Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Escola modernista carioca Entre o racionalismo e a cultura brasileira DEPARTAMENTO DE TEORIA E HISTÓRIA DA ARQUITETURA - THA DISCIPLINA ARQ&URB NO BRASIL CONTEMPORÂNEO PROFª DRª. ANA PAULA GURGEL 4. Lucio Costa 4. Lucio Costa 1902 Nasce em Toulon, na França Em 27 de Fevereiro Lucio Marçal Ferreira Ribeiro Lima Costa 1916-17 Retornou ao Brasil 1923-24 formou- se Arquiteto pela Escola Nacional de Belas Artes no RJ 1938-39 Pavilhão do Brasil na Feira Internacional de NY 1942-44 Casa de veraneio do barão de Saavedra, em Petrópolis 1944 Park Hotel São Clemente, em Nova Friburgo 1952-53 integrou a Comissão dos Cinco, encarregad a de analisar os projetos para a sede da Unesco em Paris. 1936 Projeto da sede do MES – atual Palácio Capanema 1956 Sede social do Jockey Club do Brasil, no centro da cidade do Rio de Janeiro 1957 Projeto para Brasília, a capital brasileira 1967 Projeto para a Barra da Tijuca, plano piloto da expansão da região metropolitana do RJ 1995 Publica “Registro de uma Vivência” 1948-54 Parque Guinle, em Laranjeiras, na Zona Sul da cidade do Rio de Janeiro 1930 Nomead o para dirigir a Escola Nacional de Belas Artes 1937-72 assumiu a direção da Divisão de Estudos de Tombament o do SPHAN 1998 Morre no RJ em 13 de junho 4. Lucio Costa Lucio Costa Montreux, 1914 Desenho de engrenagens - Joaquim Ribeiro da Costa, 1908 4. Lucio Costa • Líder, intencionalmente ou não, do movimento moderno no Brasil • Posição de destaque desde que fora diretor da ENBA e depois no edifício do MES • Responsável pela contribuição teórica: uma adaptação das ideias de Le Corbusier e Walter Gropius • Três pilares da arquitetura: técnico, social e plástico • Poucos projetos realizados em razão da sua atuação no SPHAN a partir de 1938 4. Lucio Costa A valorização da arquitetura tradicional brasileira “Costa concluirá estar a arquitetura brasileira tradicional muito mais próxima do que se supunha da arquitetura contemporânea; descobrira que os verdadeiros problemas arquitetônicos tinham sido percebidos e resolvidos com bom senso pela arquitetura colonial [...] A arquitetura moderna não podia constituir uma ruptura pura e simples com o passado. Era preciso rejeitar sem hesitação tudo aquilo que não tivesse mais interesse, evitando uma imitação puramente formal, como tinha feito o movimento neocolonial” (BRUAND, p.124) Janela colonial. Desenho de Lucio Costa 4. Lucio Costa A valorização da arquitetura tradicional brasileira Ouro Preto Janela Casa popular Lucio Costa Diamantina: muxarabis Lucio Costa Frank Lloyd Wright Gregori Warchavchik, 1931 Conselho Nacional de Belas Artes Salão Oficial, 1931 4. Lucio Costa 4. Lucio Costa Residencia Gomes Fontes, RJ, 1930 4. Lucio Costa Versão moderna A casa construída é considerada por Lucio Costa como a "última manifestação de sentido eclético- acadêmico" Casa Fontes, (1930) 4. Lucio Costa Casa sem dono nº 1 – década de 1930 4. Lucio Costa Projetou algumas casas chamadas "sem dono", pois não eram projetos encomendado s por ninguém, mas desejos e fruto da mente criativa do arquiteto. Na foto, maquete de uma delas Casa sem dono ( s/d) 4. Lucio Costa Casa sem dono nº 3 – década de 1930 4. Lucio Costa Casa sem dono– década de 1930 Depois que mudou o rumo de sua arquitetura, Lucio Costa projetou as “Casas sem dono”, para lotes de tamanho padrão no Rio de Janeiro, com o objetivo, que não teve sucesso, de vendê-los em bancas de jornais. 