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APOSTILA ÉTICA E CIDADANIA - Ajustada - 26 04 16

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ÉTICA E CIDADANIA 
 
Instrutoras: Flávia Antunes e Laura Mariano 
Ajustada por: Alexandra Wanderley e Núbia Muniz 
(Instrutoras) 
 
Abril - 2016 
 
2 
 
SUMÁRIO 
 
 
 
Capítulo 1 –Ética e Moral 
1.1 Conceitos de Ética e Moral..........................................................................03 a 06 
1.2 Diferença entre Ética e Moral ......................................................................07 a 09 
1.3 Tipos de Ética ...............................................................................................09 e10 
Capitulo 2 – Conduta Ética 
2.1 Conduta Ética no Serviço Público..........................................................................11 
2.2 O que esperar do Serviço Público .................................................................11 a 13 
2.3 Moral da Integridade e Moral do Oportunismo...............................................13 e 14 
2.4 Pequenas Corrupções.................................................................................. 15 a 17 
Capitulo 3 – Assédio Moral 
3.3 Conceito e Legislação.............................................................................................18 
3.4 Tipos de Assédio.............................................................................................19 e 20 
Capítulo 4 – Cidadania 
4.1 Conceito e Valores Básicos de Cidadania.....................................................21 a 26 
4.2 Cidadania no Século XXI.................................................................................27 a 29 
4.3 Mundo do Trabalho e Cidadania Organizacional ............................................30 a 33 
4.4 Cidadania e Combate a Corrupção......................................................................... 34 
 
REFERÊNCIAS....................................................................................................35 e 36 
 
 
 
 
 
3 
 
Capítulo 1 – Ética e Moral 
 
 
 
 
 
 
 
O intuito deste capítulo é fazer com que você perceba as diferenças entre o que é 
ético e moral, para que seja capaz de observar e analisar os fatos da vida cotidiana, tanto 
na esfera privada quanto no ambiente de trabalho. 
Mas, antes disso, achamos importante reforçar os motivos que temos para estudar 
Ética, vejamos: 
 
1.1 POR QUE ESTUDAR ÉTICA? 
Por que incluíram esse tema na grade de formação e capacitação dos servidores da 
Administração Pública? 
Podemos citar diversos motivos, tais como: 
 É um assunto recorrente e que sempre foi de interesse do homem. As questões 
éticas perpassam por todos os aspectos da vida (familiar, profissional, acadêmico, 
social), ao passo que desde a antiguidade o homem 
nutre interesse pelo assunto; 
 
 Por conta do aumento da competitividade e 
individualismo. O modelo econômico vigente, o 
sistema capitalista, estimula os imperativos “cada um 
por si” e “os fins justificam os meios”, o que gera 
várias distorções no convívio social; 
 
 
 
 
Caro (a) servidor (a), 
Neste primeiro capítulo vamos apresentar os conceitos de ética e 
moral; esclarecer que, apesar de haver certa confusão, ética e 
moral possuem significados diferentes; vamos distinguir o que é 
antiético, amoral e imoral; além de falarmos sobre os tipos de ética: 
individual, de grupo e profissional. 
 
Figura 1.1: Individualismo 
Fonte: http://www.ip.usp.br/portal/index.php? 
option=com_content&view=article&id=2033%3Adialogos-sobre-etica-moral-e-
educacao&catid=47%3Avideos&Itemid=94&lang=pt Acessado em: 24/10/2015. 
4 
 
 
 
 
 Por conta da crise de valores. A 
corrupção está impregnada no cenário político, 
econômico e social do nosso país que acaba 
por possibilitar perdas de referências éticas. As 
pequenas corrupções e o “jeitinho brasileiro” 
estão entranhadas na cultura brasileira, ao 
passo que pessoas que se comportam eticamente às vezes são tachadas de 
“bobas”, enquanto que os que burlam as leis, por exemplo, são tidas como 
“espertas”, gerando uma confusão entre o que é o certo e o errado, ocasionando 
assim a crise de valores. 
 
 Para fortalecer ações éticas no setor público. Exatamente por conta da crise de 
valores, que se faz mister fomentar as discussões sobre a ética a fim de fortalecer 
as ações éticas no setor público, além de possibilitar que as reflexões sejam 
conduzidas pelo(a) servidor(a) para os mais diversos âmbitos de sua vida. 
 
1.2. ÉTICA 
 
 
Figura 1.3: Dilema Ético 
Fonte: https://acropolejardimamerica.files.wordpress.com/2014/07/etica-e-moral-calvin-e-hobbes.jpeg. Acessado em: 24/10/2015. 
 
 
 
Figura 1.2: No Conselho de Ética 
Fonte: http://jornalcontato.com.br/home/index.php/2013 
/02/07/comissao-de-etica-na-camara-municipal/. Acessado em: 
24/10/2015. 
5 
 
O dilema ético retratado na tirinha é apenas um exemplo dentre muitos, tais como: É 
ou não ético desligar os aparelhos de uma pessoa que está com uma doença terminal e 
que só está viva porque as máquinas a conservam? Uma garota descobre que está 
grávida, mas não tem condições psicológicas, nem materiais de criar o bebê, deve ela 
abortar? Um desempregado, pai de três filhos, recebe uma proposta de emprego, mas que 
exige que seja desonesto e cometa irregularidades que beneficiem seu patrão, deve ele 
aceitar essa oferta? 
Como podemos ver, nos deparamos diariamente com vários dilemas que envolvem 
a ética. Umas questões são mais simples e outras nem tanto assim. Mas de um modo 
geral, elas permeiam nossas vidas. Através da ética decidimos acerca de várias questões 
como a escolha dos nossos governantes, dos nossos cônjuges, das nossas 
amizades...Enfim, através da ética decidiremos qual o caminho iremos trilhar. 
Mas, o que é Ética afinal? 
Para Sá (2003, p. 15), a ética “estuda os fenômenos morais, as morais históricas, os 
códigos de normas que regulam as relações e as condutas dos agentes sociais, os 
discursos normativos que identificam, em cada coletividade, o que é certo ou errado fazer”. 
A palavra Ética deriva do termo grego, “ethos” e significa modo ser, caráter, 
comportamento. É um ramo da filosofia que lida com a compreensão das noções e dos 
princípios que sustentam as bases da moralidade social e da vida individual. Trata-se de 
uma reflexão sobre o valor das ações sociais consideradas tanto no âmbito coletivo como 
no individual. 
Em outras palavras, Ética é um conjunto de conhecimentos extraídos da 
investigação do comportamento humano ao tentar explicar as regras morais de forma 
racional, fundamentada, científica e teórica. A Ética teoriza sobre as concepções que dão 
suporte à moral. “É uma espécie de teoria sobre a prática moral, uma reflexão teórica 
que analisa e critica os fundamentos e princípios que regem um determinado 
sistema moral” (MORAIS, s.d, p.1). Em suma, é uma reflexão sobre a moral. 
O exercício de um pensamento crítico e reflexivo quanto aos valores e costumes 
vigentes tem início ainda, na cultura ocidental, na Antiguidade Clássica com os primeiros 
grandes filósofos, a exemplo de Sócrates, Platão e Aristóteles. Questionadores que eram, 
propunham uma espécie de “estudo” sobre o que de fato poderia ser compreendido como 
valores universais a todos os homens, buscando dessa forma ser correto, virtuoso, ético. O 
pano de fundo ou o contexto histórico nos qual estavam inseridos tais filósofos era o de 
uma Grécia voltada para a preocupação com a pólis, com a política. 
6 
 
Nesse contexto, a ética seria uma reflexão acerca da influência que o código moral 
estabelecido exerce sobre a nossa subjetividade, e acerca de como lidamos com essas 
prescrições de conduta, se aceitamos de forma integral ounão esses valores normativos e 
até que ponto nós damos o efetivo valor a tais valores. 
Segundo alguns filósofos, nossas vontades e nossos desejos poderiam ser vistos 
como um barco à deriva, o qual flutuaria perdido no mar, o que sugere um caráter de 
inconstância. Essa mesma inconstância tornaria a vida social impossível se nós não 
tivéssemos alguns valores que permitissem nossa vida em comum, pois teríamos um 
verdadeiro caos. Logo, é necessário educar nossa vontade, recebendo uma educação 
(formação) racional, para que dessa forma possamos escolher de forma acertada entre o 
justo e o injusto, entre o certo e o errado. 
Assim, a priori, podemos dizer que a ética se dá pela educação da vontade. 
Segundo Marilena Chauí em seu livro Convite à Filosofia (2008), a disciplina denominada 
ética nasce quando se passa a indagar o que são, de onde vêm e o que valem os 
costumes. Nasce quando também se busca compreender o caráter de cada pessoa. Isto é, 
quando se busca compreender, refletir sobre o senso moral e a consciência moral 
individual. 
 
