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Citoesqueleto ■ O citoesqueleto mantém a forma das células e é responsável pela contração celular, pelos movimentos da célula e pelo deslocamento de organelas, vesículas e partículas no citoplasma ■ Filamentos de actina, microtúbulos e as proteínas motoras miosinas, dineína e cinesina são os principais constituintes do citoesqueleto e responsáveis pelos movimentos celulares ■ Os filamentos de actina se associam a diversas proteínas e, por meio delas, fixam-se na membrana plasmáticas, no envoltório nuclear e em outros componentes das células ■ Nas células eucariontes, grande parte dos movimentos se deve ao deslizamento de filamentos de miosina sobre os de actina ■ As células musculares são especializadas para a contração ■ A unidade contrátil das células musculares estriadas é o sarcômero ■ Cada sarcômero é separado do outro por uma estrutura contendo desmina, a estria Z ■ No sarcômero, além dos filamentos de actina e de miosina, encontram-se outras proteínas que participam da disposição ordenada desses filamentos no músculo estriado e do controle da contração ■ Ao chegar à fibra muscular estriada, o impulso nervoso causa um fluxo de íons Ca2+ do reticulo endoplasmático liso para o citosol, desencadeando a contração muscular ■ As células mioepiteliais são contrateis e ajudam a expulsar a secreção das glândulas exócrinas ■ Os movimentos dos cílios e flagelos das células eucariontes se devem à atividade de microtúbulos, sem a participação do sistema actina-miosina - Citoesqueleto que desempenharia apenas um papel mecânico, de suporte, mantendo a forma celular e a posição de seus componentes. - Os principais elementos do citoesqueleto são os microtúbulos, filamentos de actina, filamentos de miosina, filamentos intermediários e macromoléculas proteicas diversas. Esses elementos estruturais assumem aspectos diferentes, de acordo com o tipo celular e com as necessidades da célula. De todos os componentes do citoesqueleto, apenas os filamentos intermediários são estáveis, exercendo somente funções de sustentação, sem participar dos movimentos celulares - Os deslocamentos intracelulares de organelas e outras partículas se devem às proteínas motoras, que podem ser divididas em dois grandes grupos: as dineínas e cinesinas, que causam deslocamentos em associação com os microtúbulos e as miosinas, que podem formar filamentos e atuam em associação com os filamentos de actina MICROTÚBULOS: - Cilindros muito delgados e longos - Cada microtúbulo é formado pela associação de dímeros proteicos dispostos em hélice. - São constituídos por duas cadeias polipeptídicas de estruturas semelhantes, mas não iguais, chamadas tubulinas alfa e beta, que se juntam para formar os dímeros. - Anel com 13 dímeros Desenho de microtúbulo, que mostra as duas subunidades (alfa e beta) que constituem a molécula de tubulina. O arranjo das moléculas de tubulina cria 13 protofilamento, que constituem a parede do microtúbulo. O número de protofilamentos fica bem visível no corte transversal de microtúbulo que aparece na parte superior da ilustração. - Estão em constante reorganização - Estão em constante reorganização, graças a polimerização local dos dímeros de tubulina, e diminuindo na outra extremidade, onde predomina a despolimerização. - A extremidade que cresce é denominada extremidade mais (+) e a outra é a extremidade menos (–). Os processos de alongamento e encurtamento dos microtúbulos são devidos ao desequilíbrio entre polimerização e despolimerização. - A polimerização desses dímeros de tubulina para formar microtúbulos é regulada pela concentração de íons Ca2+ e pelas proteínas associadas aos microtúbulos (MAPS) - Os microtúbulos participam da movimentação de cílios e flagelos, transporte intracelular de partículas, deslocamento dos cromossomos na mitose, estabelecimento e manutenção da forma das células. - Os axonemas, são expansões muito finas do citoplasma, que se dispõem radialmente em relação