4. Lucio Costa concurso para o plano de Monlevade - 1934 O anteprojeto concebido por Costa para o concurso promovido em 1934 pela siderúrgica Belgo-Mineira, para Monlevade, promove uma articulação entre a forma dos núcleos fabris e os postulados da arquitetura moderna. O arquiteto recupera também princípios básicos que costumavam reger a organização espacial de núcleos fabris: dispersão, neutralização das ruas, moradias econômicas, higiênicas e protegidas dos estranhos. 4. Lucio Costa concurso para o plano de Monlevade - 1934 Trata a casa como lugar de repouso e vida familiar, enquanto investe contra a noção da rua como lugar de convívio. 4. Lucio Costa concurso para o plano de Monlevade - 1934 4. Lucio Costa Concurso para o plano de Monlevade - 1934 Coerente com seu intuito de conciliar técnicas novas e tradicionais, este também tributário da noção de plasticidade de Freyre, Costa propõe reunir nas casas concreto armado e taipa; telhas de fibrocimento e forros de taquara. Sobre a laje apoiada nos pilotis, o arquiteto propõe paredes de taipa, adequadas pela leveza e economia e por estarem, isoladas do solo, livres de seu maior inconveniente, a umidade. 4. Lucio Costa concurso para o plano de Monlevade - 1934 4. Lucio Costa Pavilhão Brasileiro para a Feira Universal de NY (1939) 4. Lucio Costa Pavilhão Brasileiro para a Feira Universal de NY (1939) • O Ministério do Trabalho, patrocinador da participação brasileira, realiza um concurso para a escolha projeto em 1938, vencido por Lucio Costa. http://dspace.uniritter.edu.br/xmlui/handle/123456789/165 4. Lucio Costa Pavilhão Brasileiro para a Feira Universal de NY (1939) http://dspace.uniritter.edu.br/xmlui/handle/123456789/165 4. Lucio Costa Pavilhão Brasileiro para a Feira Universal de NY (1939) http://dspace.uniritter.edu.br/xmlui/handle/123456789/165 4. Lucio Costa Pavilhão Brasileiro para a Feira Universal de NY (1939) http://dspace.uniritter.edu.br/xmlui/handle/123456789/165 4. Lucio Costa Pavilhão Brasileiro para a Feira Universal de NY (1939) http://dspace.uniritter.edu.br/xmlui/handle/123456789/165 4. Lucio Costa Pavilhão Brasileiro para a Feira Universal de NY (1939) http://dspace.uniritter.edu.br/xmlui/handle/123456789/165 4. Lucio Costa Pavilhão Brasileiro para a Feira Universal de NY (1939) http://dspace.uniritter.edu.br/xmlui/handle/123456789/165 4. Lucio Costa Pavilhão Brasileiro para a Feira Universal de NY (1939) http://dspace.uniritter.edu.br/xmlui/handle/123456789/165 4. Lucio Costa Pavilhão Brasileiro para a Feira Universal de NY (1939) • O Ministério do Trabalho, patrocinador da participação brasileira, realiza um concurso para a escolha projeto em 1938, vencido por Lucio Costa. • Mas para surpresa de muitos, Costa renuncia à ideia original, e como salienta BRUAND (p.105), numa atitude generosa propõe um projeto conjunto com o segundo classificado – Oscar Niemeyer “O júri considerou que o projeto de Lucio se destacava como espírito de brasilidade. Foram apreciados o uso adequado e discreto dos elementos da técnica moderna de construir e a fácil comunicação da rua com o pátio, elemento que propicia distração do percurso longo e constitui espaço de socialização simpático. O projeto de Niemeyer se recomendava pela entrada franca e menor percurso, funcionalidade e economia” (COMAS, s/d) 4. Lucio Costa Pavilhão Brasileiro para a Feira Universal de NY (1939) 4. Lucio Costa Pavilhão Brasileiro para a Feira Universal de NY (1939) 4. Lucio Costa Pavilhão Brasileiro para a Feira Universal de NY (1939) “o violento contraste entre as