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Aula 1 de Direito Penal II (Concurso de Crimes (22-02-2021)

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Penal 1 encerrou-se tratando sobre concurso de pessoas. 
Penal 2 inicia-se tratando sobre concurso de crimes. 
 
• O concurso de pessoas ocorre quando? Quando mais de um sujeito 
pratica o mesmo delito. 
• Já no concurso de crimes, a situação é completamente diversa. 
Contexto em que ocorre o concurso de crimes: Quando um único 
sujeito pratica mais de um delito. 
Exemplo: Furto na praça XV e outro furto na Cinelândia. 
 
• O comporta duas formas de calcular a pena: 
• 1° Forma: 
O sistema do cúmulo material pressupõe algo que decorre de um raciocínio 
lógico (regra: aplicação da soma integral das penas dos crimes praticados). 
Então, o sistema do cúmulo material pressupõe a soma integral das penas. 
Exemplo: Se o mesmo agente pratica dois ou mais crimes, você soma 
integralmente a pena desses crimes. 
 
• 2° Forma (somar uma fração) 
O sistema da exasperação pressupõe que deve-se aplicar a pena de um dos 
crimes (do mais grave, se houver, se os crimes não forem idênticos) e somo 
a essa pena uma fração. 
Portanto, de acordo com o Sistema da exasperação, não deve-se fazer a 
soma integral das penas, deve-se aplicar a pena de um dos delitos e somo a 
ela uma fração. (de um 1/6 até a metade, de 1/6 até 2/3). 
 
• Quais são as espécies de concurso de crimes? São três espécies de 
concurso de crimes. São elas: 
• previsto pelo artigo 69 do CP. 
• Art. 69 - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, 
pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não, aplicam-se 
cumulativamente as penas privativas de liberdade em que haja 
incorrido. No caso de aplicação cumulativa de penas de reclusão e de 
detenção, executa-se primeiro aquela. 
 
 § 1º - Na hipótese deste artigo, quando ao agente tiver sido aplicada pena 
privativa de liberdade, não suspensa, por um dos crimes, para os demais será 
incabível a substituição de que trata o art. 44 deste Código. 
 § 2º- Quando forem aplicadas penas restritivas de direitos, o condenado 
cumprirá simultaneamente as que forem compatíveis entre si e 
sucessivamente as demais. 
 
Ocorre quando o autor do delito pratica mais de uma conduta (idênticas ou 
não) e essas condutas resultam em mais de um crime. 
OBS: Crime idêntico significa o mesmo tipo penal, não significa que o crime 
foi praticado da mesma forma. Não é a similaridade no modo de execução do 
crime. 
Exemplo: Dois crimes de corrupção passiva com as empresas A e B. Dois 
furtos. Corrupção passiva mais lavagem de dinheiro. 
O concurso material classifica-se como Homogêneo ou Heterogêneo. 
• 
• 
• Qual é a consequência quando estou diante do Concurso Material? 
A consequência é a soma integral das penas. Portanto, aplico o sistema 
do cúmulo material. 
Ou seja, mais de uma ação ou omissão que resultem em mais de um crime e 
o resultado disso é a soma integral dessas penas. 
 
• 
• 
 
• previsto pelo artigo 70 do CP. 
• Art. 70 - Quando o agente, mediante uma só ação ou omissão, pratica 
dois ou mais crimes, idênticos ou não, aplica-se-lhe a mais grave das 
penas cabíveis ou, se iguais, somente uma delas, mas aumentada, em 
qualquer caso, de um sexto até metade. As penas aplicam-se, 
entretanto, cumulativamente, se a ação ou omissão é dolosa e os 
crimes concorrentes resultam de desígnios autônomos, consoante o 
disposto no artigo anterior. 
 Parágrafo único - Não poderá a pena exceder a que seria cabível pela regra 
do art. 69 deste Código. 
Ocorre quando uma única conduta resulta em mais de um crime. Uma só 
ação ou omissão que resulta em mais de um crime. 
• O concurso formal também classifica-se como Homogêneo ou 
Heterogêneo. 
Exemplo de crime idêntico (homogêneo): Atropelamento múltiplo, ocorre 
quando um indivíduo perde o controle do veículo e atropela três pessoas, 
sendo assim, ocorreram três lesões corporais culposas. (única conduta: 
condução do veículo e a perda do controle da direção, resultando em um 
atropelamento múltiplo). 
Exemplo de crime não idêntico (heterogêneo): Atropelamento múltiplo, mas 
uma das vítimas veio a falecer (ocorreu um homicídio culposo e duas lesões 
corporais culposas). 
 
