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LÍNGUA PORTUGUESA POLÍCIA MILITAR DO PARÁ - SOLDADO LÍNGUA PORTUGUESA - LEI 5.810/94 2 O inteiro teor desta apostila está sujeito à proteção de direitos autorais. Copyright © 2019 Loja do Concurseiro. Todos os direitos reservados. O conteúdo desta apostila não pode ser copiado de forma diferente da referência individual comercial com todos os direitos autorais ou outras notas de propriedade retidas, e depois, não pode ser reproduzido ou de outra forma distribuído. Exceto quando expressamente autorizado, você não deve de outra forma copiar, mostrar, baixar, distribuir, modificar, reproduzir, republicar ou retransmitir qualquer informação, texto e/ou documentos contidos nesta apostila ou qualquer parte desta em qualquer meio eletrônico ou em disco rígido, ou criar qualquer trabalho derivado com base nessas imagens, texto ou documentos, sem o consentimento expresso por escrito da Loja do Concurseiro. Nenhum conteúdo aqui mencionado deve ser interpretado como a concessão de licença ou direito de qualquer patente, direito autoral ou marca comercial da Loja do Concurseiro. POLÍCIA MILITAR DO PARÁ - SOLDADO LÍNGUA PORTUGUESA 3 PROGRAMA – ÍNDICE 1. Leitura e Interpretação de textos.................... p.3 2. Tipologia textual (+ PROVAS DA FADESP).........p.6 3. Ortografia.......................................................p.28 4. Acentuação gráfica.........................................p.43 5. Emprego do sinal indicativo de crase.............p.48 6. Classe e emprego de palavras........................p.53 7. Sintaxe da oração e do período......................p.75 8. Pontuação.......................................................p.96 9. Concordância nominal e verbal....................p.101 10. Colocação pronominal................................p.113 11. Regência nominal e verbal.........................p.115 12. Relações de sinonímia e antonímia............p.121 1. LEITURAE INTERPRETAÇÃO DE TEXTO É muito comum, entre os candidatos a um cargo público a preocupação com a interpretação de textos. Isso acontece porque lhes faltam informações específicas a respeito desta tarefa constante em provas relacionadas a concursos públicos. Por isso, vão aqui alguns detalhes que poderão ajudar no momento de responder às questões relacionadas a textos. TEXTO – é um conjunto de ideias organizadas e relacionadas entre si, formando um todo significativo capaz de produzir INTERAÇÃO COMUNICATIVA (capacidade de CODIFICAR E DECODIFICAR). CONTEXTO – um texto é constituído por diversas frases. Em cada uma delas, há uma certa informação que a faz ligar-se com a anterior e/ou com a posterior, criando condições para a estruturação do conteúdo a ser transmitido. A essa interligação dá-se o nome de CONTEXTO. Nota-se que o relacionamento entre as frases é tão grande, que, se uma frase for retirada de seu contexto original e analisada separadamente, poderá ter um significado diferente daquele inicial. INTERTEXTO - comumente, os textos apresentam referências diretas ou indiretas a outros autores através de citações. Esse tipo de recurso denomina-se INTERTEXTO. INTERPRETAÇÃO DE TEXTO - o primeiro objetivo de uma interpretação de um texto é a identificação de sua ideia principal. A partir daí, localizam-se as ideias secundárias, ou fundamentações, as argumentações, ou explicações, que levem ao esclarecimento das questões apresentadas na prova. Nesse processo, buscam-se: a) a ideia principal (ou básica); b) as ideias secundárias; c) o reconhecimento de palavras ou expressões que possam dar validade ao entendimento das ideias expressas no texto. LÍNGUA PORTUGUESA POLÍCIA MILITAR DO PARÁ - SOLDADO LÍNGUA PORTUGUESA - LEI 5.810/94 4 ORIENTAÇÃO: Com a finalidade de auxiliar o raciocínio de quem deve responder a questões de compreensão de textos, observe o seguinte: 1) Atenha-se exclusivamente ao texto. 2) Proceda através de eliminação de hipóteses. 3) Compare o sentido das palavras; às vezes, uma palavra decide a melhor alternativa. 4) Tente encontrar o tópico frasal, ou seja, a frase que melhor sintetiza o texto. Normalmente, numa prova, o candidato é convidado a: 1. IDENTIFICAR – reconhecer os elementos fundamentais de uma argumentação, de um processo, de uma época (neste caso, procuram-se termos, como os verbos e os advérbios, os quais definem o tempo). 2. COMPARAR – descobrir as relações de semelhança ou de diferenças entre as situações do texto. 3. COMENTAR - relacionar o conteúdo apresentado com uma realidade, opinando a respeito. 4. RESUMIR – concentrar as ideias centrais e/ou secundárias em um só parágrafo. 5. PARAFRASEAR – reescrever o texto com outras palavras. ERROS DE INTERPRETAÇÃO É muito comum, mais do que se imagina, a ocorrência de erros de interpretação. Os mais frequentes são: a) Extrapolação (viagem) Ocorre quando se sai do contexto, acrescentado ideias que não estão no texto, quer por conhecimento prévio do tema quer pela imaginação. b) Redução É o oposto da extrapolação. Dá-se atenção apenas a um aspecto, esquecendo que um texto é um conjunto de ideias, o que pode ser insuficiente para o total do entendimento do tema desenvolvido. c) Contradição Não raro, o texto apresenta ideias contrárias às do candidato, fazendo-o tirar conclusões equivocadas e, consequentemente, errando a questão. POLÍCIA MILITAR DO PARÁ - SOLDADO LÍNGUA PORTUGUESA 5 É preciso estar atento para a ideia principal de cada parágrafo, só assim se assegura um caminho que levará à compreensão do texto. Pode-se, tranquilamente, ser bem-sucedido numa interpretação de texto. Para isso, deve-se observar o seguinte: Ler todo o texto, procurando ter uma visão geral do assunto; Se encontrar palavras desconhecidas, não interrompa a leitura, vá até o fim, ininterruptamente; Ler com perspicácia, sutileza, malícia nas entrelinhas; Voltar ao texto tantas quantas vezes precisar; Não permitir que prevaleçam suas ideias sobre as do autor; Partir o texto em pedaços (parágrafos, partes) para melhor compreensão; Centralizar cada questão ao pedaço (parágrafo, parte) do texto correspondente; Verificar, com atenção e cuidado, o enunciado de cada questão; Cuidado com os vocábulos: destoa (=diferente de ...), não, correta, incorreta, certa, errada, falsa, verdadeira, exceto, e outras; palavras que aparecem nas perguntas e que, às vezes, dificultam a entender o que se perguntou e o que se pediu; Quando duas alternativas lhe parecem corretas, procurar a mais exata ou a mais completa, às vezes a etimologia ou a semelhança das palavras denuncia a resposta; Quando o autor apenas sugerir ideia, procurar um fundamento de lógica objetiva; Não se deve procurar a verdade exata dentro daquela resposta, mas a opção que melhor se enquadre no sentido do texto; Procure estabelecer quais foram as opiniões expostas pelo autor, definindo o tema e a mensagem; O autor defende ideias e você deve percebê-las; As orações coordenadas não têm oração principal, apenas as ideias estão coordenadas entre si; Os adjetivos ligados a um substantivo vão dar a ele maior clareza de expressão, aumentando-lhe ou determinando-lhe o significado. A interpretação não depende de cada um, mas, sim, do que está escrito. "O que está escrito, escrito está." DICA DE INTERPRETAÇÃO: comece pelas questões mais curtas; diante das opções, elimine as improváveis; muitas vezes há alternativas tão absurdasque dispensam a leitura integral do texto. Às vezes, citam dados, informações que sequer são mencionados no texto. Dicas importantes para a análise de textos: 1. Não extrapole ao que está escrito no texto. Muitas vezes, por se tratar de fatos reais, o candidato interpreta o que não está escrito. Deve-se ater somente às informações que estão relatadas. 2. Não valorize apenas uma parte do contexto. O texto deve ser considerado como um todo, não se atenha à parte dele. 3. Sublinhe as palavras-chave do enunciado, para evitar entender justamente o contrário do que está escrito. Leia duas vezes o comando da questão, para saber realmente o que se pede. Tome cuidado com algumas palavras, como: pode, deve, não, sempre, é necessário, é obrigatório, correta, incorreta, exceto, erro etc. 4. Se o comando pede a ideia principal ou tema, normalmente deve situar-se no primeiro ou no último parágrafo - introdução e conclusão. 5. Se o comando busca argumentação, deve localizar-se nos parágrafos intermediários - desenvolvimento. 6. Não levar em consideração o que o autor quis dizer, mas sim o que ele disse; escreveu. 