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Contrato de Confidencialidade Universidade Presbiteriana Mackenzie 28 de junho de 2021 O NDA é um termo em inglês que significa “Non Disclosure Agreement”, na tradução para o português é chamado de acordo de não divulgação ou de confidencialidade. Trata-se de um instrumento legal para proteger a sua propriedade intelectual. Tem tido um grande crescimento atualmente devido a sua importância jurídica para os negócios em StartUps em suas buscas por investidores, assegurando a concorrência leal. Mas o que é o NDA? Pra que ele serve? O que é a obrigação de confidencialidade? Quais são os tipos de NDA? Quais informações são confidenciais e quais são de domínio público? Quais as estruturas e cláusulas do NDA? Contrato de confidencialidade e propriedade intelectual. O contrato, nesse âmbito, servirá como mecanismo jurídico para proteção do conhecimento, informações internas a um empreendimento ou projeto, que se caso for externalizada, poderá prejudicar o empreendimento e a vantagem de competição justa no mercado, devendo mantê-las internamente. Dessa forma, se relaciona com a propriedade intelectual devido ambas terem a mesma função de proteção ao conhecimento. Além das obrigações estipuladas contratualmente (proteção de natureza indenizatória), a legislação caracteriza como crimes de concorrência desleal a divulgação, exploração e uso, sem autorização de conhecimentos, informações ou dados confidenciais comerciais obtidos (a) mediante relação contratual ou empregatícia, mesmo após o término do contrato, ou (b) através de meios ilícitos ou fraude (Art. 195, inc. XI e XII da Lei de Propriedade Intelectual e art. 39, inc. 2 do Acordo sobre Aspectos dos Direitos de Propriedade Intelectual Relacionados, firmado na OMC e Decreto nº 1.355/1994). Além das regras nacionais e internacionais sobre propriedade industrial, cabe referir-se à legislação do anonimato. Os administradores de sociedades anônimas estão sujeitos ao 1 Dever de Lealdade, consubstanciado na obrigação de servir com lealdade à sociedade e manter reserva sobre os seus negócios. Desta forma, o legislador extraiu a proibição de uso de oportunidades comerciais que surjam a partir do conhecimento adquirido no exercício do cargo. Estabeleceu, igualmente, que o administrador de companhia aberta deve guardar sigilo sobre informações ainda não divulgadas ao mercado e impedir que subordinados ou terceiros realizem divulgação indevida (art. 155, inciso I e §§ 1º e 2º, da Lei nº 6.404/76, Lei das S/A). Ainda, a Lei das S/A garante direito à indenização por perdas e danos à pessoa prejudicada em operação com valores mobiliários em virtude de falhas na manutenção do sigilo sobre informação relevante ainda desconhecida pelo mercado, além de caracterizar como ilícito (insider trading) a utilização deste tipo de informação para auferir vantagem no mercado de valores mobiliários. Contrato de confidencialidade e LGPD. A cláusula de confidencialidade irá resguardar as partes de atos dolosos contra a confidencialidade das informações. Não basta aditivar contratos, se as empresas não orientarem e esclarecerem, aos seus funcionários e terceiros, quanto às cláusulas e regras de boas práticas, inclusive quanto às cláusulas de privacidade de dados pessoais. Art. 50 da LGPD. Os controladores e operadores, no âmbito de suas competências, pelo tratamento de dados pessoais, individualmente ou por meio de associações, poderão formular regras de boas práticas e de governança que estabeleçam as condições de organização, o regime de funcionamento, os procedimentos, incluindo reclamações e petições de titulares, as normas de segurança, os padrões técnicos, as obrigações específicas para os diversos envolvidos no tratamento, as ações educativas, os mecanismos internos de supervisão e de mitigação de riscos e outros aspectos relacionados ao tratamento de dados pessoais. Contrato de confidencialidade e startups. Uma startup “é uma instituição humana projetada para criar novos produtos e serviços sob condições de extrema incerteza” (Ries, 2012, p. 7). As startups são