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Aplicação da Lei Penal

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Aplicação da Lei Penal 
 
Aplicação da Lei Penal no Tempo 
Lei Penal no tempo: Retroatividade da lei mais benéfica (abolitio criminis, novatio legis 
in mellius); Irretroatividade da lei mais severa (novatio legis incriminadora, novatio legis 
in pejus); Crime permanente e crime continuado 
 
Regra: é aplicado a lei penal vigor à época do fato. 
❖ Princípio da retroatividade da lei mais benéfica 
➢ Abolitio Criminis – abolição do crime, a lei posterior ao fato deixa de considerar 
a conduta como crime 
▪ previsto no art. 2, caput do CP: “Ninguém pode ser punido por fato 
que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude 
dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória.” 
• Efeito: caso já condenado cessa todos os efeitos penais (sentença 
de extinção punibilidade), ou caso o processo esteja em curso é 
também extinto de punibilidade. TODAVIA PERMANENCE 
OS FEITOS NA ESFERA EXTRAPENAL 
➢ Novatio Legis in Mellius – nova que lei que traz um benefício ao réu/acusado, 
seja por meio de criar uma causa de diminuição de pena/atenuante ou revoga 
um aumento de pena/qualificadora. Não revoga a conduta como crime, apenas 
traz um benefício ao agente 
▪ Juiz que aplica a Novatio Legis in Mellius: 
• Processo em curso: juiz ao proferir a sentença; 
• Processo já na execução: juiz da execução; 
♦ Súmula 611 STF “Transitada em julgado a sentença 
condenatória, compete ao juízo das execuções a 
aplicação de lei mais benigna. 
❖ Irretroatividade da lei mais severa 
➢ Novatio Legis Incriminadora – quando a lei torna um fato como crime. Sua 
aplicação é somente para fato a partir de sua vigência. 
➢ Novatio Legis in Pejus – o crime já existe, porém traz um tratamento já severo, 
seja por meio de qualificadora ou revogando uma causa diminuição de pena. 
Sua aplicação é somente para fato a partir de sua vigência. 
❖ Ultratividade: quando uma lei revogada continua gerando efeitos. É aplicável no caso 
que cria Novatio Legis Incriminadora e Novatio Legis in Pejus, pois o que vai ser 
aplicado é a lei benéfica ao tempo do fato e não Legis Incriminadora e Novatio Legis 
in Pejus que entrou em vigor após o fato. 
 
Aplicação da Lei Penal nos Crimes Permanente e Crime Continuado 
Crime Permanente: é quando a execução e a consumação se prolongam com o tempo. 
Crime Continuado: é quando mediante uma ou mais ação, havendo pluralidade de 
conduta e pluralidade de crimes, pratica crime da mesma espécie na mesma condição de tempo, 
modo e lugar de execução. 
Caso seja criado Novatio Legis Incriminadora e Novatio Legis in Pejus durante a 
prática ou antes do término do crime permanente/crime continuado, aplica-se lei que prejudica 
o réu, pois entrou em vigor antes de cessar a permanência. 
Súmula 711 STF “A lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao crime 
permanente, se a sua vigência é anterior à cessação da continuidade ou da permanência.” 
 
Lei temporária e lei excepcional; tempo e lugar do crime 
Art. 3º - A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua duração 
ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante sua 
vigência. 
❖ Lei Temporária: tem um prazo de duração determinada, a própria lei já defini a data 
de início e a data do término. 
➢ Exemplo lei nº 13.284, de 10 de maio de 2016, do período do Jogos Olímpicos 
e Paraolímpicos de 2016 no Brasil 
Art. 1º Esta Lei dispõe sobre as medidas relativas aos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de 
2016 e aos eventos relacionados, que serão realizados no Brasil, e altera a Lei nº 12.035, de 
1º de outubro de 2009 , que “institui o Ato Olímpico, no âmbito da administração pública 
federal”, e a Lei nº 12.780, de 9 de janeiro de 2013 , que “dispõe sobre medidas tributárias 
referentes à realização, no Brasil, dos Jogos Olímpicos de 2016 e dos Jogos Paraolímpicos 
de 2016”. 
Lei Temporária: tem um prazo de duração determinada, a própria lei já defini a data de início 
e a data do término 
Art. 17. Reproduzir, imitar, falsificar ou modificar indevidamente quaisquer símbolos 
oficiais de titularidade das entidades organizadoras: 
Pena – detenção de 3 (três) meses a 1 (um) ano ou multa. 
Art. 23. Os tipos penais previstos neste Capítulo terão vigência até o dia 31 de dezembro 
de 2016. 
 