7. Tomar cuidado com os vocábulos relatores, os que remetem a outros vocábulos do texto: pronomes relativos, pronomes pessoais, pronomes demonstrativos, etc. POLÍCIA MILITAR DO PARÁ - SOLDADO LÍNGUA PORTUGUESA - LEI 5.810/94 6 POLÍCIA MILITAR DO PARÁ - SOLDADO LÍNGUA PORTUGUESA 7 2. TIPOLOGIA TEXTUAL GÊNEROS E TIPOS DE TEXTO A Tipologia Textual define, em linhas gerais, os seguintes tipos (básicos) de texto em prosa: 1. Descritivo 2. Narrativo 3. Dissertativo 1. Descritivo: é o texto do objeto - da impressão física, da imagem, da cor, do aroma, da beleza, da feiura, do relevo, da paisagem, da precisão quanto aos aspectos físicos. Predomina o tempo pretérito imperfeito ou mesmo o presente ( indicativo e subjuntivo). Exemplos: os aspectos físicos e tipos humanos de uma favela carioca, a obra de um sociólogo que descreve o biótipo de um determinado povo, o texto de um “folder” turístico etc. 2. Narrativo: texto utilizado para contar um caso, narrar fato(s), historiar acontecimentos, não importando se fictícios ou verídicos. Predominam neste texto os tempos pretéritos: perfeito ou imperfeito. A ação é um dos principais ingredientes da narração. O tempo é outro dos ingredientes. O autor, muitas vezes, utiliza personagens que dialogam. Exemplos: uma crônica, um caso, um conto, uma notícia de jornal, uma partida de futebol, um romance, uma parábola, uma historinha infantil etc. 3. Dissertativo: é o texto da ideia - da opinião, do ponto de vista. Privilegia o discurso indireto ( 3ª pessoa ), embora possa redigido na 1ª pessoa. Aborda, quase sempre, um tema palpitante do comportamento humano: justiça social, ética (práticas aéticas), ecologia (crimes ambientais), paz (violência urbana), democracia, liberdade, futuro do homem ( seus medos e anseios) etc. Exemplos: um editorial de jornal, um artigo do Diogo Mainardi (Veja), um texto de pensamentos filosóficos etc. Há ainda outros tipos de textos: Texto Injuntivo: qualquer texto que tenha a finalidade de instruir o leitor (interlocutor). Por esse motivo, sua estrutura se caracteriza por verbos no imperativo: ordenando ou sugerindo. a) Injuntivo-instrucional: quando a orientação não é coercitiva, não estabelece claramente uma ordem, mas uma sugestão, um conselho. Exemplos: a) o texto que predomina num livro de autoajuda; b) o manual de instruções de um eletroeletrônico; c) o manual de instruções ( programação ) sobre metas, funções etc.; d) uma ingênua receita de bolo escrita pela avó... b) Injuntivo-prescritivo: a orientação é uma imposição, uma ordem baseada em condições sine qua non. Exemplos: a) a receita de um médico (a um paciente) transmitida à enfermeira responsável; b) os artigos da Constituição ou do Código de Processo Penal; c) a norma culta da Língua Portuguesa; d) as cláusulas de um contrato; e) o edital de um concurso público... Texto expositivo: apresenta informações sobre um objeto ou fato específico, sua descrição, a enumeração de suas características. Esse deve permitir que o leitor identifique, claramente, o tema central do texto. Um fato importante é a apresentação de bastante informação, caso se trate de algo novo esse se faz imprescindível. Quando se trata de temas polêmicos a apresentação de argumentos se faz necessário para que o autor informe aos leitores sobre as possibilidades de análise do assunto. O texto expositivo deve ser abrangente, deve permitir que seja compreendido por diferentes tipos de pessoas. POLÍCIA MILITAR DO PARÁ - SOLDADO LÍNGUA PORTUGUESA - LEI 5.810/94 8 A fábula é uma narrativa figurada, na qual as personagens são geralmente animais que possuem características humanas. Pode ser escrita em prosa ou em verso e é sustentada sempre por uma lição de moral, constatada na conclusão da história. A fábula está presente em nosso meio há muito tempo e, desde então, é utilizada com fins educacionais. Muitos provérbios populares vieram da moral contida nesta narrativa alegórica, como por exemplo: “A pressa é inimiga da perfeição” em “A lebre e a tartaruga” e “Um amigo na hora da necessidade é um amigo de verdade” em “A cigarra e as formigas”. Portanto, sempre que redigir uma fábula lembre- se de ter um ensinamento em mente. Além disso, o diálogo deve estar presente, uma vez que trata-se de uma narrativa. Por ser exposta também oralmente, a fábula apresenta diversas versões de uma mesma história e, por este motivo, dá-se ênfase em um princípio ou outro, dependendo da intenção do escritor ou interlocutor. É um gênero textual muito versátil, pois permite diversas situações e maneiras de se explorar um assunto. É interessante, principalmente para as crianças, pois permite que elas sejam instruídas dentro de preceitos morais sem que percebam. E outra motivação que o escritor pode ter ao escolher a fábula na aula, no vestibular ou em um concurso que tenha essa modalidade de escrita como opção é que é divertida de se escrever. Pode-se utilizar da ironia, da sátira, da emoção, etc. Lembrando-se sempre de escolher personagens inanimados e/ou animais e uma moral que norteará todo o enredo. A Crônica é uma reflexão sobre o acontecido. A crônica é um gênero que tem relação com a ideia de tempo e consiste no registro de fatos do cotidiano em linguagem literária, conotativa. A origem da palavra crônica é grega, vem de chronos (tempo), é por isso que uma das características desse tipo de texto é o caráter contemporâneo. A crônica difere da notícia, e da reportagem porque, embora utilizando o jornal ou a revista como meio de comunicação, não tem por finalidade principal informar o destinatário, mas refletir sobre o acontecido. Desta finalidade resulta que, neste tipo de texto, podemos ler a visão subjetiva do cronista sobre o universo narrado. Assim, o foco narrativo situa-se invariavelmente na 1ª pessoa. Poeta do quotidiano, como alguém chamou ao cronista dos nossos dias, apresenta um discurso que se move entre a reportagem e a literatura, entre o oral e o literário, entre a narração impessoal dos acontecimentos e a força da imaginação. Diálogo e monólogo; diálogo com o leitor, monólogo com o sujeito da enunciação. A subjetividade percorre todo o discurso. A crônica não morre depressa, como acontece com a notícia, mas morre, e aqui se afasta irremediavelmente do texto literário, embora se vista, por vezes, das suas roupagens, como a metáfora, aambiguidade, a antítese, a conotação, etc. A sua estrutura assemelha-se à de um conto, apresentando uma introdução, um desenvolvimento e uma conclusão. POLÍCIA MILITAR DO PARÁ - SOLDADO LÍNGUA PORTUGUESA 9 Discurso Os personagens que participam da história evidentemente falam. É o que se conhece como discurso, que pode ser: 1) Direto: O narrador apresenta a fala do personagem, integra, palavra por palavra. Geralmente se usam dois pontos e travessão. Ex.: o funcionário disse ao patrão: - Espero voltar no final do expediente. Rui perguntou ao amigo: - Posso chegar mais tarde? 2) Indireto: O narrador incorpora à sua fala a fala do personagem. O sentido é o mesmo do discurso direto, porém é utilizada uma conjunção integrante (que ou se) para fazer a ligação. Ex.: O funcionário disse ao patrão que esperava voltar no final do expediente. Rui perguntou ao amigo se poderia chegar mais tarde. Obs.: O conhecimento desse assunto é muito importante para as questões que envolvem as paráfrases. Cuidado, pois, com o sentido. Procure ver se está sendo respeitada a correlação entre os tempos verbais e entre determinados pronomes. Abaixo, outro exemplo, bem elucidativo. Minha colega me afirmou: - Estarei aqui, se você precisar de mim. Minha colega me afirmou que estaria lá se eu precisasse dela. O sentido é, rigorosamente, o mesmo. Foi necessário fazer inúmeras adaptações. 3) Indireto livre É praticamente uma fusão dos dois anteriores. Percebe-se a fala do personagem, porém sem os recursos do discurso direto (dois pontos e travessão) nem do discurso indireto (conjunções que ou se). Ex.: Ele caminhava preocupado pela avenida deserta. Será que vai chover, logo hoje, com todos esses compromissos!? Exemplo prático de tipos textuais (fragmentos de Cora Coralina): “Fui criada ( e até hoje moro ) numa casa simples, mas de cômodos bem amplos e confortáveis. Um jardim colorido e aromático. Beija-flores por aqui não faltam. Tenho duas filhas. Ana, uma menina alta, meio desengonçada, mas de um brilho especial nos olhos muito pretos. Virgínia, uma menina muito magra, gestos e rosto delicados, tem uma cabeleira tão ruiva que poderia ser confundida com uma dessas atrizes do cinema americano....” Texto descritivo. “Certo dia, minhas duas filhas e eu fomos passear pelo sítio. Na margem do rio havia uma pequena canoa. O espírito de aventura falou mais alto. Entramos na canoa e, no meio do leito, notamos a água infiltrando-se. Percebi o desespero das meninas, mas tive de aparentar toda a calma e...” Texto narrativo. “A vida de uma mulher não é fácil em parte alguma deste mundo. A sociedade machista impõe-lhe regras e destinos que ela jamais pode escolher. A mulher será sempre uma escrava totalmente submissa ao marido, às tradições, aos costumes e à hipocrisia chauvinista dos...” Texto dissertativo. “Minhas receitas preferidas. Bolo de Banana. Caramelize uma forma com açúcar, corte 10 bananas no sentido do comprimento, coloque-as na forma, bata 4 ovos com uma xícara de leite, duas de farinha de trigo e uma colher de fermento. Despeje a massa na forma, polvilhe (a gosto) com canela e açúcar e leve ao forno pré-aquecido em 180ºC. Deixe...” Texto injuntivo (instrucional). “Como fazer um parto de emergência ( recado para minhas filhas e netas). Mantenha a calma. Prepare uma superfície limpa para ela se deitar. Pegue uma tesoura e três pedaços de linha de 25cm. Ferva tudo por 10 minutos. Dobre um cobertor e coloque-o sobre a futura mamãe. Lave bem as mãos e as unhas com água e sabão. Quando as contrações aumentarem...” Texto injuntivo-prescritivo. POLÍCIA MILITAR DO PARÁ - SOLDADO LÍNGUA PORTUGUESA - LEI 5.810/94 10 EXERCÍCIO DE TIPOLOGIA TEXTUAL 1. identifique o tipo de redação apresentando: (1) descrição (2) narração (3) dissertação ( ) Acreditamos firmemente que só o esforço conjunto de toda a nação brasileira conseguirá vencer os gravíssimos problemas econômicos, por todos há muitos