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Maria Eduarda de Alencar – Odontologia 2019.2 Nomenclatura e Classificação das Cavidades e Princípios Gerais dos Preparos Cavitários Nomenclatura !!! Nomenclatura das Cavidades - As cavidades podem ser denominadas de acordo com o número de faces em que ocorre, faces do dente envolvidas e a forma e extensão das cavidades; → Número de Faces - Simples: Uma só face; - Composta: Duas faces; - Complexa: Três ou mais faces; → Faces do Dente Envolvidas - Cavidade Oclusal (O); - Cavidade Mesioclusal: Cavidade que se estende da face oclusal à face mesial (MO); - Cavidade Mesioclusodistal: Cavidade que se estende às faces mesial, oclusal e distal (MOD); - Cavidade Mesiooclusolingual: Cavidade que se estende às faces mesial, oclusal e lingual (MOD); → Forma e Extensão das Cavidades - Intracoronárias (Inlay): São cavidades confinadas no interior da estrutura dentária, como se fosse uma caixa aberta superiormente – sem tampa. Ex.: Classe I oclusal e classe II composta; - Extracoronárias Parciais (Onlay): São cavidades que apresentam cobertura de cúspides e/ou outras faces dos dentes; - Extracoronárias Totais (Overlay e Coroa total): São cavidades onde todas as faces, axial e oclusal/incisal do dente são envolvidas no preparo cavitário; !!! Nomenclatura das Partes Constituintes da Cavidade → Paredes - Circundantes: Paredes laterais da cavidade que recebem o nome da face do dente a qual correspondem ou estão mais próximas. Ex.: Vestibular, lingual, oclusal, cervical ou gengival; - Paredes de Fundo: Correspondem ao assoalho da cavidade e podem ser chamadas de axial, quando paralelas ao eixo longitudinal, e pulpar, quando perpendiculares ao eixo longitudinal; → Ângulos - São obtidos pela união das paredes de uma cavidade e denominados combinando-se os respectivos nomes. Classificados em ângulos diedros, triedros e cavo-superficial; - Ângulos Diedros: Segundo Black, são formados pela união de duas paredes e podem ser do primeiro grupo → formados pela junção de paredes circundantes. Ex.: Vestíbulo-distal, línguo-distal, gengivo-lingual, vestíbulo-gengival... ... Do segundo grupo → formado pela união de uma parede circundante com uma parede de fundo da cavidade. Ex.: Línguo-pulpar, disto- pulpar, vestíbulo-pulpar, línguo-pulpar, gengivo- axial... ... e do terceiro grupo → formado pela união das paredes de fundo da cavidade. Ex.: Áxio-pulpar e áxio-axial; - Ângulos Triedros: São formados pelo encontro de três paredes e denominados segundo as combinações respectivas. Ex.: Vestíbulo-áxio-gengival e línguo-áxio-gengival; OBS.: Uma exceção às regras de nomenclatura dos ângulos diedros e triedros encontra-se nas cavidades de Classe III, nas quais a junção das paredes constituintes forma os ângulos diedros e triedros incisais, não recebendo, portanto, a denominação das paredes que o formam. - Ângulo Cavo-superficial: É o ângulo formado pela junção das paredes das cavidades com a superfície externa do dente... ... O termo cavo-superficial é usado especialmente quando se deseja indicar a forma que se deve dar a esse ângulo em uma determinada porção da margem do esmalte ou do contorno da cavidade, por exemplo: “o ângulo cavo-superficial da caixa oclusal é biselado. Classificação das Cavidades - As cavidades, de modo geral, podem ser classificadas, de acordo com a finalidade, em terapêuticas e protéticas, e de acordo com a profundidade; → Finalidade - Terapêuticas: São realizadas nos casos em que a lesão cariosa, abrasão, erosão, abfração, fratura ou outras lesões dos tecidos duros dos dentes tenham comprometido a estrutura coronária parcial ou totalmente, cujo preparo é condicionado a uma restauração individual do dente, visando a reconstrução morfológica funcional e estética; - Protéticas: São as cavidades preparadas para servir como retentores ou apoio para prótese fixa e removível, podendo ser realizadas tanto em dentes afetados quanto em dentes hígidos. Quando realizadas em dentes com coroas clínicas parcial ou totalmente destruídas, não deixam de ser também terapêuticas, pois reconstroem o dente e funcionam como retentores ou apoio das próteses; → Profundidade - Segundo Mondelli, a profundidade das cavidades está relacionada com a espessura da dentina remanescente entre o seu assoalho e a polpa, na dependência do grau de penetração das lesões dentárias, o que condiciona preparos cavitários em várias profundidades; - Black propôs dois