 
Lei excepcional: incide conforme as circunstâncias que determinaram, cessou a 
circunstância, cessa a lei 
Exemplo: uma lei que aumenta a pena do art. 268 do CP quando violado na pandemia 
do covid. Quando acaba a pandemia a lei é revogada. 
 
Caracterizas da Lei excepcional como Lei Temporária: 
Auto revogáveis: não precisa de uma lei nova para revogar 
Ultratividade: a lei revogada (Lei excepcional como Lei Temporária) continua 
gerando efeitos para os fatos realizados durante sua vigência. 
 
Tempo do crime 
Art. 4º - Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda 
que outro seja o momento do resultado. 
Referente ao tempo do crime aplica-se a Teoria da Atividade que considera o tempo 
do crime o momento do resultado ou possível resultado. 
 
Lugar do crime 
Art. 6º - Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou 
omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o 
resultado. 
Entender o lugar do crime é necessário para saber se aplica a NORMAL PENAL ou 
não, não se trata de competência, mas sim de aplicabilidade da norma penal. O entendimento 
desse assunto é necessário para as hipóteses dos crimes à distância que é quando ocorre o início 
do crime um país e o resultado em outro país. 
Em relação ao lugar do crime aplica-se a Teoria da Ambiguidade, também 
denominada de Teoria Mista. Nesta teoria é aplicada tanto a Teoria da Atividade como a 
Teoria do Resultado. Conclui-se que o Lugar do Crime é tanto o lugar onde foi praticado 
a ação ou omissão como também o local onde ocorreu o resultado. 
LUTA 
TEORIA 
Lugar do crime Ambiguidade 
Tempo do Crime Atividade 
 
Lei Penal no espaço: Territorialidade e da extraterritorialidade da lei penal 
Territorialidade - Lei Penal no Espaço 
Territorialidade - Código Penal 
Art. 5º - Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras 
de direito internacional, ao crime cometido no território nacional. 
§ 1º - Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do território nacional 
as embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a serviço do governo 
brasileiro onde quer que se encontrem, bem como as aeronaves e as embarcações 
brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se achem, respectivamente, no 
espaço aéreo correspondente ou em alto-mar. 
§ 2º - É também aplicável a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de 
aeronaves ou embarcações estrangeiras de propriedade privada, achando-se aquelas em 
pouso no território nacional ou em vôo no espaço aéreo correspondente, e estas em porto 
ou mar territorial do Brasil 
1º Regra: aplica-se a lei penal aos crimes cometidos no Brasil 
Exceção: convenções e tratados de leis estrangeiras que incidam sobre fatos ocorridos 
no Brasil – Territorialidade Mitigada 
Territorialidade Brasileiro por Extensão - Art. 5º, § 1º do CP 
São crimes ocorridos em embarcações e aeronaves de natureza pública ou a serviço do 
governo brasileiro, é aplicado Norma Penal Brasileira pois são considerado território brasileiro. 
Se for embarcações ou aeronaves de natureza brasileiro, mas é privada ou natureza mercantil, 
em regra não se considera território brasileiro, porém será território brasileiro por equiparação 
quando o fato for praticado em embarcação que estiver em alto, ou no caso aeronave, 
sobrevoado alto mar. Se o crime ocorreu em uma embarcação ou aeronave privada ou mercantil 
estrangeira, mas estando sobre o território brasileiro, aplica-se também a Norma Penal 
Brasileira. 
 
