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LIVRO_DE_DIREITO_TRIBUTARIO_FINAL

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OABNAMEDIDA.COM.BR
DIREITO 
TRIBUTÁRIO
APOSTILA 
INTEGRADA 
COM O APP!
XXXII 
EXAME
INCLUI:
• Quadros de ATENÇÃO
• Tabelas Comparativas
• Esquemas Didáticos
• Referências a temas cobrados 
em provas anteriores
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Alteração Legislativa Atenção Exemplo
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SUMÁRIO 
1. TRIBUTOS 
1.1. CONCEITO DE TRIBUTO 
1.2. ESPÉCIES DE TRIBUTOS 
1.2.1 IMPOSTOS 
1.2.2 TAXA
1.2.3 CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA 
1.2.4 EMPRÉSTIMO COMPULSÓRIO 
1.2.5 CONTRIBUIÇÕES ESPECIAIS 
1.2.5.1 CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS 
1.2.5.2 CONTRIBUIÇÕES DE INTERVENÇÃO NO DOMÍNIO ECONÔMICO (CIDE)
1.2.5.3 CONTRIBUIÇÕES DE INTERESSES DE CATEGORIAS PROFISSIONAIS OU 
ECONÔMICAS (CONTRIBUIÇÕES PROFISSIONAIS OU CORPORATIVAS)
1.2.5.4 CONTRIBUIÇÃO PARA O CUSTEIO DO SERVIÇO DE ILUMINAÇÃO PÚBLICA 
(CIP ou COSIP) 
2. COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA 
2.1. CONSIDERAÇÕES GERAIS
2.2. CLASSIFICAÇÃO DAS COMPETÊNCIAS 
2.2.1 COMPETÊNCIA PRIVATIVA 
2.2.2 COMPETÊNCIA CUMULATIVA
2.2.3 COMPETÊNCIA RESIDUAL 
2.2.4 COMPETÊNCIA COMUM 
2.2.5 COMPETÊNCIA ESPECIAL 
2.2.6 COMPETÊNCIA EXTRAORDINÁRIA 
3. SIMPLES NACIONAL 
4. REPARTIÇÃO DAS RECEITAS TRIBUTÁRIAS 
5. LIMITAÇÕES CONSTITUCIONAIS AO PODER DE TRIBUTAR 
5.1. PRINCÍPIOS DO DIREITO TRIBUTÁRIO 
5.1.1 PRINCÍPIO DA LEGALIDADE
5.1.2 PRINCÍPIO DA IGUALDADE OU ISONOMIA 
5.1.3 PRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE 
5.1.4 PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE 
5.1.5 PRINCÍPIO DA VEDAÇÃO DO TRIBUTO COM EFEITO CONFISCATÓRIO 
5.1.6 PRINCÍPIO DA LIBERDADE DE TRÁFEGO DE BENS E PESSOAS 
5.1.7 PRINCÍPIO DA UNIFORMIDADE GEOGRÁFICA 
5.1.8 PRINCÍPIO DA VEDAÇÃO AO BIS IN IDEM 
5.2. IMUNIDADES TRIBUTÁRIAS 
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5.2.1 IMUNIDADE RECÍPROCA 
5.2.2 IMUNIDADES PARA TEMPLOS DE QUALQUER CULTO
5.2.3 IMUNIDADES PARA PARTIDOS POLÍTICOS, ENTIDADES SINDICAIS DE 
TRABALHADORES, INSTITUIÇÕES DE EDUCAÇÃO E ENTIDADES DE ASSISTÊNCIA SINDICAL. 
5.2.4 IMUNIDADES DE LIVROS, JORNAIS, PERIÓDICOS E O PAPEL DESTINADO A SUA 
IMPRESSÃO. 
5.2.5 IMUNIDADE MUSICAL
5.2.6 OUTRAS IMUNIDADES 
6. LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA 
6.1. FONTES FORMAIS DO DIREITO TRIBUTÁRIO 
6.1.1 LEI ORDINÁRIA 
6.1.2 LEI COMPLEMENTAR 
6.1.3 MEDIDA PROVISÓRIA 
6.1.4 TRATADOS E CONVENÇÕES INTERNACIONAIS 
6.1.5 RESOLUÇÕES DO SENADO 
6.1.6 DECRETOS 
6.1.7 NORMAS COMPLEMENTARES 
6.2. VIGÊNCIA 
6.3. APLICAÇÃO 
6.4. INTERPRETAÇÃO 
6.5. INTEGRAÇÃO 
7. OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA
7.1. FATO GERADOR 
7.2. SUJEITOS DA OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA 
7.2.1 SUJEITO ATIVO E PASSIVO 
7.2.2 SOLIDARIEDADE 
7.2.3 CAPACIDADE TRIBUTÁRIA 
7.3. DOMICÍLIO TRIBUTÁRIO 
8. RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA 
8.1. RESPONSABILIDADE POR SUBSTITUIÇÃO
8.2. RESPONSABILIDADE POR TRANSFERÊNCIA
8.2.1 RESPONSABILIDADE DOS SUCESSORES 
8.2.2 RESPONSABILIDADE DE TERCEIROS 
8.2.3 RESPONSABILIDADE POR INFRAÇÕES 
9. CRÉDITO TRIBUTÁRIO 
9.1. DEFINIÇÃO 
9.2. LANÇAMENTO 
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9.2.1 DEFINIÇÃO 
9.2.2 LEGISLAÇÃO APLICÁVEL AO LANÇAMENTO 
9.2.3 MODALIDADES DE LANÇAMENTO 
9.3. SUSPENSÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO 
9.4. EXTINÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO 
9.5. EXCLUSÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO 
9.5.1 ISENÇÃO
9.5.2 ANISTIA 
9.6. GARANTIAS E PRIVILÉGIOS DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO 
9.6.1. GARANTIAS 
9.6.2. PRIVILÉGIOS 
10. ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA 
10.1. FISCALIZAÇÃO
10.2. DÍVIDA ATIVA 
10.3. CERTIDÕES NEGATIVAS
11. IMPOSTOS EM ESPÉCIE
11.1. IMPOSTOS FEDERAIS 
11.1.1 IMPOSTO SOBRE A IMPORTAÇÃO (II) 
11.1.2 IMPOSTO SOBRE A EXPORTAÇÃO (IE) 
11.1.3 IMPOSTO DE RENDA (IR) 
11.1.4 IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS (IPI) 
11.1.5 IMPOSTO SOBRE OPERAÇÃO FINANCEIRA (IOF) 
11.1.6 IMPOSTO TERRITORIAL RURAL (ITR) 
11.2. IMPOSTOS ESTADUAIS 
11.2.1 IMPOSTO SOBRE TRANSMISSÃO CAUSA MORTIS E DOAÇÃO (ITCMD)
11.2.2 ICMS 
11.2.3 IMPOSTO SOBRE PROPRIEDADE DE VEÍCULOS AUTOMOTORES (IPVA) 
11.3. IMPOSTOS MUNICIPAIS 
11.3.1 IMPOSTO SOBRE PROPRIEDADE PREDIAL E TERRITORIAL URBANA (IPTU) 
11.3.2 IMPOSTO SOBRE TRANSMISSÃO INTER VIVOS (ITBI) 
11.3.3 IMPOSTO SOBRE SERVIÇOS DE QUALQUER NATUREZA (ISS)
11.4. CLASSIFICAÇÃO DOS IMPOSTOS 
12. EXECUÇÃO FISCAL
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1. TRIBUTO 
1.1. CONCEITO DE TRIBUTO 
Art. 3º do CTN - Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo 
valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e 
cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada.
A partir da definição do art. 3 do CTN, vejamos as principais característicos do Tributo: 
• Prestação pecuniária compulsória: a relação tributária é formada por um credor 
(sujeito ativo) e um devedor (sujeito passivo), onde este tem obrigação de entregar 
dinheiro àquele. O art. 162 do CTN prevê diversas formas de pagamento do tributo, 
como cheque e vale postal, mas isso não lhe retira a natureza pecuniária, já que essas 
formas possuem correspondência em dinheiro. 
O conceito de moeda previsto no art. 3º do CTN se refere à moeda corrente nacional, 
sendo vedado o pagamento de tributo em moeda estrangeira.
• Não constitua sanção de ato ilícito: a obrigação de pagar tributo deriva 
obrigatoriamente de uma fato lícito previsto em lei, não podendo o tributo ser cobrado 
como uma punição pela prática de um ato ilícito. Deve-se ressaltar, entretanto, que, 
para o Direito Tributário, basta que o fato gerador seja lícito, pouco importando a 
licitude do comportamento do sujeito passivo antes de realizar o fato gerador 
(princípio do non olet). 
Não é possível a lei exigir determinado tributo em razão da prática de um crime, já 
que o fato gerador (praticar um crime) é ilícito. Entretanto, pode a lei instituir como 
fato gerador “auferir renda” (fato gerador lícito), sendo, nesse caso, irrelevante 
como o agente conseguiu ganhar dinheiro, mesmo que ele tenha sido auferido 
mediante a prática de crime, já que, para o Direito Tributário, o dinheiro não tem 
cheiro (princípio do “non olet”). 
• Instituído em lei: como regra geral, os elementos essenciais dos tributos (fato 
gerador, sujeito passivo, base de cálculo e alíquota) somente podem ser instituídos 
mediante lei, enquanto que os elementos secundários (preenchimento de guias, 
forma de recolhimento, etc.), podem ser tratados por normas infralegais, desde que 
observados os limites da lei. Trata-se da aplicação do princípio da legalidade, que será 
estudado posteriormente. 
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• Cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada: a cobrança 
tributária não é uma opção, mas sim um dever por parte da Administração Púbica, 
sendo vedado qualquer tipo de análise de conveniência e oportunidade pela autoridade 
fiscal. Assim, havendo o fato gerador, o fisco deverá realizar o lançamento tributário 
(art. 142 do CTN) e, não havendo o pagamento do tributo, o crédito será inscrito 
como dívida ativa e cobrado judicialmente.
