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Referencial Curricular Municipal de Pelotas

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Documento Orientador Municipal 
Referencial Curricular da Rede Municipal de Ensino de Pelotas 
 
 
 
 
 
Pelotas/2020 
 
 
 
Prefeitura de Pelotas 
Prefeita Paula Schild Mascarenhas 
Vice-prefeito Idemar Barz 
 
Secretário Municipal de Educação e Desporto 
Artur Fernando da Rocha Corrêa 
 
Diretoria de Administração Geral e Apoio 
Jairo Borges 
 
Diretoria de Gestão Escolar 
Adolfina Mauch 
 
Diretoria de Desporto 
Sérgio Pereira 
 
Diretoria de Administração Escolar 
Glaci Maria Moreira Rodrigues 
Roger Lemões Jorge 
 
Diretora de Ensino 
Loreni Peverada de Freitas Silva 
 
Gerente de Ensino 
Rejane Corrêa Santos 
 
Gerente de Projetos 
Maria Fernanda Zanotta Carneiro 
 
 
 
 
Supervisores de Ensino 
Educação Infantil 
Alicéia Ceciliano da Silva 
Queler Rosi Guiot Mesk 
Fernanda Rodrigues dos Santos 
Márcia Santos de Farias 
 
Ensino Fundamental - Anos Iniciais 
Angélica Botelho Cavalin 
Aline Barbosa Batista 
Kelly Maciel Soares 
Raquel da Rocha Guterres 
Rosiane Maciel Carvalho Silva 
 
Ensino Fundamental - Anos Finais 
Arte Rejane Corrêa Santos 
Educação Física Liliane Locatelli 
Língua Estrangeira Lucélia Gonzales Seus 
Língua Portuguesa Michele Lemões da Silva Santos 
 Lilian Rojahn Hartwig Pieper 
Ciências da Natureza Luciane Soares Ribeiro 
Matemática Liliana Hartwig Muller 
 Raquel Martins Araújo 
História Rosa Maria Muller Morales 
Geografia Edson de Mello Borges 
Ensino Religioso Rosiane Maciel Carvalho Silva 
 
Educação de Jovens e Adultos 
Cátia Simone Crispa Pereira 
Sibele Mirapalhete Lopes 
 
 
Orientação Educacional 
Jussara Tedesco dos SantosCruz 
Vera Luci Alves Savedra 
 
Autores 
Professores da rede municipal de ensino 
Supervisores de Ensino 
 
Escolas de Educação Infantil 
Emei Adayl Bento Costa 
Emei Albina Peres 
Emei Anita Malfatti 
Emei Antônio Caringi 
Emei Bernardo de Souza 
Emei Cassiano Ricardo 
Emei Darcy Ribeiro 
Emei Dyrio Gorgot 
Emei Érico Veríssimo 
Emei Graciliano Ramos 
Emei Herbert de Souza 
Emei Ivanir Dias 
Emei Jacema Prestes 
Emei João Guimarães Rosa 
Emei José Lins do Rêgo 
Emei Lobo da Costa 
Emei Manuel Bandeira 
Emei Marechal Inácio de Freitas Rolim 
Emei Marília Poliésti 
Emei Mário Osório Magalhães 
Emei Mário Quintana 
Emei Monteiro Lobato 
Emei Nelson Abott de Freitas 
 
 
 
Emei Nestor Rodrigues 
Emei Oswald de Andrade 
Emei Paulo Freire 
Emei Ruth Blank 
Emei Vinícius de Moraes 
Emei Zola Amaro 
 
 
Escolas de Ensino Fundamental 
Escolas urbanas 
Emef Afonso Vizeu 
Emef Almirante José Saldanha da Gama 
Emef Antônio Joaquim Dias 
Emef Antônio Ronna 
Emef Balbino Mascarenhas 
Emef Bibiano de Almeida 
Emef Dr. Carlos Laquintinie 
Emef Cecília Meirelles 
Emef Círculo Operário Pelotense 
Emef Dom Francisco de Campos Barreto 
Emef Dona Maria Antônia 
Emef Dona Mariana Eufrásia 
Emef Dr. Alcides de Mendonça Lima 
Emef Dr. Brum de Azeredo 
Emef Dr. Joaquim Assumpção 
Emef Dr. Mario Meneghetti 
Emef Ferreira Vianna 
Emef Francisco Caruccio 
Emef Frederico Ozanan 
Emef Independência 
Emef Jacob Brod 
Emef Jeremias Fróes 
Emef Joaquim Nabuco 
Emef Jornalista Deogar Soares 
Emef Luciana de Araújo 
Emef Luiz Augusto de Assumpção 
Emef Machado de Assis 
Emef Ministro Fernando Osório 
Emef Nossa Senhora das Dores 
Emef Nossa Senhora de Lourdes 
Emef Nossa Senhora do Carmo 
Emef Núcleo Habitacional Dunas 
Emef Núcleo Habitacional Getúlio Vargas 
Emef Olavo Bilac 
Emef Osvaldo Cruz 
Emef Piratinino de Almeida 
Emef Professora Daura Ferreira Pinto 
Emef Santa Irene 
Emef Santa Teresinha 
 
Ensino Fundamental e Médio 
Colégio Municipal Pelotense 
 
Escolas do campo 
Emef Almirante Raphael Brusque 
Emef Professora Braulinda Fernandes 
Emef Bruno Chaves 
Emef Cel. Alberto Rosa 
Emef Dona Maria Joaquina 
Emef Dr. Berchon 
Emef Erasmo Braga 
Emef Evaristo da Veiga 
Emef Garibaldi 
Emef Henrique Peter 
Emef Honorina Torres 
Emef João da Silva Silveira 
Emef João José de Abreu 
Emef Júlio de Castilhos 
Emef Lima e Silva 
Emef Márcio Dias 
Emef Ministro Arthur de Souza Costa 
Emef Nestor Elizeu Crochemore 
Emef Wilson Muller 
Emef Waldemar Denzer 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sumário 
Considerações iniciais ..................................................................... 
Um pouco de nossa história ........................................................... 
 Pelotas: suas trajetórias ............................................................ 
A educação em construção ............................................................. 
 A rede municipal de ensino ...................................................... 
Currículo da rede municipal de ensino .......................................... 
 Marcos legais ................................................................................. 
 Iniciando a discussão ..................................................................... 
 Fundamentos pedagógicos ............................................................. 
 Pinceladas teóricas para reflexões ................................................. 
 Protagonismo discente e sujeito almejado ..................................... 
 Desenvolvimento de competências: conhecimentos, habilidades, 
atitudes e valores......................................................................................... 
 As 10 competências gerais da educação básica ............................. 
 Metodologias ativas: alternativas para o desenvolvimento de 
habilidades e competências para uma educação integral............................. 
 Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação (TDIC) ........ 
 Temas Contemporâneos Transversais (TCTs) ............................... 
 Interdisciplinaridade ........................................................................ 
 Avaliação ........................................................................................... 
 
Etapas e modalidade de ensino ..................................................... 
 Educação Infantil .............................................................................. 
 Ensino Fundamental ......................................................................... 
 Ensino Médio .................................................................................... 
 Educação Especial ............................................................................ 
 Educação de Jovens e Adultos ......................................................... 
 
 
01 
04 
04 
08 
08 
17 
17 
19 
21 
24 
27 
 
31 
32 
 
36 
42 
43 
48 
48 
 
52 
52 
53 
53 
54 
58 
 
 
Transição entre as etapas e fases de ensino ................................. 
Estrutura e organização do currículo .......................................... 
 Educação Infantil ............................................................................. 
 
Objetivos de Aprendizagem e Desenvolvimento .......................... 
Campo de Experiências “O eu, o outro e o nós” .......................... 
 Bebês (zero a 1 ano e 6 meses)......................................................... 
 Crianças bem pequenas (1 ano e 7 meses a 3 anos e 11 meses)........ 
 Crianças pequenas (4 anos a 5 anos e 11 meses).............................. 
Campo de Experiências “Corpo, gestos e movimentos” .............. 
 Bebês (zero a 1 ano e 6 meses)......................................................... 
 Crianças bem pequenas (1 ano e 7 meses a 3 anos e 11 meses)........ 
 Crianças pequenas (4 anos a 5 anos e 11 meses).............................. 
Campo de Experiências “Traços, sons, cores e formas”...............Bebês (zero a 1 ano e 6 meses)......................................................... 
 Crianças bem pequenas (1 ano e 7 meses a 3 anos e 11 meses)........ 
 Crianças pequenas (4 anos a 5 anos e 11 meses).............................. 
Campo de Experiências “Escuta, fala, pensamento e 
imaginação”...................................................................................... 
 Bebês (zero a 1 ano e 6 meses)......................................................... 
 Crianças bem pequenas (1 ano e 7 meses a 3 anos e 11 meses)........ 
 Crianças pequenas (4 anos a 5 anos e 11 meses).............................. 
Campo de Experiências “Espaços, tempos, quantidades, relações 
e transformações”.............................................................. 
 Bebês (zero a 1 ano e 6 meses)......................................................... 
 Crianças bem pequenas (1 ano e 7 meses a 3 anos e 11 meses)........ 
 Crianças pequenas (4 anos a 5 anos e 11 meses).............................. 
 
Bibliografia ..................................................................................... 
 
60 
62 
62 
 
76 
76 
 76 
79 
83 
87 
87 
91 
94 
98 
98 
99 
102 
 
104 
104 
108 
112 
 
116 
116 
118 
123 
 
128 
 
 
 1 
Documento Orientador Municipal 
Referencial Curricular da Rede Municipal de Ensino de Pelotas 
 
Considerações iniciais 
 
O Documento Orientador Municipal (DOM) busca alinhar-se às 
normativas do documento Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e 
Referencial Curricular Gaúcho (RCG), homologados em dezembro de 2017 
e dezembro de 2018, respectivamente, após um longo período de 
construção com a participação de toda a sociedade. Além disso, almejamos 
construir, com a participação dos profissionais da educação da rede 
municipal de ensino, o currículo que norteará o trabalho pedagógico, tendo 
como meta, o desenvolvimento de uma educação integral de qualidade. 
A BNCC, em seu texto introdutório, explana que tal documento 
possui caráter 
normativo que define o conjunto orgânico e progressivo de 
aprendizagens essenciais que todos os alunos devem 
desenvolver ao longo das etapas e modalidades da Educação 
Básica, de modo a que tenham assegurados seus direitos de 
aprendizagem e desenvolvimento (BNCC, 2017, p. 7). 
 