elevações de rua e jardim e comparável ao contraste entre bastidores e boca de cena. A elevação para o pátio ajardinado evoca a grandiloqüência de outros pavilhões através de sua colunata colossal e ao mesmo tempo que a evita aravés de sua materialidade, trazendo à mente o Palácio de Cristal (1851) que continha uma feira inteira em Londres, a primeira com intenções universais” (COMAS, s/d) 4. Lucio Costa Pavilhão Brasileiro para a Feira Universal de NY (1939) • Os jardins têm muitas vezes sua autoria creditada erroneamente ao paisagista Roberto Burle Marx, entretanto segundo o catálogo brasileiro da exposição ((WORLD’S FAIR, 1939) O projeto paisagístico ficou a cargo doamericano Thomas D. Price. 4. Lucio Costa Gustavo Capanema Mário de Andrade Rodrigo Melo Franco de Andrade • Já em 1936, o então Ministro da Educação e Saúde, Gustavo Capanema, preocupado com a preservação do patrimônio cultural brasileiro, pediu a Mário de Andrade a elaboração de um anteprojeto de Lei para salvaguarda desses bens. Em seguida, confiou a Rodrigo Melo Franco de Andrade a tarefa de implantar o Serviço do Patrimônio. Criação do SPHAN em 1937 U M P A R Ê N T E S IS 4. Lucio Costa U M P A R Ê N T E S IS Criação do SPHAN em 1937 "Logo me ocorreu o caminho. Telefonei a Mário de Andrade, então Diretor do Departamento de Cultura da Prefeitura de São Paulo. Expus-lhe o problema e lhe pedi que me organizasse o projeto. Mário de Andrade, com aquela sua alegria adorável, aquele seu fervor pelas grandes coisas, aquela sua disposição de servir, queria apenas duas semanas para o trabalho. Decorrido o prazo, eis Mário de Andrade no Rio de Janeiro, trazendo o projeto." CAPANEMA, Gustavo. “Rodrigo, espelho de critério” In: A Lição de Rodrigo. Recife: Amigos do DPHAN, 1969, p. 41 4. Lucio Costa U M P A R Ê N T E S IS Criação do SPHAN em 1937 Decreto-lei nº25 - Organiza a proteção do patrimônio histórico e artístico nacional No que diz respeito à seleção de bens culturais para tombamento, percebe-se que ainda é absolutamente predominante a noção de patrimônio como “obra de arte”, e que mesmo os exemplares arquitetônicos são encarados como “únicos”, “excepcionais” Na prática, tais critérios privilegiavam a excepcionalidade e a representatividade dos bens culturais de alguns momentos específicos da história brasileira: • Valorização do colonial e repudio ao eclético, pois o ecletismo não passou por este processo de adequação, de “abrasileiramento”, por assim dizer; manteve impavidamente suas características importadas, de resto execradas pelos modernistas. 4. Lucio Costa Criação do SPHAN em 1937 U M P A R Ê N T E S IS Na verdade tínhamos um contexto de quase absoluto desconhecimento dos bens que constituíam tal patrimônio. Importância de que Lucio Costa veio a assumir, entre os técnicos do SPHAN: ele era um dos poucos que já tomara contato com este universo, ainda em sua fase de entusiasmo pelo neocolonial, nos anos 1920. Mas cientes dessa falha, uma das primeiras atividades a que se dedicaram os técnicos do SPHAN foi a realização de estudos e pesquisas sobre arquitetura colonial, veiculadas através da Revista do Patrimônio 4. Lucio Costa Museu das Missões, RS - 1940 4. Lucio Costa Museu das Missões, RS - 1940 4. Lucio Costa Museu das Missões, RS - 1940 O museu foi construído com elementos construtivos e materiais provenientes das ruínas, e de maneira similar a um alpendre missioneiro. Inicialmente imaginado como um simples abrigo aberto para as obras de arte, o Museu recebeu pouco tempo após sua inauguração um fechamento de painéis de vidro transparente, igualmente proposto por Lucio Costa. 