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Cartografia e Novas Tecnologias

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CARTOGRAFIA E NOVAS 
TECNOLOGIAS
Autoria: MSc. Matheus Oliveira Alves
Indaial - 2020
UNIASSELVI-PÓS
 2ª Edição
CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI
Rodovia BR 470, Km 71, no 1.040, Bairro Benedito
Cx. P. 191 - 89.130-000 – INDAIAL/SC
Fone Fax: (47) 3281-9000/3281-9090
Reitor: Prof. Hermínio Kloch
Diretor UNIASSELVI-PÓS: Prof. Carlos Fabiano Fistarol
Equipe Multidisciplinar da Pós-Graduação EAD: 
Carlos Fabiano Fistarol
Ilana Gunilda Gerber Cavichioli
Jóice Gadotti Consatti
Norberto Siegel
Julia dos Santos
Ariana Monique Dalri
Marcelo Bucci
Revisão Gramatical: Equipe Produção de Materiais
Diagramação e Capa: 
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Copyright © UNIASSELVI 2020
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri
 UNIASSELVI – Indaial.
AL474c
 Alves, Matheus Oliveira
 Cartografia e novas tecnologias. / Matheus Oliveira Alves. – In-
daial: UNIASSELVI, 2020.
 125 p.; il.
 ISBN 978-65-5646-030-7
 ISBN Digital 978-65-5646-031-4
1. Cartografia. - Brasil. Centro Universitário Leonardo Da Vinci.
CDD 526
Impresso por:
Sumário
APRESENTAÇÃO ............................................................................5
CAPÍTULO 1
Fundamentos teóricos da cartografia ...................................... 7
CAPÍTULO 2
Representação e Comunicação Cartográfica ........................ 55
CAPÍTULO 3
Produtos Cartográficos e as Novas Tecnologias ................ 85
APRESENTAÇÃO
Olá, seja bem-vindo!
Neste livro estudaremos a Cartografia e as Novas Tecnologias, disciplina muito 
importante na formação de professores de Geografia e muito utilizada em várias 
práticas docentes ou mesmo em estudos ambientais e monitoramentos em geral.
O livro didático foi dividido em três capítulos e cada um subdividido com as 
suas próprias seções. No Capítulo 1, você verá a origem e a evolução da Carto-
grafia, o que é Cartografia, suas definições, conceitos básicos e entenderá sobre 
a Cartografia brasileira. No Capítulo 2, abordaremos a representação e a comu-
nicação cartográfica, entenderemos sobre a comunicação geográfica e a leitura e 
a interpretação de mapas. Por fim, no Capítulo 3, estudaremos os produtos carto-
gráficos e as novas tecnologias, analisando as técnicas de produção de mapas, a 
Cartografia e o Sistema de Informação Geográfica (SIG) e as novas tecnologias.
Cada vez mais busca-se por novas tecnologias para auxiliar nas mais diver-
sas atividades humanas. Nesta obra, apresentaremos a você como a Cartografia 
tem sido utilizada como ferramenta de trabalho por profissionais de diversas áre-
as, como geógrafos, cartógrafos, docentes, entre outros. Venha conosco desven-
dar os segredos da Cartografia! Está preparado? Então não deixe de acompanhar 
as aulas e dedicar-se aos estudos. 
Bons estudos e mãos à obra!
CAPÍTULO 1
FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA 
CARTOGRAFIA
A partir da perspectiva do saber-fazer, neste capítulo você terá os seguintes 
objetivos de aprendizagem:
 Entender a origem e a evolução da Cartografi a.
 Conhecer o que é Cartografi a, suas defi nições e conceitos básicos.
 Saber sobre a Cartografi a brasileira.
 Distinguir os diferentes tipos de representação cartográfi ca ao longo dos tem-
pos.
 Analisar e interpretar as defi nições e os conceitos básicos sobre a Cartografi a.
 Conhecer e diferenciar a Cartografi a brasileira.
8
 Cartografia e Novas Tecnologias
9
FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA CARTOGRAFIA Capítulo 1 
1 CONTEXTUALIZAÇÃO
Iniciaremos nossa jornada pela Cartografi a, abordando neste capítulo os fun-
damentos teóricos da Cartografi a, utilizando as seguintes seções: A Cartografi a e 
suas origens, O que é Cartografi a? e a Cartografi a brasileira. Assim, conhecere-
mos o histórico de como ocorreu a evolução dessa ciência geográfi ca, suas tec-
nologias e aplicações ao longo da história até os dias atuais. Também conhecere-
mos os conceitos básicos da Cartografi a e as diferentes abordagens existentes, 
seguido pelos diferentes tipos de mapas, escalas, projeções e simbologias. Por 
fi m, abordaremos a importância da Cartografi a no âmbito brasileiro. 
Dessa forma, neste livro você conhecerá os fundamentos de interpretação e 
compreensão da Cartografi a aplicada na análise geográfi ca. Para nos ajudar nes-
sa caminhada, será necessário que você adquira alguns conhecimentos sobre a 
Cartografi a. A propósito, o que é Cartografi a? O que é possível realizar utilizando 
essa ciência geográfi ca? 
Os mapas parecem estar em todos os lugares que olhamos: nos nossos 
celulares, em jornais, revistas e livros, na internet, na televisão, nos trens, nos 
ônibus, nos quiosques ou mesmo nas nossas casas. Há também uma grande 
variedade de tipos de mapas. Alguns são muito detalhados e parecem projetos 
de engenharia, já outros aparecem como esboços à mão livre. Alguns mostram o 
mundo inteiro, outros uma área pequena, por exemplo, sua cidade ou seu bairro. 
Como a nossa sociedade se tornou mais complexa, as necessidades e usos para 
mapas de todos os tipos aumentaram.
É importante que você entenda as aplicações e os fundamentos da Carto-
grafi a para conseguir utilizar todo o potencial dessa ciência geográfi ca. Neste ca-
pítulo, você aprenderá os fundamentos da representação gráfi ca, para que possa 
utilizá-la da melhor maneira possível.
Bons estudos e vamos lá!
2 A CARTOGRAFIA E SUAS ORIGENS
Prezado aluno, neste capítulo, conheceremos a origem e evolução da Carto-
grafi a, conheceremos o que é a Cartografi a, suas defi nições e conceitos básicos e 
também sobre a Cartografi a brasileira. Inicialmente, vamos a uma breve conceitu-
ação sobre a Cartografi a. 
As representações gráfi cas da superfície terrestre possuem papel importan-
te na vida do ser humano há milhares de anos. Vários povos, como babilônios, 
chineses, egípcios e maias, tinham o costume de representar o ambiente onde 
viviam, os trajetos de suas caçadas, os percursos de rios, as áreas e os territórios 
10
 Cartografia e Novas Tecnologias
conquistados, entre outros. Esses diferentes povos empregavam instrumentos e 
materiais existentes na época, como argila, conchas, pedaços de madeiras, que 
eram fi xados nas paredes das cavernas, em rochas ou ainda em troncos de ár-
vores. Ao longo do tempo, com a crescente obrigação de se registrar as áreas 
da superfície terrestre, sejam elas: áreas conquistadas, reinos, propriedades etc., 
isso fez com que, nós, seres humanos, desenvolvêssemos e aprimorássemos 
técnicas de representação espacial. 
Várias pesquisas e estudos foram realizados, assim, descobriram que diver-
sos povos, como europeus, árabes e chineses, contribuíram e muito para que 
essas técnicas utilizadas nas suas representações espaciais se tornassem cada 
vez mais desenvolvidas. Todos esses movimentos permitiram que a Cartografi a 
evoluísse e se tornasse um conjunto de técnicas, métodos científi cos e artísticos 
para a elaboração de mapas. 
2.1 OS PRIMEIROS REGISTROS
Os povos pré-históricos retratavam os fenômenos da natureza, ce-
nas do seu convívio em sociedade, atividades do seu cotidiano, além 
do espaço em que viviam em pinturas rupestres. Essas primeiras repre-
sentações gráfi cas eram repletas de crenças e mitos. Como já mencio-
namos, essas representações na superfície terrestre eram produzidas 
pelos homens ao longo do tempo e utilizavam inúmeras técnicas e ma-
teriais.
Fitz (2008a, p. 19) cita que “a Cartografi a, através dos tempos, foi experi-
mentando diferentes utilizações em função de suas diversas aplicabilidades”.
FIGURA 1 – PINTURA RUPESTRE
FONTE: <https://bit.ly/2WS0RrH>. Acesso em: 2 maio 2019.
Fitz (2008a, p. 
19) cita que “a 
Cartografi a, através 
dos tempos, foi 
experimentando 
diferentes utilizações 
em função de 
suas diversas 
aplicabilidades”.
11
FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA CARTOGRAFIA Capítulo 1 
Se analisarmos a história do homem, chegaremos à conclusãode que os 
mapas são uma das representações gráfi cas mais antigas da humanidade, pois 
vários povos nos deixaram evidências robustas sobre como realizavam sua co-
municação gráfi ca, conforme cada momento da história. 
Você sabia que o mapa mais antigo já encontrado tem mais de 
4.500 anos? Acesse o site do Instituto Brasileiro de Geografi a e Es-
tatística e se aprofunde um pouco no assunto. Disponível em: https://
cnae.ibge.gov.br/en/component/content/article/97-7a12/7a12-voce-
-sabia/curiosidades/1607-o-mapa-mais-antigo.html.
Foram encontrados relatos, provas e objetos de mapas babilônicos, egípcios 
e chineses de épocas remotas, e isso permitiu que arqueólogos, geógrafos e et-
nólogos pudessem confi rmar como foi a evolução gráfi ca ao longo da história. Na 
Babilônia – Capital da Mesopotâmia (atual Iraque) – foi o local onde encontraram 
o mapa mais antigo já conhecido. O mapa conhecido como Ga-Sur foi produzi-
do em uma pequena placa de argila cozida, entre os anos de 2400 e 2200 a.C. 
(Figura 2). Essa placa representa montanhas e um rio ao centro, provavelmente 
demonstrando as características geográfi cas daquela localidade, por exemplo, a 
Babilônia foi construída nas margens do Rio Eufrates. Com base em pesquisas, 
fi cou constatado que essa placa possui mais de 4.500 anos de existência.
FIGURA 2 – MAPA GA-SUR
FONTE: <https://bit.ly/33YMAej>. Acesso em: 2 maio 2019.
12
 Cartografia e Novas Tecnologias
Na comuna de Capo di Ponte, Brescia (Itália), em uma região chamada Be-
dolina, foram encontradas inúmeras pinturas rupestres nas rochas superfi ciais 
retratando formas de mapas. Essa pintura rupestre realizada pelos Camônios e 
rica em detalhes, foi realizada em uma rocha superfi cial e representa toda a orga-
nização social e econômica daquele povo. A partir do mapa de Bedolina (Figura 
3), com sua riqueza de detalhes e com as simbologias utilizadas por eles, pode-se 
analisar como eram as suas atividades agropastoris. O mapa está em grande es-
cala com base na visão cartográfi ca.