Assim, estudantes de todo o território nacional terão uma base 
comum de aprendizagens essenciais, buscando, desta forma, a igualdade e a 
equidade na Educação. No entanto, além de garantir esses direitos, os 
currículos devem oferecer uma parte diversificada sem ferir essas 
aprendizagens essenciais preconizadas pela BNCC e norteadas, também, 
pelo Referencial Curricular Gaúcho1 (RCG). Assim, a implementação da 
Base Nacional Comum Curricular, nas redes de ensino, ocorre mediante a 
construção do Documento Orientador Municipal e consequente 
realinhamento dos Projetos Políticos Pedagógicos (PPPs) das escolas, o que 
possibilitará garantir que cada comunidade escolar tenha, em seu currículo, 
suas especificidades locais e suas necessidades de acordo com o 
diagnóstico realizado. É importante destacar que o modelo de estruturação 
dos Regimentos foi discutido junto ao Conselho Municipal de Educação 
(CME) para posterior envio às escolas. 
A reelaboração dos PPPs escolares, em consonância com o DOM, é 
que subsidiará as ações e decisões pedagógicas que assegurarão essas 
aprendizagens essenciais. Conforme Silva (2012), o projeto pedagógico 
não é algo estanque que simplesmente é cumprido, mas se refere a uma 
dinâmica da organização escolar marcada por um processo mediante 
avaliação constante dos resultados obtidos, das práticas adotadas e dos 
objetivos almejados. 
 
1 Documento elaborado pela Secretaria Estadual de Educação (Seduc), a União Nacional 
dos Dirigentes Municipais da Educação (Undime) e o Sindicato do Ensino Privado no Rio 
Grande do Sul (Sinepe/RS), norteador dos currículos das escolas gaúchas. 
 
 
 
2 
Corroborando com esse posicionamento, o documento da Base 
Nacional Comum Curricular afirma que 
BNCC e currículos têm papéis complementares para assegurar 
as aprendizagens essenciais definidas para cada etapa da 
Educação Básica, uma vez que tais aprendizagens só se 
materializam mediante o conjunto de decisões que 
caracterizam o currículo em ação. São essas decisões que vão 
adequar as proposições da BNCC à realidade local, 
considerando a autonomia dos sistemas ou das redes de ensino 
e das instituições escolares, como também o contexto e as 
características dos alunos (BNCC, 2017, p. 16). 
 
Desta forma, é preciso ter claro que BNCC e currículos são 
documentos distintos. Enquanto a BNCC, em seu conjunto, traz aonde 
queremos chegar, ao final da Educação Básica, ou seja, as aprendizagens 
essenciais que os discentes deverão adquirir; os currículos e PPPs escolares 
irão nortear como chegar ao objetivo, traçando metas, estratégias, ações, 
metodologias etc. 
Tendo em vista a necessidade do alinhamento do currículo da rede à 
BNCC/RCG, alguns percursos pedagógicos foram realizados. Em janeiro 
de 2018, os supervisores de ensino da Secretaria Municipal de Educação e 
Desporto – Smed – intensificaram o processo de apropriação da Base 
Nacional Comum Curricular, assim, grupos de estudos foram criados para 
leituras e discussões acerca do documento. 
Seguindo o processo, em abril do mesmo ano, supervisores de 
ensino da Smed participaram do 1º Seminário Estadual da Nova Base 
Nacional Comum Curricular, em que houve o lançamento da plataforma 
digital do Referencial Curricular Gaúcho. 
No mês seguinte, em maio, a Secretaria realizou reunião/formação 
com coordenadores pedagógicos para início das discussões com as escolas. 
Nesse encontro, o foco foi “o sujeito que a escola quer formar”. Posterior a 
isso, a Smed elaborou e disponibilizou, às escolas, materiais de estudos e 
de reflexão sobre a BNCC para as discussões em reuniões pedagógicas. 
Nessas reuniões, os professores puderam ler, compreender, exercitar e 
refletir sobre as mudanças que a BNCC propõe. A partir do retorno das 
atividades de reflexão, os supervisores de ensino puderam acompanhar os 
percursos pedagógicos realizados pelas escolas, assim como, utilizar essas 
reflexões na construção deste documento orientador. 
Em julho, aconteceu a Conferência de Avaliação e Monitoramento 
do PME e CONAE municipal com a participação de representantes da 
sociedade civil e instituições escolares. Além disso, a Smed esteve presente 
na CONAE estadual, em setembro, e na nacional, em novembro. 
Em setembro e outubro de 2018, professores e estudantes da rede 
municipal foram consultados por meio de amplo processo de escuta, que 
possibilitou compilar as percepções, as recomendações e os anseios para a 
estruturação de um currículo com vistas a uma educação integral de 
qualidade. 
Já em 2019, no mês de abril, a Smed participou do 30º Fórum 
Estadual das Secretarias Municipais de Educação do RS e Fórum Ordinário 
da UNDIME/RS. Em maio, esteve no 1° Encontro Presencial nas Regionais 
Referente à Formação Continuada de Professores - BNCC e RCG e, em 
 
 
 
3 
outubro, no 2º Encontro. Ademais, as instituições de ensino da rede 
realizaram discussões sobre a BNCC/RCG nos dias D, os quais foram 
momentos de estudo e discussão sobre a BNCC e RCG ocorridos nas 
escolas com a participação dos professores e das equipes diretivas. 
Em julho, a primeira versão do DOM foi enviada às escolas, via 
documento pdf e formulário google forms, para que os profissionais da 
educação da rede pudessem fazer suas contribuições. Tivemos mais de 700 
contribuições, as quais foram recebidas, lidas, analisadas e algumas 
acrescidas neste documento. Assim, buscamos a ampla participação da rede 
de ensino na construção do currículo. Em novembro,foi encaminhada a 
segunda parte do documento, em que os docentes puderam contribuir 
dentro das especificidades de seus componentes curriculares. 
Desta forma, o Documento Orientador Municipal foi construído, 
coletivamente, visando assegurar sua identidade e, também, sua 
incorporação pelos agentes das ações, no caso, a comunidade escolar. A 
seguir, temos o gráfico de participação na 1ª consulta pública deste 
documento: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
Um pouco de nossa história 
Pelotas: suas trajetórias 
 
A história de Pelotas faz parte do processo de formação do Rio 
Grande do Sul. Nos primórdios, foi habitada por vários grupos indígenas, 
de diversas etnias, com destaque para os guaranis, pampeanos e gês. No 
Século XV, vieram espanhóis e portugueses, estimulados pela expansão 
marítima com interesses mercantilistas e pela ocupação do território, 
conforme estabelecido no Tratado de Tordesilhas (1494). 
Posteriormente, atraídos pelo projeto colonizador das potências 
ibéricas, chegaram outros povos. No século XVI, vieram africanos 
escravizados para o cultivo da cana de açúcar. No século XIX foram 
criadas colônias na serra gaúcha, atraindo povos como italianos e alemães. 
Todos participaram e contribuíram na colonização do Rio Grande do Sul. 
O interesse de Portugal na região era expandir as fronteiras e 
participar do comércio no Rio da Prata, acirrando a disputa e a rivalidade 
com a Espanha. Como estratégia da coroa portuguesa, houve a distribuição 
de Sesmarias de campos destinadas às fazendas de gado, bem como a 
distribuição de Datas2, destinadas à agricultura, garantindo, desta forma, a 
 
2 Datas são porções de terra que, durante o período colonial, o rei de Portugal concedia através de 
cartas de Doação. As Datas eram destinadas à ocupação do território, através do trabalho agrícola, 
montagem de engenhos ou criação de animais. 
 
ocupação e a defesa do território. O critério para distribuição das terras foi 
a de retribuição de serviços militares. 
Entre 1730 e 1740, fazendo parte da administração portuguesa, foi 
implantada, na atual cidade de Rio Grande, a Comandância Militar do Rio 
de São Pedro, que, além da doação de terras, deveria assegurar a cobrança 
de impostos sobre o gado, os couros e demais negócios na região. Os 
conflitos aumentaram com a criação da Colônia do Sacramento no Rio da 
Prata, em frente a Buenos Aires, e com os constantes ataques dos 
bandeirantes paulistas às reduções jesuíticas. 
Em 1758, com o final da Guerra Guaranítica, o General Gomes de 
Freire de Andrade concedeu, ao Coronel Tomaz Luiz Osório, uma 
Sesmaria no “Rincão de Pelotas”. O Rincão foi presenteado por serviços 
prestados nas guarnições do Continente de São Pedro. A doação se deu 
para implantar sete charqueadas, sendo seis na margem esquerda do Arroio 
Pelotas e uma na Laguna dos Patos, vinculadas ou não às fazendas que lhe 
deram origem. (GUTIERREZ, 2011) 
Em 1799, o português José Pinto Martins fixou-se às margens do 
Arroio Pelotas e desenvolveu a indústria do charque em larga escala. O 
sucesso de seu empreendimento atraiu outros charqueadores. Segundo 
Alvarino de Fontoura Marques, “a salga de carnes, há muito tempo 
praticada, em pequena escala, em outras regiões do Rio Grande do Sul, 
transformou-se, a partir de Pelotas, numa indústria poderosa, que passou a 
ser a razão da existência das estâncias do interior, principalmente na 
metade Sul rio-grandense”. (FONTOURA, 1987, p. 85) 
 
 
 