4. Lucio Costa Museu das Missões, RS - 1940 Pese a sua extrema simplicidade formal e delicadeza construtiva, o Museu das Missões ainda é um projeto controverso em términos de intervenção patrimonial e fonte de investigações. http://dspace.uniritter.edu.br/xmlui/handle/123456789/52 4. Lucio Costa Museu das Missões, RS - 1940 http://dspace.uniritter.edu.br/xmlui/handle/123456789/52 4. Lucio Costa Museu das Missões, RS - 1940 http://dspace.uniritter.edu.br/xmlui/handle/123456789/52 4. Lucio Costa Museu das Missões, RS - 1940 4. Lucio Costa Museu das Missões, RS - 1940 4. Lucio Costa Museu das Missões, RS - 1940 4. Lucio Costa Museu das Missões, RS - 1940 http://dspace.uniritter.edu.br/xmlui/handle/123456789/52 4. Lucio Costa Museu das Missões, RS - 1940 http://dspace.uniritter.edu.br/xmlui/handle/123456789/52 4. Lucio Costa Museu das Missões, RS - 1940 4. Lucio Costa Museu das Missões, RS - 1940 4. Lucio Costa Casa Hungria Machado(RJ), 1942 era o setor de casas e mansões que oferecia maiores facilidades de síntese entre a tradição local e a arquitetura moderna Existia também uma clientela sensibilizada pelo movimento neocolonial, capaz de aceitar mais facilmente uma arquitetura discretamente moderna, que não rompesse totalmente com a tradição formal, do que as propostas revolucionárias, que pareciam arrogantes aos mais desavisados. 4. Lucio Costa Casa Hungria Machado(RJ), 1942 http://dspace.uniritter.edu.br/xmlui/handle/123456789/55 4. Lucio Costa Casa Hungria Machado(RJ), 1942 1 – Sala de estar; 2 – Pátio; 3 – Implúvio; 4 – Varanda; 5 – Sala de jantar; 6 – Copa-cozinha; 7 – Despensa; 8- Garagem; 9 – Lavanderia; 10 – Quartos de empregados; 11 – Dormitório; 12 – Terraço coberto; 13- Estúdio; 14 – Rouparia; 15 – Terraço; 16 – Vazio do pátio. 4. Lucio Costa Casa Hungria Machado(RJ), 1942 1 – Sala de estar; 2 – Pátio; 3 – Implúvio; 4 – Varanda; 5 – Sala de jantar; 6 – Copa-cozinha; 7 – Despensa; 8- Garagem; 9 – Lavanderia; 10 – Quartos de empregados; 11 – Dormitório; 12 – Terraço coberto; 13- Estúdio; 14 – Rouparia; 15 – Terraço; 16 – Vazio do pátio. 4. Lucio Costa Casa Hungria Machado(RJ), 1942 http://dspace.uniritter.edu.br/xmlui/handle/123456789/55 4. Lucio Costa Casa Hungria Machado(RJ), 1942 http://dspace.uniritter.edu.br/xmlui/handle/123456789/55 4. Lucio Costa Casa Hungria Machado(RJ), 1942 http://dspace.uniritter.edu.br/xmlui/handle/123456789/55 4. Lucio Costa Casa Hungria Machado(RJ), 1942 http://dspace.uniritter.edu.br/xmlui/handle/123456789/55 4. Lucio Costa • O arquiteto realizou um projeto moderno usando materiais e elementos da arquitetura colonial, como: telhas coloniais, janelas com treliça e pisos de pinho de riga. • A área social fica em um único plano, acessível por um lance de escadas ou por uma rampa. • A área de serviço e as dependências ocupam o piso térreo. • Sobre a parede da sala de jantar Cândido Portinari pintou, em 1944, uma de suas obras primas, o mural "A Divina Pastora" Casa Saavedra, Petrópolis (RJ), 1942-44 4. Lucio Costa Casa Saavedra, Petrópolis (RJ), , 1942-44 4. Lucio Costa Casa Saavedra, Petrópolis (RJ), , 1942-44 4. Lucio Costa Casa Saavedra, Petrópolis (RJ), , 1942-44 • A casa se desenvolve como um pavilhão alongado com duas alas perpendiculares, suspenso por pilotis de concreto aparente e secção quadrada. • As paredes do pavimento superior são de alvenaria de tijolos, sem rebocar na face externa, apenas