tipos de classificação: uma etiológica e outra artificial; !!! Classificação Etiológica de Black - É baseada nas áreas dos dentes mais suscetíveis à cárie, ou seja, regiões de difícil higienização, divididas conforme a localização anatômica; - Cavidades de cicatrículas e fissuras; - Cavidades de superfície lisa; !!! Classificação Artificial de Black - Cavidades reunidas em classes que requerem a mesma técnica de instrumentação e restauração; - Classe I: Cavidades preparadas em regiões de má coalescência – aderência – de esmalte → cicatrículas e fissuras na face oclusal de molares e pré-molar, 2/3 oclusais da face vestibular dos molares inferiores e na face palatina dos incisivos e caninos superiores, ocasionalmente, 2/3 da face palatina dos molares superiores; - Classe II: Cavidades preparadas nas faces proximais dos pré-molares e molares; - Classe IlI: Cavidades preparadas nas faces proximais dos incisivos e caninos, sem remoção do ângulo incisal; - Classe IV: Cavidades preparadas nas faces proximais dos incisivos e caninos, com remoção e restauração do ângulo incisal; - Classe V: Cavidades preparadas no terço gengival, não de cicatrículas, das faces vestibular e lingual de todos os dentes; OBS.: As Classes lI, IlI, IV e V ocorrem em superfícies lisas. → Classificações Complementares - Alguns autores, como Howard e Simon, acrescentaram cavidades de Classe VI à classificação de Black. Nessa classe, estariam incluídas as cavidades preparadas nas bordas incisais e nas pontas de cúspides; - Sockwell considera ainda como cavidades de Classe I aquelas preparadas em cicatrículas e fissuras incipientes – de ponto – na face vestibular dos dentes anteriores; !!! Classe I - Tipo Ponto: Pré-molares e molares – quando apenas um ponto do sulco principal foi atingido pela cárie; - Tipo Risco: Pré-molares e molares – quando apenas o sulco principal foi atingido pela cárie; - Tipo Olho de Cobra: Pré-molares inferiores – quando a lesão não atingiu as estruturas de reforço do esmalte, ponte de esmalte e cristas marginais; - Tipo Shot Gun (tiro de espingarda): Molares inferiores – mini cavidades nas superfícies oclusais dos molares; !!! Classe lI - "Slot" Vertical de Markley: Pré-molares superiores e inferiores – quando apenas a face proximal cariada é incluída na preparação, sem nenhum envolvimento da superfície oclusal; - Tipo Túnel: Pré-molares e molares – quando apenas a face proximal é envolvida, preservando a crista marginal. Princípios Gerais dos Preparos Cavitários - O preparo de cavidades, do ponto de vista terapêutico, é o tratamento biomecânico da cárie e de outras lesões dos tecidos duros do dente. Tudo isso feito de forma que as estruturas remanescentes possam receber uma restauração que as proteja, seja resistente e previna a reincidência de cárie; - Black foi o primeiro a idealizar uma sequência lógica de procedimentos para o preparo de cavidades. A finalidade de uma ordem de procedimentos é que ela sirva de guia geral, que possibilite a racionalização dos preparos cavitários por etapas inter-relacionadas, que conduzam ao fim almejado, não constitui um conjunto de regras inflexíveis; OBS.: Em algumas circunstâncias, esta ordem pode ser alterada, como no caso de cáries extensas, nas quais a remoção da dentina deve preceder às outras etapas do preparo. - Muitos dosconceitos de Black ainda são relevantes, porém, em função da evolução técnico-científica torna-se necessário adequá- los às condições atuais, mantendo os seus princípios; - A ordem geral de procedimentos no preparo de uma cavidade, de acordo com Black é: abertura – remoção de esmalte sem apoio dentinário a fim de expor o processo patológico, facilitando sua visualização e assim, permitir a instrumentação das fases subsequentes – forma de contorno – define a área de superfície do dente a ser incluída no preparo cavitário – forma de resistência – define a área de superfície do dente a ser incluída no preparo cavitário – forma de retenção – forma dada à cavidade para torná- la capaz de reter a restauração, evitando o seu deslocamento – forma de conveniência – etapa que visa possibilitar a instrumentação adequada da cavidade e a inserção do material restaurador – remoção da dentina cariada remanescente – procedimento para remover toda a dentina cariada que permaneça após as fases prévias do preparo – acabamento das paredes e margens de esmalte – remoção dos prismas de esmalte fragilizados pelo alisamento das paredes