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Pré natal

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1 Sanndy Emannuelly – 4° Período 2020.1 
abordagem da mulher na consulta pré-natal 
INTRODUÇÃO 
- O principal objetivo da atenção pré-natal e puerperal é 
acolher a mulher desde o início da gravidez, assegurando, ao 
fim da gestação, o nascimento de uma criança saudável e a 
garantia do bem-estar materno e neonatal. 
- Uma atenção pré-natal e puerperal qualificada e 
humanizada se dá por meio da incorporação de condutas 
acolhedoras e sem intervenções desnecessárias; do fácil 
acesso a serviços de saúde de qualidade, com ações que 
integrem todos os níveis da atenção: promoção, prevenção 
e assistência à saúde da gestante e do recém-nascido, desde 
o atendimento ambulatorial básico ao atendimento 
hospitalar para alto risco. 
- A assistência pré-natal é um conjunto de medidas de 
natureza médica, social, psicológica e de cuidados gerais que 
visa propiciar à mulher gestante o desenvolvimento 
saudável da gravidez. A realização do pré-natal representa 
papel fundamental em termos de prevenção e/ou detecção 
precoce de patologias, tanto maternas como fetais, 
permitindo o desenvolvimento saudável do feto e reduzindo 
os riscos para a gestante. Para tanto, devem-se levar em 
consideração tanto componentes maternos como do 
produto da concepção (feto e anexos). 
- Seu objetivo é fazer que a mulher se sinta bem do ponto de 
vista físico e psíquico, durante todo o período gestacional e 
quando do término da gravidez, isto é, fazer que ela esteja 
com a saúde o mais perfeita possível para gerar um recém-
nascido saudável. A gravidez é um período de sobrecarga 
física e emocional, e corresponde a um trabalho braçal de 
intensidade média. 
- Portanto, a assistência pré-natal deve ser iniciada antes da 
concepção, de forma a garantir que a mulher esteja 
fisicamente apta a suportar essa sobrecarga. Deve-se 
considerar a importância de buscar orientação antes da 
concepção, a fim de determinar o melhor momento de 
iniciar um período gravídico, objetivando minimizar riscos de 
malformações congênitas, além de evitar medicações 
teratogênicas, discutir hábitos, dieta, sedentarismo, viagens 
e a busca de cura ou compensação de doenças. 
- Primeira consulta mais precoce possível. 
- Mulher que planeja engravidar realiza consultar pré-
concepcionais: Entende-se por avaliação pré-concepcional a 
consulta que o casal faz antes de uma gravidez, objetivando 
identificar fatores de risco ou doenças que possam alterar a 
evolução normal de uma futura gestação. Constitui, assim, 
instrumento importante na melhoria dos índices de 
morbidade e mortalidade materna e infantil. 
- Sabe-se que pelo menos metade das gestações não são 
inicialmente planejadas, embora possam ser desejadas. 
Entretanto, em muitas ocasiões, o não planejamento deve-
se à falta de orientação, ou de oportunidade para a aquisição 
de um método anticoncepcional, e isso ocorre comumente 
com as adolescentes. 
- Realizar pelo menos 6 consultas na gestação e 1 no 
puerpério (domiciliar) 
- Em todas as consultas deve-se avaliar o risco gestacional 
(pode ter uma gravidez de baixo risco no início e depois 
evoluir para gravidez de alto risco). 
DIAGNÓSTICO DE GRAVIDEZ 
- O diagnóstico de gravidez baseia-se na história, no exame 
físico e nos testes laboratoriais. Frente a uma amenorréia ou 
atraso menstrual, deve-se, antes de tudo, suspeitar da 
possibilidade de uma gestação. 
- O diagnóstico da gravidez pode ser realizado utilizando-se 
da propedêutica clínica, do diagnóstico laboratorial e da 
ultrassonografia. A propedêutica clínica pode ser realizada 
pela anamnese e pelo exame físico, utilizando-se a seguinte 
divisão: 
- Sinais e sintomas de presunção de gravidez (supõe, mas 
não pode afirmar): atraso menstrual, náuseas, vomito, 
tontura, sialorreia, hipersensibilidade mamária. são 
sintomas que a paciente apresenta e que podem surgir em 
várias outras situações e, portanto, pouco específicos para 
utilizar como diagnóstico de gravidez. Os mais importantes 
são: náuseas e vômitos, sialorreia, alterações do apetite, 
aversão a certos odores que provocam náuseas e vômitos, 
lipotímia e tonteiras, polaciúria, nictúria, sonolência e 
alterações psíquicas variáveis na dependência de a gestação 
ser desejada ou não; 
- Sinais de probabilidade: amolecimento da cérvice uterina 
(ao realizar o toque está mais mole como se fosse a mucosa 
labial- se não grávida tem a resistência da cartilagem do 
nariz), paredes vaginais aumentadas (como se fosse um 
edema, devido a aumento da vascularização), positividade 
da fração beta do HCG a partir do 8° ou 9° dia após a 
fertilização. Se o betaHCG vier positivo pedir o US para 
confirmar. São sintomas e sinais mais evidentes de gravidez, 
no entanto, sem caracterizá-la com certeza. O sintoma mais 
importante é o atraso menstrual, e entre os sinais podemos 
individualizar: aumento do volume uterino, alterações da 
forma em que o útero se torna globoso (sinal de Noblé-
Budin), diminuição da consistência do istmo (sinal de Hegar) 
e diminuição da consistência do colo (sinal de Goodel), 
aumento da vascularização da vagina, do colo e vestíbulo 
vulvar (sinal de Jacquemier-Kluge) e sinal de Hunter (aréola 
mamária secundária). Os sinais de probabilidade são mais 
evidentes a partir de oito semanas de gestação. 
- Sinais de certeza: a partir da presença dos batimentos 
fetais, percepção de movimentos fetais, USG transvaginal 
(para confirmação 100%). 
 
