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EMBARGOS DE DECLARAÇÃO

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EMBARGOS DE DECLARAÇÃO
● INTRODUÇÃO
Art. 1.022. Cabem embargos de declaração contra qualquer decisão judicial para:
I - esclarecer obscuridade ou eliminar contradição;
II - suprir omissão de ponto ou questão sobre o qual devia se pronunciar o juiz de
ofício ou a requerimento;
III - corrigir erro material.
Todo pronunciamento judicial há de ser devidamente fundamentado, sob pena de
nulidade.
● Embargos de declaração são espécie de recurso de fundamentação vinculada:
OBSCURIDADE, CONTRADIÇÃO, OMISSÃO ou ERRO MATERIAL são vícios que
subtraem da decisão a devida fundamentação. A simples alegação de que a decisão contém
um desses vícios já é suficiente para que os embargos sejam conhecidos, pelo juízo de
admissibilidade, desde que contenham os requisitos extrínsecos e intrínsecos. O julgamento do
mérito ficará para o devido juízo, que acolherá ou rejeitará.
○ Caso a parte não alegue tais vícios ao propor embargos de declaração ou não possua
os requisitos de admissibilidade, o recurso não será conhecido. Ex: quando a parte se
limita ao pedido de reconsideração da decisão, sem fundamentação de vícios
○ Se o órgão jurisdicional inadmitiu o recurso, por considerar, em manifesto equívoco,
que haveria intempestividade, deserção ou ausência de regularidade formal, cabem
embargos de declaração para corrigir o erro material e alterar a decisão de
admissibilidade, observando contraditório, passando-se a admitir o recurso que fora
inadmitido.
○ Erros materiais são inexatidões ou erros de cálculos evidentes. Nesses casos, o juiz
pode corrigir o erro material de ofício ou a requerimento. Não será nova decisão ou
rejulgamento, apenas corrigirá evidentes equívocos involuntários e inconscientes,
adequando com o restante do texto da decisão. Tais erros, inclusive, não são atingidos
pela coisa julgada, ou seja, poderão ser revistos e corrigidos a qualquer momento,
ainda que não sejam interpostos os embargos de declaração
■ Ex.: o réu é uma pessoa jurídica e a decisão fala que é uma pessoa natural; ou
quando a condenação é de 30 mil de danos morais e materiais, mas o juiz
proferiu valor da causa como 50 mil.
■ As decisões ultra petita e extra petita equiparam-se no erro material, cabendo
embargos de declaração.
○ Contradições são incoerências internas da decisão com alguma fundamentação, prova
ou elemento contido nas outras peças do processo. As contradições externas,
referentes a outras decisões, não são recorríveis por embargos de declaração.
○ Omissão são decisões que não se manifestam sobre um pedido de tutela jurisdicional,
sobre fundamentos e argumentos relevantes lançados pelas partes e/ou sobre questões
apreciáveis de ofício pelo magistrado, impugnadas ou não. O juiz deve examinar as
questões (pontos controvertidos) de direito e os de fato que não foram apreciadas.
■ Art. 489, §1º - Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja
ela interlocutória, sentença ou acórdão, que:
I - se limitar à indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato normativo, sem
explicar sua relação com a causa ou a questão decidida;
II - empregar conceitos jurídicos indeterminados, sem explicar o motivo
concreto de sua incidência no caso;
III - invocar motivos que se prestariam a justificar qualquer outra decisão;
IV - não enfrentar todos os argumentos deduzidos no processo capazes de, em
tese, infirmar a conclusão adotada pelo julgador;
V - se limitar a invocar precedente ou enunciado de súmula, sem identificar
seus fundamentos determinantes nem demonstrar que o caso sob julgamento
se ajusta àqueles fundamentos;
VI - deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou precedente
invocado pela parte, sem demonstrar a existência de distinção no caso em
julgamento ou a superação do entendimento.
■ Os tribunais devem respeitar e seguir a própria jurisprudência, é o dever de
autorreferência, para previsibilidade, estabilidade e segurança jurídica quanto
aos precedentes. Os embargos declaratórios podem ser utilizados de
instrumentos, em casos repetitivos ou de assunção de competência, para o
tribunal exercer esse dever de autorreferência, pois nesse caso há uma
omissão.