1.3 MORAL 
Como você pode perceber, a ética e a moral estão relacionadas, apesar de serem 
distintas. A ética estuda/reflete a moral. Mas, então, o que é moral? 
A palavra “moral”tem origem no termo latino “morales” que significa “relativo aos 
costumes”. 
 A moral é o conjunto de regras que regulam as relações entre as pessoas de 
uma sociedade, na busca pelo bem comum, felicidade e justiça. Estas regras são 
adquiridas pela educação, tradição e cotidiano, e orientam cada indivíduo nas suas 
ações e julgamentos sobre o que é certo ou errado, bom ou mau, moral ou imoral. 
De acordo com Vásquez (1998), moral é um conjunto de normas, regras e valores 
que uma sociedade define para si mesma. Desse modo, podemos entender que a moral 
não é inata, inerente ao homem, na verdade ela é fruto da consciência coletiva, das 
experiências individuais e culturais que foram se construindo durante a história da 
humanidade. A partir do que foi adquirido, distingue-se o bom do mau, o permitido e o 
proibido. A moral surgiu da necessidade de respostas às necessidades da vida em grupo, 
7 
 
sendo possível somente quando o homem se tornou um ser social e este ser social só 
existe se tiver regras. 
Para ficar ainda mais claro para você o que é Ética e Moral, vamos apresentar as 
principais diferenças entre ambos. 
 
1.4 DIFERENÇAS ENTRE ÉTICA E MORAL 
A Moral surgiu nas sociedades primitivas, quando o homem passou a viver em 
agrupamentos. A partir dessa fase, passou a ter consciência Moral sobre o que era o bem 
e o mal naquele ambiente em que vivia. A Ética surgiu com Sócrates, na antiguidade, 
quando existia maior capacidade intelectual para investigar, explicar criticar e refletir sobre 
as normas morais. A Ética faz com que as atitudes dos homens não se dêem apenas por 
tradição, educação ou hábito, mas principalmente por convicção e inteligência. Ou seja, 
enquanto a Ética é teórica e reflexiva, a Moral é eminentemente prática. Uma completa 
a outra, ao passo que o conhecimento e a ação são indissociáveis. Eis uma das diferenças 
que Vásquez (1998) elencou. 
 Outra distinção ocorre de o fato da Ética tender a ser universalizar, enquanto que 
a Moral é relativa, pois pode variar com o tempo, e/ou de sociedade para sociedade. 
Vejamos um exemplo que engloba as diferenças vistas até agora: 
Suponhamos que Juca pediu emprestado o livro de um colega. Como o colega não 
cobrou a devolução do livro, Juca decidiu ficar para si, vendê-lo ou doá-lo a outra pessoa. 
Em qualquer uma dessas ações, se o colega for religioso, ele entenderá que Juca agiu de 
forma contrária à moral, pois feriu o mandamento divino de não roubar. Se o colega for 
uma pessoa que afirma o direito da propriedade privada, entenderá que a ação de Juca 
também foi moralmente reprovável, pois violou a lei e praticou um crime. 
Note que, pessoas diferentes condenariam Juca por motivos diferentes. Cada 
pessoa ou grupo tem noção de certo e errado. Umas se fundamentam na religião, outras 
nas leis, etc. Temos, então, várias “morais”, em que cada uma se fundamenta em noções 
diferentes para dizer o que é certo e o errado. Temos então o caráter relativo da moral. 
As normas morais se cumprem por meio da convicção íntima e adesão interna de 
cada um dos indivíduos, já as normas jurídicas não exigem essa convicção. A pessoa que 
pertence aquele contexto social deve cumprir a norma jurídica, ainda que não a ache justa, 
há o dispositivo externo que o obriga a cumpri-la. 
Ou seja, a Moral é internalizada e nos constitui como sujeito. A Ética, com suas leis, 
nos possibilita compreender se a nossa moral encontra-se adequada com a sociedade, 
8 
 
porém isso não significa que vou concordar ou agir como a lei determina, pois a ação moral 
independe de ter ou não regras. Sendo assim, podemos extrair outras diferenças, tais 
como: os princípios éticos possuem obrigatoriedade em seu cumprimento, podendo 
acarretar, inclusive, em sanções penais; já ao que se refere à Moral, há livre arbítrio, no 
máximo o que acontecerá é a desaprovação social. 
Nesse ponto da discussão, vale abrir um parêntese para explicar as diferenças entre 
amoral, imoral, antiético e aético. 
a) Amoral – é aquela pessoa que não tem conhecimento das normas morais, não tem 
as condições subjetivas necessárias agir segundo os preceitos morais. Por exemplo: 
uma criança que foi criada na selva por dez anos pelos chimpanzés, e ao ser 
resgatada, não tinha noção de que andar nua, roubar para comer e fazer suas 
necessidades fisiológicas na rua era errado. 
b) Imoral – é aquele que age contra a moral, mesmo sabendo quais as regras morais 
da sociedade em que faz parte. Por exemplo: um trabalhador que aceita suborno 
para infringir uma regra. 
c) Antiético – é alguém que age contrariando a ética que um grupo compartilha e 
aceita. 
d) Aético – pessoa incapaz de escolher, decidir e julgar, tais como: crianças ou pessoa 
com deficiência mental, idoso com esclerose senil, tanto que a lei considera 
inimputável. 
 
Como podemos perceber, são conceitos muito próximos e que para compreendê-los 
precisamos ter bem definido que a Moral está relacionada com a prática, com a ação em si, 
com os costumes, valores, tradições e hábitos. Já a Ética é a reflexão que se faz acerca da 
Moral e que tende a formular conceitos universais, que valham em qualquer lugar, 
independente da Moral específica do grupo, o exemplo mais próximo disso é a Declaração 
dos Direitos Humanos, de 1948. Então, a prática de valores éticos pelo indivíduo é o que 
chamamos de Moral. 
Depois de tudo que foi dito, tornou-se fácil para você perceber que em uma mesma 
sociedade o que era Moral pode deixar de ser com o passar do tempo, isso demonstra o 
caráter temporal da Moral. Por exemplo, há décadas atrás era inaceitável que as 
mulheres trabalhassem fora de casa e se realizassem profissionalmente. Hoje, você 
9 
 
aceitaria que uma mulher fosse proibida de trabalhar? Enquanto que a Ética, pelo fato de 
buscar princípios universais, o caráter é mais permanente. 
 
Vejamos agora um quadro-resumo com as diferenças entre Ética e Moral: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 1.4: Diferenças entre Ética e Moral 
Fonte: http://www.codigodeconduta.org/eticaemoral.php 
Acessado em: 24/10/2015. 
 
 
 Acreditando que você já conseguiu entender que a Ética e a Moral possuem 
conceitos distintos, apesar de fazerem parte de uma mesma realidade, vamos falar agora 
sobre os tipos de Ética. 
1.5 . TIPOS DE ÉTICA: PESSOAL, DE GRUPO E PROFISSIONAL 
A Ética Pessoal são os princípios que 
norteiama vida de um indivíduo. Por exemplo, 
quando você se pergunta: Como buscarei a minha 
felicidade? Em quais princípios irei respaldar 
minhas ações? As respostas queobtiver a esses 
questionamentos podem apontar para a sua Ética 
Pessoal. Em outras palavras, aÉtica Pessoal 
funciona como uma bússola que orienta 
Figura 1.5: Qual caminho a seguir? 
 
Fonte: http://futurodahospedagem.blogspot.com.br/2013/10/etica-na-vida-profissional.html. 
Acessado em: 24/10/2015. 
10 
 
indivíduo a proceder segundo alguns princípios pré-estabelecidos por ele mesmo. 
 
O indivíduo cria na mente uma espécie de “central de análise”, onde as situações 
passam por avaliações internas que buscam moldar a concepção sobre determinado 
aspecto. A Ética Pessoal pode ser influenciada/moldada positiva ou negativamente pelas 
experiências, educação, treinamento e pressão de grupo. 
O ideal é que a Ética Pessoal perpasse sempre pelo respeito à dignidade da pessoa 
humana, às diferenças culturais, aos pontos de vistas do outro. 
AÉtica de Grupo consiste nos princípios que orientam o comportamento dos 
membros de um grupo, são os padrões subculturais como a linguagem, os rituais, que são 
adotados pelos integrantes. Normalmente, o novato quando chega em um setor sofre 
pressão do grupo para se ajustar aos padrões. Em determinadas circunstâncias, pode 
haver um conflito entre a Ética Pessoal e a Ética do Grupo, nesses casos o indivíduo 
precisa decidir sobre qual irá seguir. Vale frisar que a Ética de Grupo não é 
necessariamente melhor do que a Pessoal, e vice-versa. 
A Ética Profissional consiste em um conjunto de normas codificadas do 
comportamento dos praticantes de uma determinada profissão. Advogados, médicos, 
militares, por exemplo, possuem seus códigos de ética que dizem de forma expressa quais 
os princípios que devem ser respeitados pelos profissionais da área. A Ética Profissional 
busca regulamentar o relacionamento entre os profissionais, cultivar e preservar a 
imagemda instituição, visando o respeito à dignidade da pessoa humana e a construção do 
bem-estar no contexto sociocultural em que o profissional está inserido. No próximo 
capítulo, iremos abordar de forma detalhada a conduta ética profissional no serviço público. 
 