• ( ): “aplica-se-lhe a mais grave das 
penas cabíveis ou, se iguais, somente uma delas, mas aumentada, em 
qualquer caso, de um sexto até metade.” Esse trecho do artigo 70 
pressupõe que o sujeito praticou uma única ação ou omissão que 
resulta em mais de um crime, como consequência, irá ser aplicado a 
pena de um dos crimes (do mais grave, se houver), e acrescenta-se 
uma fração de um sexto até metade na (pena desse crime mais grave, 
se houver). Portanto, seguimos com o sistema da exasperação. 
• Atropelamento múltiplo, mas 
uma das vítimas veio a falecer (ocorreu um homicídio culposo e duas 
lesões corporais culposas). Então, eu aplico a pena de um dos crimes 
(o mais grave, no caso, homicídio culposo), e aumento esta pena de 
um sexto até a metade. Significa que eu não aplico as penas das 
lesões corporais culposas. Essa é a regra do concurso formal perfeito. 
• Um condutor de um veículo que 
atropela ciclistas. Esse condutor atropela um ciclista, que é seu inimigo, 
com o objetivo de matá-lo (dolosamente). E depois perde o controle de 
seu carro e acaba por atropelar mais duas pessoas culposamente. 
Então, ocorreu um homicídio doloso e dois homicídios culposos. (não 
há dolo em todos os resultados) 
• Um condutor de veículo, abusa 
do excesso de velocidade, e perde o controle do carro, a acaba 
atropelando três pessoas culposamente. (não há dolo em nenhum 
resultado) 
 
• - ( ): “As penas aplicam-se, 
entretanto, cumulativamente, se a ação ou omissão é dolosa e os 
crimes concorrentes resultam de desígnios autônomos, consoante o 
disposto no artigo anterior.” Esse trecho do artigo 70 pressupõe que eu 
tenho um cenário onde cada conduta é praticada com desígnios 
autônomos, ou seja, o agente tem a vontade de gerar cada um dos 
resultados. Do ponto de vista jurídico-penal, isso significa que ele 
possui dolo em cada um dos resultados. Então, isso significa que eu 
irei aplicar a , portanto, neste caso, eu 
aplico a soma integral das penas. 
 Durante a 2° Guerra Mundial, na 
Alemanha nazista, tem um soldado alemão. Em fileira, em um campo de 
concentração de auschwitz, estão três prisioneiros judeus e esse soldado 
alemão dispara com um fuzil, com o objetivo de matá-los (desígnios 
autônomos). É uma única ação, que resulta em mais de um crime. E 
possui, naturalmente, o dolo em cada um desses crimes. 
 Um condutor de veículo tem 
intenção deliberada de atropelar três pessoas para matá-las. (dolosamente). 
(ocorreu uma única ação e mais de um resultado, havendo dolo em cada 
um dos resultados) 
 
• Diferença entre e o 
 
 
No , o sistema aplicável é o da (não 
há dolo em todos os resultados, por isso caracteriza-se como concurso 
formal perfeito) 
No , o sistema aplicável é o 
 (é necessário que haja dolo em cada um dos resultados para que 
caracterize-se como ) 
 
• Semelhança entre o Concurso Formal Perfeito e o Concurso Formal 
Imperfeito: Ocorre sempre uma única ação e mais de um 
resultado. 
• OBS: Prestar mais atenção no Concurso Formal, pois exige mais 
cuidado que o Concurso Material. Pois no Concurso Formal aplica-se 
o sistema do cúmulo material ou o sistema da exasperação. 
No Concurso Material, só aplica-se o sistema do cúmulo material. 
 
