Buscar

acao-penal

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 76 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 76 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 76 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

DIREITO PROCESSUAL PENAL
AÇÃO PENAL
Livro Eletrônico
2 de 76www.grancursosonline.com.br
Carolina Carvalhal Leite Brito
Ação Penal
DIREITO PROCESSUAL PENAL
Apresentação .................................................................................................................4
Ação Penal .....................................................................................................................5
1. Conceito ......................................................................................................................5
2. Natureza Jurídica ........................................................................................................5
3. Características do Direito de Ação Penal ....................................................................6
4. Lide no Processo Penal ..............................................................................................6
5. Condições da Ação Penal ............................................................................................ 7
5.1. Condições Genéricas da Ação Penal ......................................................................... 7
6. Condições Específicas da Ação Penal (Condições de Procedibilidade) ........................ 11
7. Condições de Prosseguibilidade (Condição Superveniente da Ação) .......................... 12
8. Classificação das Ações Penais Condenatórias ......................................................... 12
8.1. Ação Penal Pública ................................................................................................. 12
8.2. Ação Penal de Iniciativa Privada .............................................................................17
9. Princípios da Ação Penal Pública e da Ação Penal Privada ........................................ 18
10. Outras Classificações da Ação Penal ......................................................................29
10.1. Ação Penal Popular ..............................................................................................29
10.2. Ação de Prevenção Penal .....................................................................................29
10.3. Ação Penal Secundária........................................................................................ 30
11. Ação Penal nas Várias Espécies de Crimes ............................................................. 30
11.1. Ação Penal nos Crimes Contra a Honra ................................................................. 30
11.2. Ação Penal nos Crimes de Trânsito de Lesão Corporal Culposa, de Embriaguez 
ao Volante e de Participação em Competição não Autorizada .......................................32
11.3. Ação Penal nos Crimes de Lesão Corporal com Violência Doméstica e Familiar 
contra a Mulher ............................................................................................................33
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Beatriz Oliveira Souza - 07886211570, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
3 de 76www.grancursosonline.com.br
Carolina Carvalhal Leite Brito
Ação Penal
DIREITO PROCESSUAL PENAL
11.4. Ação Penal nos Crimes de Estelionato - art. 171, § 5º, do CP, Incluído pela Lei 
13.964 § 19...................................................................................................................33
11.5. Ação Penal nos Crimes contra a Dignidade Sexual ................................................34
12. Peça Acusatória ......................................................................................................35
12.1. Requisitos .............................................................................................................35
12.2. Prazos para o Oferecimento da Peça Acusatória .................................................38
12.3. Inobservância dos Prazos.................................................................................... 40
12.4. Aditamento à Denúncia ....................................................................................... 40
13. Ação Civil Ex Delicto e Ação de Execução Ex Delicto ............................................... 41
13.1. Conceito ................................................................................................................ 41
13.2. Legitimidade Ativa................................................................................................42
13.3. Legitimidade Passiva ............................................................................................43
13.4. Efeitos Civis da Absolvição Penal .........................................................................44
13.4. Ação de Execução Ex Delicto ...............................................................................46
13.5. Ação de Conhecimento Ex Delicto / Ação Civil Ex Delicto Stricto Sensu ...............46
Questões de Concurso ..................................................................................................49
Gabarito .......................................................................................................................56
Gabarito Comentado .....................................................................................................57
Bibliografia ...................................................................................................................73
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Beatriz Oliveira Souza - 07886211570, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
4 de 76www.grancursosonline.com.br
Carolina Carvalhal Leite Brito
Ação Penal
DIREITO PROCESSUAL PENAL
ApresentAção
Olá, futuro(a) advogado(a)!
Uau!!! Tenho certeza de que vocês estão muito animados e tem assimilado nossas aulas, 
porque os feedbacks têm sido os melhores. Muito agradecida por estar aqui com todos vocês 
nessa caminhada rumo a vitória.