2 Sanndy Emannuelly – 4° Período 2020.1 
- O teste laboratorial é, inicialmente, recomendado para que 
o diagnóstico não demande o agendamento de consulta, o 
que poderia postergar a confirmação da gestação. Para as 
mulheres com atraso menstrual maior que 16 semanas ou 
que já saibam estar grávidas, o teste laboratorial é 
dispensável. A consulta deve ser realizada imediatamente 
para não se perder a oportunidade da captação precoce. 
 
CLASSIFICAÇÃO DE RISCO GESTACIONAL 
- Para implementar as atividades do controle pré-natal, é 
necessário identificar os riscos a que cada gestante está 
exposta. Isso permitirá a orientação e os encaminhamentos 
adequados em cada momento da gravidez. É indispensável 
que esta avaliação do risco seja permanente, ou seja, 
aconteça em toda consulta. 
- A caracterização de uma situação de risco não implica 
necessariamente referência da gestante para 
acompanhamento em pré-natal de alto risco. As situações 
que envolvem fatores clínicos mais relevantes (risco real) 
e/ou fatores preveníveis que demandem intervenções mais 
complexas devem ser necessariamente referenciadas, 
podendo, contudo retornar ao nível primário, quando se 
considerar a situação resolvida e/ou a intervenção já 
realizada. De qualquer maneira, a unidade básica de saúde 
deve continuar responsável pelo seguimento da gestante 
encaminhada a um nível de maior complexidade no sistema. 
 Fatores relacionados as características individuais e as 
condições sociodemográficas desfavoráveis são 
(podem ser acompanhados ainda na unidade de saúde, 
mas tem um risco maior e qualquer alteração deve ser 
encaminhada para atenção de alto risco): 
- Idade menor que 15 anos ou maior que 35 anos. 
- Ocupação: esforço físico excessivo, carga horaria extensa, 
exposição a agentes físicos e químicos. 
- Situação familiar insegura e não aceitação da gravidez, 
principalmente se tratando da adolescente (risco de ser 
realizado aborto) 
- Situação conjugal insegura 
- Baixa escolaridade (menor que 5 anos de estudo regular) 
- Condições ambientais desfavoráveis 
- Altura menor que 1,45 
- IMC que evidencie baixo peso, sobrepeso ou obesidade. 
 