conhecidos. Quaisquer medidas econômicas, por si sós, não são capazes de alterar a realidade, se as autoridades que elaboram não contarem com o apoio da opinião pública, em meio a uma comunidade de cidadãos conscientes. ( ) Nas proximidades deste pequeno vilarejo, existe uma chácara de beleza incalculável. Ao centro avista-se um lago de águas cristalinas. Através delas, vemos a dança rodopiante dos pequenos peixes. Em volta deste lago pairam, imponentes, árvores seculares que parecem testemunhas vivas de tantas histórias que se sucedem pelas gerações. A relva, brilhando ao sol, estende-se por todo aquele local, imprimindo à paisagem um clima de tranquilidade e aconchego. ( ) As crianças sabiam que a presença daquele cachorro vira-lata em seu apartamento seria alvo da mais rigorosa censura de sua mãe. Não tinha qualquer cabimento; um apartamento tão pequeno que mal acolhia Álvaro, Alberto e Anita, além de seus pais, ainda tinha de dar abrigo a um cãozinho! Os meninos esconderam o animal em um armário próximo ao corredor e ficaram sentados na sala à espera dos acontecimentos. No fim da tarde a mãe chegou do trabalho. Não tardou em descobrir o intruso e a expulsá-lo, sob os olhares aflitos de seus filhos. ( ) Joaquim trabalhava em um escritório que ficava no 12º andar de um edifício da Avenida Paulista. De lá avistava todos os dias a movimentação incessante dos transeuntes, os frequentes congestionamentos dos automóveis e a beleza das arrojadas construções que sucedem do outro lado da avenida. Estes prédios moderníssimos alternavam-se com majestosas mansões antigas. O presente e o passado ali se combinavam e, contemplando aquelas mansões, podia-se, por alto, imaginar o que fora, nos tempos de outrora, a paisagem desta mesma avenida, hoje tão modificada pela ação do progresso. ( ) Dizem as pessoas ligadas ao estudo da Ecologia que são incalculáveis os danos que o homem vem causando ao meio ambiente. O desmatamento de grandes extensões de terra, transformando-as em verdadeiras regiões desérticas, os efeitos nocivos da poluição e a matança indiscriminada de muitas espécies são apenas alguns aspectos a serem mencionados. Os que se preocupam com a sobrevivência e o bem-estar das futuras gerações temem que a ambição desmedida do homem acabe por tornar esta terra inabitável. ( ) O candidato à vaga de administrador entrou no escritório onde iria ser entrevistado. Ele se sentia inseguro, apesar de ter um bom currículo, mas sempre se sentia assim quando estava por ser testado. O dono da firma sentou-se com ar de extrema seriedade e começou a lhe fazer as perguntas mais variadas. Aquele interrogatório parecia interminável. Porém, toda aquela sensação desagradável dissipou-se quando ele foi informado de que o lugar era seu. TIPOLOGIA – questões da FADESP 01. Há uma sequência predominantemente descritiva no seguinte fragmento de texto: (A) “Na minha infância (leia-se década de 40), a primeira violência de que tive notícia foi o assassinato de um motorista de táxi”. (B) “Não vivo em pânico, apesar do que escrevo aqui. Não sou particularmente covarde. Nem singularmente ousada. Sou uma mulher comum que já viveu bastante, viu bastante...”. (C) “Se tivesse recursos (escrever livro não dá para tais luxos), eu colocaria segurança na porta de cada uma das pessoas que amo, ainda que nenhuma delas possua algo que possa atrair bandidos”. (D) “Neste país a cada semana morrem várias dezenas de civis inocentes e policiais corajosos. Aqui se morre mais do que na Guerra do Iraque, tantos jovens são assassinados que em breve seremos um país de velhos”. 02. O fragmento de texto que NÃO consiste em uma sequência narrativa é (A) “Dois viajantes, transviados no sertão, depois de muito andar alcançamo reino dos macacos.” . (B) “Este segundo viajante era um homem neurastênico, azedo, amigo da verdade a todo o transe.” . (C) “E o viajante neurastênico, arrastado dali por cem munhecas, entrou numa roda de lenha que o deixou moído por uma semana.”. (D) “Ai deles! Guardas surgem na fronteira, guardas ferozes que os prendem, que os amarram e os levam à presença de S. Majestade Simão III.”. 03. Há uma sequência predominantemente narrativa em: POLÍCIA MILITAR DO PARÁ - SOLDADO LÍNGUA PORTUGUESA 11 (A) “Tomar vitaminas não pode fazer mal à saúde, certo? Errado. Um estudo feito pela Universidade de Gotemburgo, na Suécia, descobriu que o consumo das vitaminas A, C e E acelerou um crescimento de tumores de pulmão em ratos de laboratório.” (B) “As bactérias estão criando resistência aos antibióticos, e a indústria farmacêutica não consegue criar novos – o ritmo das invenções caiu 70% nos últimos 20 anos. A esperança são os antibióticos virais, que já estão em testes – e são feitos de vírus que matam bactérias”. (C) “Os cientistas constataram que as vitaminas inibem a ação de uma proteína chamada p53, que atua como supressora de tumores. Quando detecta mutações, essa proteína obriga a célula suicidar-se antes que se multiplique e vire um tumor, ou seja, a p53 funciona como uma patrulheira anticâncer.” (D) “Elas estavam ganhando de goleada até que, num dia de 1928, o biólogo escocês Alexander Fleming se esqueceu de limpar o laboratório. Quando voltou, notou um fungo crescendo numa placa – e matando as bactérias que ele usava em experiências. E o que era desleixo virou a descoberta do século: esse fungo, do gênero penicillum, foi o primeiro antibiótico.” 04. Há uma sequência predominantemente descritiva em (A) “Carrego-a comigo como um troféu; amo-a tanto que tenho ainda hoje muitas vezes vontade de repetir uma frase de minha infância. ‘Mamãe, conta uma estória’” (B) “Estou sempre a vê-la nos seus gestos, na sua voz, no seu riso de corajosa alegria. Tão clara em tudo que dela vinha; tão brancos os seus dentes e o seu corpo; só nos cabelos negros o contraste parecia apontar mundos desconhecidos”. (C) “Há muito a perdi. Por que não dizer que isso aconteceu no momento em que dela mais precisava? Fizera quinze anos, ia ser arrastada pelo redemoinho de sonhos, mas com ela aprendera tanto e tão bem a alegria e a coragem, que tive forças para continuar sozinha pela vida afora”. (D) “Quando nasci, ela contava apenas vinte anos e era linda. Quando a conheci melhor, éramos da mesma idade. Nunca esquecerei seu encontro com a morte, aos trinta e cinco anos, o mesmo grande sorriso, a mesma imensa alegria de viver”. 05. Releia o parágrafo abaixo: “A felicidade filosófica é a felicidade da eudaimonia, que desde os gregos significa a ideia da vida justa em que a interioridade individual e as necessidades da vida exterior entrariam em harmonia. [...] Condição natural dos filósofos, a felicidade seria, no seu ápice, o prazer da reflexão que ultrapassa qualquer contentamento.” Pode-se afirmar que é uma sequência textual predominantemente (A) injuntiva porque pretende provocar uma reação no leitor. (B) descritiva porque enumera as características da felicidade humana. (C) argumentativa: a autora expõe e defende sua opinião pessoal acerca da felicidade. (D) expositiva porque apresenta e explica em que consiste o sentido filosófico de felicidade. O duplo sentido da vírgula Bel Tosato Quem tem hábito de escrever, seja um pequeno texto, um bilhete, uma carta, um e-mail, pergunta-se se deveria ou não acrescentar ou tirar alguma vírgula. A importância da vírgula é tal que, se a colocarmos no lugar errado, o sentido do texto pode mudar e comprometer o entendimento. Em frases como "Não, fale depressa!" e "Não fale depressa", nota-se a diferença de significados entre uma e outra, com e sem o uso da vírgula. Segundo o Houaiss, "vírgula é um sinal gráfico de pontuação, indicando uma pausa ligeira, usada para separar frases encadeadas entre si ou elementos dentro de uma frase". Até parece fácil, mas, na hora de inseri-la no texto, já não é tão simples assim. Alguns exemplos típicos do "poder" da vírgula em uma frase: Ela pode demonstrar uma ordem (Maria, faz a lição) ou apenas descrever uma ação (Maria faz a lição). Pode distorcer um modo de pensar: Quero escrever claro. Quero escrever, claro! Pode indicar uma pausa (Não, aguarde um momento). Ou uma continuidade (Não aguarde um momento). Sem ela não há como escrevermos de modo claro. Tão pequenininha e tão poderosa! Disponível em: <http://revistalingua.uol.com.br/textos.asp?codigo=11633>. 06. Quanto às características textuais, “O duplo sentido da vírgula” é um texto predominantemente (A) injuntivo. (C) descritivo. (B) narrativo. (D) argumentativo. 