pintadas de branco. • No térreo, as paredes externas são feitas com a mesma alvenaria de pedra aparente que envolve o pátio de serviço. • A cobertura de apenas meia agua é realizada em madeira e com telha tradicional. (BRITO, 2014, p. 510) http://dspace.uniritter.edu.br/xmlui/handle/123456789/53 4. Lucio Costa Casa Saavedra, Petrópolis (RJ), , 1942-44 http://dspace.uniritter.edu.br/xmlui/handle/123456789/53 4. Lucio Costa Casa Saavedra, Petrópolis (RJ), , 1942-44 http://dspace.uniritter.edu.br/xmlui/handle/123456789/53 4. Lucio Costa Casa Saavedra, Petrópolis (RJ), , 1942-44 http://dspace.uniritter.edu.br/xmlui/handle/123456789/53 4. Lucio Costa Casa Saavedra, Petrópolis (RJ), , 1942-44 http://dspace.uniritter.edu.br/xmlui/handle/123456789/53 4. Lucio Costa Representa o projeto de uma arquitetura moderna nacionalizada. O jardim de grandes dimensões foi tratado conforme os conceitos do paisagismo moderno, e integra diferentes áreas -- pomar, horta, gramado, piscina e estacionamento -- em um só conjunto Casa Saavedra, Petrópolis (RJ), , 1942-44 4. Lucio Costa Casa Saavedra, Petrópolis (RJ), , 1942-44 4. Lucio Costa Casa Saavedra, Petrópolis (RJ), , 1942-44 4. Lucio Costa Casa Saavedra, Petrópolis (RJ), 1942-44 • sobre pilotis, com telhado em meias água de telha canal. • A indicação de Lucio Costa paraque o projeto dos jardins fosse confiado a Roberto Burle Marx não foi aceita pelo proprietário. • No projeto original, a planta era em L; numa reforma, foi acrescida uma ala, fechada a varanda, e a escada de acesso foi substituída por uma rampa 4. Lucio Costa Casa Saavedra, Petrópolis (RJ), 1942-44 4. Lucio Costa Casa Saavedra, Petrópolis (RJ), 1942-44 4. Lucio Costa Casa Saavedra, Petrópolis (RJ), 1942-44 4. Lucio Costa Casa Saavedra, Petrópolis (RJ), 1942-44 4. Lucio Costa Casa Saavedra, Petrópolis (RJ), 1942-44 4. Lucio Costa Casa Saavedra, Petrópolis (RJ), 1942-44 4. Lucio Costa Casa Saavedra, Petrópolis (RJ), , 1942-44 4. Lucio Costa Casa Saavedra, Petrópolis (RJ), 1942-44 4. Lucio Costa Casa Saavedra, Petrópolis (RJ), 1942-44 4. Lucio Costa Hotel do parque São Clemente - Nova Friburgo (1944) Concebido no início da década de 40, com caráter provisório, na cidade de Nova Friburgo/RJ, o Park Hotel é considerado uma das obras mais importantes do arquiteto Lucio Costa na fase anterior à concepção de Brasília. 4. Lucio Costa Hotel do parque São Clemente - Nova Friburgo (1944) Duas decisões fundamentais: 1. Dispor os apartamentos num andar superior, dada a exigüidade do terreno. 2. Optar por estrutura mista de alvenaria e madeira, à base de paus roliços constituindo esqueleto independente. 4. Lucio Costa Hotel do parque São Clemente - Nova Friburgo (1944) “A simplicidade repetitiva do andar superior se contrapõe ao drama térreo. A extroversão do mecanismo da planta livre é aqui tão exuberante quanto no Pavilhão Brasileiro na Feira de Nova York de 1939 [...] a simplicidade aqui é das mais elaboradas.” COMAS, 2010 4. Lucio Costa Hotel do parque São Clemente - Nova Friburgo (1944) 4. Lucio Costa Hotel do parque São Clemente - Nova Friburgo (1944) 4. Lucio Costa Hotel do parque São Clemente - Nova Friburgo (1944) 4. Lucio Costa Hotel do parque São Clemente - Nova Friburgo (1944) 4. Lucio Costa Hotel do parque São Clemente - Nova Friburgo (1944) 4. Lucio Costa Hotel do parque São Clemente - Nova Friburgo (1944) 4. Lucio Costa Hotel do parque São Clemente - Nova Friburgo (1944) 4. Lucio Costa Hotel do parque São Clemente - Nova Friburgo (1944) 