 Encaminhamento ao pré-natal de alto risco – fatores 
relacionados às condições previas da gravidez/ história 
reprodutiva anterior 
• Morte perinatal explicada ou inexplicada; 
• Recém-nascido com restrição de crescimento, pré-termo 
ou malformado; 
• Abortamento habitual; 
• Esterilidade/infertilidade;
• Intervalo interpartal menor que dois anos ou maior que 
cinco anos 
 • Nuliparidade e multiparidade; 
• Síndromes hemorrágicas; 
• Pré-eclâmpsia/eclâmpsia; 
• Cirurgia uterina anterior; 
• Macrossomia fetal. 
 
 Intercorrências clínicas crônicas: 
- Cardiopatias 
- Pneumopatias graves (incluindo asma brônquica) 
- Nefropatias graves (como insuficiência renal crônica e 
transplantados) 
- Endocrinopatias (DM, hipotireoidismo e hipertireoidismo) 
- Doenças hematológicas (inclusive doença falciforme e 
talassemia) 
- Hipertensão arterial crônica e/ou caso de paciente que faça 
uso de anti-hipertensivo 
- PA maior que 14/9 antes de 20 semanas de IG 
- Doenças neurológicas (como epilepsia) 
- Doenças psiquiátricas (psicose, depressão grave) 
- Doenças autoimunes 
- Alterações genéticas maternas 
- Antecedente de trombose ou embolia pulmonar 
- Ginecopatias (malformação uterina) 
- Portadoras de doenças infecciosas (HIV, sífilis, hepatites, 
toxoplasmose) 
- US com malformação fetal, e paciente com DSTs 
- Hanseníase 
- Tuberculose 
- Dependência de drogas lícitas e ilícitas 
- Qualquer clínica que necessite de acompanhamento 
especializado. 
 
 Fatores relacionados a história reprodutiva anterior 
são: 
- Morte intrauterina ou perinatal em gestação anterior, 
principalmente se for de causa desconhecida. 
- História prévia de doença hipertensivs da gestação com 
mau resultado obstétrico 
- Abortamento habitual 
- Esterilidade/infertilidade. 
 
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 Fatores relacionados a gravidez atual: 
- Restrição de crescimento uterino (útero não está 
desenvolvimnto) 
- Presença de polidrâmnio ou oligodramnio (excesso ou 
pouco líquido amniótico) 
- Malformações fetais ou arritmia fetal 
- Distúrbios hipertensivos da gestação 
- Infecção urinária de repetição ou dois ou mais episódios de 
pielonefrite 
- Anemia grave ou não responsiva a 30-60 dias de 
tratamento com sulfato ferroso 
- Portadoras de doenças infecciosas como hepatites, 
toxoplasmose, infecção por HIV, sífilis e outras DSTs. 
- Gemelaridade. 
- Evidencias laboratorias de proteinúria 
- Desnutrição materna severa 
- DM gestacional 
- Obesidade mórbida ou baixo peso 
- NIC III (encaminhar para oncologista) 
- Alta suspeita clínica de câncer de mama 
- Adolescentes com fatores de risco psicossocial. 
- Trabalho de parto prematuro e gravidez prolongada; 
- Ganho ponderal inadequado; 
- Pré-eclâmpsia/eclâmpsia; 
- Amniorrexe prematura; 
- Hemorragias da gestação; 
- Isoimunização 
- Óbito fetal. 
 
