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Prévia do material em texto

CARTOGRAFIA TEMÁTICA
Marcos Esdras Leite
Rachel Inêz de Castro Oliveira
Montes Claros - MG, 2010
2010
Proibida a reprodução total ou parcial.
Os infratores serão processados na forma da lei.
EDITORA UNIMONTES
Campus Universitário Professor Darcy Ribeiro
s/n - Vila Mauricéia - Montes Claros (MG)
Caixa Postal: 126 - CEP: 39041-089 
Correio eletrônico: editora@unimontes.br - Telefone: (38) 3229-8214
REITOR
Paulo César Gonçalves de Almeida
VICE-REITOR
João dos Reis Canela
DIRETOR DE DOCUMENTAÇÃO E INFORMAÇÕES
Giulliano Vieira Mota
Andréia Santos Dias
Bárbara Cardoso Albuquerque
Clésio Robert Almeida Caldeira
Débora Tôrres Corrêa Lafetá de Almeida
Diego Wander Pereira Nobre
Gisele Lopes Soares
REVISÃO DE LÍNGUA PORTUGUESA Jéssica Luiza de Albuquerque
Maria Cristina Ruas Abreu Karina Carvalho de Almeida
Rogério Santos Brant
REVISÃO TÉCNICA
Anete Marília Pereira
Kátia Vanelli Leonardo Guedes Oliveira
IMPRESSÃO, MONTAGEM E ACABAMENTO
Gráfica Yago 
PROJETO GRÁFICO E CAPA
Alcino Franco de Moura Júnior
Andréia Santos Dias
EDITORAÇÃO E PRODUÇÃO
Alcino Franco de Moura Júnior - Coordenação
CONSELHO EDITORIAL
Maria Cleonice Souto de Freitas
Rosivaldo Antônio Gonçalves
Sílvio Fernando Guimarães de Carvalho
Wanderlino Arruda
Copyright ©: Universidade Estadual de Montes Claros
Catalogação: Biblioteca Central Professor Antônio Jorge - Unimontes
Ficha Catalográfica: 
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS - UNIMONTES
Ministro da Educação
Fernando Haddad
Secretário de Educação a Distância
Carlos Eduardo Bielschowsky
Coordenador Geral da Universidade Aberta do Brasil
Celso José da Costa 
Governador do Estado de Minas Gerais
Antônio Augusto Junho Anastasia
Secretário de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior
Alberto Duque Portugal
Reitor da Universidade Estadual de Montes Claros - Unimontes
Paulo César Gonçalves de Almeida
Vice-Reitor da Unimontes
João dos Reis Canela
Pró-Reitora de Ensino
Maria Ivete Soares de Almeida
Coordenadora da UAB/Unimontes
Fábia Magali Santos Vieira
Coordenadora Adjunta da UAB/Unimontes
Betânia Maria Araújo Passos
Diretor do Centro de Ciências Humanas - CCH
Mércio Coelho Antunes
Chefe do Departamento de Geociências
Coordenadora do Curso de Geografia a Distância
Janete Aparecida Gomes Zuba
Guilherme Augusto Guimarães de Oliveira
AUTORES
Marcos Esdras Leite
Mestre em Geografia pela Universidade Federal de Uberlândia. 
Pesquisador do Departamento de Geociências Unimontes. Doutorando em 
Geografia pela Universidade Federal de Uberlândia.
E-mail: marcosesdras@ig.com.br
Rachel Inêz de Castro Oliveira
Mestre em Geografia pela Universidade Federal de Uberlândia. Professora e 
Pesquisadora do Departamento de Geociências Unimontes.
Professor e 
SUMÁRIO
Apresentação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 07
Unidade 1 - Comunicação e elaboração de cartas temáticas na geografia 09
1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 09
1.1 A cartografia temática e suas relações com a geografia . . . . . . . 09
1.2 A comunicação visio-espacial e a semiologia gráfica. . . . . . . . . 14
1.3 Elaboração, leitura, análise e interpretação de mapas temáticos 23
1.4 Cartas topográficas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
1.5 Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51
Unidade 2 - As geotecnologias, a cartografia turística e os gráficos . . . . 53
2 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53
2.1 Novas tecnologias aplicadas à cartografia. . . . . . . . . . . . . . . . . 53
2.2 Cartografia turística . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 67
2.3 Gráficos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 70
2.4 Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 85
Resumo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 87
Referências básicas, complementares e suplementares . . . . . . . . . . . . 89
Atividades de aprendizagem - AA. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 91
APRESENTAÇÃO
07
A necessidade de entender e racionalizar o espaço sempre foi o 
ponto de partida para o avanço das ciências que estudam as formas de 
ocupação do espaço (geografia, ciências cartográficas, engenharia e outras). 
O mapa é consequência dessa preocupação do homem de representar o 
espaço real de forma cartográfica, a fim de pensá-lo de maneira mais efetiva, 
além de ter registrado a forma de ocupação num dado momento histórico, o 
que no futuro permitirá estabelecer parâmetros.
Os mapas são usados desde seu surgimento para várias finalidades – 
agricultura, descrição da paisagem, manifestações religiosas, ações militares 
– o que os tornam peças fundamentais para entender a complexidade da 
ocupação humana sobre a superfície terrestre. Por isso, Duarte (2002, p. 19) 
afirma que “a história dos mapas confunde-se com a própria história da 
humanidade, tornando-se, por essa razão, um tema inesgotável, bastante 
amplo e complexo, mas, sobretudo, apaixonante pelas surpresas que nos 
são reveladas a cada documento analisado.”
Dada a importância dos mapas, sua elaboração e confecção 
evoluíram, a partir do momento em que se tornaram instrumentos mais 
científicos com a invenção da imprensa, bem como com as contribuições 
inigualáveis de Mercator. Esses avanços estão relacionados à utilidade dos 
mapas no período do Renascimento, pois eram instrumentos 
imprescindíveis na navegação.
Como o mapa é um instrumento que facilita a visão geral de uma 
área, tendo em vista que expõe de forma didática os elementos de certo 
espaço num determinado momento, seu avanço é contínuo, ou seja, a 
humanidade reconhece a utilidade dos mapas. O fato de todos os países, 
principalmente os mais ricos terem órgãos de mapeamento de informações 
geográficas é um indicador da importância desse instrumento para o 
planejamento nacional.
O uso de técnicas de mapeamentos serve para várias finalidades, na 
biologia para mapeamento de populações e incidência de espécies, na 
história para representar como era o espaço no passado, nas ciências agrárias 
para uso do solo e previsão de safra, etc. O uso militar também é muito 
grande, e vale destacar que os grandes avanços que ocorreram nas ciências 
cartográfica e geográfica estão intrinsecamente relacionados a sua aplicação 
militar.
08
Geografia Caderno Didático - 3º Período
Entretanto, a geografia é uma das ciências que mais faz uso dos 
mapas em seus trabalhos. Isso se deve ao objeto de estudo da ciência 
geográfica ser o espaço e, portanto, tudo que é mapeado está em um 
espaço, isso torna a geografia e a cartografia complementares, 
principalmente a cartografia temática que trata especificamente do domínio 
de mapas temáticos.
Com o intuito de tornar esse trabalho de ensino e aprendizagem 
mais significativo, buscamos elaborar um material didático que tratasse a 
cartografia temática dentro do contexto da ciência geográfica, pois é essa 
situação que será vivenciada por vocês durante o curso de graduação em 
geografia.
09
1UNIDADE 1COMUNICAÇÃO E ELABORAÇÃO DE CARTAS TEMÁTICAS NA GEOGRAFIA
INTRODUÇÃO
Nesta unidade trabalharemos com a essência da cartografia 
temática, haja vista que para dominar os mapas temáticos temos que pensar 
a forma de comunicação entre o autor do mapa e o leitor. Dessa forma, esta 
unidade se encontra estruturada para facilitar a compreensão do leitor sobre 
as formas de representação dos dados em cartas temáticas. Nesse sentido, 
estudaremos aqui a Cartografia Temática e suas relações com a Geografia; A 
comunicação visio-espacial e a semiologia gráfica; e laboração, leitura, 
análise e interpretação de cartas temáticas; cartas topográficas. 
O objetivo geral dessa unidade é capacitar o alunoa trabalhar com 
interpretação, leitura e produção de produtos cartográficos aplicados á 
geografia. De maneira especifica essa unidade permitirá, também, entender 
as formas de representação dos dados em mapas temáticos e os métodos de 
facilitar a comunicação entre o autor do mapa e o leitor.
1.1 A CARTOGRAFIA TEMÁTICA E SUAS RELAÇÕES COM A GEOGRAFIA
Ao estudar a disciplina cartografia no período passado, podemos 
perceber o quanto é complexa essa disciplina. O tamanho dessa 
complexidade faz com que ela se divida em duas: Cartografia e Cartografia 
Temática. Vale lembrar que essa medida é adotada internacionalmente.
Voltando ao conteúdo da disciplina Cartografia, estudada 
anteriormente, podemos perceber que sua definição a coloca como ciência 
que representa o espaço em mapas e ao mesmo tempo é compreendida 
como arte, pois confeccionar um mapa também é criar uma obra.
No caso da cartografia temática, vamos compreender como deve 
ser elaborado um produto cartográfico, ou seja, quais são as normas para 
mapas, gráficos ou perfil topográfico. Isso significa que devemos conhecer as 
normas para empregar as cores e as formas dentro de um mapa, isso é 
importante por facilitar a leitura e a interpretação do material cartográfico.
Dessa forma, podemos concluir que a cartografia trabalha com os 
elementos básicos para a elaboração de um mapa, como as projeções, 
coordenadas e fusos horários. Enquanto a cartografia temática está 
relacionada com as normas para elaboração de produtos cartográficos.