07. O enunciado que melhor resume as ideias do texto é (A) “o poder da vírgula”. (B) “o duplo sentido do texto”. (C) “os diferentes usos da vírgula”. (D) “como aprender a usar a vírgula”. Gabarito de Tipologia: (3), (1), (2), (1), (3), (2) Gabarito/Fadesp: 1.B, 2.B, 3.D, 4.B, 5.D, 6. D, 7.A. POLÍCIA MILITAR DO PARÁ - SOLDADO LÍNGUA PORTUGUESA - LEI 5.810/94 12 EXERCÍCIOS DE INTERPRETAÇÃO DE TEXTO Texto I Detector de mentira por e-mail. Cientistas norte-americanos garantem que criaram método para identificar uma mentira contada em mensagens eletrônicas (Revista Língua, nº 18, 2007 – Texto adaptado) Cientistas da Universidade de Cornell, nos Estados Unidos, anunciaram no fim de fevereiro, início de março, ser capazes de identificar uma mentira contada por e-mail. Analisando cinco características de textos falaciosos, identificaram “pistas” que mentirosos deixam em textos escritos. Segundo os cientistas, a margem de acerto nos testes é de 70%. Os conhecimentos podem ser condensados em um programa de computador disponível já a partir do próximo ano. Textos falsos têm, por exemplo, 28% mais palavras que textos verdadeiros, descobriram os cientistas. Mas a ocorrência de frases casuais, que possam despertar ambiguidade, é bem menor nos verdadeiros que nos mentirosos. Mais detalhadas que as verdades, mentiras são contadas por meio daquilo que os pesquisadores chamam de “expressão de sentido”, como “sentir”, “ver”, e “tocar” – usadas para criar um cenário que nunca existiu. Mentirosos desconfortáveis com a própria lorota tenderiam ainda a usar palavras com sentido negativo, como “triste”, “estressado”, “irritado”. [...] O professor Jeff Hancock, coordenador do estudo, disse que, mais que ajudar as pessoas a identificar mentirinhas privadas contadas por seus parceiros amorosos, a pesquisa pode ter diversos usos públicos. 01. A leitura global do texto nos permite inferir que o autor quer: A) chamar a atenção para uma descoberta revolucionária: a mentira por e-mail pode estar com os seus dias contados. B) mostrar que a mentira é comum nos e-mails: todos mentem porque não serão descobertos. C) enfatizar que há recursos modernos para o homem se esconder atrás de uma cortina, a da mentira eletrônica. D) lembrar de que a mentira faz parte da vida dos homens: tanto faz mentir como dizer a verdade, não há problemas. 02. No texto: “Detector de mentira por e-mail” predominam as marcas de um texto: A) narrativo. C) descritivo. B) dissertativo. D) narrativo-argumentativo. TEXTO II Não existe essa coisa de um ano sem Senna, dois anos sem Senna ... Não há calendário para a saudade. (Adriane Galisteu, no Jornal do Brasil) 03. Segundo o texto, a saudade: a) aumenta a cada ano. b) é maior no primeiro ano. c) é maior na data do falecimento. d) é constante. e) incomoda muito. 04. A segunda oração do texto tem um claro valor: a) concessivo c) causal b) temporal d) condicional e) proporcional 05. A repetição da palavra não exprime: a) dúvida c) tristeza b) convicçãod) confiança e) esperança TEXTO III Passei a vida atrás de eleitores e agora busco os leitores. (José Sarney, na Veja) 06.Deduz-se pelo texto uma mudança na vida: a)esportiva d) sentimental b)intelectual e) religiosa c) profissional 07.O autor do texto sugere estar passando de: a)escritor a político d) senador a escritor b)político a jornalista e) político a escritor c)político a romancista 08.Infere-se do texto que a atividade inicial do autor foi: a)agradável c) simples b)duradoura d) honesta e) coerente 09.O trecho que justifica a resposta ao item anterior é: a)e agora c) passei a vida b)os leitores d) atrás de eleitores e) busco 10.A expressão que não pode substituir o termo agora é: a)no momento c) presentemente b)ora d) neste instante e) recentemente TEXTO IV Os animais que eu treino não são obrigados a fazer o que vai contra a natureza deles. (Gilberto Miranda, na Folha de São Paulo, 23/2/96) POLÍCIA MILITAR DO PARÁ - SOLDADO LÍNGUA PORTUGUESA 13 11.O sentimento que melhor define a posição do autor perante os animais é: a) fé c) solidariedade b) respeito d) amor e) tolerância 12.O autor do texto é: a)um treinador atento d) um adestrador consciente b)um adestrador frio e) um adestrador filantropo c)um treinador qualificado 13.Segundo o texto, os animais: a)são obrigados a todo tipo de treinamento. b)fazem o que não lhes permite a natureza. c)não fazem o que lhes permite a natureza. d)não são objeto de qualquer preocupação para o autor. e)são treinados dentro de determinados limites. Texto V 14. O humor provocado pela tirinha se estabelece pela leitura: (A) do primeiro quadrinho, somente. (B) do segundo quadrinho, somente. (C) do terceiro quadrinho, somente. (D) do primeiro e do terceiro quadrinhos. (E) do segundo e do terceiro quadrinhos. TEXTO VI Segunda maior produtora mundial de embalagem longa vida, a SIG Combibloc, principal divisão do grupo suíço SIG, prepara a abertura de uma fábrica no Brasil. A empresa, responsável por 1 bilhão do 1,5 bilhão de dólares de faturamento do grupo, chegou ao país há dois anos disposta a brigar com a líder global, Tetrapak, que detém cerca de 80% dos negócios nesse mercado. Os estudos para a implantação da fábrica foram recentemente concluídos e apontam para o Sul do país, pela facilidade logística junto ao Mercosul. Entre os oito atuais clientes da Combibloc na região estão a Unilever, com a marca de atomatado Malloa, no Chile, e a italiana Cirio, no Brasil. (Denise Brito, na Exame, dez./99) 15) Segundo o texto, a SIG Combibloc: a) produz menos embalagem que a Tetrapak. b) vai transferir suas fábricas brasileiras para o Sul. c) possui oito clientes no Brasil. d) vai abrir mais uma fábrica no Brasil. e) possui cliente no Brasil há dois anos, embora não esteja instalada no país. 16) Segundo o texto: a) O Mercosul não influiu na decisão de instalar uma fábrica no Sul. b) a SIG Combibloc está entrando no ramo de atomatado. c) a empresa suíça SIG ocupa o 2º lugar mundial na produção de embalagem longa vida. d) a Unilever é empresa chilena. e) a SIG Combibloc detém 2/3 do faturamento do grupo. 17) Os estudos apontam para o Sul porque: a) o clima favorece a produção de embalagens longa vida. b) está próximo aos demais países que compõem o Mercosul. c) A Cirio já se encontra estabelecida ali. d) nos países do Mercosul já há clientes da Combibloc. e) o Sul é uma região desenvolvida e promissora. 18) " ... que detém cerca de 80% dos negócios nesse mercado." Das alterações feitas nessa passagem do texto, a que não mantém o sentido original é: a) a qual detém cerca de 80% dos negócios em tal mercado. b) Que possui perto de 80% dos negócios nesse mercado. c) que detém aproximadamente 80% dos negócios em tais mercados. d) a qual possui aproximadamente 80% dos negócios nesse mercado. e) a qual detém perto de 80% dos negócios nesse mercado. 19) " ... e apontam para o Sul do país ... " O trecho destacado só não pode ser entendido, no texto, como: a) e indicam o Sul do pai b) e recomendam o Sul do país c) e incluem o Sul do país d) e aconselham o Sul do país e) e sugerem o Sul do país Gabarito: 1. A, 2. A, 3. D, 4. C, 5. B, 6. C, 7. E, 8. B, 9. C, 10. E, 11. B, 12. D, 13. E, 14. E, 15. E, 16.E, 17.B, 18.C, 19.C. POLÍCIA MILITAR DO PARÁ - SOLDADO LÍNGUA PORTUGUESA - LEI 5.810/94 14 POLÍCIA MILITAR DO PARÁ - SOLDADO LÍNGUA PORTUGUESA 15 1. No texto “Aprendendo a viver”, Clarice Lispector vale- se do pensamento de Thoreau para (A) criticar a filosofia de autoajuda. (B) refletir sobre um modo de viver melhor. (C) divulgar o pensamento de filósofos americanos. (D) manifestar seu interesse pela literatura de autoajuda. 2. Thoreau aponta comportamentos do homem dos quais ele discorda, como o fato de (A) adiar a vida sempre para depois. (B) confiar excessivamente em si mesmo. (C) se precipitar na realização de seus interesses. (D) ignorar a importância da busca de conhecimentos. 3. A mensagem principal das ideias de Thoreau está expressa explicitamente na seguinte máxima: (A) A vida é feita de arrependimentos. (B) A vida é feita dos momentos presentes. (C) Só os homens corajosos vencem na vida. (D) A prudência é a mãe de todas as virtudes. 4. O enunciado em que se menciona a origem da infelicidade humana, segundo o filósofo americano, é (A) “o que um homem pensa a respeito de si mesmo (...) revela seu destino.” (l. 33 e 34). (B) “Thoreau achava que o medo era a causa da ruína dos nossos momentos presentes” (l. 29). (C) “Creio, escreveu, que podemos confiar em nós mesmos muito mais do que confiamos. A natureza adapta-se tão bem à nossa fraqueza quanto à nossa força” (l. 38 a 40). (D) “E dizia esta coisa forte que nos enche de coragem: ‘Por que não deixamos penetrar a torrente, abrimos os portões e pomos em movimento toda a nossa engrenagem?’” (l. 25 e 26). 5. Clarice Lispector traduz, com suas próprias palavras, o pensamento do filósofo americano Thoreau. Para isso, recorre, em alguns trechos, a verbos que também expressam o sentimento do filósofo, como (A) queria, dizia, achava. (B) dizia, aconselhava, repetia. (C) escreveu, pregou, praticou. (D) desolava-se, impacientava-se. 6. Julgue as afirmativas abaixo com base nos fatos de língua. I. O verbo “julgam-se” (l. 32) está flexionado na terceira pessoa do plural porque seu sujeito é composto. II. O verbo “assimilar” (l. 1) poderia flexionar-se no plural para concordar com seu sujeito “coisas mais difíceis”. III. No enunciado “ou não ter aceito” (l. 14), o verbo “aceitar” admite outra forma de particípio além da que aí ocorre. IV. As formas verbais “exclamar” (l. 6), “acrescentar” (l. 6) e “comentar” (l. 7) são verbos que servem para introduzir a palavra do filósofo citado no texto. Estão corretas as afirmativas (A) I e II. (C) II e IV. (B) II e III. (D) II, III e IV. 7. O fragmento de texto abaixo transcrito que não constitui uma sequência injuntiva é (A) “simplifique! simplifique!” (l. 42). (B) “Estamos vivos agora” (l. 6 e 7). (C) “tenha pena de si mesmo” (l. 35). (D) “melhore o momento presente” (l. 6). 