à célula, além disso os axonemas contém numerosos microtúbulos, dispostos ordenadamente em espiral - Ação da ureia, molécula que despolimeriza os microtúbulos fazendo com que os axonemas entrem em colapso e se retraem - Durante o colapso dos axonemas, ocorre uma despolimerização dos microtúbulos, com acúmulo das moléculas de tubulina no citoplasma. Com a retirada da uréia, as moléculas de tubulina se repolimerizam e reaparecem os microtúbulos e os axonemas Representação esquemática de microtúbulos, cílios e centríolos. A. Microtúbulos vistos ao microscópio eletrônico após fixação com glutaraldeído e ácido tânico. As subunidades de tubulina, não coradas, são delineadas pelo ácido tânico, que é elétron-denso. O corte transversal dos microtúbulos revela um anel de 13 subunidades. Os microtúbulos podem modificar seu tamanho pela perda de tubulina em uma das extremidades e adição na outra extremidade. B. O corte transversal de um cílio revela uma parte central formada de microtúbulos, o axonema, que consiste em 2 microtúbulos centrais, circundados por 9 duplas de microtúbulos. Nas duplas, o microtúbulo A é completo, com 13 subunidades, enquanto o microtúbulo B tem 2 ou 3 subunidades comuns com o microtúbulo A. Quando ativados, os braços de dineína ligam-se ao microtúbulo adjacente e promovem o encurvamento dos microtúbulos, desde que exista ATP para fornecer energia. C. Centríolos consistem em 9 trincas de microtúbulos unidas por pontes proteicas. Em cada trinca, o microtúbulo A é completo e consiste em 13 subunidades, enquanto os microtúbulos B e C têm subunidades de tubulina em comum. ● Fármacos que interferem nos microtúbulos - Colchicina paralisa a mitose na metáfase - Os microtúbulos dos cílios e flagelos são resistentes à colchicina, talvez em razão das proteínas (MAPS) associadas à eles. - Taxol também interfere nos microtúbulos, porém seu efeito molecular é contrário ao da colchicina, ele acelera a formação de microtúbulos e os estabiliza, interrompendo a despolimerização. - Toda a tubulina do citoplasma se polimeriza em microtúbulos muito estáveis. Desse modo, não há tubulina livre no citoplasma para formar os microtúbulos do fuso e a mitose não se processa. Portanto, os efeitos da colchicina e do taxol sobre a mitose são semelhantes, embora um destrua e o outro estabilize microtúbulos, o que mostra a importância do sistema formado por tubulina livre e tubulina polimerizada. - O taxol é empregado no tratamento de tumores malignos por sua capacidade de impedir a formação do fuso mitótico, atuando como poderoso antimitótico. - A colchicina é usada em medicina para o tratamento da gota, desde a antiguidade até nossos dias, embora o mecanismo de ação, nesse caso, não esteja ainda bem esclarecido. - Vincristina e vimblastina, que agem de modo semelhante à colchicina, são fármacos também usados no tratamento dos tumores malignos porque, como a colchicina e o taxol, impedem a formação dos microtúbulos do fuso mitótico, interrompendo a divisão celular. MICROTÚBULOS DOS CENTRÍOLOS - Cada célula contém um par de centríolos, que se localiza próximo ao núcleo e ao aparelho de Golgi, em uma região denominada centrossomo ou centro celular. O centrossomo, que, em algumas células, não contém centríolo, é constituído por um material amorfo de onde se originam microtúbulos. Por isso, o centrossomo é um MTOC (Centro de organização do microtúbulo) - Muito abundante no músculo, a actina é encontrada também, embora em menor quantidade, no citoplasma de todas as células FILAMENTOS DE ACTINA - Muito abundante no músculo, a actina é encontrada também, embora em menor quantidade, no citoplasma de todas as células - Os filamentos de actina participam da formação de uma camada imediatamente por dentro da membrana plasmática, chamada córtex celular. O córtex celular é importante para reforçar a membrana plasmática. - Diversos fármacos que influenciam na estrutura dos filamentos de actina, como as citocalasinas e as faloidinas - Interferem nos