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A EXTINÇÃO DO FORO ESPECIAL POR PRERROGATIVA DE FUNÇÃO: ANÁLISE DA PEC N. 333/2017

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A EXTINÇÃO DO FORO ESPECIAL POR PRERROGATIVA DE FUNÇÃO: 
ANÁLISE DA PEC N. 333/2017 
Giancarlo de Giuli Madeira; Ricardo Muciato Martins 
(Universidade Paranaense – UNIPAR) 
 
Introdução: A Constituição de 1988, elenca em seus artigos 29, 53, 96, 102, 105 e 108, 
hipóteses de foro por prerrogativa de função, instituto que determina que certas autoridades, em 
razão do cargo ou função pública exercida, sejam processadas e julgadas pelo tribunais de 2º 
grau, tribunais superiores e pelo Supremo Tribunal Federal, ao cometerem crimes comuns e de 
responsabilidade. 
Objetivo: Analisar a real necessidade e aplicação do instituto e a possível lesão ao princípio 
constitucional da isonomia. 
Desenvolvimento: O foro privilegiado, é um instituto que viabiliza tratamento excepcional em 
virtude da função ou cargo exercido, buscando proteger o exercício da função pública, bem 
como a celeridade processual. Em sua aplicabilidade, a prerrogativa de foro tem se tornado 
sinônimo de impunidade e utilizado como uma manobra de evasão da justiça, visto o grande 
número de cargos e funções alcançados por esse “privilégio”, situação que congestiona o 
judiciário, conforme propõe a PEC nº 333/2017, a reforma do instituto. A Constituição Federal 
de 1988, menciona que responderão em tribunais de 2º grau, tribunais superiores e Supremo 
Tribunal Federal, por crimes comuns e de responsabilidade, ocupantes de determinados cargos 
públicos, adversamente aos cidadãos comuns, que respondem, em tribunais de primeira 
instância. O instituto do foro por prerrogativa de função é um resquício aristocrático, que 
possibilita um sistema desigual entre as autoridades e os cidadãos, mesmo diante do art. 5º da 
CF (1988), onde menciona: “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza 
[...]”. Sobre o tema, discorre Sergio Moro que (2016): “[...] fere a ideia básica da democracia 
de que todos devem ser tratados como iguais. Não existe razão para salvaguarda”. No entanto 
delonga a abertura de denúncias, visto que os tribunais não possuem estrutura suficiente para 
absorver e dar prosseguimento à quantidade de processos, congestionando o sistema judiciário. 
Assim, o instituto é ineficaz, chegando até a provocar a prescrição dos crimes cometidos. Luis 
Roberto Barroso (2016), menciona: “O foro por prerrogativa de função [...] é um mal para o 
Supremo Tribunal Federal e para o país. É preciso acabar com ele ou reservá-lo a um número 
mínimo de autoridades [...]”. A PEC nº 333/2013, que absorve diversos projetos de lei, visa a 
extinção das prerrogativas e exceções que impedem que autoridades sejam de fato 
responsabilizadas pelo cometimento de crimes comuns. 
Conclusões: Conforme analisado percebe-se que, o instituto do foro especial por prerrogativa 
de função é um sistema ineficaz que necessita de urgente reforma, pois gera congestionamento 
nos tribunais responsáveis, ocasionando a impunidade e favorecendo a corrupção. 
Referências: 
BRASIL. Constituição (1998), Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília: DF, 
Senado,1988. 
BRASIL. Senado Federal. Proposta de Emenda à Constituição n. 333/2017. Disponível em: 
Encurtador.com.br/eCEO6. Acesso em: 25 jul., 2020. 
BARROSO, Luis Roberto. Opinião: Foro por prerrogativa de função deve ser extinto. Conjur, 
disponível em: Encurtador.com.br/wDVZ6. Acesso em: 23 jul.2020. 
MORO, Sérgio Fernando. Sergio Moro critica foro privilegiado e diz que medida sobrecarregou 
Supremo. 
Agencia Brasil, disponível em: Encurtador.com.br/izKM7. Acesso em: 25 jul.2020.

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