- Identificando-se um ou mais destes fatores, a gestante 
deverá ser tratada na unidade básica de saúde (UBS), 
conforme orientam os protocolos do Ministério da Saúde. 
- Os casos não previstos para tratamento na UBS deverão ser 
encaminhados para a atenção especializada que, após 
avaliação, deverá devolver a gestante para a atenção básica 
com as recomendações para o seguimento da gravidez ou 
deverá manter o acompanhamento pré-natal nos serviços 
de referência para gestação de alto risco. Nesse caso, a 
equipe da atenção básica deverá manter o 
acompanhamento da gestante, observando a realização das 
orientações prescritas pelo serviço de referência. 
CALENDÁRIO DE CONSULTAS 
- Existem muitas dúvidas sobre o momento ideal para iniciar 
o pré-natal. Alguns autores acreditam que deveria ser o mais 
precoce possível, enquanto outros acham que deveria 
ocorrer no final do primeiro trimestre. Objetivamente, o 
ideal seria que as consultas iniciais ocorressem antes da 
gravidez, com aconselhamento pré-concepcional. Nesse 
caso, o início da gravidez transcorreria com todos os 
resultados de exames conhecidos e as condutas corretivas já 
implementadas. 
- As consultas pré-natais se dividem em primeira consulta 
(também chamada de caso novo de pré-natal) e os retornos. 
Na consulta de caso novo, o exame é detalhado na tentativa 
de diagnosticar o maior número possível de alterações que 
possam afetar o prognóstico materno e gestacional. As 
consultas de retorno são mais simples, mas sempre 
procurando completar eventuais falhas das consultas 
anteriores e detectar precocemente alterações que surgiram 
após a última consulta. 
- Seis consultas no mínimo, com acompanhamento 
intercalado entre médico e enfermeiro. 
- O acompanhamento pré-natal ideal, conforme já referido, 
deve contemplar no mínimo seis consultas. Em gestações de 
baixo risco, um número inferior de consultas pode não 
alterar os resultados perinatais. Após a primeira consulta e 
as orientações iniciais, os retornos devem obedecer à 
padronização : 
 
- Nas consultas de seguimento, devem-se avaliar as 
intercorrências e as queixas da gestante; recalcular a idade 
gestacional; identificar fatores de risco; reclassificar a 
gravidez como de baixo ou alto risco; indicar planejamento 
familiar durante a gravidez, quando pertinente; atualizar o 
calendário vacinal; informar sobre o parto; solucionar as 
dúvidas; detectar problemas emocionais/sociais e fazer o 
devido encaminhamento, quando necessário; avaliar o 
estado nutricional e o ganho de peso; avaliar o estado bucal 
e as condições de higiene da paciente; e considerar a licença-
maternidade. 
EXAMES COMPLEMENTARES 
1ª Consulta ou 1° trimestre 
- Hemograma (dosagem hemoglobina e hematócrito) 
- Tipagem sanguínea e fator Rh 
- Glicemia em jejum: repetir próximo a 30ª semana. 
- Teste rápido de sífilis e HIV: repetir próximo a 30ª semana. 
- Toxoplasmose IGM (para todas as gestantes) e IGG (quando 
tiver disponibilidade) 
- Sorologia para hepatite B 
- Sumário de Urina tipo I, urocultura: repetir próximo a 30ª 
semana 
- US obstétrica 
- Citopatologico de colo de útero (se necessário) 
- Parasitológico de fezes 
2° trimestre 
- Teste de tolerância para glicose com 75g nas gestantes sem 
diagnostico prévio de DM (24 a 28 semanas) 
- Repete-se o exame de sangue para avaliar existência de 
sífilis e, se necessário de toxoplasmose; 
- A coleta de sangue para avaliar a glicemia de jejum também 
é refeita, assim como o exame de tolerância à glicose. 
Novamente, o objetivo é avaliar se há tendência de diabetes 
gestacional; 
 
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- Ultrassom obstétrico morfológico: nessa fase, é útil para 
analisar a formação dos órgãos fetais. 
 