Os Camônios eram povos de atividades agrícolas que viviam no 
norte da Itália.
Você sabia que Comuna, na Itália, seria o equivalente ao muni-
cípio aqui no Brasil?
FIGURA 3 – MAPA RUPESTRE DE BEDOLINA
FONTE: <https://bit.ly/3aBwqKw>. Acesso em: 2 maio 2019.
13
FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA CARTOGRAFIA Capítulo 1 
Vários outros povos realizaram contribuições para a Cartografi a, sendo os 
chineses, os gregos e os egípcios, os que mais se destacaram. Por exemplo, des-
de a Antiguidade os chineses utilizam os mapas para representar seus recursos 
naturais e potencialidades, gerando, assim, uma grande contribuição na história 
cartográfi ca. 
Os gregos desenvolveram vários conhecimentos básicos da Cartografi a atu-
al, sendo – latitude e longitude; primeiras projeções; concepção da Terra como 
sendo uma esfera; noção de polos, os círculos máximos da Terra, cálculo de pro-
jeções cartográfi cas – os que mais se destacam. Os egípcios que desenvolveram 
os primeiros conceitos básicos da Geodésia que contribuíram no cálculo de cir-
cunferência da Terra. 
Geodésia – ciência que estuda a superfície da Terra com a fi na-
lidade de conhecer a sua dimensão, orientação, forma e campo de 
gravidade. 
2.2 A IDADE MÉDIA
Considerado um dos períodos mais obscuros da história cristã, a Idade Média 
interrompeu o desenvolvimento da ciência cartográfi ca. Nesse momento histórico, a 
Igreja Católica sobrepunha os conhecimentos e os conceitos religiosos ao conheci-
mento matemático e científi co. Kimble (2013, p. 219) menciona que quase nenhum 
mapa dessa época refl etia a real extensão do conhecimento, mostrando assim que 
vários mapas eram irreconhecíveis perante o desenvolvimento existente.
A infl uência clerical sobre o conhecimento foi responsável por 
duas das mais importantes características do mapa mundo 
típico; primeiro, a proeminência dada aos aspectos bíblicos e 
topográfi cos e, segundo, a sobrevivência de certas tradições 
na época em que o conhecimento recente estava tornando-as 
insustentáveis ou no mínimo exigindo modifi cações. O Paraíso 
terrestre, por exemplo, era um componente praticamente 
constante dos mappamundi (KIMBLE, 2013, p. 224).
Uma representação marcante desse período é o mapa “T – O”. O “T” repre-
sentava o Mediterrâneo dividido em três continentes: Europa, África e Ásia; já o 
“O” simbolizava o oceano que envolvia todos eles. Esse mapa retrata o mundo 
14
 Cartografia e Novas Tecnologias
conhecido, mas de forma totalmente desproporcional. Em vários mapas dessa 
época, a representação cartográfi ca do mundo era bem simples e simbólica, uti-
lizando poucos recursos que foram desenvolvidos ao longo da história. As res-
trições impostas pela Igreja Católica prejudicaram sobretudo a Europa, outros 
povos continuaram avançando no desenvolvimento da Cartografi a durante esse 
período. Por exemplo, os árabes utilizavam os mapas para representar as áreas 
conquistadas, a orientação em direção a Meca e, ainda, para facilitar as longas 
viagens dentro das grandes extensões de áreas que o reino possuía.
FIGURA 4 – MAPA T – O
FONTE: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Mapa_T_e_O#/media/File:Dia-
grammatic_T-O_world_map_-_12th_c.jpg>. Acesso em: 2 maio 2019.
2.3 DAS GRANDES NAVEGAÇÕES 
ATÉ A ATUALIDADE
Entre os séculos XV e XVI, os europeus promoveram as Grandes Navega-
ções. A partir desse momento, as representações cartográfi cas passaram por im-
portantes avanços. A Cartografi a utilizada pelas potências marítimas daquele pe-
ríodo possuía precisão, pois retratavam de maneira detalhada os continentes e os 
novos locais descobertos. As escolas náuticas de Portugal, Espanha, Inglaterra, 
França, Holanda e as cidades litorâneas de Veneza e Gênova possuem grandes 
destaques nesse período devido a essas escolas estarem localizadas nos princi-
pais locais de onde se partiam as Grandes Navegações. 
15
FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA CARTOGRAFIA Capítulo 1 
Nesse período, os participantes dessas viagens de exploração necessitavam 
de mapas cada vez mais precisos e detalhados das rotas oceânicas e das terras 
conhecidas. A precisão e as descrições das rotas e das terras recém-descobertas 
foram essenciais para que os novos mapas passassem a representar a superfície 
do planeta com mais detalhes e precisão.
FIGURA 5 – TEATRO DO GLOBO TERRESTRE – APONTA-
DO COMO SENDO O PRIMEIRO ATLAS MODERNO
FONTE: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Era_dos_Descobrimentos#/me-
dia/File:OrteliusWorldMap1570.jpg>. Acesso em: 2 maio 2019.
Nesse período histórico nasceu Gerhard Kremer, ou simplesmente Mercator, 
considerado o pai da Cartografi a moderna. Mercator nasceu na Bélgica em 1512 
e faleceu em 1594, aos 82 anos. Ele cursou ao longo de sua vida Geografi a, Ge-
ometria e Astronomia. 
16
 Cartografia e Novas Tecnologias
FIGURA 6 – MERCATOR
FONTE: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Gerardo_Mercator#/me-
dia/File:Mercator.jpg>. Acesso em: 2 maio 2019.
De acordo com pesquisadores, Mercator foi um excelente cartógrafo e reali-
zou vários estudos relevantes que permitiram desenvolver mapas de uso prático. 
Um dos seus principais legados para a Cartografi a foi a criação da projeção cilín-
drica, que surgiu a partir de um grande projeto de confecção de um mapa-múndi 
que reproduzia uma parte da América Central e uma representação mais correta 
da Ásia (Figura 7). 
A criação dessa projeção surgiu para resolver um problema que acontecia 
naquela época, muitos navegantes lamentavam a falta de cartas exatas para a 
navegação, pois essas cartas não possuíam métodos de projeções cartográfi cas 
exatas, devido a isso, foi descoberto que as rotas traçadas em uma carta com o 
uso de bússola não faziam qualquer sentido, criando espirais, difi cultando, assim, 
a navegação.
A bússola é um instrumento de orientação criada pelos chineses 
no século X. Esse equipamento é muito utilizado em viagens marí-
timas e aéreas, em expedições em áreas de fl oresta, montanhae 
desertos. 
17
FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA CARTOGRAFIA Capítulo 1 
FIGURA 7 – MAPA NA PROJEÇÃO DE MERCATOR
FONTE: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Proje%C3%A7%C3%A3o_de_Mer-
cator#/media/File:Mercator_1569.png>. Acesso em: 2 maio 2019.
Na projeção cilíndrica do mundo proposta por Mercator, as linhas dos meri-
dianos e paralelos aparecem como linhas retas verticais à Linha do Equador. A 
consequência foi que causou uma distorção em algumas regiões no mapa que 
cresciam cada vez mais a partir do Equador. A distorção próxima à Linha do Equa-
dor era mínima e nos polos eram distorcidos e alongados. Os mapas que utiliza-
vam essa projeção, mesmo com essa característica (distorções mínimas próximas 
ao Equador e distorcidos e alongados nos polos), facilitou a navegação marítima. 
Ressalta-se, porém, que a projeção proposta por Mercator conseguia mostrar 
para os navegantes o rumo certo, mesmo as distâncias não sendo exatas, resol-
vendo com isso o problema dos navegantes de cartas exatas para a navegação. 
Nesse período das Grandes Navegações, o uso da Cartografi a para repre-
sentar os locais conquistados pelas grandes potências foi contínuo, a representa-
ção cartográfi ca das colônias foi um instrumento estratégico de poder.
No decorrer do século XX, tivemos duas guerras mundiais, a Guerra Fria, a 
corrida espacial e o desenvolvimento técnico científi co, portanto, várias dessas 
inovações tecnológicas criadas para as guerras e fi ns bélicos foram incorpora-
das à Cartografi a, conseguindo desse modo gerar vários tipos de mapeamentos, 
não somente para questões geopolíticas, mas para o mapeamento da Terra, para 
usos na agricultura, no meio ambiente, na docência e várias outras aplicações. 
18
 Cartografia e Novas Tecnologias
Vários softwares também foram desenvolvidos no século XX para auxiliar na 
representação gráfi ca, e dentre os que mais se destacam, podemos citar o De-
senho Assistido por Computador (em inglês, Computer Aided Design – CAD) que 
teve início na década de 1950 com o uso do computador na engenharia e os Sis-
temas de Informação Geográfi ca (SIG), que surgiu na década de 1960 pelo gover-
no do Canadá para criar um inventário de recursos naturais. No fi nal da década 
de 1950, teve início o uso de satélites artifi ciais para fi ns de navegação e posicio-
namento global e, posteriormente, com a corrida espacial durante a Guerra Fria, 
os satélites tornaram-se uma importante fonte de dados para ser utilizada na área 
cartográfi ca. As novas tecnologias dos drones, que surgiram na década de 1940 
para fi ns militares e, posteriormente, na década de 1980 para uso civil, fi zeram 
uma nova revolução na área de mapeamento, permitindo, assim, melhorar ainda 
mais a aquisição de dados para posterior representação cartográfi ca. 
Acesse o site da Embrapa Monitoramento por Satélite e conhe-
ça todos os satélites em atividade. Caso queira conhecer ainda sobre 
as características de cada satélite, basta clicar na imagem dele para 
saber o tempo de vida projetado, sensores utilizados e período de 
revisita. Disponível em: https://www.cnpm.embrapa.br/projetos/sat/
conteudo/sensores_operantes.html.
Desse modo, é possível notar um aprimoramento das técnicas cartográfi cas. 
Nos dias atuais, podemos encontrar vários tipos de representações bem detalhadas 
com relação ao espaço e às informações representadas. No Capítulo 3 do nosso li-
vro, nos aprofundaremos e conheceremos todas as novas tecnologias utilizadas na 
área cartográfi ca, seus termos, conceitos e aplicações de forma detalhada.