Fazendo uma incursão histórica sobre a cartografia temática, o 
professor Marcelo Martinelli do Departamento de Geografia da 
Universidade de São Paulo – USP, um dos maiores especialistas nessa área 
escreveu
10
Geografia Caderno Didático - 3º Período
A progressiva especialização e diversificação das realizações 
da cartografia científica, operadas desde os séculos XVII e 
XVIII e cristalizadas no século XIX, em atendimento às 
crescentes necessidades de aplicação confirmadas com o 
florescimento e sistematização dos diferentes ramos de 
estudos constituídos com a divisão do trabalho cientifico, no 
fim do século XVIII e início do século XIX, culminaram com a 
definição de outro tipo de cartografia, a cartografia temática 
– domínio dos mapas temáticos. (MARTINELLI, 2003, p.21)
Com essa análise, podemos entender que a cartografia foi 
sobrecarregada por tratar de diversos temas que tangem a representação do 
espaço em um plano e, por isso, houve a fragmentação, surgindo uma área 
especializada na elaboração de mapas temáticos.
Então, a cartografia temática surgiu de uma necessidade de 
dominar as técnicas para representação de temas que estão no espaço, 
embora Martinelli (2003) afirme que o mapa temático num primeiro 
momento representava o ponto de vista do autor do mapa, mostrando assim 
a visão de mundo de uma pessoa.
Atualmente, a cartografia temática se fortaleceu e com isso foram 
estabelecidas normas para confeccionar mapas temáticos. Assim, as cores e 
símbolos usados em um mapa dependerão do tipo de mapa. No mapa 
hipsométrico, que mostra a altitude do relevo, as cores usadas não são as 
mesmas de um mapa de vegetação, pois trata de temas diferentes.
Com o advento da informática, a cartografia temática, assim como 
toda a cartografia, evoluiu bastante, pois facilitou o trabalho de configuração 
dos mapas, além de trazer novidades que serão apresentadas no item sobre 
“novas tecnologias aplicadas à cartografia.”
Um ponto a ser ressaltado nessa disciplina é que apesar desses 
avanços da cartografia temática, a mesma é tratada, na maioria das vezes, 
como apêndice da geografia. Temos que retomar uma discussão que foi 
iniciada na disciplina História do Pensamento Geográfico, ministrada no 
primeiro período, que tratou da relação entre o objeto de estudo da 
geografia: o espaço, e o objeto de estudo da Cartografia que também é o 
espaço.
Naquele momento, apontamos que, apesar de ser o mesmo objeto 
de estudo os enfoques são diferentes, pois a geografia estuda a relação entre 
sociedade e natureza, logo, isso ocorre no espaço. Já a cartografia busca 
representar num plano, o espaço, com os seus elementos naturais e 
artificiais. Nesse sentido, a cartografia temática representa um tema 
especifico do espaço no mapa.
Esse esclarecimento mostra que apesar de se tratar de duas ciências 
distintas, a geografia e a cartografia estão intensamente relacionadas. Por 
isso, a todo momento neste material didático aparece a cartografia integrada 
a geografia, pois para nós geógrafos essas são indissociáveis. 
DICAS
Volte ao caderno didático 2, na 
disciplina Cartografia e leia o 
trecho que trata da relação 
entre a geografia e a 
cartografia. Isso vai permitir 
que você se lembre mais sobre 
esse assunto.
11
Cartografia Temática UAB/Unimontes
Uma definição clássica de geografia, proposta por Yves Lacoste, que 
entende a geografia como saber pensar o espaço, reforça a necessidade de 
trabalharmos a cartografia temática dentro das mais variadas disciplinas que 
integram a geografia. Uma vez que para pensar o espaço é imprescindível 
conhecê-lo, mas se tratando de um espaço com grande dimensão essa tarefa 
se torna muito difícil, por isso, o mapa temático apresenta a distribuição e 
ocorrência de um determinado fenômeno nesse espaço, assim o mapa 
elimina os fenômenos que não interessam naquele momento. Essa síntese é 
importante para obter informações do espaço e, consequentemente, 
permite pensar com maior propriedade sobre o mesmo. 
Comungando com essa ideia, Martinelli (2003, p. 22) ressalva que 
“os mapas temáticos interessam à geografia na medida em que não só 
abordam conjuntamente um mesmo território, como também o consideram 
em diferentes escalas”. Com essa afirmação, o autor supracitado explica que 
com o auxilio da cartografia temática é possível analisar o espaço pela 
associação de vários temas, bem como pode se considerar um determinado 
tema em várias escalas. Para facilitar sua compreensão, vamos dar o seguinte 
exemplo: imaginem que vamos estudar o município de Montes Claros; 
podemos usar vários mapas temáticos, como de população, de hidrografia, 
de relevo e outros, para conhecer melhor esse território. Da mesma forma, 
podemos utilizar um desses temas, para estudar um território maior como, 
por exemplo, a hidrografia do norte de Minas Gerais. 
Outro ponto que torna importante essa integração entre geografia e 
cartografia temática é o fato da geografia ser dividida em várias disciplinas, 
como geomorfologia, biogeografia, geografia urbana, geografia da 
população, geografia agrária entre outras. Com isso, a cartografia temática é 
usada por essas disciplinas, haja vista que por tratar de temas específicos, os 
mapas representaram um tema determinado, ou seja, será um mapa 
temático. Como exemplo, podemos citar a distribuição da população pelos 
estados brasileiros que são usados nas aulas de geografia da população, 
assim como o mapa dos biomas brasileiros é referência na biogeografia.
Essa relação da cartografia, ou melhor, dos mapas, com a geografia 
não é recente, pois como foi abordado na disciplina cartografia, a história 
dos mapas se confunde com a construção do conhecimento geográfico, uma 
vez, que mesmo antes da geografia ser sistematizada, os mapas já traziam 
informações sobre a organização de alguns territórios. Como escreveu Kish 
(1980) citado por Martinelli (2003, p.7)
Nos albores de sua existência, o homem gravou em pedra ou 
em argila, pintou em pele de animais ou armou em estruturas 
diversas o seu lugar, seu ambiente e suas atividades. Ao fazer 
isso não só representava a prática de suas relações espaciais, 
em terra ou mar, como também expunha o conteúdo das 
relações sociais de sua comunidade.
DICAS
Volte ao caderno didático 2, na 
disciplina Cartografia e leia o 
trecho que trata da história dos 
mapas.
12
Geografia Caderno Didático - 3º PeríodoAs informações trazidas nos mapas foram fundamentais para a 
sistematização da geografia e, consequentemente, para seu 
reconhecimento enquanto ciências.
Outro aspecto que associa a geografia à cartografia foi o 
questionamento sobre o uso do conhecimento para a dominação de 
territórios e povos. Esta dominação que tem origem com o homem se 
organizando em sociedade e, logo, ocupando um território, se desenvolveu, 
passando por dominação de áreas continentais, por conflitos entre nações 
até chegar a uma forma atual de dominação. Esse novo modelo também usa 
a cartografia, porém há uma subjetividade nos mapas em que se busca 
empregar uma nova visão e novas informações transformando as culturas 
local, regional e nacional. 
Essa ideia é confirmada por Harley (1988) citado por Martinelli 
(2003, p.8) ao afirmar que “os mapas, junto a qualquer cultura, sempre 
foram, são e serão formas de saber socialmente construído; portanto, uma 
forma manipulada de saber. São imagens carregadas de julgamentos de 
valor. Não há nada de inerte e passivo em seus registros.”
Com isso, temos que ter muita atenção ao analisar um mapa, que, 
por mais inocente que possa parecer, o mesmo pode estar carregado de 
valores que podem induzir ao leitor a tirar informações equívocas. Um 
exemplo clássico dessa situação é o mapa que apresenta o continente 
Europeu no centro do mapa mundial, como na figura 1. Esse mapa passa a 
ideia do eurocentrismo, ou seja, a Europa como centro do mundo, tendo 
sido elaborado no período da expansão marítima comercial.
Figura 1: Mapa mundial com a Europa no centro representando a ideia do eurocentrismo.
Fonte: http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/padrao-mapas-mundiais/imagens/mapa-mundi.jpg
É devido a esse poder que o mapa tem é que devemos, enquanto 
profissionais, trabalhar constantemente com eles. Temos capacidade de 
elaboração, ler e analisar todos os elementos que integram um mapa. E, 
quando capacitado para elaborar um mapa, ter a preocupação de não 
inserir informações que possam ferir outras culturas.
Essa responsabilidade se agrava quando trabalhamos com o ensino 
da cartografia no ensino básico e fundamental, pois a percepção da criança e 
do adolescente é diferente do adulto, principalmente da nossa enquanto 
profissionais. Logo, ao trabalharmos a leitura de mapas com os alunos, temos 
que respeitar suas limitações e sua cultura. Mesmo entre alunos de uma 
mesma turma, haverá disparidades culturais e sociais, isso exige do professor 
de geografia habilidade para trabalhar com diversas visões sobre um único 
produto. É nesse sentido que recomendamos que se trabalhe a cartografia 
temática com o aluno de forma gradativa. Assim, inicia-se com a cartografia 
de uma escala local, ou seja, um espaço familiar para o aluno, como a sua 
rua. Depois, avance para níveis de maior complexidade como a cidade, o 
município, a região, o estado e o país.
Acreditamos que um dos motivos do alto índice de rejeição da 
cartografia está relacionado ao modo como é apresentado o estudo 
cartográfico ao iniciante. Para atrair o aluno e torná-lo mais interessado, 
temos que despertar nele o fascínio que os mapas provocam, 
principalmente, naqueles que têm afinidade com a geografia. 
Para isso, devemos nos apropriar das tecnologias em sala de aula, 
mesmo nas escolas que não têm disponíveis tanto recursos didáticos. Um 
simples globo terrestre provoca emoções no aluno, quando esse é observado 
pela primeira vez. Imaginem a sensação ao observar uma imagem de satélite 
ou uma animação da construção de um mapa, em que os próprios alunos 
podem ser autores.
Caso seja possível contar com recursos mais sofisticados como o 
retroprojetor ou o projetor multimídia (datashow), o uso dos mapas podem 
ser potencializados, pois com esses recursos permitem potencializar a 
apresentação dos produtos cartográficos. Como exemplo, podemos usar 
mapas temáticos de crescimento de cidades ou de expansão da degradação 
ambiental de vários períodos diferentes e sobrepô-los e, em seguida, ir 
passando de um período para outro. Isso mostra a dinâmica da 
transformação do espaço, podendo ser usado nas aulas das diversas 
disciplinas da geografia.
Sobre essa importância da comunicação visual do mapa no ensino, 
bem como os avanços causados nesse ramo, Taylor (1994), citado por 
Martinelli, corrobora (2003, p.23).