5 
As charqueadas trouxeram grandes recursos econômicos, o que 
possibilitou o crescimento da região no século XIX. Devido a esse 
crescimento, os moradores solicitaram ao Príncipe Regente, D. João, o 
alvará de criação de uma Freguesia. Em 7 de julho de 1812, o Príncipe 
Regente concedeu o alvará de criação da Freguesia de São Francisco de 
Paula, a qual foi elevada à condição de Vila, por iniciativa do padre Pedro 
Pereira Mesquita e, após três anos, foi elevada à condição de Cidade, com o 
nome de Pelotas, referindo-se às embarcações de varas de corticeira 
forradas de couro utilizadas na travessia dos rios (pelota). A partir de então, 
surgem três grupos com opiniões diferentes sobre o local da sede da cidade. 
Por um acordo, entre Antônio dos Anjos, proprietário da charqueada 
e estância do Fragata, com o Padre Felício Joaquim da Costa Pereira, 
começou a construção da casa do vigário e da igreja, atual Catedral 
Metropolitana. A partir dessas construções, houve o primeiro loteamento, 
cujas construções urbanas cresciam em direção ao canal São Gonçalo. O 
segundo loteamento, nas terras da Dona Mariana Eufrásia da Silveira, teve 
a finalidade de prestação de serviços públicos, situada nas imediações da 
atual Praça Cel. Pedro Osório, da Prefeitura Municipal, da Biblioteca 
Pública Pelotense, o que hoje corresponde ao atual centro histórico. As 
sobras das Sesmarias foram destinadas ao logradouro público Tablada, para 
facilitar o comércio de gado, dando origem ao conhecido Corredor das 
Tropas e, posteriormente, à Avenida São Francisco de Paula. 
As charqueadas, espaço de produção do charque, produzido, 
fundamentalmente, pela mão de obra escravizada, era um ambiente 
mórbido, insalubre e com mau cheiro. Elas ficavam localizadas fora do 
perímetro urbano, nos terrenos ribeirinhos, às margens do canal São 
Gonçalo e do Arroio Pelotas. Pelotas, com o desenvolvimento das 
charqueadas, tornou-se um polo produtivo e rico, seu apogeu durou até, 
aproximadamente, a Revolução Farroupilha, período em que as 
charqueadas entraram em declínio e iniciou a diversificação da produção. 
Os próprios charqueadores começaram a investir em outros ramos como: 
sabão e velas, fiação e tecidos, calçados, móveis, telhas e tijolos. As 
charqueadas ainda produziam e alimentavam, de matérias primas, grandes 
curtumes, fábricas de preparação de couros e frigoríficos. Assim, 
gradativamente, instalaram-se as primeiras indústrias, atraindo pessoas e 
atendendo ao comércio local e cidades vizinhas. 
Ao mesmo tempo, os charqueadores, estancieiros e comerciantes se 
interessavam pela zona rural para extração da madeira e, esporadicamente, 
à formação de pequenas lavouras, ambas atividades baseadas na mão de 
obra escravizada. Concomitantemente, houve a chegada de imigrantes 
alemães e italianos com o objetivo de desenvolver a agricultura de base 
familiar e com a missão de transformar econômica e culturalmente as áreas 
ocupadas. Diferentemente do processo do Sudeste do país, esses fluxos 
imigratórios não visavam à substituição da mão de obra escravizada. 
Os imigrantes trouxeram, para a região de Pelotas, a tradição 
doceira, que se tornou prática corrente na zona rural com o cultivo de 
diversas frutas e, assim, favorecendo o surgimento da fabricação artesanal 
de compotas. Ainda que a grande maioria dessas agroindústrias tenha se 
 
 
 
6 
instalado na zona rural, junto aos pomares, elas também colaboraram, 
fornecendo matéria prima para as agroindústrias localizadas na zona 
urbana. O apogeu das fábricas rurais ocorreu de 1950 a 1960. 
Pelotas, a partir da Lei Municipal n° 2.096, de 06 de dezembro de 
1973, criou o Distrito Industrial, acompanhando o pensamento nacional, já 
que a industrialização era, naquele momento, a superação do 
subdesenvolvimento dos países. O Distrito Industrial possuía uma área de, 
aproximadamente, 600 ha, situada na antiga Estrada da Produção, ao longo 
da BR 392 (trecho Pelotas-Canguçu) e, na margem sudeste, atravessada 
pela BR 116, Bairro Fragata . 
 Como meio de estimular o desenvolvimento de Pelotas, era 
conveniente situar o espaço, de maneira racional, em relação aos acessos da 
cidade, sobretudo, as vias rodoviárias, visto a opção pelo transporte 
rodoviário em detrimento dos demais. Ainda que, apenas previstos, estes 
acessos foram previamente viabilizados como parte das obras de 
infraestrutura.A empresa paulista CICASUL foi a primeira indústria a 
instalar-se no Distrito Industrial, seguida pela J. Alves Veríssimo S.A. 
Indústria, Comércio e Importação, a qual operava sob o nome fantasia de 
VEGA, iniciando suas atividades, na zona rural, antes de transferir-se para 
o local. A implantação do Distrito Industrial permitiu, além de reunir 
empresas produtivas, congregar esforços políticos e econômicos em prol de 
uma dinamização espacial e estrutural para o município. Porém, esses 
estímulos não foram atrativos suficientes para promover o deslocamento 
das diversas empresas conserveiras, historicamente, instaladas nas avenidas 
Fernando Osório e Duque de Caxias, tampouco das situadas na antiga zona 
fabril portuária. 
Cabe ressaltar que, do êxito dos charqueadores, sustentado no 
trabalho escravizado, surgiram os sobrados no centro da cidade, onde 
promoviam banquetes e saraus. Essa riqueza permitia que os filhos de 
charqueadores fossem estudar no Rio de Janeiro, em São Paulo e na 
Europa. Alguns charqueadores, inclusive, receberam títulos de nobreza3. 
Em 15 de dezembro de 1977, três casas localizadas na Praça Coronel Pedro 
Osório – números 2, 6 e 8 – foram reconhecidas como patrimônio histórico 
pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), 
através da inscrição nº 526, no Livro Tombo de Belas Artes e nº 70 no 
Livro Arqueológico, Etnográfico e Paisagístico. A descrição do registro diz 
que o conjunto é formado por casarões em estilo eclético, com interiores e 
exteriores requintados, como os forros em gesso e em marmorino, as 
pinturas e barras decorativas nas paredes, as esquadrias com vidros de 
cristal trabalhados, os gradis de ferro fundido, as platibandas decoradas 
com estátuas e jarrões de louça. “Afirma que a sua arquitetura utilizou 
projetos, materiais e elementos decorativos importados da Europa e 
expressa o poder e a sofisticação das ricas famílias locais”4. 
 
3 Disponível em: https://vivaosanta.wordpress.com/2009/07/09/historico-da-cidade-de-
pelotas/ acesso em jun de 2019. 
4Dicionário de História de Pelotas. Disponível em: 
http://repositorio.ufpel.edu.br:8080/bitstream/prefix/3735/1/Dicionário%20de%20História%20de%
20Pelotas.pdf, acesso em jun de 2019. 
http://repositorio.ufpel.edu.br:8080/bitstream/prefix/3735/1/Dicion%C3%A1rio%20de%20Hist%C3%B3ria%20de%20Pelotas.pdf
http://repositorio.ufpel.edu.br:8080/bitstream/prefix/3735/1/Dicion%C3%A1rio%20de%20Hist%C3%B3ria%20de%20Pelotas.pdf
 
 
 
7 
Com a interrupção da atividade saladeiril, a cidade do charque vai 
transformar-se na “capital nacional do doce”. A tradição do doce em 
Pelotas coincidiu com a implantação das primeiras charqueadas. Os 
primeiros charqueadores eram portugueses que trouxeram diversas receitas 
de delícias lusitanas com preferência pelo doce. Como o açúcar era escasso, 
havia necessidade de trazer de outros estados, como Rio de Janeiro, Bahia e 
Pernambuco. Os doces eram fabricados de maneira artesanal, pelas 
senhoras e mucamas, e envolvidos em papéis de renda franjados. A fama 
dos doces foi se espalhando por todos os estados sendo servidos em festas 
do Centro do país, nos intervalos dos saraus ou das apresentações teatrais5. 
Hoje, a cidade de Pelotas é caracterizada por possuir, em sua 
formação, uma pluralidade de etnias que confere ao povo Pelotense uma 
grande riqueza cultural, através de diferentes manifestações artísticas, 
religiosas e culturais. Pelotas é a quarta cidade mais populosa do Rio 
Grande do Sul. Possui, conforme estimativa do IBGE6 de 2018, 
aproximadamente 341.648 habitantes, sendo que cerca de 92% desse total 
residem na zona urbana. 
No ano de 2018, Pelotas recebeu o reconhecimento do IPHAN 
(Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) como cidade 
Patrimônio Cultural Brasileiro por meio do registro de seu patrimônio 
imaterial (tradição doceira) e do tombamento de seu patrimônio material (7 
sítios reconhecidos, junto aos casarões históricos dos seus entornos). A 
 
5 Disponível em: http://docesdepelotas.org.br/site/do-sal-ao-acucar/, acesso em jun de 2019 
6 Disponível em: https://cidades.ibge.gov.br/brasil/rs/pelotas/panorama, acesso em jun de 2019 
cidade foi pioneira na conquista desta dupla certificação. Com o título, 
surge o desafio da divulgação desse reconhecimento e da preservação deste 
legado histórico para que não sofra ações depredatórias, vandalismo e 
descaso e, consequentemente, o risco da perda desse tão importante 
patrimônio edificado. 
A cidade de Pelotas, por ser um centro econômico, industrial e 
cultural da região sul do Rio Grande do Sul, também é considerada cidade 
universitária, evidenciada pela intensa migração de estudantes, oriundos não 
só dos municípios vizinhos, mas de todas as partes do país, além de discentes 
pelotenses. O município conta com duas reconhecidas Instituições de 
Ensino Superior (UCPEL e UFPEL), com mais de 24 mil7 estudantes, 
matriculados em seus diversos cursos, além de outras universidades, como o 
Instituto Federal Sul-rio-grandense (IFSUL), a Faculdade Anhanguera 
Educacional, a Faculdade de Tecnologia Senac-RS, dentre outras. 
 
