BRASIL GESTÃO FINANCEIRA Orçamento e Fluxo de Caixa Na gestão financeira e constituição de patrimônio, dois exercícios são fundamentais para que qualquer indivíduo possa maximizar seus resultados, sejam eles ter equilíbrio financeiro ou constituir patrimônio. O primeiro exercício consiste na elaboração de um orçamento pessoal ou familiar, onde o objetivo principal é estabelecer um fluxo de caixa que permita o cumprimento dos compromissos mensais ou, ainda melhor que isso, estabelecer um fluxo superavitário que permita a geração de poupança. O outro exercício consiste na construção de um balanço patrimonial, cujo objetivo é demonstrar as posições patrimoniais do indivíduo. O orçamento pessoal engloba dois tipos de informação, as entradas de recursos, ou seja, os rendimentos, salários e outras receitas auferidas e as saídas de recursos, gastos diversos, aplicações ou custos em geral. Um bom orçamento deve estabelecer metas e objetivos para que as entradas de recursos sejam maiores que as saídas. Pra isso é importante que exista um planejamento onde serão definidas necessidades e prioridades onde o indivíduo possa estabelecer os seus hábitos de consumo dentro da renda disponível. Alguns passos importantes para elaboração de um orçamento consistente: 1. Criar uma planilha mapeando todas as entradas e saídas de recursos dos últimos doze meses. Pra isso podem ser usados como fonte de informação extratos bancários, canhotos de cheques, extratos dos cartões de crédito. O ideal é que a planilha já seja criada separando as diferentes categorias de gastos, fixos, variáveis, obrigatórios, facultativos, etc. 2. Fazer um levantamento dos gastos futuros (12 meses), considerando também despesas sazonais, como férias e outros. Nesse ponto já é possível identificar gastos que poderão ser reduzidos ou eliminados. 3. Orçar despesas imprevistas, é importante reservar uma parte dos recursos para eventos inesperados. 4. Estimar custos que podem ser sofrer alteração em virtude de algum reajuste, como por exemplo o aluguel que costuma ser reajustado pelo IGPM 5. Após determinar os valores mensais por categoria, calcular os custos como um percentual da receita líquida. 6. Projetar também as receitas mensais estimadas para os próximos 12 meses. 7. Determinar o total de despesas e em quais meses irão ocorrer despesas maiores, como impostos, seguros ou outras despesas com recorrência anual. EMPRÉSTIMOS E FINANCIAMENTOS NO BRASIL | EA BANKING SHOOL 4 8. Projetar o orçamento completo para os próximos 12 meses ajustando eventuais desencaixes para que as obrigações de cada mês possam cumpridas. 9. No decorrer dos meses, fazer o comparativo entre as despesas reais e as projetadas, fazendo os ajustes necessários para cumprimento dos objetivos propostos 10. Fazer uma análise contínua do que pode ser otimizados nas diferentes categorias de despesas sobre as quais é possível ter algum controle e, se possível, por que não, pensar em alternativas que permitam criar novas fontes de receitas e ampliar o poder de poupança. Informações que costumam fazer parte de um orçamento: Entradas Saídas Salário Aplicações mensais (Investimentos, Previdência) Receitas de alugueis Custos fixos obrigatórios - Despesas de moradia (aluguel, financiamento, água, luz, etc) - Despesas com veículo (prestação, seguro, estacionamento, combustíveis, manutenção) - Impostos - Seguros Dividendos Custos fixos facultativos - Internet, Serviços de streaming, telefone, etc - Academia/clube Receitas de juros Custos variáveis obrigatórios- Alimentação Reembolso de impostos Custos variáveis facultativos - Lazer - Férias Outras receitas Fluxo de caixa líquido = Entradas – Saídas O orçamento doméstico se refere nada mais é do que uma previsão de entradas e saídas de um indivíduo ou família durante um determinado período. Já o fluxo de caixa relaciona as movimentações financeiras (entradas e saídas) por seus valores reais e na data em que efetivamente ocorrem. Se o orçamento se concretizar, o fluxo de caixa será composto pelas mesmas informações, porém organizadas por data e com detalhamento maior. Importante também planejar um orçamento que permita reservar uma parcela das receitas para poupança e investimentos. EMPRÉSTIMOS E FINANCIAMENTOS NO BRASIL | EA BANKING SHOOL 5 Exemplo de Orçamento EMPRÉSTIMOS E FINANCIAMENTOS NO BRASIL | EA BANKING SHOOL 6 As contas do Balanço Patrimonial Pessoal O balanço patrimonial é uma demonstração contábil destinada a evidenciar, quantitativa e qualitativamente, a posição patrimonial e financeira de uma empresa em determinada data. Podendo também ser utilizado para verificar as posições patrimoniais e financeiras de uma família ou indivíduo. No balanço patrimonial, as contas deverão ser classificadas conforme os elementos patrimoniais registrados e agrupados de modo a facilitar o conhecimento e análise da situação financeira. O balanço patrimonial pessoal pode ser considerado também uma fotografia da situação patrimonial da pessoa em determinado momento. Ele aponta o que foi feito com a renda percebida ao longo da vida e indica se os recursos foram utilizados de forma construtiva, visando formar um patrimônio. Considerando que essa situação sofre