3° Trimestre 
- Hemograma 
- Glicemia em jejum 
- Coombs indireto (se for Rh negativo) 
- São repetidos os exames de sangue, como o hemograma e 
as sorologias que podem detectar hepatite B, toxoplasmose, 
HIV, rubéola e sífilis; 
- Ultrassom obstétrico: na reta final, avalia o crescimento 
fetal e sinaliza complicações como desnutrição ou excesso 
de peso; 
- Monitora também o volume de líquido amniótico e as 
condições da placenta 
 
CÁLCULO DA IDADE GESTACIONAL 
- Objetivo: estimar o tempo de gravidez/a idade do feto. Os 
métodos para esta estimativa dependem da data da última 
menstruação (DUM), que corresponde ao primeiro dia de 
sangramento do último período menstrual referido pela 
mulher. 
I. Quando a data da última menstruação (DUM) é conhecida 
e de certeza, é o método de escolha para se calcular a idade 
gestacional em mulheres com ciclos menstruais regulares e 
sem uso de métodos anticoncepcionais hormonais: 
• Uso do calendário: somar o número de dias do intervalo 
entre a DUM e a data da consulta, dividindo o total por sete 
(resultado em semanas); 
• Uso de disco (gestograma): colocar a seta sobre o dia e mês 
correspondente ao primeiro dia da última menstruação e 
observar o número de semanas indicado no dia e mês da 
consulta atual. 
II.Quando a data da última menstruação é desconhecida, 
mas se conhece o período do mês em que ela ocorreu: 
• Se o período foi no início, meio ou final do mês, considerar 
como data da última menstruação os dias 5, 15 e 25, 
respectivamente. Proceder, então, à utilização de um dos 
métodos acima descritos. 
Início do mês:
dia 5 
Meio do mês: dia 15 
Fim do mês: dia 25 
 
III. Quando a data e o período da última menstruação são 
desconhecidos: 
• Quando a data e o período do mês não forem conhecidos, 
a idade gestacional e a data provável do parto serão, 
inicialmente, determinadas por aproximação, basicamente 
pela medida da altura do fundo do útero e pelo toque 
vaginal, além da informação sobre a data de início dos 
movimentos fetais, habitualmente ocorrendo entre 16 e 20 
semanas. Podem-se utilizar a altura uterina mais o toque 
vaginal, considerando os seguintes parâmetros: 
– Até a sexta semana não ocorre alteração do tamanho 
uterino; 
– Na oitava semana o útero corresponde ao dobro do 
tamanho normal; 
– Na décima semana o útero corresponde a três vezes o 
tamanho habitual 
– Na 12ª semana enche a pelve de modo que é palpável na 
sínfise púbica; 
– Na 16ª semana o fundo uterino encontra-se entre a sínfise 
púbica e a cicatriz umbilical; 
– Na 20ª semana o fundo do útero encontra-se na altura da 
cicatriz umbilical; 
– A partir da 20ª semana existe relação direta entre as 
semanas da gestação e a medida da altura uterina. Porém, 
esse parâmetro torna-se menos fiel a partir da 30ª semana 
de idade gestacional. 
• Quando não for possível determinar a idade gestacional 
clinicamente, solicitar o mais precocemente o exame de 
ultra-sonografia obstétrica. 
CÁLCULO DA DATA PROVÁVEL DO PARTO 
- Objetivo: estimar o período provável para o nascimento. 
• Calcula-se a data provável do parto levando-se em 
consideração a duração média da gestação normal (280 dias 
ou 40 semanas a partir da DUM), mediante a utilização de 
calendário; 
• Com o disco (gestograma), colocar a seta sobre o dia e mês 
correspondente ao primeiro dia da última menstruação e 
observar a seta na data (dia e mês) indicada como data 
provável do parto; 
• Uma outra forma de cálculo é somar sete dias ao primeiro 
dia da última menstruação e subtrair três meses ao mês em 
que ocorreu a última menstruação (ou adicionar nove 
meses, se corresponder aos meses de janeiro a março) – 
Regra de Näegele. Regra de nagele: somar 7 dias ao primeiro 
dia da DUM e subtrair 3 meses ao mês que ocorreu a ultima 
menstruação ou adicionar 9 meses se a DUM for em janeiro, 
fevereiro ou março. 
Ex: DUM 10/08/11 
Dia: 10+ 7= 17 
Mês: 8-3= 5 
Ano: coloca o seguinte – DDP: 17/05/12 
EX: DUM 11/02/12 
Dia: 11+7= 18 
Mês: 2+9= 11 
Ano: permanece o mesmo – DDP: 18/11/12 
 
 
5 Sanndy Emannuelly – 4° Período 2020.1 
GANHO DE PESO AO TERMINO DA GESTAÇÃO DE ACORDO 
COM IMC 
- O ganho de peso na gestação está diretamente relacionado 
ao peso fetal ao nascer, que impacta na morbimortalidade 
neonatal e ainda implica risco futuro de desenvolvimento de 
diabetes, hipertensão, problemas cardíacos ou psiquiátricos 
na vida adulta, relacionados aos desvios de peso ao nascer, 
para mais ou para menos. 
 