7 Disponível em: https://gauchazh.clicrbs.com.br/geral/noticia/2012/07/estrutura-das-
universidades-faz-de-pelotas-um-polo-de-ensino-na-, acesso em jul de 2019. 
http://docesdepelotas.org.br/site/do-sal-ao-acucar/
https://cidades.ibge.gov.br/brasil/rs/pelotas/panorama
https://pt.wikipedia.org/wiki/Universidade
https://pt.wikipedia.org/wiki/IFSul_Campus_Pelotas
https://pt.wikipedia.org/wiki/Anhanguera_Educacional
https://pt.wikipedia.org/wiki/Anhanguera_Educacional
https://pt.wikipedia.org/wiki/Senac
https://gauchazh.clicrbs.com.br/geral/noticia/2012/07/estrutura-das-universidades-faz-de-pelotas-um-polo-de-ensino-na-
https://gauchazh.clicrbs.com.br/geral/noticia/2012/07/estrutura-das-universidades-faz-de-pelotas-um-polo-de-ensino-na-
 
 
 
8 
A educação em construção 
A Rede Municipal de Ensino 
 
A Secretaria Municipal de Educação e Desporto (Smed), atualmente, 
localizada na Praça 20 de Setembro, 366, é responsável pela organização, 
execução, manutenção, administração, orientação, coordenação e controle 
das atividades do Poder Público, ligadas à Educação, seguindo a legislação, 
as deliberações e o cumprimento das decisões do Conselho Municipal de 
Educação nas instituições que integram a rede pública municipal de 
ensino.8 
A Smed tem, sob sua responsabilidade, a gestão de vinte e nove (29) 
Escolas Urbanas de Educação Infantil e sessenta (60) Escolas de Ensino 
Fundamental, sendo vinte (20) na zona do campo e quarenta (40) na zona 
urbana, atendendo desde a Educação Infantil ao Ensino Médio. Na 
Educação Infantil, o atendimento se dá em turno parcial e integral; no 
Ensino Fundamental regular, há aulas nos turnos da manhã e da tarde 
(conforme organização de cada escola). Em 2019, duas escolas passaram 
atender em tempo integral, Emef Maria Joaquina, no campo, e Emef Dr. 
Mário Meneghetti, na zona urbana, buscando expandir nos próximos anos 
para outras, atendendo ao Plano Municipal de Educação; na modalidade de 
Educação de Jovens e Adultos (EJA), em vinte (20) escolas municipais, 
 
8Disponível em: http://www.pelotas.com.br/governo/smed, acesso em mai de 2019. 
 
tanto na zona urbana quanto na zona do campo, as aulas acontecem no 
vespertino e no noturno. O Ensino Médio é proporcionado em uma das 
escolas da rede municipal, abrangendo as modalidades: Ensino Médio 
Regular e EJA, Curso Normal (Médio Habilitação em Anos Iniciais), 
Ensino Pós-Médio (Habilitação Educação Infantil e Anos Iniciais), 
conforme regimento interno da instituição. O atendimento ocorre nos 
turnos da manhã e da noite. 
A Smed e oConselho Municipal de Educação (CME) atuam em 
conformidade com a legislação vigente e em parceria com as Instituições 
representadas, formando o Sistema de Ensino. Assim, juntos, orientam e 
supervisionam as Escolas da Rede Pública, Infantis Particulares e 
Assistenciais de Pelotas. 
A partir dos dados fornecidos pelo Setor de Processamento de Dados 
Escolares, referente ao mês de outubro de 2019, o total de estudantes, com 
matrícula geral, era de trinta e dois mil oitocentos e sessenta e três 
(32.863), os quais estão distribuídos nas etapas, modalidades e níveis 
apresentados. A rede possui três mil cento e setenta e nove (3.179) 
professores e mil quinhentos e cinquenta e nove (1.559) funcionários, 
conforme dados obtidos até mês de novembro de 2019, através do Setor de 
Recursos Humanos da Smed. 
A Secretaria Municipal de Educação e Desporto conta, em seu 
organograma, com o Secretário municipal, Gabinete, cinco Diretorias (de 
Ensino, de Administração Escolar, de Administração Geral e Apoio, de 
http://www.pelotas.com.br/governo/smed
 
 
 
9 
Gestão Escolar e de Desporto e Lazer), além de uma Assessoria de 
Programas Educacionais – Apeduc. 
 
A Diretoria de Ensino: 
A Diretoria de Ensino é composta por Diretora de Ensino, Gerência 
de Ensino, Gerência de Projetos Escolares, Supervisores de Ensino, Serviço 
de Orientação Educacional. É responsável pelo assessoramento, apoio e 
incentivo às escolas, realizados através de reuniões pedagógicas; curso de 
formação continuada; formação para coordenadores pedagógicos; 
coordenação de projetos pedagógicos na rede; organização e execução de 
eventos pedagógicos, fóruns, seminários, feiras; análise de Regimentos e 
Projetos Políticos Pedagógicos; análise de projetos (sábados letivos); 
análise de projetos de pesquisa e estágios; elaboração dos instrumentos da 
Avaliação Municipal; atendimento à comunidade em geral; 
acompanhamento ao Setor Administrativo na análise inicial de quadro 
docente das escolas; elaboração de defesa e/ou justificativas à PGM 
(Procuradoria Geral do Município) ou Promotoria com designação de 
estudantes por medidas judiciais; elaboração de justificativas ao Conselho 
Tutelar sobre inexistência de vagas em creche. Possui representação em 
diversos Conselhos e Comitês (Conselho Municipal de Educação - CME, 
Conselho Municipal da Criança e do Adolescente – Comdica, Promotoria 
Regional de Educação, Conselho Municipal de Assistência Social, Grupo 
Educa-Ação, Conselho Municipal de Proteção Ambiental, Conselho 
Municipal dos PCDs, Comissão de combate ao Trabalho Infantil – 
Competi, Núcleo municipal sobre os objetivos do desenvolvimento 
sustentável, Conselho para Participação e Desenvolvimento da 
Comunidade Negra de Pelotas – CPDCNP, Conselho Municipal de 
Politicas Públicas sobre Drogas, Comitê Gestor da Educação Especial, 
Fórum Municipal de Educação, Conselho de Ensino Religioso do Estado 
do Rio Grande de Sul – Coner, Comitê de Diversidade Religiosa, Comitê 
Gestor Quilombola, Plano de Ação Articulada, Comissão de Licenciaturas, 
Comissão Interna de Prevenção do Pacto Pelotas pela Paz – CIP, Programa 
Saúde na Escola – PSE). 
Integram, ainda, a Diretoria de Ensino: 
 
Centro Tecnológico Educacional de Pelotas Professor Ruy 
Carlos Miritiz (Cetep) 
O Cetep, fundado no dia 09 de julho de 2014, tem como principal 
objetivo dar suporte tecnológico às escolas da rede municipal, qualificar os 
professores e proporcionar que as ferramentas tecnológicas façam parte da 
vida escolar dos educandos. O Cetep, cujo nome homenageia Ruy Carlos 
Miritiz, professor da rede municipal e grande incentivador da inclusão 
digital, também desenvolve projetos com estudantes da rede em parceria 
com outras instituições. O Centro conta com biblioteca com acervo 
composto por livros didáticos, literatura infantil, infantojuvenil e livros da 
 
 
 
10 
área da educação. Além disso, desenvolve projetos de qualificação para 
coordenadores de bibliotecas, Hora do Conto e Brinquedoteca. 
 
Educação Especial 
O Centro de Apoio, Pesquisa e Tecnologia para a Aprendizagem 
(Capta), o Centro de Autismo Dr. Danilo Rolim de Moura e o Centro de 
Atendimento Luiz Pereira Lima oportunizam atendimento pedagógico 
especializado aos estudantes com deficiências (física, visual, auditiva, 
intelectual e múltipla), com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e com 
Altas Habilidades/Superdotação, bem como a orientação às equipes 
diretivas, aos professores e aos funcionários; ofertam, também, formação 
continuada e implementação de ações e estratégias que facilitem o processo 
de inclusão no contexto escolar. 
● Centro de Apoio, Pesquisa e Tecnologias para a 
Aprendizagem (Capta) 
A gestão da Prefeitura Municipal de Pelotas, em 2005, reafirmou o 
seu compromisso com a implementação das Políticas da Educação 
Inclusiva. Criou-se, então, o Capta, setor da Secretaria Municipal de 
Educação e Desporto, que responde pela Educação Especial e está ligado à 
Diretoria de Ensino. Atualmente, existem aproximadamente 1570 
estudantes com deficiência, incluídos na rede municipal de ensino, sendo 
que 1487 são atendidos nas Salas de Recursos Multifuncionais (SRM) com 
o Atendimento Educacional especializado (AEE). Uma das ações 
implementadas junto ao SPDE da Secretaria, garante que todos os 
estudantes com deficiência, incluídos na rede, possam ter o resultado final 
de suas avaliações expresso através de parecer descritivo. Devido ao 
crescente aumento na demanda de estudantes com deficiência, incluídos na 
rede municipal de ensino, foi criado o cargo de Cuidador, que desempenha 
uma função de apoio e suporte quanto à higiene, à alimentação e à 
locomoção e, posteriormente, a função de Professor Auxiliar, que 
acompanha e apoia o desenvolvimento do aluno no processo de 
aprendizagem. Ambos são profissionais de apoio ao processo de Inclusão e 
não atuam com atendimento exclusivo. 
 
● Centro de Atendimento ao Autista Dr. Danilo Rolim de 
Moura 
Em 5 de dezembro de 2013, foi assinado o decreto de criação do 
Centro de Atendimento ao Autista Doutor Danilo Rolim de Moura que tem 
como mantenedora a Secretaria Municipal de Educação e Desporto. No dia 
2 de abril de 2014, o Centro foi inaugurado e, atualmente, atende cerca de 
420 pessoas com idades variadas com laudo diagnóstico CID F84. Em 
fevereiro de 2018, a sede do Centro mudou-se para outro local devido à 
necessidade de ampliar os atendimentos, isto ocorreu devido à grande 
demanda. O Centro realiza formações específicas na área do TEA para 
professores, gestores, municípios da região sul e comunidade em geral. São 
 
 
 
11 
realizados, sistematicamente, acompanhamento e orientações às escolas 
onde estão incluídos estudantes com TEA. 
 