alterações ao longo do tempo, é preciso refazer esse balanço periodicamente (pelo menos uma vez por ano). A época de entrega da Declaração de Imposto de Renda da Pessoa Física (DIRPF) é ideal para analisar a evolução patrimonial do ano de referência, já que, no formulário, são reportados os ativos (bens e direitos) e os passivos (dívidas e obrigações). A soma de todos os ativos (valor atual de mercado), descontadas as dívidas (saldo devedor), resultará no patrimônio líquido do indivíduo, que é a riqueza formada até aquela data. Ativos Todos os bens e direitos, como imóveis, veículos, investimentos, dinheiro guardado, direitos a receber de terceiros, seja por serviços prestados, seja por devolução de empréstimos são considerados ativos. É importante registrar o valor de mercado dos bens, isto é, o valor que o mercado estaria disposto a pagar por aquele bem. No caso de investimentos, considerar o valor líquido, após pagamento de taxas e impostos. Ao elaborar o balanço patrimonial, é interessante distinguir os ativos de uso pessoal, (que geram despesas), e os ativos que geram renda. O imóvel residencial, a casa de campo ou de praia e os veículos da família são considerados ativos de uso pessoal. Proporcionam conforto, bem-estar, entretanto, são fontes de despesa. Aplicações financeiras e imóveis adquiridos para locação ou venda futura são exemplos de ativos que geram renda. Essa parte do patrimônio será fundamental para gerar renda complementar na aposentadoria, por exemplo. Passivos São as dívidas contraídas, tanto de curto como de longo prazo. Dívidas de curto prazo São consideradas dívidas de curto prazo as parcelas de empréstimos vincendos em até 1 ano, tais como crédito rotativo (limite do cheque especial e cartão de crédito), crédito consignado, empréstimo pessoal, crediários etc. EMPRÉSTIMOS E FINANCIAMENTOS NO BRASIL | EA BANKING SHOOL 7 Dívidas de longo prazo Parcelas vincendas em prazo superior a um ano, tais como financiamento imobiliário, financiamento de automóvel e empréstimos em geral. Patrimônio líquido O Patrimônio Líquido, resultante do total de ativos menos o total dos passivos, indica a riqueza de uma pessoa, sendo um dos mais importantes indicadores das finanças pessoais, e o monitoramento de sua evolução evidencia se estamos construindo ou destruindo riqueza. Se boa parte ou toda a renda é dispendida em consumo, não haverá crescimento patrimonial. O ideal é que parte da renda seja destinada à expansão do patrimônio. Exemplo de Balanço Patrimonial Pessoal Depois de compreendermos os conceitos de orçamento doméstico, que relaciona receitas e despesas e balanço patrimonial, querelaciona os ativos, passivos e patrimônio líquido, vamos analisar um exemplo que engloba ambas as ferramentas: EMPRÉSTIMOS E FINANCIAMENTOS NO BRASIL | EA BANKING SHOOL 8 Considere as informações financeiras sobre uma família composta pelo casal Adriano e Taís e sua filha Giovana: Telefones (Gasto mensal) R$ 150,00 Restaurantes (Gasto mensal) R$ 1.000,00 Salário Líquido Mensal Taís R$ 5.000,00 Imóvel Residencial R$ 300.000,00 Saldo Aplicação CDB (Liquidez diária) R$ 150.000,00 Parcela Mensal Financiamento Imobiliário R$ 2.500,00 Saldo Acumulado VGBL R$ 50.000,00 Seguro Automóveis (Mês) R$ 400,00 Combustível (Gasto mensal) R$ 800,00 IPVA (Gasto mensal) R$ 400,00 Condomínio (Gasto mensal) R$ 500,00 Supermercado (Gasto mensal) R$ 2.000,00 Contas Mensais (Água, Energia, Telefone, Gás) R$ 500,00 Saldo Devedor Fin. Imobiliário R$ 100.000,00 Mensalidade Faculdade Taís R$ 500,00 Parcela Carro Adriano R$ 2.000,00 Estacionamento (Gasto mensal) R$ 200,00 Manutenção (Gasto mensal) R$ 300,00 Saldo Devedor Carro Adriano Parcelas Restantes: 10) R$ 25.000,00 Outras Despesas Pessoais R$ 1.000,00 IPTU (Gasto mensal) R$ 200,00 Internet/Serviços de Streaming R$ 200,00 Saldo Aplicação Ações R$ 50.000,00 Aporte Mensal VGBL R$ 1.000,00 Carro Adriano R$ 95.000,00 Carro Taís R$ 80.000,00 Mensalidade Escola Giovana R$ 1.500,00 Planos de Saúde (Gasto mensal) R$ 1.500,00 Cálculo do orçamento doméstico e o patrimônio líquido da família. Primeiro passo é classificar todos os lançamentos conforme devem ser alocados no orçamento e balanço: EMPRÉSTIMOS E FINANCIAMENTOS NO BRASIL | EA BANKING SHOOL 9 • Orçamento Doméstico: agrupa as entradas e saídas de caixa que ocorrem com recorrência. Exemplo: Salários, supermercado, manutenção automóveis, etc. • Balanço Patrimonial: separa os ativos, ou seja, bens que podem ser transformados em dinheiro, e passivos, itens para os quais será preciso despender de recursos financeiros para quitação. A diferença entre ativos e passivos resulta no patrimônio líquido. Reagrupamento dos lançamentos conforme classificação Orçamento/Balanço: RUBRICA VALOR CLASSIFICAÇÃO DEMONSTRATIVO Telefones (Gasto mensal) R$ 150,00 Saída Orçamento Restaurantes (Gasto mensal) R$ 1.000,00 Saída Orçamento Salário Líquido Mensal Taís R$ 5.000,00 Entrada Orçamento Imóvel Residencial R$ 300.000,00 Ativo Balanço Saldo Aplicação CDB (Liquidez diária) R$ 150.000,00 Ativo Balanço Parcela Mensal Financiamento Imobiliário R$ 2.500,00 Saída Orçamento Saldo Acumulado VGBL R$ 50.000,00 Ativo Balanço Seguro Automóveis (Mês) R$ 400,00 Saída Orçamento