A comunicação cartográfica também está se beneficiando 
enormemente das citadas novas tecnologias vinculadas à 
visualização e à multimídia. Assim, além da comunicação 
13
Cartografia Temática UAB/Unimontes
14
Geografia Caderno Didático - 3º Período
C
F
E
A
B G
GLOSSÁRIO
Semiologia gráfica: Estudo dos 
símbolos gráficos, suas 
propriedades e suas relações 
com os elementos da 
informação que eles revelam. 
http://www.geominas.mg.gov.b
r/glossario/GLOSSAR.html
visual tida como central, outras formas adicionais, como o 
som e o texto estão participando efetivamente. Obtemos, 
assim, uma comunicação integral completa. Com essa 
efetiva integração entre o usuário e os mapas podemos 
esperar grandes avanços no ensino e na comunicação geral.
Diante dessas informações, percebemos que a cartografia temática 
é de fundamental importância para a geografia, tendo em vista que com os 
mapas temáticos, a geografia se torna mais precisa nos seus estudos e sem 
esses produtos a análise do espaço certamente seria mais difícil, o que 
causaria um desinteresse pela ciência geográfica.
Com essa importância dos mapas na geografia, a cartografia 
temática usa de métodos para facilitar a interpretação dos mapas, isto é, a 
comunicação cartográfica. Como são os geógrafos os usuários do mapa, a 
comunicação entre o cartógrafo e o geógrafo é de suma importância para 
que o mapa atenda seu objetivo. 
1.2 A COMUNICAÇÃO VISIO-ESPACIAL E A SEMIOLOGIA GRÁFICA
Vários autores comentam que o mapa é um modelo de 
comunicação visual usado cotidianamente por leigos para vários fins e por 
diversos profissionais e de forma específica pelos geógrafos.
Para Andrade (2008), os modelos de comunicação na cartografia 
abrangem os elementos: o cartógrafo, o usuário e o mapa. O uso do mapa 
pode ser considerado como um processo de comunicação visual com o 
objetivo de obter informação do mundo real. 
Andrade (2008, p.39) menciona que para o processo de 
comunicação cartográfica tornar-se eficiente, é necessário considerar os 
fatores que influenciam no projeto cartográfico, tais como: a necessidade do 
usuário, seu nível de entendimento, o meio de apresentação, o uso do mapa 
e a percepção do usuário em relação aos mapas.
Assim, para assimilar as informações encontradas num mapa, é 
necessário conhecer o significado de cada símbolo nele implantado. 
Veremos, a seguir, que existem mapas que utilizam símbolos que não são 
pré-estabelecidos, ou seja, o cartógrafo utiliza o símbolo que considera ser 
mais adequado para aquele mapa em estudo. Isso veremos em mapas 
temáticos. Já nos mapas topográficos (cartas topográficas), utilizaremos 
símbolos convencionais, ou seja, já estabelecidos, como por exemplo a 
altitude, que é representada por curvas de nível. 
Segundo Martinelli (1998) e Le Sann (1983) a semiologia gráfica é 
uma teoria que é baseada nas propriedades da percepção visual. Assim, o 
mapa gerado é uma imagem lógica, pois não se fundamenta em 
convenções, mas sim na percepção do ser humano em relação ao significado 
natural das cores, tamanhos, tonalidades e formas diferentes.
Conforme Le Sann(1983), a elaboração de um documento 
cartográfico constitui um processo complexo e nem sempre, quem tem a 
intenção de elaborar um documento percebe várias etapas que deve 
percorrer para chegar a esse fim.
Então, vamos perceber que o processo de construção de um mapa 
pode ser resumido nas seguintes etapas: escolha do tema, seleção das 
informações relevantes, escolha da escala, análise da informação e a 
tradução.
Escolha do tema: a escolhado tema está vinculada à finalidade do 
documento, ao tipo de usuário a que se destina, uma apresentação em 
congresso, uma publicação científica e também as fontes de informações 
disponíveis.
Le Sann (1983, p.4) ressalta que, por exemplo, o tema “População 
de Minas Gerais” pode ser interpretado de vários modos, a critério do autor, 
como também em função das fontes existentes, de suas pertinências e 
atualização. Os aspectos, quantidades absolutas, relativa, densidade, 
crescimento, migração, estrutura etária e outros, são os modos de tratar o 
tema “População”. O autor deve escolher o aspecto mais relevante para ser 
cartógrafo a fim de completar o texto pretendido. A escolha do tema 
também é dependente das informações disponíveis, portanto das fontes.
Seleção das informações relevantes: após ter escolhido o tema, é 
necessário escolhermos as informações mais significativas. É importante 
tratar as informações antes de serem utilizadas. O tratamento pode ser 
simples (porcentagens, agrupamentos em classes, etc.). 
Outra etapa importante de acordo com Le Sann (1983) é a 
definição do formato de apresentação definitiva que deve ser pensado 
paralelamente à escolha da escala. O formato deve incluir a identificação 
completa do documento, título (e subtítulo, se necessário), legenda, escala, 
orientação, data de dados, fonte, autor, órgão divulgador e data de 
publicação.
Então, durante a fase de escolha da escala, devemos pensar, no 
fundo do mapa, pensar na base cartográfica. É bom sermos cautelosos na 
seleção das informações que irão compor nosso mapa, para não 
sobrecarregarmos desnecessariamente o nosso documento.
Le Sann (1983) ressalta que a escolha do fundo do mapa é uma 
etapa delicada. O fundo do mapa é o conjunto de traços, específicos ou não, 
que servem de suporte para as informações que compõem a legenda. 
Podem ser: limites, rios, estradas, etc.
Também é importante nesse momento o autor do mapa elaborar 
um rascunho do mesmo. Os principais problemas que podem ser 
encontrados no momento da análise do rascunho são:
� escolha inadequada do fundo do mapa. Este fundo talvez torne 
complexo, ou seja, forme a chamada imagem parasita(ou melhor imagem 
inútil, ou inadequada à informação.
15
Cartografia Temática UAB/Unimontes
16
Geografia Caderno Didático - 3º Período
� o desajuste entre o fundo do mapa e o tamanho dos símbolos 
utilizados. As vezes colocamos símbolos completamente desproporcionais, 
ou grande demais ou muito pequeno, isto dificulta a leitura e interpretação 
do documento cartográfico.
� a superposição de símbolos torna a leitura difícil ou mesmo 
impede-a de ser realizada
Após termos escolhido o nosso tema, selecionado as informações 
significativas, escolhido a escala, nosso próximo passo é a analise das 
informações a serem traduzidas.
Conforme Bertin( 1967 apud LE SANN, 1983), o conteúdo de uma 
informação é subdividido em partes que recebe o nome de componente da 
informação. Mas, para representar uma informação não basta identificar os 
seus componentes, é necessário também conhecer as suas características. A 
primeira característica é o comprimento (número de elementos, de classes, 
ou de categorias). 
Outra característica importante é o nível de organização do 
componente. O nível de organização é o significado do componente, que 
podem ser três: nível quantitativo, nível ordenado e qualitativo. O nível 
qualitativo: o componente é constituído de uma série de dados que 
expressam quantidades. Por exemplo, o número de alunos por série, o 
número de dias de chuva por mês, etc. O nível ordenado: todo 
componente que expressa uma ordem universal apresenta este nível. Por 
exemplo, dias da semana, meses do ano, hierarquias militares, etc. O nível 
qualitativo: se o componente não é naturalmente ordenado, ele é 
ordenável. Podemos fazer a comparação ou a diferenciação entre os seus 
elementos. O nível qualitativo é subdividido entre o associativo (que associa) 
e o seletivo (que diferencia). Por exemplo, industrias, culturas, etc. Mais 
adiante, veremos como utilizar essa característica, nível de organização.
De acordo com Martinelli (2003), a cartografia temática ilustra o 
fato de que não se podem expressar todos os fenômenos num mesmo mapa 
e que a solução para esse problema é multiplicá-los, diversificando-os. 
Diante disso, o objetivo dos mapas temáticos é o de fornecer, com a ajuda de 
símbolos qualitativos, ordenados ou quantitativos dispostos sobre uma base 
de referência geralmente extraídos das cartas topográficas, as informações 
referentes a um determinado tema ou fenômeno que está presente no 
território mapeado.
Outra característica do componente é a maneira como ele é 
representado no plano de uma folha de papel, ou seja, o seu modo de 
implantação. O modo de implantação pode ser pontual, dizem respeito 
àqueles elementos que a representação simbólica pode ser reduzida a forma 
de um ponto, como cidades, casas, portos, etc. Se for uma estrada linear e 
ser for em categorias de uso do solo, zonal ou areal. Percebemos então que o 
modo de implantação de um componente pode variar em função da escala 
considerada. Por exemplo, uma indústria: a princípio o modo de 
implantação é pontual, isso se a escala for pequena, mas poderá ser 
representada por uma zona se a escala for maior. 
1.2.1 Elementos de representação no espaço
Para Martinelli(1998), o ponto não tem dimensão, representa 
apenas posição(localidade ou localização). Por exemplo, localização de uma 
cidade,de uma indústria, etc.
A linha é unidimensional: representa apenas uma direção, por 
exemplo, o percurso de um rio, uma estrada, etc.
A área é bidimensional: representa largura e comprimento, Por 
exemplo, densidade de população, cultivos, áreas de cidades, etc.
O volume é tridimensional: representa largura, comprimento e 
altura, por exemplo, quantidade de precipitação, de produção, etc.
Nas palavras de Le Sann (1983), a linguagem gráfica é formada por 
variáveis da retina.
Martinelli (1998, p. 8) comenta que ao cair um pingo de tinta sobre 
um folha de papel branco, formando um borrão, imediatamente 
percebemos que o borrão está em determinado lugar em relação às duas 
dimensões do plano( à direita e no alto). Essa mancha visível, além de ter 
uma posição, pode assumir modulações visuais sensíveis. Assim, as duas 
dimensões do plano, mais seis modulações visuais possíveis que a mancha 
visual pode assumir constituem as variáveis visuais. 
