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ANÁLISE DO DISCURSO Contexto histórico

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ANÁLISE DO DISCURSO Contexto histórico
Acadêmicos: Elivaldo Rosa e Maura Queiroz
Docente: Tânia Pitombo
5ª Fase de Letras
Contextualização das Obras
Autora: Eni Orlandi
Eni de Lourdes Puccinelli Orlandi possui graduação em Letras pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Araraquara (1964), mestrado em Lingüística pela Universidade de São Paulo (1970), doutorado em Lingüística pela Universidade de São Paulo e pela Universidade de Paris/Vincennes(1976). Foi docente na USP de 1967 a 1979. Atualmente é pesquisadora do Laboratório de Estudos Urbanos da Unicamp, professora e coordenadora do Programa de Pós Graduação em Ciências da Linguagem da Universidade do Vale do Sapucaí e professora colaboradora do IEL da Universidade Estadual de Campinas. 
Fernanda Mussalim possui graduação em Letras pela Universidade Estadual de Campinas (1987), mestrado (1996), doutorado (2003) e pós-doutorado (2009) em Linguística pela mesma universidade. É professora associada da Universidade Federal de Uberlândia. Coordena projetos na Universidade Federal de Uberlândia. É líder do Grupo de Pesquisa CED (Círculo de Estudos do Discurso), também filiado a essa universidade, membro do CEPELP (Centro de Pesquisa em Ensino de Língua Portuguesa - UFU) e do Centro de Pesquisa FEsTA (Fórmulas e estereótipos: teoria e análise), filiado ao Instituto de Estudos da Linguagem da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP).
Helena Hathsue Nagamine Brandão possui graduação em Letras pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (1963), mestrado em Linguística pela Universidade de São Paulo (1979); e doutorado em Linguística Aplicada e Estudos da Linguagem pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (1988), Livre-docência pela USP e Pós-doutorado pela Universidade Grenoble III-Fr. Tem experiência na área de Letras, com ênfase em Lingüística Aplicada Ao Ensino de Línguas, atuando principalmente nos seguintes temas: análise do discurso, gênero do discurso, enunciação, heterogeneidade discursiva e linguística aplicada.
Análise de Discurso - Eni Orlandi
‘’[...] É justamente pensando que há muitas maneiras de se significar que os estudiosos começaram a se interessar pela linguagem de uma maneira particular que é a que deu origem à Análise de Discurso.’’ (ORLANDI, pág13)
‘’A Análise de Discurso, como seu próprio nome indica, não trata da língua, não trata da gramática, embora todas essas coisas lhe interessem. Ela trata do discurso. E a palavra discurso, etimologicamente, tem em si a ideia de curso, de percurso, de correr por, de movimento. O discurso é assim, palavra em movimento, prática de linguagem: com o estudo do discurso observa-se o homem falando.’’ (ORLANDI, pág 13)
‘’[...] A primeira a se observar é que a AD não trabalha com a língua enquanto sistema abstrato, mas com a língua no mundo, com maneiras de significar, com homens falando, considerando a produção de sentidos enquanto parte de suas vidas, seja enquanto sujeitos seja enquanto membros de uma determinada forma de sociedade.’’ (ORLANDI, págs 13 e 14)
‘’[...] a Análise de Discurso critica a prática das Ciências Sociais e da Linguística, refletindo sobre a maneira como a linguagem está materializada na ideologia e como a ideologia se manifesta na língua.’’ (ORLANDI, págs 14 e 15)
‘’[...] Como diz M. Pêcheux (1975), não há discurso sem sujeito e não há sujeito sem ideologia: o indivíduo é interpelado em sujeito pela ideologia e é assim que a língua faz sentido.’’ (ORLANDI,pág 15)
 ‘’Situando-nos no século XX, temos os estudos dos formalistas russos (anos 20/30), que já pressentiam no texto uma estrutura. (ORLANDI, pág 15)
‘’A Análise de Discurso considera que a linguagem não é transparente. Desse modo ela não procura atravessar o texto para encontrar um sentido do outro lado. A questão que ela coloca é: como este texto significa?’’ (ORLANDI,pág 16)
‘’Ainda em termos de precursores, outra forma de análise bem sucedida, que já pesquisava o texto, é a do estruturalista americano Z.Harris (anos 50). Com seu método distribucional, ele consegue livrar a análise do texto do viés conteudista mas, para fazê-lo, reduz o texto a uma frase longa.’’ (ORLANDI, pág 16)
‘’Nos anos 60, a Análise de Discurso se constitui no espaço de questões criadas pela relação entre três domínios disciplinares que são ao mesmo tempo uma ruptura com o século XIX: a Linguística, o Marxismo e a Psicanálise.’’ (ORLANDI, pág 17)
‘’ A Linguística constitui-se pela afirmação da não-transparência da linguagem: ela tem seu objeto próprio, a língua, e esta tem sua ordem própria. Esta afirmação é fundamental para a Análise de Discurso, que procura mostrar que a relação linguagem/pensamento/mundo não é unívoca [...]’’. (ORLANDI, pág 17)
‘’[...] A Análise de Discurso pressupõe o legado do materialismo histórico, isto é, o de que há um real da história de tal forma que o homem faz história, mas esta também não lhe é transparente. Daí, conjugando a linguagem com a história na produção de sentidos [...] (ORLANDI, pág 17)
 Reunindo estrutura e acontecimento a forma material é vista como o acontecimento do significante (língua) em um sujeito afetado pela história. Aí entra então a contribuição da Psicanálise, com o deslocamento da noção de homem para a de sujeito. Este, por sua vez, se constitui na relação com o simbólico, na história. 