Combustível (Gasto mensal) R$ 800,00 Saída Orçamento IPVA (Gasto mensal) R$ 400,00 Saída Orçamento Condomínio (Gasto mensal) R$ 500,00 Saída Orçamento Supermercado (Gasto mensal) R$ 2.000,00 Saída Orçamento Contas Mensais (Água, Energia, Telefone, Gás) R$ 500,00 Saída Orçamento Saldo Devedor Fin. Imobiliário R$ 100.000,00 Passivo Balanço Mensalidade Faculdade Taís R$ 500,00 Saída Orçamento Parcela Carro Adriano R$ 2.000,00 Saída Orçamento Estacionamento (Gasto mensal) R$ 200,00 Saída Orçamento Manutenção (Gasto mensal) R$ 300,00 Saída Orçamento Saldo Devedor Carro Adriano (Parcelas Restantes: 10) R$ 25.000,00 Passivo Balanço Outras Despesas Pessoais R$ 1.000,00 Saída Orçamento IPTU (Gasto mensal) R$ 200,00 Saída Orçamento Internet/Serviços de Streaming R$ 200,00 Saída Orçamento Saldo Aplicação Ações R$ 50.000,00 Ativo Balanço Aporte Mensal VGBL R$ 1.000,00 Saída Orçamento Carro Adriano R$ 95.000,00 Ativo Balanço Carro Taís R$ 80.000,00 Ativo Balanço Mensalidade Escola Giovana R$ 1.500,00 Saída Orçamento Planos de Saúde (Gasto mensal) R$ 1.500,00 Saída Orçamento EMPRÉSTIMOS E FINANCIAMENTOS NO BRASIL | EA BANKING SHOOL 10 Organizando os itens do orçamento: RUBRICA VALOR CLASSIFICAÇÃO DEMONSTRATIVO Salário Líquido Mensal Adriano e Taís R$ 25.000,00 Entrada Orçamento Total de Entradas R$ 25.000,00 Telefones (Gasto mensal) R$ 150,00 Saída Orçamento Restaurantes (Gasto mensal) R$ 1.000,00 Saída Orçamento Parcela Mensal Financiamento Imobiliário R$ 3.500,00 Saída Orçamento Seguro Automóveis (Mês) R$ 400,00 Saída Orçamento Combustível (Gasto mensal) R$ 800,00 Saída Orçamento IPVA (Gasto mensal) R$ 400,00 Saída Orçamento Condomínio (Gasto mensal) R$ 500,00 Saída Orçamento Supermercado (Gasto mensal) R$ 2.000,00 Saída Orçamento Contas Mensais (Água, Energia, Telefone, Gás) R$ 500,00 Saída Orçamento Mensalidade Faculdade Taís R$ 500,00 Saída Orçamento Parcela Carro Adriano R$ 2.000,00 Saída Orçamento Estacionamento (Gasto mensal) R$ 200,00 Saída Orçamento Manutenção (Gasto mensal) R$ 300,00 Saída Orçamento Outras Despesas Pessoais R$ 1.000,00 Saída Orçamento IPTU (Gasto mensal) R$ 200,00 Saída Orçamento Internet/Serviços de Streaming R$ 200,00 Saída Orçamento Aporte Mensal VGBL R$ 1.000,00 Saída Orçamento Mensalidade Escola Giovana R$ 1.500,00 Saída Orçamento Planos de Saúde (Gasto mensal) R$ 1.500,00 Saída Orçamento Total de Saídas R$ 17.650,00 Saldo (Entradas – Saídas) R$ 8.350,00 O saldo de R$ 8.350,00 evidencia que a família possui um orçamento superavitário, valor este que pode ser poupado e investido mensalmente. Se o resultado encontrado tivesse sido negativo, a família possuiria um orçamento deficitário. Nesse caso, precisa utilizar partes dos EMPRÉSTIMOS E FINANCIAMENTOS NO BRASIL | EA BANKING SHOOL 11 Organizando as contas do Balanço Patrimonial: Ativo Circulante Passivo Circulante Saldo Aplicação CDB (Liquidez diária) R$ 150.000,00 Saldo Devedor Carro Adriano R$ 25.000,00 Saldo Aplicação Ações R$ 50.000,00 Exigível a Longo Prazo Total Ativo Circulante R$ 200.000,00 Saldo Devedor Fin. Imobiliário R$ 100.000,00 Ativo Permanente Total Passivo (Exigível) R$ 125.000,00 Imóvel Residencial R$ 300.000,00 Patrimônio Líquido (A – P) R$ 600.000,00 Carro Adriano R$ 95.000,00 PASSIVO TOTAL + PATRIMÔNIO LÍQUIDO R$ 725.000,00 Carro Taís R$ 80.000,00 Saldo Acumulado VGBL R$ 50.000,00 Total Ativo Permanente R$ 525.000,00 ATIVO TOTAL R$ 725.000,00 Ativos de uso e não uso Através da análise do Balanço Patrimonial, é possível classificar também os ativos segundo a sua utilização: • Ativos de uso: são aqueles que com os quais a família ou indivíduo pode contar. Ex: Aplicações financeiras de baixo risco e alta liquidez, automóveis utilizados no dia-a-dia, o imóvel que a família mora, etc. • Ativos de não uso: são ativos de menor liquidez ou sem previsão de utilização no curto prazo. Ex: Plano de previdência privada destinada a complemento de renda na aposentadoria, um terreno não gerador de renda, etc. Principais indicadores de análise de Balanço Patrimonial e Orçamento Familiar Ainda mais importante que fazer o controle e organização para construção de um Balanço ou Orçamento, é análise dos dados para que o Planejador Financeiro possa fazer recomendações com propriedade. Entre diversos indicadores existentes alguns possuem maior relevância: • Índices de Liquidez (Liquidez Corrente) • Cobertura de Despesas Mensais • Endividamento • Poupança EMPRÉSTIMOS E FINANCIAMENTOS NO BRASIL | EA BANKING SHOOL 12 Liquidez Corrente (LC) LC = AC/PC Indicador utilizado para mensurar a capacidade de pagamento no curto prazo e é calculado a partir do quociente entre Ativo Circulante (AC) e Passivo Circulante (PC). Quanto maior a liquidez corrente, mais recursos de curto prazo a família tem para fazer frente às dívidas de curto prazo. Ou seja, um índice elevado de liquidez corrente reduz o risco de solvência, de não possuir recursos para pagar dívidas. O problema disso é que, um volume elevado em ativos de alta liquidez, também compromete a rentabilidade da carteira de investimentos, já que estes aspectos costumam ter uma relação inversa. Índice de Cobertura de Despesas Mensais Cobertura de Despesas Mensais = Ativo Circulante/DespesasMensais Este