internas de esmalte da cavidade, ou acabamento adequado do ângulo cavossuperficial – e limpeza da cavidade – nessa etapa é feita a remoção de partículas remanescentes das paredes da cavidade, possibilitando a colocação do material restaurador em uma cavidade limpa; → Abertura - Existem situações em que a cavidade já se encontra totalmente aberta, restando apenas executar as demais etapas. A execução da abertura é feita com instrumentos rotatórios em alta velocidade, com diferentes formatos e tamanhos que irão variar de acordo com vários fatores; - Dentre esses fatores está → o dente que será trabalhado, o tamanho da lesão e o material restaurador selecionado. Ex.: Em dentes posteriores que receberão uma restauração de amálgama, instrumentos para abertura poderão ser: pontas diamantadas ou fresas carbide cilíndricas ou em forma de pêra, em diferentes tamanhos; → Forma de Contorno - É a etapa do preparo cavitário que consiste em determinar seu formato, os limites ou o desenho da cavidade; - A forma da cavidade irá variar de acordo com vários fatores que devem ser previamente avaliados, como: anatomia do dente, extensão da lesão, oclusão com o dente antagonista, risco de cárie do paciente e tipo de material restaurador selecionado. - Os conceitos de forma de contorno formulados por Black, no início do século, levaram em consideração mais as questões mecânicas do que as biológicas. Assim, a estrutura dental não era devidamente valorizada e preservada como é atualmente, porém, alguns princípios básicos podem ainda ser considerados: Todo esmalte sem suporte dentinário deve ser removido ou, quando não friável, apoiado sobre um material adesivo calçador – resina composta ou CIV – o ângulo cavossuperficial do preparo deve localizar-se em uma área de relativa resistência à cárie e que possibilite um acabamento das bordas da restauração, devem ser observadas as diferenças de procedimentos operatórios entre cavidades de cicatrículas e fissuras e cavidades de superfície lisa; !!! Cavidades de Cicatrículas e Fissuras - Extensão da Cárie: A forma de contorno deve englobar tanto a extensão superficial da cárie quanto a sua propagação ao longo da junção amelodentinária; - Extensão de Conveniência: A forma de contorno deve englobar todas as cicatrículas, fissuras e sulcos muito profundos e próximos à cárie para permitir um bom acabamento das bordas da restauração, sendo assim, ela variará conforme os detalhes anatômicos de cada dente; - Idade do Paciente: Em pacientes idosos, nos quais as faces triturantes dos dentes apresentam desgaste oclusal funcional acentuado e os sulcos tenham praticamente desaparecido, a forma de contorno deve se limitar à remoção do tecido cariado e à determinação de paredes em dentina e esmalte hígidos; !!! Cavidades de Superfícies Lisas - O processo carioso nessas superfícies propaga- se mais em extensão do que em profundidade; - A cárie nesses casos deve ser totalmente incluída no delineamento do contorno, o ângulo cavossuperficial da cavidade deve ser estendido até que se encontre uma estrutura dental sadia e o preparo possibilite um bom acabamento da margem da restauração e o esmalte remanescente deve estar idealmente suportado por dentina sadia; - Além dessas considerações, outros fatores influenciam na determinação da forma de contorno dessas superfícies: 1° Extensão para Gengival: Do ponto de vista clínico, a extensão ideal da parede gengival dos preparas cavitários seria aquela que pudesse ser determinada o mais distante possível do tecido gengival, o que facilitaria todos os procedimentos operatórios. Todavia, essa situação ideal não é atingida em todos os casos, uma vez que a extensão no sentido gengival é governada por uma série de fatores → cáries e outros tipos de lesões – em função da extensão da cárie e de outros tipos de lesões, a parede gengival da cavidade pode localizar-se supragengivalmente, ao nível da gengiva ou subgengivalmente. Geralmente nos pacientes jovens ela se localiza subgengivalmente, pois a papila gengival preenche quase todo o espaço interproximal, nos pacientes adultos, localiza-se ao nível ou ligeiramente abaixo da gengiva marginal e nos pacientes idosos onde a retração fisiológica gengival é mais pronunciada, a margem gengival localiza-se supragengivalmente – estética e retenção; 2° Extensão para Vestibular e Lingual: Quando a cárie for incipiente, após a sua remoção as terminações vestibular e lingual da cavidade devem