4. Lucio Costa Hotel do parque São Clemente - Nova Friburgo (1944) 4. Lucio Costa Hotel do parque São Clemente - Nova Friburgo (1944) Todas as unidades são dotadas de sacada voltada para sul, em balanço e delimitada por peitoril em muxarabi azul. 4. Lucio Costa Hotel do parque São Clemente - Nova Friburgo (1944) “A busca pela brasilidade para a arquitetura moderna também deixou herança. A abertura de Costa para a afetividade numa escola que se pautava pelo racionalismo e pela frieza acaba funcionando (...) como uma crítica à arquitetura moderna e, ao mesmo tempo, uma antecipação ao regionalismo crítico. Esse movimento de crítica ao modernismo prega a incorporação de elementos da cultura local à arquitetura, exatamente como defendia Costa.” (CARVALHO, 2002, p. 5.) 4. Lucio Costa Hotel do parque São Clemente - Nova Friburgo (1944) REGIONALISMO CRÍTICO • Segundo Kenneth Frampton, o termo se refere a uma linha de pensamento, oriunda da arquitetura moderna, que busca uma arquitetura essencialmente pura, utilizando os elementos culturais, políticos e econômicos da sua região, buscando assim uma forma de independência cultural. • Essa característica arquitetônica contrapõe um cenário vigente, onde o processo de construção baseia-se na redução a uma só tipologia, norma, modelo ou estandardização dos elementos de produção, com finalidade de obter economia e rapidez na fabricação em série. • Portanto, ao empregar o termo regionalismo crítico, se está fazendo referência a uma arquitetura vernacular, ou seja, própria do país ou região a que a obra pertence, desprovida da uniformização e se opondo à padronização que impera na arquitetura mundial. 4. Lucio Costa Parque Guinle – RJ (1948-54) • lâminas de apartamentos sob pilotis • associa características de forma a espaço da habitação tradicional brasileira, por um lado o partido é eminentemente racionalista, por outro a implantação e tratamento de superfícies em cada edifício denota uma: Sua aparição figura a possibilidade ideal de uma edificação inteiramente vazada, desmaterializada, pois tem o ar como matéria constituinte.” (WINIK,, 2001. p.33). “espantosa trama de cheios e vazios, que se integra na ortogonalidade rigorosa dos prismas e dilui a função de vedo atribuída à fachada. 4. Lucio Costa Parque Guinle – RJ (1948-54) Numa primeira fase, apenas três edifícios foram construídos: o Nova Cintra (1948), o Bristol (1950) e o Caledônia (1954). O primeiro diferencia-se dos outros dois pela sua implantação norte-sul-, paralela a uma das vias laterais ao parque, o que permitiu ao arquiteto implantar uma série de galerias comerciais com contato direto com a rua. Além disso, o Nova Cintra apresenta sete pavimentos de apartamentos, enquanto o Bristol e o Caledônia contam com seis. 4. Lucio Costa Parque Guinle – RJ (1948-54) 4. Lucio Costa Parque Guinle – RJ (1948-54) No entanto, todos mantêm uma mesma linguagem visual, marcada pelo uso de pilotis, como estratégia para lidar como o perfil variável do terreno, pela presença de um pavimento recuado de cobertura e, principalmente, pela utilização de cobogós de cerâmica e brises verticais de madeira - pintada de rosado no Caledônia e azul claro no Bristol- nas fachadas que dão para o parque, que, finalmente, é o que gera a identidade do conjunto e sua característica fundamental. 