índice mede a proporção das despesas mensais que podem ser cobertas com ativos circulantes. É uma análise bastante importante, pois se a renda da família for interrompida por algum motivo de forma repentina (Exemplo: demissão), são os ativos circulantes que serão usados para honrar as despesas mensais, enquanto renda não for reestabelecida. Este índice informa por quantos meses a família teria recursos para cobrir suas despesas. Exemplo: Gustavo foi demitido e recebeu R$ 22.000,00 de rescisão. Tem despesas mensais de R$ 7.500,00 e recursos na poupança no valor de R$ 10.000,00. Quantos meses ele consegue sobreviver mantendo o padrão de vida atual? Índice de cobertura = (22.000+10.000)/7.500 = 4,27 meses. Gustavo consegue manter o padrão de vida por 4 meses. Esse é o tempo que ele tem para se recolocar no mercado de trabalho e voltar a gerar renda. Assim que possível, o fundo de reserva deve ser recomposto. Índice de Endividamento Endividamento = PE/AT Este índice é calculado através do quociente entre o Passivo Exigível (PE), que é formado pelo total de dívidas da família (Passivos Circulantes + Exigíveis de Longo Prazo) e o Ativo Total. Índice de Poupança Poupança = Saldo Positivo do Orçamento Doméstico/Total de Receitas O índice de poupança é obtido através da divisão entre o saldo positivo do orçamento doméstico (disponível para investimento) e o total de receitas. Este índice pode ser calculado com relação às receitas brutas (sem incidência de impostos) ou receitas líquidas (já deduzidos impostos e descontos). Pensando-se em planejamento financeiro familiar. O formato mais adequado é levar em consideração as receitas líquidas, pois é o valor que realmente estará à disposição da família mensalmente. EMPRÉSTIMOS E FINANCIAMENTOS NO BRASIL | EA BANKING SHOOL 13 CRÉDITO E GESTÃO DE DÍVIDAS Modalidades de crédito O termo crédito provém do latim credere, que significa crer ou confiar. Por extensão, uma pessoa que merece crédito é alguém confiável, com bom nome e boa reputação. Quem empresta dinheiro a alguém é chamado de “credor”, pois ele acredita (crê) que receberá seu dinheiro de volta conforme combinado. O principal custo da operação de crédito é a taxa de juros cobrada pela instituição financeira. No entanto, quando são acrescidos tributos, tarifas, seguros, custos relacionados a registro de contrato e outras despesas cobradas na operação, a taxa real da operação aumenta. A essa taxa – calculada levando-se em consideração todos os custos incluídos na operação de crédito – damos o nome de Custo Efetivo Total (CET). Existem várias modalidades de crédito no mercado, com características e objetivos diferentes. Para fins didáticos, classificamos os tipos de crédito em três grupos: • Créditos rotativos • Empréstimos pessoais: crédito pessoal e crédito consignado • Financiamentos de bens Créditos Rotativos O crédito rotativo é uma linha de crédito concedida à pessoa física ou jurídica com limite preestabelecido e que pode ser utilizado de forma automática pelo tomador, de acordo com suas necessidades. Não tem vencimento e o pagamento da dívida não tem fluxo predefinido. Esta é a modalidade de crédito do Cheque Especial e do Cartão de Crédito. No cheque especial, o tomador simplesmente emite cheques ou efetua saques e/ou transferências de sua conta corrente, utilizando os recursos desse limite. É um produto decorrente de uma relação contratual, em que é fornecida ao cliente uma linha de crédito pra cobrir os débitos que ultrapassem o valor existe em conta. Logo, o produto fica atrelado à conta corrente e os recursos são disponibilizados automaticamente, conforme a necessidade do cliente. Os recursos utilizados do limite do cheque especial, geralmente possuem juros e encargos que são descontados de uma única vez por mês, em uma data de vencimento predeterminada. Isso implica que este tipo de empréstimo deva ser utilizado apenas em situações de emergência, para que o cliente não caia na armadilha de pagamento de juros por tempo indefinido, já que esta modalidade não prevê um prazo para amortização do saldo devedor. Se houver uma previsão de necessidade de utilização do crédito por prazos estendidos, o ideal é a contratação de outras operações de crédito pessoal, com prazos de pagamento definidos e menores taxas de juros. EMPRÉSTIMOS E FINANCIAMENTOS NO BRASIL | EA BANKING SHOOL 14 No cartão de crédito, o usuário paga suas compras com o cartão e, no vencimento da fatura, pode quitar o saldo devedor ou pagar apenas o valor mínimo da fatura, contraindo dívida do saldo remanescente. As compras no cartão também possibilitam o pagamento à vista (incluídos na próxima fatura) ou parcelados (com as parcelas incluídas em diversas faturas futuras). Uma das vantagens deste produto é a possibilidade de concentrar compras efetuadas em diversas datas para o pagamento em único dia. Atualmente o pagamento mínimo da fatura praticado pelas instituições financeiras é de 15%, permitindo ao cliente parcelar o valor residual da fatura. O Banco Central dividiu o cartão de crédito em duas modalidades: • Básico: cartão de crédito exclusivo para o pagamento de compras, contas ou serviços. O preço da anuidade deste produto deve ser o menor entre