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CurrículoRIbeiraAmparo_Final_2020 (2)-1

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Ribeira do Amparo. Secretaria Municipal de Educação - SME 
Políticas para Educação Básica. União Nacional dos Dirigentes Municipais da Bahia. 
Referencial Curricular de Ribeira do Amparo para Educação Infantil e 
Ensino Fundamental – Superintendência de Políticas para Educação 
Básica. União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação. 
Bahia Salvador: Secretaria da Educação, 2020. 
1. Referencial Curricular de Ribeira do Amparo para a Educação Infantil e Ensino 
Fundamental – RCRA. 
 
 
3 
 
 
 
 
 
Prefeito 
José Germano Soares de Santana 
 
 
Vice-Prefeito 
Manoel Rocha Souza 
 
 
Secretária Municipal de Educação 
Lucivan Soares de Santana Souza 
 
 
Direção Pedagógica 
Suzana Gabriel dos Santos Santana 
 
 
Departamento Pedagógico 
Joselita Santana de Souza 
Jozania dos Santos Santana 
Lilian Carine Cruz 
Marluce da Silva Santana Daltro 
Mercia Alba de Castro Souza 
 
 
Técnica da Secretaria Municipal de Educação 
Maria Socorro de Lima Matos Ferreira 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2020 – ELABORAÇÃO DO REFERENCIAL CURRICULAR DE 
RIBEIRA DO AMPARO PARA A EDUCAÇÃO INFANTIL E ENSINO 
FUNDAMENTAL 
 
 
 
EQUIPE DE CURRÍCULO 
 
 
COORDENADORAS DE ETAPAS DA EDUCAÇÃO BÁSICA 
 
Educação Infantil 
Mercia Alba de Castro Souza 
 
Ensino Fundamental – Anos Iniciais 
Agricio Oliveira dos Santos 
Aline Margarete de Santana Rodrigues 
Carla Rodrigues de Matos 
Lucia Rejane Xavier dos Santos. 
Maria Vanuzia Estevam de Santana 
Marluce da Silva Santana Daltro 
 
Ensino Fundamental – Anos Finais 
Claudia Josefa Santos da Silva 
Gilberto Barbosa da Silva 
Maricelma Oliveira Menezes 
Tatiane Maria de Santana 
Vilda Carlos dos Reis Gama 
Wilson Moreira dos Santos 
 
Articuladora Municipal – Ribeira do Amparo/BA 
Suzana Gabriel dos Santos Santana 
 
Articuladora do Conselho Municipal de Educação 
Maria Socorro de Lima Matos Ferreira 
 
 
REDATORES 
 
Educação Infantil 
Mércia Alba de Castro Souza 
 
 
5 
 
Ensino Fundamental – Anos Iniciais 
Agrício Oliveira dos Santos 
Aline Margarete de Santana Rodrigues 
Carla Rodrigues de Matos 
Lucia Rejane Xavier dos Santos. 
Maria Vanuzia Estevam de Santana 
Marluce da Silva Santana Daltro 
Ensino Fundamental – Anos Finais 
Cátia Helena Jesus de Aguiar Batista 
Claudia Josefa Santos da Silva 
Edina Rodrigues do Nascimento Macedo 
Gilberto Barbosa da Silva 
Maricelma Oliveira Menezes 
Tatiane Maria de Santana 
Vilda Carlos dos Reis Gama 
Wilson Moreira dos Santos 
Valdeir Jesus Santana 
 
 
TEXTOS INTRODUTÓRIOS 
 
Cenários e Identidades Curriculares Globais 
Marluce da Silva Santana Daltro 
Mercia Alba de Castro Souza 
Jozania dos Santos Santana 
Suzana Gabriel dos Santos Santana 
 
Marcos teóricos, conceituais e metodológico 
Marluce da Silva Santana Daltro 
Mercia Alba de Castro Souza 
Jozania dos Santos Santana 
Suzana Gabriel dos Santos Santana 
 
Marcos legais que embasam o currículo de Ribeira do Amparo 
Suzana Gabriel dos Santos Santana 
 
Formação de professores 
Suzana Gabriel dos Santos Santana 
 
Educação de Jovens e Adultos 
Antônio Carlos Alves da Silva 
Daniela Santos Barbosa Oliveira 
Eliete da Costa Palma 
Joélia de Oliveira Macário de Jesus 
Lucia Rejane Xavier dos Santos 
Lucineide Silva Nascimento dos Reis 
Lucivan Soares de Santana Souza 
Maria Celita de Santana Palma Rodrigues 
Maria Socorro de Lima Matos Ferreira 
Maria do Socorro Rosário Santos Santana 
 
6 
 
Maria Edna Dantas Santos Santana 
Maria José S. dos Santos 
Maria Jucinalva da palma Pereira 
Maria Márcia Dantas da silva Santana 
Maria Mônica Macedo dos Santos 
Marinalva de Macedo 
Nely Alves Ribeiro de Almeida 
Raimundo Conceição dos Santos 
Rita de Cássia Matos Silva 
Valdeir Jesus Santana 
 
Avaliação da Aprendizagem 
Lilian Carine Cruz 
Marluce da Silva Santana Daltro 
Mércia Alba de Castro Souza 
 
Educação Escolar Indígena e Quilombola: 
Antônio Carlos Alves da Silva 
Eliete da Costa Palma 
Lucineide Silva Nascimento dos Reis 
Lucivan Soares de Santana Souza 
Maria Socorro de Lima Matos Ferreira 
Mercia Alba de Castro Souza 
Raimundo Conceição dos Santos 
Valdeir Jesus Santana 
 
Educação Especial 
Claudia Josefa Santos da Silva 
Joselita Santana de Souza 
Maria Edna Dantas Santos Santana 
Tatiane Maria de Santana 
 
Educação do Campo 
Antônio Carlos Alves da Silva 
Carla Rodrigues de Matos 
Eliete da Costa Palma 
Lucineide Silva Nascimento dos Reis 
Lucivan Soares de Santana Souza 
Marluce da Silva Santana Daltro 
Maria Socorro de Lima Matos Ferreira 
Maria Vanuzia Estevam de Santana 
Raimundo Conceição dos Santos 
Valdeir Jesus Santana 
 
 
TEMAS INTEGRADORES 
Antônio Carlos Alves da Silva 
Eliete da Costa Palma 
Lucineide Silva Nascimento dos Reis 
Lucivan Soares de Santana Souza 
 
7 
 
Maria Socorro de Lima Matos Ferreira 
Raimundo Conceição dos Santos 
Valdeir Jesus Santana 
 
 
REVISÃO 
Maria José Pereira de Jesus Silva 
 
 
COLABORADORES/ORGANIZADOR CURRICULAR 
 
Educação Infantil 
Claudivania Jesus dos Santos 
Genivalda de Santana Santos 
Irene Oliveira de Sousa 
Marize Dantas da Silva Ribeiro 
Mercia Alba de Castro Souza 
Selma da Silva Céu 
Sidinéa Rodrigues Dantas 
Renata Santana Souza 
Ensino Fundamental – Anos Iniciais. 
Agricio Oliveira dos Santos 
Aline Margarete de Santana Rodrigues 
Ângela Maria Costa Santos Souza 
Carla Rodrigues de Matos 
Joelma Alves dos Santos Almeida 
Lucia Rejane Xavier dos Santos. 
Maria Fernanda Barbosa de Matos Santana 
Maria Nilda Damacena de Santana 
Maria Vanuzia Estevam de Santana 
Marluce da Silva Santana Daltro 
 
 
Ensino Fundamental – Anos Finais 
Cátia Helena Jesus de Aguiar Batista 
Claudia Josefa Santos da Silva 
Edina Rodrigues do Nascimento Macedo 
Gilberto Barbosa da Silva 
Josélia Rodrigues da Palma 
Maria Edna Santos 
Maricelma Oliveira Menezes 
Tatiane Maria de Santana 
Vilda Carlos dos Reis Gama 
Wilson Moreira dos Santos 
Yvanize Maria de Oliveira Santana 
Valdeir Jesus Santana 
 
 
 
 
8 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
9 
 
 
UMÁRIO 
 
 
 
INTRODUÇÃO..................................................................................................................17 
 
1. TEXTOS INTRODUTÓRIOS...............................................................................25 
 
1.1 Cenários e Identidades Curriculares Glocais: Território Semiárido Nordeste II 
do Estado da Bahia.............................................................................................................25 
 
1.1.1 Ribeira do Amparo no Semiárido Nordeste II ......................................................... 26 
1.1.1.1 Aspectos Históricos.................................................................................................. 26 
1.1.1.2 Aspectos Geográficos............................................................................................... 28 
1.1.1.3 Caracterização dos Distritos de Ribeira do Amparo................................................ 29 
1.1.1.4 Distrito de Barrocas................................................................................................. 29 
1.1.1.5 Distrito de Boa-Hora............................................................................................... 31 
1.1.1.6 Distrito de Raspador................................................................................................ 32 
1.1.1.7 Municípios que fazem fronteira com Ribeira do Amparo......................................... 33 
 
1.1.2 Aspectos demográficos...............................................................................36 
1.1.3 Aspectos socioeconômicos.......................................................................... 37 
1.1.4 Aspectos culturais...................................................................................... 39 
1.1.5 Infraestrutura Material................................................................................ 40 
1.1.6 Aspectos educacionais................................................................................ 40 
 
2. PRESSUPOSTOS TEÓRICOS, EPISTEMOLÓGICOS E POLÍTICOS........ 47 
 
2.1 Marcos Teóricos Conceituais e Metodológicos............................................. 47 
2.2 Currículo por competências...................................................................... 53 
2.3 Marcos Legais do Referencial Curricular de Ribeira do Amparo.................. 57 
2.4 Formação Continuada do Professor........................................................... 72 
 