Segundo Rosa ( 2004, p. 49) as variáveis da retina ou visuais são:
Tamanho: nas palavras de Rosa (2004, p. 49) essa variável é usada 
para representar dados quantitativos, traduzindo a proporção entre as 
classes dos diversos elementos cartográficos. Para a sua representação, 
usaremos formas básicas (círculos, quadrados, retângulos, triângulos), 
conferindo-lhe tamanhos proporcionais ao valor dos dados. Varia do grande, 
médio, pequeno (figura 2). Ex. total de população do Estado de Minas Gerais 
por município.
Para Cardoso (1984, p.8), a propriedade fundamental desta 
variável é que somente ela pode transcrever inequivocamente quantidades. 
Ainda que seja possível observar diferenças e ordenação quando se aplica a 
variação de tamanho (por exemplo, uma barra de um centímetro é menor 
que outra de dois centímetros e maior que outra de meio centímetro; ou 
então, que uma é diferente da outra), esta variável transmite acima de 
tudo a ideia de quantidade.
Na escolha de diferentes tamanhos a aplicar (por exemplo, 
tamanho de círculos, de barras, ou espessuras de linhas) é importante 
ressaltar que a distância entre eles seja suficientemente grande para que 
possa revelar de imediato as diferenças entre os elementos. 
17
Cartografia Temática UAB/Unimontes
18
Geografia Caderno Didático - 3º Período
Figura 2: Variável Tamanho
Fonte: http://www.google.com.br/search?hl=pt-BR&q=teoria+das+
cores+em+cartografia+tematica&meta
Valor: ParaRosa(2004,p.49) o valor é usado para representar dados 
ordenativos, através da variação de tonalidade da branco ao preto, passando 
pelos tons cinza ou vermelho, ou de verde, ou de azul. O branco representa 
ausência (0%) e o preto a totalidade (100%), e os outros níveis representam 
valores intermediários, indo do claro (percentagens menores) ao escuro 
(percentagens maiores) (figura 3). Ex. profundidades do mar, altitudes, etc.
Figura 3: Variável Valor
Fonte: http://www.google.com.br/search?hl=pt-BR&q=teoria+das+
cores+em+cartografia+tematica&meta
Granulação: Conforme Cardoso (1984,p.10) a variação de grão, 
ou granulação, é a redução fotográfica de uma textura dada; é quando a 
dimensão dos elementos constitutivos de uma textura pode variar sem que 
mude a relação branco/preto, ou melhor, onde a proporção de preto e 
branco permanece.
Para o autor supracitado esta variável tem sua aplicação melhor em 
implantação zonal, mas desde que se sirva de um reduzido número de 
classes. É preciso observar que para duas áreas de iguais dimensões não há 
variação de tamanho de linhas ou de pontos (nesta, o número de linhas e de 
pontos é sempre o mesmo, variando sim o seu tamanho)
valor da
percepção
seletiva
ordenada
quantitativa
valor da
percepção
seletiva
ordenada
A variação de grão pode ser ordenada e associativa, mas acima de 
tudo é seletiva, ou seja, há diferenças. Na percepção ordenada é possível 
transcrever um número maior de classes do que na percepção seletiva (figura 
4).
Figura 4: Variável Granulação
Fonte: http://www.google.com.br/search?hl=pt-BR&q=teoria+das+
cores+em+cartografia+tematica&meta
Orientação: Segundo Cardoso (1984,p.11) essa variável tem 
aplicação bastante restrita, na implantação pontual que é mais eficiente, e 
sempre para transcrever componentes diferenciais (seletivos) em 
substituição à cor. É bom lembrar que a orientação são as variações de 
posição entre o vertical, o oblíquo e o horizontal(figura 5).
Figura 5: Variável Orientação
Fonte: http://www.google.com.br/search?hl=pt-BR&q=teoria+das+
cores+em+cartografia+tematica&meta
Forma: Segundo Rosa (2004, p.49) é usada para representar dados 
qualitativos (associativos). Agrupa todas as variações geométricas ou não. 
Elas são múltiplas e diversas, podem ser geométricas (círculo, quadrado, 
triângulo, etc.) ou pictóricas. As formas não devem ser muito variadas, se 
possível, devem ser limitadas a no máximo seis (figura 6).
19
Cartografia Temática UAB/Unimontes
valor da
percepção
seletiva
associativa
valor da
percepção
seletiva
associativa
ordenada
20
Geografia Caderno Didático - 3º Período
Figura 6: Variável Forma
Fonte: http://www.google.com.br/search?hl=pt-BR&q=teoria+das+cores
+em+cartografia+tematica&meta=
Cor: Conforme Rosa (2004,p. 49) é usada para representar dados 
qualitativos (seletivos). Consiste na variação das cores do arco-íris, sem 
variação de tonalidade, tendo às cores a mesma intensidade. Por exemplo: 
usar o azul, o vermelho e o verde é usar a variável da retina "cor". O uso do 
azul claro, do azul médio e do azul escuro, corresponde a variável da retina 
"valor" . (figura 7).
Figura 7: Variável Cor
Fonte: http://www.google.com.br/search?hl=pt-BR&q=teoria+das+cores
+em+cartografia+tematica&meta=
É bom ressaltar algumas considerações em relação as cores e seu 
uso em mapas. Conforme Martinelli (2003), a cor é uma variável seletiva, 
apenas separa um elemento cartográfico do outro e jamais devemos 
confundir cor (azul, vermelho, verde, alaranjada, violeta, púrpura) com valor 
(tonalidade da cor variando do branco ao preto, vermelho escuro, vermelho, 
vermelho claro). 
Conforme Duarte (2002), todas as cores são vistas como 
combinação da vermelha, amarela e azul, que são cores primárias. Elas não 
podem ser obtidas por mistura e, por isso, diz-se que são encontradas puras 
na natureza. Quando elas são misturadas em quantidades iguais, duas a 
duas, dão origem às cores secundárias (laranja, verde e violeta). 
DICAS
Nos monitores de computador 
e nos televisores as cores 
primarias são: azul, verde e 
vermelha.
valor da 
percepção
associativa
Da mistura das cores primárias com as secundárias, também em 
partes iguais duas a duas, surgem as cores terciárias (abóbora, púrpura, anil 
,limão e ouro). 
Cores frias: São aquelas que vão do violeta ao verde na Rosa 
Cromática (figura 8). Verde: lembra umidade e frescura. Veja em um mapa 
de vegetação, quando o verde é mais escuro demonstra maiores densidades. 
No mapa de relevo, o verde representa altimetria do relevo. Azul: é uma cor 
que lembra o ar e água. Temos a sensação de brandura, simplicidade, calma, 
etc. Violeta: nos dá a sensação de delicadeza e silêncio. 
Cores quentes: São aquelas que vão do amarelo ao vermelho na 
Rosa Cromática. Simbolizam calor, fogo, seca. Nos mapas, o amarelo 
aparece associado a temperaturas quentes, climas áridos, baixa densidade, 
baixa altitude. Em mapas, o vermelho aparece muito na representação da 
temperatura, zonas térmicas e fortes densidades populacionais. 
Figura 8: Rosa Cromática 
Fonte: http://www.ufrr.br/component/option,com_docman/Itemid,5/task,doc_
view/gid,531/
Harmonia monocromática: refere-se a valorização de uma única 
cor, variando somente sua tonalidade. A variação dessa cor demonstrará a 
intensidade de um fenômeno. Por exemplo, cores fracas demonstram 
valores fracos e cores mais escuras valores forte.
Harmonia pelas cores vizinhas: é uma maneira de harmonizar as 
cores vizinhas da Rosa Cromática, estabelecendo um sentido, que deve ser 
anti-horário, segundo Duarte (2002). É interessante ressaltar que a harmonia 
das cores indica no mapa hierarquia ou sequência.
Harmonia pelas cores opostas: é utilizada com o objetivo de 
mostrar a diferença entre um fenômeno e outro. É importante notar que cor 
21
Cartografia Temática UAB/Unimontes
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Geografia Caderno Didático - 3º Período
oposta é aquela que fica diametralmente contraria uma a outra na Rosa 
Cromática, a verde e a vermelha, por exemplo.
Vamos, agora, mostrar um exemplo prático da importância da 
Semiologia Gráfica na aprendizagem da Geografia. Vimos que o processo de 
construção de um mapa pode ser resumido em várias etapas: escolha do 
tema, seleção das informações relevantes, escolha da escala, análise da 
informação e a tradução. O tema a ser estudado, no nosso exemplo, consiste 
na distribuição espacial de algumas das principais reservas minerais de 
alguns minerais do Brasil, já que estudamos minerais em Fundamentos de 
Geologia I. Para isso, utilizaremos um texto qualquer que fale sobre os 
Principais minerais do Brasil: por exemplo você poderá acessar o site 
http://www.slideshare.net/cristinaramos/recursos-minerais-do-brasil e ler 
sobre o assunto, ou mesmo procurar textos sobre o assunto em livros 
didáticos. Após termos lido sobre o assunto, vamos agora selecionar as 
informações e organizá-las. Podemos construir um quadro, onde de um lado 
colocamos os diversos minerais e do outro lado, as principais reservas.
Muito bem, agora percebemos que a informação a ser representada 
foi organizada, o passo seguinte é traduzi-la para a forma de mapa.
Vimos, sua anteriormente que a base de qualquer mapa é 
importante na elaboração, e, por isso, deve ser feita com muito critério para 
que não comprometa a visualização da informação. O fundo do mapa deve 
ser simples. Para o nosso exemplo, a escala de representação regional é 
satisfatória para a localização de cada um dos recursos minerais em suas 
respectivas reservas.
Agora, vamos fazer a análise da informação a ser traduzida, já que 
dela depende a correta simbolização. Vamos identificar as partes que a 
compõe, os componentes, o nível de organização e o modo de implantação. 
Muito bem,a informação a ser traduzida é a localização das principais 
reservas de alguns recursos minerais no Brasil. Num texto sobre os Principais 
Minerais do Brasil, você verá que estainformação possui como 
componentes: as principais reservas nacionais e os recursos minerais. 