■ Em casos de controle concentrado de constitucionalidade, os enunciados de
súmula vinculante, enunciados de súmulas do STF quanto à matéria
constitucional e do STJ em matéria infraconstitucional, também devem ser
utilizados como autorreferência, caso não sejam utilizados, haverá omissão.
■ Em caso de matéria conflitante, o órgão jurisdicional deverá fundamentar
quanto à escolha de uma conclusão em detrimento de outra. Se não fizer,
haverá omissão.
● Art. 489. § 2º No caso de colisão entre normas, o juiz deve justificar o
objeto e os critérios gerais da ponderação efetuada, enunciando as
razões que autorizam a interferência na norma afastada e as
premissas fáticas que fundamentam a conclusão.
○ Obscuridade é quando a decisão é mal-redigida, sendo difícil ou impossível a
compreensão, por letra ilegível (o que não é comum em processos digitais), por conter
língua estrangeira ou dialeto incompreensível, pois o principal requisito da decisão
judicial é a clareza.
○ Não serão admitidos embargos de declaração em caso de dúvida. O CPC de 1973,
originalmente, previa cabimento de embargo de declaração em caso de dúvida, sendo
a hipótese de dúvida suprimida pela reforma do Código em 1994. Por reflexo do
CPC/1973 não reformado, o art. 48 da Lei nº 9.099 de 1995, que dispõe sobre os
Juizados Especiais Cíveis e Criminais, dispunha que caberiam embargos de
declaração quando houvesse obscuridade, contradição ou omissão, na sentença ou
acórdão. Com o NCPC, a hipótese de dúvida foi erradicada, alterando o art. 48 da Lei
nº 9.099 de acordo com o art. 1022 do NCPC, visto que o art. 48 estava em
desarmonia legislativa.
● Decisões embargáveis: considerando que todos os pronunciamentos judiciais devem ser
fundamentados, sob pena de nulidade, os embargos são cabíveis contra QUALQUER
DECISÃO JUDICIAL, seja sentenças, acórdãos, decisões interlocutórias, decisão de relator,
etc. Didier entende que até mesmo despachos, que são considerados irrecorríveis, cabem
embargos e que também são admissíveis no âmbito do processo administrativo, por força das
garantias constitucionais do processo, igualmente aplicáveis ao processo administrativo.
○ São cabíveis embargos até mesmo contra decisão que julga anteriores embargos de
declaração, quando o vício alegado nos anteriores persiste, sem ter sido corrigido
pelos embargos anteriores, ou quando da decisão que julga os embargos anteriores
surgem novos vícios, quando o órgão supre a omissão da decisão embargada, mas, ao
fazê-lo, foi contraditório, devendo ser proposto embargos novos
● Dispensa preparo pois os embargos declaratórios não recebem nova autuação nem geram
nova autuação para o processo, sendo dirigidos ao mesmo órgão prolator da decisão
embargada, não havendo fato gerador para o pagamento de custas processuais.
● Regularidade formal do embargo: Petição de embargos de declaração deve ser escrita,
dirigida ao próprio órgão prolator da decisão embargada, contendo o pedido de
complementação do julgado, a fim de que seja suprida a omissão, eliminada a contradição,
esclarecida a obscuridade e/ou corrigido o erro material. A falta de fundamentação inviabiliza
que os embargos sejam conhecidos, em razão do princípio da dialeticidade recursal.
○ Exceção: a Lei nº 9.099 (Juizado Especial Cível e Criminal, art. 49) admite
ajuizamento por escrito ou oral, no prazo de cinco dias, contados da ciência da
decisão.
● Quanto ao prazo de interpor embargos:
○ Em regra, 05 dias úteis. A contar da intimação da decisão a ser embargada.
○ Somente em processos físicos, litisconsortes com advogados de escritórios diferentes
terão prazo em dobro, ou seja, 10 dias, independentemente de requerimento, para
todas as manifestações, inclusive embargos de declaração.
■ Súmula 641 do STF: não se conta em dobro o prazo para recorrer, quando só
um dos litisconsorteshaja sucumbido. Nos embargos declaratórios não se
exige, para a sua interposição, sucumbência da parte que pretenda embargar.