• Súmula 70 do STF - É inadmissível a interdição de estabelecimento como meio 
coercitivo para cobrança de tributo.
• Súmula 323 do STF - É inadmissível a apreensão de mercadorias como meio 
coercitivo para pagamento de tributos
1.2. ESPÉCIES DE TRIBUTO 
Existem basicamente duas teorias a respeito das espécies tributárias: a) teoria tripartite, 
baseada sobretudo no art. 5 do CTN, que considera a existência de apenas três espécies tributárias 
(impostos, taxas e contribuiçõesde melhoria) e b) teoria quíntupla (ou pentapartida) que, baseada 
principalmente na Constituição Federal, considera a existência de 5 espécies de tributos, a saber: I) 
impostos, II) taxas, III) contribuições de melhoria, IV) empréstimos compulsórios e V) contribuições 
especiais. 
Para a prova da OAB/FGV, consideramos mais adequada a adoção da teoria pentapartida. 
IMPOSTOS TAXAS 
C. DE 
MELHORIA 
EMP. COMPUL. C. ESPECIAIS 
TRIBUTO
1.2.1. IMPOSTOS 
Art. 16 do CTN. Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação 
independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte.
Art. 145 da CF/88
(...) 
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§ 1º Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados 
segundo a capacidade econômica do contribuinte, facultado à administração tributária, 
especialmente para conferir efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os 
direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades 
econômicas do contribuinte.
Art. 167 da CF/88. São vedados:
(...)
IV - a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, ressalvadas a 
repartição do produto da arrecadação dos impostos a que se referem os arts. 158 e 159, 
a destinação de recursos para as ações e serviços públicos de saúde, para manutenção e 
desenvolvimento do ensino e para realização de atividades da administração tributária, 
como determinado, respectivamente, pelos arts. 198, § 2º, 212 e 37, XXII, e a prestação 
de garantias às operações de crédito por antecipação de receita, previstas no art. 165, § 
8º, bem como o disposto no § 4º deste artigo;
O imposto é a espécie de tributo cujo fato gerador é uma situação totalmente desvinculada de 
qualquer atividade estatal específica, por isso, o imposto é considerado um tributo não vinculado.
Assim, o fato gerador de um imposto não pode estar relacionado a qualquer atividade prestada 
pelo Estado, como limpeza urbana, segurança, saneamento básico, etc., devendo se relacionar à 
própria atividade do contribuinte, como auferir renda (IR), transferir um bem (ITCMD, ITBI), ser 
proprietário de alguma coisa (IPTU, IPVA, ITR), etc. 
O § 1º do art. 145 da CF/88, por sua vez, determina que os impostos terão caráter pessoal, ou 
seja, sempre que possível devem observar as características do contribuinte (o IR, por exemplo, 
leva em consideração o número de dependentes do contribuinte, para a fixação do valor devido), 
além do que devem ser graduados de acordo com a capacidade econômica do sujeito passivo 
(princípio da capacidade contributiva), isto é, devem ter alíquotas progressivas de acordo com o 
poder econômico do contribuinte (as alíquotas do IR, por exemplo, aumentam de acordo com o 
valor da renda auferida). 
Importante destacar que a receita obtida com a arrecadação dos impostos deve ser destinada para 
custear as despesas públicas gerais, como educação, segurança pública, limpeza, etc, sendo vedada a 
vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, conforme art. 167, IV, da CF/88. 
Ressalta-se, ainda, que a própria Constituição Federal prevê a lista dos impostos federais, 
estaduais e municipais: 
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IMPOSTOS FEDERAIS IMPOSTOS ESTADUAIS IMP. MUNICIPAIS 
1 - Imposto de Importação (II)
2 - Imposto de Exportação (IE)
3 - Imposto de Renda (IR)
4 - Imposto sobre Produtos 
Industrializados (IPI)
5 - Imposto sobre operações 
de crédito, câmbio e seguro, ou 
relativas a títulos ou valores 
mobiliários (IOF) 
6 – Imposto sobre 
Propriedade Territorial Rural 
(ITR)
7 - Imposto Sobre Grandes 
Fortunas (IGF) 
8 - Impostos Residuais 
9 - Imposto Extraordinário de 
Guerra (IGR) 
1 - Imposto sobre 
transmissão causa mortis e 
doação, de quaisquer bens ou 
direitos (ITCMD)
2- Imposto sobre operações 
relativas à circulação de 
mercadorias e sobre prestações 
de serviços de transporte 
interestadual e intermunicipal e 
de comunicação (ICMS) 
3- Imposto sobre propriedade 
de veículos automotores (IPVA)
1- Imposto sobre 
propriedade predial e 
territorial urbana (IPTU)
2 - Imposto de 
transmissão “inter vivos”, 
a qualquer título, por ato 
oneroso, de bens imóveis, 
por natureza ou acessão 
física, e de direitos reais 
sobre imóveis, exceto os 
de garantia, bem como 
cessão de direitos a sua 
aquisição (ITBI)
3 - Imposto sobre 
serviços de qualquer 
natureza (ISS)
Os impostos acima citados, como regra geral, são criados por meio de lei ordinária, ressalvados 
os casos do imposto sobre grande fortuna (IGF) e os impostos residuais (art. 154, I, da CF/88), que 
são criados por meio de lei complementar. 
1.2.2. TAXA
Art. 145 da CF/88. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão 
instituir os seguintes tributos:
(...)
II - taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, 
de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua 
disposição;
Art. 77 do CTN. As taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou 
pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, têm como fato gerador o 
exercício regular do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço 
público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição.
Parágrafo único. A taxa não pode ter base de cálculo ou fato gerador idênticos aos que 
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correspondam a imposto nem ser calculada em função do capital das empresas
 As taxas são espécies de tributo diretamente relacionadas à atuação da Administração Pública 
(tributo vinculado), podendo ser criadas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal e pelos 
Municípios, em duas hipóteses: 
• Taxa de polícia ou de fiscalização (art. 78 do CTN): o fato gerador decorre do exercício 
regular do poder de polícia pela Administração Pública, ou seja, corresponde ao poder que a 
administração pública tem de limitar, disciplinar e fiscalizar as atividades dos particulares. 
São exemplos de taxas os valores cobrados para obtenção da licença de pesca e de 
alvará de funcionamento de certos estabelecimentos.
Para que a cobrança de taxa seja lícita, o parágrafo único do art. 78 do CTN exige que 
o poder de polícia seja exercido por órgão competente nos limites da lei aplicável, 
com observância do processo legal e, tratando-se de atividade que a lei tenha como 
discricionária, sem abuso ou desvio de poder. O Supremo Tribunal Federal, por sua 
vez, considera regular o exercício do poder de polícia quando desempenhado por 
órgão devidamente estruturado e em efetivo funcionamento, ainda que a fiscalização 
não tenha sido realizada individualmente para cada sujeito passivo. 
Com base nessas premissas, o STF já considerou válida as seguintes taxas: taxa de 
alvará, taxa de fiscalização de anúncios, taxa de fiscalização dos mercados de títulos e 
valores mobiliários pela CVM, taxa de fiscalização de Cartórios Extrajudiciais, etc. 
Súmula n. 665 do STF - É constitucional a taxa de fiscalização 
dos mercados de títulos e valores mobiliários instituída pela Lei 
7.940/1989.
• Taxa de serviço (art. 79 do CTN): o fato gerador é a utilização efetiva ou potencial 
de serviço público específico e divisível prestado ao contribuinte ou posto a sua 
disposição. O serviço público, portanto, deve ser específico, isto é, de natureza 
precisamente estipulada (o contribuinte sabe para qual serviço a taxa está sendo 
recolhida) e ainda divisível (uti singuli), ou seja, passível de gozo individualizado por 
cada contribuinte TEMA COBRADO NOS EXAMESIX E XXVI DA OAB/FGV.
Além disso, para a cobrança da taxa, a utilização do serviço deve ser efetiva (de fato usufruída) 
ou ao menos potencial, ou seja, o serviço é obrigatório e colocado à disposição do contribuinte, 
mesmo que ele não venha a utilizá-lo, como no caso da taxa de coleta de lixo, considerada 
constitucional pelo STF. 
O proprietário de um apartamento fechado deverá pagar taxa de coleta domiciliar 
de lixo, já que o serviço é potencial. Assim, mesmo que não haja ninguém morando 
no apartamento, a taxa é devida porque o serviço é específico, divisível e colocado à 
disposição do contribuinte (potencial). 
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• O STF considera que as custas judiciais e os emolumentos cartorários têm 
natureza jurídica de taxa de serviço TEMA COBRADO NO XVII EXAME DA OAB/
FGV.
• A taxa cobrada exclusivamente em razão dos serviços públicos de coleta, remoção 
e tratamento ou destinação de lixo ou resíduos provenientes de imóveis não viola o 
artigo 145, II, da Constituição Federal, conforme Súmula Vinculante n. 19 TEMA 
COBRADO NOS EXAMES XIII E XXII EXAME DA OAB/FGV . 
• O serviço de iluminação pública não pode ser remunerado mediante taxa, conforme 
Súmula Vinculante n. 41. 
NÃO PODE COBRAR TAXA PODE COBRAR TAXA 
Serviço de Iluminação 
Segurança Pública 
Limpeza pública (varrição de ruas, 
desentupimento de bueiros, etc.). 
Coleta domiciliar de lixo
Outro ponto relevante a ser tratado diz respeito à base de cálculo das taxas, já que o § 2º 
do art. 145 da CF/88 e o parágrafo único do art. 77 do CTN vedam que as taxas tenham base de 
cálculo própria de impostos.
Art. 145 da CF/88 
(...) 