Verificando cada um separadamente, temos: Principais reservas nacionais, 
(Pará, Mato Grosso, Minas Gerais, Bahia, Goiás, Piauí, Maranhão); nível de 
organização – seletivo (os elementos expressam uma relação de diferença 
entre si); modo de implantação – pontual (as reservas serão representadas 
sob a forma de pontos). Outro componente: recursos minerais (Manganês, 
Cassiterita, Bauxita, Níquel, Ouro, Cobre, Zinco, Chumbo, Ferro); nível de 
organização-seletiva e modo de implantação pontual. 
Agora, veremos qual é a variável visual mais adequada para o nosso 
exemplo. Como o nível de organização é seletivo, mais se ajusta ao nosso 
exemplo a variável forma. Observe o mapa de recursos minerais do seu 
geoatlas (figura 9).
Figura 9: Recursos minerais do Brasil,1993
Fonte: MARTINELLI, 1998, p.74.
1.3 ELABORAÇÃO, LEITURA, ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DE MAPAS 
TEMÁTICOS
Quando estudamos a cartografia temática, estamos nos 
qualificando para realizar trabalhos com mapas temáticos, por isso, é 
importante conhecer bem o que na verdade é o mapa temático e qual a 
diferença desses para outro tipo de mapa.
O mapa temático é um mapa que representa cartograficamente um 
determinado fenômeno, podendo ser esse fenômeno de ordem social, 
econômica ou natural. São exemplos de mapas temáticos os mapas de 
recursos naturais, da vegetação, da distribuição da população, da 
concentração de atividades econômicas e outros mapas que tenha como 
objetivo representar algo no espaço.
Na geografia, como as atividades tanto naturais, como humanas a 
interessam e estas ocorrem em um determinado espaço, o mapa temático é 
um instrumento para conhecer melhor o espaço e suas transformações. 
Nesse sentido, a ciência geográfica valoriza o mapa temático como suporte 
imprescindível para as análises geográficas.
A primeira regra ao planejar a elaboração de um mapa é pensar em 
quem o lerá. Por isso, é preciso fazer um modelo que seja compreendido por 
uma pessoa leiga, já que os mapas são instrumentos universais. Atenção às 
normas de uso das variáveis visuais e da formatação do mapa permitirá que o 
leitor faça uma leitura rápida e precisa do mesmo.
23
Cartografia Temática UAB/Unimontes
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Geografia Caderno Didático - 3º Período
A elaboração do mapa temático está pautada em uma necessidade 
existente, logo o mapa é um subsídio para a busca pela solução de tal 
problema. Para essa elaboração o autor necessitará de dois elementos 
essenciais, os dados e o mapa base.
Os dados são responsáveis por definir o tema do mapa exemplo: se 
os dados são sobre o gênero da população, o mapa temático será 
exatamente sobre esse tema. Esse fato eleva a preocupação com a qualidade 
e confiabilidade dos mapas. Quando trabalhamos com dados de uma 
grande área, como de país, estado, ou de uma grande região, temos que 
conseguir esses dados de outras fontes (fontes secundárias). 
No Brasil, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE – é 
um dos principais órgãos no fornecimento de dados, notadamente sobre 
aspectos demográficos. A coleta de dados não é uma tarefa fácil, pois a 
confiabilidade desses está associada à maneira com que foram coletados, 
isso significa que é necessária uma metodologia eficaz para que os dados 
tenham valor.
É na metodologia da coleta de dados que será definida a amostra, o 
tipo de roteiro de entrevista, se será questionário ou formulário. Assim essa 
etapa é decisiva no processo de obtenção de dados.
A base cartográfica ou mapa base consiste na representação do 
território em que os dados serão especializados. Caso seja um mapa da 
distribuição da população brasileira, a base será o mapa do Brasil. A base 
cartográfica é o pano de fundo na construção do mapa temático, pois esta 
agrupa os dados em limites (polígonos), constituindo assim o mapa temático.
Para a construção da base cartografia é imprescindível ter pleno 
domínio de técnicas da cartografia básica, como projeção, escala, rede 
geográfica etc. Esse trabalho de elaboração dos mapas temáticos foi 
facilitado significativamente com a aplicação de novas tecnologias à 
cartografia, com essas tecnologias o trabalho cartográfico ganhou maior 
precisão e facilitou o trabalho dos cartógrafos.
Os dados e a base cartográfica quando são integrados formam o 
mapa temático, mas para elaborar um mapa há certas convenções que têm 
que ser respeitadas. Essas normas são padronizadas internacionalmente com 
o intuito de facilitar a leitura de um mapa, independentemente, de onde 
este foi elaborado. 
Os dados no mapa temático podem ser representados por métodos 
diferentes, sendo eles:
� Método para representações qualitativas;
� Métodos para representações ordenadas;
� Métodos para representações quantitativas;
� Método para representações dinâmicas.
Isso mostra que o mapa temático pode ser construído de acordo 
com esses métodos, esses se encaixam de acordo com as características e a 
forma de manifestação (em pontos, em linhas, em áreas) dos fenômenos 
considerados em cada tema.
Em cada um desses métodos serão exploradas as variáveis visuais 
que são mostradas no quadro abaixo.
Martinelli (2003, p.34) afirma que o “mapa temático exporá, assim, 
um tema, que deverá ser declarado no título. Portanto, este além de dizer do 
que se trata, deve especificar onde se dá o acontecimento e em que data.” 
(figura 10).
Figura 10: Aspecto qualitativo, ordenado e quantitativo.
Fonte: Martinelli,1998, p.71 
Os mapas temáticos respondem mais do que apenas a localização, 
eles vão além do “onde?”. Dessa forma, o tema pode ser representado no 
aspecto qualitativo, respondendo à questão “o quê?”. No aspecto 
ordenado, respondendo à pergunta “em que ordem?”. No aspecto 
quantitativo, respondendo à questão “quanto?”.
1.3.1 Representações Qualitativas 
O mapeamento no aspecto qualitativo é usado para expressar 
algumas informações sobre a existência, a localização e a extensão de um 
determinado fenômeno em uma área. E como esse fenômeno se manifesta 
em linhas, pontos ou áreas, isso será representado cartograficamente através 
de linhas, pontos e áreas. (MARTINELLI, 2003).
Como os mapas com representações qualitativas trabalham com 
informações espaciais básicas, eles são os mais utilizados pelos geógrafos. 
Esse método de representação usa as variáveis visuais seletivas: forma, 
orientação e cor. Além de fazer uso constante dos modos de implantação: 
pontual, linear e zonal (área).
Com a associação dessas variáveis visuais e modos de implantação 
podemos obter mapas de símbolos nominais pontuais, mapas de símbolos 
lineares nominais e mapa corocromáticos.
O mapa de símbolo nominal pontual usa os pontos para mostrar a 
existência e a localização de um determinado fenômeno. Nesse caso, 
25
Cartografia Temática UAB/Unimontes
26
Geografia Caderno Didático - 3º Período
podemos fazer uso das variações de formas, nesse caso são utilizadas as 
formas geométricas variadas. A figura 11 traz informações sobre a ocorrência 
de shopping centers no Brasil. Com um mapa que podemos notar a 
localização dos shoppings e verificar a concentração no sudeste. Observe 
que o ponto isolado no norte de Minas refere-se à cidade de Montes Claros.
Figura 11: Shopping Center.
Fonte: http://confins.revues.org/image.php?source=docannexe/image/3483/img-2-small6
40.png&titlepos=up 
As representações em símbolos lineares nominais usam linhas para 
mostrar o fenômeno desejado. Esses fenômenos são feições que estão 
presentes no espaço e apresentam uma forma linear, como, por exemplo, 
redes hidrográficas e viárias, com isso as variáveis visuais usadas são cor e 
forma. Veja que na figura 12 que mostra a rede de transporte no Brasil, a 
representação é realizada com linhas que mudam a forma (espessura) e a 
cor. A concentração de linhas na região sudeste denuncia a importância 
econômica dessaregião.
Figura 12: Rede de transporte.
Fonte: http://confins.revues.org/image.php?source=docannexe/image/3483/img-3.png&titlepos=up
Nos mapas que usam a representação corocromática há o uso de 
zonas (áreas) e essas são diferenciadas através de cores, como mostra na 
figura 13 que representa a ocorrência de favelas no Brasil.
C
F
E
A
B G
GLOSSÁRIO
Os mapas corocromáticos 
apresentam dados geográficos 
e utilizam diferenças de cor na 
implantação zonal. Este 
método deve ser empregado 
sempre que for preciso mostrar 
diferenças nominais em dados 
qualitativos, sem que haja 
ordem ou hierarquia.
27
Cartografia Temática UAB/Unimontes
28
Geografia Caderno Didático - 3º Período
Figura 13: Favelas no Brasil
Fonte: http://confins.revues.org/image.php?source=docannexe/image/3483/img-4-small640.
png&titlepos=up 
Com esses exemplos podemos notar que a representação de 
fenômenos qualitativos é variada e pode usar algumas variáveis visuais para 
representar um fenômeno.
1.3.2 Representações Ordenadas
Os mapas que buscam uma representação ordenada mostram 
uma ordem, ou seja, uma hierarquia. Essa ordem varia bastante, pois 
diversos fenômenos podem ser representados numa ordem de valor.
Além da ordem de valor há a ordem cronológica, ou seja, de tempo 
de ocorrência de um fenômeno, como por exemplo, a expansão de uma 
cidade.
Martinelli (2003) cita como exemplos clássicos da representação 
ordenada a hierarquia urbana pelo critério de tamanho populacional. Com 
isso, temos uma ordem visual, em que as áreas com as formas maiores 
representam as cidades mais populosas. Esse autor ainda relata que há 
também a ordem visual entre as cores, organizada das mais claras para as 
mais escuras, isso será usado no mapa coroplético. Além das cores, a 
granulação é outra forma de representar um fenômeno.
Na figura 14 o mapa representado traz o crescimento das capitais e, 
para isso, usa além das cores, o tamanho para mostrar a intensidade do valor 
de crescimento populacional. 
C
F
E
A
B G
GLOSSÁRIO
os mapas coropléticos são 
elaborados com dados 
quantitativos e apresentam sua 
legenda ordenada em classes 
conforme as regras próprias de 
utilização da variável visual 
valor por meio de tonalidades 
de cores, ou ainda, por uma 
sequência ordenada de cores 
que aumenta de intensidade 
conforme a sequência de 
valores apresentados nas 
classes estabelecidas.