Extraterritorialidade – Art. 7º do CP 
Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira,embora cometidos no estrangeiro: 
I - os crimes: 
a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da República; 
b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de Estado, de 
Território, de Município, de empresa pública, sociedade de economia mista, autarquia 
ou fundação instituída pelo Poder Público; 
 c) contra a administração pública, por quem está a seu serviço; 
d) de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil; 
II - os crimes: 
a) que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir; 
b) praticados por brasileiro; 
c) praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade 
privada, quando em território estrangeiro e aí não sejam julgados. 
§ 1º - Nos casos do inciso I, o agente é punido segundo a lei brasileira, ainda que 
absolvido ou condenado no estrangeiro 
§ 2º - Nos casos do inciso II, a aplicação da lei brasileira depende do concurso das 
seguintes condições: 
a) entrar o agente no território nacional; 
b) ser o fato punível também no país em que foi praticado; 
c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a extradição; 
d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido a pena; 
e) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, não estar extinta 
a punibilidade, segundo a lei mais favorável 
§ 3º - A lei brasileira aplica-se também ao crime cometido por estrangeiro contra 
brasileiro fora do Brasil, se, reunidas as condições previstas no parágrafo anterior 
a) não foi pedida ou foi negada a extradição; 
b) houve requisição do Ministro da Justiça. 
 
A extraterritorialidade é para verificar se os fatos ocorridos exclusivamente fora do 
território brasileiro, ou seja, território estrangeiro, se é aplicado a lei penal brasileira. Aplicação 
da lei penal brasileira pode INCONDICIONADA ou CONDICIONADA. 
Incondicionada: Lei Penal Brasileira vai ser aplicada em fatos praticados no 
estrangeiro independente de qualquer condição. São as situações prevista no art. 7º, I do CP. 
Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: 
I - os crimes: 
a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da República; 
b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de Estado, de 
Território, de Município, de empresa pública, sociedade de economia mista, autarquia ou 
fundação instituída pelo Poder Público; 
 c) contra a administração pública, por quem está a seu serviço; 
d) de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil; 
 
Condicionada: a lei penal brasileira é aplicada em algumas hipóteses de fatos ocorrido 
no estrangeiro desde que esteja presente determinados requisitos. 
Hipóteses - art. 7, II: 
Crimes que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir; 
Crimes praticados por brasileiro; 
Crimes praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de 
propriedade privada, quando em território estrangeiro e aí não sejam julgados. 
Requisitos – art. 7, § 2º CP: 
Entrar o agente no território nacional; 
Ser o fato punível também no país em que foi praticado; 
Estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a extradição; 
Não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido a pena; 
Não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, não estar extinta a 
punibilidade, segundo a lei mais favorável 
 