2.5 Modalidades de Ensino.......................................................................................... 75 
2.5.1 Educação de pessoas jovens, adultos e idosos – EPJAI..................................... 76 
2.5.1.1 Marcos Normativos.............................................................................. 78 
2.5.1.2 Trajetória histórica............................................................................... 79 
2.5.1.3 Fundamentos pedagógicos..................................................................... 81 
2.5.1.4 Princípios da modalidade...................................................................... 84 
2.5.1.5 As funções da Educação de Jovens e Adultos............................................. 86 
2.5.1.6 Avaliação............................................................................................ 88 
2.5.2 Educação do Campo................................................................................... 91 
S 
 
10 
 
2.5.2.1 Marcos normativos............................................................................... 92 
2.5.2.2 Trajetória Histórica.............................................................................. 94 
2.5.2.3 Fundamentos pedagógicos..................................................................... 97 
2.5.2.4 Princípios da Modalidade...................................................................... 99 
 
2.5.3 Educação Especial................................................................................... 101 
2.5.3.1 Marcos legais em contextos históricos................................................... 103 
2.5.3.2 Princípios e fundamentos pedagógicos................................................... 108 
 
2.5.4 Educação escolar indígena e quilombola...................................................... 110 
2.5.4.1 Marcos normativos............................................................................. 111 
2.5.4.2 Trajetória histórica............................................................................. 114 
2.5.4.3 Fundamentos pedagógicos................................................................... 118 
2.5.4.4 Princípios da modalidade..................................................................... 120 
 
REFERÊNCIAS............................................................................................... 122 
 
 
3. TEMAS INTEGRADORES................................................................................ 126 
 
3.1 Temas Integradores: Abordagem Transversal.................................................. 126 
3.1.1. Educação em direitos humanos.............................................................................. 127 
3.1.2. Educação para a diversidade................................................................................... 129 
3.1.3. Educação para as relações étnico-raciais................................................................ 131 
3.1.4. Educação para o trânsito......................................................................................... 132 
3.1.5. Primeiros Socorros................................................................................................. 133 
3.1.6. Saúde na escola...................................................................................................... 133 
3.1.7. Segurança alimentar e nutricional.......................................................................... 135 
3.1.8. Saúde e educação sexual......................................................................................... 136 
3.1.9. Drogas lícitas e ilícitas............................................................................................ 136 
3.1.10. Educação Ambiental.............................................................................................. 137 
3.1.11. Educação Financeira e Empreendedorismo............................................................ 138 
3.1.12. Tecnologias de Informação e Conhecimento.......................................................... 139 
 
4. AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM...............................................................143 
 
4.1 Currículo e Avaliação da Aprendizagem............................................................ 143 
4.2 Avaliação na Educação Infantil.......................................................................... 149 
4.3 Avaliação no Ensino Fundamental..................................................................... 150 
4.3.1 Ciclo de alfabetização ............................................................................................ 150 
4.3.2 Quarto ao nono ano (4º ao 9º) ................................................................................. 151 
4.4 Avaliação na Educação Especial......................................................................... 154 
4.5 Conselho de Classe e Recuperação da Aprendizagem....................................... 155 
 
REFERÊNCIAS............................................................................................................... 158 
 
 
 
11 
 
5 REFERENCIAL CURRICULAR DA EDUCAÇÃO INFANTIL.................... 164 
 
5.1 Educação Infantil................................................................................................. 164 
5.1.1 A criança, o direito à infância e a educação infantil ............................................... 165 
5.1.2 Os profissionais da Educação Infantil e sua formação............................................ 168 
5.1.3 A organização dos espaços, materiais, tempos e relações ...................................... 173 
5.1.4 Direitos de aprendizagens e desenvolvimento ....................................................... 176 
5.1.5 Campos de Experiências .......................................................................... 178 
5.1.6 A transição da Educação Infantil para o Ensino Fundamental................................ 182 
5.1.7 Organizador Curricular............................................................................. 186 
 
REFERÊNCIAS...............................................................................................327 
 
6 REFERENCIAL CURRICULAR DO ENSINO FUNDAMENTAL................331 
6.1 Ensino Fundamental.............................................................................................331 
6.1.1 Concepção de Infância e Adolescência ................................................................. 332 
 
6.2 As Fases do Ensino Fundamental........................................................................ 335 
6.2.1 Ensino Fundamental- anos iniciais............................................................................ 336 
6.2.2 Ensino Fundamental - anos finais.............................................................................. 336 
 
6.3 A Transição do Ensino Fundamental Anos Iniciais para os Anos Finais..........337 
 
6.4 A Transição do Ensino Fundamental para o Ensino Médio.............................. 338 
6.4.1 Projeto de Vida.......................................................................................................340 
 
REFERÊNCIAS............................................................................................................... 344 
 
7. ÁREAS DE CONHECIMENTO .........................................................................347 
7.1 Área de Linguagens..............................................................................................347 
7.2 Língua Portuguesa................................................................................................349 
7.2.1 Língua Portuguesa nos anos iniciais do Ensino Fundamental................................. 351 
7.2.2 Língua Portuguesa nos anos finais do Ensino Fundamental....................................353 
7.2.3 Organizador curricular........................................................................................... 357 
 
7.3 Arte........................................................................................................................ 489 
7.3.1 Organizador curricular........................................................................................... 493 
 
7.4 Educação Física ................................................................................................... 589 
7.4.1 Organizador Curricular......................................................................................... 594 
 
7.5 Língua Inglesa...................................................................................................... 625 
7.5.1 Organizador Curricular.......................................................................................... 628 
 
REFERÊNCIAS............................................................................................................... 661 
 
 
 
 
 
12 
 
7.6 Área de Matemática............................................................................................. 663 
7.7 Matemática........................................................................................................... 663 
7.7.1 A Matemática na transição entre as etapas de ensino.............................................. 665 
7.7.2 A Matemática e a prática pedagógica em sala de aula............................................. 667 
7.7.3 Organizador Curricular...........................................................................................674 
 
REFERÊNCIAS............................................................................................................... 795 
 
7.8 Área de Ciências da Natureza.............................................................................. 797 
7.9 Ciências..................................................................................................................798 
7.9.1 Organizador Curricular.......................................................................................... 803 
 
REFERÊNCIAS............................................................................................................... 886 
 
8 Área de Ciências Humanas....................................................................................... 888 
8.1 Geografia.............................................................................................................. 890 
8.1.1 Organizador Curricular.......................................................................................... 894 
 
8.2 História................................................................................................................. 939 
8.2.1 Organizador Curricular.......................................................................................... 941 
 
REFERÊNCIAS............................................................................................................. 1018 
 
9 Área de Ensino Religioso......................................................................................... 1020 
 
9.1 Ensino Religioso................................................................................................. 1021 
9.1.1 Ensino Religioso nos Anos Iniciais...................................................................... 1024 
9.1.2 Ensino Religioso nos Anos Finais........................................................................ 1024 
9.1.3 Organizador Curricular........................................................................................ 1025 
 
REFERÊNCIAS............................................................................................................. 1049 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
13 
 
 presentação 
 
Prezadas/os educadores, 
 
É com bastante satisfação que a Secretaria Municipal de Educação de Ribeira do Amparo – 
SME, partilha com a Rede de Ensino Municipal e sociedade amparense o Referencial 
Curricular Municipal de Ribeira do Amparo – RCRA. 
Este documento é fruto de uma construção coletiva, ocorrida por mãos de vários 
profissionais da educação deste município, que trouxeram como referências seus saberes e 
experiências profissionais dentro do contexto escolar e da vida dos educandos. Foram 
momentos de debates fecundos e importantes tomadas de decisões. Sentimo-nos lisonjeados 
com a aceitação do convite e importantes contribuições dos profissionais que fizeram parte 
deste processo. Profissionais que reconheceram a relevância deste documento, que tem o 
desafio de se consolidar no espaço escolar, tornando-se instrumento para as transformações 
necessárias à educação e à realidade de nossos educandos. 
Destarte, concluímos a elaboração de um documento que nos orientará na balizagem 
alinhada do que referenda à Lei 9394/96– Lei de Diretrizes e Bases da Educação – LDB. A 
educação pública, gratuita, universal, obrigatória e laica foi uma conquista da comunidade 
brasileira e ofertada em todo território nacional. A prosperidade de nossa Nação ficaria 
impossibilitada sem a construção de um sistema educacional democrático e participativo. 
Assim, parabenizo a todas as pessoas envolvidas na elaboração, sistematização desse 
importantíssimo documento para o processo educacional de nosso município, que se deu de 
forma participativa e democrática, sempre na defesa da educação como o projeto de 
desenvolvimento das práticas humanizadas e formação cidadã. Esperamos que esse 
documento possa sempre clarear e orientar nossas ações, possibilitando um aprendizado 
significativo para nossos educandos, capaz de promover a equidade e a igualdade. 
Parabéns à Rede Municipal de Ensino de Ribeira do Amparo. 
 