● Centro de Atendimento Educacional Especializado Dr. 
Luiz Pereira Lima (CAEE) 
O Centro de Atendimento Educacional Especializado Dr. Luiz 
Pereira Lima, localizado na zona do campo, 5º distrito, Cascata, foi criado 
em 2007 e tem como objetivo levar o Atendimento Educacional 
Especializado (AEE) aos estudantes com Deficiência e Altas Habilidades 
daquela região. São realizadas atividades de vida diária, que visam 
possibilitar a autonomia, independência plena e efetiva participação dos 
estudantes na sociedade, contando com acessibilidade, alimentação, ampla 
área de recreação, computadores e material pedagógico adequado. “As 
atividades do AEE diferenciam-se daquelas realizadas em sala de aula 
comum, não sendo substitutivas à escolarização. Este atendimento 
complementa ou suplementa a formação dos estudantes com vistas à 
autonomia e independência dentro e fora da escola.” (BRASIL, 2008. 
p.15). A Smed, seguindo as Diretrizes da Política Pública Nacional da 
Educação Inclusiva, ao criar o CAEE tornou-se pioneira e referência de 
Centro de AEE na Zona do Campo, atendendo, atualmente, 40 estudantes. 
 
 
Central de Matrículas 
A Secretaria Municipalde Educação e Desporto mantém, desde 
1995, o sistema de matrícula informatizada, que define a democratização 
da matrícula nas redes estadual e municipal, mantendo e assegurando a 
credibilidade de serviços públicos para a comunidade, garantindo a 
igualdade de condições para o acesso preconizado pela Lei n° 9.394/96 e 
equidade entre os candidatos pela definição clara de critérios para 
designação de estudantes. 
 
A Diretoria de Administração Escolar: 
A Diretoria de Administração Escolar é composta pelo Diretor 
Administrativo, Chefes de Setor do Recursos Humanos, Chefe do Setor de 
Departamento do Centro de Processamento de Dados, Chefe do Setor 
Administrativo, Supervisores. Integram a Diretoria de Administração: 
A Diretoria de Administração Escolar é responsável pelos 
servidores ligados à mantenedora desde a sua nomeação, como designação 
para as instituições escolares, como também pelo atendimento direto às 
suas necessidades profissionais relacionadas à vida funcional. O Setor 
Administrativo, ligado a esta Diretoria, elabora e acompanha processos 
administrativos demandados pelo Secretário de Educação e Desporto no 
uso de suas atribuições, orienta as equipes diretivas quanto às diligências 
administrativas da gestão escolar. Os Supervisores realizam assessoria 
administrativa específica às escolas, de acordo com seus níveis, da 
 
 
 
12 
Educação Infantil ao Ensino Médio (caso do Colégio Municipal Pelotense), 
assim como as modalidades Educação de Jovens e Adultos e Educação 
Especial. O Setor Administrativo tem como função acompanhar a 
necessidade de reposição de professores e funcionários nas escolas da rede 
municipal, supervisionar o desempenho profissional dos mesmos e 
promover a interlocução com as equipes diretivas, quando necessário, e 
com as diretorias na mantenedora. 
Atualmente, o Setor Administrativo possui servidores, entre 
diretores, chefes e supervisores, com objetivo principal de assessorar as 
escolas nas suas necessidades e demandas, oferecendo subsídios nas 
questões administrativas, orientando-as na sua prática cotidiana de gestão, 
auxiliando no cumprimento do seu papel institucional. 
A Diretoria de Administração Escolar, através do Setor 
Administrativo, tem o papel de planejar ações de melhoria na gestão 
administrativa das escolas, acompanhando os processos de execução das 
metas propostas pelas equipes diretivas das escolas, o cumprimento do 
calendário escolar, a organização do quadro funcional, a efetividade, o 
diário de classe, a solicitação de vale-transporte dos servidores, os 
remanejos e suas respectivas lotações, as reposições de servidores em caso 
de aposentadoria, exoneração, licenças ou falecimento. É responsável, 
também, pelo registro e documentação de todas as ocorrências que se 
processam no âmbito das unidades escolares como licenças-prêmio, 
licenças interesse, licenças-maternidade, licenças-sáude, gratificações pelo 
efetivo trabalho com estudantes PNE, gratificações pelo efetivo trabalho 
em sala de aula regular, exonerações, contratos emergenciais, 
complementações de carga horária, férias, gratificações de direção, 
gratificação de coordenação pedagógica, funções gratificadas, cargos em 
comissão, gratificação de supervisão e orientação, horas extras e horas 
excedentes. 
Dentre os setores ligados à Diretoria de Administração Escolar está o 
Setor de Processamento de Dados Escolares (SPDE) que tem, como 
principal atividade, registrar todas as matrículas das oitenta e nove escolas 
da rede municipal, acompanhar o movimento mensal destas matrículas 
através das transferências, evasões, matrículas novas. Este setor também 
digita o resultado das avaliações trimestrais dos estudantes das escolas da 
rede municipal, organizando ao final do ano letivo, o cálculo para obtenção 
do resultado final dos educandos aprovados e reprovados, a única exceção 
está no Colégio Municipal Pelotense que possui sistema interno de 
digitação na secretaria da escola. As escolas da rede municipal são 
atendidas pelo SPDE diariamente com a finalidade de orientação, 
organização e correção das demandas das secretarias escolares. É deste 
setor que são expedidos os diários de classe para uso dos professores em 
suas respectivas turmas, bem como a emissão do boletim de notas dos 
estudantes com a expressão dos resultados das avaliações, além do 
levantamento de dados estatísticos para uso interno da mantenedora. O 
SPDE é responsável, também, pela capacitação e supervisão do Censo 
 
 
 
13 
Escolar, principal instrumento de coleta de informações da educação 
básica, das escolas da rede pública municipal, das escolas assistenciais e 
filantrópicas e das escolas privadas de Educação Infantil. 
 
O Setor de Recursos Humanos também está ligado à Diretoria de 
Administração Escolar e é composto por uma equipe formada por 
professores e oficiais administrativos encarregados de coordenar, executar 
atividades relativas ao registro e à atualização cadastral dos recursos 
humanos dos servidores da Secretaria de Educação e Desporto. O setor tem 
a responsabilidade de guardar, zelar e manter atualizada a vida funcional 
dos servidores vinculados a esta Secretaria. Também tem, como 
responsabilidade, o encaminhamento de requerimentos internos, ofícios e 
memorandos, agilizando o serviço junto aos demais setores e com as 
demais Secretarias do município, bem como o controle de permutas, 
cedências e ocorrências funcionais. Realiza a conferência e 
encaminhamento da aposentadoria, do adicional noturno e da gratificação 
de difícil acesso de servidores. Este setor abastece os dados relativos ao 
portal da transparência da Prefeitura de Pelotas. 
E, finalmente, tem como suporte o Setor de Protocolo que controla 
o material de expediente utilizado pela secretaria, encaminha requerimentos 
dos servidores junto à mantenedora, atendendo a demanda específica de 
cada um. 
Sendo assim, é importante a reflexão sobre o significativo elo entre 
a Diretoria de Administração Escolar com a Diretoria de Ensino como 
articuladoras dos processos de construção e reconstrução da gestão escolar. 
Os aspectos multiculturais no contexto educacional, assim como demandas 
administrativas, cada vez mais complexas, exigem o acompanhamento das 
equipes diretivas e da dinâmica das instituições escolares, através de 
parâmetros, previamente, combinados entre o pedagógico e o 
administrativo para garantir o desempenho das suas funções com 
competência e eficácia. 
 
A Diretoria de Administração Geral e Apoio: 
 
Responsável pelo apoio jurídico da Secretaria Municipal de 
Educação e Desporto; atuando especificamente nas contratações, convênios 
e parcerias da Smed. 
 
A Diretoria de Gestão Escolar: 
 
Responsável por toda logística de preparação e manutenção para 
que as escolas tenham o necessário para que a finalidade principal da 
educação aconteça, isto é, os estudantes tenham escolas com toda a 
infraestrutura, espaços qualificados, equipamentos, informática, transporte, 
alimentação, dentro de um orçamento compatível com a realidade 
orçamentária e financeira da secretaria e de acordo com legislação vigente. 
Compreende: 
 
 
 
 
14 
1 – Setor de Manutenção e Conservação de Escolas: 
Responsável por pequenos reparos em alvenaria, rede de água, esgoto, 
elétrica, pintura, capina, serralheria, marcenaria em todas as 89 escolas da 
rede municipal etc. 
2 – Departamento de Alimentação Escolar: 
Responsável pelos quantitativos de alimentos, recebimento, 
armazenamento, distribuição, cardápios, assessoramento técnico através de 
nutricionistas, cumprimento de legislação do PNAE a toda a rede de 
escolas municipais, assistenciais e filantrópicas. 
3 – Gerência de Material: 
Responsável pelo estoque, distribuição de todo o material mobiliário, 
eletroeletrônico, higiene, limpeza, pedagógico e uniformes a toda a rede de 
escolas municipais. 
4 – Departamentode Informática: 
Responsável pelo atendimento a todas as 89 escolas da rede municipal em 
assessoramento, conserto e logística dos equipamentos de informática. 
5 – Departamento de Engenharia: 
Responsável pela manutenção das escolas da rede, elaborando projetos, 
exercendo fiscalização de obras, fazendo orçamentos com prestadores de 
serviços e elaborando laudos em situações de risco. 
6 – Departamento de Transporte: 
Responsável pelo gerenciamento e manutenção da frota de veículos da 
Smed, transporte escolar em veículos próprios. 
7 – Gerência de Compras: 
Responsável pelos encaminhamentos de compras e serviços diretos e 
através de procedimentos licitatórios encaminhados à secretaria da 
Fazenda. 
8 – Gerência Financeira: 
Responsável pelo orçamento da secretaria, acompanhamento financeiro de 
contas vinculadas, pagamentos, água, luz, transporte escolar, aluguéis, 
internet e outros. 
9 – Setor de Saúde Púbica Escolar: 
Responsável pela saúde em ambientes escolares, mantendo o controle de 
pragas através de desratização, desinfecção, limpeza de caixa de água, 
controle da água em poços da zona rural. Também responsável pelo projeto 
de paisagismo, hortas, pomares e pintura decorativas em escolas. 
 