Figura 14: Crescimento das capitais.
Fonte: confins.revues.org/image.php?source=docannexe/image/3483/img-7.png&titlepos=up 
Portanto, as representações ordenadas são importantes para 
realizar comparações entre um mesmo fenômeno que ocorre em uma área. 
Diante disso, temos que ressaltar a importância desses mapas para a 
geografia, pois com eles podemos criar representações complexas sobre a 
dinâmica do espaço. 
1.3.3 Representações quantitativas 
De acordo com Martinelli (2003, p.49), as representações 
quantitativas em mapas “são empregadas para evidenciar a relação de 
proporcionalidade entre objetos (B é quatro vezes maior que A), junto a 
realidade senso entendida por uma relação de quantidades”.
29
Cartografia Temática UAB/Unimontes
30
Geografia Caderno Didático - 3º Período
O tamanho é a única variação visual que consegue cumprir o papel 
de representar a ideia de proporcionalidade. O modo de implantação 
(pontos, linhas e zona) é usado com valores diferentes para atender o 
objetivo do mapa. 
Archela e Théry (2008) afirmam que nos mapas de representação 
quantitativa a implantação pontual é a mais empregada nos mapas de 
símbolos proporcionais. Nesse tipo de mapas são usados pontos (círculos) 
proporcionais a cada classe de valor que a mesma representa. Como 
exemplo, vamos ver a figura 15 que mostra a distribuição da população 
brasileira por municípios. Neste exemplo, verificamos na legenda os valores 
proporcionais para cada ponto do mapa.
Figura 15: Distribuição da população em 2000.
Fonte: http://confins.revues.org/image.php?source=docannexe/image/3483/img-6-small640.
png&titlepos=up 
Archela e Théry (2008) alertam para o fato de que a variação do 
símbolo dependerá da quantidade que se pretende representar e 
recomendam um número máximo de classes (grupos de valores) de 
tamanho de cinco. Outra recomendação, trata do uso de dois símbolos 
(círculo e quadrado) proporcionais em um mesmo mapa. 
Na representação quantitativa, para mostrar quantidade em zonas 
usamos os pontos. Para cada ponto é atribuído um valor, como no exemplo 
da figura 16, em que cada ponto corresponde a 223 asininos (jumentos). 
Veja como o número desse animal é extremamente concentrado no 
nordeste brasileiro.
Figura 16: Distribuição da população de jumentos no Brasil.
Fonte: http://confins.revues.org/image.php?source=docannexe/image/3483/img-9-small640.
png&titlepos=up 
Outro tipo de mapa que se caracteriza como representação 
quantitativa são os mapas isopléticos (isolinhas). Esse tipo de mapa é 
construído ligando pontos de mesmo valor, formando assim linhas com valor 
padrão. Esse processo é muito comum nos mapas de altitude de 
relevo,tecnicamente denominados de mapas hipsométricos.
1.3.4 Representações dinâmicas 
O grande problema da cartografia está na dificuldade de 
representar processos, ou seja, fenômenos dinâmicos, pois como o mapa é 
uma representação de um fenômeno em determinado espaço em um 
período fica difícil mostrar situações de movimento.
A primeira busca de solução para esse problema foi proposto em 
1840, por Minard. Este propôs uma cartografia econômica, na qual 
31
Cartografia Temática UAB/Unimontes
representava através de fluxos, a dinâmica espacial e temporal dos 
fenômenos. Essa proposta teve origem com os gráficos e resultou em um 
mapa de fluxo. (MARTINELLI, 2003).
Na geografia, especificamente, essa alternativa se desenvolveu e 
ganhou notoriedade, pois os fenômenos geográficos dinâmicos são variados, 
como a migração, as epidemias, a comercialização, o trânsito entre outros.
Para a construção de um mapa de fluxo são necessários os mesmos 
elementos básicos para qualquer mapa: a base cartográfica e os dados. A 
base cartografia é a área na qual ocorre o fenômeno dinâmico e os dados 
tratam do ponto de origem e destino do fenômeno a ser mapeado. Além 
desses, deve constar o percurso e a intensidade desse fluxo. A intensidade 
desse fluxo será representada pela espessura das linhas.
Como exemplo, temos a figura 17 que traz um mapa de fluxo de 
passageiros entre os aeroportos brasileiros. Para a construção desse mapa, o 
autor identificou os aeroportos representados pelos pontos e os fluxos são 
criados através dos dados sobre o número de passageiros que fazem a 
viagem entre um aeroporto e outro. A espessura das linhas tem um 
determinado valor que é representado na legenda.
Figura 17: Mapa de fluxo de passageiros.
Fonte: http://confins.revues.org/image.php?source=docannexe/image/3483/
img-10.png&titlepos=up 
Dessa forma, o mapa de fluxo, por trabalhar com a variável visual de 
tamanho possibilita uma resposta fácil e rápida para o leitor. Além de 
responder às seguintes questões: “qual a intensidade do fluxo?”, “onde estão 
32
Geografia Caderno Didático - 3º Período
os maiores fluxos?”, “como se agrupam os fluxos?” e “como os fluxos se 
articulam no espaço.” (MARTINELLI, 2003).
A partir dessas respostas do mapa de fluxo, podemos fazer várias 
inferências, como a identificação dos pontos de concentração 
(estrangulamento) de determinado fluxo o que pode provocar dificuldades 
na dinâmica do fluxo, exigindo assim alguma alternativa que pode ser 
encontrada no mesmo mapa, ou seja, uma rota alternativa.
Os mapas de fluxos podem ter outros usos, como por exemplo, 
finalidade econômica para identificar o ponto de maior fluxo de veiculo para 
instalação de posto de combustível, ou no caso de políticas publicas o trecho 
de maior fluxo terá a preferência na implantação de políticas públicas.
O mapa de passageiros deônibus interestaduais, mostrado na figura 
18, revela a necessidade de maior investimento em infraestrutura e 
fiscalização nos estados de Minas Gerais e São Paulo, pois são os estados com 
maior concentração de fluxo de passageiros.
Figura 18: Fluxo de passageiros de ônibus interestaduais no Brasil.
Fonte: IBGE, 2003.
Martinelli (2003) destaca os mapas isocrônicos como exemplos de 
mapas de fluxo. Nesse tipo de mapa é aplicado o método isarítmico que 
constrói as isócronas. Exemplificando, o referido autor menciona a 
construção de um mapa para identificar o tempo de deslocamento dos 
trabalhadores da periferia para atingir uma área industrial. Esse mapa revela 
as possibilidades de deslocamento dos trabalhadores e isso pode subsidiar a 
construção de conjuntos habitacionais para esses trabalhadores, levando em 
consideração a logística, ou seja, a facilidade de se deslocar no menor tempo 
possível. Outro aspecto revelado pelos mapas isocrônicos é a acessibilidade, 
isto é, o grau de facilidade para se atingir determinado espaço. 
C
F
E
A
B G
GLOSSÁRIO
Isarítmico: é o método de 
definição de linhas de mesmo 
valor.
Isócronas: são linhas de 
mesma cor e espessura, isto é, 
possuem o mesmo valor. 
33
Cartografia Temática UAB/Unimontes
Com essa explicação sobre os tipos de representações, percebemos 
que sempre temos que planejar a construção de um mapa, pois não é uma 
tarefa simplória e exige domínio dessa teoria para que o resultado atenda as 
normas cartográficas.
1.3.5 A cartografia de síntese 
Ao explicar a cartografia de síntese, Martinelli (2003) tem grande 
preocupação em diferenciar o mapa temático analítico do mapa de síntese, 
pois para esse autor há grande confusão e equívoco na definição do mapa de 
síntese.
O mapa analítico, como os que foram apresentados até aqui, são 
mapas temáticos que representam um determinado fenômeno que ocorre 
no espaço, às vezes podemos representar mais de um elemento em um 
mapa temático, como os mapas de fluxos que mostram a localização dos 
aeroportos, através dos pontos e o fluxo de passageiros com as linhas.
Porém o mapa de síntese é mais complexo, pois não se trata de 
apenas representar um elemento no mapa, haja vista que isso seria 
considerado um mapa analítico. O mapa de síntese, também, não é uma 
sobreposição de elementos no mapa, apesar de muitos entenderem assim. 
Quando realizamos uma sobreposição de elementos no mapa, 
estamos mostrando uma diversidade de fenômenos que ocorrem naquele 
espaço e que estão integrados. Esse mapa, na maioria dos casos, será de 
difícil leitura, uma vez que acumula informações diversas. Portanto, não se 
trata de um mapa síntese.
Então, o que é um mapa síntese? Essa inquietação já nos começa a 
perturbar. O mapa síntese apresenta não uma sobreposição de elementos, 
mas sim uma fusão, isto é, temos que definir alguns elementos que irão 
compor o mapa síntese, e esses, elementos aparecerão reunidos em um só 
grupo.
Na verdade, esses elementos são variáveis, consideradas para 
elaborar o mapa de síntese e a associação dessas variáveis vai definir a 
legenda do mapa de síntese. 
Vamos usar exemplos para mostrar na prática o que é um mapa de 
síntese. O trabalho de Donha et al (2006) traz um bom exemplo de mapa de 
síntese, pois, foram definidos os elementos fundidos, que deram origem ao 
mapa de síntese. Primeiro os autores selecionaram os elementos ou variáveis 
para identificar as áreas de maior fragilidade ambiental. As variáveis estão 
expostas nesse conjunto de mapas da figura 19.
34
Geografia Caderno Didático - 3º Período
Figura 19: variáveis para o mapa síntese de fragilidade ambiental.
Fonte: DONHA, A. et al (2006, p.177). Disponível em http://www.scielo.br/pdf/rbeaa/v10n1/
v10n1a26.pdf 
Depois de selecionar as variáveis, cada uma dessas recebeu um 
valor e as mesmas foram fundidas, com isso, foi gerado um mapa que 
apresenta as áreas de maior fragilidade. O resultado está na legenda da figura 
20, em que aparecem as classes de fragilidade classificadas como muito alta, 
alta, média, baixa e muito baixa.
Figura 20: Mapa síntese de fragilidade ambiental.