baseadas na busca por inovação, tendo como objetivo o desenvolvimento de um modelo de negócio escalável e que seja repetível. Em geral, estão inseridas em um ambiente de risco elevado, especialmente pela sua natureza inovadora, que exige uma análise detida dos 2 instrumentos jurídicos necessários à concretização desses novos negócios, sendo necessária a proteção das ideias, projetos e informações estratégicas. Desde que devidamente utilizados, os acordos de confidencialidade (NDA) são instrumentos eficientes para regular aspectos importantes dessas novas relações, propiciando um compartilhamento seguro e sigiloso de conhecimentos e riscos. Cuida-se de contratos, ou cláusulas, utilizados entre as várias partes que compõem a economia das startups, abrangendo sócios, acionistas, investidores, parceiros comerciais e funcionários. Para que haja um crescimento sustentado desse ecossistema tecnológico no Brasil, mostra-se imperioso que a ordem jurídica pátria se adapte às exigências e ao contexto econômico trazido pelas startups, visando a garantir segurança e previsibilidade aos empreendedores, investidores e trabalhadores. Os profissionais do Direito devem reduzir as assimetrias informacionais decorrentes de um sistema normativo complexo e minorar os custos de transação impostos por uma burocracia pública anacrônica. No campo das relações privadas - entre empreendedores e funcionários, possíveis investidores ou investidores de fato e empreendedores, empreendedores com parceiros comerciais, etc - o aconselhamento e a participação da formulação e desenvolvimento dos negócios, sob a perspectiva jurídica, onde sobressaem contratos que visam à proteção das ideias/projetos e de informações estratégicas das startups, batizados como acordos de confidencialidade (NDA). No mercado das startups, a busca por parceiros, sócios e/ou investidores é algo necessário e permanente, sendo absolutamente normal a troca de informações confidenciais. Em regra, devido ao princípio da boa-fé objetiva, não haveria a necessidade de previsão contratual para assegurar o sigilo das informações confidenciais obtidas no âmbito de uma negociação. Todavia, no âmbito das startups, onde os ativos são em grande parte intangíveis (ideias e projetos), condutas oportunistas são práticas frequentes. Destinados a evitar/minimizar problemas dessa natureza, os quais podem gerar sérios prejuízos econômicos (muitas vezes de difícil mensuração), os acordos de confidencialidade (“Non-Disclosure Agreement” - NDA) são instrumentos eficientes para assegurar um compartilhamento de conhecimentos e riscos seguro e sigiloso. 3 Cuida-se de contratos, ou cláusulas, utilizados entre as várias partes que compõem a economia das startups, abrangendo sócios, acionistas, investidores, parceiros comerciais e funcionários. Este é o primeiro passo para a realização de negócios nas startups, para garantir às partes que a relação a ser discutida (fusão, aquisição, investimento, entre outros) não implicará prejuízos econômicos em decorrência da revelação de informações sigilosas pela contraparte a terceiros. João Olivério assinala que, na prática, o compromisso de confidencialidade pode ser mais delicado quando se trata da relação entre empreendedor e um programador, investidor-anjo ou fundos de investimento. No caso específico de programadores e eventuais parceiros estratégicos, esses podem se opor à assinatura de um acordo desta natureza por acreditarem que o documento possa tolher sua liberdade criativa. Do ponto de vista do investidor, seja ele um investidor-anjo ou um fundo de investimento, a resistência em relação à assinatura de um NDA decorre da própria natureza da atividade dos investidores e/ou gestores de fundos, conferindo à startup aquilo que ela precisa para se desenvolver, ou seja, recursos financeiros, experiência na gestão das finanças, relacionamentos comerciais, aumentona capacidade de atração de outros players (investidores, empresas e parceiros) ou pessoas para sua organização, refinamento de suas ideias, sugestões em relação ao modelo de negócios adotado, dentre muitas outras contribuições