A Diretoria de Desporto e Lazer 
 
Possui, dentre os objetivos, projetar e desenvolver planos de ações, 
dentro de uma política pública voltada para o crescimento do Esporte e do 
Lazer com base nos seguintes eixos: esporte educacional, esporte amador e 
de rendimento, lazer comunitário, assessorias e apoios a projetos esportivos 
e sociais: 
 JEPel, JEPel Rural e ParaJEPel – tem como objetivos estimular a 
formação de equipes nas escolas, a fim de participarem das competições 
 
 
 
15 
educacionais envolvendo estudantes da rede escolar de Pelotas no JEPel em 
várias modalidades esportivas; estimular os professores das escolas a 
investirem esforços em equipes esportivas; manter o esporte forte e atuante 
no ambiente das escolas de Pelotas; potencializar a individualidade de cada 
participante; estimular a pessoa com deficiência a realizar atividades 
paradesportivas e de lazer, buscando a socialização; oferecer condições 
adequadas para a prática desportiva e paradesportiva educacional de 
qualidade; proporcionar competições respeitando a idade e condição 
motora de cada participante, tanto na zona rural quanto urbana de Pelotas. 
 JAP e ParaJAP - Promover no município de Pelotas prática integrada 
de esportes. 
 JERGS - Organizar a etapa municipal da competição viabilizando a 
participação do município na etapa estadual. 
 JIRGS - Promover o intercâmbio sócio-técnico-desportivo entre 
municípios de todas as regiões do Estado. O desenvolvimento do desporto 
gaúcho estimula talentos a representar o Rio Grande do Sul em 
competições nacionais. 
 Quem Luta Não Briga - Desenvolver aulas e treinamento de 
Taekwondo para escolares da rede municipal de Pelotas. 
 Projeto Vida Ativa- Criar ações para amenizar a lacuna e demandas da 
população por esporte recreativo e lazer, sobretudo em situações de 
vulnerabilidade social e econômica em todos os bairros da cidade, inclusive 
na zona rural, atendendo, atualmente, em mais de 50 núcleos com mais de 
10 modalidades diferentes para todas as idades. 
 Sacada Cidadã- Fomentar o voleibol na cidade de Pelotas, através de 
núcleos formadores, onde crianças e jovens têm a oportunidade de aprender 
os fundamentos do jogo voleibol, além de oportunizar às crianças que dele 
participarem a inclusão e integração social através da prática esportiva. 
 Integra- Promover, no município de Pelotas, prática integrada de 
esportes entre servidores da Prefeitura Municipal de Pelotas. 
 Circuito de Corridas da Cidade de Pelotas - Organizar e promover 
um calendário anual de corridas no município. 
 Remar para o Futuro - Viabilizar a educandos da rede municipal a 
vivência, prática e participação em competições da modalidade remo. 
 PRÓ-ESPORTE - Viabilizar a execução de projetos esportivos na 
cidade fomentando-os. 
Conselho Municipal de Desporto – tem como finalidade de inovar em 
políticas públicas, fiscalizando a execução dos projetos aprovados no Pró-
Esporte. O propósito é enraizar o fomento e ações que façam parte de um 
calendário anual de interesse público e principalmente da comunidade 
esportiva e consequentemente impulsionar a prática de atividades físicas, 
buscando a melhoria da qualidade de vida da população. 
 
Assessoria de Programas Educacionais – Apeduc 
 
A Assessoria de Programas Educacionais (Apeduc) tem a atribuição de 
 
 
 
16 
conhecer, analisar, recomendar a adesão e acompanhar a execução de 
programas, inclusive, a parte de prestação de contas, que o município firma 
com a União e o Estado, como o Programa Nacional de Alimentação 
Escolar, o Programa Nacional de Transporte Escolar e o Programa Estadual 
de Apoio ao Transporte Escolar e com instituições parceiras. Também 
acompanha a adesão, a execução e a análise da prestação de contas do 
Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE) e suas ações agregadas, 
programas do governo federal, que têm por finalidade prestar assistência 
financeira para as escolas, em caráter suplementar, a fim de contribuir para 
manutenção e melhoria da infraestrutura física e pedagógica, com 
consequente elevação do desempenho escolar. 
A assessoria, também, realiza atualização, junto ao sistema do PDDE 
interativo, dos dados dos diretores de escolas, além de dar orientação e 
acesso ao sistema, sempre que necessário, com objetivo de garantir o 
desenvolvimento e a execução de todos os programas vinculados ao PDDE. 
Também é de responsabilidade do setor realizar no sistema SIGPC - contas-
online a inserção dos dados das prestações de contas das escolas e orientá-
las sobre os dados necessários. 
Realiza orientação e acompanhamento das ações do Conselho Escolar, 
principalmente, reforçando a importância de se manter um conselho escolar 
ativo e atuante, para que possa ter acesso e utilizar os recursos disponíveis, 
sempre na busca da melhoria educacional. Orienta os Conselhos para que 
mantenham a regular escrituração do Patrimônio dos bens adquiridos com 
as verbas federais e municipais. 
Também acompanha o preenchimento do Sistema de Acompanhamento 
da Frequência Escolar do Programa Bolsa Família (Sistema Presença), 
informação da frequência escolar de crianças e adolescentes beneficiários 
do programa Bolsa Família, realizado por todas as escolas do município de 
Pelotas. 
O setor é responsável pelo planejamento, acompanhamento da 
execução e prestação de contas do Plano de Descentralização de Recursos 
Financeiros, programa municipal de repasse de recursos financeiros às 
escolas de Ensino Fundamental da rede municipal. É responsável, ainda, 
pelo gerenciamento técnico do Sistema Integrado de Monitoramento, 
Execução e Controle, SIMEC, onde é realizado o acompanhamento e 
execução das obras do PAR, Plano de Ações Articuladas e de outros 
Termos de Compromisso pactuados entre o município e o governo federal. 
A maior atribuição do setor é, em suma, acompanhar os programas para 
que as verbas sejam executadas da forma mais eficiente e eficaz, de forma 
a contribuir para o incremento das ações pedagógicas e, consequentemente, 
da melhoria da educação no município. 
 
 
 
17 
 
Currículo da rede municipal de ensino 
 
Marcos legais 
Por que uma base comum para a educação brasileira? Essa 
necessidade vem sendo discutida há bastante tempo, o que resultou, após 
um longo processo de discussões, na homologação da Base Nacional 
Comum Curricular (BNCC), em dezembro de 2017, a qual normatiza o 
conjunto progressivo de aprendizagens essenciais a que todos os estudantes 
têm direito no âmbito da Educação Básica. 
Muitos são os marcos legais que fundamentam a elaboração da 
BNCC, como o Artigo 210 da Constituição de 19889, o Artigo 26 da Lei de 
Diretrizes e Bases da EducaçãoNacional,10 de 1996, além disso, a Lei 
13.005/2014, que instituiu o Plano Nacional de Educação (PNE), cita 
diretamente a BNCC como estratégia para o cumprimento das metas 2, 3 e 
7 do Plano11. Da mesma forma, as Diretrizes Curriculares Nacionais 
 
9 Art. 210. Serão fixados conteúdos mínimos para o Ensino Fundamental, de maneira a 
assegurar formação básica comum e respeito aos valores culturais e artísticos, nacionais e 
regionais (CFB, 1988). 
10 ART. 26. Os currículos da Educação Infantil, do Ensino Fundamental e do ensino 
médio devem ter base nacional comum, a ser complementada, em cada sistema de ensino e 
em cada estabelecimento escolar, por uma parte diversificada, exigida pelas características 
regionais e locais da sociedade, da cultura, da economia e dos educandos. (LDB, 1996). 
11 Meta 2: Universalizar o Ensino Fundamental de 9 (nove) anos para toda a população de 
6 (seis) a 14 (quatorze) anos e garantir que pelo menos 95% (noventa e cinco por cento) 
(DCNs), em seu artigo 14, definem a Base Nacional Comum Curricular 
“como conhecimentos, saberes e valores produzidos culturalmente, 
expressos nas políticas públicas e que são gerados nas instituições 
produtoras do conhecimento científico e tecnológico...”. Reforçando esse 
posicionamento, a LDB, no inciso IV, do Artigo 9º, reitera que cabe à 
União 
estabelecer, em colaboração com os Estados, o Distrito 
Federal e os Municípios, competências e diretrizes para a 
Educação Infantil, o Ensino Fundamental e o Ensino Médio, 
que nortearão os currículos e seus conteúdos mínimos, de 
modo a assegurar formação básica comum (BRASIL, 1996). 
 
Corroborando com esses marcos legais, há, também, o Plano 
Municipal de Educação (PME), Lei 6245/2015, com metas a serem 
atingidas em consonância com o PNE. 
Podemos perceber, portanto, que, desde a Constituição Federal, 
várias leis já mencionavam a necessidade de uma base comum de 
 
dos alunos concluam essa etapa na idade recomendada, até o último ano de vigência deste 
PNE. (PNE, 2014) 
Meta 3: Universalizar, até 2016, o atendimento escolar para toda a população de 15 
(quinze) a 17 (dezessete) anos e elevar, até o final do período de vigência deste PNE, a 
taxa líquida de matrículas no ensino médio para 85% (oitenta e cinco por cento) (PNE, 
2014) 
Meta 7: Fomentar a qualidade da educação básica em todas as etapas e modalidades, com 
melhoria do fluxo escolar e da aprendizagem de modo a atingir as seguintes médias 
nacionais para o Ideb. (PNE, 2014) 
 
 
 
 
18 
aprendizagem na Educação Básica Brasileira. Resumidamente, temos o 
seguinte processo12: 
 1988 
Promulgada a Constituição Federal: a criação de uma Base Nacional 
Comum, com a fixação de conteúdos mínimos para o Ensino Fundamental, 
é prevista no artigo 210. 
 
 1996 
A Lei das Diretrizes e Bases (LDB) da Educação Básica é aprovada e 
reforça a necessidade de uma base nacional comum. 
 
 1997 a 2000 
Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) foram consolidados em 
partes: 1º ao 5º ano em 1997; 6º ao 9º ano em 1998; e, em 2000, foram 
lançados os PCNs para o Ensino Médio. 
 
 2010 a 2012 
Novas Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs) orientadas para o 
planejamento curricular das escolas e sistemas de ensino, as resoluções 
valiam para a Educação Infantil e os Ensinos Fundamental e Médio. 
 
