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1 SANNDY EMANNUELLY – 6º PERÍODO 2021.1 clínica cirúrgica 3 - cicatrização de feridas CLASSIFICAÇÃO - A ferida é definida como perda da continuidade de um tecido orgânico devido a alguma lesão física, química ou mecânica, seja externa ou desencadeada por doença. - Pode ser classificada de acordo com a profundidade em: ferida superficial, quando limitada à epiderme; ferida com perda parcial, quando atinge a epiderme e parte profunda da derme (p. ex., observada após traumas ou certos procedimentos dermatológicos) e ferida com perda total, com destruição da epiderme, derme, tecido celular subcutâneo e tecidos profundos, como músculos, tendões e ossos. - A cicatrização das feridas pode ser classificada, de acordo com sua síntese, de três maneiras: Cicatrização primária (ou por primeira intenção) - Realiza-se a aproximação das bordas e tecidos seccionados com auxílio de síntese cirúrgica, ou seja, com o uso de suturas, colas, pontes, grampos, entre outros. É utilizada quando não há perda significativa de tecido, quando não há infecção nem edema, sendo, portanto, operação fundamental dentro da técnica operatória. - Ferida cirúrgica Cicatrização secundária (ou por segunda intenção ou por granulação) - A ferida cicatriza-se sem auxílio de síntese cirúrgica, a partir da formação do tecido de granulação. Preferida quando há grande perda de tecido e pouca epitelização. É um processo de reparo mais complicado e demorado. - Cisto pilonidal. Cicatrização por fechamento primário retardado (ou por terceira intenção ou sutura secundária) - Quando a ferida não é suturada primariamente ou a sutura se rompe e suas bordas são reaproximadas após sua limpeza, geralmente 3 a 7 dias depois. É indicada nas feridas contaminadas ou com risco de infecção, nas feridas com grande perda de tecido ou nos casos em que o fechamento é feito com muita tensão, levando à deiscência da sutura. - Deixa aberta por um tempo e depois realiza-se a sutura. Por exemplo uma ferida infeccionada, ou peritoniostomia. FASES DA CICATRIZAÇÃO - A cicatrização é o mecanismo de reparo de feridas mais comum. É um processo fisiológico dinâmico, visando a restauração da continuidade do tecido biológico que se encontrava intacto. - O processo de cicatrização de feridas envolve uma série complexa de interações envolver de mediadores bioquímicos, células sanguíneas, células da matriz celular e células parenquimatosas, iniciando-se com a resposta inflamatória gerada pelo trauma e culminando com a formação da cicatriz. - No adulto, a cicatrização ideal envolve hemostasia rápida, inflamação apropriada (diferenciação, proliferação e migração das células mesenquimais), angiogênese suficiente e epitelização eficiente (síntese, organização e alinhamento adequado do colágeno). - A falha na integração dessas fases da cicatrização torna o processo lento e incoordenado, resultando em cicatrizes viciosas, deiscências e feridas crônicas. - A fisiologia da cicatrização inicia-se com a imunomodulação da resposta ao trauma. Substâncias químicas, como aminas, citocinas e proteases plasmáticas estimulam uma sucessão de respostas celulares e, consequentemente, de processos tissulares que podem ser divididos cronologicamente em fases. - São elas: precoce (coagulação e inflamação), intermediária (proliferação celular, síntese da matriz proteica e síntese do colágeno), tardia (contração da ferida) e final (maturação ou remodelação da cicatriz). - Essas fases, apesar de distintas, são contínuas, interdependentes, e podem ocorrer simultaneamente em diferentes pontos da ferida. - A cicatrização inicia-se após o dano tecidual, quando diversos mediadores bioquímicos são liberados. Fatores associados diretamente com o trauma, como grau de contaminação, localização anatômica, tipo de incisão e volume da perda tecidual, são determinantes na síntese da ferida e no resultado final da cicatriz. INFLAMATÓRIA - O dano tecidual promove o extravasamento de sangue para o tecido, estimulando a ação da adrenalina circulante, a liberação de noradrenalina pelo sistema nervoso simpático e de prostaglandinas para vasoconstrição imediata. As plaquetas em contato com o tecido lesado iniciam a cascata de coagulação e do complemento, resultando na formação do