A proposta dessa aula é sintetizar todo o conhecimento que vocês trazem da graduação, 
revisar e direcionar para o exame da Ordem.
Lindinhos, nós não vamos ficar aqui perdendo tempo com o que não é importante para a 
nossa prova. Vamos ter foco e objetividade! Isso é o que buscamos como meta!
Essa já será nossa quarta aula, hoje vamos discorrer sobre Ação Penal e todas as suas 
variáveis, estudar a doutrina de forma bem didática, resolver e analisar todas as questões 
dos últimos exames da OAB, aplicados pela banca FGV, separadas por assunto e quando não 
houver exercícios suficientes, mostrar como o tema é cobrado. por outras bancas.
Muito importante verificar como nossos tribunais superiores tratam com o assunto, colo-
cando aqui suas decisões e interpretações majoritárias para você não perder nenhuma ques-
tão e dentro do possível, vamos transcrever a legislação pertinente, assim você ganha mais 
tempo.
Dentro da necessidade e relevância dos assuntos, colocaremos mapas mentais, tabelas, 
isso com o intuito de chamar sua atenção para aquilo que você não pode deixar de saber.
Ademais, temos nosso fórum de dúvidas e também me coloco a disposição para sanar 
qualquer uma que venham a ter.
E aí, animados? Mãos à obra!!!
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Beatriz Oliveira Souza - 07886211570, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
5 de 76www.grancursosonline.com.br
Carolina Carvalhal Leite Brito
Ação Penal
DIREITO PROCESSUAL PENAL
AÇÃO PENAL
1. ConCeito
De acordo com a doutrina majoritária,direito de ação penal é o direito público subjetivo 
de pedir ao Estado-Juiz a aplicação do direito penal objetivo a um caso concreto. Funciona, 
portanto, como o direito que a parte acusadora - Ministério Público ou o ofendido (querelan-
te) - tem de, mediante o devido processo legal, provocar o Estado a dizer o direito objetivo no 
caso concreto. Há doutrina (minoritária) sustentando que a ação penal não seria um direito, 
mas sim um poder, porque a contrapartida seria uma sujeição do Estado-Juiz, que está obri-
gado a se manifestar.
2. nAturezA JurídiCA
A ação penal é tratada tanto no Código Penal (art. 100 a 106) quanto no Código de Pro-
cesso Penal (art.24 a 62). Em que pese sua previsão no CPP, como a ação penal tem estreita 
relação com o direito de punir do Estado, não deixa de também um caráter penal.
Assim sendo, há possibilidade de aplicação da lei mais favorável que versa sobre as con-
dições da ação e sobre causa extintivas da punibilidade relacionadas à representação e a 
ação penal de iniciativa privada, por força do princípio da retroatividade da lei mais benigna, 
previsto na Constituição Federal.
Constata-se assim uma natureza mista: penal e processual. As recentes leis que intro-
duziram modificações quanto as espécies de ação penal, nos mostra isso. Por ex. o pacote 
anticrime que transformou o crime de estelionato, pelo menos em regra, em crime de ação 
penal pública condicionada a representação. (CP, art. 171, §5º). Se fosse o direito de ação es-
tritamente processual, aplicar- se- ia- o art. 2º do CPP, com a regra do princípio da aplicação 
imediata. Mas constatando-se o reflexo no ius puniendi, não se pode deixar de aplicar a regra 
da irretroatividade de lei mais gravosa ou da retroatividade da lei mais benéfica.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Beatriz Oliveira Souza - 07886211570, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
6 de 76www.grancursosonline.com.br
Carolina Carvalhal Leite Brito
Ação Penal
DIREITO PROCESSUAL PENAL
Para melhor entender esse ponto, imagine que determinado crime era de ação penal pú-
blica incondicionada e passa a ser de ação penal de iniciativa privada, dessa forma, a lei ficou 
melhor, menos gravosa. Considerando que quando o crime passa a ser de ação penal de ini-
ciativa privada, maior será a possibilidade de incidência de causas extintivas de punibilidade, 
como a decadência, a renúncia, o perdão e a perempção.