movimentos celulares - Impedem a polimerização ● subunidadede actina, chamada às vezes de actina globular ou actina G, é um polipeptídeo associado a uma molécula de ATP ou ADP. α-actina é expressa apenas nas células musculares, enquanto a 𝛃 e a 𝛄-actina são encontradas, em conjunto, em quase todas as células não musculares. Arranjo tipo cabeça-cauda ● ACTINA F (filamentosa) - As subunidades de actina unem-se nesse arranjo para formar uma hélice rígida, dextrógira e sao polares - Extremidade (-) : crescimento lento - Extremidade (+) : crescimento rápido - As subunidades estão posicionadas com sua fenda de ligação a nucleotídeos direcionada para a extremidade (-) - Os filamentos de actina individualmente são bastante flexíveis. Em uma célula viva, no entanto, as proteínas acessórias provocam interligações e agrupam os filamentos em feixes, originando estruturas de actina de maior escala que são muito mais rígidas. ● Nucleação - É a etapa limitante na formação dos filamentos de actina Sua regulação é um importante mecanismo pelo qual as células controlam sua forma e movimento. - Pequenos oligômeros de subunidades de actina podem formar arranjos de forma espontânea, mas eles são instáveis e se dissociam facilmente, pois cada monômero é ligado a apenas um ou dois outros monômeros. - Formação de um novo filamento de actina => as subunidades devem associar-se em um agregado inicial, ou núcleo, o qual será estabilizado por vários contatos entre as subunidades e, só então, poderá sofrer um rápido crescimento pela adição de novas subunidades. Esse processo é chamado de nucleação do filamento. Polaridade estrutural do filamento de actina. Esta fotomicrografia eletrônica mostra um filamento de actina polimerizado a partir de um filamento inicial curto de actina associado a domínios motores da miosina, resultando em um padrão de seta. O filamento cresceu muito mais rapidamente na extremidade “pena” (1) que na extremidade “ponta” (–). Os filamentos de actina possuem duas extremidades distintas com diferentes taxas de crescimento - As velocidades são muito maiores para a extremidade (+) do que para a extremidade (-). Isso pode ser visto quando se permite o arranjo de uma solução extremamente concentrada de monômeros de actina purificados sobre filamentos marcados de acordo com a polaridade – a extremidade (+) do filamento se alonga até 10x mais rápido. - A célula aproveita-se da dinâmica e da polaridade dos filamentos de actina para realizar trabalho mecânico. O crescimento do filamento ocorre de forma espontânea quando o equilíbrio de energia livre (DG) para a adição de subunidades solúveis é menor que zero. Esse é o caso quando a concentração de subunidades em solução excede a concentração crítica. - Uma célula pode acoplar um processo energeticamente desfavorável a esse processo espontâneo; assim, a célula pode usar a energia livre liberada durante a polimerização espontânea do filamento para mover uma carga associada. - Por exemplo, ao orientar as extremidades (+), de rápido crescimento, dos filamentos de actina em direção à sua borda anterior, uma célula com capacidade de movimento pode empurrar a sua membrana plasmática para a frente. ● Rolamento de um filamento de actina - É possível devido à hidrólise de ATP após a adição de subunidades. Explicação para as diferentes concentrações críticas (Cc) nas extremidades mais (1) e menos (2). As subunidades com ATP ligado (subunidades na forma T) sofrem polimerização em ambas as extremidades do filamento crescente e, em seguida, passam por hidrólise de nucleotídeos dentro do filamento. Conforme o filamento cresce, o alongamento é mais rápido que a hidrólise na extremidade mais (1) neste exemplo, e as subunidades terminais desta extremidade estão, portanto, sempre sob a forma T. No entanto, a hidrólise é mais rápida do que o alongamento na extremidade menos (–), de tal forma que as subunidades terminais nesta extremidade estão sob a forma D. (B) O rolamento ocorre em concentrações