○ No processo eleitoral, o prazo para embargos de declaração é de 03 dias. Contando da
data de publicação da decisão a ser embargada (art. 275 do Código Eleitoral).
● Haverá preclusão se os embargos não forem interpostos tempestivamente. Mas isso não
significa que o vício não poderá ser questionado em outro recurso, a depender da configuração
do efeito devolutivo deste, acarretando o pedido de anulação ou de reforma da decisão, a
depender da hipótese. O agravo de instrumento e a apelação são dois exemplos de recursos de
efeito devolutivo de argumentação livre, podendo ser utilizados ainda que não interposto
embargos de declaração.
● Quanto ao julgamento dos embargos de declaração, devem ser apreciados e julgados pelo
mesmo órgão que proferiu a decisão embargada, em ordem cronológica (salvo hipóteses que
afastam a observância da isonomia e da impessoalidade, como em caso de integração,
continuação). Nos embargos de declaração há um efeito integrativo, de integração,
complementação e aperfeiçoamento da decisão embargada, por isso deve ser proferido ato
judicial de mesma natureza, ou seja, se o embargo de declaração for referente a sentença,
haverá uma nova sentença referente à fundamentação dos embargos e à decisão anterior. Caso
o recurso não seja admitido, caberá recurso de mesma natureza da decisão embargada, por
exemplo, contra sentença cabe apelação.
○ Em caso de acórdão, deverá ser submetido embargos a serem julgados por outro
acórdão perante o colegiado, não devendo ser decidido isoladamente pelo relator.
○ Tais recursos devem ser julgados pelo juízo prolator da decisão embargada no
prazo de 05 dias. No caso de opostos em tribunal, o relator da decisão apresentará os
embargos declaratórios em mesa na sessão subsequente, proferindo voto, e, não
havendo julgamento nessa sessão, será o recurso incluído em pauta automaticamente.
● Dessa forma, a competência para julgar embargos será do juízo (órgão jurisdicional) prolator
da decisão embargada, independentemente de ser ou não o mesmo juiz (pessoa natural), pois
qualquer outro juiz pode apreciar e julgar embargos.
○ A menos que seja embargada decisão de relator ou contra decisão unipessoal proferida
pelo tribunal, sendo assim, o órgão prolator da decisão embargada decidirá
monocraticamente.
○ Não haverá inclusão do embargo em pauta quando o acórdão, em colegiado, não
julgar na sessão subsequente, deve ser apresentado em mesa. Nem será admitida
sustentação oral. Só serão incluídos, automaticamente, se não forem levados na sessão
subsequente.
● Fungibilidade do embargo de declaração com o agravo interno caso o julgador entenda ser
este o recurso cabível, ao invés dos embargos.
○ Art. 1.024, §3º - O órgão julgador conhecerá dos embargos de declaração como
agravo interno se entender ser este o recurso cabível, desde que determine
previamente a intimação do recorrente para, no prazo de 5 dias, complementar as
razões recursais, de modo a ajustá-las às exigências do art. 1.021, §1º.
● O efeito devolutivo decorre da interposição de qualquer recurso, equivalente a uma
transferência da matéria ou de renovação do julgamento para outro ou para o mesmo órgão
julgador. Logo, embargos de declaração possuem efeito devolutivo, limitando-se a
fundamentação quanto às hipóteses previstas, impedindo que que se opere a preclusão da
decisão embargada. Há quem diga que os embargos de declaração não possuem efeito
devolutivo por serem remetidos ao mesmo juízo da decisão recorrida. Entretanto, caso não
houvesse efeito devolutivo nos embargos declaratórios, a proposição de tal recurso acarretaria
na preclusão da decisão recorrida e na formação da coisa julgada.
○ A exceção da reformatio in pejus nos casos de contradição.
● O efeito interruptivo ocorre quando a interposição de embargos de declaração interrompe o
prazo para a interposição de outros recursos cabíveis contra a mesma decisão, até a
publicação da nova decisão. O prazo será interrompido para o recorrido, recorrente, Ministério
Público e terceiros.
○ Salvo em casos de embargos inadmissíveis, se intempestivos, visto que este não
produz efeitos, ou manifestamente incabíveis por não conterem obscuridade, omissão,
contradição ou erro material.