4. Lucio Costa Parque Guinle – RJ (1948-54) 4. Lucio Costa Parque Guinle – RJ (1948-54) 4. Lucio Costa Parque Guinle – RJ (1948-54) 4. Lucio Costa Parque Guinle – RJ (1948-54) cobogós de cerâmica e brises verticais Ambos elementos de proteção solar e amenização térmica configuram a modulação da fachada e estão dispostos sob uma lógica irregular. Os módulos de cobogós ora apresentam uma abertura central, ora são planos uniformes, enquanto os de brises são interrumpidos com uma abertura no seu quadrante superior direito. 4. Lucio Costa Parque Guinle – RJ (1948-54) Planta térreo (ed. Nova Cintra) 4. Lucio Costa Parque Guinle – RJ (1948-54) Planta pavimentos (ed. Nova Cintra) 4. Lucio Costa Parque Guinle – RJ (1948-54) Planta pavimentos 2, 4 e 6 (ed. Nova Cintra) 4. Lucio Costa Parque Guinle – RJ (1948-54) Planta – cobertura (ed. Nova Cintra) 4. Lucio Costa Parque Guinle – RJ (1948-54) 4. Lucio Costa Parque Guinle – RJ (1948-54) 4. Lucio Costa Parque Guinle – RJ (1948-54) 4. Lucio Costa Parque Guinle – RJ (1948-54) http://dspace.uniritter.edu.br/xmlui/handle/123456789/163 4. Lucio Costa Parque Guinle – RJ (1948-54) http://dspace.uniritter.edu.br/xmlui/handle/123456789/163 4. Lucio Costa Parque Guinle – RJ (1948-54) http://dspace.uniritter.edu.br/xmlui/handle/123456789/163 4. Lucio Costa Parque Guinle – RJ (1948-54) http://dspace.uniritter.edu.br/xmlui/handle/123456789/163 4. Lucio Costa Parque Guinle – RJ (1948-54) 4. Lucio Costa Parque Guinle – RJ (1948-54) 4. Lucio Costa Sede Social do Jockey Club Brasileiro – RJ (1956-72) • Projeto foi aprovado no mesmo ano do concurso do Plano Piloto de Brasília. • contraponto MES: ocupam toda uma quadra, mas o MES é aberto (formando uma praça) e o Jockey é uma variante do quarteirão fechado padrão, com o pátio central ocupado por uma garagem em altura para 785 carros. 4. Lucio Costa Sede Social do Jockey Club Brasileiro – RJ (1956-72) “Aproveitando a melhor vista, o clube se levanta vertical na testada leste, em bloco administrativo ligeiramente recuado a norte e sul; as instalações recreativas se espraiam sobre a garagem e os tetos-terraço das alas de escritórios paraaluguel nas demais testadas. No bloco administrativo se superpõem ao vestíbulo térreo os escritórios do clube, os salões de honra e restaurantes. Na superestrutura recreativa se incluem salões de festa, quadras esportivas, cinema, pátios, piscina e terraços ajardinados” (FRACALOSSI, 2015) 4. Lucio Costa Sede Social do Jockey Club Brasileiro – RJ (1956-72) “Em função dos recuos do bloco administrativo e da superestrutura recreativa, as alas de escritórios a norte e sul constituem blocos protuberantes sobre um pavimento térreo compreendendo uma sucessão de lojas e sobrelojas ao longo de galerias abertas sobre os passeios; a ala a oeste fica aprumada com o térreo, perfurado no centro por larga escadaria que leva ao salão de apostas no subsolo e é ladeada pelas entradas da garagem.” (FRACALOSSI, 2015) 4. Lucio Costa Sede Social do Jockey Club Brasileiro – RJ (1956-72) 4. Lucio Costa Sede Social do Jockey Club Brasileiro – RJ (1956-72) 4. Lucio Costa Sede Social do Jockey Club Brasileiro – RJ (1956-72) 4. Lucio Costa Sede Social do Jockey Club Brasileiro – RJ (1956-72) 4. Lucio Costa Sede Social do Jockey Club Brasileiro – RJ (1956-72) 4. Lucio Costa Sede Social do Jockey Club Brasileiro – RJ (1956-72) 4. Lucio Costa Brasília 4. Lucio Costa Plano Piloto da Barra da Tijuca 4. Lucio Costa Plano Piloto da Barra da Tijuca • A realização do Plano Piloto para a Barra da Tijuca e Baixada de Jacarepaguá representa, visto pelo ângulo da Cidade do Rio de Janeiro, o ponto alto de um processo de adesão e consolidação dos ideais modernistas que vem