intermediárias de subunidades livres. A concentração crítica para a polimerização em uma extremidade do filamento sob a forma T é menor do que em uma extremidade do filamento sob a forma D. Se a concentração real de subunidades está em algum ponto entre esses dois valores, a extremidade mais (1) cresce, enquanto a extremidade menos (–) diminui, resultando no rolamento. Resumo: ● A actina é uma proteína do citoesqueleto altamente conservada que está presente em altas concentrações em quase todas as células eucarióticas. ● A nucleação representa uma barreira cinética para a polimerização de actina, mas uma vez iniciados, os filamentos de actina apresentam um comportamento dinâmico devido à hidrólise do nucleotídeo ATP. ● Os filamentos de actina são polarizados e podem sofrer rolamento quando um filamento cresce na extremidade mais e simultaneamente sofre despolimerização na extremidade menos. ● Nas células, a dinâmica dos filamentos de actina é regulada a cada etapa, e as diversas formas e funções da actina dependem de um repertório versátil de proteínas acessórias. Aproximadamente, metade da actina é mantida sob a forma monomérica através da associação com proteínas de sequestro como a timosina. Os fatores de nucleação, como o complexo Arp2/3 e as forminas promovem a formação de filamentos ramificados e paralelos, respectivamente. ● As interações entre as proteínas que ligam ou campeiam filamentos de actina e aquelas que promovem o rompimento ou despolimerização dos filamentos podem retardar ou acelerar a cinética da associação e dissociação dos filamentos. ● Outras classes de proteínas acessórias agregam os filamentos em estruturas de maior magnitude por interligação dos filamentos uns aos outros em conformações geometricamente definidas. ● Conexões entre esses arranjos de actina e a membrana plasmática das células conferem resistência mecânica às células animais e permitem a formação de estruturas celulares corticais, tais como os lamelipódios, os filopódios e as microvilosidades. ● A indução da polimerização dos filamentos de actina na sua superfície, permite que patógenos intracelulares sequestrem o citoesqueleto da célula hospedeira, utilizando-o para movimentar-se dentro da célula. FILAMENTOS INTERMEDIÁRIOS - Os filamentos intermediários são mais estáveis do que os microtúbulos e os filamentos de actina, e não são constituídos por monômeros precursores que constantemente se agregam e se separam - Não têm participação direta na contração celular, sendo primordialmente elementos estruturais - São abundantes nas células que sofrem atrito, como as da epiderme, onde se prendem a especializações da membrana plasmática, denominadas desmossomos, que unem as células umas às outras. - Frequentes nos axônios, que são prolongamentos das células nervosas ou neurônios, e em todos os tipos de células musculares. - As células que se multiplicam muito frequentemente são desprovidas de filamentos intermediários. - Todos os filamentos intermediários têm a mesma estrutura, sendo constituídos pela agregação de moléculas alongadas, cada uma formada por três cadeias polipeptídicas enroladas em hélice. - Os filamentos intermediários são formados por diversas proteínas fibrosas (moléculas muito alongadas): queratina, vicentina, proteína ácida fibrilar da glia, desmina, lâmina e proteínas dos neurofilamentos - Os filamentos intermediários constituídos de queratina são encontrados exclusivamente nas células epiteliais e em estruturas delas derivadas, como pelos, unhas e chifres - A desmina é encontrada nos filamentos intermediários das células musculares lisas e nas linhas Z das células musculares estriadas esqueléticas e cardíacas. - Os neurofilamentos são constituintes do corpo celular e dos prolongamentos dos neurônios, sendo particularmente abundantes nos axônios. Os filamentos intermediários são específicos para os diversos tecidos, o que tem sido utilizado para caracterizar, nas biópsias de tumores e suas metástases, os tecidos de origem, informação