todas as possibilidades de cartões oferecidos. Este tipo de cartão pode ser nacional e/ou internacional, mas não pode estar associado a programas de benefícios ou recompensas. • Diferenciado: cartão que além de permitir as transações básicas de pagamentos de compras, também está associado a programas de benefícios e recompensas. Normalmente o preço da anuidade é um pouco mais elevado, mas já inclui os programas de benefícios. Além da cobrança de anuidade, o Banco Central autoriza ao todo a cobrança de cinco tarifas, válidas tanto para os cartões básicos como para os diferenciados: • Anuidade • Retiradas em espécie em caixas eletrônicos na função saque • Emissão de segunda via do cartão em caso de perda ou roubo • Uso do cartão para pagamento de contas • Pedido de avaliação emergencial do limite de crédito Em síntese, essa modalidade de crédito pode ser bastante interessante quando usada de forma correta. Entre os principais benefícios destacam-se a concentração dos pagamentos numa única data, a possibilidade de não precisar carregar dinheiro em espécie e os diversos benefícios oferecidos pelas bandeiras de cartões, como programas de milhagens, cashback, entre outros. O principal risco do produto para o orçamento doméstico é o descontrole das compras, podendo levar à falta de recursos para honrar a totalidade da fatura e por consequência levar o cliente a parcelar a fatura com pagamento de juros elevados. Empréstimos pessoais: crédito pessoal e crédito consignado São operações de crédito onde não há uma destinação definida dos recursos. Diferentemente do crédito rotativo, a operação de crédito tem vencimento e será pago em quantidade de parcelas de valor predefinido na concessão. EMPRÉSTIMOS E FINANCIAMENTOS NO BRASIL | EA BANKING SHOOL 15 Crédito Pessoal Contrato celebrado entre uma pessoa e a instituição financeira, segundo o qual ele (agora devedor) recebe uma quantia que deverá ser devolvida à instituição financeira (credor) em prazo determinado, acrescida dos juros acertados. Os recursos obtidos no empréstimo não têm destinação específica. Considerando que a quantidade e o valor das parcelas são predeterminados, essa modalidade permite melhor planejamento do pagamento da dívida que será inserida no orçamento pessoal ou familiar. Do ponto de vista da instituição financeira, pelo fato de ter maior previsibilidade no recebimento, esta modalidade é ofertada com taxas de juros mais baixas do que as taxas do crédito rotativo. Crédito Consignado É uma modalidade de empréstimo em que o desconto da prestação é feito diretamente na folha de pagamento ou de benefício previdenciário do tomador de recursos. A consignação em folha de pagamento ou de benefíciodepende de autorização prévia e expressa do cliente à instituição financeira concedente do empréstimo. Existem duas modalidades de consignação: • Crédito consignado tradicional: o cliente recebe o crédito em conta e efetua o pagamento em parcelas, descontadas do salário ou da aposentadoria. Um conceito muito importante dessa operação é a margem consignável, que é o valor máximo da remuneração recebida, que pode ser comprometida com o empréstimo consignado. De acordo a legislação, a parcela do empréstimo não pode ser superior a 30% da renda mensal. • Cartão consignado: o valor mínimo da fatura é descontado automaticamente do salário ou do benefício do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Considerações importantes: • Por ser uma modalidade de crédito que oferece menos risco à instituição financeira, as taxas de juros do consignado são as mais baixas do mercado, e os prazos são maiores. O Governo fixa periodicamente as taxas de juros máximas que podem ser cobradas, assim como o número máximo de parcelas. • É vedada a cobrança de tarifas ou qualquer taxa administrativa. • Incide Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguros (IOF) na operação, que está incluído no Custo Efetivo Total (CET) a ser informado pela instituição financeira. • Com o desconto direto das parcelas em folha ou da aposentadoria, uma parte da renda já fica comprometida antes de os recursos serem creditados na conta do cliente. Se não for bem planejado, o crédito consignado pode comprometer o orçamento, pois aumenta as despesas com juros e leva ao superendividamento. EMPRÉSTIMOS E FINANCIAMENTOS NO BRASIL | EA BANKING SHOOL 16 Financiamento de bens Nos financiamentos, os recursos são destinados à aquisição de bens. Usualmente a garantia do financiamento é a alienação fiduciária (transmissão da propriedade de um bem ao credor para garantia do cumprimento de uma obrigação do devedor, que permanece na posse direta do bem, na qualidade de depositário) do bem financiado (veículo ou imóvel). Crédito Direto ao Consumidor (CDC) É uma modalidade de financiamento direcionada à aquisição de bens de consumo duráveis, de origem nacional ou estrangeira, que possam ser alienados fiduciariamente. Esse tipo de linha de crédito é adequado para financiamento de bens (exemplo: veículos). No caso de CDC – Veículos, o carro financiado é a garantia do financiamento (alienação fiduciária do bem). Como se trata de um crédito com garantia real, as taxas de juros são inferiores às praticadas em