se desenvolvendo desde a década de 1930 Princípios racionais e espaciais próprios do ideário modernista: • a ausência de lotes ou quadras • verticalização • criação de áreas vazias • Exceção: separação entre pedestres e veículos “... O Rio do futuro nasce com filosofia própria, planejado, medido, calculado...” (COSTA, 1969) 4. Lucio Costa Plano Piloto da Barra da Tijuca 4. Lucio Costa Residência Thiago de Mello, 1978 - Barreirinha, Amazonas 4. Lucio Costa Residência Thiago de Mello, 1978 - Barreirinha, Amazonas 4. Lucio Costa Residência Thiago de Mello, 1978 - Barreirinha, Amazonas O arquiteto, cuja mãe, Alina, era amazonense, assim anota o fato no livro “Registro de uma Vivência” (1995): “Finalmente, numa como que volta às origens, dei o risco da casa que, em Barreirinha, no coração da Amazônia, o poeta nativo constrói com zelo e amor”. 4. Lucio Costa Residência Thiago de Mello, 1978 - Barreirinha, Amazonas https://casasbrasileiras.wordpress.com/2010/09/15/casa-thiago-de-mello-lucio-costa/ 4. Lucio Costa Residência Thiago de Mello, 1978 Em 1978, Thiago de Mello edificou com as próprias mãos – utilizando madeiras nativas – o sonho de sua casa amazônica. O conjunto foi chamado de Porantim do Bom Socorro, em homenagem ao lugar onde Thiago e seu pai haviam nascido. O refúgio do poeta, um dos últimos projetos do arquiteto Lucio Costa, era composto de três imóveis. Em um deles, que funcionava, também, como residência, Thiago instalou a Biblioteca Moronguetá e uma Biblioteca de Literatura Universal. Em outro, a Biblioteca Amazônica, com 800 volumes, a Biblioteca Latino-Americana e uma Biblioteca de Artes Plásticas. No terceiro, um Museu Universal e um Museu de Usos Humanos da Madeira Amazônica, atendendo a uma sugestão do antropólogo Gilberto Freyre. 4. Lucio Costa Residência Thiago de Mello, 1978 A cobertura, inicialmente prevista de palha, foi feita de telha. A casa pertence até hoje a Thiago de Mello, que mais tarde solicitou a Lucio Costa projeto para edificação complementar no mesmo terreno, para abrigar sua biblioteca e local de trabalho. 4. Lucio Costa Residência Thiago de Mello, 1978 4. Lucio Costa Residência Thiago de Mello, 1978 4. Lucio Costa Residência Thiago de Mello, 1978 4. Lucio Costa Residência Thiago de Mello, 1978 4. Lucio Costa Casa da filha Helena Costa, RJ, (1982) "Lucio Costa parte em direção aos anos 1980 com o projeto para a casa de uma de suas filhas, Helena. Na contramão do gosto exagerado que caracterizou a década, o arquiteto busca no passado colonial brasileiro as referências que fundamentam a linguagem formal adotada para a residência, que se alça em região bucólica da cidade do Rio de Janeiro. (...) a planta ao rés do chão desenvolve-se na forma de L, e revela a escada transversalmente disposta em relação ao ingresso." (PELLEGRINI; CANEZ; ALMEIDA. 2011) http://dspace.uniritter.edu.br/xmlui/handle/123456789/63 4. Lucio Costa Casa da filha Helena Costa, RJ, (1982) http://dspace.uniritter.edu.br/xmlui/handle/123456789/63 4. Lucio Costa Casa da filha Helena Costa, RJ, (1982) http://dspace.uniritter.edu.br/xmlui/handle/123456789/63 4. Lucio Costa Casa da filha Helena Costa, RJ, (1982) http://dspace.uniritter.edu.br/xmlui/handle/123456789/63 4. Lucio Costa Casa da filha Helena Costa, RJ, (1982) http://dspace.uniritter.edu.br/xmlui/handle/123456789/63 4. Lucio Costa Casa da filha Helena Costa, RJ, (1982) 4. Lucio Costa Casa da filha Helena Costa, RJ, (1982) 4. Lucio Costa Casa da filha Helena Costa, RJ, (1982)
Compartilhar