muitas vezes importante para orientar o tratamento. Por exemplo,a detecção de queratina por imunocitoquímica indica que o tumor é de origem epitelial e a variedade de queratina observada pode informar quanto ao tipo de epitélio onde se formou o tumor. MOVIMENTOS CELULARES: - A movimentação e o posicionamento intracelular das organelas e grânulos diversos estão relacionados com as funções celulares. São exemplos os movimentos cromossômicos na mitose, os movimentos das vesículas de secreção, das mitocôndrias e muitos outros. - Os filamentos de actina e de miosina, os microtúbulos e as proteínas motoras são responsáveis pela maioria dos movimentos celulares. Entre as moléculas desses componentes se estabelecem ligações químicas fracas e reversíveis, não cova- lentes, responsáveis pela força motriz. ● Movimentos que causam modificação na forma das células: - São ilustrados pela contração das células musculares, células mioepiteliais, células endoteliais, células mioides ● Movimentos que não causam modificação na forma das células - Inclui todos os processos de transporte intracelular de material não acompanhado por deformação celular. É o que ocorre também no transporte de material ao longo dos prolongamentos das células nervosas, transporte de grânulos de pigmento nas células pigmentares e na extrusão das vesículas de secreção das células glandular - O mecanismo de movimentação mais difundido nas células eucariontes se deve ao deslizamento de fibrilas de actina sobre fibrilas de miosina; porém, os movimentos dos cílios e flagelos e o transporte intracelular de partículas citoplasmáticas são devidos ao deslizamento de proteínas motoras sobre as macromoléculas de tubulina, que constituem os microtúbulos. - Embora os filamentos de actina participem ativamente na movimentação celular, eles têm também funções estruturais. A CÉLULA MUSCULAR ESTRIADA É ALTAMENTE ESPECIALIZADA NA TRANSFORMAÇÃO DE ENERGIA QUÍMICA EM ENERGIA MECÂNICA: - A célula muscular estriada, por ser especializada e apresentar uma estrutura altamente diferenciada no sentido de produzir movimento - O músculo estriado cardíaco é o principal componente do miocárdio, camada média e responsável pela contração involuntária, rítmica e continua do coração - Em razão da forma cilíndrica alongada, as células musculares muitas vezes são chamadas fibras musculares. - Na vida embrionária, várias células musculares primordiais ou precursoras se fundem, formando sincícios (sincício é uma estrutura constituída por citoplasma e muitos núcleos) que se alongam, originando as fibras musculares estriadas esqueléticas. - Cada miofibrila apresenta alternadamente faixas claras ou bandas I, e faixas escuras ou bandas A. O SARCÔMERO É A UNIDADE FUNCIONAL DAS FIBRAS MUSCULARES ESTRIADAS ESQUELÉTICAS E CARDÍACAS: - Miofibrilas, são formadas por unidades que se repetem, os sarcômeros. Cada sarcômero, por sua vez, é limitado por duas estrias finas e elétron-densas, as estrias Z, estruturas que contém desmina. Sarcômero, portanto, é a porção da miofibrila limitada por duas estrias Z consecutivas, sendo formado por uma banda A e dois segmentos da banda I cortada ao meio pela estria Z. - Um deles é fino, insere-se nas estrias Z com a participação da proteína α-actinina, dirige-se medialmente, não atingindo, porém, o centro do sarcômero. - O filamento fino é constituído por actina - Que se enrolam em dupla hélice à qual se associam as proteínas tropomiosina e troponina - Em determinadas circunstâncias, a actina se despolimeriza, apresentando-se sob a forma de moléculas globosas isoladas - actina G - Quando essas moléculas estão polimerizadas, formando filamentos, recebem o nome de actina F - Os filamentos grossos situados no centro do sarcômero, sem atingirem lateralmente as estrias Z, são constituídos por feixes de moléculas proteicas fibrilares de miosina. O DESLIZAMENTO DOS FILAMENTOS DE ACTINA E MIOSINA ENCURTA OS SARCÔMEROS E CAUSA A CONTRAÇÃO MUSCULAR: - A contração muscular ocorre