Lucivan Soares de Santana Souza 
Secretária Municipal de Educação 
 
A 
 
14 
 
alavra da Comissão Municipal de Governança 
 
Aos educadores e educadoras, 
Apresentamos a vocês o Referencial Curricular de Ribeira do Amparo – RCRA para a 
Educação Infantil e Ensino Fundamental, cuja construção se deu com a cooperação de 
diversos segmentos de nossa rede de ensino, baseada na interação, no diálogo, nas 
considerações relevantes de todos. Por essa mobilização colaborativa e participativa 
acreditamos na consolidação desse documento, tão importante para orientar as práticas 
educativas, tendo em vista o atendimento às necessidades dos educandos e ao Projeto 
Político-Pedagógico das escolas. 
O trabalho, no entanto, está apenas começando. Ao longo do percurso de implementação 
desse documento em nossas salas de aula ajustes poderão ser feitos. Esse processo de 
adequação e reelaboração considera a ideia de que a educação está constantemente se 
inovando, ressignificando conceitos e práticas. Sendo assim, poderemos futuramente fazer 
as adaptações e acréscimos que julgarmos necessários, sempre com o objetivo de 
acompanhar as transformações locais e do mundo. 
Este Referencial inclui os saberes essenciais que deverão ser colocados na didática do 
professor, considerando a formação humana do sujeito e os quatros pilares da educação: 
aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a conviver e o aprender a ser. 
Assim, este documento tem a intenção de oportunizar pontos significativos na ampliação e 
na concretizaçãode saberes construtivos, contribuindo para uma aprendizagem crítica, ativa, 
reflexiva e estruturada nos diversos contextos sociais. 
Você acha que será desafiador? Certamente sim! Por isso convidamos cada protagonista da 
educação a refletir sobre sua prática e as propostas apresentadas, para investirmos, 
coletivamente, em práticas inovadoras, que promovam a superação das discriminações e as 
desigualdades, articulando e compondo formação humana em sua integralidade. 
Estamos convictos de que unidos poderemos garantir o direito de aprendizagem de cada 
estudante para a construção de uma sociedade justa, equitativa, diversa e eticamente 
igualitária. 
Contamos com todos e todas para garantirmos o direito de aprender de nossos estudantes! 
P 
15 
 
 preciso agradecer, afinal... 
 
 
Foram dias, noites, horas que pareciam que jamais iriam passar... Quanta ansiedade, Senhor! 
Mas o Senhor sempre dizia: " Por que tu andas ansiosa? Não te mandei, Eu? " e logo também 
dizia: "Descansa...quem te prometeu garante..." Sim, por muitas vezes pensei que não iria 
conseguir, mas até aqui o Senhor nos ajudou. 
Te agradeço, Pai, pelos anjos que colocou no meu caminho: professores, colegas de trabalho, 
formadores, especialistas, CMG, esposo, filhos, todos foram muito importantes nesta 
caminhada. Minha eterna gratidão a todos vocês, sem esquecer da UNDIME BAHIA, na 
pessoa de Renê Silva. 
Deus, sei que muitas críticas virão, porque nem o Senhor agradou a todos, mas que essas 
sirvam de pedras para a reforma desta casa, que hoje se sente lisonjeada por mais um desafio 
cumprido. Desafios, esses que levarei comigo para o resto da vida, foram lutas travadas, mas 
com bastante aprendizado. 
Peço a Ti, Senhor, que dê sabedoria a todos professores, gestores, coordenadores escolares 
e técnicos educacionais para colocar em prática esse documento. Ele precisa ter vida e gerar 
vida no chão da escola. 
Dedico esse trabalho a toda comunidade amparense, em especial aos educandos da rede 
pública municipal. 
Minha eterna gratidão àquele que jamais nos desampara, JESUS!!! 
 
Suzana Gabriel 
Articuladora do RCRA. 
 
É 
 
16 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
17 
 
INTRODUÇÃO 
 
 Referencial Curricular de Ribeira do Amparo – RCRA tem como objetivo 
garantir os conteúdos mínimos propostos pela Base Nacional Comum Curricular 
(BNCC) acrescidos dos conteúdos e temas integradores que atendam às 
necessidades dos alunos da Rede Pública Municipal, colaborando assim, com a reformulação 
dos Projetos Políticos Pedagógicos – PPPs, como também, nortear e fundamentar as práticas 
pedagógicas dos professores da Educação Infantil e do Ensino Fundamental (Anos Iniciais 
e Finais) da Rede Pública Municipal de Ensino, a fim de contribuir para construção de uma 
escola democrática que garanta os Direitos de Aprendizagem, o desenvolvimento das 
competências e habilidades, favorecendo a formação integral do educando e possibilitando 
o acesso e a permanência, prezando pela qualidade do ensino e o conhecimento científico. 
O documento mencionado é composto por Volume Único, contemplando a Educação 
Infantil e Ensino Fundamental, além das Modalidades da Educação de Jovens e Adultos – 
EJA, Educação Especial, Educação do Campo, Indígena e Quilombola dentro de uma visão 
de educação integral, ou seja, a formação integral do sujeito. Cabe reforçar que os princípios 
educacionais nele apresentados são para todas as etapas e modalidades de ensino. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Elaboração Equipe Pedagógica/SME, 2019. 
 
O 
 
18 
 
Por ser um documento que conduzirá o trabalho pedagógico nas instituições de ensino, o 
Currículo buscará assegurar, em todas as suas orientações, sejam elas normativas ou de 
execução, os eixos expressos nas diretrizes que orientam o Plano Municipal de Educação – 
PME: 
I Erradicação do analfabetismo; 
II Universalização do atendimento escolar; 
III Superação das desigualdades educacionais, com ênfase no 
desenvolvimento integral do sujeito, na promoção da cidadania e na 
erradicação de todas as formas de discriminação; 
IV Melhoria da qualidade da educação; 
V Formação para o desenvolvimento integral do sujeito, para a 
cidadania, com ênfase nos valores morais e éticos em que se 
fundamenta a sociedade; 
VI Promoção do princípio da gestão democrática da educação pública; 
VII Promoção humanística, científica, cultural e tecnológica do país; 
VIII Estabelecimento de meta de aplicação de recursos públicos em 
educação como proporção do Produto Interno Bruto (PIB), que 
assegure atendimento às necessidades de expansão, com padrão de 
qualidade e equidade; 
IX Valorização dos (as) profissionais da educação; 
X Promoção dos princípios do respeito aos direitos humanos, à 
diversidade e à sustentabilidade socioambiental. 
 
Considerando tais esses eixos, o RCRA orientará os caminhos a serem traçados na 
perspectiva de assegurar esses pinos na rede municipal de ensino por meio do alcance dos 
objetivos propostos neste documento. Para tanto, é necessário que após a homologação desse 
documento as escolas reformulem seus Projetos Pedagógicos e consequentemente seus 
planos de aula. 
Como referência para essa construção foram usadas como sustentação as orientações 
normativas da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), o Referencial Curricular da 
Bahia e o Plano Municipal de Educação, ressignificado-os e complementando-os à luz das 
diversidades e singularidades do município amparense. 
Compõe também o documento a expectativa de que os estudantes, de qualquer unidade 
escolar, tornem-se aptos para enfrentar os desafios contemporâneos, em quaisquer territórios 
em que se colocar ou lhes for oportunizado. Nessa perspectiva é necessário investir num 
processo de educação que valorize a diversidade, representada por seus diferentes atores, em 
todas as Unidades de Ensino. À vista disso, estudantes, professores, gestores, funcionários, 
família e comunidade são convidados a desenvolver educação com igualdade, equidade e 
com significância para o estudante. 
19 
 
Em relação a sua estrutura, o RCRA apresenta aspectos sobre Territorialidade, Marcos 
Legais, Marcos Teórico-Conceituais, Marcos Metodológicos, Temas Integradores e 
Avaliação Educacional, considerando as Etapas e Modalidades da Educação Básica que 
competem à Rede Municipal. 
O Volume Único deste documento apresenta as etapas e organizadores curriculares da 
Educação Infantil e do Ensino Fundamental, dispostos em Campo de Experiências e 
Componentes Curriculares das Áreas do Conhecimento, à luz da Base Nacional Comum 
Curricular (BNCC), Documento Curricular Referencial da Bahia (DCRB), 
RESOLUÇÃO CEE N.º 137/2019, de 17 de dezembro de 2019 e Plano Municipal de 
Educação (PME) e Referencial Curricular Franciscano de São Francisco do Conde. 
No Organizador Curricular foram mantidos os códigos alfanuméricos que identificam as 
aprendizagens citadas na BNCC e as especificidades do município, cuja composição é feita 
por letras e números. O primeiro par de letras identifica a etapa de ensino, o primeiro par de 
números identifica o grupo por faixa etária na Educação Infantil ou o ano a que se refere à 
habilidade do Ensino Fundamental. O segundo par de letras identifica o campo de 
experiência na Educação Infantil ou o Componente Curricular, no caso do Ensino 
Fundamental. Por último, mais um par de números que identifica a posição da habilidade na 
numeração sequencial do campo de experiência na Educação Infantil e, ano ou bloco de ano, 
no Ensino Fundamental, conforme imagens abaixo. 
 
20 
 
 
Para contemplar a parte diversificada do Currículo foram criadas criada habilidades próprias 
do município, identificadas por código alfanumérico, seguindo a mesma estrutura do código 
alfanumérico da BNCC, acrescentando após o segundo par de letras, a numeraçãoreferente 
a habilidade criada pelo município e a sigla do município (RA), conforme está explicitado 
abaixo. No exposto abaixo, revela que o município criou a habilidade número “um” para ser 
trabalhada no sexto e sétimo ano dentro do componente curricular de Educação Física. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Vale ressaltar, que algumas habilidades da BNCC foram modificadas para contemplar 
especificidades locais, essas modificações podem ser observadas através do simbolo (#) 
21 
 
exposto no final do código alfanumérico. Para as modalidades não foi criado código 
alfanumérico. 
Há ainda algumas especificidades no Organizador Curricular de alguns componentes, a 
exemplo de Língua Portuguesa, que temos: campo de atuação, competências específicas, 
unidade temática, tema integrador, objetos de conhecimentos, bases de informação, práticas 
de linguagens e as habilidades, a serem desenvolvidas ao longo do Ensino Fundamental pelos 
estudantes; Já o organizador curricular da Educação Infantil é composto pelas competências 
específicas, direitos de aprendizagens, tema integrador, objetos de conhecimento, bases de 
informação e os objetivos de aprendizagem e desenvolvimento que devem ser contemplados 
pela criança nessa etapa de ensino. 
 