coágulo, uma complexa matriz formada por plaquetas aderidas em malha de fibrina e glicoproteínas. Nela, 2 SANNDY EMANNUELLY – 6º PERÍODO 2021.1 acumulam-se citocinas e fatores de crescimento liberados com a desgranulação de plaquetas ativadas. - Com o controle da hemorragia, segue a fase inflamatória, que dura entre 3 dias e 1 semana. É nessa fase que há o aporte das células e dos imunomoduladores responsáveis pela cicatrização. - Aminas vasoativas (histamina, serotonina), proteases plasmáticas (cininas, sistemas do complemento, coagulação e fibrinólise), metabólitos do ácido araquidônico (endoperóxidos, prostaglandinas, tromboxano, leucotrienos), radicais livres de oxigênio (peróxidos, superóxidos, oxigênio livre), fatores de ativação plaquetário e de crescimento e citocinas (interleucinas, fator de necrose tumoral) são alguns dos elementos que atuam aumentando a permeabilidade do vaso e, assim, também a exsudação do plasma e a migração de células para o extracelular. - Clinicamente, essa fase é caracterizada pelos sinais clássicos de dor, rubor (eritema), calor (hiperemia), tumor (edema) e perda da função local, sinais consequentes à vasodilatação que ocorre entre 20 e 30 min após o dano tecidual. - Migração de leucócitos, monócitos que se transformam em macrófagos, linfócitos T e B e plasmócitos, por fim os eosinófilos. Após 1 semana, poucas células inflamatórias são encontradas na área da ferida e os fibroblastos começam a predominar. PROLIFERAÇÃO - A proliferação celular é responsável pelo fechamento da lesão, e pode ser dividida em três subfases: angiogênese, epitelização e fibroplasia. - A principal função da angiogênese é aumentar o afluxo de oxigênio e nutrientes para o local da lesão. Fatores locais, como níveis elevados de lactato, pH ácido e diminuição da tensão de oxigênio e citocinas produzidas nos estágios anteriores (bradicinina, prostaglandinas e outros mediadores bioquímicos oriundos dos macrófagos ativados), estimulam a migração de células endoteliais da periferia para o centro da ferida. Essas, por sua vez, proliferam, originando brotos endoteliais sólidos, precursores de novos vasos sanguíneos. - Os vasos neoformados crescem através de um arcabouço formado por fibroblastos, sintetizadores da matriz extracelular e do colágeno. - Cria-se, então, um tecido característico conhecido como tecido de granulação, vascularizado, que permite, além do aumento da oferta de oxigênio e nutrientes, o aporte adequado de células, como macrófagos e fibroblastos, para a ferida. - De 1 a 2 dias após a lesão, as células epidérmicas das margens começam a proliferar e a migrar ativamente para o leito da ferida. Esse processo é estimulado por mediadores químicos, como fatores de crescimento, interleucinas e fatores estimuladores de formação de colônias, muitos deles produzidos pelos próprios queratinócitos. - A ausência ou diminuição de contato celular nas margens da ferida, devido a lesão de células vizinhas, é outro fator que incentiva a reepitelização, por meio de modelo ordenado conhecido como flutuação. Inicialmente, a célula fixa-se à área desepitelizada; em seguida, outra célula próxima avança sobre a primeira, ancora-se e é, posteriormente, encoberta por uma terceira célula, e assim sucessivamente. - Após a cobertura da superfície cutânea, ocorre mudança no fenótipo das células epiteliais jovens que se diferenciam em queratinócitos. Os queratinócitos iniciam a produção de substâncias como a caquetina, a interferon e as calonas, responsáveis peloajuste retrógrado da secreção dos fatores de crescimento, finalizando o processo de reepitelização. - A contração da ferida, que não ocorre nas feridas superficiais, é o movimento centrípeto das bordas das feridas, e envolve complexa e bem organizada interação entre células, matriz extracelular e fatores de crescimento, levando à diminuição do tamanho delas. O processo começa 1 semana após a lesão, atingindo seu ápice a partir da segunda semana, quando fatores secretados pelas células na ferida estimulam a diferenciação dos fibroblastos em miofibroblastos. MATURAÇÃO - A fase de maturação é caracterizada por um contínuo processo de anabolismo e catabolismo de colágeno, formando um tecido com grande força tênsil. Esse aumento de tensão da cicatriz ocorre devido