§ 2º As taxas não poderão ter base de cálculo própria de impostos.
Art. 77 do CTN 
Parágrafo único: A taxa não pode ter base de cálculo ou fato gerador idênticos aos que 
correspondam a imposto nem ser calculada em função do capital das empresas.
A vedação ocorre porque impostos e taxas são tributos totalmente diferentes, já que aqueles 
não são vinculados à atividade estatal e estas são, de modo que não é razoável estipular a mesma 
base de cálculo dos impostos, que leva em consideração as características pessoais do contribuinte, 
para as taxas, que estão relacionadas a atividades prestadas pela Administração Pública. 
Com base nesse raciocínio, o STF editou a Súmula n. 595: “É inconstitucional a taxa municipal de 
conservação de estradas de rodagem cuja base de cálculo seja idêntica à do imposto territorial rural”.
Entretanto, deve-se ressaltar que, ao analisar a possibilidade de cobrança de taxa de coleta de 
lixo com base na metragem do imóvel, o Supremo Tribunal Federal sedimentou posicionamento no 
sentido de que é possível a utilização de um ou mais elementos da base de cálculo de determinado 
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imposto para taxa, sendo vedada apenas a integral identidade entre uma base de cálculo e outra, 
conforme Súmula Vinculante n. 29. 
Súmula Vinculante 29: É constitucional a adoção, no cálculo do valor de taxa, de um ou 
mais elementos da base de cálculo própria de determinado imposto, desde que não haja 
integral identidade entre uma base e outra.
Assim, a jurisprudência majoritária considerou válida a adoção do critério da metragem do 
imóvel para a fixação da taxa de coleta de lixo, sob o argumento de que se utilizou apenas um 
elemento da base de cálculo do IPTU e que esse critério respeitaria a proporcionalidade, já que é 
razoável se presumir que, quanto maior o imóvel, maior será o lixo a ser recolhido. 
TAXA VERSUS TARIFA 
Taxa e tarifa não se confundem. Conforme estudado acima, as taxas derivam do exercício do 
poder de polícia ou da prestação de serviço público e são compulsoriamente cobradas por força 
de lei. Já as tarifas decorrem da atuação do Estado ou de terceiros, como concessionárias de 
serviço público, no desempenho de atividade econômica, sendo o seu pagamento facultativo, 
já que prevalece a autonomia do particular em contratar o serviço (tarifa postal, de transportes, 
telefônica, de gás, de fornecimento de água, de energia, etc.). 
TAXA TARIFA 
Tributo
Regime Jurídico de Direito Público 
Pagamento compulsório 
Exigida apenas por pessoa jurídica de 
Direito Público 
O serviço pode ser potencial 
Não é tributo 
Regime Jurídico de Direito Privado 
Pagamento facultativo 
Pode ser exigida por pessoa jurídica de 
Direito Público ou Privado. 
Serviço deve ser efetivo 
1.2.3. CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA
Art. 145 da CF/88. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão 
instituir os seguintes tributos:
(...)
III - contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas.
Art. 81 do CTN - A contribuição de melhoria cobrada pela União, pelos Estados, pelo 
Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, é 
instituída para fazer face ao custo de obras públicas de que decorra valorização 
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imobiliária, tendo como limite total a despesa realizada e como limite individual o 
acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado.
O fato gerador da contribuição de melhoria, portanto, é a valorização do imóvel em decorrência 
de obra pública. Trata-se de tributo também vinculado a uma atividade estatal (obra pública), mas 
vinculado indiretamente, já que, além da obra pública, deve haver a valorização do imóvel.
O valor cobrado a título de contribuição de melhoria possui dois limites TEMA COBRADO NO 
XXII EXAME DA OAB/FGV: 
Limite Global: não pode ser arrecadado um valor global superior ao limite da obra (Exemplo: 
Se a obra pública custou R$ 2.000.000,00 (dois milhões), o valor total arrecadado dos imóveis 
em razão da valorização não poderá ser superior a esse montante) 
Limite individual: corresponde à valorização do imóvel do contribuinte (Exemplo: se o imóvel 
de determinado contribuinte teve uma valorização de R$ 10.000,00 (dez mil reais) em razão 
da construção de uma obra pública, esse contribuinte não pode ser obrigado a pagar uma 
contribuição de melhoria superior a esse montante). 
1.2.4. EMPRÉSTIMO COMPULSÓRIO 
Art. 148 da CF/88. A União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos 
compulsórios:
I - para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de 
guerra externa ou sua iminência;
II - no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional, 
observado o disposto no art. 150, III, “b” (Princípio da anterioridade).
Parágrafo único. A aplicação dos recursos provenientes de empréstimo compulsório 
será vinculada à despesa que fundamentou sua instituição.
Art. 15 do CTN. Somente a União, nos seguintes casos excepcionais, pode instituir 
empréstimos compulsórios:
(...)
Parágrafo único. A lei fixará obrigatoriamente o prazo do empréstimo e as condições de 
seu resgate, observando, no que for aplicável, o disposto nesta Lei.
Os incisos I, II, e III do art. 15 do CTN, que traziam outras hipóteses a justificar a criação de 
empréstimos compulsórios, foram derrogados pelo art. 148 da CF/88, permanecendo 
em vigor apenas o disposto no seu parágrafo único.
O empréstimo compulsório, portanto, é tributo transitório de competência exclusiva da União, 
podendo ser criado apenas mediante lei complementar nas hipóteses expressamente previstas 
no art. 148 da CF/88 TEMA COBRADO NOS EXAMES VII, XIII E XXIX DA OAB/FGV: 
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1) Despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública (terremoto,enchentes, incêndios, desabamentos, etc.), de guerra externa ou sua iminência. Nesse 
caso, em razão da urgência na aplicação dos recursos, não há necessidade de se 
observar o princípio da anterioridade anual e nonagesimal.
Empréstimo compulsório “X” criado em 10 de dezembro de 2017 para atender despesas 
extraordinárias decorrentes de uma calamidade pública. O tributo poderá ter exigência 
imediata, a partir do dia 11 de dezembro de 2017. 
2) Investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional 
(investimento para atender interesse regional ou de um Estado não justifica a criação 
de empréstimo compulsório). Nesse caso, por expressa previsão constitucional, deve-
se observar o princípio da anterioridade anual e nonagesimal. 
Empréstimo compulsório “Z” criado em 10 de dezembro de 2017 para atender investimento 
público de caráter urgente e de relevante interesse nacional. O tributo não terá exigência 
imediata, podendo ser cobrado apenas a partir de meados de março de 2018.
DESPESAS EXTRAORDINÁRIAS, 
DECORRENTES DE CALAMIDADE 
PÚBLICA, DE GUERRA EXTERNA 
OU SUA IMINÊNCIA
INVESTIMENTO PÚBLICO 
DE CARÁTER URGENTE E DE 
RELEVANTE INTERESSE NACIONAL
Não precisa respeitar o princípio da 
anterioridade 
Deve respeitar o princípio da 
anterioridade
É importante destacar que a lei complementar que instituir o empréstimo compulsório 
deverá especificar qual a situação que motivou a sua criação, e os recursos obtidos deverão 
ser destinados obrigatoriamente para atender à situação mencionada. Assim, se determinado 
empréstimo compulsório foi criado para atender às despesas extraordinárias de uma calamidade 
pública (terremoto), os recursos oriundos da cobrança do tributo não poderão ser destinados para 
outra finalidade. 
Além disso, os empréstimos compulsórios são restituíveis, ou seja, finalizada a situação 
que justificou a sua criação, os recursos obtidos deverão ser restituídos em dinheiro para os 
contribuintes, devendo a lei complementar fixar obrigatoriamente o prazo do empréstimo e as 
condições de seu resgate (art. 15, parágrafo único, do CTN). 
1.2.5. CONTRIBUIÇÕES ESPECIAIS 
Art. 149 da CF/88. Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, 
de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou 
econômicas, como instrumento de sua atuação nas respectivas áreas, observado o 
disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem prejuízo do previsto no art. 195, § 6º, 
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relativamente às contribuições a que alude o dispositivo.
§ 1º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão contribuição, cobrada de 
seus servidores, para o custeio, em benefício destes, do regime previdenciário de que 
trata o art. 40, cuja alíquota não será inferior à da contribuição dos servidores titulares 
de cargos efetivos da União. 
§ 2º As contribuições sociais e de intervenção no domínio econômico de que trata o 
caput deste artigo: 
I - não incidirão sobre as receitas decorrentes de exportação; 
II - incidirão também sobre a importação de produtos estrangeiros ou serviços; 
III - poderão ter alíquotas: 
a) ad valorem, tendo por base o faturamento, a receita bruta ou o valor da operação e, 
no caso de importação, o valor aduaneiro; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, 
de 2001)
b) específica, tendo por base a unidade de medida adotada. 
§ 3º A pessoa natural destinatária das operações de importação poderá ser equiparada 
a pessoa jurídica, na forma da lei. 
§ 4º A lei definirá as hipóteses em que as contribuições incidirão uma única vez.
Art. 149-A Os Municípios e o Distrito Federal poderão instituir contribuição, na forma das 
respectivas leis, para o custeio do serviço de iluminação pública, observado o disposto 
no art. 150, I e III. 
Parágrafo único. É facultada a cobrança da contribuição a que se refere o caput, na 
fatura de consumo de energia elétrica. 
As contribuições especiais mais importantes para a prova da OAB/FGV são: 1) contribuições 
sociais, 2) contribuições de intervenção no domínio econômico (CIDE), 3) contribuições de 
interesse das categorias profissionais ou econômicas (contribuições profissionais ou corporativas) 
e 4) contribuição para custeio do serviço de Iluminação Pública.