PALPAÇÃO OBSTÉTRICA 
- Objetivos: 
• Identificar o crescimento fetal; 
• Diagnosticar os desvios da normalidade a partir da relação 
entre a altura uterina e a idade gestacional; 
• Identificar a situação e a apresentação fetal. 
- A palpação obstétrica deve ser realizada antes da medida 
da altura uterina. Ela deve iniciar-se pela delimitação do 
fundo uterino, bem como de todo o contorno da superfície 
uterina (esse procedimento reduz o risco de erro da medida 
da altura uterina). A identificação da situação e da 
apresentação fetal é feita por meio da palpação obstétrica, 
procurando identificar os pólos cefálico e pélvico e o dorso 
fetal, facilmente identificados a partir do terceiro trimestre. 
Pode-se, ainda, estimar a quantidade de líquido amniótico. 
- Manobras de leopold 
 
 
- O feto pode estar em situação longitudinal (mais comum) 
ou transversa. A situação transversa reduz a medida de 
altura uterina, podendo falsear sua relação com a idade 
gestacional. As apresentações mais freqüentes são a cefálica 
e a pélvica. 
 
 
• Registrar a medida da altura uterina encontrada no gráfico 
de AU/semanas de gestação; 
• Realizar interpretação do traçado obtido; 
• A situação transversa e a apresentação pélvica em fim de 
gestação podem significar risco no momento do parto. 
Nessas condições, a mulher deve ser, sempre, referida para 
unidade hospitalar com condições de atender distocia. 
MEDIDA DA ALTURA UTERINA 
- Objetivo: Estimar o crescimento fetal, correlacionando-se 
a medida da altura uterina com o número de semanas de 
gestação. 
- Diagnosticar os desvios da normalidade a partir da relação 
entre a altura uterina e idade gestacional. 
• Posicionar a gestante em decúbito dorsal, com o abdômen 
descoberto; 
• Delimitar a borda superior da sínfise púbica e o fundo 
uterino; 
• Por meio da palpação, procurar corrigir a comum 
dextroversão uterina; 
• Fixar a extremidade inicial (0cm) da fita métrica, flexível e 
não extensível, na borda superior da sínfise púbica, 
passando-a entre os dedos indicador e médio. Proceder à 
leitura quando a borda cubital da mão atingir o fundo 
uterino; 
• Anotar a medida, em centímetros, na ficha e no cartão, e 
marcar o ponto na curva da altura uterina 
 
6 Sanndy Emannuelly – 4° Período 2020.1 
 
AUSCULTA DOS BATIMENTOS CARDIOFETAIS 
Objetivo: constatar a cada consulta a presença, o ritmo, a 
frequência e a normalidade dos batimentos cardíacos fetais 
(BCF). 
- FC normal: de 110 a 160 batimentos 
- Ausculta com estetoscópio de Pinard: 
 