ser estendidas em direção às respectivas faces, até que fiquem livres de contato com o dente vizinho. Esse procedimento visa fundamentalmente assegurar o acabamento da cavidade e restauração mais fáceis de serem executados, além de favorecer a higienização da interface dente-restauração. Em alguns casos, a ausência de um dente ou a má posição dentária criam uma relação de contato anormal, isso exige extensões atípicas de paredes proximais; !!! Resinas compostas e CIV - Para os materiais semipermanentes ou temporários, por apresentarem características adesivas, as formas de contorno interna e a externa devem limitar-se à remoção da cárie e à conformação das paredes cavitárias, de acordo com a extensão da lesão. Sendo assim, a cavidade deverá ser a mais conservadora possível; → Forma de Resistência - A forma de resistência baseia-se em princípios mecânicos, pois os movimentos mandibulares dão origem a forças que podem provocar a fratura das paredes cavitárias ou do material restaurador; - De acordo com os conceitos clássicos, as paredes circundantes da caixa oclusal para o material restaurador amálgama, devem ser paralelas entre si e perpendiculares a parede pulpar – deve ser plana e horizontal... ... no caso de dentes com acentuado grau de inclinação das vertentes de cúspides, deve-se confeccionar paredes circundantes de modo que fiquem convergentes para oclusal, a fim de permitir um maior volume de borda para a restauração, as paredes pulpar e gengival devem ser planas, paralelas entre si e perpendiculares ao eixo longitudinal do dente e o ângulo cavossuperficial ideal das cavidades para amálgama deve ser de 90°, para compensar a baixa resistência de borda desse material – porém, nem sempre a estrutura dentária permite essa angulação, sem que os prismas de esmalte marginais das vertentes de cúspides fiquem fragilizados, nesse caso são aceitáveis margens com pelo menos 70°; - Deve-se manter as cúspides proximais ao preparo, contornando-as sem invadir as vertentes e preservar as estruturas de reforço, como cristas marginais e pontes de esmalte. As paredes proximais – mesial e distal – devem possuir uma ligeira divergência para a oclusal, acompanhando os prismas de esmalte; - As paredes vestibular e lingualda caixa proximal, em cavidades para amálgama, devem ser convergentes para oclusal, pois, além de oferecerem uma forma auto-retentiva à caixa proximal, elas devem formar um ângulo de 90° com a superfície externa do dente, de maneira a acompanhar a orientação dos prismas de esmalte; - A profundidade da cavidade deve ser adequada de modo a permitir uma espessura mínima de material, suficiente para sua resistência. Se tal princípio não for seguido, poderá haver fratura do corpo da restauração; - Como se percebe, a forma de resistência também está diretamente relacionada com a própria resistência do material restaurador, materiais frágeis nas bordas, como o amálgama, exigem restaurações mais espessas, que não permitem acabamento marginal em forma de bisel e sim paredes terminando em ângulo reto com a superfície externa do dente; OBS.: Deve-se dar atenção à obtenção da forma de resistência dos dentes despolpados, em virtude de a estrutura dental remanescente apresentar-se enfraquecida e/ou quebradiça. Assim, as cúspides devem ser reduzidas pelo preparo da cavidade e cobertas com material restaurador adequado e o ângulo áxio-pulpar deverá ser arredondado, para diminuir a concentração de esforços capazes de provocar a fratura do material restaurador. → Forma de Retenção - A forma de retenção é conseguida mecanicamente pela configuração interna da cavidade – inclinação das paredes – por retenções adicionais – sulcos, orifícios, canaletas, pinos metálicos – e pelo atrito friccional do material restaurador com as paredes da cavidade, além de adesão micromecânica proporcionada pelos sistemas e materiais adesivos; - A finalidade da forma de retenção é evitar o deslocamento da restauração → por ação das forças mastigatórias, tração por alimentos pegajosos e por diferença do coeficiente de expansão térmica entre o material restaurador e a estrutura dentária, especialmente nos casos das resinas restauradoras; - O amálgama convencional não se adere a cavidade por conta própria, por isso, é preciso fazer um preparo retentivo para ele. Os tipos de retenção incluem: retenção por atrito do material restaurador, retenções mecânicas adicionais, como cauda de andorinha, sulcos, canaletas, orifícios