RESUMO 
Nesta aula, vimos a importância de estudar Ética. Aprendemos que Ética e Moral não são a 
mesma coisa, apesar de estarem interligadas. Que a Ética é teórica e reflete a Moral; tende 
a ser universal e atemporal; além de estabelecer quais os princípios que irão nortear a vida 
de um indivíduo. A Moral, por sua vez, consiste nos costumes, valores, hábitos, tradições. 
Ela se caracteriza prática, relatividade e temporalidade. Por fim, compreendemos o que é 
Ética Pessoal, de Grupo e Profissional. 
 
11 
 
Capítulo 2– Conduta Ética no Serviço 
Público 
 
 
 
 
 
 
O intuito deste capítulo é fazer com que você fortaleça ainda mais a sua conduta 
ética no ambiente de trabalho, por meio de ações respaldadas na moral da integridade, 
vigiando-se em relação ao “jeitinho brasileiro” e às pequenas corrupções que permeiam o 
nosso dia a dia. 
 
2.1O QUE ESPERAR DO SERVIDOR PÚBLICO? 
No capítulo anterior, falamos sobre a Ética Profissional enquanto conjunto de 
normas codificadas que devem ser seguidas pelos profissionais no exercício de seu 
trabalho. Ter ética profissional nada mais é do que o indivíduo cumprir com todas as 
atividades de sua profissão, seguindo os princípios determinados pela lei, pela sociedade e 
pelo seu grupo de trabalho. A Ética Profissional busca regulamentar o relacionamento entre 
os profissionais, cultivar e preservar a imagem da instituição, visando o respeito à 
dignidade da pessoa humana e a construção do bem-estar no contexto sociocultural em 
que estão inseridos. 
Cada profissão tem o seu próprio código de ética, que pode variar ligeiramente, 
graças a diferentes áreas de atuação. No entanto, há elementos da ética profissional que 
são universais e por são isso aplicáveis a qualquer atividade profissional, tais como: 
honestidade, integridade, imparcialidade, coragem etc.. 
O princípio básico de atuação do servidor público consiste em servir o cidadão e a 
coletividade. Todo aquele que é aprovado em concurso público deve possuir esse 
pressuposto básico: agir de forma ética e transparente. Afinal de contas, ao servidor 
público é reservada a importante missão de gerir a coisa pública, tanto em nível 
estratégico, por meio de políticas públicas, quanto no tático e operacional, na condução e 
execução das atividades públicas. Cabe ao servidor dedicar-se, ter zelo e agir na busca 
pelo bem comum. 
Caro(a) servidor(a), 
Neste segundo capítulo vamos apresentar os princípios éticos que devem 
nortear a conduta do servidor; discutir sobre a moral da integridade e a 
moral do oportunismo; além de falar sobre as pequenas corrupções. 
 
12 
 
O Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal 
traz orientações que servem como base para os servidores das mais diversas esferas, 
inclusive a estadual, vejamos algumas: 
a) O servidor deve desempenhar seu trabalho norteado pela dignidade, decoro, 
zelo, eficácia e consciência dos princípios morais; 
b) Sua conduta deve ser ética, baseia-se na verdade, dispor do sigilo, zelo, 
disciplina, moralidade, cortesia, boa vontade, o cuidado e o tempo necessário 
para o cumprimento de seus deveres; 
c) A razão da atuação do servidor é a busca pelo bem comum; 
d) O servidor deve sempre se lembrar que o seu salário é pago por meio dos 
tributos dos cidadãos, inclusive ele mesmo, e que a contrapartida esperada pela 
sociedade é que os serviços prestados e todo tipo de atuação seja respaldado na 
ética; 
e) Como integrante da sociedade, o bom serviço prestado pelo servidor reflete nele 
mesmo; 
f) Os atos e fatos da vida privada do servidor interferem na sua vida profissional, 
em decorrência disso, a conduta fora do órgão público deve ser tão ética quanto 
durante a execução do seu trabalho; 
g) Os danos ao patrimônio público pelo servidor, tanto pela deterioração quanto 
pelo descuido, constituem em ofensa a todos àqueles que se dedicaram no 
processo de construção; 
h) São considerados danos morais: deixar o cidadão esperando longas filas, 
maltratar o cidadão ou atrasar na prestação do serviço público. 
 
Como pode ser visto, o servidor público deve respeitar os valores éticos e morais, 
deve respeitar as leis (as principais serão apresentadas no Capítulo 3), pois estes 
contribuem sobremaneira com a qualidade do atendimento no âmbito do poder público, 
além de conjugar o respeito ao usuário. 
Para finalizar este tópico, podemos elencar algumas dicas para a conduta ética do 
servidor público: 
 Lembre-se da Missão, Visão e Valores do seu órgão; 
 Saibam quais são as suas atribuições e responsabilidades; 
 Respeite o próximo, a privacidade do outro e a hierarquia; 
 Esteja comprometido e envolvido com seu trabalho; 
13 
 
 Seja assíduo e pontual; 
 Trate todos com respeito, até alguém que não gosta; 
 Assuma uma atitude imparcial; 
 Exerça suas funções com zelo, competência e eficiência; 
 Seja transparente com suas ações; 
 Seja humilde para assumir seus erros, tolerante e flexível em relação ao outro e com 
mudanças; 
 Atribua os créditos a quem merece; 
 Devolva o que pedir emprestado; 
 Se precisar corrigir alguém, faça-o em particular; 
 Cumpra com sua palavra; 
 Afaste-se de fofocas; 
 Aja de acordo com seus princípios, mesmo que contrarie a maioria; 
 Demonstre confiança e energia (conheça suas forças e fraquezas); 
 Conheça os aspectos legais dos seus direitose deveres 
 
 
2.2MORAL DA INTEGRIDADE E MORAL DO OPORTUNISMO 
No nosso país, percebemos a coexistência simultânea de duas morais opostas: 
Moral da Integridade e Moral do Oportunismo, segundo Srour (2002). O que vem a ser 
cada uma? 
A moral da integridade é um sistema de normas morais oficiais que permeiam o 
imaginário brasileiro, e acaba se personificando em uma gama de virtudes. Ela tem base 
em valores como a honestidade, lealdade, idoneidade, decoro, decência, lisura, 
confiabilidade, respeito, entre outras, enquanto que a desonestidade, enganação, fraude, 
blefe e da manipulação do inocente é veemente criticada. Dispõe de um discurso oficial 
(verdadeiro ou fingido) de integridade, que se manifesta contrário a corrupção, a falta de 
vergonha na cara, e todas as demais práticas antiéticas e imorais. Costuma enaltecer as 
pessoas de “caráter”, “´sérias” e ditas de confiança, em detrimento as que “não prestam”. A 
moral da integridade costuma ser compartilhada nas escolas, igrejas, tribunais, imprensa. 
O bem comum é tido como prioritário, para tanto, deve-se cumprir com as obrigações 
sociais, como se fossem mandamentos. 
 A moral do oportunismo é eminentemente egoísta, consiste naquela ideia de levar 
“vantagem em tudo”, “é bom quando é bom para mim”, de “dar jeitinho”, “cada um por si”, 
14 
 
