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Consideram-se farmácias vivas aquelas instituídas pela Portaria n.º 886, de 20 de abril de 2010, do Ministério da Saúde, que instituiu a farmácia viva no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). As farmácias vivas realizam as etapas de cultivo, coleta, processamento, armazenamento de plantas medicinais, preparação e dispensação de produtos magistrais e oficinais de plantas medicinais e fitoterápicos. Elas são regidas pela Resolução - RDC n.º 18, de 3 de abril de 2013. Um gestor público de uma pequena cidade do Rio Grande do Sul, sabendo que sua população tem grande apreço por plantas medicinais e faz amplo uso delas, decide oferecer a fitoterapia como opção terapêutica para os usuários do SUS de sua cidade. Então, ele consulta a legislação que rege o tema e descobre que a cidade tem o cenário ideal para implantar uma farmácia viva, já que apresenta no quadro de seus recursos humanos um agrônomo, um farmacêutico e profissionais da saúde que conhecem tecnicamente plantas medicinais. Além disso, apesar de poucos, há alguns agricultores que praticam agricultura orgânica, que ele quer fomentar, completando o quadro favorável para essa implementação. Acompanhe, na imagem a seguir, o quadro epidemiológico da população e o estudo realizado. Logo, o gestor chama você, o novo farmacêutico, e solicita um projeto piloto de implantação de uma farmácia viva, com indicação de uma planta para iniciar o cultivo. a) Você, ao analisar o cenário descrito, qual planta medicinal escolheria? Justifique. b) Qual época indicaria para a colheita e como faria a conservação dessa planta? Justifique. Padrão de resposta esperado a) Considerando que é importante promover um ambiente mais próximo do habitat natural das espécies, é necessário escolher uma espécie nativa da região, que tenha as propriedades farmacológicas bem definidas em estudos científicos para atender à demanda de saúde apresentada. Como isso, a Achyrocline satureioides, popularmente conhecida como "marcela", por ser a única espécie nativa da lista, e por ser amplamente utilizada pela população para tratar problemas de indisposição estomacal na forma de chá medicinal, foi a planta escolhida. Outro fato é que a marcela vegeta espontaneamente em diversas áreas do Estado e se adapta muito bem em terrenos cultivados. b) Como a parte utilizada para a finalidade terapêuitca é a flor, a colheita deverá ser feita na época de floração, que, no caso da marcela, acontece no outono. O material fresco, recém-colhido e limpo, deverá ser encaminhado à secagem natural — já que será uma pequena quantidade — em uma sala arejada, sem exposição de luz, com portas e janelas teladas. As flores devem ser bem espalhadas em bandejas e, após mais ou menos cinco dias, serão classificadas e embaladas em papel pardo, devidamente identificadas. Os pacotes deverão ser armazenados na sala de armazenamento da farmácia, que é um ambiente seco, escuro e arejado, pronto para serem distribuídos para a população preparar o chá medicinal.