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Denít Classificação de Black - 1908: Sistema criado em 1908 por Greene Vardiman Black que determina os tipos de cavidades da boca para o futuro preparo cavitário. Nomenclatura: Conjunto de termos específicos de uma ciência, arte ou técnica usados por indivíduos da mesma profissão como forma de comunicação. Na odontologia o conhecimento da nomenclatura das cavidades é fundamental para a compreensão do preparo das cavidades. Paredes: São os limites internos da cavidade, podem ser circundantes ou de fundo . ➔ Paredes circundantes: São as paredes laterais da cavidade e recebem o nome das faces correspondentes do dente ou a que estão mais próximas. ➔ Paredes de fundo: Correspondem ao assoalho da cavidade e podem ser chamadas de Pulpar e Axial . Parede pulpar: Essa parede corresponde ao assoalho da cavidade, é perpendicular ao longo eixo do dente e paralela a face oclusal do dente. > Parede axial: Essa parede é paralela ao longo eixo do dente e perpendicular à face oclusal do dente. Além das paredes citadas anteriormente, também existe a parede cervical/gengival, que é correspondente ao terço cervical da coroa do dente indicada nas imagens pela letra C. A nomenclatura das cavidades é formada pelos nomes das respectivas paredes envolvidas. Denít ➔ Ângulo: É a linha ou ponto resultante da união de duas ou mais paredes. Os ângulos podem ser diedros, triedros ou cavo-superficial. Ângulo diedro: Formado pela união de duas paredes de uma cavidade, denominado pelos seus respectivos nomes. Podem ser classificados em 3 grupos. > Ângulo diedro do 1º Grupo: Formado pela união de duas paredes circundantes. > Ângulo diedro do 2º Grupo: É o ângulo formado pela união de uma parede circundante a uma parede de fundo. > Ângulo diedro do 3º Grupo: É o ângulo formado pela união das paredes de fundo da cavidade. > Ângulo triedro: É o ângulo formado pela união de três paredes da cavidade e denominado pela união do nome das paredes envolvidas. *Ângulo triedro incisal: Formado pelo encontro das paredes vestibular e palatina/lingual com a parede incisal em dentes anteriores. > Ângulo cavo-superficial: Formado pela junção das paredes da cavidade com a superfície externa do dente. Denít As cavidades são classificadas de acordo com o número de faces do dente que são afetadas. > Simples: Cavidade que só atinge só uma face do dente. Na imagem abaixo uma cavidade oclusal. > Composta: Cavidade que atinge duas faces do dente. Na imagem abaixo uma cavidade que atinge a face oclusal e uma face lateral. > Complexa: Cavidade que atinge três ou mais faces do dente. Na imagem abaixo uma cavidade MOD, afeta as faces mesial, oclusal e distal. As cavidades também podem ser classificadas de acordo com a sua finalidade em terapêutica ou artificiais. > Cavidades terapêuticas: Cavidade resultante da total remoção de cárie e em condições de receber o material restaurador direto. > Cavidade protética: Cavidade com ou sem lesão de cárie, cujo objetivo é servir de suporte para a peça protética. Atualmente a classificação mais utilizada para cavidades é a classificação de Black. Na classificação de black as cavidades são classificadas de maneira etiológica. > Classificação etiológica: É baseada nas áreas do dente suscetíveis à cárie referindo-se a regiões de difícil higienização divididas em cavidades em cicatrículas e fissuras e cavidades em superfícies lisas. - Cavidades em regiões de cicatrizes e fissuras: São cavidades formadas em local de grande susceptibilidade à cárie devido ao acúmulo de placa bacteriana. - Cavidades em superfícies lisas: São cavidades em regiões onde há uma imunidade relativa à cárie, regiões como a região cervical de dentes anteriores onde é fácil de se higienizar mas também ocorre acúmulo de placa bacteriana. > Classificação artificial: É baseada na técnica de instrumentação da cavidade. - Classe I: Preparadas em regiões de má coalescência de esmalte, ou seja, cicatrículas e fissuras. Por ex: Cavidades que ocorrem nas faces oclusais de molares e pré-molares; Cavidades que ocorrem nos ⅔ oclusais da face palatina dos molares superiores; cavidades que ocorrem nos ⅔ oclusais da face vestibular dos molares; cavidades que ocorrem nas faces linguais dos incisivos e caninos superiores. Denít - Classe II: São cavidades preparadas nas faces proximais de molares e pré-molares. - Classe III: São cavidades preparadas nas faces proximais (mesial ou distal) dos dentes anteriores (incisivos centrais, laterais e caninos) sem comprometimento do ângulo incisal. *Ângulo incisal circulado em vermelho. Setas indicam regiões onde serão feitos os preparos. - Classe IV: São