 
PRESCRIÇÃO DE SUPLEMENTOS ALIMENTARES 
- Ácido fólico: indicado para a prevenção de anormalidades 
congênitas ou tubo neural. O fechamento do tubo neural se 
dá ao redor da 6a semana de gestação, e existem evidências 
de que o ácido fólico é essencial na prevenção dos defeitos 
de fechamento de tubo neural (DTN), como espinha bífida 
ou meningomielocele. Na população de baixo risco 
recomenda-se a dose diária de 0,4 a 0,8 mg de ácido fólico. 
Nas populações de alto risco para DTN, a dose é de 5 mg/dia. 
Seu uso deve ser iniciado um mês antes da gravidez e 
continuado até a 12a semana gestacional. 
- Sulfato ferroso: É recomendado um aumento no consumo 
diário de ferro de 15 mg/dia para 30 mg/dia na gravidez. 
Revisões sistemáticas têm demonstrado que a 
suplementação de ferro reduz em 70% o risco de anemia 
materna na gestação a termo. 
- Cálcio: A formação do esqueleto fetal necessita de 30 g de 
cálcio durante a gravidez, quantidade facilmente mobilizável 
do compartimento materno. Durante a gravidez, há um 
aumento na absorção do cálcio, o que contribui para seu 
acúmulo. Estudos observacionais apontaram para a 
diminuição na incidência da pré-eclâmpsia com a 
suplementação de cálcio em áreas de baixa ingesta, no 
entanto, outros estudos não evidenciaram os mesmos 
efeitos em mulheres saudáveis e bem nutridas. Assim, hoje 
não há indicação de suplementação universal de cálcio. 
- Polivitamínicos: o CDC e o Instituto de Medicina Americano 
recomendam o uso de polivitamínicos para mulheres que 
não têm uma dieta adequada. São consideradas de risco 
para tal situação pacientes com gestação gemelar, usuárias 
de drogas, tabagistas, vegetarianas estritas e aquelas com 
deficiência de lactase. Para as pacientes com nutrição 
adequada, não existem evidências da necessidade universal 
do uso de tais medicações. 
VACINAÇÃO GESTANTE 
- As vacinas que utilizam vírus vivos são contraindicadas pelo 
risco da transmissão fetal, enquanto as que utilizam vírus 
inativados parecem ser seguras após o quarto mês de 
gestação. 
 
- Hepatite A: A segurança da vacinação para a hepatite A 
ainda não foi demonstrada, mas, como é utilizado um vírus 
inativado, o risco de comprometimento fetal parece baixo. É 
recomendada para uso em áreas de alto risco. 
- Hepatite B: Os vírus utilizados não apresentam risco fetal, 
por isso, não é contraindicada. Mulheres que apresentam 
risco de adquirir hepatite B (mulheres com múltiplos 
parceiros ou cujo parceiro
seja HbsAg positivo, portadoras 
de doenças sexualmente transmissíveis, usuárias de drogas 
endovenosas) devem ser vacinadas. 
- HPV (papilomavírus humano): Vacina não recomendada na 
gestação, ainda que não existam estudos que demonstrem 
riscos fetais. Por outro lado, não existem dados que 
demonstrem benefícios de sua utilização nesse período. Nos 
casos em que seja confirmada gravidez e já tenha sido 
iniciada a vacinação, as demais doses devem ser postergadas 
para o período pós-parto. 
- Influenza (inativada): Recomendada para gestantes e 
mulheres que desejem engravidar. Pode ser administrada 
em qualquer idade gestacional. Diversos estudos têm 
 