outras modalidades de crédito. No caso de pagamento antecipado haverá redução proporcional de juros. Há incidência de IOF na operação. Os percentuais do custo de aquisição dos bens que serão financiáveis e os prazos mínimos e máximos do financiamento são definidos por regras do Bacen, determinadas por políticas governamentais de liberação ou contenção de crédito, também são consideradas as políticas internas de cada instituição financeira, que para fixa-las levam em consideração aspectos relativos a riscos e disponibilidade de recursos. As taxas de juros cobradas podem ser pré ou pós-fixadas e as formas de pagamento em geral, são contraprestações iguais, mensais e sucessivas. As vantagens do produto para o cliente são a disponibilidade dos recursos para aquisição imediata de bens, o formato parcelado de pagamentos com prazos mais flexíveis e taxas atrativas se comparadas a outros empréstimos sem garantias. Para a instituição financeira, banco ou financeira, as principais vantagens são representadas pela diluição do risco por se tratar de crédito pulverizado, e normalmente, com garantia real. A facilidade de administração do produto também costuma ser um ponto positivo, além da possibilidade de receitas adicionais com tarifa de contrato e seguros, já que a regra geral das instituições que operam com o produto é exigir seguro do bem, com garantias contra fogo, roubo, colisão, danos elétricos, de acordo com as características do bem financiado. Com relação à tributação, incidem sobre operações de crédito o IOF – Crédito, cobrado de duas formas: • 0,38% sobre o saldo devedor, cobrado na liberação do empréstimo (normalmente as intuições financeiras oferecem também a opção de financiamento do IOF) • 0,0082% ao dia, limitado a 365 dias EMPRÉSTIMOS E FINANCIAMENTOS NO BRASIL | EA BANKING SHOOL 17 Financiamento Imobiliário O Sistema Financeiro de Habitação (SFH) e o Sistema de Financiamento Imobiliário (SFI) são os dois sistemas mais utilizados nas atuais concessões de financiamento imobiliários no País. O SFH foi criado pela Lei 4.380/64 e tem como característica a regulamentação das condições de financiamento imobiliário, por exemplo, taxa de juros, quota e prazos. O Governo Federal pode intervir em qualquer um dos aspectos do financiamento. Nesse sistema, estão incluídas as operações contratadas com recursos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) e do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), inclusive o Programa Minha Casa, Minha Vida (PMCMV). As operações com recursos do FGTS observam, ainda, regulamentação própria. Por sua vez, o SFI não apresenta regulamentação das condições de financiamento, sendo elas definidas pelos agentes financeiros. A maior parte dos recursos captados em depósitos de poupança pelas entidades integrantes do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo também deve ser aplicada em operações de financiamento imobiliário em operações de financiamento habitacional no âmbito do Sistema Financeiro da Habitação (SFH) e o restante (menor parte) em operações de financiamento imobiliário contratadas a taxas de mercado. Os percentuais são definidos pelo Banco Central. Assim como na grande maioria dos empréstimos e financiamento, cada prestação de um financiamento imobiliário tem duas partes: • Amortização: parte do capital que o devedor está devolvendo para a instituição financeira. • Juros: preço a pagar pela utilização desses recursos, que incide sobre todo o saldo devedor da dívida. Na compra de um imóvel financiado pelo SFH, ou mesmo fora desse sistema, a instituição financeira contrata um seguro prestamista com as coberturas para morte e invalidez permanente do mutuário (MIP), as coberturas concedidas nesta modalidade referem-se aos riscos de morte do mutuário/segurado decorrentes de causas naturais ou acidentais e invalidez permanente, ocorrida em data posterior à data de assinatura do contrato, causada por acidente pessoal ou doença que provoque a incapacidade total ou permanente do seguro de exercer sua atividade laboral, devidamente comprovada, sendo a indenização limitada ao valor do saldo devedor do contrato de financiamento na data do sinistro. Também é contratado um seguro para danos físicos ao imóvel (DFI), a cobertura de DFI abrange os riscos de incêndio, queda de raio, explosão, inundação e alagamento, destelhamento e desmoronamento total ou parcial. O limite máximo de cobertura é o valor da avaliação inicial do imóvel que serviu como base para a contratação do financiamento, devidamente atualizado pelo índice previsto em contrato, se for o caso. Outras modalidades de crédito: leasing, consórcio, penhor, crédito rural, BNDES, crédito educacional EMPRÉSTIMOS E FINANCIAMENTOS NO BRASIL | EA BANKING SHOOL 18 Leasing Também conhecido como arrendamento mercantil, este tipo de operação se configura como um aluguel de um bem por determinado período, após o qual o usuário (arrendatário) poderá ou não adquirir a propriedade deste bem. O preço de compra é livremente pactuado entre as partes, podendo ser estabelecido, por exemplo alguma avaliação de preço de mercado. O conceito de leasing está associado à ideia de que o valor do bem está vinculado ao seu