19
FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA CARTOGRAFIA Capítulo 1 
FIGURA 8 – MAPA ATUAL – INTEGRAÇÃO SATÉLITES E DRONES
FONTE: O autor
3 O QUE É CARTOGRAFIA?
Segundo o IBGE, a palavra cartografi a surgiu na língua portuguesa no sé-
culo XIX, aparecendo pela primeira vez em 1839 em uma correspondência do Se-
gundo Visconde de Santarém – Manoel Francisco de Barros e Souza de Mesquita 
de Macedo Leitão (1791-1856). Nessa correspondência apareceram os primeiros 
signifi cados do traçado e descrição de cartas. Como podemos ver, as primeiras 
defi nições utilizavam termos simples e mal caracterizados para defi nir a ativida-
de cartográfi ca. A Associação Cartográfi ca Internacional (em inglês, International 
Cartographic Association – ICA), defi niu a Cartografi a, sendo:
A Cartografi a apresenta-se como o conjunto de estudos e ope-
rações científi cas, técnicas e artísticas que, tendo por base os 
resultados de observações diretas ou da análise de documen-
tação, se voltam para a elaboração de mapas, cartas e outras 
formas de expressão ou representação de objetos, elementos, 
fenômenos e ambientes físicos e socioeconômicos, bem como 
a sua utilização (IBGE, 1999, p. 10).
20
 Cartografia e Novas Tecnologias
A Organização das Nações Unidas (ONU), por meio de uma comissão com-
posta por especialistas cartográfi cos, defi niu a Cartografi a como sendo “a ciência 
que se ocupa da elaboração de mapas de toda espécie, desde os primeiros levan-
tamentos até a impressão fi nal dos mapas” (IBGE, 1999, p. 9). 
A representação cartográfi ca surgiu há milhares de anos integrando diversas 
ciências, como: a Geografi a, a Astronomia, a Engenharia, a Geodésia, a Geolo-
gia, entre várias outras, que se benefi ciaram dos avanços técnico-científi cos que 
aconteceram ao longo da história. As recentes transformações tecnológicas nos 
computadores popularizaram a elaboração de mapas e o uso de mapas, não fi -
cando restrita somente a determinados nichos da sociedade, mas fazendo parte 
do cotidiano. 
Você já ouviu falar na Associação Cartográfi ca Internacional? 
Essa associação internacional é composta por entidades, associa-
ções e organizações nacionais de todo o mundo para discussões de 
questões técnicas sobre a cartografi a e a ciência geográfi ca. Para 
saber mais, acesse o site da ICA. Disponível em: https://icaci.org/.
Agora é com você! Se tivesse que defi nir o que é Cartografi a 
utilizando somente duas palavras, como seria?
3.1 REPRESENTAÇÕES 
CARTOGRÁFICAS
Você sabia que existem várias formas de se realizar a representação cartográ-
fi ca do espaço geográfi co? Vamos conhecer as mais utilizadas no nosso dia a dia? 
O mapa é uma das representações do espaço geográfi co e é elaborado em 
uma superfície plana e em tamanho reduzido. Nele, são registradas várias carac-
terísticas da superfície terrestre por meio de diferentes símbolos e outros recursos 
21
FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA CARTOGRAFIA Capítulo 1 
visuais, como: relevo, clima e vegetação, cidades, ruas, estradas e rodovias ou, 
ainda, a distribuição da população em um determinado território. Os mapas po-
dem fornecer várias informações que poderão auxiliar na compreensão de fenô-
menos naturais ou de intervenções do ser humano no espaço geográfi co. 
Os mapas se diferem de outras representações gráfi cas, por exemplo, cro-
quis, plantas, gráfi cos, desenhos ou diagramas. Em que elas se diferem? As plan-
tas para construções não precisam apresentar a localidade referente as outras 
construções e nem a curvatura da Terra. Os gráfi cos e desenhos possuem dois 
eixos não geográfi cos para demonstrar tendências econômicas. Os diagramas 
não necessitam de base geográfi ca, podendo, assim, incluir desenhos feitos para 
auxiliar manuais de montagens de móveis, por exemplo. 
Você sabia que o croqui é também uma forma de representar o espaço geo-
gráfi co igual a um mapa? E que ele é um dos mais utilizados no nosso cotidiano? 
O croqui é um esboço que não possui escala e pode representar áreas pequenas, 
médias ou grandes. Segundo Fitz (2008a), muitas vezes utilizam-se os croquis 
para a representação do terreno, mas eles devem ser considerados como um le-
vantamento com pouca exatidão.
FIGURA 9 – CROQUI
FONTE: <https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/9/9d/Cro-
qui_de_Retiro_grande.jpg>. Acesso em: 2 maio 2019.
22
 Cartografia e Novas Tecnologias
Você quer conhecermais sobre os outros tipos de croquis exis-
tentes? Para saber mais, não deixe de acessar o link: https://bibliote-
ca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv66318.pdf (página 131). 
Os globos terrestres também representam a superfície da Terra de maneira 
mais aproximada de sua forma real. O IBGE (1999, p. 19) defi ne o globo como a 
“representação cartográfi ca sobre uma superfície esférica, em escala pequena, 
dos aspectos naturais e artifi ciais de uma fi gura planetária, com fi nalidade cultural 
e ilustrativa”. No entanto, por causa desse formato arredondado, não consegui-
mos ver, de uma só vez, toda a superfície representada.
FIGURA 10 – GLOBO TERRESTRE
FONTE: <https://bit.ly/2WTg3Vu>. Acesso em: 1º jul. 2019.
Atividade de Estudo:
1 O uso do Globo Terrestre durante as aulas de Geografi a pode 
apresentar várias vantagens, por exemplo, facilitar a compreen-
são sobre as estações do ano, processos de localização e orien-
23
FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA CARTOGRAFIA Capítulo 1 
tação, distribuição dos fusos horários, entre outros. Agora é com 
você! Quais outras aplicações podemos realizar com o uso do 
Globo Terrestre no ensino da Geografi a? 
R.:____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
___________________________________________________.
Os planisférios também representam toda a Terra em uma superfície plana, 
igual aos mapas e cartas. Graças a essa característica, conseguimos observar 
toda a superfície do planeta, porém com algumas distorções.
FIGURA 11 – PLANISFÉRIO
FONTE: <https://bit.ly/2JoqYhN>. Acesso em: 2 maio 2019.
24
 Cartografia e Novas Tecnologias
Pronto, você já conheceu as representações cartográfi cas mais utilizadas, 
agora nos aprofundaremos nos conceitos de “mapa” e “carta”. Essa distinção en-
tre os conceitos será importante, pois, no nosso país, existe uma predisposição 
de utilizar o termo mapa para representar informações mais simples e, represen-
tações extensas ou mais complexas, denomina-se de carta. 
A palavra “mapa” surgiu na Idade Média e era utilizada para representar ini-
cialmente feições terrestres. Com o início das Grandes Navegações, os mapas 
marítimos passaram a se chamar cartas náuticas ou marítimas e representavam 
áreas náuticas. Com o passar do tempo, o uso da palavra carta se popularizou de 
tal modo que não se restringiu somente para caracterizar as cartas marítimas e 
locais costeiros, mas também para reproduzir vários tipos de representações da 
superfície terrestre, como os tipos de solos, relevo, geologia, tipos de vegetações 
e climas, entre outros.
FIGURA 12 – REPRESENTAÇÃO DE MAPA MARÍTIMO
FONTE: <https://bit.ly/3bOKosH>. Acesso em: 2 maio 2019.
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FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA CARTOGRAFIA Capítulo 1 
Segundo o IBGE (1999), podemos defi nir a palavra Mapa como sendo a re-
presentação de informações geográfi cas naturais e artifi ciais do planeta Terra, 
independentemente de suas aplicações técnicas, científi cas, culturais ou ilustra-
tivas e, normalmente, representada em pequena escala, cobrindo uma área rela-
tivamente pouco extensa. A palavra Carta, também segundo o IBGE (1999), é a 
representação gráfi ca em superfície plana de aspectos naturais ou artifi ciais, que 
possui caráter especializado, sendo comumente subdividido em folhas articula-
das, com a sua representação associada ao uso de escala média e/ou grande e 
para representar grandes extensões de áreas. 
As cartas são classifi cadas em vários produtos cartográfi cos, sendo: 
QUADRO 1 – TIPOS DE CARTAS
Tipos de Cartas Destaque
Carta Geográfi ca
Representação da superfície terrestre, dos fenômenos da paisagem e 
da interação entre o homem e o meio ambiente.
Carta Topográfi ca Representação de levantamentos topográfi cos.
Carta Planimétrica
Representação de levantamentos topográfi cos, mas não é necessário 
representar as altitudes, por exemplo, o relevo.
Carta Cadastral
Representação de limites de propriedades, quadras e lotes, uso de gran-
des escalas normalmente.
Carta Aeronáutica Representação da superfície terrestre para fi ns de navegação aérea.
Carta Náutica Representação de mares, rios, canais e lagoas para fi ns de navegação.
Carta Geológica
Representação dos componentes geológicos existentes abaixo da cros-
ta terrestre.
Carta Geomorfológica Representação das formas do relevo.
Carta Meteorológica Representação das classifi cações climáticas existentes.
Carta de Solo Representação dos tipos de solos e sua distribuição espacial.
Carta de Vegetação Representação das características e distribuição da cobertura vegetal.
Carta de Uso da Terra
Representação da classifi cação dos diversos usos existentes na super-
fície terrestre, por exemplo: área de pastagem, cerrado, agricultura etc.
Carta Geofísica
Representação dos fenômenos geofísicos que acontecem no planeta 
Terra.
FONTE: O autor
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 Cartografia e Novas Tecnologias
FIGURA 13 – REPRESENTAÇÃO CARTA TOPOGRÁFICA
FONTE: <https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/7/79/To-
pographic_map_example.png>. Acesso em: 1º jul. 2019.
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FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA CARTOGRAFIA Capítulo 1 
FIGURA 14 – REPRESENTAÇÃO CARTA AERONÁUTICA
FONTE: <https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/8/8e/Cartas-
NavegacionAeronautica.jpg?uselang=es>. Acesso em: 1º jul. 2019.
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 Cartografia e Novas Tecnologias
FIGURA 15 – REPRESENTAÇÃO CARTA NÁUTICA
FONTE: <https://bit.ly/39qcgkZ>. Acesso em: 1º jul. 2019.
Os mapas estão intimamente ligados às cartas, pois vários tipos de mapas 
são resultantes dos diversos tipos de cartas existentes. Por exemplo, possuímos 
mapas de temas como: os tipos de solos utilizados na agricultura, os tipos de ve-
getação, questões geomorfológicas que podem impactar uma cidade, representa-
ção do clima local, entre outros. 
3.2 ATRIBUTOS NECESSÁRIOS PARA 
UM MAPA
Você provavelmente já se perguntou o que é um mapa? Vamos conhecer? 
Dessa maneira, o que diferencia um mapa de outras representações gráfi cas? 
Para ser considerado um mapa são necessários três atributos básicos: escala, 
projeção e simbolização. 