Nos termos do art. 149 da CF/88, a União possui competência exclusiva para instituir as 
contribuições especiais TEMA COBRADO NO XX EXAME DA OAB/FGV, ressalvado o disposto 
no § 1º do art. 149 da CF/88, que estabelece que os Estados, os Municípios e o Distrito Federal 
devem instituir contribuição para o custeio do regime de previdência próprio de seus servidores, 
bem como o estabelecido no art. 149-A, que trata da contribuição para o custeio do serviço de 
iluminação pública (CIP ou COSIP), de competência exclusiva dos Municípios e do Distrito Federal 
 TEMA COBRADO NO XXVIII EXAME DA OAB/FGV.
1.2.5.1. CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS 
O Supremo Tribunal Federal, conforme RE 138.284, subdivide as contribuições sociais em 
três categorias: 
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1) Contribuições de Seguridade Social (art. 195, I a IV, da CF): são contribuições 
pagas pelo empregador (PIS, CSLL e COFINS, por exemplo), pelo trabalhador e demais 
segurados da previdência social, bem como em virtude de receita de concursos 
de prognósticos (loterias) e do importador de bens ou serviços do exterior. Essas 
contribuições são destinadas ao financiamento da Seguridade Social, que engloba 
saúde, previdência e assistência social. 
ATENÇÃO: De acordo com o STF, as contribuições da seguridade social previstas nos incisos I a 
IV do art. 195 da CF/88 podem ser instituídas por lei ordinária. No entanto, qualquer contribuição 
criada além das fontes acima citadas, estará no âmbito da competência residual, exigindo-se a 
edição de lei complementar. 
2) Outras contribuições sociais (contribuições residuais - § 4º do art. 195 da CF/88): a 
União poderá criar outras contribuições destinadas a garantir e manter a seguridade 
social, desde que observados os requisitos do art. 154, I, da CF/88: devem ser instituídas 
por lei complementar, não podem ser cumulativas, além do que devem inovar quanto a 
base de cálculo e hipótese de incidência TEMA COBRADO NOS EXAMES XXII E XXVIII 
DA OAB/FGV. 
3) Contribuições Sociais gerais: são destinadas para financiar a atuação do Estado em 
outros campos sociais não previstos no art. 195 da CF/88, como no caso do salário-
educação (§ 5º do art. 212 da CF/88) e das contribuições ao Sistema “S” (art. 240 da CF/88). 
1.2.5.2. CONTRIBUIÇÕES DE INTERVENÇÃO NO DOMÍNIO ECONÔMICO (CIDE)
A CIDE não possui como finalidade principal a arrecadação de tributos, mas sim permitir a 
atuação do governo federal no mercado, regulando a oferta de bens ou serviços. Trata-se, portanto, 
de tributo extrafiscal. 
A competência para instituir CIDE é da União, por meio de lei ordinária ou medida provisória, mas 
não se permite sua instituição sobre as receitas decorrentes de exportação (art. 149, § 2º, I, da CF/88). 
Importante destacar, ainda, que a única CIDE prevista na Constituição Federal é a denominada 
CIDE-Combustíveis, conforme disposto no § 4º do art. 177: 
Art. 177 da CF/88
(...)
§ 4º A lei que instituir contribuição de intervenção no domínio econômico relativa às 
atividades de importação ou comercialização de petróleo e seus derivados, gás natural 
e seus derivados e álcool combustível deverá atender aos seguintes requisitos: 
I - a alíquota da contribuição poderá ser:
a) diferenciada por produto ou uso; 
b) reduzida e restabelecida por ato do Poder Executivo, não se lhe aplicando o disposto 
no art. 150, III, b; 
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II - os recursos arrecadados serão destinados: 
a) ao pagamento de subsídios a preços ou transporte de álcool combustível, gás natural 
e seus derivados e derivados de petróleo; 
b) ao financiamento de projetos ambientais relacionados com a indústria do petróleo e do gás; 
c) ao financiamento de programas de infraestrutura de transportes. 
1.2.5.3. CONTRIBUIÇÕES DE INTERESSES DE CATEGORIAS PROFISSIONAIS OU 
ECONÔMICAS (CONTRIBUIÇÕES PROFISSIONAIS OU CORPORATIVAS)
As contribuições de interesse das categorias profissionais ou econômicas, também chamadas 
de contribuições profissionais ou corporativas, são de competência exclusiva da União e se 
destinam a financiar a atividade representativa e fiscalizatória das entidades que representam 
essas categorias (geralmente autarquias), possuindo, portanto, caráter parafiscal (CREA, CRM, 
CRO, ETC.). Em caso de não pagamento de tais contribuições, torna-se possível a execução fiscal 
da dívida, de acordo com as normas definida pela Lei n.º 6.830/80 (Lei de Execução Fiscal) TEMA 
COBRADO NO XXVIII EXAME DA OAB/FGV. 
As contribuições sindicais também eram consideradas contribuições de interesse das categorias 
profissionais ou econômicas, no entanto, com a alteração do art. 578 da CLT (reforma trabalhista), 
entendemos que elas perderam a natureza de tributo, uma vez que deixaram de ser compulsórias. 
1.2.5.4. CONTRIBUIÇÃO PARA O CUSTEIO DO SERVIÇO DE ILUMINAÇÃO PÚBLICA 
(CIP ou COSIP) 
Art. 149-A da CF/88 - Os Municípios e o Distrito Federal poderão instituir contribuição, na 
forma das respectivas leis, para o custeio do serviço de iluminação pública, observado o 
disposto no art. 150, I e III. 
Parágrafo único. É facultada a cobrança da contribuição a que se refere o caput, na 
fatura de consumo de energia elétrica.
Era muito comum a prática dos Municípios de cobrarem taxas relativas ao serviço de 
iluminação pública. No entanto, conforme estudado anteriormente, por não se tratar de serviço 
específico e divisível, a jurisprudência era contrária à cobrança de taxa nessas situações. 
Para resolver a questão, a Emenda Constitucional nº 39 de 2002 inseriu o art. 149-A na 
Constituição Federal, prevendo a existência de uma contribuição sui generis para o custeio do 
serviço de iluminação pública (CIP ou COSIP). 
Trata-se de tributo vinculado, de competência exclusiva dos Municípios e do Distrito Federal, 
devendo ser estabelecida por lei ordinária do ente que a instituir, permitindo-se ainda a sua cobrança 
na fatura de consumo de energia elétrica TEMA COBRADO NO XIII EXAME DA OAB/FGV. 
COSIP não é uma taxa e sim uma contribuição sui generis.
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2. COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA 
2.1. CONSIDERAÇÕES GERAIS 
Considera-se competência tributária o poder conferido pela Constituição Federal aos entes 
federativos para criarem tributos. 
A Constituição Federal define a competência tributária de cada ente político, mas a cobrança 
dos tributos dependerá de lei específica elaborada por cada um desses entes. 
A Constituição Federal confere aos Municípios a competência tributária de instituir 
impostos sobre propriedade predial e territorial urbana (IPTU), conforme inciso I do 
art. 156. No entanto, para que o tributo seja cobrado, cada Município deverá elaborar 
uma lei específica prevendo a cobrança de IPTU. 
Importante destacar ainda que a Constituição Federal estabelece que cabe à Lei Complementar 
estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, como definição de tributos e de 
suas espécies, fatos geradores, bases de cálculo e contribuintes (art. 146, III, da CF/88). No entanto, 
a lei complementar possui caráter geral e até que ela seja editada, os entes políticos poderão 
instituir e cobrar os impostos normalmente, conforme § 3º do art. 24 da CF/88 TEMA COBRADO 
NO XV EXAME DA OAB/FGV. 
Destacamos abaixo as principais características da competência tributária: 
• Indelegável: os entes políticos não podem delegar para terceiros ou entre si a 
competência tributária conferida pela Constituição Federal. Assim, a título de exemplo, 
como a Constituição Federal deferiu aos Estados e ao Distrito Federal a competência 
para instituir tributo sobre a propriedade de veículos automotores (IPVA), não é 
possível que determinado Estado delegue, ainda que seja mediante lei, a competência 
para outro Estado ou para determinado Município. 
Não confundir competência com capacidade tributária ativa. Embora a competência 
seja indelegável, é possível que o ente político delegue as atribuições de arrecadar e 
fiscalizar tributo, ou seja, é possível a delegação da capacidade tributária ativa, o que 
é denominado de parafiscalidade TEMA COBRADO NO XVIII EXAME DA OAB/FGV. 
• Irrenunciável: a competência tributária é irrenunciável, ou seja, não é possível, por 
exemplo, uma norma legal estabelecer que determinado Estado renunciará o direito 
de cobrar IPVA.
• Incaducável: a competência tributária não prescreve nem decai, ou seja, mesmo que 
o ente político deixe de criar lei para cobrar determinado tributo de sua competência, 
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isso não lhe retira a possibilidade de fazê-lo depois (o imposto sobre grandes fortunas 
(IGF), por exemplo, até hoje não foi instituído pela União).
Importante destacar que a competência tributária é exercida, via de regra, mediante lei 
ordinária. No entanto, a própria Constituição Federal estabelece que a competência tributária da 
União será exercida mediante lei complementar federal nas seguintes situações específicas: a) 
empréstimos compulsórios (art. 148 da CF/88), b) imposto sobre grandes fortunas (art. 153, VII, 
da CF/88), c) impostos residuais da União (art. 154, I, da CF/88) e d) outras contribuições sociais 
não previstas nos incisos I a IV do art. 195 da CF/88. 
2.2. CLASSIFICAÇÃO DAS COMPETÊNCIAS 
As competências tributárias são classificadas em privativa, comum, residual e extraordinária. 
2.2.1. COMPETÊNCIA PRIVATIVA 
A competência privativa se refere à outorga de competência dada pela Constituição Federal 
exclusivamente a determinado ente político para a instituição de imposto nominado. Na competência 
privativa, portanto, apenas o ente indicado pela Constituição Federal poderá criar o tributo, sendo 
vedado a sua instituição por qualquer outro ente.