uso econômico e não à sua propriedade. Vantagens de um leasing para pessoa física: • Opção normalmente mais barata de aquisição a prazo comparada às linhas tradicionais de financiamentos de bens • Casamento do prazo da operação financeiraao uso econômico • Constante atualização dos equipamentos durante o contrato Tipos de leasing: • Leasing Financeiro: caracterizado como uma operação de financiamento integral de bens móveis e imóveis. Entretanto, é estabelecido via um contrato, sob a forma de locação do bem entre o usuário (arrendatário) e uma empresa de leasing (arrendador). Essa modalidade se assemelha a um empréstimo que utiliza o bem como garantia e que pode ser amortizado num determinado número de prestações. Ao final do prazo, o arrendatário pode: • Comprar o bem pelo valor estabelecido • Encerrar o contrato e devolver o bem • Renovar o contrato por um valor estabelecido O prazo da operação é de dois anos para bens com vida econômica útil igual ou inferior a cinco anos e três anos para bens com superior a cinco anos. Despesas adicionais (seguro, manutenção, impostos, registro de contrato) ficam a cargo do arrendatário. As contraprestações mais o valor residual na venda formam o retorno financeiro da aplicação para o arrendador. É permitida a utilização do Valor Residual Garantido (VRG). • Leasing Operacional: se assemelha mais ao aluguel de um bem do que a financiamento. A operação também é regida por contrato entre o produtor de bens e seus usuários. O arrendador pode ficar responsável pela manutenção do bem e assistência técnica ou não. Ao contrário do leasing financeiro, o arrendatário pode rescindir o contrato a qualquer tempo mediante aviso prévio contratualmente especificado. EMPRÉSTIMOS E FINANCIAMENTOS NO BRASIL | EA BANKING SHOOL 19 Características básicas do leasing operacional: • Prazo mínimo da operação é de 90 dias • Prazo máximo da operação está limitado a 75% da vida útil econômica do bem arrendado • O valor presente das contraprestações não pode exceder ao valor de 90% do bem arrendado, sendo a taxa de desconto utilizada a equivalente aos encargos financeiros constantes no contrato • Não é permitido a utilização do Valor Residual Garantido – VRG • A opção de compra do bem ao final do contrato é pelo valor de mercado Nos EUA, raramente alguém fica com bem fruto de uma operação de leasing. Já no Brasil ocorre o contrário, o leasing operacional praticamente não existe par pessoas físicas. Os bancos fazem o leasing financeiro, onde a operação praticamente inviabiliza a devolução do bem. Se comparado com o tradicional CDC (Crédito Direto ao Consumidor), o leasing geralmente possui taxas mais competitivas, porém, a desvantagem é a impossibilidade de quitação antecipada antes do prazo mínimo estipulado em contrato. Caso seja quitado antes do prazo mínimo o leasing perde as caraterísticas de legais de arrendamento mercantil e a operação passa a ser classificada como compra e venda a prazo. Consórcio Os consórcios são formados por grupos de pessoas que reúnem fundos comuns e arrecadam contribuições mensais com o objetivo de proporcionar a cada consorciado a possibilidade de aquisição de um bem, conjunto de bens ou determinados serviços especificados na proposta de adesão ao longo do tempo. Normalmente, a cada mês são disponibilizados recursos para aquisição de dois bens (um por sorteio e outo por lance). Os lances correspondem a pagamentos antecipados de prestações. Cada grupo de consórcio é constituído após uma Assembleia Geral Ordinária (AGO) convocada pela administradora do consórcio, entidade responsável por todas as etapas administrativas e pelos recursos coletados. Os consórcios geralmente são destinados à aquisição de bens de consumo de mais valores mais elevados como veículos e imóveis. Podendo chegar a 7 meses no caso de consórcio de automóveis e 180 meses, em imóveis. A parcela ou contribuição mensal é resultado do valor do bem dividido pelo prazo contratado, somando-se um percentual de taxa de administração e outros custos (tarifas, seguro prestamista, etc). Embora o produto não tenha a incidência de juros como uma operação de crédito tradicional, é importante destacar que há incidência de taxa de administração e outros custos. Outro ponto de atenção é que não há disponibilidade dos recursos para compra do bem a qualquer tempo, é preciso que o consorciado seja contemplado por lance ou por sorteio, e nem sempre é possível esperar até mesmo anos para a aquisição do bem pretendido. É possível inclusive, que no mesmo prazo do consórcio, o cliente guarde por conta própria os recursos, investindo o valor que pagaria em parcelas e auferindo rentabilidade sobre o capital, sem ônus com taxas de administração ou seguros. EMPRÉSTIMOS E FINANCIAMENTOS NO BRASIL | EA BANKING SHOOL 20 Quando contemplado o consorciado recebe uma carta de crédito, a qual pode ser utilizada para compra do bem pretendido. Quando ainda há saldo devedor a ser pago à administradora, o bem adquirido fica alienado fiduciariamente à administradora, como garantia. Penhor É uma forma de direito real de garantia que consiste na transferência de algo móvel ou imobilizável (qualquer objetivo que garante o direito imaterial). Os