A escala presente nos mapas serve para reduzir ou aumentar a realidade 
interpretada; ela atua na quantidade e na qualidade de detalhes que poderão ser 
29
FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA CARTOGRAFIA Capítulo 1 
vistos nos mapas, pois ela varia de ponto a ponto. Essa variação da escala está 
relacionada à projeção utilizada. A projeção é empregada para representar os pa-
ralelos da latitude e os meridianos da longitude do nosso planeta; sua expressão 
gráfi ca é relacionada aos símbolos empregados com o objetivo de representar pa-
ralelos, meridianos, divisões políticas e, ainda, referências espaciais que ajudarão 
o usuário a se localizar. A simbolização transmite a informação proposta no mapa, 
utilizando simbologias, traçados, sinais, sem obrigatoriamente possuir correspon-
dência com a realidade. 
FIGURA 16 – REPRESENTAÇÃO DOS TRÊS ATRIBUTOS BÁSICOS DE UM MAPA
FONTE: <https://bit.ly/33ZjpHP>. Acesso em: 2 maio 2019.
Esses atributos são interdependentes, ou seja, estão ligados em uma depen-
dência mútua. Entretanto, em referência a essa interdependência, o profi ssional 
que elaborará os mapas possui uma autonomia na defi nição da projeção, da es-
cala e simbologia proposta, pois cada um desses atributos requer uma escolha 
separada. Cada escolha, se não for bem pensada e feita, poderá provocar o não 
entendimento e consequente menor uso do mapa criado.
Extra, extra! Você sabia que além dos atributos básicos men-
cionados (escala, projeção e simbolização), para que possamos in-
terpretar um mapa corretamente devemos identifi car também outros 
atributos? Vamos descobrir quais são? O Título, a Legenda, a Rosa 
dos Ventos e a Fonte de dados utilizada. 
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 Cartografia e Novas Tecnologias
FIGURA 17 – INFORMAÇÕES PARA A LEITURA DE UM MAPAFONTE: <https://portaldemapas.ibge.gov.br/portal.php#mapa73>. Acesso em: 2 maio 2019.
Com essas informações, você, usuário, conseguirá interpretar um mapa cor-
retamente, absorvendo toda a informação passada.
3.3 ESCALA
Você conhece o que é escala? Vamos descobrir? A partir do século XVII, 
durante o domínio dos países colonizadores em diversas partes do mundo, teve 
início o detalhamento de mapas e cartas. Esses países precisavam desses deta-
lhamentos para aumentar ainda mais o poder de dominação nas suas colônias, 
pois, assim, eles teriam informações precisas e detalhadas desses locais. 
Segundo Fitz (2008a, p. 19), podemos defi nir a escala “como a relação ou 
proporção existente entre as distâncias lineares representadas em um mapa e 
aquelas existentes no terreno”. Basicamente, a escala é a redução que ocorre nas 
dimensões do mundo real para o plano do mapa. É importante notar que a defi -
nição de escala, conforme discutido aqui e em outros livros didáticos é específi co 
para cartografi a e mapas.
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FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA CARTOGRAFIA Capítulo 1 
Segundo o IBGE (1999, p. 22), “escala é defi nida como a re-
lação existente entre as dimensões das linhas de um desenho e as 
suas homólogas. Para saber mais, não deixe de acessar o link: ht-
tps://loja.ibge.gov.br/nocoes-basicas-de-cartografi a-1999-manuais-
-tecnicos-em-geociencias-n-8.html (páginas 21 a 26).
Os valores que aparecem nos mapas normalmente estão relacionados a mi-
límetros, centímetros, metros e quilômetros. Outras unidades de medida, como 
polegadas e jardas, também podem aparecer nos mapas, mas são pouco usuais 
na nossa realidade brasileira. Vamos conhecer as principais?
• Polegadas: unidade de medida inglesa de comprimento, equivalente a 
2,54 centímetros. Muito usada nos Estados Unidos para representar me-
didas de área e volume.
• Pés: unidade de medida de comprimento utilizada nos Estados Unidos e 
Inglaterra, corresponde a 30,48 cm ou, ainda, a 12 polegadas.
• Jardas: unidade de medida de comprimento utilizada nos Estados Uni-
dos e Inglaterra, correspondendo a 91,44 centímetros ou, ainda, 3 pés.
• Braça: unidade de medida de comprimento em desuso, corresponde a 
220 centímetros.
• Milha: unidade de medida de comprimento utilizada nos Estados Unidos 
e Inglaterra, correspondendo a 1609,344 metros, referente à milha ter-
restre.
• Ares: unidade de medida de área equivalente a 100 metros quadrados.
• Hectares: unidade de medida de área equivalente a 10.000 metros qua-
drados ou 100 ares.
• Acre: unidade de medida de área equivalente a 4042 metros quadrados.
• Alqueire: unidade de medida de área, porém varia conforme o estado, 
não sendo usual sua utilização.
É importante o conhecimento da unidade durante os trabalhos, uma vez que 
a não conversão correta da informação proposta pode acarretar erros nas medi-
ções realizadas. Vamos conhecer as unidades métricas comumente utilizadas e 
suas conversões?
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 Cartografia e Novas Tecnologias
QUADRO 2 – UNIDADES MÉTRICAS
UNIDADES VALORES REFERÊNCIA
CONVERSÃO DOS VALORES
km hm dam m dm cm mm
Quilômetro 
(km) 1 km 1 10 100 1.000 10.000 100.000 1.000.000
Hectôme-
tro (hm) 1 hm 0,1 1 10 100 1.000 10.000 100.000
Decâmetro 
(dam) 1 dam 0,01 0,1 1 10 100 1.000 10.000
Metro (m) 1 m 0,001 0,01 0,1 1 10 100 1.000
Decímetro (dm) 1 dm 0,0001 0,001 0,01 0,1 1 10 100
Centímetro 
(cm) 1 cm 0,00001 0,0001 0,001 0,01 0,1 1 10
Milímetro (mm) 1 mm 0,000001 0,00001 0,0001 0,001 0,01 0,1 1
FONTE: O autor
No Brasil, quando criamos mapas, são utilizadas as unidades de medidas do 
Sistema Internacional (SI), sendo milímetros, centímetros, metros e quilômetros 
para distâncias, áreas e perímetros.
O Sistema Internacional de Unidades de Medidas Físicas é o 
conjunto padronizado de defi nições de unidades de medida. Acesse 
o site para conhecer mais sobre o SI. Disponível em: https://bit.ly/3d-
NM6MK.
De modo geral, existem três formas de representar a escala em mapas: gráfi -
ca, numérica e nominal, vamos conhecer?
• Escala Gráfi ca: é representada em forma de linha, barra simples, barra 
graduada, entre outras. Esse tipo de escala possui subdivisões denomi-
nadas talões e normalmente usam-se valores inteiros na sua representa-
ção. É considerada a representação de escala mais utilizada em mapas.
• Escala Numérica: é representada em forma de fração, sendo o numera-
dor o valor medido no mapa e o denominador o valor real. Por exemplo, 
se o valor observado for 1:60.000, lê-se “um para sessenta mil”, ou seja, 
a cada 1 cm medido no mapa, tem-se sessenta mil unidades reais, dessa 
forma: 1 cm = 6000 cm = 600 m. São chamadas unidades reais os nú-
meros reais, e sua correspondência é utilizada em medidas. Esse tipo de 
escala também é muito utilizado em mapas.
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FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA CARTOGRAFIA Capítulo 1 
• Escala Nominal: é representada na forma nominal, ou seja, por exten-
so. Apresenta valores em centímetros e seu correspondente na distância 
real no mapa.
FIGURA 18 – REPRESENTAÇÃO DAS ESCALAS
FONTE: O autor
A escala a ser utilizada para um mapa depende da complexidade, 
fi nalidade, nível de detalhamento pretendido do estudo ou elemento a 
ser representado e ainda qual recurso será utilizado na impressão do 
mapa fi nal (mapas impressos e/ou mapas digitais). Em todos os casos, 
a escolha da escala é livre, mas aquela selecionada (escala gráfi ca, nu-
mérica ou nominal) deverá ser sufi ciente para proporcionar uma inter-
pretação fácil e clara da informação retratada.
Se o recurso utilizado for mapas digitais, a sua importância será re-
legada a um segundo plano, pois essa escala poderá ser transformada 
em qualquer valor; mas caso seja impresso o mapa, será necessário o 
conhecimento do tipo e tamanho de papel, pois a escala e o tamanho 
do objeto/tema estudado em questão são parâmetros para a escolha do 
formato da folha de desenho, exemplo: A0 – tamanho: 841mm x 1.189 
mm; A2 – tamanho: 420 mm x 594 mm; A4 – tamanho: 210 mm x 297 
mm etc.
 Outro ponto importante quanto à escolha da escala, conforme 
menciona Fitz (2008a, p. 24), é “a realidade e origem das informações” 
utilizadas nos mapas, pois você não pode criar um mapa de grande de-
talhamento se seus dados não conseguem gerar o detalhamento es-
perado, por exemplo, você precisa realizar o mapeamento dos tipos de 
solos de uma propriedade rural (Figura 19 (nível de mapeamento local, 
detalhado)) e sua fonte de dados é a carta de solos do Brasil (nível de 
mapeamento macro) (Figura 20). 
Se o recurso 
utilizado for mapas 
digitais, a sua 
importância será 
relegada a um 
segundo plano, pois 
essa escala poderá 
ser transformada 
em qualquer valor; 
mas caso seja 
impresso o mapa, 
será necessário 
o conhecimento 
do tipo e tamanho 
de papel, pois 
a escala e o 
tamanho do objeto/
tema estudado 
em questão são 
parâmetros para 
a escolha do 
formato da folha de 
desenho, exemplo: 
A0 – tamanho: 
841mm x 1.189 mm; 
A2 – tamanho: 420 
mm x 594 mm; A4 – 
tamanho: 210 mm x 
297 mm etc.
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 Cartografia e Novas Tecnologias
FIGURA 19 – MAPA DOS TIPOS DE SOLOS – NÍVEL DETALHADO
FONTE: O autor
FIGURA 20 – CARTA DE SOLOS DO BRASIL – NÍVEL MACRO
FONTE: <https://mapas.ibge.gov.br/tematicos/solos>. Acesso em: 1º jul. 2019.
35
FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA CARTOGRAFIA Capítulo 1 
Atividades de Estudo:
1 A escala é defi nida pela proporção matemática entre as medidas 
de um objeto representado e seu tamanho real. Toda escala de-
pende diretamente das dimensões reais do produto a ser repre-
sentado, o nível de detalhamento e o tamanho da representação. 