Conflito Aparente De Normas 
Ocorre quando um mesmo fato pode, aparentemente, ser aplicado duas ou mais 
normas penais. 
Fundamento: princípio do Ne Bis in Idem. 
Pressupostos: 
1. Unidade de Fato; 
2. Pluralidade de norma que, aparentemente, com ele se identifica; 
3. Aparente aplicação de todas as normas à espécie; 
4. Efetiva aplicação de apenas uma das normas; 
Para soluciona esse conflito há 4 princípios: 
1. Princípio da Especialidade: a norma especial (específica) derroga a norma geral, 
devendo ser aplicada no lugar desta por possuir elementos especiais. Ou seja, Norma 
Especial Prevalece sobre a norma Geral. 
2. Princípio da Subsidiariedade: Quando não consegue aplicar a norma geral de forma 
ampla em fato menos grave, então aplicará a norma subsidiária. Ou seja, norma 
subsidiaria somente se aplica se não houver tipificação de outra geral, mais abrangente 
em crimes menos grave. Se subdivide em: 
2.1.Expressas/explícitos: a própria norma reconhece expressamente seu caráter 
subsidiário, admitido ser aplicada somente se não ficar caracterizado fato de 
maior gravidade. 
2.1.1. Ex.: Lesão Corporal seguida de morte, art. 129, § 3º, se “(...) 
circunstâncias evidenciam que o agente não quís o resultado, nem 
assumiu o risco de produzí-lo”. 
2.2.Tácito ou implícito: a norma nada diz, mas diante do caso concreto verifica-se 
sua subsidiariedade. 
2.2.1. Ex.: mediante de uso de violência a vítima é constrangida a 
entregar sua carteira ao agente. Incide aparentemente o tipo definido de 
roubo (norma primária) - art. 157 CP e o Constrangimento ilegal (norma 
subsidiária) - art. 146 CP, prevalece a norma primária. Mas se o agente 
mediante constrangimento pegar a carteira, olhar dentro e devolver para 
vítima, então aplicará o art. 146 CP – constrangimento ilegal, sendo 
assim subsidiária. 
3. Princípio da Consunção/absorção: o resultado final tipifica uma infração penal 
que absorve todas as condutas anteriores que, por si só, poderiam configurar infrações 
independentes. Ou seja, há uma sequência de atos, mas de forma insolada se caracteriza 
um delito. O crime fim absolve as condutas típicas praticada para consumação dele. 
3.1. Elementos presentes 
3.1.1. Unidade de elemento subjetivo: desde o início, há uma única 
vontade; 
3.1.2. Unidade de fato: há um só crime, tendo uma única vontade; 
3.1.3. Pluralidade de atos: há vários atos, pois se houvesse um único 
ato, não haveria que se falar em absorção; 
3.1.4. Progressividade na lesão ao bem jurídico: os atos violam de 
forma cada vez mais intensa o bem jurídico, sendo as anteriores 
absorvidas pelo mais grave. 
3.1.4.1. Ex.: as condutas de violação do domicilio (art. 150 CP) 
e Dano (art. 163) podem ser absolvidos pelo crime mais grave que é o 
furto qualificado (art. 155, § 4º do CP). Desse modo, o agente só 
responde pelo resultado mais grave, ficando absolvido as lesões 
anteriores ao bem jurídico. 
3.1.4.2. Agente agredi a vítima até matá-la, as lesões corporais 
são absorvidas pelo crime fim que é homicídio. 
3.1.4.3. Súmula 17 - STJ: Quando o falso se exaure no 
estelionato, sem mais potencialidade lesiva, é por este absorvido. - A 
conduta de falsificação de documento é absorvida pelo crime de 
estelionato, quando a realização daquele documento para praticar deste 
crime. 
Crime Progressivo: o agente desde do início tem um dolo de um crime fim. 
Progressão Criminosa: no início tem dolo de um crime menor, mas ao logo da 
progressão do crime passa tem o dolo de um crime mais grave. 
Ante factum (fato anterior): o fato anterior menos grave, quando for praticado como 
necessário para realização de outro mais grave, será absorvido pelo crime fim. 
Post Factum (fato posterior não punível): quando após a conduta realiza um novo 
ataque contra o mesmo bem jurídico apenas para tirar aproveito da prática anterior 
 
4.1. Princípio da Alternatividade: quando alguém pratica crime de conteúdo variado 
ou crime de ação múltipla. 
Ex.: art. 33 da Lei 11.343/2006, o agente realiza dois ou mais verbos no mesmo 
contexto fático, será considerado apenas um crime. 
Art. 33. Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir, vender, expor à 
venda, oferecer, ter em depósito, transportar, trazer consigo, guardar, prescrever, ministrar, 
entregar a consumo ou fornecer drogas, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em 
desacordo com determinação legal ou regulamentar: 
 
QuestõesQuestão 1 
Ano: 2020 Banca: FGV Órgão: OAB Prova: FGV - 2020 - OAB - Exame de Ordem 
Unificado XXXI - Primeira Fase 
André, nascido em 21/11/2001, adquiriu de Francisco, em 18/11/2019, grande 
quantidade de droga, com o fim de vendê-la aos convidados de seu aniversário, que seria 
celebrado em 24/11/2019. Imediatamente após a compra, guardou a droga no armário de seu 
quarto. 
Em 23/11/2019, a partir de uma denúncia anônima e munidos do respectivo mandado 
de busca e apreensão deferido judicialmente, policiais compareceram à residência de André, 
onde encontraram e apreenderam a droga que era por ele armazenada. De imediato, a mãe de 
André entrou em contato com o advogado da família. 
Considerando apenas as informações expostas, na Delegacia, o advogado de André 
deverá esclarecer à família que André, penalmente, será considerado 
a) inimputável, devendo responder apenas por ato infracional análogo ao delito de tráfico, 
em razão de sua menoridade quando da aquisição da droga, com base na Teoria da 
Atividade adotada pelo Código Penal para definir o momento do crime. 
b) inimputável, devendo responder apenas por ato infracional análogo ao delito de tráfico, 
tendo em vista que o Código Penal adota a Teoria da Ubiquidade para definir o 
momento do crime. 
c) imputável, podendo responder pelo delito de tráfico de drogas, mesmo adotando o 
Código Penal a Teoria da Atividade para definir o momento do crime. 
d) imputável, podendo responder pelo delito de associação para o tráfico, que tem natureza 
permanente, tendo em vista que o Código Penal adota a Teoria do Resultado para definir 
o momento do crime. 
 