COMPETÊNCIA 
PRIVATIVA DA UNIÃO 
COMPETÊNCIA 
PRIVATIVA DOS 
ESTADOS 
COMPETÊNCIA 
PRIVATIVA DOS 
MUNICÍPIOS 
(II)
(IE)
(IR)
(IPI)
(IOF) 
(ITR)
(IGF) 
 (ITCMD)
 (ICMS) 
 (IPVA)
(IPTU)
(ITBI)
 (ISS)
2.2.2. COMPETÊNCIA CUMULATIVA
art. 147 da CF/88: “Competem à União, em Território Federal, os impostos estaduais e, 
se o Território não for dividido em Municípios, cumulativamente, os impostos municipais; 
ao Distrito Federal cabem os impostos municipais”.
Como o Distrito Federal não pode ser dividido em Municípios (art. 32, caput, da CF/88), ele 
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terá competência cumulativa para instituir os impostos estaduais e os municipais (IPTU, ISS, ITBI, 
ICMS, IPVA, ITCMD). 
Além disso, caso haja a criação de territórios federais, a União, além dos impostos federais, 
terá competência para instituir os impostos estaduais e, se o território não for dividido em 
municípios, também os municipais TEMA COBRADO NOS EXAMES VI E XXVI DA OAB/FGV. 
2.2.3. COMPETÊNCIA RESIDUAL 
A competência residual se refere à possibilidade da União, mediante lei complementar, criar 
impostos que não estão previstos na Constituição Federal, desde que o imposto criado não seja 
cumulativo nem tenha base de cálculoou fato gerador de imposto já existente (art. 154, I, da 
CF/88) TEMA COBRADO NO X EXAME DA OAB/FGV.
Apenas a União possui competência residual. Estados, Municípios e o DF não podem 
criar impostos além daqueles expressamente previstos na Constituição Federal! 
Requisitos da competência residual: 
a) criação mediante lei complementar;
b) imposto criado não pode ser cumulativo;
c) imposto criado não pode ter base de cálculo ou fato gerador de outro imposto. 
2.2.4. COMPETÊNCIA COMUM 
A competência comum, ou concorrente, se refere a possibilidade de todos os entes políticos 
(União, Estados, Distrito Federal e Municípios) cobrarem taxas ou contribuições de melhoria, mas 
o tributo somente poderá ser cobrado por aquele ente que realizou o serviço (taxa) ou a obra 
pública (contribuição de melhoria), já que não se permite a bitributação. 
2.2.5. COMPETÊNCIA ESPECIAL 
A competência especial se refere à possibilidade de serem instituídos empréstimos 
compulsórios (art. 148 da CF/88) e contribuições especiais (art. 149 da CF/88). 
Conforme já estudado, o empréstimo compulsório é instituído pela União, por lei complementar, 
nos casos de: a) calamidade pública, b) guerra externa ou sua iminência e c) para investimento 
público de caráter urgente e relevante interesse social. 
Já as contribuições especiais são classificadas em: 1) contribuições sociais, 2) contribuições 
de intervenção no domínio econômico (CIDE), 3) contribuições de interesse das categorias 
profissionais ou econômicas (contribuições profissionais ou corporativas) e 4) Contribuição para 
custeio do serviço de Iluminação Pública (CIP ou COSIP).
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Como regra geral, as contribuições especiais são instituídas pela União, salvo no caso das 
contribuições sociais para custeio do regime de previdência próprio dos servidores dos Estados, 
Municípios e do DF (§ 1º do art. 149 da CF/88) e da contribuição para custeio do serviço de 
Iluminação Pública (COSIP ou CIP), que é de competência privativa dos municípios. 
2.2.6. COMPETÊNCIA EXTRAORDINÁRIA 
Trata-se de competência outorgada à União para instituir, na iminência ou no caso de guerra 
externa, impostos extraordinários, nos termos do art. 154, II, da CF/88. 
A instituição de impostos extraordinários não depende de lei complementar, isto é, pode ser feita 
por lei ordinária ou medida provisória. 
Em caso de guerra externa ou de sua iminência, a União pode instituir também 
empréstimo compulsório, mas, nesse caso, exige-se lei complementar. 
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3. SIMPLES NACIONAL 
Art. 146. Cabe à lei complementar:
(..) 
III - estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, especialmente sobre:
a) definição de tributos e de suas espécies, bem como, em relação aos impostos 
discriminados nesta Constituição, a dos respectivos fatos geradores, bases de cálculo 
e contribuintes;
b) obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência tributários;
c) adequado tratamento tributário ao ato cooperativo praticado pelas sociedades cooperativas.
d) definição de tratamento diferenciado e favorecido para as microempresas e para as 
empresas de pequeno porte, inclusive regimes especiais ou simplificados no caso do 
imposto previsto no art. 155, II, das contribuições previstas no art. 195, I e §§ 12 e 13, e 
da contribuição a que se refere o art. 239. 
Parágrafo único. A lei complementar de que trata o inciso III, d, também poderá instituir 
um regime único de arrecadação dos impostos e contribuições da União, dos Estados, 
do Distrito Federal e dos Municípios, observado que: 
I - será opcional para o contribuinte; 
II - poderão ser estabelecidas condições de enquadramento diferenciadas por Estado; 
III - o recolhimento será unificado e centralizado e a distribuição da parcela de recursos 
pertencentes aos respectivos entes federados será imediata, vedada qualquer retenção 
ou condicionamento; 
IV - a arrecadação, a fiscalização e a cobrança poderão ser compartilhadas pelos entes 
federados, adotado cadastro nacional único de contribuintes TEMA COBRADO NO 
XV EXAME DA OAB/FGV. 
A Constituição Federal autoriza, portanto, que lei complementar da União institua regime 
único de arrecadação de impostos, prevendo tratamento diferenciado e favorecido para as 
microempresas e para as empresas de pequeno porte (art. 146, III, “d” e parágrafo único, da CF/88). 
Com base nessa autorização constitucional, a Lei Complementar nº 123/2006 criou o Simples 
Nacional, que é um regime tributário diferenciado, simplificado e compartilhado de cobrança, arrecadação 
e fiscalização de tributos, sendo aplicável às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte.
No Simples, o recolhimento dos tributos é feito de forma unificada, isto é, as micro e 
pequenas empresas recolhem os tributos federais, estaduais e municipais em uma 
única guia, cabendo à União repassar os valores dos tributos aos Estados e Municípios. 
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As principais características do Simples são: 
• Regime facultativo 
• Irretratável para todo o calendário 
• Sistema compartilhado de cobrança, arrecadação e fiscalização
• Abrange os seguintes tributos: Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ), 
Contribuição social sobre o lucro líquido (CSLL), PIS/Pasep, Cofins, IPI, ICMS, ISS e 
a Contribuição para a Seguridade Social destinada à Previdência Social a cargo da 
pessoa jurídica (CPP);
• Recolhimento dos tributos abrangidos mediante documento único de arrecadação - DAS;
O Simples tem a participação de todos os Entes Federados (União, Estados, Distrito Federal e 
Municípios) e é administrado por um Comitê Gestor composto por oito integrantes: 4 (quatro) da 
Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB), 2 (dois) dos Estados e do Distrito Federal e 2 (dois) 
dos Municípios.
Para o ingressar no Simples Nacional, a empresa deverá cumprir as seguintes condições:
• Ser microempresa ou empresa de pequeno porte. 
• Se for microempresa, deve auferir, em cada ano-calendário, receita bruta igual ou 
inferior a R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais).
• Se for empresa de pequeno porte, deve auferir, em cada ano-calendário, receita 
bruta superior a R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais) e igual ou inferior a 
R$ 4.800.000,00 (quatro milhões e oitocentos mil reais).
• Não poderá se beneficiar do simples a empresa: I - de cujo capital participe outra 
pessoa jurídica; II - que seja filial, sucursal, agência ou representação, no país, de 
pessoa jurídica com sede no exterior; III - de cujo capital participe pessoa física que 
seja inscrita como empresário ou seja sócia de outra empresa que receba tratamento 
jurídico diferenciado, desde que a receita bruta global ultrapasse os limites acima 
citados; IV - cujo titular ou sócio participe com mais de 10% (dez por cento) do capital 
de outra empresa não beneficiada por esta Lei Complementar, desde que a receita 
bruta global ultrapasse o limite de que trata o inciso II do caput deste artigo; V - cujo 
sócio ou titular seja administrador ou equiparado de outra pessoa jurídica com fins 
lucrativos, desde que a receita bruta global ultrapasse os limite anuais anteriormente 
citados; VI - constituída sob a forma de cooperativas, salvo as de consumo; VII - 
que participe do capital de outra pessoa jurídica; VIII - que exerça atividade de banco 
comercial, de investimentos e de desenvolvimento, de caixa econômica, de sociedade 
de crédito, financiamento e investimento ou de crédito imobiliário, de corretora ou de 
distribuidora de títulos, valores mobiliários e câmbio, de empresa de arrendamento 
mercantil,de seguros privados e de capitalização ou de previdência complementar; IX 
- resultante ou remanescente de cisão ou qualquer outra forma de desmembramento 
de pessoa jurídica que tenha ocorrido em um dos 5 (cinco) anos-calendário anteriores; 
X - constituída sob a forma de sociedade por ações; XI - cujos titulares ou sócios 
guardem, cumulativamente, com o contratante do serviço, relação de pessoalidade, 
subordinação e habitualidade.
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4. REPARTIÇÃO DAS RECEITAS TRIBUTÁRIAS 
Conforme estudado anteriormente, existem muito mais impostos federais do que impostos 
estaduais ou municipais.