Com relação às escalas, assinale a alternativa CORRETA:
a) Em produtos cartográfi cos o uso de escalas é opcional.
b) As escalas sempre devem ser representadas nominalmente, para 
facilitar conversões.
c) Toda escala gráfi ca é isenta de precisão cartográfi ca.
d) Todo produto cartográfi co deve ter a indicação de sua escala, 
seja na forma gráfi ca, numérica ou nominal.3.4 PROJEÇÃO
Você já ouviu falar em projeção? E projeções cartográfi cas? Vamos conhe-
cer? A forma da Terra se aproxima a um elipsoide devido a seus polos serem 
achatados. No entanto, nosso planeta possui áreas com diversas variações de 
altitudes, caracterizando seu formato acidentado e irregular, sendo que o geoide é 
a melhor representação do formato real da Terra. Existem várias projeções carto-
gráfi cas desenvolvidas pelo homem, a fi m de representar a esfericidade terrestre 
em mapas e cartas. 
A fi m de solucionar as questões relacionadas com a forma do 
planeta, foram feitas algumas adaptações, buscando aproximar 
a realidade da superfície terrestre para uma forma passível de 
ser geometricamente transformada em uma superfície plana e 
facilmente manuseável: um mapa (FITZ, 2008a, p. 41).
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 Cartografia e Novas Tecnologias
FIGURA 21 – REPRESENTAÇÃO DAS ONDULAÇÕES DO GEOIDE
FONTE: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Geoide#/media/Fi-
le:Geoids_sm.jpg>. Acesso em: 2 maio 2019.
Para facilitar os estudos geodésicos, utiliza-se um elipsoide de referência ou 
elipsoide de revolução, que é a fi gura geométrica gerada pela rotação de uma 
semielipse em torno de um de seus eixos, uma vez que se aproxima da forma do 
geoide e permite aplicações por meio de cálculos. Existem mais de 70 diferentes 
elipsoides de referência (ou revolução) utilizados em trabalhos técnicos no mun-
do, desse modo, em várias regiões do nosso planeta o profi ssional técnico utiliza-
rá aquele que melhor se adequar ao seu local. 
Geodésia é a ciência que estuda as formas, as dimensões e os 
campos gravitacionais do planeta.
Um sistema geodésico, também denominado datum geodésico, é defi nido 
pela forma e tamanho do elipsoide de referência e a posição dele em relação ao 
geoide. O Sistema Geodésico Brasileiro (SGB) é constituído por redes de altime-
tria, gravimetria e planimetria. A referência da rede altimétrica está vinculada ao 
geoide, determinando as altitudes. Já a referência da rede planimétrica, que de-
termina a latitude e a longitude, é vinculada ao Sistema de Referência Geocêntri-
co para as Américas (SIRGAS 2000). A referência da rede gravimétrica é vincula-
da a diversas estações no território nacional, que fornecem dados gravitacionais.
37
FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA CARTOGRAFIA Capítulo 1 
O Sistema Geodésico Brasileiro (SGB) possui sua rede planimétrica vincula-
da ao SIRGAS 2000. Esse sistema é o elipsoide de revolução adotado atualmente 
no Brasil. No Brasil, já foram adotados outros, como o elipsoide Córrego Alegre e 
SAD69 (South American Datum). Existe ainda o WGS-84, considerado o Datum 
mundial.
Você conhece o SIRGAS 2000? O SIRGAS é o Sistema de Re-
ferência Geocêntrico para as Américas. Ele teve início na Conferência 
Internacional para a Defi nição de um Sistema de Referência Geocên-
trico para a América do Sul em 1993. Para saber mais a respeito so-
bre o SIRGAS 2000, basta acessar o site e conhecer um pouco sobre 
esse projeto multinacional. Disponível em: http://www.sirgas.org/pt/. 
No século XVII, Jean Richer (1630-1696), um astrônomo francês, 
verifi cou que existiam diferentes forças gravitacionais em comparação 
com áreas próximas e áreas distantes da linha imaginária do Equador. 
Para isso, ele utilizou um relógio de pêndulo em dois locais distintos, 
observando que atrasava aproximadamente dois minutos e trinta se-
gundos por dia, constatando que a distância da superfície e o centro 
da Terra na linha do Equador era maior que em relação aos polos.
Qualquer ponto situado na superfície terrestre pode ser localizado por meio 
das coordenadas geográfi cas. Esse ponto, para ser encontrado, necessita de 
duas coordenadas, a latitude e a longitude geográfi ca, também denominada ge-
odésica. É a coordenada geográfi ca que fornece a localização de qualquer ponto 
da superfície terrestre. Elas são representadas por meio da notação de graus, 
minutos e segundos. 
Para determinar as coordenadas, precisamos compreender o que é a latitude 
e seus paralelos e o que é a longitude e seus meridianos, vamos lá?
38
 Cartografia e Novas Tecnologias
FIGURA 22 – REPRESENTAÇÃO DA LATITUDE E LONGITUDE
FONTE: <https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/7/75/Mapa_coor-
denadas_geogr%C3%A1fi cas_editado.jpg>. Acesso em: 2 maio 2019.
A latitude corresponde à distância angular dos paralelos em relação à Linha 
do Equador. Os paralelos são linhas circulares imaginárias projetadas horizon-
talmente sobre as representações do planeta no sentido leste-oeste. O principal 
paralelo que existe é a Linha do Equador, que divide o planeta em duas partes, o 
Hemisfério Norte e o Hemisfério Sul.
A longitude corresponde à distância dos meridianos em relação ao Meridiano 
de Greenwich. Toda coordenada deve possuir uma orientação de referência, norte 
(N) ou sul (S) para latitude e leste (L) ou oeste (O) para longitudes. O principal 
meridiano existente é o Meridiano de Greenwich, que também divide o planeta em 
duas partes, o Hemisfério Ocidental e o Hemisfério Oriental.
Você conhece o que é o GPS? Conhecido como Sistema de Po-
sicionamento Global, em inglês Global Positioning System (GPS), foi 
criado na década de 1970 nos Estados Unidos para fi ns militares. O 
GPS consegue fornecer a localização exata na superfície terrestre 
de pessoas ou objetos. O uso do GPS na Cartografi a tem sido muito 
importante, pois essa ferramenta consegue delimitar e medir elemen-
tos, como propriedades, rios, morros, limites de municípios etc., que 
posteriormente serão representados cartografi camente.
39
FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA CARTOGRAFIA Capítulo 1 
FIGURA 23 – GPS
FONTE: <https://bit.ly/3azWm9h>. Acesso em: 2 maio 2019.
Atividades De Estudo:
“Sonhei estar no relógio de meu pai
Com Ptolomeu e entre estrelas de rubi
Fixas entre esferas - o Primeiro Móvel
Luziu espiralado no fi m do espaço
E as esferas dentadas se devoraram 
Até fi ndar o tempo e a caixa lacrar-se”.
(John Ciardi “My father’s Watch”)
1 O poema faz alusão a um instrumento que foi fundamental para a 
solução de um problema de ordem geográfi ca. Uma vez resolvido 
esse problema, a navegação e as possibilidades de exploração 
de novos territórios estariam, de uma vez por todas, resolvidas. 
Trata-se do problema da(o):
a) Cartografi a.
b) Relógio.
c) Latitude.
d) Longitude.
40
 Cartografia e Novas Tecnologias
Quando falamos em latitude e longitude, estamos nos referindo a um siste-
ma de coordenadas esféricas. No entanto, existem outros tipos de sistemas de 
coordenadas que utilizam valores lineares e que são chamados de coordenadas 
planas ou plano-retangulares. Com os avanços tecnológicos que estão acompa-
nhando a Cartografi a, tornou-se popular o uso do Sistema Universal Transversa 
de Mercator (UTM), também conhecido como Sistema Gauss-Kruger, o qual é 
baseado em coordenadas plano-retangulares. 
Essa projeção UTM é plana e é caracterizada por paralelos e meridianos 
retos e equidistantes. A sua superfície de projeção é um cilindro transverso, per-
pendicular ao meridiano central, dividindo a Terra de 6 em 6 graus, totalizando 60 
fusos, denominados zonas. Para facilitar a utilização, as zonas foram divididas a 
cada 8 graus, no sentido paralelo à Linha do Equador, totalizando 20 divisões re-
presentadas pelas letras do alfabeto, com exceção das letras A, B, I, O, Y e Z. Por 
questão de conversão, a divisão representada pela letra X, localizada na região 
do Polo Norte, possui 12 graus.
FIGURA 24 – SISTEMA UNIVERSAL TRANSVERSA DE MERCATOR (UTM)
FONTE: <https://docs.qgis.org/2.14/pt_BR/_images/utm_zo-
nes.png>. Acesso em: 2 maio 2019.
Cada zona UTM é associada a coordenadas planas. Ressalta-se que toda re-
presentação plana de uma superfície curva apresenta deformações. Dessa forma, 
qualquer mapa em qualquer projeção, fi gura apenas como uma representação 
aproximada da superfície terrestre. Segundo Fitz (2008a), existem várias outras 
metodologias para se classifi caras projeções cartográfi cas, buscando sempre o 
melhor ajuste da superfície a ser representada.
41
FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA CARTOGRAFIA Capítulo 1 
QUADRO 3 – CLASSIFICAÇÃO DAS PROJEÇÕES CARTOGRÁFICAS
Classifi cação quanto às deformações apresentadas
Projeções Conformes 
ou Semelhantes
Mantêm a verdadeira forma das áreas a serem representadas.
Projeções Equi-
distantes
Apresentam constância entre as distâncias representadas.
Projeções Equiv-
alentes
Possuem a propriedade de manter constantes as di-
mensões relativas das áreas representadas.
Projeções Azimu-
tais ou Zenitais
Destinadas a fi nalidades bem específi cas, quando nem 
as projeções conformes ou equivalentes satisfazem.
Projeções Afi láticas 
ou arbitrárias
Não possuem nenhuma das propriedades das anteriores, não 
conservam áreas, ângulos, distâncias e nem os azimutes.
Classifi cação quanto à localização do ponto de vista
Gnômica ou Central Quando o ponto de vista está situado no centro do elipsoide.
Estereográfi ca Quando o ponto de vista se localiza na extremidade dia-
metralmente aposta à superfície de projeção.
Ortográfi ca Quando o ponto de vista se situa no infi nito.
Classifi cação quanto ao tipo de superfície de projeção
Plana Quando a superfície de projeção é um plano.
Cônica Quando a superfície de projeção é um cone.
Cilíndrica Quando a superfície de projeção é um cilindro.
Poliédrica Quando se utilizam vários planos de proje-
ção que, reunidos, formam um poliedro.
Classifi cação quanto à situação da superfície de projeção
Tangente Quando a superfície de projeção tangencia o elip-
soide em um ponto ou em uma linha.
Secante Quando a superfície de projeção corta o elipsoide em 
dois pontos ou em duas linhas de secância.