• Art. 70 - Parágrafo único - Não poderá a pena exceder a que seria 
cabível pela regra do art. 69 deste Código. 
Esse parágrafo único desse artigo trata-se de 
 Indivíduo psicopata que quer 
atropelar e consequentemente matar seu vizinho (dolosamente). Então, esse 
indivíduo atropela seu vizinho e o mata, e consequentemente acaba 
perdendo o controle do carro e atropela duas pessoas que estavam em um 
ponto de ônibus (culposamente). Então, ele pratica um homicídio doloso e 
dois lesões corporais culposas. (Neste caso ocorreu o 
, pois uma só conduta foi praticada, que resultou em mais de um 
crime, onde não houve dolo em todos os resultados). Ademais,no 
, o sistema aplicável é o da (não há dolo em 
todos os resultados, por isso caracteriza-se como concurso formal 
perfeito). 
No sistema da exasperação deve-se aplicar a pena de um dos delitos (mais 
grave, se houver) e somo a ela uma fração. (de um 1/6 até a metade). 
• Ocorreu um homicídio 
doloso e duas lesões culposas. Crime mais grave: Homicídio doloso 
(pena mínima de 6 anos). 
Trabalhando com pena mínima e aumento mínimo: 
 Acrescento 6 anos + 1/6 de 6 anos = 7 anos. 
• 
O sistema do cúmulo material pressupõe algo que decorre de um raciocínio 
lógico (regra: aplicação da soma integral das penas dos crimes praticados). 
Então, o sistema do cúmulo material pressupõe a soma integral das penas. 
Exemplo: Se o mesmo agente pratica dois ou mais crimes, você soma 
integralmente a pena desses crimes. 
Trabalhando com pena mínima e aumento mínimo: 
Homicídio doloso (6 a 20 anos) + duas lesões culposas (três meses a um 
ano) = 6 anos + 3 meses + 3 meses = 6 anos e 6 meses (?) 
 
• Neste caso específico, o sistema do cúmulo 
material resultou em uma pena total inferior à pena obtida pelo sistema 
da exasperação. 
• Art. 70 - Parágrafo único - Não poderá a pena exceder a que seria 
cabível pela regra do art. 69 deste Código. (Esse parágrafo único 
ressalta que se a exasperação resultar em um valor de pena, superior 
aquele que obteria com a regra do cúmulo material, deve-se aplicar a 
pena de acordo com a regra do cúmulo material, com a soma das 
penas). 
 