Fonte: DONHA, A. et al (2006, p.177). Disponível em http://www.scielo.br/pdf/rbeaa/v10n1/
v10n1a26.pdf 
Com esse exemplo, podemos perceber que o mapa síntese não traz 
um conjunto de elementos sobrepostos, mas mostra um elemento síntese da 
associação de vários elementos.
35
Cartografia Temática UAB/Unimontes
Esse tipo de mapa é muito utilizado em trabalhos de pesquisa, no 
qual o pesquisador quer criar uma ordem de intensidade de um fenômeno, 
como no caso aqui aplicado, na intensidade ou da potencialidade de 
fragilidade ambiental. Nesse sentido, esse exemplo mostra também uma 
representação ordenada, pois expõe uma determinada ordem no fenômeno 
mapeado.
1.3.6 Interpretação do mapa
Outro ponto a ser destacado é o fato de que iniciante em geografia 
precisa dominar as técnicas de leitura de mapas, bem como as técnicas de 
mapeamento, haja vista que na ciência geográfica moderna os mapas são 
representações espaciais que subsidiam a análise geográfica.
Antes de sabermos elaborar um mapa, é preciso entender o 
mesmo, isto é, dominar as técnicas de leitura e interpretação dos mapas. O 
mapa é um produto de leitura rápida, com ele o leitor obtém o máximo de 
informação com uma simples visualização, mas a eficácia dessa leitura 
depende do conhecimento prévio que o leitor já possui. 
Por isso, ao pegar um mapa para ler é preciso identificar que tipo de 
mapa se trata. Na maioria dos casos, certamente, será um mapa temático. 
Depois, a tarefa será identificar qual tipo de representação há no mapa 
(qualitativa, ordenada e quantitativa), com essa identificação encontraremos 
o objetivo do mapa, ou seja, qual é a pergunta que o mapa responde. 
Lembremos que cada mapa, com um tipo de representação, responderá 
uma pergunta, como mostra o quadro abaixo:
Representação Questão a ser respondida 
Qualitativa O quê? 
Ordenada Em que ordem? 
Quantitativa Quanto? 
Dinâmica 
(fluxos) 
Qual a intensidade do fluxo?, Onde estão os maiores 
fluxos?, Como se agrupam? e Como se articulam no 
espaço?
A partir da resposta para essas questões o leitor alcançará a 
mensagem que o autor do mapa buscou transmitir. Mesmo respondendo 
essas questões-chave, a interpretação do leitor pode ir além dessas 
constatações e, com isso, obter maiores informações.
Na verdade, o conhecimento que temos acumulado com a nossa 
experiência e útil no momento de lermos um mapa. Isso ocorre devido ao 
fato de interpretarmos mais informações que o mapa apresenta, assim o 
nosso raciocínio integra informações, que temos, armazenadas em nossa 
memória com os novos fornecidos pelo mapa, resultando, portanto, em 
novas informações.
36
Geografia Caderno Didático - 3º Período
Quadro 1
Como já mencionado anteriormente, é válido salientar dentro 
desse contexto, que temos que nos preocupar com o uso dos mapas para 
estudantes de ensino fundamental e médio, bem como para os alunos de 
graduação. Isso se deve a pouca experiência desses estudantes com mapas, 
o que causa certa dificuldade na leitura complexa de cartas temáticas.
Quando trabalhamos com os mapas nas séries iniciais, temos que 
valorizar o espaço geográfico conhecido do aluno, pois assim ele consegue 
compreender a representação no mapa. Se apresentarmos um mapa da 
Europa para uma criança, dificilmente ela conseguirá entender esse mapa. 
Mas se for um mapa da rua dessa mesma criança, em que são representados 
os espaços mais conhecidos, como igreja, supermercado e praça, essa 
criança conseguirá associar essa representação com o espaço real.
Ainda, em se tratando da alfabetização cartográfica, desde os 
primeiros mapas que usamos para ensinar as crianças, temos que nos atentar 
para o uso correto da semiologia cartográfica e as normas para elaboração 
dos mapas, com isso os alunos irão se familiarizar com as formascorretas da 
cartografia temática.
1.4 CARTAS TOPOGRÁFICAS 
As cartas topográficas, também chamadas cartas base, são 
denominados documentos de informações oficiais e, para isso, elas são 
elaboradas em sistemas organizados que permitem a cobertura completa do 
território nacional em folhas isoladas, mas articuladas entre si, como vocês 
viram em Cartografia I. 
Atualmente, o sistema de projeção cartográfica mais usado com a 
finalidade de elaboração de carta topográfica tanto no mundo como no 
Brasil, é o UTM (Universal Transversa de Mercator). O Brasil possui um 
sistema cartográfico nacional apoiado na carta topográfica derivada da Carta 
Internacional ao Milinésimo.
Como foi estudado em Cartografia I, a apresentação das folhas 
topográficas obedecem um esquema de articulação normalmente apoiado 
na projeção UTM e a partir da escala 1:1000.000, a menor escala do 
sistema. Esta compreende exatamente a unidade territorial delimitada por 
dois meridianos com intervalo de 6º de longitude e dois paralelos com 4º de 
latitude, todos pré-estabelecidos pelo sistema de fusos nos quais, nessa 
projeção, o mundo todo foi dividido em 60 fusos de 6º de longitude cada um 
, a partir do meridiano de Greenwich. 
Na representação dos elementos componentes da planimetria e da 
altimetria, as cartas topográficas adotam símbolos convencionais 
apropriados a suas escalas. Vejamos agora, os principais componentes que 
compõem um mapa.
37
Cartografia Temática UAB/Unimontes
Os principais componentes que compõem um mapa são a 
planimetria e altimetria. A representação desses elementos está baseada no 
principio de coordenadas tridimensionais, onde a planimetria corresponde 
a todos os eventos definidos no plano (coordenadas x,y) e a altimetria, a 
altitude do relevo terrestre( coordenada z). Observem a figura 21.
Figura 21: Localização teórica de um ponto qualquer de coordenadas tridimensionais
Fonte: http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/9/9e/Plano_coord.svg/
309px-Plano_coord.svg.png
Conforme o IBGE (1999), a representação da planimetria sobre os 
mapas abrange todos os elementos da superfície terrestre, exceto o relevo. 
1.4.1 Os principais componentes da planimetria 
Tanto o IBGE (1999), como Oliveira (1988) e Granel-Peréz (2004) 
dizem que os elementos naturais e antrópicos da paisagem correspondem, 
nas cartas topográficas, às representações planas, ou seja, referenciadas por 
duas dimensões (X,Y) do plano: hidrografia (águas continentais e marinhas), 
vegetação (florestas, mangue, brejo ou pântano, cerrado, etc.), uso do solo 
(plantação, arrozal, área urbana, etc.), vias de comunicação( rodovias, 
estrada de ferro), linhas transmissoras de energia, limites estaduais e 
internacionais, igrejas, escolas, minas, cemitérios, moinhos, etc.
É importante frisar que cada elemento planimétrico é representado 
por um símbolo cujo significado vem recolhido na legenda do rodapé de 
cada carta. Segundo a categoria e o tipo de elemento de que se trate, a 
implantação dos símbolos pode ser pontual como vimos anteriormente em 
38
Geografia Caderno Didático - 3º Período
semiologia gráfica (representando uma escola, igreja, mina, etc.), linear 
(representando uma rodovia, um curso de água, etc.) ou de área 
(representando uma floresta, um arrozal, etc.). 
A partir destas implantações, podemos realizar medições e 
estabelecer relações espaciais entre os elementos da mesma categoria, entre 
elementos de categorias diferentes, entre categorias de elementos e o 
relevo.
Conforme Granel-Peréz (2004, p.101) na análise da informação 
planimétrica é importante considerar que as cartas de escala 1.:50.000 
apresentam limitações derivadas da própria escala e da dinâmica que 
caracteriza a paisagem. Assim, por exemplo, a separação das grandes 
categorias de uso do solo (agrícola, pecuário, urbana, industrial, etc.) fica 
prejudicada pela falta de detalhamento, por utilizar uma legenda única, que, 
não se preocupa com a especificação das diferentes regiões do Brasil, e pela 
impossibilidade de reconhecer contínuas mudanças da paisagem. Em curtos 
períodos de tempo, terras agrícolas são abandonadas e novas terras são 
incorporadas à produção. Florestas são desmatadas e novas áreas são 
reflorestadas, perímetros urbanos incorporam seu entorno rural, estadas são 
abertas enquanto outras alteram seus traçados, surgem novas vilas e cidades, 
etc. Essas limitações obrigam a procurar o apoio de outros documentos 
cartográficos, de fotografias áreas e de imagens de satélites quando se 
aborda à analise espacial. Esse assunto é muito interessante, veremos mais 
sobre esse tema na unidade II.
É importante estudarmos os principais componentes da planimetria 
Hidrografia: a representação dos elementos hidrográficos é obtida 
sempre que possível por meio de símbolos que nos lembram a água, 
utilizando a cor azul para representar a hidrografia (rios, lagos, brejo, etc.) 
(figura 22).
Figura 22: Elementos de hidrografia
Fonte: http://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/monografias/GEBIS%20-%20RJ/nocoes
cartografia.pdf
39
Cartografia Temática UAB/Unimontes
Vegetação: De acordo com Granel-Peréz(2004, p.102), através de 
implantação de área, a vegetação é representada por manchas de cor 
verde(florestas) e por desenhos figurativos repetidos (cerrado, mangue, 
pântano) (figura 23) que não diferenciam espécies vegetais. No caso das 
florestas, as formas mais ou menos sinuosas ou retilíneas dos contornos das 
manchas que identificam os fragmentos, podem nos ajudar a diferenciar os 
remanescentes de florestas nativas (contorno irregular e sinuoso), das 
florestas implantadas ou reflorestamentos com espécies homogêneas 
(contornos regulares e retilíneos). Então, ao observamos uma carta, veremos 
como os fragmentos se encontram para podermos diferenciá-los.
Geralmente com relação à localização espacial dos fragmentos 
(margens fluvias) combinada com formas alongadas e sinuosas, nos permite 
identificar as florestas de galeria ou matas ciliares.