e pinos metálicos e retenções micromecânicas, pelo condicionamento ácido do esmalte e da dentina; - A abordagem para obter formas de retenção adequadas difere conforme o tipo de cavidade a ser preparada e o sistema: !!! Cavidade Simples - Existem preparos auto-retentivos, onde a profundidade do preparo é maior que a largura. Mas existem preparos onde a largura é maior que a profundidade – cavidade não retentiva – nesses casos é necessário realizar retenções adicionais na base das cúspides; !!! Cavidade Compostas e Complexas - Cauda de Andorinha Oclusal e Sulcos Proximais: A cauda de andorinha representada pela caixa oclusal auxilia a retenção de restaurações de cavidade próximo-oclusais; - Inclinação das Paredes Vestibular e Lingual da Caixa Proximal: Quando o material restaurador for de inserção direta – amálgama e resina composta – essas paredes podem ser convergentes para oclusal; - Sulcos Proximais: Confeccionado à custa das paredes vestibular e lingual da caixa proximal, com o objetivo de se evitar o deslocamento lateral da restauração quando da incidência de uma carga oclusal; - Pinos Metálicos: Ancora-se pinos em dentina; - Dupla Inclinação Da Parede Cervical: Usada para aumentar a retenção de restaurações metálicas fundidas tipo MOD; → Forma de Conveniência - Compreende todo e qualquer procedimento que permita a perfeita inserção do material restaurador e finalização da restauração. Esse ato operatório depende das propriedades do material restaurador, dos métodos empregados para a confecção da restauração e da localização e extensão da lesão; - Artifícios de técnica podem ser utilizados para facilitar o procedimento, como fazer isolamento do campo operatório, utilizar afastadores e sistemas de matrizes, além de formas de preparação da cavidade para recebimento do material restaurador, como a confecção da parede pulpar inclinada de vestibular para lingual, em pré-molares inferiores, e da parede axial convexa, em preparos de Classe V; → Remoção da Dentina Cariada - Quando a cárie é incipiente – está no estágio inicial – a remoção da dentina cariada é concomitante com as outras fases do preparo cavitário. No entanto, se permanecer cárie após as fases prévias, somente a porção cariada deve ser removida, o que ocasionará uma depressão no assoalho cavitário. Essa depressão deverá ser preenchida com uma base protetora adequada até atingir o nível da parede de fundo, possibilitando uma distribuição uniforme das forças que incidem sobre a restauração; - Por outro lado, quando a cárie for extensa e profunda, a remoção poderá ser feita antes da delimitação da forma de contorno externa; - A progressão da cárie em dentina é caracterizada por duas áreas: !!! Área de Dentina Profunda Afetada: Área de dentina desmineralizada, mas não infectada, sem presença de microrganismos. Essa dentina pode ser preservada e protegida no ato operatório; !!! Área da Dentina Infectada: É a dentina mais superficial e significantemente invadida por microrganismos e que deve ser removida; → Acabamento das Paredes e Margens de Esmalte - A finalidade do acabamento das paredes e margens de esmalte é promover à remoção das suas irregularidades e prismas de esmalte sem suporte, friáveis e fragilizados deixados pela instrumentação inicial, de forma a proporcionar a melhor adaptação marginal possível entre o material restaurador e a estrutura dental; - As paredes internas de esmalte são alisadas e o ângulo cavossuperficial recebe um tratamento de acordo com o material restaurador a ser empregado, poderá ser biselado ou vivo, porém, deverá ser sempre nítido, liso e uniforme; - Esse acabamento pode ser realizado com instrumentos manuais cortantes ou instrumentos rotatórios; → Limpeza da Cavidade - Antes de ser restaurada, a cavidade precisa estar limpa e seca. Para isso, é necessária descontaminação da cavidade; - O procedimento usual para se efetuar a limpeza da cavidade é o emprego de jatos de água e de ar, para livrá-la de partículas remanescentes do preparo, muito embora esse procedimento só remova as partículas maiores; - Vários agentes para a limpeza cavitária, como hipoclorito de sódio, água oxigenada, clorexidina e água de hidróxido de cálcio, têm sido utilizados. Dentre esses, a solução de hidróxido de cálcio é a que mais satisfaz os requisitos como agente de limpeza, principalmente pelo aspecto de compatibilidade biológica.
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