à reorganização das fibras de colágeno nas direções de maior solicitação, semelhante ao que ocorre nos tendões. - Para organização desse colágeno, há degradação do colágeno jovem e desorganizado e síntese de colágeno maduro e organizado. A degradação do colágeno jovem é mediada por citocinas e controlada por várias metaloproteínas (colagenase, gelatinase, hialuronidase) produzidas pelas células endoteliais, células epiteliais, macrófagos e pelos próprios fibroblastos. - A cicatriz madura tem, aproximadamente, 80% da força de tensão do tecido normal, e é plana, com cor semelhante à do tecido normal e pouco volumosa devido à remodelação do colágeno. - De 6 meses até 2 anos. - No início predomínio de neutrófilos e macrófagos - Depois predomínio de fibroblastos e linfócitos. FATORES QUE INTERFEREM NA CICATRIZAÇÃO 3 SANNDY EMANNUELLY – 6º PERÍODO 2021.1 - A cicatrização pode ser afetada adversamente por várias condições que interferem desde na formação do coágulo, na fase de injúria ou lesão, até na maturação final da cicatriz. - O conhecimento dos fatores que influenciam negativamente a cicatrização é importante para o médico poder interferir sempre que possível, reduzindo, assim, o índice de complicações relacionados com a má cicatrização. - Os fatores que interferem negativamente na cicatrização podem ser divididos em fatores relacionados com a ferida e relacionados com o paciente. - Os fatores relacionados com a ferida são a oxigenação e a presença de infecção, enquanto os relacionados com o paciente incluem idade, estresse, morbidades (como diabetes), medicamentos (como glicocorticoides, anti-inflamatórios não esteroides e quimioterápicos), radioterapia, obesidade, alcoolismo, tabagismo, fatores nutricionais (como deficiência de carboidratos, proteínas, ácidos graxos, vitaminas e oligoelementos). Infecções - A lesão tecidual é fator permissivo para contaminação por bactérias que habitualmente, colonizam a superfície da estrutura lesada. O grau de contaminação e a velocidade da replicação bacteriana são as condições que vão caracterizar a ferida como contaminada, colonizada, localmente infectada ou com infecção invasiva. - A contaminação é a presença de bactérias não replicadas, enquanto a colonização é definida como a presença de bactérias em estado de replicação, porém sem dano aos tecidos da ferida. A infecção local, por sua vez, é um estado intermediário, com replicação bacteriana e início da resposta tecidual, sendo a infecção invasiva definida como a presença de bactérias em estado de replicação com dano tecidual. - Semelhante ao que ocorre em outros processos infecciosos, as bactérias nas feridas infectadas formam biofilmes (comunidades complexas de bactérias agregadas, embebidas em matriz polissacarídea extracelular produzida pela colônia) que conferem microambiente protegido, diminuindo a eficácia da terapêutica antimicrobiana convencional. - A presença de bactérias reduz o pH ótimo para ação dos macrófagos, reduz a tensão de oxigênio e gera a competição de células e bactérias por nutrientes, fundamentais para a síntese de matriz. Hipóxia - O oxigênio é importante no metabolismo celular e é fator crítico para todo o processo cicatricial. Auxilia na redução da infecção, por meio do estímulo da síntese de superóxido pelos neutrófilos, além de induzir a angiogênese, promover a diferenciação dos queratinócitos e aumentar a proliferação dos fibroblastos e a síntese do colágeno, já que é essencial à hidroxilação da prolina. - A própria ferida propicia, por si mesma, ambiente hipóxico. É ambiente com trama vascular inadequada, de estado hipermetabólico e que apresenta tecido necrótico, ideal para proliferação bacteriana, além de impedir a difusão do oxigênio e de células inflamatórias na ferida. - Deve-se, portanto, minimizar esse ciclo vicioso com técnica cirúrgica adequada, evitando maior isquemia de estruturas e a contaminação. Desnutrição Proteico-Calórica - A desnutrição prejudica a cicatrização por reduzir a oferta de nutrientes e oligoelementos necessários à síntese da matriz. Existe, portanto, relação direta entre o grau de desnutrição e a aquisição da força tênsil pela cicatriz. Carência de Oligoelementos e Vitaminas - O ácido ascórbico (vitamina C) atua como cofator na síntese do