FONTE: Adaptado de Fitz (2008b)
42
 Cartografia e Novas Tecnologias
FIGURA 25 – REPRESENTAÇÃO DAS PROJEÇÕES QUANTO À PO-
SIÇÃO E À SITUAÇÃO DA SUPERFÍCIE DE PROJEÇÃO
FONTE: Adaptada de Fitz (2008b)
43
FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA CARTOGRAFIA Capítulo 1 
Você gosta de ler? Conheça a principal obra literária de Dava 
Sobel, Longitude. Nesse livro, ela conta a fantástica jornada de John 
Harrison, relojoeiro do século XVII que criou um relógio (cronômetro) 
tão preciso a ponto de ser utilizado para indicar a longitude do oceano.
FONTE: SOBEL, D. Longitude: a verdadeira história do gênio 
solitário que resolveu o maior problema científi co do século XVIII. 
São Paulo: Companhia de Bolso, 2008.
Atividade de Estudo:
1 Existem diversos sistemas geodésicos que são utilizados no mun-
do. O Datum geodésico é defi nido pela forma e tamanho do elipsoi-
de de referência e a posição dele em relação ao geoide. O Sistema 
Geodésico Brasileiro (SGB) é constituído por redes de altimetria, 
gravimetria e planimetria. No atual SGB, a rede altimétrica, gravi-
métrica e planimétrica está associada, respectivamente:
a) Geoide, estações gravimétricas e Córrego Alegre.
b) Geoide, estações gravimétricas e SIRGAS 2000.
c) SIRGAS 2000, Geoide e SAD69.
d) SAD69, SIRGAS 2000 e elipsoide de revolução.
2 Desde a Grécia antiga estuda-se o formato da Terra, acreditan-
do-se, naquela época, que sua superfície era esférica. Posterior-
mente, por meio de vários outros estudos, descobriu-se que a 
Terra possuía irregularidades no seu formato (acidentado e irre-
gular), sendo que o geoide é a melhor representação do formato 
real da Terra. No que se refere à defi nição de um geoide, assinale 
a alternativa CORRETA:
a) É uma fi gura geométrica defi nida, o que possibilita a aplicação de 
cálculos matemáticos.
b) É defi nido como um círculo de referência, onde o vetor gravidade 
é nulo nos polos.
c) É um elipsoide de revolução elaborado por meio do campo gravi-
tacional presente na linha do equador e nos trópicos de câncer e 
capricórnio.
d) É uma superfície onde o potencial do campo de gravidade da Ter-
ra é constante, sendo que em cada ponto o vetor gravidade será 
perpendicular à superfície.
44
 Cartografia e Novas Tecnologias
3.5 SIMBOLIZAÇÃO
Talvez o mais complexo dos atributos de um mapa seja a simbolização. Para 
se criar um mapa, é necessário utilizar uma simbologia que represente o mundo 
real. Na representação cartográfi ca, se um elemento ou atributo é mapeado, ge-
ralmente é dito que foi simbolizado. Existem duas classes principais de símbolos 
que são usadas nos mapas: o replicativo e o abstrato. 
Os símbolos replicativos são aqueles que são projetados para se parecer 
com suas contrapartes do mundo real; eles são utilizados para representar ape-
nas objetos tangíveis, ou seja, que são concretos, por exemplo, mares, fl orestas, 
estradas, casas e carros. Os símbolos abstratos geralmente são formados por 
formas geométricas, como triângulos, quadrados e círculos. Eles são tradicional-
mente usados para representar quantias que variam de lugar para lugar; eles po-
dem representar qualquer coisa e exigem sofi sticação do usuário.
A simbolização é um processo que está associado ao uso da escala no 
mapa. Em escalas menores, é impossível representar as características detalha-
das, nesse caso, distorções serão necessárias. Por exemplo, os rios nos mapas 
de base são alargados e as cidades que possuem limites na realidade são repre-
sentados por quadrados ou pontos. A escolha de quais símbolos utilizar no mapa 
fi nal não é tão fácil assim, pois o processo de simbolização em mapeamentos é 
mais complexo, devido a uma variedade de fatores, por exemplo: a informação e/
ou dado a ser representado, o tipo de dados utilizado, o leitor da informação, entre 
outros. Nos aprofundaremos nesses fatores no Capítulo 2, quando entenderemos 
a representação e a comunicação cartográfi ca. 
Você sabia que foi criado um sistema de símbolos que fi cou co-
nhecido como convenções cartográfi cas? Essa convenção cartográ-
fi ca reúne vários símbolos e foi escolhida por possuir um certo grau 
de compreensão, facilitando desse modo a leitura e o entendimento 
do mapa.
45
FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA CARTOGRAFIA Capítulo 1 
FIGURA 26 – SIMBOLIZAÇÃO DE UM MAPA TOPOGRÁFICO
FONTE: <https://portaldemapas.ibge.gov.br/portal.php#ma-
pa16438>. Acesso em: 2 maio 2019.
A seleção dos símbolos do mapa deve se basear na associação lógica en-
tre: o nível de medição/representação proposto no mapa e as variáveis gráfi cas e 
convenções utilizadas, permitindo, desse modo, uma leitura fácil para o entendi-
mento do mapa. A grande variedade de mapeamentos realizados atualmente na 
superfície terrestre necessita de vários símbolos e pode acontecer do número de 
símbolos preexistentes não conseguir representar o dado proposto, desse modo, 
se necessário, pode ser representado utilizando uma combinação de vários sím-
bolos ou, ainda, através do uso de uma representação especial, mas que deve ser 
acrescida no rodapé da correspondente carta ou mapa.
Você sabia que para facilitar a identifi cação dos fenômenos ma-
peados, os símbolos geralmente são impressos em cores nas cartas 
topográfi cas, sendo que cada cor representa um tipo de fenômeno? 
46
 Cartografia e Novas Tecnologias
FIGURA 27 – FENÔMENOS MAPEADOS E SUAS CORES
FONTE: <https://portaldemapas.ibge.gov.br/portal.php#ma-
pa16438>. Acesso em: 2 maio 2019.
Com o surgimento das novas tecnologias computacionais, dos Sistemas de 
Informações Geográfi cas – SIG, Desenho Assistido por Computador – CAD e o 
uso da internet, temos uma nova simbolização, que permite, desse modo, criar 
vários novos tipos de símbolos com as suas ferramentas computacionais e de 
edição. Ainda que todo esse avanço tenha alterado sensivelmente a criação dos 
mapas, essas novas tecnologias não alteram o processo de simbolização dos ma-
pas, que continua sendo essencial na área cartográfi ca.
47
FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA CARTOGRAFIA Capítulo 1 
FIGURA 28 – OUTROS TIPOS DE SIMBOLIZAÇÃO
FONTE: <https://portaldemapas.ibge.gov.br/portal.php#ma-
pa813>. Acesso em: 2 maio 2019.
Atividades de Estudo:
1 Parase diferenciar um mapa de outras representações gráfi cas, 
é preciso possuir alguns atributos básicos. Quais atributos são 
necessários para ser considerado um mapa?
R.:____________________________________________________
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48
 Cartografia e Novas Tecnologias
4 CARTOGRAFIA BRASILEIRA
O desenvolvimento da Cartografi a desde o início de sua história até os dias 
atuais tem acompanhado o progresso da civilização. Esse progresso da Cartogra-
fi a está associado com as guerras, as descobertas científi cas e o desenvolvimen-
to das artes e ciências, que possibilitou e exigiu maior precisão na representação 
gráfi ca da superfície terrestre. No Brasil, o desenvolvimento da Cartografi a está 
intimamente ligado a sua história. Vamos conhecer?
4.1 HISTÓRIA DA CARTOGRAFIA 
BRASILEIRA
Os primeiros mapas da história do Brasil variavam na nomenclatura des-
sa nova terra recém-descoberta: Terra de Vera Cruz, Terra de Santa Cruz, Terra 
Nova, Terra Incógnita, Terra de Papagaios, Terra de Brazília, Terra de Antropó-
fagos etc. Essa terra recém-descoberta era grande demais e raros eram os co-
nhecimentos geográfi cos a seu respeito, propiciando o surgimento de teorias e 
fantasias sobre esse mundo totalmente desconhecido.
FIGURA 29 – MAPA DE JUAN DE LA COSA (1500) – CARTA NÁUTICA MAIS ANTIGA EM 
QUE A AMÉRICA DO SUL FOI ELABORADA APÓS O DESCOBRIMENTO DO BRASIL
FONTE: <https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/4/4a/1500_
map_by_Juan_de_la_Cosa_rotated.jpg>. Acesso em: 1º jul. 2019.
49
FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA CARTOGRAFIA Capítulo 1 
Os mapas do século XVII ainda possuíam muitas características náuticas, e 
foram criados não somente pelos portugueses, como também pelos espanhóis, 
holandeses, franceses e ingleses. 
No século XVIII, a representação cartográfi ca do Brasil nesse momento histó-
rico é singular, pois foi nesse período que Portugal viria a dedicar grande atenção 
aos limites do seu território com a América Espanhola. Grande quantidade de enge-
nheiros, astrônomos e cartógrafos portugueses e brasileiros foi utilizada para levan-
tar e mapear toda a área e a hidrografi a conhecida. Nesse século, chegam ao Brasil 
os padres jesuítas Carbone e Capacci, conhecidos como “padres matemáticos”. 
Eles foram enviados pelo Rei Dom João V, em 1730, para determinarem a latitude 
e a longitude do país e, em seguida, elaborarem os mapas corretos e atualizados, 
procedendo desse modo uma extensa renovação da cartografi a brasileira. 
A cartografi a brasileira do século XIX, com a chegada da família real ao Bra-
sil, tem um enorme avanço, permitindo, desse modo, um grande aperfeiçoamento 
na elaboração das cartas geográfi cas brasileiras. Ao longo desse período, várias 
instituições foram criadas, com destaque para a Real Academia Naval e a Aca-
demia de Artilharia e Fortifi cação, as quais eram responsáveis pelas atividades 
de mapeamentos a campo e de cartografi a. A partir 1875, foi criada a Comissão 
Astronômica do Observatório Imperial, que tinha como fi nalidade a determinação 
de posições geográfi cas do império. Nesse período existiram vários estudos vi-
sando à criação de um órgão responsável por realizar levantamentos geodési-
cos e topográfi cos e confeccionar um mapa exato da área total do país, mas que 
foram malsucedidos nesse propósito. A cartografi a hidrográfi ca durante o século 
XIX foi muito importante para a cobertura e o conhecimento da nação. No fi nal 
daquele século foi criada a Repartição Hidrográfi ca, que era encarregada pelo le-
vantamento e atualização das cartas náuticas brasileiras. Na cartografi a terrestre, 
enormes esforços foram realizados pelo exército para a construção de um mapa 
básico do nosso país de proporções continentais. 