3. CArACterístiCAs do direito de Ação penAl
Considerada a ação penal um direito, suas principais características são:
a) direito público: atividade jurisdicional que se pretende provocar é de natureza pública. 
Daí se dizer que a ação penal é um direito público. ainda que seja nas hipóteses em que o Es-
tado transfere ao ofendido a possibilidade de ingressar em juízo, tal ação continua sendo um 
direito público, razão pela qual se utiliza a expressão ação penal de iniciativa privada.
b) direito subjetivo: o titular do direito de ação penal pode exigir do Estado-Juiz a presta-
ção jurisdicional, relacionada a um caso concreto;
c) direito autônomo: o direito de ação penal não se confunde com o direito material que 
se pretende tutelar.
d) direito abstrato: o direito de ação existe e será exercido mesmo nas hipóteses em que 
o juiz julgar improcedente o pedido de condenação do acusado. Ou seja, o direito de ação in-
depende da procedência ou improcedência da pretensão acusatória.
e) direito determinado: o direito de ação é instrumentalmente conexo a um fato, já que 
pretende solucionar uma pretensão de direito material.
f) direito específico: o direito de ação penal apresenta um conteúdo, que é o objeto da 
imputação, ou seja, é o fato delituoso cuja prática é atribuída ao acusado.
4. lide no proCesso penAl
É conhecida a concepção clássica de Carnelutti, segundo a qual a lide seria um conflito de 
interesses qualificado por uma pretensão resistida.
Tem prevalecido o entendimento de que deve se evitar a transposição do conceito de lide 
para o processo penal. Em primeiro lugar, porque não haveria um conflito de interesses, já que 
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Beatriz Oliveira Souza - 07886211570, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
7 de 76www.grancursosonline.com.br
Carolina Carvalhal Leite Brito
Ação Penal
DIREITO PROCESSUAL PENAL
o interesse na preservação da liberdade individual também é um interesse público, uma vez 
que interessa ao Estado, na mesma medida, a condenação do culpado e a tutela da liberdade 
do inocente. No processo penal, o Estado pretende apenas a correta aplicação da lei penal.
Saliente-se, mesmo que o imputado esteja de acordo com a imposição de pena, com o 
que não haveria qualquer resistência de sua parte ao pedido condenatório, ainda assim a de-
fesa técnica será indispensável no processo penal.
Dessa forma, no processo penal, costuma-se trabalhar com o que se convenciona chamar 
de pretensão punitiva, que significa a pretensão de imposição da sanção penal ao autor do 
fato tido por delituoso.
5. Condições dA Ação penAl
De acordo com o Código de Processo Civil, a concepção eclética consagrou expressamen-
te a concepção eclética sobre o direito de ação, segundo a qual, o direito de ação é o direito ao 
julgamento do mérito da causa- favorável ou desfavorável-, condicionado ao preenchimento 
de certas condições. São as chamadas condições da ação.
a) Condições gerais ou genéricas;
b) Condições especiais ou específicas
5.1. Condições GenériCAs dA Ação penAl
São aquelas aplicáveis a toda e qualquer ação penal.
a) Possibilidade jurídica do pedido
O pedido formulado pela parte deve se referir a uma providência admitida pelo direito ob-
jetivo, ou seja, o pedido deve encontrar respaldo no ordenamento jurídico, referindo-se a uma 
providência permitida em abstrato pelo direito objetivo.
Dessa forma, é necessária que a conduta imputada na inicial acusatória constitua crime 
ou contravenção penal. Assim, esta primeira condição da ação penal exterioriza-se por meio 
da imputação de um fato típico.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Beatriz Oliveira Souza - 07886211570, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
8 de 76www.grancursosonline.com.br
Carolina Carvalhal Leite Brito
Ação Penal
DIREITO PROCESSUAL PENAL
b) Legitimidade para agir
Legitimidade para agir ou legitimatio ad causam é a pertinência subjetiva da ação. Ou 
seja, é a situação prevista em lei que permite a um determinado sujeito propor a demanda 
judicial e a um determinado sujeito ocupar o polo passivo dessa demanda.