Histórico da elaboração do Currículo Ribeira do Amparo 
 
Para avançar nos fundamentos do Currículo Ribeira do Amparo é importante compreender 
que esse documento não é uma ação isolada, mas parte de um princípio fundamental, previsto 
no PME, documento que contempla as dimensões e as pretensões do município para a sua 
Rede Municipal de Educação. O documento principia a oferta de uma educação de 
qualidade, a partir de ações que atendam as singularidades das nossas crianças, jovens e 
adultos, através da garantia do acesso, permanência e aprendizagem significativa. 
Portanto, é importante esclarecer o processo de elaboração deste documento que entra para 
a história da educação do nosso município. Após a homologação da Base Nacional Comum 
Curricular (BNCC) para as etapas da Educação Infantil e do Ensino Fundamental, a rede se 
organizou dentro da proposta do documento, adaptando material didático, oferecendo 
formação aos professores e reinventando a prática pedagógica dentro dos princípios que 
preza a BNCC, visando garantir as aprendizagens essenciais que todos os estudantes devem 
desenvolver ano a ano. De acordo com a realidade do município, o RCRA foi elaborado em 
regime de colaboração entre professores, estudantes, diretores e coordenadores, de maneira 
democrática, participativa e colaborativa. 
Durante o ano de 2018, a Rede de Ensino se articulou para estudar e se aprofundar na 
proposta da BNCC, com momentos de encontros formativos, planejamentos e discussões, 
enquanto aguardava o Documento Curricular Referencial da Bahia para contribuir na 
construção do currículo municipal. 
22 
 
Para garantia da efetiva participação na construção do documento foi lançado convite aos 
coordenadores pedagógicos da Rede para que pudessem estar à frente dos grupos de 
trabalhos – GTs, bem como a realização de Simpósio com todos os profissionais da educação 
e estudantes. Uma discussão importante ocorreu na realização desta ação, pois os 
participantes conheceram mais sobre o conceito de currículo e suas nuances no âmbito da 
BNCC, ao tempo em que foram eleitos os delegados, representantes de professores por etapa 
e área, para participarem ativamente da construção do documento. 
Os grupos de trabalho se reuniram para estudos, análises de materiais já existentes e escrita 
do documento e enviaram enquetes para as escolas afim de que a participação de professores 
e estudantes contribuísse na construção do documento. Após a realização da consulta 
pública, concluímos que as contribuições aceitas e validadas foram significativas para a 
efetivação do que ora está proposto neste Currículo e estão em consonância com a BNCC. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
23 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
24 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TEXTOS INTRODUTÓRIOS 
25 
 
1. TEXTOS INTRODUTÓRIOS 
 
1.1 Cenários e Identidades Curriculares Glocais: Território Semiárido 
Nordeste II do Estado da Bahia 
 
 Currículo de Ribeira do Amparo busca contemplar a diversidade de identidades 
que caracterizam o nosso território, cabendo à Rede de Ensino estar preparada para 
atender as demandas que a caracterizam. Nesse sentido, compete-nos o exercício 
reflexivo e transformador na criação de estratégias que possam assegurar o desenvolvimento 
de habilidades voltadas à contextualização, ao aprofundamento e à construção das 
pluralidades e singularidades do território. 
O Território de Identidade Semiárido Nordeste II foi instituído pela Secretaria de 
Desenvolvimento Territorial (SDT) do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) em 
2004, após reuniões de sensibilização, mas somente em fevereiro de 2007, numa assembleia 
com representações da sociedade civil organizada e dos governos municipal, estadual e 
federal foi aprovado o estatuto e eleita a coordenação do CODES (Conselho Regional de 
Desenvolvimento Rural Sustentável do Semiárido Nordeste II do Estado da Bahia), cujo 
estatuto foi aprovado em dezembro do mesmo ano. 
Com uma área de 16.379 km², abrangendo 18 Municípios: Adustina, Antas, Banzaê, Cícero 
Dantas, Cipó, Coronel João Sá, Euclides da Cunha, Fátima, Heliópolis, Jeremoabo, Nova 
Soure, Novo Triunfo, Paripiranga, Pedro Alexandre, Ribeira do Amparo, Ribeira do 
Pombal, Santa Brígida e Sítio do Quinto; o Território, considerado o mais pobre e desprovido 
de infraestrutura de todo o Estado, está situado no extremo nordeste da Região Semiárida do 
Estado da Bahia. 
A área do atual Território Semiárido Nordeste II já era habitada antes da chegada dos 
europeus pelos índios Tapuias que se distribuíam em várias comunidades e tinham diferentes 
denominações, conforme as localidades como Kariri, Pankararu, Pankararé, Aymoré, Tupi, 
Tupi-Guarini, Tupiniquim, Tupinambá, e outras, que se concentravam especialmente no 
entorno de bacias hidrográficas. No caso específico, o rio Itapicuru dava o devido amparo a 
estas tribos. 
O 
26 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte:http://sit.mda.gov.br/download/caderno/caderno_territorial_162_Semi 
%C3%83%C2%A1rido%20Nordeste%20II%20-%20BA.pdf 
 
O Índice de Desenvolvimento da Educação – IDEB do território é baixo em relação às metas 
estabelecidas no PNE, existe uma grande deficiência nos níveis de proficiência dos 
estudantes. Para atender as carências do território, o governo federal lança ações que visam 
a redução do analfabetismo, desenvolvimento nos índices de proficiência da aprendizagem, 
melhoras na infraestrutura e a garantia de transporte e merenda escolar, além de ofertar 
qualificação para educadores. Sendo Ribeira do Amparo um município integrante desse 
território, é importante que haja internamente uma articulação da rede educacional que 
atenda as propostas do governo federal e consequentemente mude os resultados do IDEB. 
 
1.1.1 Ribeira do Amparo no Semiárido Nordeste II 
 
1.1.1.1 Aspectos Históricos 
 
O Município de Ribeira do Amparo, Estado da Bahia, originou-se por causa dos jesuítas, 
padres João de Barros e Padre Jacob Rolando, no ano de 1667 e continuando a obra de seus 
irmãos de hábito, o Padre Jacques Cocle, em 1672, prosseguiu com a Catequese, e fundaram 
a Capela de Canabrava de Santa Teresa de Jesus dos Quiriris (Ribeira do Pombal). Por 
motivos destes dados se deduz que este município foi fundado alguns anos após ou antes - 
em virtude de ser caminho dos Jesuítas; inclusive, porque o Litoral se situa muito próximo 
ao Estado de Sergipe e Município de Rio Real / BA; - por Carta Régia de 08 de maio de 
1758, sendo vice-rei D. Marcos de Noronha e Brito. O Conde dos Arcos elevou a freguesia 
http://sit.mda.gov.br/download/caderno/caderno_territorial_162_Semi%20%C3%83%C2%A1rido%20Nordeste%20II%20-%20BA.pdfhttp://sit.mda.gov.br/download/caderno/caderno_territorial_162_Semi%20%C3%83%C2%A1rido%20Nordeste%20II%20-%20BA.pdf
27 
 
de Pombal à Vila; já em 1848, a Capela de “Nossa Senhora do Amparo de Ribeira do Pau 
Grande (tendo essa denominação devido à existência de coqueiros muito altos) ”, pertencente 
ao município de Pombal, foi elevada a freguesia, pela “Lei Provincial nº 294 de 09 de maio 
de 1848”. 
 O Ato Estadual de 31 de outubro de 1890, elevou a freguesia supracitada à Vila, e essa passou 
a pertencer a Cipó, mas em 14 de agosto de 1958, ocorreu a emancipação, conforme 
legislação a Lei de Criação nº 1.027 de 14 de agosto de 1958, Diário Oficial de 15 de agosto 
de 1958 e a Lei Vigente de nº 1.027 de 14/08/1958, por Lei Estadual, texto da Lei Vigente. 
A reconstrução coletiva da história do município de Ribeira do Amparo - BA destaca que 
muito diferente do que registram os dados da história oficial, esta cidade tem sua origem no 
povoado de Ribeira do Pau Grande fundada por volta de 1700. Este nome fazia alusão às 
grandes árvores ali existentes, tais como: tamarineiro e cajaranas. Ribeira do Amparo ganha 
esta denominação em dois momentos: Primeiro, no final do século XIX, em homenagem a 
Nossa Senhora do Amparo, passou a chamar-se de Vila do Amparo. Conta-se que o beato 
Antônio Conselheiro que se encontrando de passagem pela região, em peregrinação, trouxe 
a imagem de Nossa Senhora do Amparo e construiu para ela uma Capela do Socorro. Ao 
Conselheiro, também, é atribuída à construção do cemitério local. 
Onde havia uma aldeia indígena, no início da nossa colonização, foi construído um templo 
dedicado a Nossa Senhora do Amparo, com a finalidade de catequese, em local denominado 
por Ribeira do Pau Grande, atraindo inúmeras famílias que lá se instalaram. 
Neste período, na condição de distrito do município de Cipó, Ribeira do Pau Grande passou 
a se chamar Vila do Amparo. O segundo momento, em 14 de agosto de 1958, com o aumento 
da população e força política a Vila conquistou sua emancipação, passando finalmente a se 
chamar Ribeira do Amparo. O nome Ribeira tem origem no Riacho que cortava a então Vila 
do Amparo, em homenagem a nossa Senhora do Amparo, padroeira do município. 
 
 
 
 
 
 
28 
 
Agenor da Silva Brito foi o primeiro prefeito de Ribeira do Amparo. Realizou instalação de 
energia elétrica a motor, abriu as primeiras estradas ligando Ribeira do Amparo à Cipó e 
construção do Mercado Municipal. Ainda nesta época, decorrentes do aumento populacional 
foram criados os povoados de: Barrocas, Raspador, Boa Hora e Heliópolis. Este último 
povoado obteve sua emancipação em 1985. 
Muitas foram as conquistas do município no que se refere às condições de infraestrutura e 
socioeconômicas, no entanto, ainda são áreas que precisam de muito investimento. 
 