relacionadas às atividades próprias de investidores de capital de risco, não tendo como função criar, desenvolver ou escalar um produto. ● Componentes do contrato de confidencialidade: ○ As partes: dentro do contrato de confidencialidade, a parte receptora da informação confidencial pode ser os funcionários da própria empresa ou de outra empresa. Entretanto, quem, dentro da empresa, está apto a receber essa informação confidencial? Deve ser considerado, ao formular o contrato, qual o rol de funcionários que poderá receber essa informação e que, consequentemente, serão obrigados a manter confidencialidade, devendo estar devidamente qualificados no NDA. Ex: aos diretores executivos da empresa Brandão S/A, nas pessoas físicas de Mayra Brandão Marques da Silva, Fulana de Tal, etc. 4 ■ O dever de sigilo poderá ser imposto a todos os funcionários, prepostos e/ou assessores legais e financeiros do receptor, não ficando restrito apenas às partes diretamente envolvidas, Porém, essa imposição, deve estar expressa no contrato, conferindo maior segurança à parte reveladora. ■ Assim como as exceções ao dever de confidencialidade devem constar de forma expressa no contrato, por exemplo, informações que a parte receptora já deteve por meio de pesquisa própria, a informação de domínio público, a informação obtida através de terceiros, informações que sejam evidentes para técnico no assunto, ou aquela informação revelada em razão de requisição judicial ou outra determinação do Poder Público. ○ Objeto: ■ Objetivo: Manter a informação confidencial e conferir maior transparência nas negociações. ■ Subjetivo: A informação confidencial, qualquer que seja. Deve ser identificado, detalhado e especificado no contrato qual a informação que deverá ser confidencial, para assegurar ainda mais a proteção à informação e esclarecer o que não é confidencial. Ex: muitos contratos contém apenas “planilhas e livros empresariais”, mas a melhor forma é especificar no contrato “Livros empresariais que contenham informações sobre estoque, administração, processo de produção, fornecedores e pesquisa de mercado”, entre outros. Poderão ser consideradas informações confidenciais, por exemplo, toda e qualquer informação, de natureza técnica, operacional, comercial, jurídica, envolvendo produtos patenteados/patenteáveis ou não, “know-how”, invenções, processos, fórmulas e designs, planos de negócios, métodos de contabilidade, técnicas e experiências acumuladas, ou aquelas cujo conteúdo da informação torne óbvia a sua natureza confidencial. ○ Tipos de contrato de confidencialidade: 5 ■ Unilateral: uma parte receptora e uma parte reveladora da informação sigilosa, onde o dever de confidencialidade recai sobre a parte receptora apenas. ■ Bilateral: ambas as partes são reveladoras e receptoras de informações sigilosas, dessa forma, ambas as partes têm deveres de confidenciar as informaçĩes ○ Meio de repasse da informação confidencial: por e-mail, pelo computador da empresa, por pen drive, laptop externo da empresa, entre outros meios de acesso a essa informação. Deve ser especificado no contrato de confidencialidade como será o meio de repasse a essa informação, pois o meio amplo de divulgação (por exemplo, ao e-mail geral da empresa) não será um meio seguro, não tendo controle de que apenas os funcionários aptos terão acesso à informação, facilitando para que funcionários não aptos divulguem a informação confidencial. ○ Momento: deve ser celebrado antes do início das negociações (tratativa) ou da divulgação das informações que serão confidenciais. ○ Cláusula penal: A fixação de um valor elevado, nos parâmetros do negócio, para o caso de descumprimento da obrigação de “não fazer” é uma opção excelente para o revelador. Assim, torna-se desnecessária a comprovação do prejuízo e de sua extensão perante o Judiciário inicialmente, o que viabiliza uma compensação em prazo razoável. Vale ressalvar que a indenização por perdas e danos não é descartada, mas sim deixada em segundo plano, dada a complexidade da sua mensuração e o longo período até o pagamento. Ciente disso, a parte receptora não costuma ver com bons olhos a cláusula penal, o que a transforma em um dos pontos de maior divergência durante a negociação do acordo. ○ Cláusula de eleição de foro: A cláusula de eleição de foro também goza de notória relevância, especialmente quando uma das partes tem sua sede localizada em outro país. Nessa situação, deve ser estipulada de forma precisa o foro e a lei (federal, estadual e municipal) aplicável no caso de eventual litígio, podendo haver inclusive renúncia à esfera judicial e adoção da arbitragem como instrumento de resolução do conflito. 