sujeitos desta operação são o devedor e o credor. O devedor é o sujeito passivo da obrigação principal ou um terceiro que ofereça o ônus real como fiador. Já o credor é aquele que empresta o dinheiro e recebe o bem empenhado, isso implica em também receber a posse deste bem. Crédito Rural O crédito rural é um financiamento destinado a produtores rurais, cujas atividades envolvam o custeio, investimento ou comercialização de produtos do setor agropecuário. • Créditos de Custeio: são disponibilizados quando os recursos se destinam a cobrir despesas habituais dos ciclos produtivos, da compra de insumos à fase da colheita. • Créditos de Investimento: são aplicados em bens ou serviços duráveis, cujos benefícios repercutem durante muitas safras ou anos. • Créditos de Comercialização: asseguram ao produtor rural ou cooperativas, recursos para adoção de mecanismos que garantam o abastecimento e transporte da produção ou armazenamento da colheita nos períodos de quedas de preços. O produtor rural pode pleitear as três modalidades de crédito rural como pessoa física ou jurídica. As cooperativas rurais também são beneficiárias naturais do sistema. BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) Fundado em 1952, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) é um dos maiores bancos de desenvolvimento do mundo e, hoje, o principal instrumento do Governo Federal para o financiamento de longo prazo e investimento em todos os segmentos da economia brasileira. Fornece linhas de financiamento para empreendedores e empresas nas seguintes modalidades: investimentos para implantação, expansão, modernização, ampliação e recuperação da capacidade produtiva de empresas; produção e aquisição de máquinas e equipamentos novos, de fabricação nacional credenciados pelo BNDES e capital de giro. São passiveis de obter financiamento com recursos do BNDES: • Empresas privadas, sediadas no país • Associações e fundações • Empresário individual, que exerça atividade produtiva e esteja inscrito no Registro Público de Empresas Mercantis e no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas (CNPJ) EMPRÉSTIMOS E FINANCIAMENTOS NO BRASIL | EA BANKING SHOOL 21 • Pessoas físicas (microempreendedor, produtor rural e transportador autônomo de cargas) • Administração Púbica (Direta e Indireta) • Empresas sediadas no exterior, com a condição de que o acionista com maior capital votante e que exerça influência dominante sobre as atividades nelas desempenhadas, conforme juízo a ser feito pelo BNDES, seja: • Pessoa jurídica controlada, direta ou indiretamente, por pessoa física ou grupo de pessoas físicas, domiciliadas e residentes no Brasil • Pessoa jurídica controlada por pessoa jurídica de direito público interno Crédito Educacional O crédito educacional é uma maneira de o estudante conseguir financiar a faculdade particular sem ter que arcar com o valor integral de uma mensalidade. É uma iniciativa que vem deempresas e governos (federal, municipal e estadual). O aluno se compromete, após o término dos estudos, a pagar pelo financiamento. O valor é pago de volta a entidade que emprestou o dinheiro e serve para, na maioria das vezes, financiar outro estudante. Essa iniciativa ajuda a inserir cada vez mais pessoas dentro das universidades, incentiva os estudos e dá a possibilidade de quem não tem condições financeiras, de ingressar em um curso de ensino superior. O crédito educacional pode ser parcial: nesses casos, o aluno paga apenas uma parte da mensalidade, ou pode ser integral onde o aluno não arca com nenhum valor sobre a mensalidade. Atualmente há diversas linhas voltadas para o crédito educacional, o financiamento público se dá no âmbito federal por meio do FIES (Fundo de Financiamento ao Estudante de Ensino Superior). O FIES é um programa do Ministério da Educação do Brasil, criado em 1999, destinado a financiar a graduação na educação superior de estudantes matriculados em instituições não gratuitas. Podem recorrer ao financiamento os estudantes matriculados em cursos superiores que tenham avaliação positiva nos processos conduzidos pelo Ministério da Educação. Para isso o Governo Federal, abre novas inscrições semestralmente para o programa. O FIES financia até 70% do valor das mensalidades, a partir da data de ingresso no programa pelo período remanescente para a conclusão do curso. O contrato de crédito é feito pelo aluno ou responsável legal, se o aluno for menor de 18 anos, juntamente com o fiador e o seu cônjuge com a Caixa Econômica Federal. O fiador deve ter renda pelo menos duas vezes superior ao valor da mensalidade integral do curso. Existem também diversos modelos de crédito privado para financiar a educação, desde o de instituições financeiras como o das próprias instituições de ensino superior. No crédito concedido pelas instituições de ensino, geralmente o ex-aluno, já em atividade no mercado de trabalho, financia o aluno novo, como pagamento de suas mensalidades. De qualquer forma, os programas educacionais, públicos ou privados, são fundamentais para ajudar no desenvolvimento social do país e diminuir aos poucos o grande problema da desigualdade social.
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