“salve-se quem puder”, de valer-se da ingenuidade alheia. Inclusive, o ideal é que isso não 
se torne público, afinal, este é um discurso oficioso. 
Enfim, a moral do oportunismo é aquela moral que alimenta e sacramenta a 
hipocrisia, pois, em público, todos simulam ser adeptos da moral da integridade, e o 
indivíduo que faz uso dela é tido como esperto. Inclusive, essa malandragem é encarada 
como se fosse uma travessura, como se fizesse parte do cotidiano, ser esperto é uma 
forma de vencer na vida. 
E o pior, quem não faz parte deste esquema é taxado de “babaca”, “ingênuo”, 
“mané”. Na moral do oportunismo os interesses particulares estão acima de todos os 
demais, e o que importa é o triunfo da conveniência sobre a responsabilidade social. Ou 
seja, é o extremo da moral da integridade. Quem costuma assumir a moral do oportunismo 
são aquelas pessoas que valorizam o enriquecimento fácil e rápido. 
Podemos citar algumas das várias práticas que caracterizam a moral do 
oportunismo: caixa dois, subornos de fiscais, sonegação fiscal, compra ou venda de 
produtos sem nota fiscal, fraudes contábeis, formação de cartéis, superfaturamentos, 
exploração do trabalho infantil, contratação de funcionários sem carteira assinada entre 
outros. 
Na moral da integridade prima-se pelo jogo limpo, pois acredita-se que todos irão respeitar 
as regras, o que gera confiança em pessoas de fora do grupo. Já na moral do oportunismo, 
não há confiança nas pessoas de fora das “panelinhas”, pois não se tem certeza se o 
esquema e os jeitinhos para obtenção de vantagens e lucros continuarão em segredo. 
 Infelizmente, existem muitas pessoas que 
oscilam entre a moral da integridade e moral do 
oportunismo. Em certos momentos ficam 
horrorizados com as falcatruas dos políticos, mas 
quando tem oportunidade, utilizam-se logo do 
“jeitinho” para receber vantagens. Só é necessário 
que os interesses próprios sejam ameaçados, que 
já se tem motivos para quebrar as regras, burlar as 
normas. 
 Enquanto servidores públicos, nossas ações devem estar respaldadas 
necessariamente na moral da integridade, pois, como se já não bastasse o caráter hipócrita 
da moral do oportunismo, ainda garante ao servidor público que ele sofra sanções 
decorrência do seu uso. 
Figura 2.1 Integridade x Oportunismo 
Fonte: http://blogdoparamazonas.blogspot.com.br/ 
Acessado em: 24/10/2015. 
15 
 
O ideal é que na nossa vida prática possamos reavaliar nossas ações em busca de 
uma sociedade mais justa. Precisamos ir além do discurso e demostrar com atos a nossa 
vontade de melhorar enquanto coletividade. 
 
2.3 PEQUENAS CORRUPÇÕES 
Esse tópico complementa o anterior na medida em que aponta as pequenas 
corrupções que lidamos diariamente. Para tanto, partimos de um pronunciamento feito no 
mês de março de 2015 pela Presidente Dilma, que diante de tantos escândalos, se referiu 
à corrupção como uma “senhora idosa”, que já vive há muitos anos entre nós. Infelizmente, 
desde quando os primeiros indivíduos vagavam pelos continentes já existiam os espertos, 
que tiravam vantagens em detrimento do prejuízo alheio. Basta recordamos o que ocorreu 
com a chegada dos portugueses no Brasil, em 1500. 
A cultura do “jeitinho”, em muitos casos, nos faz realizar ações prejudiciais ao 
próximo. Quando furamos fila, sonegamos impostos, estacionamos em vaga de idoso 
indevidamente, entre outras coisas, estamos sendo corruptos. Aí você deve está se 
perguntado: corrupto? Sim. Porque quando um indivíduo prejudica alguém, pouco ou muito, 
está na verdade fortalecendo um dos maiores males do nosso país. Agir de forma leviana é 
uma prática corriqueira em todo o território brasileiro, mesmo que algumas pessoas achem 
que corrupção só existe em Brasília. A corrupção está na verdade, infelizmente, 
impregnada em boa parte da população. 
 No terreno da ética o apodrecimento dos valores éticos positivos se inicia por meio 
de pequenos delitos, infrações e aceitações. Quando, por exemplo, é noticiado que os 
marginais soltaram rojões para sinalizar a entrada da polícia na favela, o cidadão comum 
costuma reprovar tal ação. Entretanto, esse mesmo cidadão não ver nada de mal em piscar 
o farol na estrada para alertar que a viatura policial rodoviária está na outra direção. Isso se 
caracteriza como um relativismo ético, que acaba por corroer toda a nossa estrutura de 
dignidade. 
16 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Importante ter em mente que os políticos não vêem de Marte. Eles partem dessa 
mesma sociedade que busca se favorecer de algum modo, “desenrolando”, mesmo 
correndo o risco de prejudicar alguém. Então, até que ponto estamos contribuindo com a 
corrupção em nosso país? Eis uma questão que vale a pena refletir. 
Uma campanha criada pela Controladoria-Geral da União, nos anos de 2013 e 2014, 
intitulada de “Pequenas Corrupções – Diga não”, visou chamar a atenção do cidadão para 
as pequenas corrupções que praticamos diariamente, muitas vezes sem nos darmos conta 
de que estamos alimentando toda uma rede de corrupção. Essas pequenas atitudes são 
antiéticas, ou até mesmo ilegais, e costumam ser culturalmente aceitas e terem sua 
gravidade ignoradoa e/ou minimizada. A campanha deixa claro que “a mudança por um 
país mais ético começa em cada um de nós”. 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 2.2: Corrupção nossa de cada dia 
Fonte: http://www.jornalodiario.com.br/primavera-do-leste/editorial/corrupcao-nossa-de-cada-dia/52519. Acessado em: 24/10/2015 
17 
 
Vejamos dois dos encartes divulgados na campanha: 
 
 
 
 
Então você deve está se perguntando: quando morrerá a “senhora idosa”? Talvez 
nunca, mas podemos controlá-la e fazer com que ela perca suas forças. É bem verdade 
que isso leva tempo e requer trabalho duro, porém é possível. 
Acreditamos que a ação mais importante consiste nos adultos darem exemplo as crianças. 
Elas aprendem por meio do exemplo, e se queremos que no futuro os políticos e os 
cidadãos sejam honestos, precisamos ser hoje aquilo que queremos ser no amanhã. 
Na esfera pública, quem não tem notícia das pequenas corrupções, tais como levar 
material de expediente para casa, merenda escolar, material cirúrgico entre outros? Além 
de serem atitudes que contrariam a ética, também incorrem em crime como verão no 
próximo capítulo. 
O idealé que possamos repensar nossas ações no ambiente de trabalho e na vida, 
buscando minimizar as pequenas corrupções nossas de cada dia. 
 
RESUMO 
Nesta aula, vimos qual a conduta que deve ter um servidor público no exercício das suas 
funções. Fortalecemos o conceito de que o foco do servidor deve ser sempre em garantir o 
bem comum, para tanto, deve respaldar sua conduta na moral da integridade. O ideal é 
que, não apenas como servidor, para também como cidadão, possamos reavaliar nossa 
conduta, possibilitando maior afastamento da moral do oportunismo, do “jeitinho brasileiro”, 
e das pequenas corrupções, contribuindo assim com uma nação mais digna de se viver. 
 
Figuras 2.3: Pequenas Corrupções – Diga Não! 
Fonte: http://www.cgu.gov.br/redes/diga-nao/campanha-pequenas-corrupcoes-diga-nao. Acessado em: 24/10/2015 
18 
 
ATIVIDADE DE APRENDIZAGEM 
 
O filósofo francês Joseph-Marie Maistre (1753-1821) cunhou a seguinte expressão: “Cada 
povo tem o governo que merece”! 
Baseado nisso, o que temos feito para contribuir com a manutenção da corrupção? Como 
podemos refletir nossas ações e agir com vista a adotarmos condutas mais éticas no nosso 
dia a dia enquanto exercemos nossas funções públicas? 
 
Capítulo 3– Assédio Moral 
 
3.1 ASSÉDIO MORAL (Lei nº 13.314, de 15 OUT 2007) 
 
Dispõe sobre o assédio moral no âmbito da Administração Pública Estadual direta, 
indireta e Fundações Públicas. 
 Para fins do disposto na presente lei, considera-se 
assédio moral toda ação repetitiva ou sistematizada 
praticada por agente e servidor de qualquer nível que, 
abusando da autoridade inerente às suas funções, venha 
causar danos à integridade psíquica ou física e à auto-estima 
do servidor, prejudicando também o serviço público prestado 
e a própria carreira do servidor público. (Art. 2º da Lei 
13.314/2007). 
 Fica vedada a prática de assédio moral no âmbito da Administração Pública Estadual 
direta e indiretamente de qualquer de seus Poderes e Fundações Públicas. 
Assédio moral é a exposição dos trabalhadores em situações humilhantes e 
constrangedoras, repetitivas e prolongadas durante a jornada de trabalho no exercício de 
suas funções. 
. 
Figura 3.7: 
Fonte: 
http://www.sintchospir.com.br/sintc
hospir/ass%C3%A9dio.htm. 
Acessado em: 24.10.2015. 
Figura 3.9: 
http://www.newsrondonia.com.br/noticias/alguns+dos+casos+mais+bizar
ros+de+assedio+moral+por+frederico+e+fernandes+filho/42210 
Acessada em: 24.10.2015. 
 
Figura 3.8: 
Fonte: http://www.sintchospir.com.br/sintchospir/ass%C3%A9dio.htm 
Acessada em: 24.10.2015. 
 