Somente no início do século XX foi criada a Comissão da Carta Geral do Bra-
sil, programa proposto pelo exército. Esse programa foi muito bem organizado, 
com todas as minúcias sobre as operações geodésicas, topográfi cas, astronômi-
cas e cartográfi cas. Durante o século XX, a Cartografi a brasileira, em decorrência 
das duas grandes guerras mundiais, e também pelo desenvolvimento cartográfi co 
europeu e americano, passou por profundas mudanças. O exército contratou, em 
1920, a famosa Missão Austríaca, chefi ada pelo engenheiro Emílio Wolf e com-
posta por vários profi ssionais europeus. Seus trabalhos resultaram numa produ-
ção topográfi ca e cartográfi ca de ótima qualidade do solo brasileiro. 
Em 1921, o exército brasileiro realizou o levantamento do Rio de Janeiro, 
antigo Distrito Federal na escala de 1:50.000. Nesse levantamento foi utilizado 
pela primeira vez um avião para uma cobertura aerofotogramétrica. Na década 
de 1930, o governo brasileiro criou o Instituto Brasileiro de Geografi a e Estatística 
(IBGE), com o objetivo de coordenar as atividades estatísticas, censitárias e geo-
50
 Cartografia e Novas Tecnologias
gráfi cas do país. Ainda na década de 1930, iniciou a preparação do projeto Carta 
do Brasil ao Milionésimo. Esse projeto visava à coleta e ao levantamentos de da-
dos em todo o território nacional, a fi m de que a carta fosse compilada na melhor 
base de documentação cartográfi ca existente. 
Após a Segunda Guerra Mundial, os Estados Unidos, à frente de operações 
estratégicas em todo o mundo, haviam promovido uma extensa cobertura aerofo-
togramétrica, sobretudo em áreas pouco desenvolvidas cartografi camente, e um 
desses locais era o Brasil. Eles haviam fotografado dois terços do território brasi-
leiro, posteriormente, eles cederam todos os negativos. Com esses negativos foi 
possível realizar a documentação e a representação de áreas das regiões Norte e 
Centro-Oeste, até então sem nenhum mapeamento detalhado.
No fi nal do século XX, houve um investimento do governo brasileiro para se 
realizar o aperfeiçoamento teórico e prático em diferentes países, como nos Es-
tados Unidos, Inglaterra, França, Alemanha e Itália, para se conhecer as novas 
tecnologias utilizadas nos mapeamentos. Após esse investimento em pessoal, e 
acompanhando os avanços tecnológicos que aconteceriam ao longo do século 
XX, o governo, no sentido de preencher o imenso vazio territorial brasileiro em 
mapas topográfi cos básicos, investiu e designou ao IBGE o dever de realizar a 
cobertura sistemática do território a fi m de gerar cartas e mapas topográfi cos, in-
dispensáveis ao desenvolvimento econômico e social do país. 
Desse modo, o IBGE investiu na aquisição de vários instrumentos fotogramé-
tricos em parceria com outros órgãos, instituições e empresas brasileiras para 
realizar diversos estudos, que já cobrem todo o território brasileiro, permitindo, 
assim, o Brasil estar hoje, no século XXI, perfeitamente equipado, desde a área 
governamental (nível federal, estadual e municipal), mas também em várias ins-
tituições de pesquisas, empresas públicas e privadas para qualquer tipo de pla-
nejamento, execução e representação cartográfi ca, desde mapeamentos macro a 
microdetalhados.
4.2 PRINCIPAIS ÓRGÃOS E 
INSTITUIÇÕES CARTOGRÁFICOS 
BRASILEIROS 
Agora conheceremos alguns órgãos cartográfi cos brasileiros importantes. No 
Brasil existe um alto número de órgãos e instituições envolvidas nas atividades 
cartográfi cas.
• SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARTOGRAFIA, GEODÉSIA, FOTO-
GRAMETRIA E SENSORIAMENTO REMOTO (SBC): a SBC é conside-
51
FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA CARTOGRAFIA Capítulo 1 
rada uma das mais antigas sociedades técnico-científi cas em atividade 
no Brasil, tendo seu início datado da década de 1950. A SBC possui 
como objetivo principal o desenvolvimento dos estudos e pesquisas no 
campo da Cartografi a e áreas afi ns, buscando, desse modo, disseminar 
o conhecimento. A SBC publica a Revista Brasileira de Cartografi a, que 
possui alto teor de impacto em várias áreas do conhecimento. 
• INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE): o 
IBGE surgiuem 1936 e possui como uma das suas principais funções 
na área cartográfi ca, a coordenação dos sistemas estatísticos e carto-
gráfi cos nacionais. Além de coordenar essa área, o IBGE elabora cartas 
e mapas em nível: local, regional, nacional e internacional, e também é 
o gestor da mapoteca nacional, permitindo, desse modo, que todos te-
nham acessos livres e gratuitos aos materiais e estudos realizados.
Você sabia que o IBGE possui um portal que contém cerca de 
33.000 mapas disponíveis e com vários temas que poderão ser utiliza-
dos nas suas aulas e dinâmicas? Para você ter acesso ilimitado a eles, 
basta criar uma conta! Para saber mais, não deixe de acessar o link, 
disponível em: https://portaldemapas.ibge.gov.br/portal.php#homepage.
• COMISSÃO NACIONAL DE CARTOGRAFIA (CONCAR): a CONCAR é 
um órgão colegiado do Ministério do Planejamento, descendente da an-
tiga Comissão de Cartografi a (COCAR), que possui o objetivo de criar 
e promover a padronização de nomes geográfi cos dentro do território 
brasileiro, assim como dos nomes estrangeiros que serão inseridos em 
produtos cartográfi cos nacionais. Uma das atribuições da CONCAR é 
coordenar a execução da Política Cartográfi ca Nacional. 
Você sabia que a CONCAR desempenha um papel de desta-
que para incorporar as novas tecnologias na geração de produtos 
cartográfi cos de qualidade, bem como promover a qualidade e a in-
tegração dos serviços e produtos cartográfi cos nos níveis federal, 
estadual e municipal? Para saber mais, não deixe de acessar o link 
disponível em: https://www.concar.gov.br/Default.aspx.
52
 Cartografia e Novas Tecnologias
• DIRETORIA DE SERVIÇO GEOGRÁFICO (DSG): o Serviço Geográfi co 
foi criado em 1890, inicialmente em outro órgão e depois transferido para 
o Ministério do Exército (Antigo Ministério da Guerra). No início do século 
XX iniciou a execução do Projeto “A Carta Geral do Brasil”. Atualmente, 
é um órgão de apoio técnico-normativo do Departamento de Ciência e 
Tecnologia (DCT), departamento dentro do Exército. Esse órgão possui 
como objetivo a elaboração de produtos cartográfi cos para uso do exér-
cito brasileiro.
Pronto, agora você já conhece alguns órgãos e instituições que possuem pa-
pel de destaque na Cartografi a nacional.
Atividades de Estudo:
1 Acesse o site da Revista Brasileira de Cartografi a (disponível em: 
http://www.seer.ufu.br/index.php/revistabrasileiracartografi a/sear-
ch/search) e realize uma pesquisa utilizando as palavras: “car-
tografi a” “educação” (dos últimos 10 anos). Você encontrará 
o artigo “Olimpíadas de Âmbito Nacional para o Ensino Médio”, 
que mostrará o uso da Cartografi a na educação. Faça uma aná-
lise crítica sobre o uso da Cartografi a no Ensino Médio e como 
a Olimpíada Brasileira de Cartografi a (OBRAC) pode contribuir 
para a formação dos alunos nessa faixa etária.
R.:____________________________________________________
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______________________.
ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
Primeiramente, vimos um breve histórico sobre a origem da Cartografi a, o 
qual permitiu que fossem entendidas a origem e a evolução da Cartografi a (no 
mundo e no Brasil) e também conseguimos distinguir os tipos de representação 
cartográfi ca ao longo do tempo, pois as representações gráfi cas da superfície ter-
restre possuem papel importante na vida do ser humano há milhares de anos. 
53
FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA CARTOGRAFIA Capítulo 1 
Vários povos, como babilônios, chineses, egípcios e maias, já apresentavam o 
costume de representar o local, o ambiente onde viviam, os trajetos de caçada, os 
percursos de rios, as áreas e os territórios conquistados, entre outros. 
Posteriormente, você conheceu o que é Cartografi a, suas defi nições e con-
ceitos básicos, por exemplo, para ser considerado um mapa são necessários três 
atributos básicos: escala, projeção e simbolização. Existem três formas de repre-
sentar a escala em mapas: a gráfi ca, a numérica e a nominal. A escala gráfi ca é 
considerada a mais utilizada em mapas. Diferentemente do que se pensava, hoje 
sabemos que a Terra não é redonda e sua forma aproximada é um geoide e, uma 
vez que se torna difícil aplicações com esse formato, por convenção, utilizamos 
um elipsoide de referência. O Sistema Geodésico Brasileiro (SGB) é constituí-
do por redes de altimetria, gravimetria e planimetria (vinculada ao SIRGAS 2000, 
que determina as latitudes e as longitudes). Atualmente, o Brasil utiliza o SIRGAS 
2000 como referência.
Talvez o mais complexo dos atributos de um mapa seja a simbolização, pois, 
para se criar um mapa, é necessário utilizar uma simbologia que represente o 
mundo real de forma adequada. Na representação cartográfi ca, se um elemento 
ou atributo é mapeado, geralmente é dito que pode ser simbolizado. Existem duas 
classes principais de símbolos que são usadas nos mapas: o replicativo e o abs-
trato. Com o que abordamos ao longo dessa seção, você será capaz de analisar e 
interpretar as defi nições e os conceitos básicos sobre a Cartografi a. 
Por fi m, você conheceu a história da Cartografi a brasileira, que o desenvol-
vimento da Cartografi a está intimamente ligado a sua história e também conhe-
ceu alguns órgãos cartográfi cos brasileiros importantes. No Brasil existe um alto 
número de órgãos e instituições envolvidas nas atividades cartográfi cas e estão 
presentes no nosso dia a dia.
REFERÊNCIAS
DENT, B. D.; TORGUSON, J. S.; HODLER, T. W. Cartography: thematic map 
design. 6. ed. Nova York: McGraw-Hill, 2009.
DUARTE, P. A. Fundamentos de Cartografi a. Florianópolis: EDUFSC, 1994.
EMBRAPA MONITORAMENTO POR SATÉLITE. Satélites de monitoramento. 
Campinas: Embrapa Monitoramento por Satélite, 2013. Disponível em: http://
www.sat.cnpm.embrapa.br. Acesso em: 2 maio 2019.
54
 Cartografia e Novas Tecnologias
FAZAL, S. GIS Basics. New Delhi: New Age International, 2008. E-Book. 350 p.
FITZ, P. R. Cartografi a básica. São Paulo: Ofi cina de Textos, 2008a.
FITZ, P. R. Geoprocessamento sem complicação. São Paulo: Ofi cina de 
Textos, 2008b.
FRANCISCHETT, M. N. A cartografi a no ensino-aprendizagem da geografi a. 