■ Quanto aos embargos inadmissíveis, não produzirá efeitos a terceira oposição
de embargos de declaração, tendo as duas primeiras sido consideradas
protelatórias.
■ Na CLT, quando intempestivos, não há representação regular da parte ou não
há assinatura nos embargos de declaração e o embargante foi intimado a
suprir tais defeitos, estes são inadmissíveis e sem efeito interruptivo.
○ Os embargos de declaração não interrompem o prazo para a oposição de embargos
declaratórios à decisão já embargada pela parte contrária, apenas aos demais recursos:
■ O art. 538 do CPC/1973 e Recurso Especial 444.162/GO STJ entendiam que
os embargos de declaração interrompem o prazo para a interposição de outros
recursos, por qualquer das partes, inclusive para a oposição de embargos de
declaração, contra a decisão originariamente embargada. O REsp nº
444.162/GO STJ foi expressamente modificado pela Corte Especial do STJ
através do REsp nº 330.090/RS.
■ Entretanto, segundo art. 997, caput. do CPC, cada parte deve interpor o
recurso, independentemente, no prazo e observadas as exigências legais.
Significa que, proferida a decisão, cabe a cada uma das partes opor seus
respectivos embargos de declaração dentro do prazo. Caso uma das partes
não interponha embargos no prazo legal, terá preclusão temporal, devendo
aguardar o julgamento dos embargos para poder recorrer com novos
embargos, se observada as hipóteses previstas, ou com outro recurso cabível.
Além da preclusão temporal, o princípio da isonomia impede que se
interrompa o prazo para embargos de declaração para a parte embargada, que
se quede inerte, não opondo, no tempo devido, seus embargos.
■ O NCPC promoveu uma uniformização da disciplina dos embargos
declaratórios:
● Com o antigo CPC/1973, no âmbito dos Juizados, os embargos
opostos contra sentença suspendiam o prazo para interposição de
outros recursos. O NCPC, no art. 1.065, alterou o art. 50 da Lei
9.099/95. Agora, os embargos de declaração interrompem o prazo
para interposição de recurso (inominado).
● No processo eleitoral, os embargos de declaração apenas suspendiam
o prazo para outros recursos, salvo se manifestamente protelatórios. O
NCPC, no art. 1.067, alterou o art. 275 do Código Eleitoral. Agora,
ainda que protelatórios, os embargos de declaração interrompem o
prazo para interposição de recurso.
● Quanto à atribuição aos embargos de efeito suspensivo: Art. 1.026 do CPC. Os embargos de
declaração não possuem efeito suspensivo e interrompem o prazo para a interposição de
recurso.
○ Em regra, nenhum recurso além da apelação possui efeito suspensivo automático. Mas
os embargos podem ter efeito suspensivo, quando a disposição legal ou decisão
judicial os autorizar.
■ Caberá ao juiz ou ao relator o exame do requerimento de concessão de efeito
suspensivo, não poderá ser concedido de ofício, pois se trata de hipótese de
concessão de tutela provisória.
Art. 1.026 do CPC. §1º A eficácia da decisão monocrática ou colegiada
poderá ser suspensa pelo respectivo juiz ou relator se demonstrada a
probabilidade de provimento do recurso ou, sendo relevante a
fundamentação, se houver risco de dano grave ou de difícil reparação.
● Quanto ao efeito modificativo dos embargos de declaração: Em regra, os embargos de
declaração não são instrumentos para modificar sentença, são apenas para sanar vícios que a
decisão possuir, sem alterar a intenção do órgão prolator. Entretanto, na prática, o julgamento
dos embargos de declaração podem alterar a decisão embargada, consequência de sanar
quaisquer vícios que esta possuir.
○ Com efeito modificativo (ou efeito infringente) dadecisão, é necessária a
observância ao princípio do contraditório através da intimação da parte embargada
para, caso queira, apresentar contrarrazões no prazo de 05 dias, evitando, assim, que a
parte seja surpreendida com uma nova decisão.
○ Além disso, há também a observância ao princípio da complementaridade, caso o
embargante inicial tenha seu recurso acolhido e este modificou a decisão que fora
embargada, o embargado que já havia interposto contrarrazões aos embargos do
embargante inicial poderá complementar ou alterar, no prazo de 15 dias, as
fundamentações com base no julgamento do embargo, ou seja, na nova decisão
proferida.