1.1.1.2 Aspectos Geográficos 
 
O município de Ribeira do Amparo - BA situa-se na região do semiárido baiano (latitude: 
11° 2' 36'' Sul, Longitude: 38° 26' 13'' Oeste e 154m de altitude), a uma distância de 215 km 
em relação à Salvador. Pertence a microrregião Homogênea de Ribeira do Pombal e à 11ª 
região administrativa de Cipó, que é a sua cidade mais próxima situada a 11.3 km de 
distância. 
Ribeira do Amparo - BA possui uma área de 642,6km² fazendo limite com os municípios de 
Caldas Cipó (11.3 km), Itapicuru (36.1 km), Tucano (39.7 km), Ribeira do Pombal (25.7 
km), Heliópolis (43.1 km) e o estado de Sergipe (46.1 km). O acesso ao município se dá 
através da BR 101 e de estradas intermunicipais que o liga à referida BR. Além da sede, o 
município tem 3 (três) distritos: Barrocas, Raspador e Boa Hora. A população que habita no 
município é chamada de amparense. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Fonte: Google Maps 
 
29 
 
1.1.1.3 Caracterização dos Distritos de Ribeira do Amparo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: PME, Relatório,2018 
 
1.1.1.4 Distrito de Barrocas 
 
O distrito de Barrocas, também denominado de povoado, localizado a aproximadamente 21 
km da sede do Município, possui 14 (quatorze) ruas, e 02 (duas) praças; a falta de energia 
elétrica em 04 (quatro) dessas ruas e a ausência de saneamento básico (água tratada e estação 
de tratamento de esgoto) em todas as ruas do distrito dificulta o bem-estar da população 
local. A origem do seu nome se dá por conta do tipo de solo, em sua maioria constituído de 
argila (ou barro), formado a partir dos muitos tanques de água existentes. O barro que 
também era usado para a fabricação de utensílios e artefatos, cultura advinda da civilização 
indígena, mas que atualmente não é mais praticada. O distrito apresenta uma população de 
aproximadamente 3.100 habitantes (CENSO 2010), considerando os entornos rurais. Desde 
a sua origem, o distrito apresenta, em grande parte, uma economia voltada às atividades 
agropecuárias como pode ser observado no gráfico a seguir. (ESCOLA CRISPIM 
DANTAS). 
 
 
30 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Fonte: Arquivo da Escola Crispim Dantas- março/2018 
 
É possível levantar indícios de que a economia local, movimentada pelo trabalho 
agropecuário, está vinculada ao pouco estudo da população local (35% se declararam 
analfabetos e 32% declararam ter apenas o Ensino Fundamental Incompleto), pois a maioria 
destes trabalhadores é empregado ou trabalhador informal das propriedades. Apenas 32% da 
população reside em área urbana, ou seja, “dentro do Distrito”. Em relação a renda da 
população, 80% declararam viver com até menos de 1 (um) salário mínimo. (ESCOLA 
CRISPIM DANTAS). 
Em relação às construções públicas e privadas de uso público e à prestação de serviços e 
comércio, o distrito conta com uma creche comunitária, uma Unidade Básica de Saúde, duas 
escolas municipais atendendo ao ensino infantil e fundamental, uma quadra poliesportiva, 
um campo de futebol em atividade, uma igreja católica e uma igreja evangélica, um 
cemitério, um grupo musical, a APIMEL- Associação dos Produtores de Mel, dois poços 
artesianos construídos pela CERB e assumidos pela Prefeitura, distribuição de energia 
elétrica- COELBA, serviço de telefonia fixa e telefones públicos, serviço de internet via 
31 
 
rádio e discada, uma agência dos Correios, uma Associação de Produtores Rurais, transporte 
coletivo com linhas semanais para cidades vizinhas Ribeira do Pombal, Ribeira do Amparo 
(sede), Cipó, Tobias Barreto- SE e Poço Verde- SE, supermercados e bares, padarias, 
armarinho, casas de materiais de construções, mercado municipal, um polo educacional, 
frigoríficos, salões de cabelereiros, farmácia, piscina, moto peças e borracharias, entre outros 
pequenos comércios. (ESCOLA CRISPIM DANTAS). 
A maior parte da população apresenta formação de nível analfabeto e de ensino fundamental 
incompleto, considera-se pobre e de pele parda, são essencialmente católicas, apesar do 
crescente número de evangélicos. Apesar da condição econômica precária, quanto à 
identidade cultural e ao sentimento de pertença, o Distrito de Barrocas é rico em 
manifestações culturais, pode ser considerada a comunidade culturalmente mais expressiva 
do Município. (ESCOLA CRISPIM DANTAS) 
Possui artesanato típico (redes), em sua culinária alimentos peculiares, como o doce de 
banana e o resgate do Reisado, além de festa religiosa tradicional a Festa de Santa Cruz 
realizada entre os meses de abril e maio. (ESCOLA CRISPIM DANTAS) 
 
1.1.1.5 Distrito de Boa-Hora 
 
O Distrito de Boa-Hora está localizado ao oeste do município de Ribeira do Amparo no 
Estado da Bahia, com distância de mais ou menos de 12 quilômetros do município, limita-
se ao oeste com as Fazendas Pocobatiba, Manteiga, ambas pertencem ao município de 
Ribeira do Pombal, ao leste com a Fazenda Pedras, ao norte com a Fazenda Pichu (Ribeira 
do Pombal) e ao sul com Fazenda Bangolá também em território do município de Ribeira do 
Amparo. 
O distrito tem aproximadamente900 habitantes que em sua grande maioria apresentam nível 
socioeconômico baixo, vivendo do feitio de redes, cortinas, do auxílio Bolsa Família, da 
Agricultura e da Pecuária e de outros tipos de artesanatos, serviços públicos. As famílias são 
essencialmente católicas e a economia vinculada ao trabalho no campo e comércio dos 
produtos cultivados, conforme pode ser observado nos gráficos a seguir: 
 
 
 
32 
 
65%15%
10%
5% 5%
Profissão da população 
boahorense
Trabalhador
rural
Comerciante
Artesã
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Escola Antônio Dantas de Macêdo/2011. 
 
No que se refere a estrutura física do povoado é possível encontrar um PSF (Posto de Saúde 
da Família), uma Escola de educação infantil, uma Escola de ensino fundamental I, uma 
Escola de ensino fundamental II, uma quadra poliesportiva, um campo de futebol, uma igreja 
Católica, duas Igrejas Evangélicas, um cemitério, serviço de telefone fixo e público, uma 
Associação de Produtores Rurais, um polo educacional, supermercados e bares, além de 
pequenas mercearias, borracharias, bares e igrejas evangélicas existentes nas fazendas 
pertencentes ao distrito. (ESCOLA ANTÔNIO DANTAS DE MACÊDO) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Praça do Distrito de Boa-Hora 
 
1.1.1.6 Distrito de Raspador 
 
O Distrito de Raspador tem aproximadamente 2.299 habitantes (CENSO 
MUNICIPAL/2009), segundo relato dos moradores Sr. Antônio Garcia Neto e Dona 
Rosalina o povoado Raspador recebeu esse nome, devido uma frequência de lavradores, 
agricultores que viviam raspando as árvores desta localidade para produzir remédios por 
85%
15%
Religião das famílias 
boahorense 
Católica
Evagélica
33 
 
conta disso, condutores de tropas, carroceiros e caminhoneiros gritavam: “Olhe o raspador”, 
e por esse ditado foi dado a este povoado o nome de Raspador, pois todos os tropeiros só 
conheciam essa comunidade por essa denominação. Assim ficou como Raspa = raspagem 
das árvores + Dor= porque as raspagens serviam para curar dores. (ESCOLA MURILO 
CAVALCANTE). 
Desde a sua origem, a economia predominante era a agricultura, o cultivo do feijão e do 
milho. Atualmente a atividade econômica é a agropecuária, a apicultura e o serviço público, 
além do comércio local, que apesar de ser fraco movimenta recursos financeiros na região. 
(ESCOLA MURILO CAVALCANTE). 
Em relação às condições financeiras da população (autodeclarada parda) a maioria é de baixa 
renda, assistida pelos programas sociais do governo federal, oriunda da zona rural, com 
pouca presença de políticas públicas. O distrito conta com uma alta taxa de desempregados 
e de pessoas com baixa escolaridade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Praça da Igreja do Distrito de Raspador 
 
1.1.1.7 Mmunicípios que fazem fronteira com Ribeira do Amparo 
 
 Ribeira do Pombal: Começa no Rio Quente, no ponto em que defronta o povoado 
de Boa Hora; daí segue em reta e vai em direção ao Riacho do Saco (que no seu baixo 
curso recebe águas do Riacho da Umburana) no Rio Real, até o ponto de interseção 
com a linha de transmissão de energia da CHESF, na região do Campo de 
Sambaitiba. 
34 
 
 Itapicuru: Começa no Rio Real, na foz do Rio do Tubarão, daí seguindo até a 
nascente do Riacho das Canas, desce este até a sua foz no Rio Itapicuru. 
 Caldas de Cipó: Começa na foz do Riacho das Canas, no Rio Itapicuru, segue pelo 
talvegue deste acima, até a foz do Riacho de Ribeira do Pombal, pelo qual sobe até 
o marco no lugar, Rio Quente e daí, em reta na direção oeste até encontrar a reta que 
partindo do lugar Itapicuru, na margem do rio, vai ao marco, em Ribeira do Pombal 
ou Rio Quente, no ponto em frente ao Povoado de Boa Hora. 
 Tucano: Começa no ponto seguindo em reta à direção oeste, em parte do lugar Rio 
Quente, encontra a outra reta que sai do lugar Itapicuru, continuando por esta, até o 
marco na margem de Ribeira do Pombal ou Rio Quente, no ponto em frente ao 
Povoado de Boa Hora. 
 Heliópolis: Começa no ponto de interseção da reta que parte do ponto fronteiro de 
Boa Hora à margem do Rio Quente, em direção à foz do Riacho do Saco no Rio Real 
(fronteiro ao lugar Baixa Grande, do Município de Ribeira do Amparo) com a linha 
de transmissão de energia da CHESF na região do Campo da Sambaitiba, daí em reta 
a foz do Riacho do Saco no Rio Real (fronteiro ao lugar Baixa Grande). 
 Com o Estado de Sergipe: Começa na foz do Riacho do Saco no Rio Real, fronteiro 
ao lugar Baixa Grande do Município de Ribeira do Amparo, desce por este, à foz do 
Rio Baixa do Tubarão. 
 