IMPOSTOS DA UNIÃO IMPOSTOS DOS 
ESTADOS 
IMPOSTOS DOS 
MUNICÍPIOS 
(II)
(IE)
(IR)
(IPI)
(IOF) 
(ITR)
(IGF) 
 (ITCMD)
 (ICMS) 
 (IPVA)
(IPTU)
(ITBI)
 (ISS)
Em razão desse desequilíbrio, a Constituição Federal estabeleceu regras de repartição 
tributária das receitas obtidas (arts. 157 a 162), estipulando hipóteses de repasse de parte das 
receitas da União para os Estados, Distrito Federal e Municípios, assim como repasse das receitas 
dos Estados para os Municípios.
Na repartição de receitas, a divisão ocorre “de cima pra baixo”, ou seja, da União para 
os Estados, Distrito Federal ou Municípios, e dos Estados aos Municípios. Se ocorrer 
“de baixo pra cima baixo”, haverá delegação, e não repartição de receitas.
Vejamos abaixo, de forma sintética, as principais hipóteses de repartição de receitas tributárias 
previstas na Constituição: 
• Imposto de renda retido na fonte dos servidores estaduais e municipais: nos casos 
dos Estados, Distrito Federal ou Municípios reterem Imposto de Renda na fonte 
de seus servidores, a receita ficará integralmente (100%) para o ente político que 
procedeu à retenção (art. 157, I, da CF/88). Assim, o produto do Imposto de Renda 
retido na fonte (IR-Fonte) dos servidores municipais ficará para o Município e o IR-
fonte retido dos servidores estaduais ficará para o Estado TEMA COBRADO NO XI 
EXAME DA OAB/FGV. Nesse caso, havendo retenção indevida, o Estado ou Município 
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serão partes legítimas na ação de restituição de imposto de renda retido na fonte 
proposta por seus servidores (Súmula nº 447 do STJ). 
• Impostos residuais da União: se a União criar novos impostos (competência residual 
– art. 154, I, da CF/88), 20% do produto arrecadado será repassado aos Estados e ao 
Distrito Federal, conforme estipulado na própria lei que criar o imposto (art. 157, II, 
e 158, I, da CF/88). 
• Imposto Territorial Rural (ITR): metade (50%) do valor arrecadado pela União a 
título de ITR deve ser repassado ao Município onde estiver localizado o imóvel rural 
(art. 158, II, da CF/88). Se o Município for responsável pela fiscalização e arrecadação 
do ITR, caberá a ele a totalidade (100%) do valor arrecadado (art. 153, § 4º, III, da 
CF/88). TEMA COBRADO NO XXV EXAME DA OAB/FGV. 
• IPVA: cabe ao Município metade (50%) do produto da arrecadação do imposto do 
Estado sobre a propriedade de veículos automotores licenciados em seus territórios 
 TEMA COBRADO NO XI EXAME DA OAB/FGV.
• ICMS: cabe ao Município vinte e cinco por cento (25%) do produto da arrecadação 
do imposto do Estado sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre 
prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação.
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5. LIMITAÇÕES CONSTITUCIONAIS AO PODER DE TRIBUTAR 
A Constituição Federal, em seus artigos 150, 151 e 152, prevê limites ao poder de tributar 
do Estado, estabelecendo princípios e imunidades que restringem a atuação estatal, conforme 
doravante estudado.
5.1. PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS 
5.1.1. PRINCÍPIO DA LEGALIDADE
Art. 150 da CF/88 - Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é 
vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
I - exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça;
Por se tratar de prestação compulsória, o tributo somente pode ser instituído mediante lei, o 
que significa, como regra geral, lei ordinária. 
Os tributos são instituídos, como regra geral, mediante lei ordinária de cada ente 
político. No entanto, cabe à lei complementar estabelecer normas gerais em matéria 
de legislação tributária, como definição de tributos e de suas espécies, fatos geradores, 
bases de cálculo e contribuintes (art. 146, III, da CF/88). Até que a lei complementar 
não seja edita, os entes políticos podem instituir e cobrar os tributos normalmente. 
TEMA COBRADO NO XXXI EXAME DA OAB/FGV 
Há, entretanto, algumas situações específicas que a própria Constituição Federal exige lei 
complementar para a instituição de tributo, são elas: 
• Imposto sobre Grandes Fortunas (art. 153, VII, da CF/88) 
• Empréstimos compulsórios (art. 148 da CF/88) 
• Impostos residuais (art. 154, I, da CF/88)
• Outras contribuições sociais não previstas nos incisos I a IV do art. 195 da CF/88.
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REGRA GERAL EXCEÇÕES 
Cabe à lei ordinária a instituição e majoração 
de tributos, devendo a lei complementar 
estabelecer apenas normas gerais em 
matéria de legislação tributária. 
Cabe à lei complementar a instituição 
dos seguintes tributos: 
a) Imposto sobre Grandes Fortunas (art. 
153, VII, da CF/88) 
b) Empréstimos compulsórios (art. 148 
da CF/88)
c) Impostos residuais (art. 154, I, da CF/88)
d) Outras contribuições sociais
Na verdade, a abrangência do princípio da legalidade vai além da instituição de tributos, uma 
vez que o art. 97 do CTN dispõe que somente lei pode determinar: 
I - instituição de tributos, ou a sua extinção;
II - a majoração de tributos, ou sua redução, ressalvado o disposto nos artigos 21, 26, 39, 57 e 65;
• Equipara-se à majoração do tributo a modificação da sua base de cálculo, que 
importe em torná-lo mais oneroso (§ 1º do art. 97 do CTN).
• Não constitui majoração de tributo a atualização do valor monetário da respectiva 
base de cálculo (§ 2º do art. 97 do CTN), o que pode ser feito mediante ato infralegal.
Assim, de forma resumida, pode-se afirmar que os elementos essenciais do tributo (sujeitos, 
base de cálculo, alíquotas, fato gerador, isenção, remissão, etc.) somente podem ser fixados 
mediante lei, mas os elementos não essenciais (vencimento, preenchimento de guias, atualização 
monetária das alíquotas, etc.) podem ser determinados por ato infralegal. 
O Princípio da legalidade, no entanto, é excepcionado pela própria Constituição nos seguintes casos: 
• Impostos federais extrafiscais: há tributos federais extrafiscais, ou seja, que regulam 
a economia e o mercado, que podem ter alíquotas aumentadas ou diminuídas por meio 
de ato do Poder Executivo (normalmente por decreto), a saber: imposto de importação 
(II), imposto de exportação (IE), IPI e IOF. 
• Cide-Combustível: o Poder Executivo, por decreto presidencial, poderá reduzir e 
restabelecer às alíquotas do tributo, conforme 177, § 4º, I, “b”, da CF/88).
No caso dos impostos extrafiscais e do CIDE-Combustível, o decreto deverá observar o 
limite máximo e mínimo estabelecido pela lei. 
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• Impostos estaduais: a Constituição Federal determina que resolução do Senado Federal 
deve estabelecer limites para as alíquotas dos impostos estaduais, na seguinte forma: 
ITCMD alíquotas máximas, IPVA alíquotas mínimase ICMS alíquotas máximas e mínimas
 TEMA COBRADO NO XXX EXAME DA OAB/FGV. 
5.1.2. PRINCÍPIO DA IGUALDADE OU ISONOMIA 
Art. 150 da CF/88 - Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é 
vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
(...)
II - instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação 
equivalente, proibida qualquer distinção em razão de ocupação profissional ou função 
por eles exercida, independentemente da denominação jurídica dos rendimentos, títulos 
ou direitos;
O princípio da isonomia tributária decorre do princípio da igualdade geral prevista no art. 5º, 
caput, da CF/88, e estabelece que os contribuintes em estado de equivalência devem ser tratados 
de forma igualitária (igualdade formal), permitindo-se apenas o tratamento diferenciado para 
atender a uma finalidade lícita, razoável, a fim de amenizar situações de notória desigualdade 
(igualdade material). 
A constituição Federal estabeleceu instrumentos e regras a fim de assegurar a igualdade 
material dos contribuintes. Vejamos alguns exemplos: 
• Art. 145, § 1º, da CF/88: sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal 
e serão graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte, facultado à 
administração tributária, especialmente para conferir efetividade a esses objetivos, 
identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os 
rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte.
• Art. 146, III, “d”, da CF/88: cabe à lei complementar:(…) III - estabelecer normas 
gerais em matéria de legislação tributária, especialmente sobre:(…) d) definição de 
tratamento diferenciado e favorecido para as microempresas e para as empresas 
de pequeno porte, inclusive regimes especiais ou simplificados no caso do imposto 
previsto no art. 155, II, das contribuições previstas no art. 195, I e §§ 12 e 13, e da 
contribuição a que se refere o art. 239.
5.1.3. PRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE 
Art. 150 da CF/88 - Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é 
vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
(...)
III - cobrar tributos:
a) em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os 
houver instituído ou aumentado;
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De acordo com o princípio da irretroatividade, veda-se a cobrança de tributos em relação a 
fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver instituído ou aumentado. 
Embora o preceito constitucional se refira apenas à majoração e instituição de tributos, 
se uma lei posterior diminuir uma alíquota ou excluir a tributação, aqueles sujeitos que 
praticaram o fato gerador antes da vigência da lei nova deverão pagar normalmente o 
tributo com base na lei antiga, ou seja, a lei benéfica também não retroagirá. 
Importante destacar que, para fins de tributação, considera-se a vigência da lei tributária, e não 
a publicação. 
Além disso, o princípio da irretroatividade é aplicado apenas ao conceito de tributo, permitindo-
se, por outro lado, que a lei retroaja nos seguintes casos previstos no art. 106 do CTN: 
• Lei expressamente interpretativa, excluída a aplicação de penalidade à infração 
dos dispositivos interpretados: lei interpretativa é aquela editada para esclarecer o 
alcance de lei anterior (interpretação autêntica), podendo, neste caso, retroagir, desde 
que não seja para aplicar penalidade ao contribuinte. 