cavidades preparadas nas faces proximais de dentes anteriores com comprometimento do ângulo incisal. - Classe V: São cavidades preparadas no terço gengival/cervical das faces vestibulares e linguais de todos os dentes. Denít * Howard e Simon acrescentaram a cavidade classe VI à classificação de Black: São cavidades preparadas nas bordas incisais e nas pontas de cúspides. * Classe I de Sockwell: São cavidades preparadas em cicatrículas e fissuras incipientes “ponto” na face vestibular de dentes anteriores. Black foi o primeiro autor a se preocupar com a classificação dos preparos cavitários. Entretanto, naquela época, os processos cariosos eram tratados de maneira bem diferente da atual. Naquela época os preparos eram muito extensos e amplos devido aos materiais restauradores existentes na época (amálgama e cimento de silicato) e o papel do flúor ainda não determinado. Com o desenvolvimento de novas técnicas, novos materiais restauradores e melhor compreensão do processo da doença cárie foi necessária uma reavaliação da classificação das cavidades, a fim de considerar preparos com diferentes amplitudes. Embora a classificação de Black ainda seja a mais utilizada,existem outras classificações de cavidades. > Classificação de Mount & Hume: É pouco utilizada. Considera os locais de maior acúmulo do biofilme, tanto na raiz como na coroa. Mount, G.J.; Hume, W.R., A revised classification of carious lesion by site and size. Quintessense. Int. 1997; 28; 301-303 > Localização 1: Sulcos, fissuras e defeitos no esmalte da superfície oclusal de dentes posteriores ou de outras superfícies lisas. > Localização 2: Superfície proximal imediatamente abaixo da área de contato com o dente vizinho. > Localização 3: Superfície que correspondem a ⅓ gengival da coroa ou superfície radicular exposta. - Tamanho 1: Mínimo envolvimento da dentina, sem a possibilidade de tratamento por remineralização. - Tamanho 2: Moderado envolvimento da dentina. Após o preparo cavitário, o remanescente do esmalte é sadio, suportado por dentina sadia e não falha sobre cargas oclusais. - Tamanho 3: A cavidade é maior do que a de tamanho 2, porém, o remanescente dentário é suficientemente forte para suportar a restauração. - Tamanho 4: Cáries extensas com grande perda de estrutura dentária ou ausência total de cúspides. Denít *Leitura complementar: Mondelli J. Nomenclatura e classificação das cavidades. In: Fundamentos de dentística Operatória. São Paulo: Santos, 2008. Cap1, p.1-10. Instrumentos usados para cortar, clivar e planificar superfícies. Complementam a ação dos instrumentos rotatórios durante o preparo da cavidade. Podem ser simples ou duplos. Principais instrumentos operatórios: > Enxadas: Instrumento manual utilizado para dar acabamento final às paredes internas do preparo cavitário. O lado gravado com nº26 é para ser utilizado na parede mesial e o lado gravado com nº26s é para ser utilizado na parede distal. > Machados: Instrumento utilizado para dar acabamento final às paredes internas do preparo cavitário. Serve para planificar e, clivar as paredes vestibular (lado nº14) e lingual(lado nº15). > Recortadores de margem gengival: Utilizado para dar acabamento às paredes internas do preparo cavitário. Serve para planificar o ângulo cavo-superficial e arredondar o ângulo áxio-pulpar. O lado com nº 18 deve ser utilizado na parede mesial e o lado gravado com nº19 na parede distal. > Curetas de dentina/colher de dentina: Utilizada para remover tecido cariado. Tem tamanhos variados. A afiação pode ser manual ou mecânica. Princípios básicos para a afiação dos instrumentos: > Estabelecer um bisel adequado antes da afiação e manter o instrumento fixo durante a afiação. > Manter a pedra de Arkansas lubrificada com uma fina camada de óleo bem fluido. > Usar pouca pressão contra a pedra para não gerar calor com o atrito. > Conservar as pedras de afiar limpas e sem restos de metal. Na afiação mecânica a pedra usada é a mesma, pedra arkansas, mas com uso de micromotores e formato cilíndrico ou de disco. Denít Na afiação manual, a pedra arkansas usada é em formato de uma peça fixa e o instrumento é manipulado a mão em movimento de vai e vem. *Leitura complementar: MONDELI J. Instrumentos Operatórios. In: Fundamentos de dentística Operatória. São Paulo: Santos, 2008. Cap.3, p. 25-46. Os instrumentos operatórios podem ser divididos em: > Instrumentos cortantes manuais > Instrumentos rotatórios - Turbina de alta rotação: Peça única e acoplada diretamente ao equipo. Promove rápido desgaste de estrutura dentária e tem múltiplas saídas de água para regular a temperatura. - Micromotor: Peça única que é acoplada ao contra-ângulo