6 Estrutura ● Das partes: PARTE RECEPTORA E REVELADORA Eu xxx, nacionalidade, estado civil, profissão, inscrito(a) no CPF/ MF sob o nº 00000, Identidade nº 0000 , expedida por SSP/AL, etc. e empresa xxx, pessoa jurídica do tipo público ou privado, CNPJ nº 00000, com sede em xxxx, neste ato representada, conforme poderes especialmente conferidos, por xxxx, na qualidade de sócio diretor (quem está apto a representar a empresa neste contrato de confidencialidade), CPF nº 0000 , Identidade nº 0000 , expedida por SSP/AL ● Considerandos: Resumo de como se estabeleceu a relação jurídica, os fatos antecedentes a celebração do contrato Considerando, para bom e fiel desenvolvimento das atividades empresariais entre as partes, em que: a PARTE RECEPTORA, empresa responsável pelo investimento em capital de risco, interessada em receber as informações da empresa X para que possa conhecer as principais características do negócio ou dos negócios desenvolvidos, no intuito de preparar proposta de investimento, e a PARTE REVELADORA, na qualidade de titular da patente registrada sob o nº 0000, produto XXX, da empresa X, faz-se necessária a disponibilização de informações técnicas e confidenciais, onde as partes identificadas acima celebram entre si o presente contrato de sigilo e confidencialidade, no intuito de manter sigilo perante ao mercado e seus concorrentes, mantendo a obrigação de sigilo mesmo após a elaboração e aceite ou recusa da proposta de investimento. ● Obrigações gerais: Para tanto, declara e se compromete: a) a manter sigilo, tanto escrito como verbal, ou, por qualquer outra forma, de todos os dados, informações científicas e técnicas e, sobre todos os materiais obtidos com 7 sua participação, podendo incluir, mas não se limitando a: técnicas, desenhos, cópias, diagramas, modelos, fluxogramas, croquis, fotografias, programas de computador, discos, disquetes, pen drives, processos, projetos, dentre outros; b) a não revelar, reproduzir, utilizar ou dar conhecimento, em hipótese alguma, a terceiros, de dados, informações científicas ou materiais obtidos com sua participação, sem a prévia análise da sociedade empresária XXXXXXXXXX (nome da sociedade) sobre a possibilidade de proteção, nos órgãos especializados, dos resultados ou tecnologia envolvendo aquela informação; c) a não tomar, sem autorização da sociedade empresária xxxxxxxxxxxxxxxxx, qualquer medida com vistas a obter para si ou para terceiros, os direitos de propriedade intelectual relativos às informações sigilosas a que tenham acesso, devendo informar imediatamente qualquer apropriação indébita ou uso indevido da informação confidencial que lhe tenha sido fornecida; d) que todos os documentos, inclusive as ideias para xxxxxxxxxxx (objeto do contrato), contendo dados e informações relativas a qualquer pesquisa é de propriedade da sociedade empresária xxxxxxxxxxxxxx, devendo ser inutilizado e/ou deletado todo e qualquer tipo de registro desse material interno que exista no arquivo interno; e) que todos osmateriais, sejam modelos, protótipos e/ou outros de qualquer natureza pertencem à sociedade empresária xxxxxxxxxxxxxxx, devendo ser devolvido todo material que lhe tiver sido disponibilizado para execução do objeto do presente contrato. ● Objetivo: Este termo de confidencialidade é firmado com o intuito de evitar a divulgação e utilização não autorizada das informações confidenciais trocadas entre as PARTES por ocasião da realização do seguinte projeto de colaboração: Projeto de pesquisa do nome para a marca da sociedade empresária; da logomarca; de projetos estratégicos, gestão empresarial (e tudo o que for relevante para a empresa). 