 
12 Resumo retirado do material do curso on-line “A BNCC e a gestão escolar”, promovido 
pelo MEC. 
 2014 
Plano Nacional de Educação (PNE) –A Lei n. 13.005, de 2014, instituiu o 
PNE com vigência de dez anos. São vinte metas para melhorar a qualidade 
da Educação Básica, sendo que quatro delas tratam da Base Nacional 
Comum Curricular. 
 
 2015 
A Portaria nº 592 de 17 de junho de 2015 institui a Comissão de 
Especialistas para a Elaboração de Proposta da BNCC. Em outubro, tem 
início a consulta pública para a construção da primeira versão da BNCC 
com contribuições da sociedade civil, de organizações e entidades 
científicas. 
Plano Municipal de Educação (PME) A Lei n. 6.245, de 2015, instituiu o 
PME. 
 
 2016 
Em março, após 12 milhões de contribuições, a primeira versão do 
documento é finalizada. Em junho, seminários com professores, gestores e 
especialistas abertos à participação pública são realizados por todo o Brasil 
para debater a segunda versão da BNCC. Em agosto, começa a ser redigida 
a terceira versão, em um processo colaborativo com base na versão 2. 
 
 
http://www.senado.leg.br/atividade/const/con1988/con1988_12.07.2016/art_210_.asp
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9394compilado.htm
http://portal.mec.gov.br/component/tags/tag/33038
http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=6704-rceb004-10-1&category_slug=setembro-2010-pdf&Itemid=30192
http://www.planalto.gov.br/CCIVIL_03/_Ato2011-2014/2014/Lei/L13005.htm
http://avamec.mec.gov.br/ava-mec-ws/instituicao/seb/conteudo/modulo/861/images/m1_u1/m1_u1_56.png
 
 
 
19 
 2017 
Em abril, o MEC entregou a terceira versão da Base Nacional Comum 
Curricular (BNCC) ao Conselho Nacional de Educação (CNE). O CNE 
elaborou parecer e projeto de resolução sobre a BNCC e homologou as 
etapas da Educação Infantil e do Ensino Fundamental. 
 
 2018 
Foi promulgada a Portaria nº 331, de 5 de abril de 2018 que institui o 
Programa de Apoio à Implementação da Base Nacional Comum Curricular 
– ProBNCC e estabelece diretrizes, parâmetros e critérios para sua 
implementação. Em dezembro, foi homologado o texto sobre o Ensino 
Médio da Base Nacional Comum Curricular (BNCC). 
 
Iniciando a discussão... 
 
Se já existem a BNCC e o RCG, por que um currículo para a rede 
municipal de ensino de Pelotas? Primeiramente, devemos levar em 
consideração que, diante da grande diversidade do país (e do estado do Rio 
Grande do Sul) expressa “pelas características regionais e locais da 
sociedade, da cultura, da economia e dos educandos” (LDB, 1996), as 
competências e diretrizes são comuns a todo o país, porém os currículos 
deverão ser diversos (BNCC, 2017). Por isso, cabe a cada Sistema de 
Ensino e, posteriormente, às escolas em seus PPPs, a 
formulação/reformulação dos currículos, cujo principal objetivo é o de 
produzir influências diretas e significativas na prática pedagógica dos 
docentes e no aprendizado dos educandos. 
Neste currículo deverá haver, portanto, a inclusão da parte 
diversificada e isso é que irá diferenciá-lo dos demais, pois haverá a 
contemplação das especificidades culturais, linguísticas, literárias, 
artísticas, geográficas, históricas, etc., enfim, as características próprias da 
cidade, da identidade enquanto pelotenses e comunidade escolar. 
Ademais, precisamos considerar que, além do currículo formal, há o 
currículo oculto, o qual se caracteriza por tudo aquilo que os estudantes 
aprendem, diariamente, em meios às práticas sociais e escolares, mas que 
não estavam planejados ou previstos no currículo formal. Essas 
aprendizagens apreendidas pelo domínio da ação constituem o currículo 
oculto. Assim, 
a BNCC e os currículos se identificam na comunhão de 
princípios e valores que orientam a LDB e as DCN. Dessa 
maneira, reconhecem que a educação tem um compromisso 
com a formação e o desenvolvimento humano global, em suas 
dimensões intelectual, física, afetiva, social, ética, moral e 
simbólica (BNCC, 2017, p. 16). 
 
O currículo irá, portanto, nortear o trabalho pedagógico tendo como 
aporte teórico o documento normativo Base Nacional Comum Curricular 
(2017) e o Referencial Curricular Gaúcho (2018), assegurando uma base 
comum de aprendizagem ampliada pela parte diversificada, incluída neste 
http://basenacionalcomum.mec.gov.br/a-basehttp://basenacionalcomum.mec.gov.br/a-base
http://basenacionalcomum.mec.gov.br/wp-content/uploads/2018/04/PORTARIA331DE5DEABRILDE2018.pdf
http://basenacionalcomum.mec.gov.br/a-base
 
 
 
20 
documento e nos PPPs escolares. A BNCC destaca que, para caracterizar o 
currículo em ação, são necessárias algumas decisões: 
 contextualizar os conteúdos dos componentes curriculares, 
identificando estratégias para apresentá-los, representá-los, 
exemplificá-los, conectá-los e torná-los significativos, com 
base na realidade do lugar e do tempo nos quais as 
aprendizagens estão situadas; 
 decidir sobre formas de organização interdisciplinar dos 
componentes curriculares e fortalecer a competência 
pedagógica das equipes escolares para adotar estratégias mais 
dinâmicas, interativas e colaborativas em relação à gestão do 
ensino e da aprendizagem; 
 selecionar e aplicar metodologias e estratégias didático-
pedagógicas diversificadas, recorrendo a ritmos diferenciados 
e a conteúdos complementares, se necessário, para trabalhar 
com as necessidades de diferentes grupos de alunos, suas 
famílias e cultura de origem, suas comunidades, seus grupos 
de socialização etc.; 
 conceber e pôr em prática situações e procedimentos para 
motivar e engajar os alunos nas aprendizagens; 
 construir e aplicar procedimentos de avaliação formativa 
de processo ou de resultado que levem em conta os contextos 
e as condições de aprendizagem, tomando tais registros como 
referência para melhorar o desempenho da escola, dos 
professores e dos alunos; 
 selecionar, produzir, aplicar e avaliar recursos didáticos e 
tecnológicos para apoiar o processo de ensinar e aprender; 
 criar e disponibilizar materiais de orientação para os 
professores, bem como manter processos permanentes de 
formação docente que possibilitem contínuo aperfeiçoamento 
dos processos de ensino e aprendizagem; 
 manter processos contínuos de aprendizagem sobre gestão 
pedagógica e curricular para os demais educadores, no âmbito 
das escolas e sistemas de ensino (BNCC, 2017, p. 16 e 17). 
 
Com intuito de contribuir na reformulação dos PPPs escolares, ao 
longo deste DOM, trazemos definições de princípios e conceitos de ensino 
e de aprendizagem, discussão e encaminhamento do trabalho sobre 
competências e habilidades, interdisciplinaridade, indicação de 
metodologias e estratégias didático-pedagógicas e concepção de avaliação 
que subsidiarão a educação na rede municipal de ensino de Pelotas. 
Neste processo, destacamos a importância do papel do professor 
frente à implementação do currículo, pois cabe a ele contextualizar e dar 
sentido às aprendizagens, tornando-se, também, protagonista, estando 
aberto à reflexão e disposto a fazer uma educação de qualidade. Para isso, 
tão importante quanto à formação inicial, é a formação continuada que 
proporciona momentos de reflexão, de aprendizagens, de trocas com seus 
pares, afinal, ser docente significa estar em constante aprendizado, ainda 
mais por estar inserido em uma sociedade que se transforma a todo o 
momento, não só em termos de avanços tecnológicos, mas, inclusive, de 
relações interpessoais. 
Nesta perspectiva, é necessário ressignificar a prática pedagógica 
para que a escola se mantenha relevante dentro desse cenário. Essa 
ressignificação pressupõe, por exemplo, transcender a ideia de 
homogeneização dos discentes, como se todos aprendessem da mesma 
forma, no mesmo ritmo, com as mesmas metodologias. Não há mais 
espaço, dentro do contexto escolar, para uma pseudouniformização da 
aprendizagem, é preciso considerar as pluralidades e, por isso, reafirmamos 
que isso implicará, segundo a BNCC, em 
selecionar e aplicar metodologias e estratégias didático-
pedagógicas diversificadas, recorrendo a ritmos diferenciados 
 
 
 
21 
e a conteúdos complementares se necessário para trabalhar 
com as necessidades de diferentes grupos de alunos, suas 
famílias e cultura de origem, suas comunidades, seus grupos 
de socialização, etc. (BNCC, 2017, p. 17). 
 
Com tudo isso, o apoio da gestão escolar, principalmente da 
coordenação pedagógica, é de suma importância, pois irá orientar o 
trabalho coletivo e realizar a conexão entre todos os envolvidos no 
processo educativo. 
 
Fundamentos pedagógicos 
 
Há dois grandes fundamentos pedagógicos preconizados pela 
BNCC: o compromisso com a Educação Integral e o desenvolvimento de 
competências. Esses fundamentos também encaminham nosso currículo da 
rede municipal de ensino, os quais se desdobram em outros que se 
complementam e serão aprofundados neste documento orientador, a fim de 
subsidiar o trabalho pedagógico nas escolas. 
Vamos iniciar aprofundando os preceitos de uma Educação Integral. 
O que se entende por Educação Integral? Conforme a BNCC, é o 
desenvolvimento humano global, o que implica compreender 
a complexidade e a não linearidade desse desenvolvimento, 
rompendo com visões reducionistas que privilegiam ou a 
dimensão intelectual (cognitiva) ou a dimensão afetiva 
(BNCC, 2017, p. 14). 
 