colágeno, proteinoglicanos e outros constituintes da matriz extracelular. Sua carência se relaciona com a produção de colágeno de baixa qualidade e, consequentemente, com redução da força tênsil da cicatriz. Apesar de o ácido ascórbico ser importante na cicatrização dos tecidos, aparentemente sua suplementação é benéfica somente naqueles pacientes com hipovitaminose C, não havendo nenhum efeito em pacientes nutridos. - A vitamina A é importante na fase de epitelização por agir na replicação e diferenciação das células epiteliais e por promover o desenvolvimento do tecido ósseo. Também exerce papel no bom funcionamento do sistema imunitário, com a estimulação de monócitos e macrófagos. Observou-se que a suplementação com vitamina A é capaz de reverter os efeitos deletérios do uso de corticosteroides. - O zinco é fundamental na cicatrização. Cerca de 380 enzimas necessitam do zinco para exercer suas funções. Exerce papel importante como cofator na síntese de DNA, divisão celular e síntese proteica, especialmente na síntese do colágeno. Idade Avançada - Existe um consenso geral de que a cicatrização se dá de modo mais lenta nos idosos e que todas as fases da cicatrização estão comprometidas. A senescência afeta a cicatrização da ferida por reduzir a espessura da camada epidérmica, a elasticidade da pele e a organização do colágeno, além de diminuir a resposta inflamatória, comprometendo a fase inicial da cicatrização. Além disso, em indivíduos idosos, há redução da renovação celular, da vascularização e do aporte hídrico e nutricional. Doenças Crônicas - As doenças crônicas de modo geral, tais como o diabetes, hipertensão arterial, insuficiência cardíaca e DPOC, afetam de maneira indireta o processo cicatricial por meio de diversos mecanismos. - A presença de anemia relacionada com a doença crônica, a neuropatia periférica, a estase, a diminuição da tensão de oxigênio no sangue está entre os fatores relacionados com a má cicatrização desses pacientes. - No diabetes, observa-se que há risco de desnutrição primária e secundária, além de alteração da vascularização e da imunidade, que aumentam o risco de infecções. Medicamentos e Tratamentos - Glicocorticoides: Os esteroides comprometem a cicatrização, sobre-tudo quando administrados nos 3 primeiros dias após o ferimento. Os esteroides reduzem a reação inflamatória, a epitelização e a síntese de colágeno nas feridas. - Quimioterápicos: Os agentes quimioterápicos exercem seus efeitos principais nas células em divisão. Os agentes quimioteápicos não devem ser administrados até pelo menos 5 a 7 dias após a 4 SANNDY EMANNUELLY – 6º PERÍODO 2021.1 operação, para evitar comprometimento dos eventos iniciais dacicatrização, como a inibição da formação do tecido de granulação e da migração de macrófagos e fibroblastos para a área lesada. Irradiação - Os efeitos patológicos da irradiação em tecidos são bem conhecidos. A divisão das células endoteliais, dos fibroblastos e dos queratinócitos está comprometida nos tecidos irradiados, o que lentifica a cicatrização das feridas. - De modo geral, o tecido irradiado exibe alguma lesão residual das células e endarterite, que provoca atrofia, fibrose e reparo tecidual insatisfatório. Em alças intestinais, a radiação reduz a cicatrização, favorecendo a ocorrência de fístulas. CICATRIZES ANÔMALAS - A cicatrização anormal pode acontecer quando ocorre resposta cicatricial exacerbada (deposição excessiva de colágeno), ocasionando os queloides e as cicatrizes hipertróficas. Têm efeito estético indesejável e podem cursar com sintomas como dor, prurido e pressão. - Basicamente, o queloide é uma cicatriz que ultrapassa as bordas da ferida original e não melhora, enquanto a cicatriz hipertrófica respeita esses limites e pode regredir ao longo do tempo. Outras diferenças podem ser encontradas. - Os queloides aparecem depois de 3 meses, são elevados, têm importante relação com pele pigmentada, acometem mais os membros superiores, lóbulos de orelhas e face. - As cicatrizes hipertróficas podem ser planas, aparecem a partir do primeiro mês, têm menor relação com a pigmentação da pele e acometem mais as articulações e faces extensoras, possivelmente pela tensão gerada. - Enquanto as cicatrizes hipertróficas se originam de incisões cirúrgicas, traumas ou