Questão 2 
Ano: 2019 Banca: FGV Órgão: OAB Prova: FGV - 2019 - OAB - Exame de Ordem 
Unificado XXIX - Primeira Fase 
Em 05/10/2018, Lúcio, com o intuito de obter dinheiro para adquirir uma moto em 
comemoração ao seu aniversário de 18 anos, que aconteceria em 09/10/2018, sequestra Danilo, 
com a ajuda de um amigo ainda não identificado. No mesmo dia, a dupla entra em contato com 
a família da vítima, exigindo o pagamento da quantia de R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais) 
para sua liberação. Duas semanas após a restrição da liberdade da vítima, período durante o 
qual os autores permaneceram em constante contato com a família da vítima exigindo o 
pagamento do resgate, a polícia encontrou o local do cativeiro e conseguiu libertar Danilo, 
encaminhando, de imediato, Lúcio à Delegacia. Em sede policial, Lúcio entra em contato com 
o advogado da família. 
Considerando os fatos narrados, o(a) advogado(a) de Lúcio, em entrevista pessoal e 
reservada, deverá esclarecer que sua conduta 
a) não permite que seja oferecida denúncia pelo Ministério Público, pois o Código Penal 
adota a Teoria da Ação para definição do tempo do crime, sendo Lúcio inimputável 
para fins penais. 
b) não permite que seja oferecida denúncia pelo órgão ministerial, pois o Código Penal 
adota a Teoria do Resultado para definir o tempo do crime, e, sendo este de natureza 
formal, sua consumação se deu em 05/10/2018. 
c) configura fato típico, ilícito e culpável, podendo Lúcio ser responsabilizado, na 
condição de imputável, pelo crime de extorsão mediante sequestro qualificado na forma 
consumada. 
d) configura fato típico, ilícito e culpável, podendo Lúcio ser responsabilizado, na 
condição de imputável, pelo crime de extorsão mediante sequestro qualificado na forma 
tentada, já que o crime não se consumou por circunstâncias alheias à sua vontade, pois 
não houve obtenção da vantagem indevida. 
 
Questão 3 
Ano: 2019 Banca: FGV Órgão: OAB Prova: FGV - 2019 - OAB - Exame de Ordem 
Unificado - XXVIII - Primeira Fase 
Sílvio foi condenado pela prática de crime de roubo, ocorrido em 10/01/2017, por 
decisão transitada em julgado, em 05/03/2018, à pena base de 4 anos de reclusão, majorada em 
1/3 em razão do emprego de arma branca, totalizando 5 anos e 4 meses de pena privativa de 
liberdade, além de multa. 
Após ter sido iniciado o cumprimento definitivo da pena por Sílvio, foi editada, em 
23/04/2018, a Lei nº 13.654/18, que excluiu a causa de aumento pelo emprego de arma branca 
no crime de roubo. Ao tomar conhecimento da edição da nova lei, a família de Sílvio procura 
um(a) advogado(a). 
Considerando as informações expostas, o(a) advogado(a) de Sílvio 
a) não poderá buscar alteração da sentença, tendo em vista que houve trânsito em julgado 
da sentença penal condenatória. 
b) poderá requerer ao juízo da execução penal o afastamento da causa de aumento e, 
consequentemente, a redução da sanção penal imposta. 
c) deverá buscar a redução da pena aplicada, com afastamento da causa de aumento do 
emprego da arma branca, por meio de revisão criminal. 
d) deverá buscar a anulação da sentença condenatória, pugnando pela realização de novo 
julgamento com base na inovação legislativa. 
 