■ Não havendo, todavia, modificação no julgamento dos embargos de
declaração, a parte que já recorreu não pode aditar ou renovar seu recurso,
pois seus embargos estão em conformidade com a decisão embargada. Antes,
o STJ entendia que haveria necessidade de ratificação sempre que houvesse
nova decisão, tornando o recurso inadmissível (Súmula 418), mas esse
exagero processual foi eliminado pelo art. 1.024 do CPC:
● § 5°. Se os embargos de declaração forem rejeitados ou não
alterarem a conclusão do julgamento anterior, o recurso interposto
pela outra parte antes da publicação do julgamento dos embargos de
declaração será processado e julgado independentemente de
ratificação.
● Quanto aos embargos de declaração protelatórios:
○ Os embargos de declaração, quando opostos tempestivamente os embargos de
declaração, interrompem o prazo para a interposição de outros recursos. Por causa
disso, os embargos de declaração revelam-se como o recurso mais propenso a
estimular o intuito de procrastinação, na intenção de obter mais tempo e protelar o
andamento processual.
○ Os embargos de declaração não se tornam inadmissíveis por serem protelatórios,
assim como o caráter protelatório não impede os embargos que sejam conhecidos e
julgados, também não afastam o efeito interruptivo, produzindo-o normalmente se
recurso for cabível.
■ Entretanto, quando foram manifestamente protelatórios, sem fundamentação,
haverá uma conduta ilícita do embargante, a caracterizar abuso de direito de
recorrer, resultando em sanção.
● Multa: Art. 1.026 do CPC. § 2º Quando manifestamente
protelatórios os embargos de declaração, o juiz ou o tribunal, em
decisão fundamentada, condenará o embargante a pagar ao
embargado multa não excedente a dois por cento sobre o valor
atualizado da causa. NÃO CONFUNDIR COM A MULTA POR
LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ
● Será imposto pelo juiz ou tribunal, de ofício.
● Em casos onde o valor da causa for meramente simbólico,
estabelecerá a multa com base em até dez vezes o salário mínimo
vigente, para desincentivar a conduta abusiva do direito de recorrer.
● Se, ao julgar esses embargos protelatórios, o juiz ou tribunal persistir
no vício alegado ou desse julgamento surgirem novos vícios, pode o
embargante opor novos embargos. Caso estes segundos embargos
venham a ser tidos também como protelatórios, aquela multa de até
2% passa para até 10%, ficando a interposição de qualquer outro
recurso condicionada ao depósito prévio do respectivo valor, como
requisito de admissibilidade para o recurso posterior, ainda que tal
recurso não necessite de preparo, como embargos de declaração.
Alguns doutrinadores acreditam que a multa como requisito de
admissibilidade do recurso posterior é inconstitucional.
○ Com exceção dos beneficiários da gratuidade. Se condenados,
não serão submetidos à exigência do pagamento da multa
para admissibilidade de recurso posterior, devendo ser
colhida apenas ao final (art. 1.026, parágrafo 3). No caso da
Fazenda Pública essa exceção é aplicada, e, ainda mais,
qualquer condenação será paga após o trânsito em julgado.
● Não será permitido a oposição de terceiros embargos de
declaração, quando os dois primeiros embargos forem
manifestamente protelatórios, acarretando na inadmissibilidade
do recurso e na não produção de efeitos como a interrupção.
Art. 1.026. § 4º Não serão admitidos novos embargos de declaração
se os 2 (dois) anteriores houverem sido considerados protelatórios.
● No processo eleitoral, a multa é fixada em até dois salários mínimos
para primeiros embargos protelatórios e até dez salários mínimos para
reiteração dos segundos embargos protelatórios.
● Embargos de declaração. O tribunal de origem tem de decidir se cabe tal recurso em matéria
federal ou constitucional, por isso, é preciso que a matéria tenha sido examinada no acórdão
recorrido. Em outras palavras, é preciso que haja pré-questionamento. Não tendo a matéria
sido tratada no acórdão, haverá, então, omissão, sendo cabíveis os embargos de declaração,
com vistas a suprir a omissão e, assim, obter-se o pré-questionamento. Os embargos cabem
para suprir a omissão. Suprida a omissão, obtém-se, por consequência, o pré-questionamento.