• Tratando- se de ato não definitivamente julgado, quando a lei for mais benéfica 
quanto à infração: a título de exemplo, se uma lei de 2016 institui um tributo com 
alíquota de 10% e multa de 20%, caso o contribuinte não pague tempestivamente o 
tributo e, posteriormente, uma lei de 2017 diminua a multa para 15%, o contribuinte 
que deixou de pagar o tributo poderá ser beneficiado com a redução da multa pela lei 
de 2017, desde que ainda não a tenha recolhido. TEMA COBRADO NOS EXAMES II, 
VI, XVIII E XXI DA OAB/FGV. 
A lei tributária poderá retroagir apenas em relação à multa não recolhida. Não haverá 
efeitos retroativos em relação à obrigação de pagar o tributo. 
5.1.4. PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE 
Art. 150 da CF/88 - Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à 
União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
(...)
III - cobrar tributos:
(...) 
b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou;
c) antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada a lei que os instituiu 
ou aumentou, observado o disposto na alínea b;
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O princípio da anterioridade objetiva estabelecer um período mínimo e razoável entre a 
publicação da lei que aumenta ou institui um tributo e a sua exigência, a fim de que o contribuinte 
não seja pego de surpresa e consiga se preparar economicamente para pagar a exação. TEMA 
COBRADO NO XII EXAME DA OAB/FGV.
Inicialmente, a Constituição Federal estabelecia apenas a necessidade de se observar o limite 
do exercício financeiro, ou seja, o tributo instituído em determinado ano somente poderia ser 
cobrado no ano seguinte. Entretanto, como a regra era facilmente burlada por leis que instituíam a 
exação nos últimos dias do exercício financeiro para que o tributo já fosse cobrado no ano seguinte, 
a Emenda Constitucional n. 42 de 2003 acrescentou a alínea “c” ao inciso III do art. 150, prevendo 
ainda a necessidade de se observar o período mínimo de 90 dias entre a publicação da lei e a 
exigência do tributo, o que é conhecido como anterioridade nonagesimal, ou noventena. 
Desse modo, é possível afirmar que o princípio da anterioridade estabelece duas regras: 
• Anterioridade anual: a norma que cria ou amenta tributo possui eficácia apenas no 
ano seguinte da publicação. 
Tributo “X”, instituído por meio de uma lei publicada em junho de 2017, somente poderá 
ser cobrado em janeiro de 2018. 
• Anterioridade nonagesimal: além de respeitar a anterioridade anual, a lei que 
instituir ou aumentar tributar terá eficácia apenas após 90 dias de sua publicação. 
Tributo “X”, instituído por meio de uma lei publicada em 15 de dezembro de 2017, 
somente poderá ser cobrado em meados de março de 2018.
O princípio da anterioridade somente se aplica aos casos de instituição ou majoração de 
tributo. Eventuais reduções ou extinções são aplicadas imediatamente TEMA COBRADO 
NO VII EXAME DA OAB/FGV. 
Além disso, norma legal que apenas altera o prazo para recolhimento do tributo também 
não se sujeita ao princípio da anterioridade, tendo aplicação imediata, conforme Súmula 
Vinculante n. 50 do STF TEMA COBRADO NO XXIX EXAME DA OAB. 
Súmula Vinculante 50: Norma legal que altera o prazo de recolhimento 
de obrigação tributária não se sujeita ao princípio da anterioridade.
Há, entretanto, exceções a anterioridade anual e nonagesimal TEMA COBRADO NOS EXAME 
S III E VII DA OAB/FGV: 
• Exceções à anterioridade anual (podem ser cobrados no mesmo ano): II, IE, IOF, 
IPI, empréstimo compulsório para atender despesas extraordinárias decorrentes de 
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calamidade pública, guerra externa ou sua iminência, imposto extraordinário de guerra 
(IEG), restabelecimento da alíquota do CIDE- Combustível e do ICMS – combustível, 
contribuições sociais. 
• Exceções à anterioridade nonagesimal (não precisam esperar 90 dias): II, IE, IOF, 
IR, empréstimo compulsório para atender despesas extraordinárias decorrentes 
de calamidade pública, guerra externa ou sua iminência, imposto extraordinário de 
guerra (IEG), fixaçãoda base de cálculo do IPTU e IPVA. 
II IE IOF IR IPI 
EXCEÇÃO 
ANTERIORIDADE 
ANUAL
X X X X
EXCEÇÃO 
ANTERIORIDADE 
NONAGESIMAL 
X X X X
EFICÁCIA 
IMEDIATA IMEDIATA IMEDIATA 
1º de 
janeiro 
do ano 
seguinte 
90 dias após 
a publicação 
da lei 
EC IEG CONTRIBUIÇÕES 
SOCIAIS 
BASE DE 
CÁLCULO 
IPTU E 
IPVA 
CIDE- 
COMB
ICMS –
COMB
EXCEÇÃO 
ANTERIORIDADE 
ANUAL
X X X X
EXCEÇÃO 
ANTERIORIDADE 
NONAGESIMAL 
X X
EFICÁCIA 
IMEDIATA IMEDIATA 90 dias após a publicação da 
lei
1º de 
janeiro 
do ano 
seguinte
90 dias 
após a 
publicação 
da lei
PRINCÍPIO DA VEDAÇÃO DO TRIBUTO COM EFEITO CONFISCATÓRIO 
Art. 150 da CF/88: Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é 
vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
(...)
IV - utilizar tributo com efeito de confisco;
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O princípio da vedação do confisco objetiva, com base na razoabilidade, impor um limite ao 
direito de tributar do Estado, vendando-se a cobrança de tributos com efeitos de aniquilar a 
propriedade do contribuinte, o que deverá ser analisado caso a caso. 
Uma alíquota de 50% para o IPTU, sem dúvida alguma, possui caráter confiscatório, 
mas, se a mesma alíquota for adotada para o IPI incidente sobre cigarro, não 
haverá efeito confiscatório, já que a mercadoria possui baixo valor e o objetivo é 
desestimular o seu consumo. 
Embora o preceito constitucional se refira apenas a “tributo”, o Supremo Tribunal Federal 
entende que o princípio do não confisco também deve ser aplicado às multas1. 
5.1.5. PRINCÍPIO DA LIBERDADE DE TRÁFEGO DE BENS E PESSOAS 
Art. 150 da CF/88 - Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é 
vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
(...)
V - estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por meio de tributos 
interestaduais ou intermunicipais, ressalvada a cobrança de pedágio pela utilização de 
vias conservadas pelo Poder Público.
Veda-se, portanto, que as entidades políticas estabeleçam tributos interestaduais ou 
intermunicipais, limitando o tráfego de bens e pessoas, salvo nos casos admitidos pela própria 
Constituição Federal (ICMS cobrado para circulação de mercadorias e serviços entre estados) e de 
pedágio pela utilização de vias conservadas pelo Poder Público.
O STF entende que pedágio não é tributo, ou seja, não tem natureza de taxa, mas sim 
de preço público ou de tarifa. Sendo assim, não se aplicam à cobrança de pedágio 
os princípios tributários (não precisa ser instituído por lei, nem mesmo obedecer a 
anterioridade anual ou nonagesimal).
5.1.6. PRINCÍPIO DA UNIFORMIDADE GEOGRÁFICA DA TRIBUTAÇÃO 
Art. 151 da CF/88: É vedado à União:
I - instituir tributo que não seja uniforme em todo o território nacional ou que implique 
distinção ou preferência em relação a Estado, ao Distrito Federal ou a Município, em 
detrimento de outro, admitida a concessão de incentivos fiscais destinados a promover 
o equilíbrio do desenvolvimento sócio-econômico entre as diferentes regiões do País;
1 Veja-se: “(...) para que a multa moratória cumpra sua função de desencorajar a elisão fiscal, de um 
lado não pode ser pífia, mas, de outro, não pode ter um importe que lhe confira característica confiscatória, 
inviabilizando inclusive o recolhimento de futuros tributos” (STF, RE 582.461)
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Trata-se de princípio que deriva da isonomia tributária, determinando que a União mantenha 
tratamento uniforme em relação aos demais entes federativos na tributação federal, admitindo-se 
apenas tratamento diferenciado para a promoção do equilíbrio do desenvolvimento socioeconômico 
entre as diferentes regiões do país, por meio de incentivos fiscais, como no caso da Zona Franca de 
Manaus, conforme art. 92-A do ADCT TEMA COBRADO NO II EXAME DA OAB/FGV. 
5.1.7. PRINCÍPIO DA VEDAÇÃO AO BIS IN IDEM 
O princípio da vedação ao bis in idem estabelece que o mesmo fato jurídico não pode ser 
tributado mais de uma vez pela mesma pessoa política, salvo quando expressamente autorizado 
pela Constituição, como no caso de Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ) e Contribuição 
Social sobre o Lucro – CSSL, que possuem como fato gerador o fato da empresa auferir lucro (195, 
I, “c” e art. 153, III) TEMA COBRADO NO XIV EXAME DA OAB/FGV.
Assim, quando uma empresa aufere lucro, haverá a possibilidade de cobrança de Imposto 
sobre a Renda (IRPJ), como também da contribuição social sobre o lucro - CSSL, ambos tributos de 
competência da União, já que expressamente autorizado pela Constituição Federal. 
Bis in idem não se confunde com bitributação. Enquanto o bis in idem se refere à 
proibição do mesmo ente político cobrar mais de um tributo sobre o mesmo fato 
gerador, a bitributação ocorre quando entes tributantes diferentes exigem do mesmo 
sujeito passivo tributos decorrentes do mesmo fato gerador. A bitributação também 
é proibida, salvo quando se tratar de imposto extraordinário de guerra, em que a 
União poderá cobrar tributos compreendidos ou não em sua competência tributária 
(CF/1988, art. 154, II).