19 
 
 
São mais comuns em relações hierárquicas e autoritárias, em que predominam 
condutas negativas, relações desumanas e antiéticas de longa duração, de um ou mais 
chefes dirigida a um ou mais subordinado (s), desestabilizando a relação da vítima com o 
ambiente de trabalho. Pode ser classificado em: 
 
3.2ASSÉDIO VERTICAL–DESCENDENTE:de cima (chefia) para baixo (subordinados): 
Proveniente do empregador, bem como qualquer outro superior hierárquico (diretor, 
gerente, chefe, supervisor), que receba uma delegação do poder de “comando”; Utiliza-se 
poder de chefia para fins deabuso. Ocorre quando os subordinados são agredidos pelos 
empregadores ou superiores hierárquicos, e levados a aceitar tudo o que é imposto pelo 
empregador, para garantir o emprego. 
Principais causas: Desestabiliza o trabalhador de forma que produza mais por 
menos. Causa impressão que não está atingindo os objetivos da empresa e/ou 
organização, a vítima fica praticamente desamparada e desprotegida, sofrendo as piores 
consequências psicológicas ou físicas. 
 
 
 
 
 
Figura 3.10: 
Fonte: http://noticias.ne10.uol.com.br/brasil/noticia/2015/09/11/vitima-de-assedio-moral-nao-goza-direitos-sociais-no-
trabalho-diz-procurador-567832.php 
Acessado em 24.10.2015. 
 
 
3.3ASSÉDIO VERTICAL – ASCENDENTE: debaixo (subordinados) para cima (chefia): 
É praticado por um grupo contra a chefia, já que dificilmente um subordinado isoladamente 
conseguiria desestabilizar um superior. Parte de um ou vários subordinados contra o 
superior hierárquico. Ex: quando o superior excede nos poderes de mando ou adota 
posturas autoritárias, com intuito de aumentar a competitividade e a rivalidade entre os 
colegas de trabalho. 
 Principais causas: Subordinados com ambição excessiva. Existe um ou dois que 
influenciam os demais. O objetivo é alcançar o lugar do superior já tendo os subordinados 
como aliados, uma vez que estes o ajudaram a "derrubar" a antiga chefia. Sentem-se parte 
do grupo de tomada de decisões. 
20 
 
 
 
 
3.4ASSÉDIO HORIZONTAL PARITÁRIO: É o mais percebido: Ocorre entre colegas de 
trabalho de mesmo grau hierárquico, ou seja, sem ascendência funcional entre si. 
 Quando um grupo isola e assedia um membro – parceiro. Manifesta-se através de 
brincadeiras maldosas, gracejo, piadas, grosserias, gestos obscenos, isolamento. Resultam 
em conflitos interpessoais, que acarretam em dificuldades de convivência, ou por 
competitividade/rivalidade para alcançar destaque dentro da organização; 
 Geralmente é praticado de forma individual ou coletiva e pode partir de um ou de 
vários trabalhadores em face de um grupo. É percebido entre os próprios colegas de 
trabalho, em razão da competitividade, discrepância salarial,ou inveja do trabalho realizado 
pelo colega, ou pela discriminação por fatores raciais, políticos, religiosos. Submetem o 
sujeito a situações de humilhação com comentários ofensivos, boatos sobre sua vida 
pessoal, e acusações que podem denegrir sua imagem perante a organização. 
 Principal causa:Eliminar concorrentes, principalmente quando este indivíduo vem 
se destacando com frequência perante os superiores. 
3.5MISTO:É um caso mais raro de acontecer: quando a vítima sofre o assédio tanto dos 
colegas que se encontram no mesmo nível hierárquico como também por aquele que 
está em um nível superior aos demais. É mais frequente em ambientes de trabalho com 
grande competitividade interna e mau gerenciamento. Torna-se um ambiente de trabalho 
estressante, no qual o patrão impõe um nível elevadíssimo de exigências. 
Principal causa: É combinado mediante colegas com a omissão e a conivência de 
superiores hierárquicos, pode ser transformado em uma forma mista, que alia o assédio 
descendente com o horizontal, conjuntamente. 
Capítulo 4 – Cidadania 
 
Figura 3.11: Assédio Moral 
https://blogdamercia.wordpress.com/tag/assedio-moral/ 
Acessado em 24.10.2015. 
 
21 
 
 
4.1CONCEITO E VALORES BÁSICOS DA CIDADANIA 
A origem da palavra cidadania vem do latim “civitas”, que quer dizer cidade. A 
palavra cidadania foi usada na Roma Antiga para indicar a situação política de uma pessoa 
e os direitos que essa pessoa tinha ou podia exercer. 
Segundo Dalmo Dallari (2008), “a cidadania expressa um conjunto de direitos que dá 
à pessoa a possibilidade de participar ativamente da vida e do governo de seu povo”. 
A plenitude da Cidadania implica numa situação na qual cada pessoa possa viver 
com decência e dignidade, através de direitos e deveres estabelecidos pelas necessidades 
e responsabilidades do Estado e das pessoas. 
A Declaração Universal dos Direitos Humanos pode ser considerada como a maior 
prova existente de consenso entre os seres humanos, pelo menos é o que defendia o 
nobre filósofo e jurista italiano Norberto Bobbio (1992). 
Para Bobbio (1992), a Declaração Universal dos Direitos Humanos foi uma 
inspiração e orientação para o crescimento da sociedade internacional, com o principalobjetivo de torná-la num Estado e fazer também com que os seres humanos fossem iguais 
e livres. E pela primeira vez, princípios fundamentais sistemáticos da conduta humana 
foram livremente aceitos pela maioria dos habitantes do planeta. 
Em todas as épocas da história, e em todas as culturas houve sinais de dignidade e 
fraternidade, que são esboços dos Direitos Humanos. Mesmo que todos os tratados e 
acordos da história antiga priorizassem os deveres, cumprimentos de leis podemos verificar 
um mínimo de respeito e tentativas de se evitar o caos na sociedade, um dos princípios dos 
Direitos Humanos. 
Todos os seres humanos nascem com direitos inalienáveis. Estes direitos buscam 
proporcionar uma vida digna, e cabe ao Estado proteger tais direitos. A liberdade, 
igualdade, tolerância, dignidade e respeito – independente de raça, cor, etnia, credo 
religioso, inclinação política partidária ou classe social – permite ao ser humano buscar tais 
direitos fundamentais. 
Os Direitos Humanos são indivisíveis: e são neles englobados questões sociais, 
políticas e econômicas. Tais como: 
 Todas as pessoas devem ter o direito de formar a sua própria opinião e de exprimi-la 
individualmente ou em assembleias pacificas; 
22 
 
 Todas as pessoas devem ter o direito de participar no governo; 
 Estar livre de prisão arbitrária, detenção e tortura – quer a pessoa seja um opositor 
ao partido no poder, pertença a uma minoria étnica ou seja um criminoso comum; 
 Livre expressão religiosa e uso de sua língua para manter suas tradições; 
 Todo ser humano deve ter a oportunidade de trabalhar, ganhar a vida e sustentar a 
sua família; 
 As crianças merecem proteção especial. 
Vamos agora refletir um pouco sobre estas questões??? 
 
Será que os Direitos Humanos estão sendo cumpridos como deveria? 
Será que estamos participando ativamente da nossa sociedade? 
Será que estamos sendo vigilantes de nós e dos nossos governantes? 
 
A resposta parece ser NEGATIVA! Pois a violência banalizada, como 
os assassinatos, as chacinas, os extermínios, o tráfico de drogas, o crime 
organizado, as mortes no trânsito e a corrupção desenfreada, não pode ser aceita como 
algo normal, ou seja, devemos dizer NÃO a estas violações dos Direitos Humanos. 
O mais importante instrumento da sociedade moderna no que tange aos Direitos 
Humanos é a Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948. Este documento, 
marco da nossa era, tornou-se um autêntico paradigma defensor da ética, da moral e dos 
bons costumes. Mas o que constatamos é um aumento constante da violência e total 
desrespeito aos Direitos Humanos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 4.1: Violência 
Fonte: http://f1team.leiaja.com/ong-afirma-que-violacao-aos-direitos-humanos-ainda-e-problema-
no-bahrein/. Acessado em: 24/10/2015. 
 
 
 
 
 
 
 
 
V I O L Ê N C I A 
 
23 
 
 
 
G E N O C Í D I O 
 
Figura 4.2. Genocídio 
Fonte:http://blog.portalexamedeordem.com.br/blog/2014/12/ser-
advogado-pode-ser-muito-mais-do-que-voces-imaginam/ Acessado 
em: 24/10/2015. 
 
FOME 
 
Figura 4.3: Fome 
Fonte:http://www.ultimosacontecimentos.com.br/fome
s/fao-menos-de-800-milhoes-de-pessoas-passam-
fome-no-mundo.html. Acessado em: 24/10/2015. 
 