• previsto pelo artigo 71 do CP. 
• Art. 71 - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, 
pratica dois ou mais crimes da mesma espécie e, pelas condições de 
tempo, lugar, maneira de execução e outras semelhantes, devem os 
subsequentes ser havidos como continuação do primeiro, aplica-se-lhe 
a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se 
diversas, aumentada, em qualquer caso, de um sexto a dois terços. 
Parágrafo único - Nos crimes dolosos, contra vítimas diferentes, cometidos 
com violência ou grave ameaça à pessoa, poderá o juiz, considerando a 
culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do 
agente, bem como os motivos e as circunstâncias, aumentar a pena de um 
só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, até o triplo, 
observadas as regras do parágrafo único do art. 70 e do art. 75 deste 
Código. 
No crime continuado, há uma série de requisitos necessários e caso o 
agente preencha todos esses requisitos, o resultado será que o agente 
responde pela pena de um dos crimes, e será acrescentado a essa pena 
uma fração que vai de 1/6 até 2/3. 
1. Mais de uma ação ou omissão praticadas pelo agente; 
2. Que essas referidas ações ou omissões configurem crimes; 
3. Que os crimes praticados sejam da mesma espécie. 
• OBS: Há duas interpretações sobre o que viria a ser crimes da mesma 
espécie 
1° Interpretação/Corrente: Crimes da mesma espécie seriam variações de 
um mesmo tipo penal. 
Exemplo: Variações tipo penal de homicídio (homicídio culposo, doloso e 
qualificado). Variações do tipo penal de lesão corporal (lesão leve, culposa, 
grave, gravíssima, lesão seguida de morte). 
2° Interpretação/Corrente: Entende que crimes da mesma espécie pressupõe 
dois requisitos. Então, para essa 2° corrente, necessita-se de dois requisitos 
para que caracterizem-se crimes da mesma espécie. 
Primeiro requisito: tutela do mesmo bem jurídico 
Segundo requisito: modo de execução semelhante 
Exemplo de tutela do mesmo bem jurídico: Furto e roubo (Crimes contra o 
patrimônio). Não são praticados de modo semelhante, portanto, não são 
crimes da mesma espécie. 
Exemplo de crimes da mesma espécie: Roubo e extorsão. (Ambos tutelam o 
bem jurídico do patrimônio e possuem o emprego de violência ou grave 
ameaça). 
4. Feições adverbiais semelhantes (são circunstâncias em comum, no que 
tange a algumas situações: tempo, lugar, modo de execução e outras 
similares). 
Tempo: significa que não pode haver uma distância temporal muito grande 
entre cada um dos delitos. Ou seja, eu não posso ter um crime continuado se 
pratiquei um crime hoje e o outro só vou praticar daqui a dois anos. Para que 
se caracterize crime continuado, é necessário que distância temporal entre 
os crimes não seja muito longínqua. Há uma proximidade temporal entre os 
delitos. 
Exemplo de tempo: O agente comete um crime hoje e outro na semana 
seguinte. 
Lugar: Então, não se caracteriza crime continuado se eu pratico um crime no 
Rio de Janeiro, outro em Nova Iorque e outro em Paris. Para que haja um 
crime continuado, é necessário que se pratique esse crime dentro de uma 
determinada localidade. 
Exemplo de lugar: No município do Rio de Janeiro, no mesmo bairro. 
Modo de execução: O modo de execução do delito também deve ser 
semelhante para que se configure crime continuado. 
Exemplo de modo de execução: No período noturno, no terminal rodoviário o 
agente furta pessoas distraídas. 
• Quais são os requisitos necessários para que configure-se crime 
continuado? 
1. Mais de uma ação ou omissão praticadas pelo agente; 
2. Que essas referidas ações ou omissões configurem crimes; 
3. Que os crimes praticados sejam da mesma espécie. 
4. Feições adverbiais semelhantes (são circunstâncias em comum, no 
que tange a algumas situações: tempo, lugar, modo de execução e 
outras similares). 
 OBS: Para que configure-se crime continuado, todos os requisitos 
devem estar presentes! 
Exemplo de crime continuado: O agente que pratica furtos reiteradamente no 
bairro de Bangu, zona norte do Rio de Janeiro, no período noturno, quando 
as pessoas estão saindo do ponto de ônibus do terminal rodoviário. 
Mais de uma ação? Sim. 
Mais de um crime? Sim, vários furtos. 
Mesma espécie? Sim, no caso são crimes idênticos. 
Em relação ao tempo: Toda semana. 
Em relação ao lugar: No bairro de Bangu. 
Modo de execução: No período noturno, no terminal rodoviário o agente furta 
pessoas distraídas. 
Exemplo de crime continuado: O agente trabalha em um caixa de 
supermercado e insatisfeito com seu salário atrasado, resolve subtrair 
valores do caixa. Então, todo dia ao final do expediente, ele furta 50 reais. Ao 
longo de dez dias, ele subtraiu 500 reais. 
Mais de uma ação? Sim, dez ações. 
Mais de um crime? Sim, dez furtos. 
Mesma espécie? Sim, no caso são crimes idênticos. 
Em relação ao tempo: Distância de alguns dias entre um crime e outro. 
Em relação ao lugar: Sempre no mesmo lugar, no supermercado em que o 
agente trabalhou. 
Modo de execução: Sempre o mesmo modo de execução, ao final do 
expediente, o agente furtava 50 reais do caixa. 
• 
 A quantidade de infrações pressupõe se 
deve aumentar muito ou pouco a pena. 
Exemplo: Se o agente pratica somente duas infrações, parte do 
raciocínio lógico que deve-se aplicar a menor soma possível 
(portanto, deve-se aplicar a pena de um dos delitos e somo a ela 
uma fração de 1/6). Se o agente pratica um número muito grande de 
infrações, tende a aplicar a maior soma possível (portanto, deve-se 
aplicar a pena de um dos delitos e somo a ela uma fração de 2/3). 
 Se o valor subtraído desses 
furtos é um valor muito pequeno, o bom senso leva a crer que eu 
devo aplicar o aumento menor possível. Entretanto, se o agente 
comete somente dois furtos, porém o valor subtraído é uma quantia 
elevada (exemplo: duas subtrações, uma de vinte mil e outra de 
trinta mil, a soma total corresponde a cinquenta mil reais), aplica-se 
a maior soma possível, pois apesar do número de infrações ser 
pequeno, o grau de reprovação da conduta é maior, ou seja, o valor 
das subtrações foi muito grande. 
 