É importante observar nos mapas que a vegetação deve ser 
analisada levando em consideração a topografia (altitude, orientação e 
declividade). É interessante, estabelecermos relações entre a vegetação, a 
hidrografia, o relevo, as aglomerações urbanas, as matas próximas que 
podem contribuir para a qualidade ambiental do local em estudo. Você já 
percebeu isso num mapa?!
Através de procedimentos planimétricos, podemos estimar a 
superfície florestada de um município ou de uma região, estabelecer a 
relação entre margens fluviais protegidas por mata ciliar, etc.
Uso do solo: Conforme Granel-Peréz (2004, p.103), nas cartas 
topográficas 1:50.000, a diferenciação dos usos do solo fica muito 
dificultada pelas limitações já mencionadas anteriormente.
Inicialmente é preciso determinar as grandes categorias de uso do 
solo (agrícola, florestal, urbana, pecuária etc.) levando sempre em 
consideração que todos esses usos são muito dinâmicos e estão sempre 
sujeitos tanto às mudanças de categoria de uso, quanto à superfície do 
terreno ocupada por cada categoria. É bom lembrarmos que na análise do 
uso urbano, há de se considerar que o espaço urbano vai além da própria 
cidade, é só analisarmos as nossas cidades.Então, o uso urbano inclui o 
entorno onde se localizam serviços a ele vinculados (cemitérios, aeroportos, 
áreas comerciais, espaços de recreação etc.)
Assim, para cada uso do solo podemos conhecer: limites ou 
contornos, extensão superficial, relação com o meio físico.
Em Geografia é importante também conhecer as semelhanças e 
diferenças que os usos do solo apresentam em várias unidades espaciais 
diferentes, como por exemplo, em municípios, distritos, regiões etc. A efeito 
de comparação pode interessar saber qual é o distrito municipal com maior 
superfície agrícola ou o mais florestado, ou aquele em que o uso urbano 
predomina sobre as outras categorias de uso. Você que é daregião de 
Itacambira, Janaúba e Pompéu, observe o que estão acontecendo na sua 
região em relação ao uso do solo.
DICAS
Procure um mapa e veja a 
diferença dos contornos 
sinuosos e contornos regulares 
da vegetação.
40
Geografia Caderno Didático - 3º Período
As cidades, construções civis, vias de comunicação, cultura, limites 
administrativos, etc, geralmente em áreas urbanizadas são representadas na 
carta topográfica pela cor rosa, porém em outras escalas podem ser 
representadas pela cor cinza.Utilizamos pontos pretos diferenciados pela 
forma para representar área edificada, como: prefeitura, escolas, igrejas, 
hospitais. As rodovias são diferenciadas pela cores preta, vermelha e pela 
granulação das linhas, enquanto as ferrovias pela cor preta (figura 23).
Figura 23: Vias de circulação
Fonte: http://www.ibge.gov.br/home/geociencias/cartografia/manual_nocoes/elementos_
representacao.html
1.4.2 Altimetria 
De acordo com Oliveira (1988), a representação do relevo sempre 
foi um dos maiores problemas na cartografia. Por muitos séculos os mapas 
omitiram essa informação. As primeiras tentativas em mostrar o relevo como 
é observado do espaço, foram através do método lagartas, com o objetivo de 
mostrar as grandes cadeias de montanhas do continente europeu. O 
cartógrafo responsável por este método, desenhou um padrão na forma de 
um lagarto. 
Na segunda metade do século XVIII, começou na Europa a 
discussão da representação cartográfica do modelo terrestre, até que, 
finalmente, surgiu o modelo hachuras, que chegou ao seu máximo 
acabamento nos mapas do século XIX. Mas, o problema não consistia apenas 
em representar a forma através do claro-escuro apresentado pelas hachuras, 
faltava a resolução do problema das altitudes. Além, de não tirar resolvido o 
problema da altitude, o método de hachuras, era muito oneroso e 
demorado. (Oliveira, 1988, p. 112).(figura 24).
41
Cartografia Temática UAB/Unimontes
Figura 24: Representação do relevo mediante hachuras
Fonte: Oliveira, 1988, p. 112
Das várias tentativas de representar o relevo, desde o início do 
século XIX, nenhum dos métodos foi mais eficiente do que as curvas de nível.
Para Oliveira (1988), o melhor método de representação do relevo 
terrestre é o das curvas de nível, pois fornece ao usuário, em qualquer parte 
da carta, um valor aproximado da altitude que ele precisa. 
A curva de nível, também denominada isoípsas ou linhas 
hipsométricas, são, portanto, uma convenção cartográfica para representar 
as variações da superfície topográfica. Constitui uma linha imaginária do 
terreno, em que todos os pontos da referida linha têm a mesma altitude, 
acima ou abaixo de uma determinada superfície da referência, geralmente o 
nível médio do mar.
Conforme Granel-Peréz (2004, p. 55 e 56), nas cartas topográficas 
1:50.000 as curvas de nível são representadas por linhas de traço fino e cor 
marrom, equidistantes 20m, denominadas curvas normais. A cada cinco 
normais contíguas são desenhadas as curvas mestras, de traço mais grosso e 
com indicação gráfica da altitude, que representam equidistância de 100m. 
As cotas altímetricas mais significativas, tais com cumes de morros, 
depressões topográficas, podem ser representadas nas cartas topográficas 
por pontos cotados, com indicação do valor da altitude absoluta do ponto. 
42
Geografia Caderno Didático - 3º Período
Granel-Peréz (2004) e Oliveira(1988) mencionam também que há 
regras no traçado das curvas de nível: cada curva de nível fecha-se sempre 
sobre si mesma; nunca se cruzam nem se bifurcam. Nos terrenos planos ou 
pouco acidentados, as curvas são poucas e aparecem muito espaçadas, já 
nos terrenos acidentados e escarpados ocorre o inverso. As curvas de nível 
tendem a ser quase que paralelas entre si. Todos os pontos de uma curva de 
nível se encontram na mesma elevação (figura 25 e 26).
Figura 25: Compare: (a) um pequeno trecho com um rio e seus afluentes, 
bem como alguns pontos cotados e, ainda, três curvas (as de 200, 300 e 400); 
(b) segundo o método descrito, estão traçadas as curvas intermediárias.
Fonte: Oliveira, 1988, p. 115.
Figura 26: Curvas de nível
Fonte: http://www.ibge.gov.br/home/geociencias/cartografia/manual_nocoes/
elementos_representacao.html
De acordo com o IBGE (1999, p.81), geralmente, as curvas de nível 
cruzam os cursos d’água em forma de “V” com o vértice assinalando para a 
nascente (figura 28).
43
Cartografia Temática UAB/Unimontes
Figura 27: Curvas de nível, cruzam os cursos-d’água em forma de “V” 
Fonte: http://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/monografias/GEBIS%
20-%20RJ/nocoescartografia.pdf
As curvas de nível formam um “M” acima das confluências fluviais 
(figura 28).
Figura 28: As curvas de nível formam um “M”
Fonte: http://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/monografias/GEBIS%
20-%20RJ/nocoescartografia.pdf
Geralmente, formam um “U” nas elevações, cuja base aponta para 
o pé da elevação (figura 29).
Figura 29: As curvas de nível formam um “U” 
Fonte: http://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/monografias/GEBIS%
20-%20RJ/nocoescartografia.pdf
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Geografia Caderno Didático - 3º Período
Conforme Granel-Peréz (2004), as curvas de nível indicam se o 
terreno é plano, ondulado, montanhoso, íngreme ou de declive suave. Elas 
são equidistantes, ou seja, a distância vertical – o desnível entre as curvas é 
constante e varia de acordo com a escala da carta topográfica. 
Vejamos a tabela 1 com as equidistâncias das curvas de nível.
Tabela 1: Equidistâncias das curvas de nível. 
ESCALA EQÜIDISTÂNCIA CURVAS MESTRAS
1:25.000 10 m 50 m 
1:50.000 20 m 100 m 
1:100.000 50 m 250 m 
1:250.000 100 m 500 m 
1:500.000 100 m 500 m 
1:1.000.000
 
100 m
 
500 m
 
Fonte: Rosa,2004, p.54.
Não se preocupe, essa informação da eqüidistância aparece na 
legenda das cartas.
As curvas de nível nos permite determinar as partes mais elevadas e 
mais baixas do relevo. 
No processo de analise do relevo, é importante reconhecer a 
fisionomia dos diferentes elementos e formas que configuram a topografia e 
como estes ficam representados, nas cartas topográficas, por curvas de nível 
e pontos cotados.
Diante do exposto, é importante relacionarmos, a seguir, as 
definições descritivas de elementos e formas topográficas simples que 
aparecem nas cartas topográficas, conforme IBGE (1999, p.84) e Granel-
Peréz (2004,p.42).
Cume, pico, ponto culminante: elemento topográfico que 
constitui o ponto mais alto de um maciço, uma serra, um morro etc. Nas 
cartas topográficas, os cumes são identificados por curvas de nível de 
configuração arredondada e fechada, que se aproxima em direção a um 
topo pontiagudo, cuja altitude costuma estar indicada por um ponto cotado.
Colo, garganta, desfiladeiro: forma topográfica constituída por 
uma depressão acentuada, mais ou menos estreita ou larga e posicionada 
transversalmente a uma linha de crista, que possibilita a comunicação entre 
vertentes montanhosas opostas. Identifica-se nas cartas por dois conjuntos 
de curvas de nível divergentes entre si e transversais à linha da crista (figura 
30).
45
Cartografia Temática UAB/Unimontes
Figura 30: Garganta
Fonte: http://www.google.com.br/search?hl=pt-BR&q=o+terreno+e+sua+representa%C3
%A7%C3%A3o&meta
Montanha: Forma topográfica constituída por uma grande 
elevação natural do terreno, com altitude superior a 300m, no geral formada 
por um agrupamento de elevações com altitudes diferentes. Nas cartas, as 
montanhas são representadas por agrupamentos complexos de curvas de 
nível, próximas entre si, que definem vertentes fortemente inclinadas e 
enquadram vales com diferentes orientações. 
Morro: Forma topográfica constituída por uma elevação natural e 
individualizada do terreno, com altitude inferior a da montanha. Identifica-
se nas cartas por curvas de nível fechadas, grosseiramente concêntricas e 
com altitudes crescentes para o interior, onde costuma aparecer

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