8 ● Informações confidenciais: Cada parte estabelece o que lhe é sensível e de não conhecimento público Para os fins deste acordo, serão consideradas confidenciais todas as informações, transmitidas por meios escritos, eletrônicos, verbais ou quaisquer outros e de qualquer natureza, incluindo, mas não se limitando a: know-how, técnicas, design, especificações, desenhos, cópias, modelos, fluxogramas, croquis, fotografias, software, mídias, contratos, planos de negócios, propostas comerciais, processos, tabelas, projetos, nomes de clientes, de revendedor e distribuidor, resultados de pesquisas, invenções e ideias, financeiras, comerciais, dentre outros. ● Obrigação de sigilo e confidencialidade: pode ser unilateral ou bilateral As PARTES comprometem-se a utilizar as informações confidenciais apenas no âmbito do desenvolvimento e da execução do projeto de colaboração, sendo vedada tanto a sua divulgação a terceiros, quanto qualquer outra utilização que não seja expressamente permitida pela PARTE REVELADORA. PARÁGRAFO PRIMEIRO A PARTE RECEPTORA deverá dispensar às informações confidenciais da PARTE REVELADORA o mesmo zelo e cuidado com que trataria os seus próprios dados e deverá mantê-las em local seguro, com acesso limitado, apenas às pessoas autorizadas. PARÁGRAFO SEGUNDO Em caso de qualquer falha na segurança das informações confidenciais, a PARTE RECEPTORA deverá comunicar imediatamente à PARTE REVELADORA. A pronta comunicação da PARTE RECEPTORA não exclui, entretanto, a sua responsabilização pelo defeito na proteção dos dados sigilosos. CLÁUSULA QUARTA – DAS EXCEÇÕES À CONFIDENCIALIDADE Não serão consideradas confidenciais as informações que: 9 a) Sejam ou venham a ser publicadas ou a se tornar públicas, desde que tais divulgações não tenham sido, de qualquer forma, ocasionadas pela PARTE RECEPTORA; b) Tenham sido desenvolvidas pela PARTE RECEPTORA a qualquer tempo, a partir de fontes independentes do projeto de colaboração; c) Tenham sido legitimamente recebidas de terceiros, desde que não derivadas de violação de dever de confidencialidade; d) Sejam expressas ou tacitamente identificadas pela PARTE REVELADORA como não mais sendo sigilosas ou de sua propriedade. CLÁUSULA QUINTA – DA REQUISIÇÃO JUDICIAL Não será considerada quebra de confidencialidade a divulgação de informações ordenadas pela legislação ou por autoridade judiciária ou administrativa competente. PARÁGRAFO ÚNICO. Neste caso, a PARTE RECEPTORA deverá imediatamente comunicar à PARTE REVELADORA, apresentando-lhe a legislação referente ou a devida intimação judicial ou administrativa, para que esta sirva-se dos melhores recursos disponíveis para impedir a divulgação das informações reveladas. CLÁUSULA SEXTA – DA QUEBRA DA CONFIDENCIALIDADE A PARTE que violar as obrigações previstas neste Termo deverá indenizar e ressarcir a outra PARTE pelas perdas, lucros cessantes, danos diretos e indiretos e quaisquer outros prejuízos patrimoniais ou morais que surjam em decorrência deste descumprimento. PARÁGRAFO ÚNICO. Por ocasião de sua violação, o Termo de Confidencialidade poderá ser imediatamente rescindido pela PARTE prejudicada, sem necessidade de aviso prévio e sem gerar, com este fato, direito a indenizações ou ressarcimentos. 10 ● Prazo e extinção: prazo indeterminado, enquanto perdurar a relação entre as partes. Ao término, normalmente, vale de 03 a 05 anos em se tratando de tecnologia. A vinculação do sigilo também atinge aos herdeiros e/ou sucessores CLÁUSULA SÉTIMA – DA VIGÊNCIA O presente acordo possui caráter irrevogável e irretratável e inicia a partir da data de sua assinatura, permanecendo-o enquanto estiver sendo desenvolvido ou executado o projeto de colaboração. PARÁGRAFO PRIMEIRO Após a extinção do Termo, as obrigações de confidencialidade nele firmadas manter-se-ão ainda por um período estipulado de ____________, a contar da data que for concluído o projeto de colaboração ou descartada a sua concretização. ● Disposições gerais: Todas as deliberações