Covilhã: Biblioteca On-line de Ciências da Comunicação, 2004.
IBGE – INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Noções 
básicas de Cartografi a. Rio de Janeiro: IBGE,1999.
JOLY, F. A Cartografi a. Campinas: Papirus, 1990.
KIMBLE, G. H. T. A geografi a na Idade Média. Tradução de Márcia Siqueira de 
Carvalho. Londrina: Eduel, 2013. 
OLIVEIRA, C. Dicionário cartográfi co. 4. ed. Rio de Janeiro. IBGE, 1993. 
SAMPAIO, T. V. M.; BRANDALIZE, M. C. B. Cartografi a geral, digital e 
temática. Curitiba: Programa de Pós-Graduação em Ciências Geodésicas, 2018. 
v. 1.
CAPÍTULO 2
REPRESENTAÇÃO E COMUNICAÇÃO 
CARTOGRÁFICA
A partir da perspectiva do saber-fazer, são apresentados os seguintes 
objetivos de aprendizagem:
 Defi nir os conceitos básicos de comunicação cartográfi ca e seus componentes.
 Apontar as formas de interpretação de mapas.
 Analisar e interpretar como é realizada a comunicação cartográfi ca.
 Avaliar e obter conhecimento sobre como realizar a leitura e a interpretação de 
mapas.
56
 Cartografia e Novas Tecnologias
57
REPRESENTAÇÃO E COMUNICAÇÃO CARTOGRÁFICA Capítulo 2 
1 CONTEXTUALIZAÇÃO
Prezado acadêmico,
Atualmente, na cartografi a, os mapas possuem propriedades específi cas que 
permitem ao autor de um mapa retratar um fenômeno geográfi co utilizando sim-
bologias próprias, proporcionando, assim, a difusão do conhecimento de modo 
amplo e objetivo. A criação de mapas inclui várias etapas, como a visualização, 
a coleta, a análise e a interpretação dos dados; a confecção de mapas; o mapa 
fi nalizado e a sua posterior leitura, utilizando o pensamento cartográfi co do leitor. 
Os mapas criados utilizam as variáveis gráfi cas que possuemo objetivo de 
melhorar a visualização e a comunicação do fenômeno geográfi co, permitindo, 
desse modo, distinguir as informações analisadas. Contudo, para simbolizar os 
tipos de dados existentes, é necessário utilizar uma representação gráfi ca especí-
fi ca que, empregada nas diferentes formas – pontual, linear ou poligonal, amplia a 
efi ciência da informação. Os princípios dessa representação pertencem à semio-
logia gráfi ca. 
Todos os mapas possuem seus próprios objetivos conforme sua elaboração, 
criando diferentes tipos de mapas. Por exemplo, os mapas sistemáticos são utili-
zados para ser a base da cartografi a, demonstrando as projeções existentes, sua 
simbolização e escalas. Já os mapas temáticos são empregados para simbolizar 
os fenômenos geográfi cos, respondendo o que, onde e quando eles ocorrem, uti-
lizando simbologias gráfi cas pensadas para auxiliar a leitura e a interpretação do 
usuário fi nal desses dados.
Dessa forma, nos aprofundaremos, neste capítulo, na comunicação, na leitu-
ra e na interpretação cartográfi ca e como esses fundamentos podem ser analisa-
dos através dos mapas.
2 A COMUNICAÇÃO CARTOGRÁFICA
O conteúdo central da Cartografi a é a sua comunicação cartográfi ca, que é 
transmitida pelas informações que estão presentes nos mapas, cartas, plantas, 
croquis etc. A comunicação cartográfi ca é capaz de ser compreendida como um 
processo que envolve o uso da mente no reconhecimento de padrões e suas re-
lações no contexto espacial. Contudo, é uma função analítica que não será capaz 
de ser facilmente reproduzida pelos softwares SIG, devido ao seu processo ana-
lítico linear. A mensagem a ser transmitida começa na realidade, mas, a fonte de 
conteúdo intelectual é o autor, a ideia a ser transmitida no mapa depende daquilo 
que o autor conhece ou vivenciou na realidade. 
58
 Cartografia e Novas Tecnologias
Para se comunicar de forma efi caz, de forma que o leitor consiga interpretar de 
maneira correta o que um produto cartográfi co está ilustrando, é necessário conhe-
cer alguns fatores essenciais na comunicação cartográfi ca. Vamos conhecer?
QUADRO 1 – FATORES ESSENCIAIS PARA UMA BOA COMUNICAÇÃO CARTOGRÁFICA
Fatores Destaque
AUTOR
Início da comunicação cartográfi ca; o responsável pela criação do produto 
cartográfi co deve conhecer não somente sua realidade, mas conhecer tam-
bém o potencial de leitura e interpretação dos seus leitores; vários tipos de 
mapas são criados, mas se a análise for incorreta pode prejudicar o alcance 
do material criado. 
MENSAGEM
A mensagem a ser transmitida pelo mapa pode ser fácil ou difícil; a mensa-
gem precisa ser clara para o autor, caso contrário, o mapa criado será incom-
pleto; se o produto cartográfi co criado propor transmitir duas ou mais ideias 
ou mensagens, possivelmente será necessário criar mapas individuais para 
cada uma delas, pois essa fragmentação das ideias evita que o leitor interpre-
te de forma incorreta as ideias transmitidas, prejudicando, assim, o alcance 
do produto criado.
TÉCNICA 
UTILIZADA
A técnica utilizada no mapeamento está relacionada a qual projeção usar, quais 
simbolizações empregar e qual escala será apropriada para favorecer a comu-
nicação cartográfi ca; os erros ocasionados pela escolha incorreta de qual técni-
ca utilizar podem acontecer em qualquer momento durante a criação do produto 
cartográfi co – coleta de dados, processamento e fi nalização; os erros relaciona-
dos à simbolização podem acarretar em erros no título, legenda e no formato de 
como será exportado o mapa, prejudicando a leitura do leitor.
LEITOR
As próprias características e experiências que o leitor possui são uma barrei-
ra para uma comunicação cartográfi ca efetiva; pode surgir um problema de 
difi culdade de compreensão e interpretação do mapa criado. 
MENSAGEM 
INTERPRETADA 
PELO LEITOR
O treinamento na análise de mapas fornece uma saída para aprimorar a men-
sagem interpretada pelo leitor; um modo de facilitar essa mensagem para 
o leitor seria – antes ou depois da inserção do mapa no material ou local 
indicado – acompanhar uma explicação para auxiliar em uma comunicação 
efetiva do material criado; os fatores mencionados – autor; mensagem; técni-
ca utilizada e o leitor – têm infl uência direta no que o destinatário conseguiu 
interpretar sobre. 
FONTE: O autor
Esses cinco fatores mencionados – o leitor e a mensagem interpretada por 
ele – são condições que estão fora do alcance do autor e que não são manipulá-
veis na comunicação cartográfi ca, pois são aspectos que o autor pode não des-
pertar no usuário. O leitor, com as suas características e experiências do mundo 
real, indica um aspecto relevante na comunicação cartográfi ca.
59
REPRESENTAÇÃO E COMUNICAÇÃO CARTOGRÁFICA Capítulo 2 
FIGURA 1 – EXEMPLO DE COMUNICAÇÃO CARTOGRÁFICA
FONTE: O autor
Um mapa complexo proposto para uso de geógrafos, arquitetos, engenhei-
ros e planejadores – exemplo: mapa do plano diretor de um município (Figura 2) 
– não será devidamente entendido por um cidadão comum, pois ele quer saber 
somente onde será construído um novo conjunto habitacional e não as dimensões 
de cada lote desse local e outros detalhes de engenharia, por exemplo. Dessa 
mesma forma, um mapa simples – exemplo: mapa de delimitação de área (Figura 
3) – criado para auxiliar um produtor rural na localização de qual área utilizar, é 
melhor avaliado pelo usuário fi nal em termos de interpretação. 
FIGURA 2 – MAPA COMPLEXO
FONTE: <https://bit.ly/2xDbh3Q>. Acesso em: 4 ago. 2019.
60
 Cartografia e Novas Tecnologias
FIGURA 3 – MAPA SIMPLES
FONTE: O autor
Na Cartografi a, a construção de cada mapa é sempre um 
desafi o, tendo sempre em mente a confecção de um mapa 
efi ciente. O mapa deve cumprir sua função, ou seja, dizer o que, 
onde e como ocorre um determinado fenômeno geográfi co, 
utilizando os símbolos gráfi cos especialmente planejados para 
facilitar a compreensão pelo usuário a quem se destina (LOCH, 
2006, p. 105).
2.1 A COMUNICAÇÃO E A 
VISUALIZAÇÃO DOS MAPAS
Existe considerável discussão sobre os papéis da comunicação e visualiza-
ção dentro do contexto da cartografi a. Onde a comunicação do mapa se encaixa? 
Esperamos o leitor para interagir de forma cognitiva? 
Uma das contribuições da Cartografi a nas últimas décadas foi reconhecer 
que os leitores de mapas são diferentes, e não simples partes mecânicas e im-
pensadas do processo; eles trazem para a atividade de leitura de mapas experi-
ências e cognição. 
61
REPRESENTAÇÃO E COMUNICAÇÃO CARTOGRÁFICA Capítulo 2 
A comunicação cartográfi ca é importante sempre 
que os mapas forem apresentados de forma 
defi nitiva ao usuário. Então, a visualização, a leitura 
ou a interpretação do mapa por parte do usuário 
acontecerá sem que ele possa modifi car o conteúdo, 
a simbologia ou a disposição dos elementos que 
formam o mapa (LOCH, 2006, p. 114).
Na comunicação cartográfi ca, o mapeamento envolve a conversão 
dos dados visualizados em um conjunto de marcas gráfi cas (símbolos) 
aplicadas de maneira rigorosa, que são empregadas no mapa. A comu-
nicação cartográfi ca requer que o autor saiba alguma informação sobre 
o leitor dos mapas com o propósito de que os dados sejam transferidos 
de modo efi ciente. 
Joly (1990, p. 17) cita que “um mapa é o conjunto de sinais e de cores que 
traduz a mensagem expressa pelo autor. Os objetos cartográfi cos são transcritos 
através de grafi smos ou símbolos, que resultam de uma convenção proposta ao 
leitor pelo autor, e que é lembrada num quadro de sinais ou na legenda do mapa”.
2.2 SEMIOLOGIA GRÁFICA
Conforme o fenômeno mapeado, existem três modos básicos para aparecer 
a informação na cartografi a: como pontos, linhas ou área/polígono (Figura 4). Es-
ses componentes de qualifi cação dos fenômenos são conhecidos como primitivas 
gráfi cas, que segundo Loch (2006, p. 123), “são elementos gráfi cos básicos para 
a representação cartográfi ca e constituem o alfabeto

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