8. Seriam mantidos o sentido original e a correção gramatical do texto, caso o trecho “se comparada à opinião que temos de nós mesmos” (l. 31) fosse substituído por (A) no caso de a compararmos a outrasopiniões. (B) como se compara à opinião que se tem de si mesmo. (C) quando a comparamos à opinião que temos de nós mesmos. (D) de modo a se comparar à opinião que temos de nós mesmos. POLÍCIA MILITAR DO PARÁ - SOLDADO LÍNGUA PORTUGUESA - LEI 5.810/94 16 9. Considere o trecho abaixo transcrito: Impacientava-se também com os que gastam tanto tempo estudando a vida que nunca chegam a viver. (l. 22 e 23). A análise quanto aos constituintes desse período está correta em: (A) O pronome “os” reporta-se ao vocábulo “jovens”. (B) Os verbos “gastar” e “chegar” têm o mesmo sujeito. (C) A oração “que nunca chegam a viver” expressa uma concessão. (D) O pronome “que”, em sua primeira ocorrência, é um pronome relativo e, como tal, retoma o termo que o antecede. 10. Julgue as afirmativas abaixo com base nos preceitos da redação oficial. I. O emprego dos pronomes de tratamento nas comunicações oficiais obedece a normas específicas. II. “Subscrevemo-nos cordialmente” e “Temos o prazer de levar ao conhecimento de V. S.a” são fórmulas utilizadas em fechos de documentos oficiais. III. O ofício é uma modalidade de comunicação eminentemente interna, entre unidades administrativas de um mesmo órgão, que podem estar hierarquicamente em mesmo nível ou em níveis diferentes. IV. Deve-se dar um tratamento impessoal aos assuntos abordados em documentos oficiais de modo a garantir a ausência de impressões individuais. Está correto o que se afirma em (A) I e IV. (B) III e IV. (C) I, III e IV. (D) II, III e IV. Gabarito: 1. B, 2.A, 3.B, 4. B, 5.D, 6.D, 7.B, 8.C, 9. NULA, 10.A. Prova de Soldado/Fadesp Está chegando perto "Ando cansada de espreitar da janela de meu carro para ver se o carro vizinho me aponta a metralhadora ou se é apenas um conhecido me cumprimentando" Lya Luft Houve um tempo em que o sonho da maioria das pessoas era morar numa casa em rua calma e arborizada. Hoje queremos edifício em rua movimentada e... sorte em relação à violência, que chega cada dia mais perto. Na minha infância (leia-se década de 40), a primeira violência de que tive notícia foi o assassinato de um motorista de táxi. Táxi, chamado então, se não me engano, de carro de praça, era raramente usado. Os motoristas eram pois personagens conhecidos da gente. Aquele foi enforcado por bandidos, depois colocado no porta-malas do seu carro e levado pela cidade enquanto eles iam para a "zona" – lugar obscuro para uma criança de então, que os adultos evitavam explicar criando mais confusão –, bares e outros. Muitas noites insones passei, apavorada, no escuro, imaginando aquele defunto ambulante. Alguém comentou que ele tinha grandes olhos azuis e risada alegre. Aquele morto no seu porta- malas povoou muitas noites insones da criança que fui, ele e eu de olhos arregalados no escuro. Hoje, notícias de violência fazem parte do cotidiano de meus netos e netas, por mais sossegada e protegida que seja a sua vida. Mesmo numa cidade não tão grande nem perigosa como Rio e São Paulo, jornal, noticiosos de TV e rua de bairro são cenário de assalto, medo e morte. E nem nos ocorre deixar que essas crianças façam o que seus pais faziam nesse mesmo bairro: andar de bicicleta na calçada, jogar futebol em terreno baldio, brincar na rua, ir a pé para a escola, pegar ônibus para ir ao centro. Homens bem vestidos, metralhadoras modernas e granadas de mão invadem condomínios aparentemente seguros. Temos de um lado os marginais, de outro os chiques: o terror cada vez mais perto. Onde as autoridades redescobrem seu poder e sua função, essas organizações começam a ser desmanteladas, mas é um trabalho duro e complexo. Se tivesse recursos (escrever livro não dá para tais luxos), eu colocaria segurança na porta de cada uma das pessoas que amo, ainda que nenhuma delas possua algo que possa atrair bandidos. E, se tivesse filhos solteiros, faria o que nunca fiz quando os tinha em casa: só dormiria quando todos estivessem salvos debaixo do nosso teto. O morto no escuro do porta-malas talvez nem me assustasse se eu fosse criança hoje. Vivemos a banalização da morte absurda. Neste país a cada semana morrem várias dezenas de civis inocentes e policiais POLÍCIA MILITAR DO PARÁ - SOLDADO LÍNGUA PORTUGUESA 17 corajosos. Aqui se morre mais do que na Guerra do Iraque, tantos jovens são assassinados que em breve seremos um país de velhos. Estou cansada do medo generalizado que vai disseminando uma generalizada tristeza. Cansada de espreitar da janela do meu carro para ver se do carro vizinho me apontam a metralhadora ou se é apenas um conhecido me cumprimentando. Cansada de não saber se o menino pedinte tem na mão uma navalha, se o carro atrás do meu não vai me fechar ali adiante, se... se... se... Não vivo em pânico, apesar do que escrevo aqui. Não sou particularmente covarde. Nem singularmente ousada. Sou uma mulher comum que já viveu bastante, viu bastante, mas nada que de longe se pareça com o que hoje experimentamos, nas cidades grandes e pequenas: a violência cada vez mais perto. A bela ideia de colocar 700 cruzes na Praia de Copacabana simbolizando os mortos por violência no Rio em apenas alguns dias devia ser repetida por todo o país. Em praias, praças, ruas, parques. Lá estariam, vigilantes, as vítimas dessas mortes tão evitáveis, a nos alertar de que, com vontade real de acabar com essa guerra civil, o terror sem remédio terá remédio. Educação, emprego, aconselhamento familiar, controle muito maior das drogas, leis mais severas, polícia mais valorizada, autoridade firme e corajosa, determinação de todos e menos palavrório. Ou logo nos crescerão orelhas e rabos: com focinho trêmulo e olhinhos assustados, seremos ratos apavorados disparando pelas ruas, entrando sorrateiramente nos edifícios e casas, espiando o mundo através de grades e olhos mágicos, organizando nossos lares como minishoppings dos quais só se sai por obrigação: com comida pré-pronta, diversão cibernética, amizades idem, e lá fora uma trágica paisagem de cruzes. http://veja.abril.com.br/280307/ponto_de_vista.shtml 01. Segundo Lya Luft, a violência (A) faz parte da vida de todos os brasileiros, mesmo daqueles que levam uma vida sossegada e protegida. (B) pode ser mantida longe, se as pessoas puderem se refugiar em condomínios seguros, protegidos por seguranças armados. (C) está cada vez mais perto das cidades onde as autoridades redescobrem seu poder e sua função, combatendo as organizações criminosas. (D) ainda está longe das cidades menores, onde crianças podem andar de bicicleta na calçada, jogar futebol em terreno baldio, brincar na rua, ir a pé para a escola, pegar ônibus para ir ao centro. 02. Embora declare não ser particularmente covarde, Lya Luft tem medo da “guerra civil” instalada no Brasil. Essa ideia só não aparece no enunciado (A) “...se tivesse filhos solteiros, faria o que nunca fiz quando os tinha em casa: só dormiria quando todos estivessem salvos debaixo do nosso teto”. (B) “Se tivesse recursos (escrever livro não dá para tais luxos), eu colocaria segurança na porta de cada uma das pessoas que amo, ainda que nenhuma delas possua algo que possa atrair bandidos”. (C) “Educação, emprego, aconselhamento familiar, controle muito maior das drogas, leis mais severas, polícia mais valorizada, autoridade firme e corajosa, determinação de todos e menos palavrório”. (D) “Estou cansada do medo generalizado que vai disseminando uma generalizada tristeza. Cansada de espreitar da janela do meu carro para ver se do carro vizinho me apontam a metralhadora ou se é apenas um conhecido me cumprimentando”. 03. Apesar da tristeza e do desânimo, a autora (A) acredita que a violência pode ser combatida e aponta soluções para isso. (B) propõe que casas e edifícios reforcem a segurança com grades e segurançasarmados. (C) defende a ideia de que o homem, para se afastar do terror, precisa voltar a morar em cidades menores, de ruas calmas e arborizadas. (D) julga possível viver com mais tranquilidade, desde que os cidadãos organizem suas vidas para não precisarem sair de suas casas a não ser por obrigação. 04. Na passagem “entrando sorrateiramente nos edifícios e casas, espiando o mundo através de grades e olhos mágicos, organizando nossos lares como minishoppings dos quais só se sai por obrigação: com comida pré-pronta, diversão cibernética, amizades idem, e lá fora uma trágica paisagem de cruzes”, a autora descreve um tipo de vida caracterizado, principalmente, pelo(a) (A) isolamento e pelo medo. (B) acomodação e pelo conforto. (C) conciliação e pela segregação. (D) sociabilidade e pela comodidade. 05. Em “... autoridade firme e corajosa, determinação de todos e menos palavrório”, Lya Luft reconhece que tem havido, em relação às medidas contra a violência, muito(a) (A) oratória e muita eficiência. (B) prolixidade e muita ação concreta. (C) palavreado inútil e pouca ação efetiva. (D) retórica produtiva e providências esparsas. POLÍCIA MILITAR DO PARÁ - SOLDADO LÍNGUA PORTUGUESA - LEI 5.810/94 18 06. O texto de Lya Luft é uma crônica. Sobre esse gênero textual, só não se pode dizer que (A) contém ironia e humor. (B) é um registro de acontecimentos do cotidiano. (C) o autor escreve como se estivesse dialogando com o leitor. (D) o autor interpreta e analisa dados da realidade por meio de conceitos abstratos. 