ou à peça reta. Ele é capaz de rotacionar no sentido horário e anti-horário.Tem velocidade controlável. - Contra-ângulo: Funciona em baixa rotação, é acoplada ao micromotor e possui apenas uma saída de água. - Peça reta: É mais utilizada fora da cavidade oral como por exemplo para polimento de próteses. Essa peça não é muito utilizada intra-oralmente por não ter angulação, o que dificulta o uso dentro da cavidade oral. Em alguns casos específicos em cirurgias ela é utilizada para corte de osso ou dente a ser extraído. Ela é acoplada ao micromotor e tem apenas uma saída de água. > Laser: Na dentística são utilizados nos preparos cavitários após a remoção do tecido cariado. Vantagens: > Redução da dor e desconforto do paciente Denít > Menos traumático > Não causa dano pulpar Desvantagens: > Custo alto > As paredes do preparo cavitário não ficam tão bem definidas. > Sistemas sônicos e ultrassônicos: Sistemas sônicos vibram em até 20.000Hz e os ultra sônicos vibram acima de 20.000Hz. Produzem movimentos oscilatórios e utilizando pontas diamantadas em diferentes formatos. As pontas são acopladas aos instrumentos e permitem um melhor preparo da cavidade. Vantagens: > Menor ruído > Menor sensibilidade > Preparos conservadores > Menor dano aos tecidos adjacentes Cuidados necessários: > Pressão não pode ser exagerada para não causar amortecimento da vibração sônica e reduzir a efetividade. > Também deve-se atentar para diferença na força empregada ao pisar no pedal (acionamento total). O acionamento do pedal deve ser parcial para dar o acabamento de margens. > Sistema jato-abrasivos: É a combinação de óxido de alumínio + Ar tem se mostrado uma opção em relação aos sistemas rotatórios. Essa técnica permite que a lesão cariosa seja removida com mínima destruição de tecido saudável adjacente. Vantagens: > Preparo sem dor, odor, ruído ou vibração > O jateamento melhora adesão dos materiais restauradores, diminuindo as chances de microinfiltração e maior vida útil da restauração. Desvantagens: > Alto custo > Difícil obtenção no mercado nacional ● Laser, sistemas sônicos e ultrassônicos e sistema jato-abrasivo são abordados Denít superficialmente pois não são itens comuns de se ter em consultórios devido ao preço alto. São divididos em instrumentos de corte e de desgaste. Os instrumentos de corte são as brocas eos de desgaste são as pontas. As brocas possuem lâminas de corte nas suas pontas e as pontas possuem pequenas irregularidades na sua superfície, essas pequenas irregularidades são micro diamantes. > Brocas (corte): As ligas de aço (ferro - carbono) são mais utilizadas na fabricação das brocas mas também existem as brocas de liga Carbide (carboneto de tungstênio) . - Liga de aço -> Menor poder de corte, utilizada para remoção de dentina cariada e para dar acabamento às cavidades. - Liga de Carbide -> Mais resistentes e com maior poder de corte, é utilizada para As brocas podem ter formatos variados e cada formato é utilizado para uma determinada finalidade. - 1 - Broca de ponta esférica: São utilizadas principalmente para remoção de tecido cariado. - 2 - Broca de ponta cilíndrica: Utilizadas para preparo cavitário das paredes circundantes. Serve para dar paralelismo às paredes circundantes da cavidade. - 3 - Broca de ponta tronco cônicas: Dão expulsividade às paredes circundantes. - 4 - Broca de ponta de cone invertido: São utilizadas para dar retenções à mais às paredes; planificar a parede pulpar. - 5 - Broca de ponta em roda: Utilizadas para dar retenção as cavidades de classe V. ● PONTAS DIAMANTADAS: Recebem esse nome por terem micro partículas de diamantes na sua superfície. São indicadas para desgaste de estrutura dentária e não para remoção de tecido cariado. E devem ser utilizadas sob intensa refrigeração para que não acumulem tecido entre os grãos abrasivos, o que diminuiria sua eficiência de desgaste e facilitaria produção de calor. Algumas pontas são para acabamento superficial em resina. Denít Pontas de granulamento fino para acabamento superficial de resinas. Os equipamentos rotatórios são levados para o autoclave após cada uso e devem ser lubrificados antes de cada ciclo de esterilização. O tipo de encaixe da peça pode ser borden ou intra e o jato de lubrificação deve ser pressionado por 2 ou 3 segundos contínuos. O spray tem que ficar sempre na vertical e o instrumento na horizontal. A lubrificação é feita tanto na parte de conexão do instrumento quanto na cabeça do mesmo. ● Leitura complementar: MONDELLI, J. Instrumentos Operatórios. In:Fundamentos da dentística Operatória. São Paulo: Santos, 2008. Cap 3, p 25-46.
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