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demonstrado seu benefício, principalmente para gestantes 
no segundo e terceiro trimestres, pelo maior risco de 
hospitalização e complicações por influenza. 
- Sarampo: Contraindicada na gestação. Devido ao risco de 
transmissão viral ao feto e as complicações inerentes a essa 
infecção, deve-se recomendar que a mulher não engravide 
até 28 dias após a vacinação. Caso engravide ou ocorra 
imunização em período gestacional, a mulher deve ser 
orientada quanto aos riscos e acompanhada durante toda a 
gestação. Não há indicação para interrupção da gestação, 
exceto em casos específicos. 
- Caxumba: Contraindicada na gestação. 
- Rubéola: Contraindicada na gestação. 
- Meningocócica (ACWY e MCV4 conjugada): A gravidez não 
é impedimento para a vacinação meningocócica, caso haja 
risco de contaminação para a gestante. 
- Anti-pneumocócica (PCV 13 e PPV23): Até o momento, não 
existem evidências de que se deve indicar a vacina 
conjugada pneumocócica às gestantes. A segurança da 
vacina polissacarídica pneumocócica no primeiro trimestre 
da gestação não foi avaliada ; além disso, não existem relatos 
de efeitos em neonatais cujas mães tenham sido vacinadas 
nesse período. 
- Pólio (IPV): Apesar de não existirem relatos de efeitos dessa 
vacina em gestantes ou fetos, seu uso nesse período não 
deve ser proposto. Caso a gestante não tenha sido 
imunizada durante a infância e apresente alto risco de 
adquirir a doença, a vacinação pode ser realizada de acordo 
com as recomendações de vacinação em adultos. 
- Difteria-Tétano (dT): Indicada para todas as gestantes. Caso 
já tenha sido vacinada nos últimos dez anos, a mulher deverá 
receber apenas o reforço. Se tiver sido vacinada há mais de 
dez anos, poderá receber até três doses com intervalo de um 
mês, dependendo do passado vacinal (caso não tenha 
completado as três doses de antitetânica previamente à 
gravidez). Apesar de não haver evidências de danos fetais 
causados pelos toxoides tetânico e diftérico, recomenda-se 
que a aplicação da primeira dose ou reforço ocorra a partir 
do segundo trimestre, para evitar eventuais danos. 
- Difteria-Tétano-Coqueluche acelular (DTPa): Indicada na 
gestação para proteção do neonato. Quando administrada 
em mulheres grávidas, anticorpos maternos 
transplacentários protegem o neonato contra a coqueluche, 
mas podem interferir na resposta do concepto ao ser 
vacinado contra DPT, diminuindo a resposta imunológica a 
essa vacina. Quando há necessidade de proteger a gestante 
contra a coqueluche, recomenda-se, por prudência, 
administrar a vacina entre a 27a e a 36a semana, conquanto 
estudos afirmem que pode ser administrada em qualquer 
idade gestacional. Para a indicação da dTpa na gestante, não 
importa o intervalo de tempo desde a última dose de dT, 
posto que é essa vacina que vai proteger o recém-nascido 
contra a coqueluche, até que seu esquema vacinal esteja 
completo. Muitos estudos descrevem a importância de usar 
a estratégia casulo (cocoon), ou seja, imunizar adultos 
contactantes e irmãos que convivem com crianças menores 
de 12 meses com pelo menos uma dose da DTPa, para 
prevenir coqueluche nos recém-nascidos. 
- BCG: É contraindicada durante a gestação, apesar de não 
existirem estudos que demonstrem risco fetal.21 Após a 
vacinação, recomenda-se que a mulher não engravide até 
trinta dias após ter sido imunizada. 
- Febre amarela: A segurança dessa vacina na gravidez não 
está estabelecida, portanto, ela deve ser utilizada apenas 
quando a viagem para regiões em que há alto risco de 
contaminação for inevitável ou quando houver alto risco de 
exposição ao vírus. 
- dT/dTpa – 20° semana 
- Hepatite B – se amulher não sabte realizar as três doses ( 
recomendada para todas as gestantes suscetíveis) 
- Influenza 
COMPLICAÇÕES GESTACIONAIS 
- Aborto espontâneo: É a morte ou expulsão ovular ocorrida 
antes de 22 semanas ou quando o concepto pesa menos de 
500g. O abortamento é dito precoce quando ocorre até a 13ª 
semana e tardio quando ocorre entre a 13ª e 22ª semanas. 
- Concepto natimorto 
- Hipertensão: A pré-eclâmpsia/eclâmpsia é a primeira causa 
de morte materna no Brasil e determina o maior número de 
óbitos perinatais, além do aumento significativo do número 
de neonatos com seqüelas quando sobrevivem aos danos da 
hipóxia cerebral. Duas formas de hipertensão podem 
complicar a gestação: hipertensão preexistente (crônica) e 
hipertensão induzida pela gestação 
(préeclâmpsia/eclâmpsia), que podem ocorrer isoladamente 
ou de forma associada. 
- Diabetes 
- Anemias 
- Descolamento prematuro da placenta: É a separação 
abrupta da placenta antes do nascimento do feto. Ocorre em 
cerca de 0,5 a 1% de todas as gestações, sendo responsável 
por altos índices de mortalidade perinatal e materna.

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