O Município de Ribeira do Amparo - BA já possuiu uma área de 938km² e limitava-se com 
os seguintes Municípios: Poço Verde – SE, Cícero Dantas, Ribeira do Pombal, Cipó, Tucano 
e Itapicuru, tinha uma população estimada em 24.122 habitantes (Rural e Urbana). Dados 
estes do Censo IBGE / 1980, não se sabe a estimativa dos habitantes no ano de sua 
emancipação. 
No ano de 1985, o distrito de Heliópolis, foi desmembrado do município de Ribeira do 
Amparo, ficando assim, emancipado. Após esta emancipação, Ribeira do Amparo teve sua 
área extensa reduzida para 600km², bem como sua população que de acordo com dados de 
http://cod.ibge.gov.br/1E4N – 2010, conta de 14.276 habitantes. 
O Riacho da Ribeira nasce na Comunidade de Fervente, onde têm 08 (oito) nascentes, o 
mesmo desemboca na foz do Rio Itapicuru, na Comunidade de Capim e Volta; chega a 
http://cod.ibge.gov.br/1E4N%20–%202010,%20conta%20de%2014.276
35 
 
percorrer um trecho aproximadamente de 17 km de comprimento, ele banha as seguintes 
comunidades: Fervente, Tiririca, Passagem Funda, Sucuruiuba, Frade, Loredo, Boa Vista, 
Sítio, Passagem de Nossa Senhora, Corredor do Baracho, Bonsucesso, Baixa da Cruz, 
Corredor do Urubu, Passagem do Euzébio, Pontes, Sítio II, Trincheira, Bariri, Rio Seco, 
Volta, Capim e outras. 
Ribeira do Amparo tem sua área geográfica inserida em 100% no polígono das secas. Possui 
um clima semiárido e seco a subsumido, com uma temperatura média de 24,7ºC e mínima 
de 21.0ºC, o período chuvoso atualmente está ocilante entre maio e julho, com uma 
pluviosidade anual de 622 mm, máxima de 1573 mm e mínima de 140 mm. 
O tipo de solo presente no município é: areias quartosas álicas, planoso sólico eutrófico, 
podzólico vermelho-amarelo distrófico. O solo da região tem aptidão regular, restrita para 
pastagem. A vegetação local é pouco diversificada, predominam o cerrado e a caatinga. 
Destacam-se na paisagem árvores de pequeno porte tais como: mandacaru, juazeiro e 
cajueiro. 
A sua bacia hidrográfica é composta pelo Rio Real, Rio Quente e Riacho da Ribeira. O 
município possui ainda o açude de Raspador e poços artesianos, sendo utilizados para o 
abastecimento de água da população. O município conta com um grande lençol freático, 
importante fonte de abastecimento, numa profundidade do nível estático de até 50 metros, 
que sustenta o nível de água do Riacho da Ribeira. 
Atualmente está existindo um desequilíbrio ambiental no que diz respeito ao curso de água 
das nascentes, córregos e riacho, flora e fauna do município e como resultado, a degradação 
da biodiversidade, cujo habitat são esses espaços. Assim, há uma necessidade urgente de 
um planejamento que vise o reflorestamento e a conservação ou recuperação das 
nascentes e consequentemente, córregos e riacho como também criar condições 
favoráveis no uso do solo para que este desequilíbrio venha ser amenizado ou até mesmo 
sanado. 
 
 
 
 
 
36 
 
1.1.2 Aspectos demográficos 
 
Os aspectos demográficos de Ribeira do Amparo - BA demonstram por seus dados 
estatísticos (década de 70 até o momento atual) uma acentuada predominância populacional 
na Zona Rural. 
Observa-se que nos últimos anos, houve um relevante movimento migratório da população 
rural para a urbana (sede municipal) e também para a sede dos povoados, que aparecem nas 
estatísticas denominadas de rurais. As Sedes do municípioe povoados continuam crescendo, 
principalmente por parte da população idosa, em busca de melhores condições de vida, 
acesso mais fácil à saúde e outros benefícios. 
Com as políticas públicas e sociais voltadas para alguns segmentos da sociedade, a 
população passa a usufruir de projetos importantes para sua qualidade de vida. A instalação 
da Itaueira Agropecuária S/A, Empresa de Fruticultura, por exemplo, oferece aos habitantes 
do município e da região, um novo mercado de trabalho. O movimento migratório acontece 
desde a década de 90, embora o campo já ofereça melhores condições de vida, contando com 
serviços como: energia elétrica, água, telefones, acesso à Internet, estradas vicinais, etc. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Analisando os dados acima, nota-se que houve uma diminuição no número da população, 
cresceu o número de mulheres em relação aos homens bem como a população urbana em 
relação à rural e que o número de mulheres é inferior ao número de homens. 
 
 
37 
 
Tabela 02. Informações sobre o Município de Ribeira do Amparo – BA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A tabela apresentada acima revela o número geral da população residente no município por 
faixa etária e indica que a população está envelhecendo. Tal observância favorece o 
planejamento de ações e estratégias para possíveis tomadas de decisões que visem o 
cumprimento das metas do PME, seja de cunho social ou educacional. 
 
1.1.3 Aspectos socioeconômicos 
 
A população amparense vive em situações econômicas precárias, uma vez que as únicas 
fontes de renda são as atividades agropecuárias, artesanais, os serviços oferecidos pela 
prefeitura, o pequeno comércio e os programas do Governo Federal. 
Dessas atividades, a predominante é a atividade agropecuária com a criação de bovinos, 
suínos, caprinos, galináceos e equinos, o comércio da castanha do caju, feijão, milho, 
mandioca, aipim, melão e a produção da rapadura da cana de açúcar, por meio dos trabalhos 
desenvolvidos nos engenhos. A menor parte da população encontra-se dentro dos serviços 
oferecidos pela prefeitura, oriundos de concursos públicos, muitos concursados vindos dos 
municípios vizinhos, e contratos temporários. 
38 
 
Para garantir mais oportunidade de empregos, o município firmou parceria com a empresa 
Itaueira agropecuária, indústria beneficiadora do melão produzido no município, a qual 
oferece empregos temporários, durante a safra e também admissão de alguns funcionários 
fixos. Hoje a maioria desses funcionários são emigrantes dos municípios vizinhos. 
Apesar de pequeno, o comércio estimulou a melhoria do crescimento financeiro no 
município, facilitando assim, a vida dos cidadãos amparenses. Mas ainda há um número 
significativo de habitantes desempregados, cuja única fonte de renda provém do Programa 
Federal Bolsa Família o que motiva a muitos moradores a migrarem para as grandes capitais 
como Salvador e São Paulo. 
Segundo dados obtidos no site, https://cidades.ibge.gov.br/brasil/ba/ribeira-do-
amparo/panorama, em 2017, o salário médio mensal era de 1.7 salários mínimos. A 
proporção de pessoas ocupadas em relação à população total era de 8.9%. Na comparação 
com os outros municípios do estado, ocupava as posições 208 de 417 e 133 de 417, 
respectivamente. Já na comparação com cidades do país todo, ficava na posição 3607 de 
5570 e 3778 de 5570, respectivamente. Considerando domicílios com rendimentos mensais 
de até meio salário mínimo por pessoa, tinha 58.6% da população nessas condições, o que o 
colocava na posição 6 de 417 dentre as cidades do estado e na posição 92 de 5570 dentre as 
cidades do Brasil. 
Tabela 03. Dados sobre Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) 
 
 
 
 
 
Analisando os indicadores de renda, pobreza e desigualdade, pode-se observar que a renda 
per capita aumentou consideravelmente de 1991 a 2010; ao passo que o índice de pobreza 
reduziu. Esse fato está atrelado aos investimentos direcionados a este município pelo 
governo federal o que propicia a aplicabilidade de recursos aos diversos setores da economia 
amparense. 
 
39 
 
Tabela 04. Desenvolvimento Humano, períodos 1991, 2000 e 2010 
 
 
 
 
 
 
Em análise a tabela acima nota-se que em 2010 houve um aumento nos indicadores, o que 
demonstra um progresso na esfera. 
 
1.1.4 Aspectos culturais 
 
As principais festividades da cidade de Ribeira do Amparo - BA são as festas de São Pedro, 
Nossa Senhora do Amparo - padroeira, festa evangélica, encontros de carro de bois, 
cavalgadas e o Réveillon, que na sede do município é denominada de “Festa do Ano Bom”. 
Os povoados de Barrocas, Boa Hora e Raspador comemoram os festejos das padroeiras 
locais. As comemorações do Ano Bom constituem-se um dos eventos mais importantes do 
calendário festivo da cidade, chegando a atrair centenas de amparenses residentes de outras 
cidades e estados brasileiros para participar desta festa. 
Também está presente na memória do município versões para as origens dos nomes dos 
seus povoados, disputas de narrativas para explicar a origem da imagem Santa Padroeira do 
município, depoimentos sobre as ações de Lampião e seu bando na região, como também 
lembranças do poder dos coronéis na região. 
 