No parágrafo único do artigo 71, está presente o crime continuado 
específico. No crime continuado específico, existem outros requisitos além 
daqueles presentes no crime continuado “comum”. 
1. Crimes dolosos; 
2. Vítimas diferentes; 
3. Violência ou grave ameaça a pessoa.Além disso, o artigo menciona ainda que são necessárias as seguintes 
características: 
1. Culpabilidade; 
2. Antecedentes; 
3. Conduta social; 
4. A personalidade; 
5. Os motivos e as outras circunstâncias do crime. 
Todas essas características devem ser interpretadas pelo juiz como 
favoráveis ao réu. 
A consequência do crime específico encontra-se no parágrafo único do artigo 
71. Se o juiz aplica o crime continuado específico, é aplicado a pena de um 
dos crimes e pode-se multiplicá-la até três. 
▪ Art. 71, § único - Poderá, o juiz “aumentar a pena de um só dos crimes, 
se idênticas, ou a mais grave, se diversas, até o triplo, observadas as 
regras do parágrafo único do art. 70 e do 
art. 75 deste Código”. 
Parágrafo único - Nos crimes dolosos, contra vítimas diferentes, cometidos com violência 
ou grave ameaça à pessoa, poderá o juiz, considerando a culpabilidade, os antece-
dentes, a conduta social e a personalidade do agente, bem como os motivos e as 
circunstâncias, aumentar a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais 
grave, se diversas, até o triplo, observadas as regras do parágrafo único do art. 70 e 
do art. 75 deste Código. 
OBS: Se o juiz não vislumbra o crime continuado, serão aplicadas as penas 
somadas na forma do cúmulo material. 
OBS: Deve-se atentar-se ao fato de que no artigo 71 também aplica-se a re-
gra do Cúmulo Material Benéfico. Ou seja, esse aumento até o triplo não 
poderia jamais chegar ao resultado de pena maior do que aquele que seria 
obtido com o Cúmulo Material. (com a mera soma das penas) 
Exemplo: No caso em que o agente pratica dois roubos, não é possível apli-
car somente a pena de um dos crimes e multiplicá-la até três, ou seja, não é 
possível aplicar o crime continuado específico, pois caso você faça isso, o re-
sultado será maior do que o do cúmulo material. Então, neste caso deve-se 
aplicar a regra do Cúmulo Material, que pressupõe a soma das penas. (artigo 
70, parágrafo único) 
 Limite das penas 
 Art. 75. O tempo de cumprimento das penas privativas de liberdade não pode ser su-
perior a 40 (quarenta) anos. 
 § 1º Quando o agente for condenado a penas privativas de liberdade cuja soma seja 
superior a 40 (quarenta) anos, devem elas ser unificadas para atender ao limite máximo 
deste artigo 
 § 2º - Sobrevindo condenação por fato posterior ao início do cumprimento da pena, 
far-se-á nova unificação, desprezando-se, para esse fim, o período de pena já cumprido. 
O artigo 75 estabelece que não se pode cumprir mais de 40 anos de prisão. 
 O cálculo para concessão de eventuais benefí-
cios ao condenado (como por exemplo a progressão de regime e o livra-
mento condicional), esse cálculo é feito em cima da pena que foi aplicada 
pelo juiz e não pelo teto máximo estabelecido pelo CP.

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