07.No trecho “E, se tivesse filhos solteiros, faria o que nunca fiz quando os tinha em casa: só dormiria quando todos estivessem salvos debaixo do nosso teto”, o futuro do pretérito foi utilizado para indicar um(a) (A) fato já consumado. (B) ação anterior a outra já passada. (C) fato incerto, duvidoso ou impossível de se realizar. (D) ação que poderá se realizar, agora ou no futuro, dependendo de certa condição. 08. Quanto às regras de ortografia e acentuação gráfica, é incorreto afirmar que, em (A) “lugar obscuro para uma criança de então”, a palavra “obscuro” tem três sílabas. (B) “com focinho trêmulo e olhinhos assustados”, há um dígrafo na palavra “trêmulo”. (C) “Aquele morto no seu porta-malas povoou muitas noites”, há um hiato na palavra “povoou”. (D) “espiando o mundo através de grades”, a palavra “através” é acentuada por ser oxítona terminada em “e”. 09. No enunciado “Hoje queremos edifício em rua movimentada”, existe um (A) objeto direto. (C) agente da passiva. (B) objeto indireto. (D) predicativo do sujeito. 10. Em “Homens bem vestidos, metralhadoras modernas e granadas de mão invadem condomínios aparentemente seguros”, o sujeito é (A) oculto. (C) composto. (B) simples. (D) indeterminado. 11. Quanto à semântica das palavras, não está correto afirmar que (A) “adivinhar” é sinônimo de “espreitar” em “Cansada de espreitar da janela do meu carro...”. (B) “desocupado” conserva o mesmo sentido de “baldio” em “... jogar futebol em terreno baldio...”. (C) “ignorado” poderia substituir “obscuro” em “... para a ‘zona’ – lugar obscuro para uma criança de então...”. (D) “zelosas” tem o mesmo sentido de “vigilantes” em “Lá estariam, vigilantes, as vítimas dessas mortes tão evitáveis...”. 12. Há uma palavra formada por derivação parassintética no enunciado (A) “Vivemos a banalização da morte absurda”. (B) “... seremos ratos apavorados disparando pelas ruas...”. (C) “Lá estariam, vigilantes, as vítimas dessas mortes tão evitáveis...”. (D) “... autoridade firme e corajosa, determinação de todos e menos palavrório”. 13. No enunciado “enquanto eles iam para a ‘zona’ – lugar obscuro para uma criança de então”, a expressão em destaque poderia ser substituída, sem prejuízo de sentido, por (A) “em tal caso”. (C) “daquele tempo”. (B) “desse gênero”. (D) “nessa situação”. 14. Há uma sequência predominantemente descritiva no seguinte fragmento de texto: (A) “Na minha infância (leia-se década de 40), a primeira violência de que tive notícia foi o assassinato de um motorista de táxi”. (B) “Não vivo em pânico, apesar do que escrevo aqui. Não sou particularmente covarde. Nem singularmente ousada. Sou uma mulher comum que já viveu bastante, viu bastante...”. (C) “Se tivesse recursos (escrever livro não dá para tais luxos), eu colocaria segurança na porta de cada uma das pessoas que amo, ainda que nenhuma delas possua algo que possa atrair bandidos”. (D) “Neste país a cada semana morrem várias dezenas de civis inocentes e policiais corajosos. Aqui se morre mais do que na Guerra do Iraque, tantos jovens são assassinados que em breve seremos um país de velhos”. 15. Em relação ao emprego da crase, é incorreto afirmar que, em (A) “por mais sossegada e protegida que seja a sua vida”, não há crase por causa do pronome possessivo. (B) “ir a pé para a escola, pegar ônibus para ir ao centro”, não há crase na locução “a pé” porque “pé” é uma palavra masculina. (C) “...essas organizações começam a ser desmanteladas”, não há crase porque o verbo que segue a preposição está no infinitivo. (D) “edifício em rua movimentada e... sorte em relação à violência”, a crase assinala a fusão da preposição “a”, exigida por “relação”, com o artigo “a” que acompanha “violência”. Gabarito: 1. A, 2. C, 3. A, 4. A, 5. C, 6. D, 7. D, 8. B, 9. A, 10. C, 11. C, 12. B, 13. C, 14. B, 15.a POLÍCIA MILITAR DO PARÁ - SOLDADO LÍNGUA PORTUGUESA 19 Prova de oficial/ Fadesp Educação e violência televisiva Nos EUA, programas de TV convenientes às crianças já podem ser selecionados automaticamente. Na França, cada programa é aberto com uma tarja verde (livre), laranja (atenção!) ou vermelha (não recomendado). Embora o sistema apareça na tela em menos de cinco segundos, pesquisa comprovou que 80% dos telespectadores sabem o que significam as tarjas. No Brasil, apenas a TV Globo adverte, por áudio, que o programa é recomendável a crianças a partir de determinada idade. Cientistas e educadores constatam que muitas crianças não têm condições de diferençar a ficção da realidade. Afinal, quem de nós não acreditou em Papai Noel ou na existência da Branca de Neve? Certas cenas de filmes suscitam angústia nos telespectadores infantis, levando-os ao estresse precoce (insônia, diarréia, pavor etc.). A UNESCO pretende desenvolver um programa de educação para a imagem, a ter início com os desenhos animados. Fala-se, hoje, em "inteligência televisual" das crianças. Daí a importância de conexões entre escola e TV. No Brasil as crianças passam, em média/dia, 4 horas na escola e 4h30min diante da TV! Há escolas brasileiras que começam a dar os primeiros passos na educação para a imagem. Os alunos gravam em vídeo os anúncios e, depois, repassam na classe e debatem. Esse recurso ajuda a desenvolver um distanciamento crítico frente à publicidade. Minha geração educou-se, nos anos 50 em Belo Horizonte, em cineclubes. Os debates que se seguiam à exibição dos filmes favoreciam a nossa educação artística e política. Porém, falar em consciência crítica nessa onda de globalização que assola o Planeta é quase um palavrão. Prejudica os interesses de quem se empenha em formar, não cidadãos, mas consumidores. Nossa geração tinha referências altruístas: Jesus, Maria, São Francisco e, mais tarde, Gandhi, Luther King, Che Guevara etc. Éramos educados no idealismo, no sonho de mudar o mundo e fazer todas as pessoas felizes. Os paradigmas atuais são quase todos egocêntricos, violentos ou excessivamente erotizados: o exterminador do futuro, Rambo/Schwarzenegger, tartarugas Ninja, moças do Tchan etc. A educação resulta da confluência de ações da família, da religião, da escola e da mídia. Seu papel é interiorizar valores,padrões e normas de comportamento, e a ótica pela qual se encara a realidade, a vida, a história. Ocorre que, hoje, com a mercantilização crescente da mídia, mais interessada em entretenimento que em cultura (vide os programas dominicais na TV, que levam ao paroxismo a imbecilização), o interesse em transformar as crianças em consumidoras precoces se sobrepõe ao empenho em incutir-lhes ética, amor ao próximo, cidadania e valores espirituais. O resultado são seres humanos agressivos, inseguros quanto às suas referências, medrosos diante do futuro e dependentes – da família, da droga ou de amizades que são cúmplices em veredas obscuras... É bom relembrar o caso dos rapazes que, há tempos, em Brasília, acenderam a pira de nossos preconceitos e queimaram um índio pataxó. Vale a pergunta: o que ouviam, em casa, seus pais comentarem sobre índios, mendigos, negros e desocupados? Acredito que o modo como a família se refere aos demais segmentos da sociedade influi decisivamente na ótica que os filhos têm de seus semelhantes. Se uma patroa trata sua empregada doméstica como se fosse uma escrava, não deveria ficar surpresa se sua família demonstra nojo frente a pessoas subalternas e tem vergonha de fazer trabalhos domésticos, como lavar, varrer etc. Os pais são sempre modelos para uma criança. É verdade que a TV é, hoje, uma máquina de incentivo à violência. Porém, não descarreguemos sobre ela toda a culpa por nossas omissões. Uma boa educação familiar reduz o impacto que ela pode ter sobre as crianças. Pesquisa recente revela que, por ano, uma criança assiste, na TV, cerca de 18 mil assassinatos (telejornais, filmes e desenhos). Se os pais nunca debatem com os filhos o conteúdo dos programas, é possível que eles se tornem mais vulneráveis. Contudo, quem reage coletivamente a programa de TV? Quem escreve para os patrocinadores dos programas antiéticos? Quem deixa de comprar os seus produtos? Muitas vezes a falta de uma educação melhor dos mais jovens tem como causa principal a omissão dos adultos. Passivos, tornamo-nos cúmplices de tudo o que condenamos nessa cultura hedonista e violenta. Só a consciência de cidadania, a defesa dos direitos humanos e uma efetiva participação na vida social podem nos salvar de um futuro menos bárbaro. *Frei Betto é escritor e teólogo. Artigo divulgado no site Mídia da Paz (http://www.midiadapaz.org) e originalmente publicado em www.hypertexto.com.br. http://www.midiadapaz.org/ POLÍCIA MILITAR DO PARÁ - SOLDADO LÍNGUA PORTUGUESA - LEI 5.810/94 20 Com base no texto, assinale a única alternativa que completa corretamente as questões de 01 a 15. 01. Da leitura do texto, pode-se concluir que, para Frei Betto, (A) a televisão é a única responsável pela incitação à violência. (B) cabe à família e à escola lutar contra os efeitos nocivos da televisão. (C) é absolutamente desnecessário implementar a censura televisiva no Brasil. (D) os programas televisivos estabelecem paradigmas confiáveis para a educação infantil. 02. Frei Betto considera difícil desenvolver o senso crítico nas novas gerações, porque a (A) TV exibe cerca de 18 mil assassinatos por ano. (B) globalização impõe modelos únicos de comportamento e pensamento. (C) escola se recusa a fornecer valores altruístas, padrões e normas de comportamento. (D) mercantilização crescente da mídia deixa de lado o entretenimento, em favor da erotização. 