 
 
 
 
 
 
40 
 
A festa de São Pedro é marcada por quadrilhas juninas, casamento caipira e cavalgadas. 
Existem também espaços públicos e privados para a prática desportiva, porém, não em 
quantidade e variedade, que atendam às necessidades de lazer da população. A cultura 
torna-se importante para a população, uma vez que, propicia a interação entre os indivíduos 
e o poder público, em tempo que, torna vivo os valores construídos ao longo dos anos, sendo 
uma herança de pais para filhos e desta forma se constrói a identidade do povo. 
 
1.1.5 Infraestrutura Material 
 
Sendo as Políticas Públicas um conjunto de decisões, planos, metas e ações governamentais 
voltados para a resolução de problemas de interesse público; têm na infraestrutura, o serviço 
de base para o desenvolvimento das mesmas. Dessa forma, a infraestrutura do município de 
Ribeira do Amparo está constituída de: Energia elétrica fornecida pela COELBA, água 
potável fornecida pela EMBASA, poços artesianos particulares, além do abastecimento 
ofertado à população pelo município, referente à mobilidade urbana que a condição em que 
se realizam os deslocamentos de pessoas e cargas no espaço urbano, os transportes são 
realizados através de veículos particulares custeados pelos próprios passageiros quando 
necessitam dirigirem-se a outras localidades, há disponibilidade de veículos oficiais no que 
cerne a condução de passageiros aos serviços essenciais. 
As habitações em sua grande maioria são de alvenaria; existindo no município a oferta de 
casas populares. Os meios de comunicações têm avançado bastante, pois, de modo geral, a 
população possui aparelho de telefonia celular, sinal de acesso à internet que alcança muitas 
localidades rurais; antenas parabólicas ou antenas para TV a cabo; rádio comunitária local e 
serviço dos Correios. 
 
1.1.6 Aspectos educacionais 
 
A Rede Municipal de Ensino vem desenvolvendo uma educação a partir da chegada dos 
padres jesuítas, não diferente da história do Brasil, que catequizavam os habitantes aqui 
existentes, no início, os índios e mais tarde as famílias que foram atraídas e se instalaram na 
comunidade. Essa educação deixou marcas profundas na cultura e civilização do município. 
Foi um tempo em que a educação foi movida por intenso sentimento religioso de propagação 
da fé cristã, onde jesuítas eram os únicos educadores da época. A primeira escola do 
município foi o Grupo Escolar de Ribeira do Amparo, que foi deteriorado e em seu lugar 
41 
 
construído um prédio (escola) ao lado da igreja católica, subtende-se que o espaço escolhido 
para essa construção tinha tudo a ver com o domínio da igreja sobre a educação, que passou 
achamar de Grupo Escolar de Ribeira do Amparo, em seguida foi nomeado de Escola Juracy 
Magalhães, hoje chamada de Escola Tancredo Neves. 
Nos Distritos havia os grupos escolares de Barrocas, Raspador e de Heliópolis, quando esse 
último ainda fazia parte do município. Na época muitos professores já eram formados, haja 
vista que os primeiros a lecionarem eram leigos, como as professoras conhecidas como Elza, 
Eliete, D. Santinha, entre outras. 
No ano de 1974, surgiu a Escola Josefa Soares de Oliveira, onde funcionava o Centro 
Educacional Cenecista de Ribeira do Amparo – CECRA, como avanço educacional. Nesta 
época, não existia órgão municipal de educação, quem respondia por essas escolas eram as 
delegadas escolares que tempos depois foram substituídas por uma secretaria municipal de 
educação sendo a senhora Rosangela Soares de Santana, a primeira secretária municipal de 
educação. As primeiras escolas recebiam estudantes das fazendas localizadas no entorno do 
município, tais como, Fazenda Loredo, Bom Sucesso, Caatinga, entre outras, muitos desses 
se dirigiam à escola a pé ou a cavalo, na época não existia transporte escolar. Os estudantes 
demonstravam-se interessados pelos estudos e eram bastantes inteligentes, tinham objetivos 
de vida e estudavam para alcançá-los. Um marco considerado importante na educação do 
município em tempos outrora, foi o fardamento dos alunos implantado pela Escola Josefa 
Soares de Oliveira que na época era a única instituição de ensino que atendia estudantes de 
ginásio, ou seja, de 5ª a 8ª série. 
Hoje a educação do município tem sistema de ensino próprio, criado em 14 de julho de 2009 
sob a Lei Municipal nº 012 de 14 de julho de 2009 e ajuizado pelos conselheiros voluntários 
do Conselho Municipal de Educação – CME, representados por 4 (quatro) representes de 
professores, sendo 2 (dois) titulares e 2 (dois) suplentes, 2 (dois) representantes do Sindicato 
dos Servidores Públicos de Ribeira do Amparo SISPRA, sendo 1(um) titular e 1 (um) 
suplente, 4 (quatro) representes de pais ou responsáveis de alunos, sendo 2 (dois) titulares e 
2 (dois) suplentes, 2 (dois) representantes da gestação da secretaria de educação, sendo 1 
(um) titular e 1 (um) suplente com atribuições, normativas, deliberativa, consultivas, 
fiscalizadora, mobilizadora, propositiva e avaliativas do Sistema Municipal de Ensino, na 
área de competência do Município de Ribeira do Amparo. 
42 
 
O Sistema Municipal de Ensino é responsável pelo planejamento, execução, supervisão, 
avaliação e controle dos programas e ações correlacionadas com a educação e com o ensino 
em Ribeira do Amparo Bahia, observadas a composição prevista em Lei e os mecanismos, 
procedimentos e formas de colaboração com o Estado da Bahia, a fim de assegurar a 
universalização do ensino obrigatório e gratuito e a erradicação do analfabetismo, atendidas 
as prioridades constantes da Lei. 
A educação municipal é dirigida de acordo com as leis educacionais que regem o país e o 
município, como a Constituição Federal que assegura ao indivíduo o exercício dos direitos 
sociais e individuais, a Lei nº 9.394/1996 que estabelece diretrizes e bases para a educação 
nacional, Lei nº 13.005/2014 (PNE) que define os objetivos e metas para o ensino a serem 
executados nos próximos dez anos, a Lei Orgânica do município que está subordinada à 
Constituição federal e que também disciplina o funcionamento educacional do município, a 
Lei Municipal nº 0170 de 22 de junho de 2015 – PME, que estabelece metas e estratégias a 
serem contempladas na educação municipal, a Lei Municipal nº 010, de 05 de maio de 2008, 
que dispõe sobre a criação do Estatuto do Magistério de Ribeira do Amparo, a Lei Municipal 
nº 009, de 05 de maio de 2008 que desfruta sobre o Plano de Carreira do Magistério Público 
do Município e a Lei do Sistema de ensino que normatiza o ensino municipal. 
Diante do que estabelecem essas leis, a Secretaria Municipal de Educação - SME vem 
traçando e desenvolvendo ações que contemplem a melhoria educacional no que concerne 
ao cumprimento das leis. 
Atualmente, o trabalho da SME atende a 03 (três) creches, 02 (duas) escolas de Educação 
Infantil, 17 (dezessete) escolas que atende educação infantil com Ensino Fundamental I – F1 
e 04 (quatro) escolas de ensino fundamental II – F2, essas, distribuídas em quatro polos 
diferentes. Sendo, polo I, Ribeira do Amparo que inclui as escolas da sede e de seu entorno; 
polo II, compreende as escolas do distrito de Boa-Hora e seu entorno; polo III, abrange as 
escolas do distrito de Barrocas e seu entorno; polo IV, correspondendo as escolas do distrito 
de Raspador e seu entorno, como é demonstrado na tabela a seguir 
 
 
 
 
43 
 
Escola/Creche Etapa/Modalidade Localidade/Polo Total de 
alunos 
Agenor Brito F2 e EJA II Sede/POLO I 569 
Agenor Brito I Infantil e F1 Sede/POLO I 347 
Tancredo Neves F1 e EJA I Sede/POLO I 77 
Creche Nair Brito Infantil Sede/POLO I 73 
São José I Infantil, F1 e EJA I Faz. Fervente/POLO I 175 
José Rodrigues de Matos Infantil Faz. Loredo/POLO I 18 
João Carlos Cerqueira Infantil e F1 Faz. Bariri/POLO I 30 
Nossa Senhora de Lourdes F1 Faz. Capim/POLO I 25 
Padre Otávio Infantil e F1 Avenida/POLO I 45 
Santa Tereza I Infantil, F1 e EJA I Faz. Bx. Jurema/POLO I 40 
Luiz Viana Infantil e F1 Faz. Salgado/POLO I 28 
São Lázaro Infantil Faz. Angico/POLO I 20 
 
 
 
 
 
 Fonte: SME/2020 
 
 
 
Escola/Creche Etapa/Modalidade Localidade/Polo Total de 
alunos 
Antônio Dantas de Macedo F1 e EJA I Boa – Hora/POLO II 152 
Maria Ferreira da Silva F2 Boa – Hora/POLO II 122 
DomAvelar da Silva Brandão Infantil, F1 e EJA I Barrocas/POLO III 217 
Creche Conrado J. Amorim Infantil Barrocas/POLO III 32 
São Francisco de Assis Infantil e F1 Faz. Cabo Verde/POLO III 31 
Crispim Dantas F2 Barrocas/POLO III 153 
Santa Luzia Infantil e F1 Raspador/POLO IV 115 
Edna Carmelita F1 Raspador/POLO IV 150 
Creche Maria Rodrigues Infantil Raspador/POLO IV 55 
Santa Tereza III Infantil e F1 Faz. Jurema/POLO IV 20 
Murilo Cavalcante F2 Raspador/POLO IV 203 
Total de alunos da rede 2.889 
Escola/Creche Etapa/Modalidade Localidade/Polo Total de 
alunos 
Paulo VI Infantil e F1 Faz. Lages/POLO I 114 
Nova Infância Infantil Faz. 1001/POLO II 18 
Beatriz Amaral Infantil Boa – Hora/POLO II 82 
 