 ‘’Assim, para a Análise de Discurso: 
 a) A língua tem sua ordem própria mas só é relativamente autônoma [...];
b) A história tem seu real afetado pelo simbólico [...];
c) O sujeito de linguagem é descentrado, pois é afetado pelo real da língua e também pelo real da história, não tendo controle sobre o modo como elas o afetam. [...]’’ (ORLANDI, págs 17 e 18)	
 ‘’A Análise de Discurso, trabalhando na confluência desses campos de conhecimento, irrompe em suas fronteiras e produz um novo recorte de disciplinas, constituindo novo objeto que vai afetar essas formas de conhecimento em seu conjunto: este novo objeto é o discurso’’. 
Análise do Discurso – Fernanda Mussalim
‘’Para entender a gênese dessa disciplina é preciso compreender as condições que propiciaram a sua emergência. Maldidier (1994) descreve a fundação da Análise do Discurso através das figuras de Jean Dubois e Michel Pêcheux. Dubois, um linguista, lexicólogo envolvido com os empreendimentos da Linguística de sua época; Pêcheux, um filósofo envolvido com os debates em torno do marxismo, da psicanálise, da epistemologia. O que há de comum no trabalho desses dois pesquisadores com preocupações distintas é que ambos são tomados pelo espaço do marxismo e da política, partilhando convicções sobre a luta de classes, a história e o movimento social.’’ (MUSSALIM, pág 102) 
‘’É pois, sob o horizonte comum do marxismo e de um momento de crescimento da Linguística – que se encontra em franco desenvolvimento e ocupa o lugar da ciência piloto – que nasce o projeto da Análise do Discurso. O projeto da AD se inscreve num objetivo político, e a Linguística oferece meios para abordar a política.’’ (MUSSALIM, pág 102)
 ‘’[...] A língua não é apreendida na sua relação com o mundo, mas na estrutura interna de um sistema fechado sobre si mesmo. Daí, ‘’estruturalismo’’: é no interior do sistema que define, que se estrutura o objeto, e é este objeto assim definido que interessa a esta concepção de ciência em vigor na época.’’ (MUSSALIM, pág 102)
‘’Ao propor-se a investigar o que determina as condições de reprodução social, Althusser parte do pressuposto de que as ideologias têm existência material, ou seja, devem ser estudadas não como ideias, mas como um conjunto de práticas materiais que reproduzem as relações de produção.’’(MUSSALIM, pág 103)
‘’Retomando a teoria marxista de Estado, o autor afirma que o que se chama de Estado é um aparelho repressivo do Estado (ARE), que funciona ‘’pela violência’’ e cuja ação é complementada por instituições – a escola, a religião, por exemplo - , que funcionam ‘’pela ideologia’’ e são denominadas aparelhos ideológicos de Estado(AIE). Pela maneira como se estruturam e agem esses aparelhos ideológicos – por meio de suas práticas e de seus discursos – é que se pode depreender como funciona a ideologia [...] ‘’. (MUSSALIM, pág 104)
 ‘’O projeto althusseriano, inserido em uma tradição marxista que buscava apreender o funcionamento da ideologia a partir de sua materialidade, ou seja, por meio das práticas e dos discursos dos AIE, via com bons olhos uma Linguística fundamentada sobre as bases estruturalistas. Mas uma Linguística saussuriana, uma Linguística da língua, não seria suficiente; só uma teoria do discurso concebido como o lugar teórico para o qual convergem componentes linguísticos e socioideológicos, poderia acolher esse projeto.’’ (MUSSALIM, pág 105)
‘’A instituição da AD, para Pêuchex, exige uma ruptura epistemológica, que coloca o estudo do discurso num outro terreno em que intervêm questões teóricas relativas à ideologia e ao sujeito. Assim é que, como afirma Maldidier (1994), o objeto discurso de que se ocupa Pêuchex em seu empreendimento ‘’não é uma simples ‘superação da Linguística saussuriana’’’ (MUSSALIM, pág 105)
‘’[...] A Análise do Discurso, demonstrando uma vontade de formalização do discurso a partir da proposta de Pêuchex (1969) de uma análise automática do discurso (doravante AAD), oferecia um procedimento de leitura que relacionava determinadas condições de produção [...]’’ (MUSSALIM, pág 106)
 ‘’Ainda um outro elemento compõe o quadro epistemológico do surgimento da AD: a psicanálise lacaniana. [...] Lacan faz uma releitura de Freud recorrendo ao estruturalismo linguístico, mas especificamente a Saussure e a Jakobson, numa tentativa de abordar com mais precisão o inconsciente, muitas vezes tomado como uma entidade misteriosa, abissal. (MUSSALIM, págs 106/107)