graças ao deslizamento dos filamentos de actina sobre os de miosina para dentro do sarcômero, com o consequente encurtamento da distância entre as estrias Z. - A força motriz para esse movimento vem das ligações entre a actina e as cabeças globulares da miosina, que periodicamente se dobram, gerando um deslocamento lateral, seguido por uma ruptura e posterior reconstituição da ligação - A liberação de íons Ca2+ do retículo endoplasmático liso transmite para o interior da fibra muscular estriada o estímulo contrátil recebido pela membrana: - No músculo em repouso, a tropomiosina encontra-se em íntimo contato com a actina, cobrindo essa molécula e impedindo o contato das cabeças da miosina com a actina. - Quando o músculo é estimulado, o aumento de permeabilidade induzido pelo estímulo na membrana celular se transmite ao retículo endoplasmático liso, que libera para o citosol íons cálcio contidos no seu interior. - Esses íons agem sobre a troponina promovendo sua deformação molecular, o que causa a separação entre a tropomiosina e a actina. Esse movimento molecular expõe os grupamentos da actina que reagem com as cabeças da miosina, estabelecendo-se assim pontes entre esses dois filamentos - Na etapa seguinte, o encurvamento da cabeça globular da miosina, consumindo energia do ATP, desloca o filamento de actina, encurtando o sarcômero e provocando a contração da fibra - Em todas as fibras musculares estriadas, tanto esqueléticas como cardíacas, encurtamento dos sarcômeros. - constituídas por sarcômeros delimitados por estrias Z e que apresentam as mesmas bandas A e bandas I. OUTROS MOVIMENTOS QUE OCORREM POR INTERAÇÃO ENTRE ACTINA E MIOSINA: 1) Citocinese: ocorre também em razão da interação de actina e miosina 2) Microvilos: O polo apical das células epiteliais do revestimento intestinal e dos túbulos contorcidos renais apresenta numerosos prolongamentos muito finos, chamados microvilos. 3) Movimentos morfogenéticos: São os movimentos que ocorrem nos tecidos durante o desenvolvimento embrionário. 4) Movimentos amebóides: Esse tipo de movimento ocorre nas células livres como amebas, macrófagos, leucócitos e fibroblastos. ESTRUTURA DE CÍLIOS E FLAGELOS: - Os cílios são curtos, múltiplos e, nos epitélios, situam-se sempre na superfície apical das células. Os flagelos são geral- mente únicos e longos e, no corpo humano, encontrados ape- nas nos espermatozoides - Os cílios e flagelos são estruturas complexas constituídas por numerosas proteínas diferentes, várias das quais são imprescindíveis para sua movimentação. A síndrome de Kartagener, assim denominada em homenagem a seu descobridor, acarreta em seus portadores frequentes infecções respiratórias, sinusite crônica e esterilidade masculina. As mulheres portadoras da síndrome são férteis. O estudo dos espermatozoides de pacientes com a síndrome de Kartagener mostrou que os braços de dineína estão ausentes nos cílios e flagelos, o que impede a movimentação dessas estruturas, impossibilitando o deslocamento dos espermatozoides e o batimento ciliar responsável pela eliminação contínua de poeiras que pene- tram na árvore respiratória. - Os filamentos de actina, os microtúbulos e as proteínas motoras, miosina, dineína e cinesina são os principais componentes celulares que participam dos processos de movimentação. Algumas dessas estruturas do citoesqueleto são responsáveis também pela forma das células. - Os movimentos que acarretam modificações na forma das células (movimento amebóide, contração muscular, citocinese, contração das células mioides) resultam da interação de filamentos de actina com filamentos de miosina. Há, todavia, movimentos que se devem aos microtúbulos, como os movimentos ciliares e flagelares. A energia para os movimentos é obtida dos nutrientes, sendo daí transferida para ligações químicas na molécula de ATP, que é a fonte imediata de energia para os movimentos celulares. Distrofia Muscular de Duchenne
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