03. Frei Betto, entre outras coisas, (A) critica um sistema que transforma as crianças em consumidoras precoces. (B) defende a importância da televisão como instrumento de educação artística e política. (C) constata que no Brasil a maioria das crianças segue a contento um programa de educação para a imagem. (D) mostra os resultados de pesquisas que responsabilizam os meios de comunicação pelo alto índice de criminalidade. 04. O que mais surpreende, quanto ao papel da televisão no Brasil, é o fato de (A) os programas dominicais levarem ao paroxismo a imbecilização. (B) as crianças passarem mais tempo diante da TV do que na escola. (C) certas cenas de filmes suscitarem angústia nos telespectadores infantis e adultos. (D) os espectadores serem advertidos quanto aos programas com cenas de violência e sexo. 05. Releia a seguinte passagem do texto: “Se os pais nunca debatem com os filhos o conteúdo dos programas, é possível que eles se tornem mais vulneráveis.” O enunciado implícito que poderia dar continuidade a esse trecho, sem interferir na coerência do texto, é (A) à omissão dos adultos. (B) a telejornais, filmes e desenhos. (C) à efetiva participação na vida social. (D) aos efeitos negativos da violência televisiva. 06. O único enunciado em que não há referência à responsabilidade dos adultos na formação das crianças é: (A) “Porém, não descarreguemos sobre ela toda a culpa por nossas omissões”. (B) “Passivos, tornamo-nos cúmplices de tudo o que condenamos nessa cultura hedonista e violenta”. (C) “Cientistas e educadores constatam que muitas crianças não têm condições de diferençar a ficção da realidade”. (D) “Vale a pergunta: o que ouviam, em casa, seus pais comentarem sobre índios, mendigos, negros e desocupados?”. 07. Com relação à estrutura e à organização textual, pode-se afirmar que, no texto “Educação e violência televisiva”, predomina a intenção de (A) informar o leitor. (B) defender um ponto de vista, uma opinião. (C) referir características de pessoas, objetos e situações. (D) relatar fatos e acontecimentos sequenciados cronologicamente. POLÍCIA MILITAR DO PARÁ - SOLDADO LÍNGUA PORTUGUESA 21 08. No que se refere às relações de retomada de sentido, não é correto afirmar que, em (A) “Seu papel é interiorizar valores, padrões e normas de comportamentos...”, o pronome “seu” retoma “educação”. (B) “... da família, da droga ou de amizades que são cúmplices em veredas obscuras...”, a palavra “que” retoma “amizades”. (C) “...não deveria ficar surpresa se sua família demonstra nojo frente a pessoas subalternas...”, o pronome “sua” retoma “empregada doméstica”. (D) “Certas cenas de filmes suscitam angústia nos telespectadores infantis, levando-os ao estresse precoce...”, o pronome “os” retoma “telespectadores infantis”. 09. Quanto às regras de ortografia e acentuação gráfica, não é correto afirmar que (A) as palavras “suscitam” e “crianças” apresentam dígrafos. (B) há ocorrência de hiato em “confluência”, “conteúdo” e “reage”. (C) a palavra “recomendável” é acentuada porque é proparoxítona. (D) “artística”, “cúmplices” e “domésticos” são acentuadas em razão da mesma regra. 10. Em relação ao uso dos sinais de pontuação, é correto afirmar que, em (A) “Fala-se, hoje, em ‘inteligência televisual’ das crianças”, as aspas simples indicam citação. (B) “levando-os ao estresse precoce (insônia, diarreia, pavor etc.)”, os parênteses introduzem uma explicação. (C) “... dependentes – da família, da droga ou de amizades que são cúmplices em veredas obscuras...”, o travessão indica mudança de interlocutor. (D) “Minha geração educou-se, nos anos 50 em Belo Horizonte, em cineclubes”, as vírgulas separam o aposto. 11. Há um desvio em relação às recomendações da gramática normativa no enunciado (A) “É verdade que a TV é, hoje, uma máquina de incentivo à violência”. (B) “Há escolas brasileiras que começam a dar os primeiros passos na educação para a imagem”. (C) “Passivos, tornamo-nos cúmplices de tudo o que condenamos nessa cultura hedonista e violenta”. (D) “Pesquisa recente revela que, por ano, uma criança assiste, na TV, cerca de 18 mil assassinatos...”. 12. Para o autor do texto, vivemos em uma cultura “hedonista”. Isso significa dizer que se trata de uma cultura em que aspessoas (A) desrespeitam a ética e os princípios morais. (B) empenham-se na busca da cidadania e de valores espirituais. (C) dedicam-se à busca do prazer e procuram evitar o sofrimento. (D) valorizam a consciência crítica e abominam a mercantilização. 13. Quanto às noções de sintaxe, é correto afirmar que, em (A) “Embora o sistema apareça na tela em menos de cinco segundos...”, o verbo “aparecer” é intransitivo. (B) “Certas cenas de filmes suscitam angústia nos telespectadores infantis...”, o verbo “suscitar” é apenas transitivo direto. (C) “... tornamo-nos cúmplices de tudo o que condenamos nessa cultura hedonista e violenta”, há um desvio de regência verbal. (D) “Acredito que o modo como a família se refere aos demais segmentos da sociedade influi decisivamente na ótica que os filhos têm de seus semelhantes”, há três orações. 14. No enunciado “Embora o sistema apareça na tela em menos de cinco segundos, pesquisa comprovou que 80% dos telespectadores sabem o que significam as tarjas”, o elemento coesivo sublinhado (A) introduz uma explicação. (B) expressa uma concessão. (C) assinala uma relação de adição. (D) estabelece uma relação de conclusão. 15. No que concerne à morfologia, é correto afirmar que (A) as palavras “antiético”, “inseguro”, “preconceito” são formadas por derivação parassintética. (B) a palavra “quem”, no trecho “Quem deixa de comprar os seus produtos?”, é um pronome indefinido. (C) há uma conjunção comparativa no fragmento de texto “Acredito que o modo como a família se refere...”. (D) o verbo “descarregar”, no trecho “Porém, não descarreguemos sobre ela toda a culpa”, está no imperativo negativo. Gabarito: 1. B, 2.B, 3.A, 4.B, 5.D, 6.C, 7.B, 8.C, 9.C, 10.B, 11.D, 12. C, 13. A, 14. B, 15.d POLÍCIA MILITAR DO PARÁ - SOLDADO LÍNGUA PORTUGUESA - LEI 5.810/94 22 POLÍCIA MILITAR DO PARÁ - SOLDADO LÍNGUA PORTUGUESA 23 1. Em sua reflexão, Rubem Alves considera (A) urgente pôr ordem em seu escritório. (B) a bagunça necessária à criatividade. (C) a ordem e a imaginação coisas compatíveis. (D) essencial manter cada coisa em um lugar preciso. 2. A pesquisa do neurologista Kurt Goldstein pode levar à conclusão de que (A) a compulsão pela ordem só ocorre após lesões cerebrais. (B) as lesões no cérebro raramente provocam alterações de comportamento. (C) o cérebro sadio, não lesado, tem a capacidade de imprimir ordem na desordem. (D) o ser humano precisa de uma ordem material, concreta, para organizar o mundo a seu redor. 3. No final do texto, o autor recorre à imagem do quebra-cabeças para (A) destacar a importância das atividades lúdicas. (B) demonstrar que todo pensamento implica ordem. (C) ilustrar a ideia de que a ordem cristaliza o pensamento. (D) sugerir que se deve colar o quebra-cabeças uma vez armado. 4. Com base nas ideias desenvolvidas no texto, pode-se inferir que a relação existente entre as orações que compõem o título – “A ordem marcha. A imaginação dança” – é de (A) contraste. (B) proporção. (C) convergência. (D) complementação. 5. Julgue as afirmações abaixo com base nas regras da língua. I As aspas foram utilizadas em “bagunça” (l. 33) e “brinquedo” (l. 34) para destacar uma impropriedade lexical. II Em “não havia ninguém que o movesse” (l. 18), o uso da próclise justifica-se pela presença de um termo atrativo. III A forma verbal “faz” foi utilizada indevidamente em “Faz tempo publiquei dois livros...” (l. 6), pois o correto seria “há”. IV No trecho “Quando o trabalho termina e todas as peças estão colocadas em ordem o ‘brinquedo’ acaba e a inteligência se assenta na poltrona...” (l. 34 e 35), a ausência de pontuação não provoca ambiguidade. Está correto o que se afirma em (A) I e II. (B) II e IV. (C) I, II e III. (D) I, III e IV. Gabarito: 1.B, 2.C, 3.C, 4.A, 5.B POLÍCIA MILITAR DO PARÁ - SOLDADO LÍNGUA PORTUGUESA - LEI 5.810/94 24 POLÍCIA MILITAR DO PARÁ - SOLDADO LÍNGUA PORTUGUESA 25 1. As fronteiras reais a que se refere Luis Fernando Verissimo dizem respeito (A) aos limites geográficos e políticos. (B) às divisões sociais e econômicas. (C) às regras e convenções da diplomacia. (D) à crise vivida pelos desiguais no Mediterrâneo. 2. A crise dos refugiados do Terceiro e Quarto Mundo, segundo o autor, (A) poderá ser solucionada se a Europa cultivar bons sentimentos. (B) é fruto da desigualdade, principal fator de perpetuação da miséria. (C) depende da prática de um convívio mais civilizado entre as nações. (D) é uma questão de ordem diplomática relativa ao respeito às fronteiras. 3. Ao citar o economista francês Thomas Piketty, Luis Fernando Verissimo apoia a ideia de que (A) a tese dos neoliberais é plausível. (B) liberdade de mercado não é fonte de igualdade. (C) ainda há esperança no modelo do capitalismo sem rédeas. (D) basta soltar as rédeas do mercado para tudo dar certo. 4. O enunciado em que o autor afirma ser muito difícil, no contexto brasileiro, ultrapassar a linha da pobreza é (A) “No resto do mundo, as fronteiras reais são mais ou menos nítidas” (l. 32). (B) “Com um passo, você atravessa uma fronteira econômica, às vezes sem nem se dar conta” (l. 6 a 9). (C) “Poucos conseguem cruzar a fronteira real brasileira. Quando o fazem, é por distração” (l. 30 e 31). (D) “Num país como o Brasil, para usar um triste exemplo, pode-se sair de um mundo e entrar em outro ao dobrar uma esquina” (l. 9 a 12). 