Questão 4 
Ano: 2018 Banca: FGV Órgão: OAB Prova: FGV - 2018 - OAB - Exame de Ordem 
Unificado - XXVI - Primeira Fase 
Jorge foi condenado, definitivamente, pela prática de determinado crime, e se 
encontrava em cumprimento dessa pena. Ao mesmo tempo, João respondia a uma ação penal 
pela prática de crime idêntico ao cometido por Jorge. Durante o cumprimento da pena por Jorge 
e da submissão ao processo por João, foi publicada e entrou em vigência uma lei que deixou 
de considerar as condutas dos dois como criminosas. Ao tomarem conhecimento da vigência 
da lei nova, João e Jorge o procuram, como advogado, para a adoção das medidas cabíveis. 
Com base nas informações narradas, como advogado de João e de Jorge, você 
deverá esclarecer que 
a) não poderá buscar a extinção da punibilidade de Jorge em razão de a sentença 
condenatória já ter transitado em julgado, mas poderá buscar a de João, que continuará 
sendo considerado primário e de bons antecedentes. 
b) poderá buscar a extinção da punibilidade dos dois, fazendo cessar todos os efeitos civis 
e penais da condenação de Jorge, inclusive não podendo ser considerada para fins de 
reincidência ou maus antecedentes. 
c) poderá buscar a extinção da punibilidade dos dois, fazendo cessar todos os efeitos 
penais da condenação de Jorge, mas não os extrapenais. 
d) não poderá buscar a extinção da punibilidade dos dois, tendo em vista que os fatos 
foram praticados anteriormente à edição da lei. 
 
Questão 5 
Ano: 2018 Banca: FGV Órgão: OAB Prova: FGV - 2018 - OAB - Exame de Ordem 
Unificado - XXV - Primeira Fase 
Francisco, brasileiro, é funcionário do Banco do Brasil, sociedade de economia mista, 
e trabalha na agência de Lisboa, em Portugal. Passando por dificuldades financeiras, acaba 
desviando dinheiro do banco para uma conta particular, sendo o fato descoberto e julgado em 
Portugal. Francisco é condenado pela infração praticada. Extinta a pena, ele retorna ao seu país 
de origem e é surpreendido ao ser citado, em processo no Brasil, para responder pelo mesmo 
fato, razão pela qual procura seu advogado. 
Considerando as informações narradas, o advogado de Francisco deverá informar 
que, de acordo com o previsto no Código Penal, 
a) ele não poderá responder no Brasil pelo mesmo fato, por já ter sido julgado e condenado 
em Portugal. 
b) ele somente poderia ser julgado no Brasil por aquele mesmo fato, caso tivesse sido 
absolvido em Portugal. 
c) ele pode ser julgado também no Brasil por aquele fato, sendo totalmente indiferente a 
condenação sofrida em Portugal. 
d) ele poderá ser julgado também no Brasil por aquele fato, mas a pena cumprida em 
Portugal atenua ou será computada naquela imposta no Brasil, em caso de nova 
condenação. 
 
Questão 6 
Ano: 2016 Banca: FGV Órgão: OAB Prova: FGV - 2016 - OAB - Exame de Ordem 
Unificado - XXI - Primeira Fase 
Revoltado com a conduta de um Ministro de Estado, Mário se esconde no interior de 
uma aeronave pública brasileira, que estava a serviço do governo, e, no meio da viagem, já no 
espaço aéreo equivalente ao Uruguai, desfere 05 facadasno Ministro com o qual estava 
insatisfeito, vindo a causar-lhe lesão corporal gravíssima. 
Diante da hipótese narrada, com base na lei brasileira, assinale a afirmativa 
correta. 
a) Mário poderá ser responsabilizado, segundo a lei brasileira, com base no critério da 
territorialidade. 
b) Mário poderá ser responsabilizado, segundo a lei brasileira, com base no critério da 
extraterritorialidade e princípio da justiça universal. 
c) Mário poderá ser responsabilizado, segundo a lei brasileira, com base no critério da 
extraterritorialidade, desde que ingresse em território brasileiro e não venha a ser 
julgado no estrangeiro. 
d) Mário não poderá ser responsabilizado pela lei brasileira, pois o crime foi cometido no 
exterior e nenhuma das causas de extraterritorialidade se aplica ao caso. 
 
 
 
 
1 2 3 3 4 5 6 
C C C B C D A 
 
 
NAYARA SANTOS DE SÁ 
Instagram: nayarasantosds

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