 
 
 
 
FALTA DE MORADIA 
24 
 
 
Figura 4.4: Falta de Moradia 
Fonte: http://www.planetaeducacao.com.br/portal/impressao.asp?artigo=173. 
Acessado em: 24/10/2015. 
 
E aí, diante destas imagens que fazem parte de uma dura realidade social: cruel, 
triste e perversa, o que para você significa cidadania? Quais são os seus valores básicos? 
É difícil encontrar um conceito de cidadania suficientemente abrangente que seja 
aplicável a qualquer lugar, situação ou momento. Primeiro porque, como acontece com 
outros conceitos ligados à evolução das sociedades humanas cidadania é uma construção 
histórica, ou seja, modifica-se por influência das transformações da história humana. Além 
disso, ela reflete o ponto de vista e a condição social de quem a utiliza. 
Isso porque o conceito de cidadania depende ainda do jogo de interesses de 
segmentos sociais diferentes e dos conflitos entre os que estão no poder e os que estão 
fora dele. 
Sendo assim, vamos partir de um ponto comum de referência para chegarmos à 
definição adotada hoje pela maioria dos países: 
Todos nós temos direitos humanos universais, que devem ser respeitados em 
qualquer lugar do mundo, independentemente da nossa nacionalidade. Os que estão 
relacionados à nacionalidade são os direitos de cidadania. Ou seja, a cidadania é uma 
ligação jurídico-política que o indivíduo tem com o Estado, a que pertence e que lhe 
garante direitos e lhe impõe obrigações. 
Seus direitos são os de decidir e influir sobre os destinos do Estado e o de ter a sua 
condição humana garantida e protegida por ele. Suas obrigações são permitir e cuidar para 
que todos obedeçam às regras estabelecidas, de forma que a vida em comum transcorra 
25 
 
em harmonia e respeito e que os interesses coletivos sempre predominem sobre os 
particulares. 
Por isso, ser cidadão supõe desenvolver atitudes, assumir padrões de 
comportamento e adquirir hábitos que favoreçam o bom convívio com os demais e também 
que suas ações sejam pautadas pela ética do cuidado, do zelo, pelo bem comum e pelo 
respeito a coisa pública. Ou seja, aquele contínuo estado de alerta, de observação 
cuidadosa em relação à segurança, à dignidade e ao bem-estar do outro, que nos leva a 
sempre respeitá-lo e a nos colocar de seu lado e defendê-lo quando alguém não o 
respeitar. 
Por essas razões, é nosso dever apoiar e estimular a extensão dos direitos de 
cidadania a todos, assumir responsabilidades coletivas e pressionar organizações e 
instituições que podem promover a melhoria das nossas condições de vida. 
O conceito de cidadania teve origem na Grécia Antiga e foi utilizado para designar 
os direitos relativos ao cidadão, ou seja, o indivíduo que vivia na cidade e ali participava 
ativamente dos negócios e das decisões políticas. Cidadania pressupunha, portanto, todas 
as implicações decorrentes de uma vida em sociedade. Ao longo da história, o conceito de 
cidadania foi ampliado, passando a englobar um conjunto de valores sociais que 
determinam o conjunto de deveres e direitos de um cidadão. 
 Portanto, Cidadania são os direitos e deveres do cidadão e ela pode ou não ser 
exercida. 
Para a ética, não basta que exista um elenco de princípios fundamentais e direitos 
definidos nas Constituições. O desafio ético para uma nação é o de universalizar os direitos 
reais, permitido a todos cidadania plena, cotidiana e ativa. Desse modo, será possível a 
síntese entre ética e cidadania, na qual possa prevalecer muito mais uma ética de 
princípios do que uma ética do dever. 
 
E QUAIS SERIAM OS VALORES BÁSICOS PARA 
EXERCERMOS A CIDADANIA? 
 
Valor é a palavra que dá legitimidade a uma pessoa.É a nossa 
conduta dentro dessa sociedade, em todas as áreas: na família, 
na no meio social e no trabalho. Por exemplo: as atividades 
26 
 
profissionais dos diversos órgãos do governo, por estarem relacionadas com os direitos 
das pessoas, dependem da observação de certos valores indispensáveis ao respeito à 
cidadania. Como esta atividade é voltada para o bem comum, deve conter e até estar 
alicerçada em valores comuns, tais como: 
 Legalidade: Um conjunto de normas e regras impostas ou convencionadas, com a 
finalidade de disciplinar a convivência das pessoas na sociedade pressupõe que as 
condutas estejam dentro dos parâmetros estabelecidos na lei, ou por ela não 
proibidas; 
 Respeito: O respeito é o reconhecimento,a manutenção e a reverência aos direitos 
das pessoas. Toda pessoa deve ser valorizada e respeitada, sem qualquer 
discriminação por sexo, raça, idade, função, etc; 
 Honra: É o valor interno de cada pessoa e como se trata de um valor individual,a 
honra pode ser tratada como a dignidade da pessoa humana; 
 Reciprocidade: A reciprocidade impõe que devemos tratar as pessoas da forma 
como gostaríamos de ser tratados; 
 Eqüidade: A equidade é um valor indispensável para o exercício da atividade 
profissional, pois é esse valor que exige o tratamento equitativo entre as pessoas, 
onde se deve buscar sempre a igualdade, devem ser tratadas igualmente sem 
privilégios e/ou sem discriminações. 
 Moderação: É importante para a busca do equilíbrio. Assim, deve-se agir de forma 
moderada, evitando a precipitação e a intolerância. Por exemplo, o servidor público 
deve ser um profissional equilibrado, que tenha convicção da importância de sua 
atividade, é importante reconhecer suas próprias limitações. 
 Senso de Responsabilidade: O cidadão deve viver uma vida com 
responsabilidade, por exemplo, o servidor Público tem de ter um vínculo com a 
causa pública. A sociedade não pode confiar os direitos e serviços prestados ao 
funcionário que não seja responsável e que não esteja executando o seu serviço 
com assertividade e competência. 
 Bondade: Trata-se de um valor simples, onde uma pessoa sente prazer em ajudar 
outra. O agente público deve ser uma pessoa provida de bondade. É importante 
que demostre satisfação com as relações internas e externas, bem como ser útil à 
sociedade. 
 
27 
 
4.2A CIDADANIA NO SÉCULO XXI: DIREITOS CIVIS SÓ NA LEI!? 
O esforço de reconstrução, melhor dito, de construção da democracia no Brasil 
ganhou ímpeto após o fim da ditadura militar, em 1985. Uma das marcas desse esforço é a 
dimensão que assumiu a palavra cidadania. Políticos, jornalistas, intelectuais, líderes 
sindicais, dirigentes de associações, simples cidadãos, todos a adotaram. A cidadania, 
literalmente, caiu na boca do povo! Mais ainda, ela substituiu o próprio povo na retórica 
política. Não se diz mais "o povo quer isto ou aquilo", diz-se "a cidadania quer". Cidadania 
virou gente. No auge do entusiasmo cívico, chamamos a Constituição de 1988 de 
Constituição Cidadã. 
Mas havia ingenuidade no entusiasmo, havia a crença de que a democratização das 
instituições traria rapidamente a felicidade nacional. Pensava-se que o fato de termos 
reconquistado o direito de eleger nossos prefeitos, governadores e presidente da República 
seria garantia de liberdade, de participação, de segurança, de desenvolvimento, de 
emprego e de justiça social. 
As coisas não caminharam tão bem, muito pelo contrário,já quase 30 anos passados 
desde o fim da ditadura, problemas centrais de nossa sociedade, como a violência urbana, 
o desemprego, o analfabetismo, a má qualidade da educação, a oferta inadequada dos 
serviços de saúde e saneamento, e as grandes desigualdades sociais e 
econômicascontinuam sem solução, ou se agravam, ou, quando melhoram, é em ritmo 
muito lento. 
Em consequência, os próprios mecanismos e agentes do sistema democrático, 
como as eleições, os partidos, o Congresso, os políticos, se desgastam e perdem a 
confiança dos cidadãos. 
Não há indícios de que a descrença dos cidadãos tenha gerado saudosismo em 
relação ao governo militar, do qual a nova geração nem mesmo se recorda. Nem há 
indicação de perigo imediato para o sistema democrático. 
No entanto, a falta de perspectiva de melhoras importantes a curto prazo, inclusive 
por motivos que têm a ver com a crescente dependência do país em relação à ordem 
econômica internacional é fator inquietante, principalmente pela possibilidade de retrocesso 
em relação a conquistas já feitas. É importante, então, refletirmos sobre o problema da 
cidadania, sobre o seu significado, sua evolução histórica e suas perspectivas. 
28 
 
