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A1 PENAL finalizada

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UNIVERSIDADE SÃO JUDAS 
 
ATIVIDADE AVALIATIVA A1 – DIREITO PENAL I
2. CONSIDERADO QUE JOANA, AO PERCEBER O OCORRIDO, LEVA FRANCISCA IMEDIATAMENTE AO HOSPITAL, PODERÍAMOS VISLUMBRAR A HIPÓTESE PREVISTA PELO ARTIGO 15 DO CÓDIGO PENAL BRASILEIRO? JUSTIFIQUE. 
O art. 15 do Código Penal não pode ser aplicado ao caso, pois só tem validade em caso de crime doloso, com intenção, já o caso exposto é classificado como crime culposo, sem intenção.
De acordo com o autor Fernando Capez:
“incompatível com os crimes culposos, pois, como se trata de uma tentativa que foi abandonada, pressupõe um resultado que o agente pretendia produzir (dolo), mas, posteriormente, desistiu ou se arrependeu, evitando-o.” [footnoteRef:0] [0: CAPEZ, Fernando, Curso de Direito Penal, p.271, Saraiva, ed. 15, 2011. ] 
O crime doloso, a qual tem a intenção de cometer o ato, é o único crime em que o autor tem a opção de, voluntariamente, desistir do ato ou impedir seus efeitos. O efeito jurídico do artigo só se reproduz se houver a vontade do agente, e a desistência dessa vontade. Está no ato de “eu posso fazer, mas não quero”, e não no ato de que “eu não quis fazer, mas, por acidente, ocorreu”, o artigo, então, não se aplica na agressão cometida por Joana. 
3. QUAL EFEITO JURÍDICO DA APLICAÇÃO, AO CASO, DO INSTITUTO PREVISTO NO ARTIGO 15 DO CÓDIGO PENAL? 
De acordo com art. 15 do Código Penal, Joana só responderá por agressão e não mais por tentativa de homicídio, ou por homicídio de fato, dado que no artigo é expresso que, caso o agente desista, voluntariamente, do ato ou impede o seu efeito, responderá apenas pelos atos já praticados. Conclui-se que, no caso exposto, Joana apenas responderá pela agressão física cometida a Francisca, dado que, após a vítima cair sobre o paralelepípedo, a agente da ação a socorreu imediatamente, deixando de ser consumado o crime de homicídio. 
No caso da Joana e Francisca não é possível aplicar a matéria de “Desistência voluntária e arrependimento eficaz” do Código Penal, pois não foi um crime doloso, mas, criando uma hipótese de que Joana estivesse praticado o ato propositalmente, seria possível aplicar o o artigo 15, já que não houve consumação do crime, e que a Francisca, logo após o ato, estava bem, apenas com algumas lesões, contudo, o filho do casal também ficou com hematomas durante a confusão. 
De acordo com uma diretriz do STF, no Hábeas Corpos HC 84653 / SP - SÃO PAULO[footnoteRef:1]: “ Crime tentado: arrependimento eficaz (CP, art. 15): consequências jurídico-penais. Diversamente do que pode suceder na "desistência voluntária" - quando seja ela mesma o fator impeditivo do delito projetado ou consentido -,  o "arrependimento eficaz" é fato posterior ao aperfeiçoamento do crime tentado, ao qual, no entanto, se, em concreto, impediu se produzisse o resultado típico, a lei dá o efeito de elidir a punibilidade da tentativa e limitá-la à consequente aos atos já praticados “, ou seja, se o agente socorre a vítima após o ato cometido, impedindo a concretização do delito, é possível desclassificar o crime. Ainda de acordo com a diretriz do STF, é possível analisar na ementa trechos que afirmam a desqualificação do delito: “ Na mesma hipótese de erro de direito na classificação do fato descrito na denúncia, é possível, de logo, proceder-se a desclassificação e receber a denúncia com a tipificação adequada à imputação fática veiculada, se, por exemplo, da qualificação jurídica do fato imputado depender a fixação da competência ou a eleição do procedimento a seguir. 3. A mesma alternativa de solução, entretanto, não parece adequar-se aos princípios, quando a imputação de fato não é idônea: seja (1) porque divorciada - no tocante à classificação jurídica que propõe - dos elementos de informação disponíveis; seja (2) porque a descrição que nela se contenha sequer corresponda à acertada qualificação jurídica do episódio real, segundo os mesmos dados empíricos de convicção recolhidos.”, reafirmando o que foi dito, de que se não houve a consumação do crime, é possível afirmar de que não houve de fato a conduta punível. [1: HC 84653 / SP - SÃO PAULO
HABEAS CORPUS
Relator(a):  Min. SEPÚLVEDA PERTENCE
Julgamento:  02/08/2005           Órgão Julgador:  Primeira Turma] 
De acordo com o autor Fernando Capez: 
“trata-se de causa geradora de atipicidade (relativa ou absoluta). Provoca a exclusão da adequação típica indireta, fazendo com que o autor não responda pela tentativa, mas pelos atos até então praticados, salvo quando não configurarem fato típico. Em sentido contrário, para Nélson Hungria, “trata-se de causas de extinção da punibilidade, ou seja, circunstâncias que, sobrevindo à tentativa de um crime, anulam a punibilidade do fato a esse título.” [footnoteRef:2] [2: CAPEZ, Fernando, Curso de Direito Penal, p.271, Saraiva, ed. 15, v.1, 2011] 
Conclui-se que, caso pudesse ser aplicado o art.15 CP, seria nula a ocorrência do crime, dado que Joana não consumou o ato, ocorrendo uma atipicidade, sendo assim, não pode ocorrer a punição. Contudo, não é possível aplicar o art. 15 do Código Penal, pois só é aplicável em crimes dolosos, e o caso exposto classifica-se como crime culposo.

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