 ‘’Para poder trazer à tona seu material, Lacan assume que o inconsciente se estrutura como uma linguagem, como uma cadeia de significantes latente que se repete e interfere no discurso efetivo, como se houvesse sempre, sob as palavras, outras palavras, como se o discurso fosse sempre atravessado pelo discurso do Outro, do inconsciente. [...] Lacan aborda esse inconsciente, demonstrando que existe uma estrutura discursiva que é regida por leis. Decorrem dessa proposta implicações para a psicanálise. A que mais diretamente interessa à AD diz respeito ao conceito de sujeito, definido em função do modo como ele se estrutura a partir da relação que mantém com o inconsciente, com a linguagem, portanto, já que, para Lacan, ‘’ a linguagem é condição do inconsciente’’. (MUSSALIM, 107)
 ‘’Jakobson atesta uma simetria entre esses interlocutores na medida em que não considera a supremacia de nenhum deles sobre o outro. Lacan rompe com essa simetria. Para ele, o Outro ocupa uma posição de domínio com relação ao sujeito, é uma ordem anterior e exterior a ele, em relação à qual o sujeito se define, ganha identidade.’’ (MUSSALIM, pág 109)
‘’ Calcada no materialismo histórico, a AD concebe o discurso como uma manifestação, uma materialização da ideologia decorrente do modo de organização dos modos de produção social. Sendo assim, o sujeito do discurso não poderia ser considerado como aquele que decide sobre os sentidos e as possibilidades enunciativas do próprio discurso, mas como aquele que ocupa um lugar social e a partir dele enuncia, sempre inserido no processo histórico que lhe permite determinadas inserções e não outras. 
Em outras palavras, o sujeito não é livre para dizer o que quer, mas é levado sem que tenha consciência disso (e aqui reconhecemos a propriedade do conceito lacaniano de sujeito para a AD), a ocupar seu lugar em determinada formação social e enunciar o que lhe é possível a partir do lugar que ocupa.’’ (MUSSALIM, pág 110)
Análise do Discurso – Helena Brandão
‘’Pode-se afirmar com Maingueneau (1976) que foram os formalistas russos que abriram espaço para a entrada no campo dos estudos linguísticos daquilo que se chamaria mais tarde discurso.’’ (BRANDÃO, pág 15)
‘’ Os anos 50 serão decisivos para a constituição de uma Análise do Discurso enquanto disciplina. De um lado, surge o trabalho de Harris (Discourse Analysis,1952) que mostra a possibilidade de ultrapassar as análises confinadas meramente à frase, ao estender procedimentos da linguística distribucional americana ao enunciados (chamados discursos), e, de outro lado, os trabalhos de R.Jakobson e E. Benveniste sobre a enunciação.’’ (BRANDÃO, pág 15)
‘’Esses trabalhos já apontam para a diferença de perspectiva que vai marcar uma postura teórica de uma análise do discurso de linha mais americana, de outra mais europeia.’’ (BRANDÃO, pág 15)
‘’Embora a obra de Harris possa ser considerada o marco inicial da análise do discurso, ela se coloca ainda como simples extensão da linguística imanente na medida em que transfere e aplica procedimento de análise de unidades da língua aos enunciados e situa-se fora de qualquer reflexão sobre a significação e as considerações sócio-históricas de produção que vão distinguir e marcar posteriormente a Análise do Discurso.’’ (BRANDÃO, pág 15)
‘’ Ao falar em ‘’posição’’ do locutor, ele levanta a questão da relação que se estabelece entre o locutor, seu enunciado e o mundo; relação que estará no centro das reflexões da análise do discurso em que o enfoque da posição sócio-histórica dos enunciadores ocupa um lugar primordial.’’ (BRANDÃO, pág 16)
‘’Segundo Orlandi (1986), essas duas direções vão marcar duas maneiras diferentes de pensar a teoria do discurso: uma que a entende como uma extensão da Linguística (que corresponderia à perspectiva americana) e outra que considera o enveredar para a vertente do discurso o sintoma de uma crise interna da Linguística, principalmente na área da Semântica (que corresponderia à perspectiva europeia)’’ (BRANDÃO, pág 16)
‘’Numa perspectiva oposta à dessa concepção da Análise do Discurso como extensão da Linguística, Orlandi aponta uma tendência europeia que, partindo de ‘’uma relação necessária entre o dizer e as condições de produção desse dizer’’, coloca a exterioridade como marca fundamental.’’ (BRANDÃO, pág 16)
ORLANDI, ENI.P Análise De Discurso: Princípios e Procedimentos. 12Ed,Campinas,SP. 2015
MUSSALIM,Fernanda, Anna Christina Bentes (orgs). 5ª ed.- São Paulo: Cortez, 2006.
BRANDÃO,Helena.H.N.Introdução à Análise do Discurso. 8ªed. Campinas, São Paulo: Editora da Unicamp, 2002.
Obrigado

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