queimaduras, os queloides, além dessas causas, muitas vezes surgem a partir de lesões muito pequenas, como de um discreto processo inflamatório, incluindo acne e injeções, podendo mesmo originar-se de lesão desconhecida. - Ambas são desordens fibroproliferativas do processo de reparação das feridas, relacionadas a cicatrização excessiva, apresentando exacerbação da síntese, deposição e acúmulo do colágeno.4 Clinicamente, a cicatriz hipertrófica permanece confinada às bordas da cicatriz original, enquanto o queloide invade a derme normal adjacente, ultrapassando os limites originais da cicatriz. - A cicatriz hipertrófica é do tipo autolimitada de hipercicatrização; surge após a quarta semana, cresce intensamente por vários meses e, então, regride. Ao regredir gradualmente com o passar do tempo, torna-se plana e nivelada à pele circunjacente. - Em contraste, os queloides podem aparecer mais tardiamente, sucedendo a cicatriz inicial, e, então, gradual e progressivamente, crescem por tempo indeterminado. Prurido, dor e desfiguramento estético estão muitas vezes presentes. Os queloides têm tendência familiar e predisposição genética com característica autossômica dominante, ocorrendo, com maior frequência, em indivíduos de pele escura. Apresentam incidência de 6% a 16% na população negra de origem africana, não se manifestando nas extremidades das faixas etárias. - Sempre se deve alertar o paciente para o risco de desenvolvimento dessas cicatrizes. Além disso, é fundamental o respeito à técnica cirúrgica, sobretudo em relação à excisão, respeitando as linhas de incisão da pele. - Devem ser respeitadas as linhas de kraissl ao realizar uma incisão, no mesmo sentido da linha, o que facilita o processo de cicatrização. - Há diferentes tipos de tratamento, o que demonstra a ausência de um método ideal. Podem ser usados em monoterapia ou combinados quando a resposta for insatisfatória. - Mais eficaz é realizar a exérese da lesão e injeção de corticoesteróide de forma conjunta. TRATAMENTOS Injeção intralesional de corticoide - Útil tanto para prevenção quanto para o tratamento. É considerado o tratamento inicial de escolha, com possibilidade de planificar a cicatriz em 50% a 100% dos casos, com recorrência entre 9% e 50% dos pacientes. - Podem ser usados a hidrocortisona, a dexametasona e o acetato de triancinolona. Sua associação com a exérese cirúrgica é interessante, sobretudo se não há resposta após 12 meses de tratamento. Realiza-se uma aplicação imediatamente após a exérese, outras semanais (por 2 a 5 semanas) e, após, mensais (até completar 6 meses de tratamento). - A dose de triancinolona varia de 2 mg a 40 mg por aplicação e depende da res-posta e do tipo de lesão. A associação com lidocaína a 2% torna o tratamento mais confortável. 5 SANNDY EMANNUELLY – 6º PERÍODO 2021.1 Excisão cirúrgica simples - O resultado inicial é bom, mas os queloides podem recorrer em até 100% dos casos e ser mais agressivos. - Para a cicatriz hipertrófica derivada de deiscência de sutura ou após infecção, esse tratamento pode ser suficiente. Busca-se a Z- plastia ou W-plastia, a fim de mudar a linha de tensão da cicatrização. Curativos de pressão (malhas, elásticos, brincos de pressão) - usados na prevenção; e melhoram a cicatriz anormal em até 85% dos casos. A pressão deve ser, no mínimo, de 24 mmHg e deve ser usada de 18 h a 24 h por dia por 4 meses para realizar o seu efeito. Radioterapia - Os melhores resultados são obtidos após a exérese cirúrgica do queloide, sendo a taxa média de recorrência nesse tratamento menor que 12%. O tratamento adequado dura entre 5 a 10 dias. - Efeitos colaterais consistem na hiperpigmentação, atrofia, radiodermite e necrose. Parece não haver aumento significativo na taxa de neoplasias. Esse tratamento é contraindicado em crianças e em áreas próximas à tireoide e à mama. Placas gelatinosas de silicone - promovem melhor hidratação da ferida, prevenindo a cicatrização anormal. Corticoterapia sistêmica - Útil para pequenas lesões e em combinação com outras técnicas. Outras terapias: aplicação intralesional de verapamil, fluorouracil, bleomicina e interferon alfa. Crioterapia (utilizada para o tratamento de pequenas lesões), laser e imiquimode (tópico).
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