A cidadania inclui várias dimensões e algumas podem estar presentes sem as 
outras. Uma cidadania plena, que combine liberdade, participação e igualdade para todos é 
um ideal talvez inatingível nos dias de hoje. 
Tornou-se costume desdobrar a cidadania em direitos civis, políticos e sociais. O 
cidadão pleno seria aquele que fosse titular dos três direitos. Cidadãos incompletos seriam 
os que possuíssem apenas alguns dos direitos. Os que não se beneficiassem de nenhum 
dos direitos seriam não-cidadãos. 
E, portanto, o que seriam os direitos civis??? 
São os direitos fundamentais à vida, à liberdade, à propriedade, à igualdade perante 
a lei. Eles se desdobram na garantia de ir e vir, de escolher o trabalho, de manifestar o 
pensamento, de organizar-se, de ter respeitada a inviolabilidade do lar e da 
correspondência, de não ser preso a não ser pela autoridade competente e de acordo com 
as leis, de não ser condenado sem processo legal regular. São direitos cuja garantia se 
baseiam na existência de uma justiça independente, eficiente e acessível a todos. 
São eles que garantem as relações civilizadas entre as pessoas e a própria 
existência da sociedade civil surgida com o desenvolvimento do capitalismo. Sua pedra de 
toque é a liberdade individual. 
Vamos refletir: 
 Será que estamos exercendo soberanamente a nossa 
liberdade, nos dias atuais ou muitas vezes temos nosso direito de 
ir e vir cerceado? 
 Será que todos os cidadãos são tratados de forma igual 
como preconiza a nossa Constituição Federal, sem distinção de 
raça, cor e credo? 
 Será que a nossa justiça é realmente “cega” ou ela faz 
distinção entre pessoas de classes sociais distintas? 
 
Enfim, será que em pleno século XXI nós temos assegurados os nossos direitos 
fundamentais ou eles nada mais são do que uma folha de papel escrita na nossa 
Constituição? 
É possível haver direitos civis sem direitos políticos??? 
Sim, pois estes últimos se referem à participação do cidadão no governo. Seu 
exercício é limitado a parcela da população e consiste na capacidade de fazer 
demonstrações políticas, de organizar partidos, de votar e ser votado. Em geral, quando se 
29 
 
fala de direitos políticos, é do direito do voto que se está falando. Logo, você pode exercer 
todos os seus direitos civis, mas não pode exercer o direito do voto, por conta da idade, por 
exemplo. 
E aqui ficam algumas reflexões: 
 Como estamos exercendo esse direito para a 
escolha dos nossos governantes? 
 Quais os critérios que adotamos para exercer esse 
direito pleno à cidadania? 
 Será que os nossos governantes tem sido 
merecedores do nosso voto? 
 Será que eles tem cumprido seus papeis com 
ética,responsabilidade e seriedade? 
Também integram os Direitos Políticos o voto em plebiscitos e referendos, 
movimentação popular, organização e participação em partidos políticos. 
Entretanto, cada país pode apresentar disposições específicas sobre a formulação 
do conjunto dos Direitos Políticos dos cidadãos. O que, lamentavelmente, ainda acontece, 
é que em regimes autoritários persistentes no mundo, a população não goza dos Diretos 
Políticos, não possui o poder de participar do processo seletivo e, tampouco, de alterar os 
destinos da representatividade política. 
O Brasil passou por momentos graves nos quais a população teve seus Direitos 
Políticos violados. Na Primeira República, apenas uma pequena parte da população tinha 
direito ao voto, porém as eleições eram fraudadas e os eleitores eram repetidamente 
ameaçados e forçados na escolha de seus votos. 
 A década de 1930 permitiu uma ampliação do número de eleitores no Brasil, 
expandindo o direito ao voto à grande parte da população. Só que em 1937 Getúlio Vargas 
iniciouuma ditadura e suspendeu as eleições até 1945. Desta data até 1964, o Brasil viveu 
um período democrático, no qual a população pode votar, participar politicamente, se 
organizar em partidos e movimentos sociais, mas com o Golpe Militar, mais uma vez os 
brasileiros tiveram seus Direitos Políticos afetados. 
Por mais de 20 anos, a população brasileira ficou alheia ao processo de decisão do 
Presidente do país, o que só voltou a ser assegurado com a Constituição de 1988. 
 
 
30 
 
4.3 MUNDO DO TRABALHO E CIDADANIA ORGANIZACIONAL 
O ser humano não nasceu preparado para seguir normas de convivência e 
sobreviver em uma sociedade tão complexa quanto a nossa. Para estabelecer relações 
sociais e subsistir em nosso meio, precisamos de quem cuide de nós e nos eduque, 
transmitindo-nos as características e valores culturais da sociedade a que pertencemos. 
Desta forma, podemos dizer que o processo de socialização começa logo depois do 
nascimento e segue um longo caminho. Nessa jornada, cada um de nós precisa absorver 
conhecimentos e desenvolver habilidades, além de conhecer e utilizar linguagens. 
Precisamos também aprender a desempenhar papéis sociais e a reconhecer a 
importância de contribuir com a coletividade. Essa contribuição pode ser feita de várias 
maneiras: quando, por exemplo, produzimos alguma coisa ou prestamos algum serviço, 
quando reproduzimos ou inovamos técnicas, defendemos a estrutura da dinâmica social ou 
atuamos para alterá-la. O trabalho é uma dessas contribuições. Ele é necessário para 
garantir nossa sobrevivência e, para executá-lo, mobilizamos nosso físico, nosso intelecto, 
nossa razão e nossa vontade. 
Sem os produtos do trabalho não há sobrevivência humana, cultura, organização 
social, civilização e história. 
Durante toda a nossa vida, precisamos do nosso trabalho e do trabalho dos outros 
para a produção de bens e serviços que são demandados pelo viver e pelo conviver em 
sociedade. 
Em muitas situações, a ética e a cidadania são comprometidas pela atitude de um 
indivíduo, mas nem sempre o cidadão é o único responsável por isso. Nesses casos, por 
incompetência, irresponsabilidade, ignorância, displicência, desonestidade ou omissão, são 
os comportamentos e ações de organizações dos mais variados tipos e dos próprios 
governantes que colaboraram para isso, ou foram os principais responsáveis para que isso 
ocorresse. 
Vamos exemplificar essa questão com um caso: 
Cinco bebês morreram vítimas de um erro da auxiliar de enfermagem de um posto 
de saúde municipal, que, em vez da vacina tríplice (contra coqueluche, tétano e difteria), 
aplicou neles insulina. A auxiliar de enfermagem foi descuidada, desatenciosa, 
irresponsável e, por isso, deve ser julgada como a única causadora dessa desgraça? 
A pergunta implica muitos questionamentos: 
 Será que ela recebeu formação profissional eficiente? 
31 
 
 A instituição educacional que a habilitou ofereceu a ela um bom curso e fez 
corretamente a avaliação de suas competências? 
 E o posto de saúde? Que critérios o posto de saúde utilizou para contratá-la? 
 Ela ocupava a função que realmente lhe competia? 
 Os medicamentos estavam nos lugares certos e organizados e catalogados para 
que não houvesse possibilidade de serem confundidos? 
 E em que condições ela praticava seu trabalho? 
 Tinha os recursos e as informações necessárias para exercer aquela função? 
Outras perguntas também devem ser feitas quanto às implicações do governo, 
responsável pelo funcionamento do posto de saúde e do qual ela era funcionária. 
 Ele não teve nenhuma influência no caso? Não estaria a funcionária com acúmulo 
de trabalho? 
 Será que ela, devido a um salário baixo, estaria estressada por ter que fazer horas 
extras e dar conta de mais de um emprego? 
Essas perguntas revelam que nossa qualidade de vida e nosso desempenho como 
cidadãos, pessoas e profissionais também dependem de como as diferentes organizações 
atuam ao nos atender ou deixar de fazê-lo. No caso relatado, todos os motivos supostos 
para explicar o erro da auxiliar de enfermagem estão direta ou indiretamente relacionados 
com o Estado, com a política e com a cidadania organizacional, como: 
 A qualidade do ensino oferecido pelas escolas; 
 A responsabilidade dos órgãos certificadores de competência profissional; 
 A gestão administrativa das instituições públicas ou privadas; 
 A política de saúde e a política salarial do governo; 
 A política de administração, controle e acompanhamento de recursos humanos no 
posto de saúde. 
Isso também nos leva a concluir que toda a nossa vida social está impregnada de 
políticas diversas (governamentais, institucionais e empresariais) e que, por isso, não 
apenas somos atingidos por situações e ações políticas como também atuamos 
politicamente o tempo todo. 
Atuamos deliberada e ativamente, participando de manifestações, militando em 
algum partido, votando, nos candidatando a cargos políticos e denunciando descasos 
quanto ao atendimento das necessidades da população. Também atuamos involuntária e 
passivamente, quando nos omitimos, quando ignoramos o que se passa em nossa volta, 
afirmando que política é só para quem gosta. 
32 
 