Assim, a Educação Integral é uma 
concepção de educação que prevê a promoção do 
desenvolvimento de crianças e jovens nas dimensões 
intelectual, física, emocional, social e cultural para responder 
às demandas do mundo contemporâneo e às especificidades 
do aluno do século 21, cujo foco está na formação de sujeitos 
críticos, autônomos e responsáveis consigo mesmos e com o 
mundo (CAMINHOS PARA A EDUCAÇÃO INTEGRAL 
Princípios e orientações para a implementação da educação 
integral, 2019). 
O compromisso com a Educação Integral requer a mobilização e o 
entendimento de duas premissas importantes: a igualdade e a equidade. 
Desta forma, quando a BNCC traz as aprendizagens essenciais a que todos 
os discentes têm direito, encontra-se aí, a igualdade de direitos; a equidade, 
por sua vez, dar-se-á na proposta curricular, nos PPPs escolares, a partir, 
primeiramente, do reconhecimento de que cada estudante é único e, 
segundo, a partir da promoção de condições necessárias às aprendizagens. 
Isso implica considerar as diferentes demandas dos estudantes, 
independente de ser da Educação Especial ou não, em cada escola e em 
cada sala de aula. 
Pensar numa educação integral requer, também, mobilizar conceitos 
como13: 
Desenvolvimento integral e/ou desenvolvimento pleno 
Aprendizado que abrange o desenvolvimento de conhecimentos, 
habilidades, atitudes e valores em uma perspectiva integral, o que significa 
aprendizagem intelectual, social, emocional, cultural e física. Tudo para 
 
13 Retirado do material de apoio “CAMINHOS PARA A EDUCAÇÃO INTEGRAL 
Princípios e orientações para a implementação da educação integral”, 2019, elaborado pelo 
Movimento pela Base Nacional Comum. 
 
 
 
22 
assegurar a capacidade do estudante de lidar com desafios, tomar decisões 
e realizar seus projetos com responsabilidade, de maneira a se tornar agente 
de transformação de seu próprio percurso e do entorno, de cuidar de si e 
também de se corresponsabilizar pelas questões sociais, ambientais e 
comunitárias. 
 
Aprendizagem com foco no desenvolvimento de autonomia e 
responsabilidade 
Aprendizado a serviço do desenvolvimento pleno, voltado à 
construção de conhecimentos, habilidades, atitudes e valores que preparem 
o estudante para tomar decisões com autonomia e responsabilidade. 
Compreende a capacidade de estabelecer objetivos e metas, construir 
caminhos, ter perseverança para alcançá-los e resiliência para crescer na 
adversidade. Também envolve a formação para fazer escolhas 
responsáveis, que considerem a interdependência humana e global e 
reconheçam o papel de cada indivíduo como agente de transformação da 
sociedade. 
 
Singularidades 
Aquilo que é próprio, peculiar e específico de cada indivíduo. No 
caso dos estudantes, são interesses, dificuldades, potências, receios,aspirações e ritmos de aprendizagem. Essas são questões que devem ser 
consideradas e respeitadas. 
Formação integral do professor 
Trata da necessidade do professor também desenvolver as dez 
competências gerais indicadas na BNCC. Não basta ter conhecimento do 
componente curricular que será ensinado. É preciso também desenvolver 
atitudes, valores e habilidades que permitam a ele ser o exemplo para o 
aluno para contribuir para que o estudante tenha capacidade de lidar com 
emoções, empatia, colaboração, cultura digital, argumentação, 
autoconhecimento, diversidade, responsabilidade, consciência ambiental, 
ética etc. 
 
Protagonismo docente 
Profissional que tem clareza dos seus objetivos, conhece bem seus 
educandos e os conteúdos de ensino e organiza seu dia a dia em função das 
metas de aprendizagem estabelecidas para cada período letivo. Entende seu 
papel e busca aprimorar sua trajetória profissional para alcançar seus 
objetivos. O educador protagonista acredita que é capaz de sempre 
melhorar as condições de trabalho, analisa o que ocorre e propõe 
alternativas de mudança para que os resultados esperados possam ser 
atingidos. 
 
Protagonismo discente 
Promover o protagonismo do estudante é colocar como central o 
direito de ele se envolver direta e ativamente na própria vida escolar. Isso 
 
 
 
23 
abrange as decisões da escola, as práticas e projetos pedagógicos e a 
política educacional. 
Buscando a construção de um currículo sólido visando uma 
educação integral de qualidade, algumas teorias e teóricos serão trazidos 
neste documento orientador para que possam promover a reflexão e as 
mudanças necessárias nas práticas pedagógicas. Diante das diversas teorias 
de aprendizagens e concepções, cabe salientar que este documento não 
segue, exclusivamente, uma tendência, mas busca, dentre elas e seus 
teóricos, trazer contribuições que possam qualificar o processo educativo e 
levar o estudante ao desenvolvimento das habilidades e competências, a 
fim de que ele possa agir plenamente numa sociedade mais justa, ética, 
democrática, responsável, inclusiva, sustentável e solidária (BNCC, 2017). 
Estas contribuições teóricas irão auxiliar nas reflexões e nas práticas 
pedagógicas, na medida em que situam o estudante como centro do 
processo educativo e por isso são mobilizadas neste documento. 
Inegavelmente, a concepção pedagógica mais fortemente difundida e 
praticada na educação é a Tradicional e, na nossa rede, isso não é diferente, 
embora se observe o empenho dos docentes e o desenvolvimento de 
excelentes práticas pedagógicas. Ainda assim, a concepção tradicional é a 
que mais se percebe, por inúmeros motivos, alguns deles até históricos, que 
já estão materializados no inconsciente e tomados como modelos a serem 
seguidos, como por exemplo, a disposição das classes em sala de aula. Na 
grande maioria das escolas da nossa rede, observamos o mesmo formato, 
com algumas exceções, é claro, os educandos dispostos em fileiras e a 
classe do professor à frente da sala junto ao quadro. Essa formatação de 
sala de aula, e aqui trazemos apenas uma exemplificação de disposição 
física, é propícia para o desenvolvimento de uma metodologia tradicional 
em que o aluno assume um papel passivo, de receptor do conhecimento, já 
que o foco recai em quem está à frente da sala: o professor. Essa concepção 
tradicional é perceptível, também, quando o trabalho pedagógico resume-se 
aos estudantes copiarem do quadro ou, até mesmo, do livro didático e 
depois fazerem uma infinidade de exercícios com o objetivo de fixar o 
conteúdo, de preferência em silêncio. Por falar em silêncio, muitas vezes, 
dentro da concepção tradicional de ensino, tem-se a imagem de que quanto 
mais e maior o silêncio, melhor, pois demonstraria um suposto domínio de 
classe por parte do docente e os discentes estariam aprendendo melhor. 
Será? Como é possível aprender sem interagir? Interagir com os colegas, 
interagir com o professor? E como interagir de forma produtiva e 
significativa em uma disposição de sala de aula que não propicia essa 
interação? Como o professor acompanha o processo de aprendizagem se a 
tarefa do estudante é, unicamente, copiar e exercitar mecanicamente uma 
atividade? A partir destas colocações e questionamentos, convidamos à 
reflexão: a nossa prática, de modo geral, é ou não é tradicional? 
Para que os discentes desenvolvam habilidades e competências, eles 
precisam deixar de ocupar uma posição passiva e passarem a ser 
protagonistas no processo de aprendizagem. Esse movimento requer não só 
 
 
 
24 
uma mudança de postura do professor, mas, principalmente, do próprio 
estudante, já que este, também, comumente, traz internalizada a concepção 
de que seu papel é apenas receptivo. Para promover essa profunda mudança 
no cenário educacional da nossa rede, todos os envolvidos, desde a gestão 
escolar à sociedade, deverão ter em mente que essa ruptura é um processo 
que precisa ser trabalhado conjuntamente. 
No intuito de romper com paradigmas mais tradicionais de ensino, 
algumas teorias e pensadores podem auxiliar os docentes e gestores na 
reflexão de suas práticas, como por exemplo, a de Lev Vygotsky, com a 
aprendizagem pela interação social, a de John Dewey e Anísio Teixeira, 
com a aprendizagem pela experiência, a de David Ausubel, com a 
aprendizagem significativa, a de Jean Piaget e Emília Ferreiro, 
principalmente, com a construção do conhecimento na alfabetização, a de 
Carl Rogers, com a abordagem centrada nas relações interpessoais, a de 
Celestin Freinet, a partir da sua pedagogia do êxito e do bom senso e a de 
Paulo Freire, pela instituição do diálogo e desenvolvimento da autonomia 
do estudante. Em seguida, trazemos um pouquinho de cada pensador, na 
certeza de que os estudos sobre eles não se limitarão a este documento 
orientador. 
 
 
 
 
Pinceladas teóricas para reflexões... 
 
Com as inovações que surgem a todo instante, mais especificamente, 
com as Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação (TDIC) no 
século XXI, as possibilidades de interação e trabalhos colaborativos têm 
proporcionado um olhar diferenciado nos ambientes escolares. Assim, os 
estudantes podem desenvolver seus conhecimentos de forma que cada um 
colabore na formação do outro, proporcionando um processo de interação. 
Sobre isso, Vygotsky aponta que 
o aprendizado desperta vários processos internos de 
desenvolvimento, que são capazes de operar somente quando 
a criança interage com pessoas em seu ambiente e quando em 
cooperação com seus companheiros. Uma vez internalizados, 
esses processos tornam-se parte das aquisições do 
desenvolvimento independente da criança (VYGOTSKY, 
1991, p.101) 
 
Tendo isso em mente, podemos pensar, por exemplo, como a 
disposição das classes em sala de aula poderiam contribuir para que essa 
interação fosse mais proveitosa e significativa ou como a metodologia 
utilizada poderia propiciar essa interação? 
A escola, em meio a tantas mudanças, avanços e evoluções não deve 
se isolar e fechar os olhos para o que ocorre fora dos seus limites, como se 
a sociedade em que o educando está inserido não tivesse relação com o 
ambiente escolar, 
por tudo isso, a escola teve que deixar de ser a instituição 
isolada, tranquila, do outro mundo, que era, para se impregnar 
 
 
 
25 
do ritmo ambiente e assumir a consciência de suas funções. Se 
depressa marcha a vida, mais depressa há de marchar a escola 
(TEIXEIRA, 2000, p. 111). 
 
Trazer questões do entorno escolar, por exemplo, para discussão na sala de 
aula, torna-se significativo e essas questões não precisam ser, necessariamente, as 
mazelas da comunidade, mas também, suas potencialidades. 
Devemos considerar a escola como um lugar para a experiência concreta de 
vida, corroborando com essa ideia, Dewey afirma que 
ora, se a vida não é mais que um tecido de experiências de 
toda

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