5.2. IMUNIDADES TRIBUTÁRIAS
Art. 150 da CF/88 - Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é 
vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
(...)
VI - instituir impostos sobre: 
a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros;
b) templos de qualquer culto;
c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das 
entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência 
social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei;
d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão.
e) fonogramas e videofonogramas musicais produzidos no Brasil contendo obras 
musicais ou literomusicais de autores brasileiros e/ou obras em geral interpretadas 
por artistas brasileiros bem como os suportes materiais ou arquivos digitais que os 
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contenham, salvo na etapa de replicação industrial de mídias ópticas de leitura a laser. 
§ 1º A vedação do inciso III, b, não se aplica aos tributos previstos nos arts. 148, I, 153, 
I, II, IV e V; e 154, II; e a vedação do inciso III, c, não se aplica aos tributos previstos nos 
arts. 148, I, 153, I, II, III e V; e 154, II, nem à fixação da base de cálculo dos impostos 
previstos nos arts. 155, III, e 156, I. 
§ 2º A vedação do inciso VI, «a», é extensiva às autarquias e às fundações instituídas e 
mantidas pelo Poder Público, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, 
vinculados a suas finalidades essenciais ou às delas decorrentes.
§ 3º As vedações do inciso VI, «a», e do parágrafo anterior não se aplicam ao patrimônio, 
à renda e aos serviços, relacionados com exploração de atividades econômicas regidas 
pelas normas aplicáveis a empreendimentos privados, ou em que haja contraprestação 
ou pagamento de preços ou tarifas pelo usuário, nem exonera o promitente comprador 
da obrigação de pagar imposto relativamente ao bem imóvel.
§ 4º As vedações expressas no inciso VI, alíneas «b» e «c», compreendem somente 
o patrimônio, a renda e os serviços, relacionados com as finalidades essenciais das 
entidades nelas mencionadas.
§ 5º A lei determinará medidas para que os consumidores sejam esclarecidos acerca 
dos impostos que incidam sobre mercadorias e serviços.
Conforme estudado anteriormente, a Constituição Federal fixa a competência tributária, 
atribuindo poder aos entes federativos para criarem tributos. Entretanto, ao mesmo tempo que 
fixa a competência tributária, opróprio texto constitucional limita o poder de tributar dos entes 
federativos, elegendo situações sobre as quais não poderão incidir tributos, situações essas 
conhecidas como imunidades. 
Assim, imunidade é regra constitucional que proíbe os entes federativos de cobrarem tributos 
em determinadas situações (regra negativa de competência). 
A Constituição Federal não utilizou a melhor técnica legislativa, muitas vezes se 
valendo de termos não precisos como “isenção” e “não incidência” para se referir à 
imunidade. Entretanto, imunidade e isenção não se confundem. Imunidade é regra 
constitucional que limita o poder de tributar dos entes federativos, enquanto que a 
isenção é prevista em lei ordinária, elaborada pelo próprio ente tributante, isentando 
determinada situação do pagamento de tributo. Desse modo, o § 7º do art. 195 e o § 5º 
do art. 184 da CF/88 quando se referem à isenção, na verdade tratam de imunidade.
IMUNIDADE ISENÇÃO 
Prevista na Constituição Federal Prevista em Lei ordinária do próprio 
ente tributante 
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5.2.1. IMUNIDADE RECÍPROCA: 
A imunidade recíproca tem como base o princípio federativo e estabelece, conforme art. 150, VI, 
“a”, da CF/88, que é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios instituírem 
impostos sobre patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros. 
Não é possível que um Município cobre IPTU de um Prédio da união, ou que um Estado 
cobre IPVA dos carros de determinada prefeitura.
A imunidade recíproca, assim como as demais imunidades previstas no art. 150 da 
CF/88, se refere apenas a impostos, não abrangendo taxas, contribuições de melhoria, 
empréstimos compulsórios ou contribuições especiais TEMA COBRADO NO III 
EXAME DA OAB/FGV. 
O § 2º do art. 150, por sua vez, estende a imunidade às autarquias e às fundações instituídas e 
mantidas pelo Poder Público, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços vinculados a 
suas finalidades essenciais ou às delas decorrentes. 
É importante destacar, portanto, que a imunidade das autarquias e fundações instituídas pelo 
Poder Público ocorre apenas em relação as atividades vinculadas a suas finalidades essenciais 
ou às delas decorrentes TEMA COBRADO NO X EXAME DA OAB/FGV. 
Estado não poderá cobrar IPVA dos carros pertencentes e utilizados pela autarquia 
para o desempenho de suas atividades essenciais. Entretanto, conforme já decidiu o 
STF, é possível a cobrança de IPTU de terreno baldio de determinada autarquia, já que 
não utilizado para nenhuma atividade.
Digno de nota, ainda, que, embora a imunidade recíproca seja aplicada essencialmente a pessoas 
jurídicas de direito público, o Supremo Tribunal Federal vem estendendo a imunidade a algumas 
empresas públicas (pessoas jurídicas de direito privado) prestadoras de serviços públicos (como, 
por exemplo, ECT, INFRAERO e CAERD) e também à OAB. Para as demais empresas públicas, não 
há imunidade TEMA COBRADO NO II EXAME DA OAB/FGV.
Por fim, deve-se salientar que o § 3º do art. 150 prevê algumas situações em que imunidade 
recíproca não será aplicada: 
• Não haverá imunidade para pessoas jurídicas públicas que explorarem atividades 
econômicas, regidas pelas normas aplicáveis a empreendimentos privados, ou em 
que haja contraprestação ou pagamento de preços ou tarifas pelo usuário. 
• Não há imunidade ao promitente comprador da obrigação de pagar imposto 
relativamente ao bem imóvel. Assim, se um particular fizer contrato de compromisso 
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de compra e venda referente a um imóvel de uma autarquia, ficando na sua posse 
antes da quitação total do valor, não haverá imunidade aos impostos incidentes sobre 
o imóvel TEMA COBRADO NO XX EXAME DA OAB/FGV.
• Súmula 75 do STF - Sendo vendedora uma autarquia, a sua imunidade fiscal não 
compreende o imposto de transmissão inter vivos, que é encargo do comprador. 
• Súmula 583 do STF - Promitente comprador de imóvel residencial transcrito em 
nome de autarquia é contribuinte do imposto predial territorial urbano. 
5.2.2. IMUNIDADE PARA TEMPLOS DE QUALQUER CULTO 
Conforme disposto no art. 150, VI, “b”, da CF/88, sem prejuízo de outras garantias asseguradas 
ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios instituírem 
impostos sobre templos de qualquer culto. 
De acordo com o Supremo Tribunal Federal, o conceito de templo deve ser lido da forma ampla, 
englobando a os locais e anexos onde ocorrem as reuniões religiosas, casa do líder religioso de 
propriedade da Igreja, estacionamentos, cemitérios das entidades, serviços religiosos, etc., desde 
que relacionados com as finalidades essenciais da entidade (art. 150, § 4º, da CF/88).
É importante destacar que a imunidade religiosa, assim como as demais imunidades 
previstas no art. 150 da CF/88, se refere apenas a impostos, não abrangendo taxas, 
contribuições de melhoria, empréstimos compulsórios ou contribuições especiais. 
5.2.3. IMUNIDADE DOS PARTIDOS POLÍTICOS, SINDICATOS DOS TRABALHADORES 
ENTIDADES EDUCACIONAIS E ASSISTENCIAIS SEM FINS LUCRATIVOS 
O art. 150, VI, “c”, da CF/88, estabelece que, sem prejuízo de outras garantias asseguradas 
ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios instituírem 
impostos sobre: patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, 
das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, 
sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei. 
Muito importante destacar que o Supremo Tribunal Federal sedimentou posicionamento 
no sentido de que a imunidade das entidades acima citadas engloba ainda o IPTU de imóveis 
alugados a terceiros, conforme Súmula Vinculante n. 52: 
Súmula Vinculante n. 52: Ainda quando alugado a terceiros, permanece imune ao 
IPTU o imóvel pertencente a qualquer das entidades referidas pelo art. 150, VI, “c”, da 
Constituição Federal, desde que o valor dos aluguéis seja aplicado nas atividades para 
as quais tais entidades foram constituídas.
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Destaca-se, também, que a imunidade sob análise, assim como as demais imunidades 
previstas no art. 150 da CF/88, se refere apenas a impostos, não abrangendo taxas, 
contribuições de melhoria, empréstimos compulsórios ou contribuições especiais. 
5.2.4. IMUNIDADES DE LIVROS, JORNAIS, PERIÓDICOS E O PAPEL DESTINADO A 
SUA IMPRESSÃO. 
Conforme disposto no art. 150, VI, “d”, da CF/88, sem prejuízo de outras garantias asseguradas 
ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios instituir 
impostos sobre livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão.
A imunidade sob análise é de natureza objetiva, abrangendo apenas os impostos incidentes 
sobre bens e coisas, como ICMS, IPI e II. Os impostos que incidem sobre pessoas, portanto, como 
IPVA, ITBI, IR, não são abrangidos pela imunidade. 
O dono de uma editora deve pagar os impostos referentes ao imóvel (IPTU), aos 
carros (IPVA) e ao lucro da empresa (IR), mas terá imunidade em relação aos impostos 
incidentes sobre os livros, revistas e jornais fabricados (ICMS, II, IPI). 
É importante destacar que o Supremo Tribunal Federal possui entendimento no sentido de 
que a imunidade abrange os álbuns de figurinhas (RE 221.239/SP), assim como os filmes e papéis 
fotográficos necessários à publicação de jornais e periódicos (Súmula n. 657). TEMA COBRADO 
NO XI EXAME DA OAB/FGV.
A imunidade sob análise, assim como as demais imunidades previstas no art. 150 da 
CF/88, se refere apenas a impostos, não abrangendo

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