No entanto, é importante percebermos que não são apenas os indivíduos 
isoladamente que precisam atuar na sociedade guiando-se pelos princípios da cidadania. 
As organizações também precisam ser cidadãs. 
Em resumo, a cidadania organizacional é também essencial para o bem-estar e a 
dignidade de todos. 
Pessoas e organizações que não primam pela ética e não se consideram 
comprometidas com o bem-estar e a qualidade de vida dos cidadãos, conscientemente ou 
não, voluntariamente ou não, acabam, de uma ou outra forma, sendo responsáveis por 
perdas e danos sofridos pela sociedade. 
A cidadania implica o reconhecimento de que dificilmente é possível, nem sempre é 
justo e, raramente, vale a pena a gente “melhorar de vida” sem melhorar a vida. Por isso, 
cabe aqui uma citação do grande cidadão brasileiro que foi Herbert de Souza, o Betinho: 
Tudo o que acontece no mundo, seja no meu país, na minha cidade ou 
no meu bairro, acontece comigo. Então eu preciso participar das 
decisões que interferem na minha vida. Um cidadão com um sentimento 
ético forte e consciência de cidadania não deixa passar nada, não abre 
mão desse poder de participação. (SOUZA,1994). 
 
Depois de todas essas indagações proponho meus caros alunos a fazerem uma 
auto avaliação, pois é preciso que nos perguntemos: 
 
 Como lidamos com os instrumentos e com os recursos 
físicos que usamos em nosso trabalho, seja produzindo algo 
concreto ou prestando serviços?Somos cuidadosos, 
parcimoniosos, sensatos e prudentes ao usá-los? 
 Qual a atenção que damos à qualidade do que 
oferecemos aos consumidores, clientes ou usuários? 
Sabemos que devemos tratá-los da mesma forma que 
gostaríamos de ser tratados? 
 Como nos comportamos, considerando a importância de nosso trabalho e sua 
repercussão tanto no ambiente em que ele se desenvolve quanto na vida em 
sociedade? 
 Qual a nossa disposição para trabalhar em equipe de forma cooperativa, oferecendo 
e recebendo ajuda, dividindo responsabilidades, respeitando direitos e 
compartilhando poder e sucesso? 
 Reconhecemos o valor da contribuição de cada um em nosso grupo? 
 
33 
 
Até muito recentemente era raro as empresas incluírem o tema da responsabilidade 
social em suas divulgações institucionais (hoje, é quase uma obrigação). O conceito se 
difunde reiteradamente em sites e aqui apresentamos seus princípios básicos. 
A responsabilidade social das empresas pode ser vista como parte de uma nova 
culturaorganizacional, de forma a produzir riquezas e desenvolvimento que beneficiem a 
todos os envolvidos em suas atividades – trabalhadores, consumidores, ambiente e 
comunidade. 
Essa visão inclui a promoção, pela empresa, dos seus valores éticos e responsáveis 
na sua cadeia de fornecedores e nos mercados onde atua. Ética e responsabilidade 
social são palavras-chave para as organizações contemporâneas. Pesquisa do 
Instituto Ethos de Responsabilidade Social indica que os consumidores estão mais 
propensos a comprar de uma organização que apresente postura ética e com 
responsabilidade social,entendendo-se como uma empresa responsável socialmente 
aquela que: 
 Zela pela qualidade dos produtos e serviços que oferecem aos clientes, tendo o 
cuidado de não danificar a saúde e o bem-estar das pessoas; 
 Mantém o respeito pelos empregados e fornecedores, estabelecendo relações 
baseadas em confiança e parceria, e não em exploração; 
 Preocupa-se com a segurança e a saúde no ambiente de trabalho, garantindo que 
os empregados gozem de boas condições; 
 É transparente com a sociedade, provendo todas as informações de interesse 
público com relação às operações e atividades da empresa ou qualidade dos 
produtos; 
 Respeita o ambiente, estabelecendo práticas que não afetem o equilíbrio ecológico e 
a qualidade de vida das comunidades; 
 Atua com ética no que diz respeito ao trato com outras empresas ou com as 
pessoas físicas, assim como no recolhimento de tributos, cumprindo todas as suas 
obrigações como empresa cidadã; 
 Envolve-se com o crescimento econômico e social sustentado, participando de 
atividades que beneficiem a sociedade; 
 Incentiva projetos culturais, sociais e educacionais que possam trazer 
desenvolvimento para o entorno social; 
 Estimula em seus funcionários o compromisso social e a atividade comunitária. 
 
34 
 
4.4CIDADANIA E COMBATE Á CORRUPÇÃO 
A palavra corrupção veio do latim corruptione, que dá a ideia de corromper, que 
pode significar decomposição, putrefação, desmoralização, suborno. De acordo com o 
Escritório das Nações Unidas para Combate ao Crime Organizado e às Drogas, a 
“corrupção é um complexo fenômeno social, político e econômico que afeta todos os 
países do mundo”. 
No Brasil, um dos principais atores no combate à corrupção é o Ministério Público 
Federal (MPF), que detém legitimidade para propor ações criminais e ações por ato de 
improbidade administrativa contra aqueles que desviam e aplicam indevidamente recursos 
públicos federais. 
O Brasil, infelizmente, virou o paraíso da corrupção, da improbidade administrativa, 
dos desvios envolvendo recursos públicos, do nepotismo, do superfaturamento, dos 
mensalões, da impunidade e tantas outras mazelas. Mais uma vez, a corrupção abala a 
credibilidade da esfera política brasileira. 
Modernas tecnologias da informação, como o computador, as redes sociais na 
internet, e-mails, Twitter, Blogs, Facebook e por aí vai. Através de tais mecanismos, 
sabemos de tudo o que se passa no Brasil e no mundo, podendo daí tirar nossas próprias 
conclusões sobre a conduta desse ou daquele político a quem confiamos (ou vamos 
confiar) o nosso voto. 
Além desses meios, existem os dois canais de televisão da Câmara e do Senado, 
duas valiosas ferramentas de que podemos nos valer para conhecer as atividades do 
político que elegemos para o Congresso Nacional. Os dois canais focam tanto os bons 
quanto os maus políticos, fato que facilita o nosso questionamento na hora de votar. 
 
 
Figura 4.5: Rui Barbosa 
Fonte:http://www.club33.com.br/v3/ar.asp?id=5019. 
Acessado em 30.10.2015. 
 
35 
 
REFERÊNCIAS 
 
 
 
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Acesso em: 24/out/2015, às 15h30. 
 
GUADARRAMA, Juan de Dios Pineda. Ética para el Desarrollo: tres vertientes contemporáneas de la ética pública. 
Disponível em < www.iapem.org.mx/eventos /clad/Juan%20de%20Dios.pdf >. Acesso em: 09/out/2015, às 20h30min. 
 
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http://ucbweb2.castelobranco.br/webcaf/arquivos/12971/6953/ 
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SÁ, Antônio Lopes de. Ética profissional. 8 Ed. São Paulo: Atlas, 2009. 
 
SUÁREZ, Cristina Seijo & TELLERÍA, Noel Añez. La Gestión Ética en la Administración Pública: base fundamental para la 
gerencia ética del desarrollo. Disponível em < www.publicaciones.urbe.edu/index.php/.../1402-venezuela >. Acesso em: 
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SROUR, Robert Henry. Ética empresarial: a gestão da reputação. Rio de Janeiro: Campus, 2002. 
Blog Noesis: Ética e Moral: qual a diferença?. 06/10/2010. 
 
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05.10.2015. 
 
http://noticias.uol.com.br/politica/ultimas-noticias/2015/03/16/corrupcao-nao-nasceu-hoje-e-nao-poupa-ninguem-diz-
dilma.htm. Acessado em 10.04.2016 
 
http://administracaonoblog.blogspot.com.br/2013/03/a-dupla-moral-brasileira-moral-da.html. Acessado em 15.10.2015 
 
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http://www.coladaweb.com/filosofia/moral-e-etica-dois-conceitos-de-uma-mesma-realidade.Acessado em 24.10.2015 
36 
 
 
http://www.dhnet.org.br/dados/manuais/dh/mundo/rover/c5.htm.Acessado em 25.10.2015 
 
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http://pt.slideshare.net/luiz2011/aula-3-noes-de-tica-profissional-15082790.Acessado em 28.10.2015 
 
http://www.psicorh.com.br/2012/05/moral-e-etica-analise-do-filme-um-ato.html.Acessado em 28.10.2015 
 
http://estadonoetico.blogspot.com.br/2010/10/etica-e-moral-qual-diferenca.html.Acessado em 09.04.2016

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