44 
 
A Secretaria Municipal de Educação dispõe de um quadro de funcionários composto por 
merendeiros, agentes de serviços, motoristas, professores, sendo alguns professores 
direcionados para a coordenação e direção das escolas. 
A Secretaria Municipal de Educação tem um quadro de professores em que a maior parte 
tem nível superior, principalmente os que atuam nos anos finais do ensino fundamental, mas 
nem todos atuam na área de docência, dificultando assim, a ação pedagógica. Segundo o 
Conselho Municipal de Educação – CME que tem acompanhado e analisado a educação do 
município, observa que existe por parte da SME uma preocupação quanto a melhoria 
educacional, como também vontade de acertar cada vez mais no sistema educacional do 
município, acreditando que ainda tem muito para avançar. Para o CME a preocupação e 
desejo em acertar deve persistir e ser transformado em investimento e apoio didático e 
pedagógico, tais como fomento e incentivo aos projetos e programas de leitura e escrita, 
ampliação dos acervos das bibliotecas das escolas da sede e do campo e melhoramentos na 
infraestrutura das escolas, principalmente na área digital. 
É importante que a SME planeje ações que de protagonismo juvenil e com participação da 
família, motivando a autoestima dos alunos e seus familiares; alinhando a tais ações é 
fundamental que ocorra de modo contínuo formações para os docentes e valorização do seu 
trabalho, tais estratégias devem buscar impulsionar a inovação da prática pedagógica. 
(CME). 
Além do quadro de professores, a secretaria municipal de educação ainda dispõedos 
profissionais que ajudam a manter a funcionalidade dos trabalhos educacionais no 
município, dentre eles agentes de serviço, merendeiros, auxiliares administrativos e 
motoristas. 
 
 
 
 
 
 
 
45 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
46 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PRESSUPOSTOS TEÓRICOS, 
EPISTEMOLÓGICOS E POLÍTICOS 
 
47 
 
2. PRESSUPOSTOS TEÓRICOS, 
EPISTEMOLÓGICOS E POLÍTICOS 
 
2.1 Marcos Teóricos Conceituais e Metodológicos 
 
 Referencial Curricular de Ribeira do Amparo - RCRA valida a ideia de que o 
município tem suas particularidades e se compromete com o trabalho e os desafios 
socioeducacionais, face à complexa realidade socioeconômica, geopolítica, 
cultural e as demandas dos espaços escolares, buscando, de modo contínuo, assegurar os 
Direitos de Aprendizagem dentro da expectativa da igualdade e da equidade. 
Assim, é importante que as escolas tomem conhecimento que o RCRA engloba as 
experiências de aprendizagens implementadas pelo município e que deverão ser vivenciadas 
pelos estudantes. Nele estão compreendidas as unidades temáticas, as práticas de linguagens, 
as competências gerais e específicas, os temas integradores, os objetos de conhecimentos, as 
bases de informações e as habilidades que deverão ser abordados no processo de ensino e 
aprendizagem dentro das correntes filosóficas metodológicas a serem utilizadas nas 
diferentes etapas e ou modalidades de ensino. 
 
Currículo é uma construção social do conhecimento, pressupondo a sistematização 
dos meios para que esta construção se efetive; a transmissão dos conhecimentos 
historicamente produzidos e as formas de assimilá-los, portanto, produção, 
transmissão e assimilação são processos que compõem uma metodologia de 
construção coletiva do conhecimento escolar, ou seja, o currículo propriamente 
dito. (VEIGA, 2002, p.7) 
 
Logo, o RCRA se configura como um resultado das relações e das dinâmicas interativas 
com o saber, vivendo e instituindo poderes. Nesse movimento, cultiva perspectivas éticas e 
políticas ao realizar opções pedagógicas e optar por determinados valores, os quais revelam-
se no cerne das construções e orientações das escolas e devem estar assumidas como 
fundamento de suas ações, de modo que contribuam na construção da identidade dos 
educandos, à medida em que evidenciará a individualidade e o contexto social que estão 
inseridos. Nossos estudantes além de aprender conteúdos precisam ser incentivados a aguçar 
as potencialidades e a criticidade dos mesmos, dando significado ao que está sendo 
“ensinado”. 
O 
48 
 
Nessa perspectiva, é importante que a Rede Municipal de Ensino sustente sua prática 
pedagógica baseada na corrente filosófica sociointeracionista de Lev Semionovich 
Vygotsky, evidenciada pela interação e comungada com o construtivismo de Jean Piaget e a 
teoria de Henri Wallon, sob os fundamentos da afetividade, do movimento, da inteligência 
e da formação do eu; outra base que fundamentará o Currículo Ribeira do Amparo é a 
aprendizagem significativa de David Ausubel apoiada com a concepção de Paulo Freire que 
afirma que a criança é um ser social e que aprende umas com as outras. 
Segundo David Ausubel o fator de maior influência da aprendizagem é o saber prévio do 
educando, pois este pode funcionar como ponto de ancoragem para as novas informações. 
Ausubel define o conhecimento prévio como “conceito subsunçor”. A aprendizagem 
significativa ocorre quando a nova informação se ancora em conceitos relevantes 
(subsunçores) preexistentes na estrutura cognitiva do aprendiz. “A aprendizagem 
significativa é aquela que se relaciona, interliga as aprendizagens realizadas, a conteúdos 
pré-existentes no sujeito” (David Ausubel, apud Lilian Rios, 2016). Este conceito tem ênfase 
na teoria de Paulo Freire, ao afirmar que a leitura de mundo precede a leitura da escrita. 
Em Pedagogia do Oprimido (1968) Paulo Freire propõe uma educação libertadora, trazendo 
à tona a relação dialética entre opressores e oprimidos e a necessidade do despertar da 
consciência. Para o autor a grande tarefa dos oprimidos é a de libertar a si mesmos e aos seus 
opressores, podendo ser vista como a pedagogia do homem, implicando em atitudes e 
posturas críticas, dialógicas e generosas, enfim, mais humanas. A relação dialógica 
emancipatória do oprimido sob o opressor é um elemento constitutivo da linguagem e da 
consciência ideológica, fundamental na formação do docente. 
Nessa pedagogia se compartilha experiências, se constrói seres críticos “nascidos” através 
do diálogo entre educadores e educandos. A teoria da ação dialógica faz parte da classe 
revolucionária – libertadora, onde existe o objetivo da transformação de mundo. 
Para Freire (1968) o objetivo maior da educação é conscientizar o estudante, portanto, 
ensinar não se limita à transmissão de saberes, a missão do professor está em possibilitar e 
mediar a criação e a produção de conhecimentos. Na sua voz "Ninguém educa 
ninguém, ninguém se educa a si mesmo, os homens se educam entre si, mediatizados pelo 
mundo." (p. 68). Esta afirmação implica um princípio fundamental: o aluno, alfabetizado 
ou não, chega à escola trazendo consigo uma cultura que não é melhor nem pior do que a do 
professor. Ambos aprenderão juntos, em comunhão e colaboração, sendo necessário que a 
49 
 
relação construída seja afetiva e democrática, garantindo a todos a possibilidade de se 
expressar. 
No sociointeracionismo de Vygotsky, o ser humano só adquire cultura, linguagem, 
desenvolvimento e raciocínio se estiver inserido no meio com os outros. A criança só vai se 
desenvolver historicamente se inserida no meio social. 
Para Moreira (2009), a teoria do pesquisador Vygotsky propõe que o desenvolvimento 
cognitivo se dá por meio da interação social, em que, no mínimo, duas pessoas estão 
envolvidas ativamente trocando experiência e ideias, gerando novas experiências e 
conhecimento. 
Dessa forma, a interação constitui num processo em que o sujeito interage com a sua cultura 
e com a cultura do outro. Nas teorias sociointeracionista o desenvolvimento infantil é visto 
como um processo dinâmico, pois, as crianças não são apáticas. Através do contato com seu 
próprio corpo, com o seu ambiente, bem como através da interação com outras crianças e 
adultos, as mesmas vão desenvolvendo as capacidades afetivas, e seu raciocínio lógico é 
consequentemente aperfeiçoado. 
Vygotsky afirma que a vivência em sociedade é essencial para a transformação do homem 
em um sujeito capaz de construir seu próprio conhecimento. É através da interação dos 
educandos que acontece o desenvolvimento de suas capacidades cognitivas, e, 
consequentemente o aperfeiçoamento nas relações interpessoais. 
Ele também afirma que o desenvolvimento da criança está diretamente relacionado à sua 
socialização perpassando por três níveis: Zona de desenvolvimento real que refere-se às 
etapas já alcançadas pela criança e que permitem que ela solucione problemas de forma 
independente; Zona de desenvolvimento potencial que é a capacidade que a criança tem de 
desempenhar tarefas desde que seja ajudada por adultos ou companheiros mais capazes e 
Zona de desenvolvimento proximal que é a distância entre as zonas de desenvolvimento real 
e potencial. Ou seja, é o caminho a ser percorrido até o amadurecimento e a consolidação de 
funções. 
Isso significa que, antes mesmo de frequentar a escola, a criança desenvolve seu potencial a 
partir das trocas estabelecidas e adquire conhecimento. Quando vai para o ambiente escolar, 
ela se familiariza com esse mundo e sai da zona de desenvolvimento real para, com auxílio 
do professor, atingir seu desenvolvimento potencial. 
50 
 
Para Jean William Fritz Piaget, o educando vivencia várias fases de desenvolvimento 
psicológico, individual e socialmente.

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