extras não abarcadas pelas cláusulas anteriores ○ A incidência ou não de novação contratual ou renúncia em caso de concessão de uma das partes. ○ Definição dos limites do contrato ○ Eleição de foro competente ou uso de arbitragem em possível litígio ○ Multas, perdas e danos, lucros cessantes, etc. PARÁGRAFO SEGUNDO Ainda que o projeto de colaboração não venha a ser executado, o dever de confidencialidade persistirá. Ficam obrigados, ainda, os sucessores e cessionários das partes. O presente Termo tem natureza irrevogável e irretratável, e o seu não cumprimento, no todo ou em parte, acarretará todos os efeitos de ordem penal, civil e administrativa contra seus transgressores. 11 Para dirimir quaisquer dúvidas oriundas do presente Termo, fica eleito o foro da Comarca de Maceió, com renúncia expressa a qualquer outro, por mais privilegiado que seja, com a observância das multas por renúncia. ● Assinatura: é necessário o reconhecimento de firma? De acordo com a Lei nº 13.726/2018, somente quando um órgão público requerer. Mas é um meio de prevenção para ações de anulação de negócio jurídico por falsidade E por estarem justas e acorda das, as PARTES assinam este instrumento em 02 (duas) vias de idêntico conteúdo e forma, na presença de 02 (duas) testemunhas, abaixo arroladas. Maceió, ____ de junho de 2021. ASSINATURAS DAS PARTES E TESTEMUNHAS Jurisprudências. No âmbito jurisprudencial, verifica-se que o Tribunal de Justiça de São Paulo (‘TJSP’) já apreciou diversos casos envolvendo contratos e cláusulas de confidencialidade, sendo relevante mencionar alguns julgados para reforçar, com exemplos práticos, as constatações e recomendações veiculadas acima. Na Apelação nº 0045641-54.2013.8.26.00028, a 2ª Câmara Reservada de Direito Empresarial do TJSP decidiu que a constituição de negócio na área de tecnologia por ex-funcionário de empresa do ramo tecnológico não conduz, de maneira automática, à conclusão de que ocorreu violação a cláusulas ou acordos de confidencialidade, ou mesmo de não-concorrência. No caso, as atividades da empresa do ex-funcionário tinham relação direta com a formação do mesmo (Tecnologia da Informação), consistindo em mero exercício da especialidade profissional do novo empreendedor, razão pela qual foi considerada improcedente a alegação de uso de know-how adquirida na experiência de trabalho anterior e indeferido o pedido de proibição que a nova firma entabulasse negócios no ramo de sistemas informacionais com a empresa Leroy Merlin. 12 Todavia, a Corte sinalizou que a situação seria diferente caso estivesse comprovado nos autos que o ex-funcionário promoveu “devassa (...) de informações confidenciais relativas às tecnologias utilizadas ou a métodos de trabalho eventualmente exercido com exclusividade”. Em julgado semelhante, da Apelação nº 1020068-51.2014.8.26.00059, a 1ª Câmara Reservada de Direito Empresarial do TJSP decidiu que o mero fato de ex-funcionários fundarem sociedade no mesmo ramo de atividade da ex-empregadora não gera direito a indenização por danos morais e materiais. Embora seja possível o dano moral a pessoas jurídicas, deve ser produzido corpo probatório suficiente para atestar violação à honra e à reputação objetiva da sociedade. No caso, a nova empresa foi constituída apósa extinção do contrato de trabalho dos ex-empregados. Ademais, não restou demonstrado que o exercício das funções deles dava acesso a informações sigilosas da empresa autora. Em vista disso, o Tribunal que inocorreu quebra de pacto de confidencialidade, tanto por falta de provas quanto pelo fato de que “confidencialidade de informação não se presume”. Em situação de menor complexidade, mas com importância pela garantia de previsibilidade dos efeitos dos atos realizados em relações jurídicas sujeitas à confidencialidade, a 9ª Câmara de Direito Privado do TJSP decidiu, no Agravo de Instrumento nº 2208010-59.2016.8.26.0000, que não procede alegação de quebra de cláusula de confidencialidade quando a disponibilização em juízo dos documentos foi autorizada pelas contratantes. 13
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