Legitimando a interposição de recurso especial ou extraordinário.
○ Quando o tribunal não apreciar a matéria interposta nos embargos de declaração,
persistindo a omissão, poderia interpor segundos embargos. Entretanto, a oposição
sucessiva de embargos poderá não resolver o problema e, o que é pior, render ensejo à
aplicação da multa a que alude o § 2° do art. 1.026 do CPC. Antes do NCPC, havia
divergência entre o procedimento para o STF e STJ, cada um entendia de um
procedimento diferente, mas foi consolidado o procedimento do STF;
○ Já o STF, em vários precedentes, aceitava o chamado pré-questionamento ficto,
significando dizer que, alegada a matéria anteriormente ou constituindo questão que
devesse ser conhecida de ofício, se o tribunal não a aprecia e são opostos embargos de
declaração, estará atendida a exigência do pré-questionamento, ainda que o tribunal
persista na omissão. Noutros termos, a simples oposição de embargos de declaração já
seria o bastante, pouco importando se suprida ou não a omissão. Diante de uma ficção,
considera-se pré-questionada a matéria.
○ Art. 1.025 do NCPC. Consideram-se incluídos no acórdão os elementos que o
embargante suscitou, para fins de pré-questionamento, ainda que os embargos de
declaração sejam inadmitidos ou rejeitados, caso o tribunal superior considere
existentes erro, omissão, contradição ou obscuridade. O pré questionamento é sanado
a partir da interposição de embargos de declaração.
○ Embargos de declaração com finalidade de pré-questionamento não têm caráter
protelatório, por ser um mecanismo de viabilização dos recursos extraordinários e
especiais. (Súmula 98 do STJ)
● Embargos de declaração e AMICUS CURIAE. O juiz ou tribunal, considerando a
relevância da matéria posta em discussão, pode, de ofício ou a requerimento, admitir a
manifestação de pessoa natural ou jurídica, órgão ou entidade especializada, com
representatividade adequada, para contribuir com o debate e influenciar no convencimento do
órgão julgador, contribuindo para a uma decisão de melhor qualidade. Definindo os poderes
do amicus curiae, não sendo admitido recurso por este, exceto em oposição de embargos de
declaração e a interposição de recurso contra a decisão que julgar o incidente de resolução de
demandas repetitivas (art. 138, § 1°, CPC), pois o amicus curiae contribui para o debate e para
o reforço da fundamentação da decisão a ser proferida no caso.
○ Não somente o amicus curiae, mas qualquer uma das partes pode opor embargos de
declaração para suprir omissão de argumento ou alegação por ele apresentada, bem
como para corrigir qualquer outro vício da decisão que diga respeito a argumentos por
ele trazidos.
● O reconhecimento de inconstitucionalidade incidenter tantum pode ser feito por qualquer
órgão julgador, pois o sistema brasileiro de controle de constitucionalidade admite o
denominado controle difuso. Se o órgão for colegiado, no entanto, de acordo com o disposto
no art. 97 da CF/1988, a decisão pela inconstitucionalidade deve ser feita pela maioria
absoluta do tribunal ou do seu órgão especial. Desse modo, imaginar a oposição de embargos
dedeclaração ao fundamento de que o juízo se omitiu na apreciação da
inconstitucionalidade da lei.
○ Assim sendo, se o juízo for o plenário ou órgão especial do tribunal, seria possível,
corrigindo a omissão, reconhecer incidenter tantum a inconstitucionalidade da lei; se o
órgão colegiado for outro do tribunal (câmara, p. ex.), percebendo a omissão e a
possibilidade de reconhecimento da inconstitucionalidade, deverá remeter os autos ao
órgão colegiado maior, competente para processar o incidente de decretação de
inconstitucionalidade; se o órgão for monocrático, poderá, corrigindo a omissão,
reconhecer a inconstitucionalidade da lei. Em outras palavras, quando houver omissão
sobre determinada matéria, ainda não terá havido julgamento acerca de tal questão,
sendo possível haver, então, o pedido de instauração do incidente.

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