5. Em “Até nos Estados Unidos, modelo dos frutos do capitalismo sem rédeas, há desigualdade crescente e bolsões de miséria” (l. 32 a 34), o vocábulo “até” é um operador argumentativo que (A) denota a retificação de uma informação dada como certa. (B) introduz, na argumentação do autor, uma informação pressuposta. (C) estabelece uma hierarquia na argumentação do autor, assinalando o argumento mais forte. (D) marca uma oposição entre os diversos dados que servem de base à conclusão do autor. 6. No final do texto, com o enunciado “E ainda por cima, o Internacional em má fase...” (l. 36), Luis Fernando Veríssimo (A) acusa a política internacional de atravessar uma fase ruim. (B) brinca, por meio de um jogo de palavras, aludindo ao mundo do futebol. (C) refere-se à dificuldade de se encontrar saída diplomática para os problemas sociais. (D) reafirma sua descrença em uma solução para a crise dos refugiados do Terceiro e Quarto Mundo. 7. O pronome “você” (l. 7), utilizado no texto, (A) imprime um tom dialógico no texto. (B) indetermina o sujeito da ação verbal. (C) impõe um distanciamento entre autor e leitor. (D) estabelece uma interlocução formal com o leitor. 8. No enunciado “Botswana aqui, Miami logo ali” (l. 12), há ao mesmo tempo (A) metáfora e antítese. (B) metonímia e catacrese. (C) hipérbole e prosopopeia. (D) comparação e eufemismo. 9. Em “arriscam a vida para melhorar de vida” (l. 17 e 18), a palavra “vida” significa, respectivamente, (A) alma e motivação. (B) existência e modo de viver. (C) tempo de existência e fase. (D) meio de subsistência e biografia. 10. A pronominalização – uso de formas remissivas – como recurso coesivo só não ocorre em (A) “pelo menos o que eles chamam de certo” (l. 24 e 25). (B) “não necessariamente cruzado afronteira real no país que a receber” (l. 35). (C) “pode-se sair de um mundo e entrar em outro ao dobrar uma esquina” (l. 10 a 12). (D) “A desigualdade como fator principal da perpetuação da miséria não é um foco recente da análise econômica” (l. 21 e 22). Gabarito: 1.B, 2.B, 3.B, 4.C, 5.C, 6.B, 7.B, 8.A, 9.B, 10.D POLÍCIA MILITAR DO PARÁ - SOLDADO LÍNGUA PORTUGUESA - LEI 5.810/94 26 POLÍCIA MILITAR DO PARÁ - SOLDADO LÍNGUA PORTUGUESA 27 01. No trecho “Por alguma sabedoria (consciente ou não), meus companheiros de espera estavam quase todos sentados de costas para a janela.” (linhas 4 e 5), a palavra “sabedoria” pode estar associada ao fato de “os companheiros de espera” (A) evitarem o sentimento de saudade a fim de não sofrerem. (B) dominarem suas emoções, uma vez que são intelectuais. (C) não terem sensibilidade em relação ao pôr do sol, característica do homem moderno. (D) serem perspicazes ao escolher assentos de costas para a claridade exagerada do sol. (E) não levantarem os olhos de seus notebooks, mesmo sentados em uma posição que lhes daria possibilidade de contemplar o pôr do sol. 02. No trecho “Tem, sim, e, justamente, uma razão pela qual casar-se é tão complicado é que a gente casa porque quer não ‘uma’ casa, mas ‘aquela’ casa, a que a gente perdeu e nunca vai reencontrar.” (linhas 48 e 49), “aquela casa” refere-se à casa dos (A) amigos sinceros. (B) filhos. (C) pais. (D) sonhos, que nunca existiu de fato. (E) sonhos, que existe, mas é muito cara para ser adquirida. 03. De acordo com a norma culta, o “a” que antecede a palavra “casa” recebe o acento indicativo da crase se for uma junção do “a” preposição com o “a” artigo, e se a palavra casa for especificada. O trecho em que essa mesma regra de assinalamento da crase está exemplificada é: (A) “No sábado passado, no aeroporto de Chicago, esperava o voo que me levaria de volta a São Paulo.” (linha 1) (B) “Nos últimos 300 anos, atribuímos mais importância à existência individual de cada um do que à vida de grupos, tribos e nações”. (linhas 11 e 12) (C) “(a distancia, vê-se o campanário de uma igreja).” (linhas 23 e 24) (D) “A modernidade se define pela viagem, pela decisão de não aceitar que o lugar onde nascemos seja nosso – por exemplo, pela vontade de deixar o campo e ir para a cidade.” (linhas 30 a 32) (E) “Sobre que perdas se funda a subjetividade moderna.” (linha 42) 04. O autor reconhece que sua definição da modernidade como “viagem” é ampliada pelo gênio de Dante, para o qual “o desejo dos navegantes não é, como se esperaria, o anseio de novas terras no horizonte de sua viagem. Claro, a viagem os seduz, mas seu desejo é nostalgia do que eles deixaram atrás, do que perderam por se tornarem viajantes.” (linhas 39 a 41). O trecho que evidencia essa nostalgia observada por Dante é: (A) “Somos, portanto, especialmente sensíveis ao fim do dia, cujo espetáculo acarreta consigo a lembrança dolorosa do fim de nossa jornada, que se aproxima.” (linhas 13 e 14) (B) “Mas pode ser, simplesmente, que a alternância das estações lembre o ciclo de nossa vida, e o outono seja o equivalente anual do fim da tarde de cada dia.” (linhas 18 e 19) (C) “Tudo bem, viajei muito. Várias vezes, ao longo da vida, mudei de língua e país...”. (linha 29) (D) “É assim desde o século 13 ou 14, quando a gente começou mesmo a circular – primeiro pela Europa, depois pelos mares e por terras incógnitas e agora pelos céus e mundo afora. (linhas 32 e 33) (E) “Perde-se a casa dos pais, mas a gente faz outra. Não tem um ditado que diz: “Quem casa quer casa?”. (linhas 46 e 47) 05. O “se” (grifado), no enunciado “se tivéssemos ficado no campo, com os camponeses de Millet.” (linhas 44 e 45), apresenta semelhante função e sentido em (A) “Somos, portanto, especialmente sensíveis ao fim do dia, cujo espetáculo acarreta consigo a lembrança dolorosa do fim de nossa jornada, que se aproxima.” (linhas 13 e 14) (B) “A modernidade se define pela viagem,...”. (linha 30) (C) “...e também a hora que fere de amor o novo viajante, se ele ouve de longe um sino que parece chorar o dia em que está morrendo.” (linhas 37 e 38) (D) “Pelo gênio de Dante, o desejo dos navegantes não é, como se esperaria, o anseio de novas terras no horizonte de sua viagem.” (linhas 39 e 40) (E) “Sobre que perdas se funda a subjetividade moderna...”. (linha 42) Gabarito 1.A 2.C 3.C 4.A 5.C POLÍCIA MILITAR DO PARÁ - SOLDADO LÍNGUA PORTUGUESA - LEI 5.810/94 28 3. ORTOGRAFIA ORTOGRAFIA OFICIAL (NOVA ORTOGRAFIA) Ortografia é o sistema correto de representar na escrita os fonemas e as formas da língua. Ela trata da representação escrita dos sons que formam os vocábulos, por meio dos símbolos denominados letras. Uso do S 1. Nas palavras derivadas de uma primitiva em que já existe S: pesquisa pesquisador, pesquisado casa casinha, casebre, casarão camisa camisinha, camisola, camisolão análise analisar, analista, analisando 2. Nos sufixos: -ês, -esa (na indicação de título de nobreza, origem, nacionalidade) marquês marquesa; burguês burguesa; camponês camponesa; milanês milanesa -ense (indicador de procedência, origem) santanense, manuaense, paranaense -isa (indicador feminino de profissão, ocupação) diaconisa, sacerdotisa, papisa, profetisa -oso, -osa (indicadores de adjetivos, formadores de estado pleno, abundância) manhoso, carinhoso, horrorosa, suntuosa 3. Após ditongos: Cleusa, causa, náusea, maisena 4. Na conjugação dos verbos pôr (e derivados) e querer: repus, repusera, repusesse, pus, pusera, pusesse, quis, quisera, quisesse, quiséssemos Uso do Z 1. Nas palavras derivadas de uma primitiva em que já existe Z : raiz enraizar baliza abalizado, balizador, balizado rapaz rapazola, rapazinho, rapazote 2. Nas terminações –ez, -eza, formadores de substantivos abstratos derivados de adjetivos: real realeza grande grandeza cru crueza certo certeza 3. Nas terminações –izar (formador de verbos) e –ização (formador de substantivos) canal canalizar canalização humano humanizar humanização atual atualizar atualização global globalizar globalização Uso do X 1. Depois de ditongo: ameixa, baixo, caixa, feixe, paixão 2. Depois da sílaba inicial en-: enxaqueca, enxadrista, enxame, enxuto Fazem exceção: encher e derivados; enchova; e palavras iniciadas com ch que ganharam prefixo em-, como enchouriçar (em + chouriço + ar). 3. Depois da sílaba inicial me -: mexerica, mexicano, mexilhão, mexer Exceção: mecha (substantivo) e derivados escrevem-se com ch. POLÍCIA MILITAR DO PARÁ - SOLDADO LÍNGUA PORTUGUESA 29 4. Em palavras de origem africana e indígena: abacaxi, capixaba, macaxeira, morubixaba, pixaim, xará, xinxim, xique-xique 5. Palavras aportuguesadas do inglês trocam o sh original por x: xampu (de shampoo), xerife (de sheriff) Escrevem-se com x: almoxarife, bexiga, bruxa, capixaba, caxemira, caxumba, coaxar, coxo, elixir, enxada, engraxate, enxurrada, esdrúxulo, faxina, lagartixa, laxante, lixa, luxo, maxixe, mexer, mexerico, morubixaba, muxoxo, orixá, Oxalá, praxe, pixaim, puxar, relaxar, rixa, taxa (impostos, tributo), vexame, xale, xampu, xarope, xavante, xaxim, xereta, xerife, xícara, xingar. Escrevem-se com ch : apetrecho, archote, bochecha, boliche, crochê, cachaça, cachimbo, chá, chamariz, chamego, chafariz, cartucheira, charco, cheque, chimarrão, chimpanzé, chuchu, chucrute, chumaço, chutar, cacho, cochicho, cocho, colcha, colchão, comichão, coqueluche,
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