I – Legitimidade ativa: por força do art. 129, I, da Constituição Federal, o titular da ação pe-
nal será o Ministério Público: há hipóteses de ação penal de iniciativa privada será legitimado 
o ofendido, ou seu representante legal.
II – legitimidade passiva: Legitimidade passiva: autor do fato delituoso, com 18 (dezoito) 
anos completos ou mais, já que a CF estabelece que os menores de 18 anos são penalmente 
inimputáveis (art. 228).
Legitimidade ordinária e extraordinária no processo penal
Em termos de legitimidade, a regra geral está consagrada no art. 18, do novo CPC, que 
prevê que somente o titular do alegado direito poderá pleitear em nome próprio seu próprio 
interesse. É o que se chama legitimação ordinária. Portanto alguém só pode agir, em nome 
próprio, na defesa de interesse próprio.É o que ocorre, no âmbito processual penal, nas hipóteses de ação penal pública, já que a 
CF outorga ao Ministério Público a titularidade da ação penal pública, agindo este em nome 
próprio na defesa de interesse próprio.
Por outro lado, excepcionalmente, e desde que autorizado por lei, o ordenamento jurídico 
prevê situações em que alguém pode pleitear, em nome próprio, direito alheio. É o que se de-
nomina de legitimação extraordinária ou substituição processual. Ex: na ação penal privada, 
o Estado transfere a legitimidade para a propositura da ação penal à vítima ou ao seu repre-
sentante legal. Assim, o ofendido age, em nome próprio, na defesa de um interesse alheio, 
pois o Estado continua sendo o titular da pretensão punitiva.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Beatriz Oliveira Souza - 07886211570, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
9 de 76www.grancursosonline.com.br
Carolina Carvalhal Leite Brito
Ação Penal
DIREITO PROCESSUAL PENAL
Não se pode confundir a legitimação extraordinária (substi-
tuição processual) com a sucessão processual.
Há sucessão processual quando um sujeito sucede outro no 
processo, assumindo a sua posição processual. Há, portanto, 
uma troca de sujeitos no processo, uma mudança subjetiva 
da relação jurídica processual. Há propósito, art. 31 do CPP.
Art. 31. No caso de morte do ofendido ou quando declarado ausente por decisão judicial, o direito 
de oferecer queixa ou prosseguir na ação passará ao cônjuge, ascendente, descendente ou irmão.
Não se pode confundir legitimação extraordinária com repre-
sentação processual (legitimatio ad processum), fenômeno 
relacionado a capacidade de estar em juízo.
Há representação processual quando um sujeito está em juí-
zo em oe alheio defendendo interesse alheio, O representante 
processual não é parte, parte é o representado. Já na legiti-
mação extraordinária, o substituto processual é parte.
c) Interesse de agir
A ideia está relacionada à utilidade da prestação jurisdicional que se pretende obter com 
a movimentação do aparato judiciário. Deve-se demonstrar a necessidade de se recorrer ao 
Poder Judiciário para a obtenção do resultado pretendido, independentemente da legitimida-
de da pretensão. Segundo a doutrina, o interesse de agir deve ser analisado sob 3 dimensões
i) necessidade de obtenção da tutela jurisdicional pleiteada – quando o autor não puder 
obter o bem da vida pretendido sem a devida intervenção do Poder Judiciário.
ii) adequação entre o pedido e a proteção jurisdicional – ajustamento da providência ju-
dicial requerida `solução do conflito subjacente ao pedido. No processo penal não e muito 
relevante.
Obs.: � Nas ações não condenatórias, a adequação ganha destaque, notadamente na sele-
ção entre HC e MS, já que o primeiro é inadequado quando inexistir risco, mesmo que 
remoto, à liberdade de locomoção.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Beatriz Oliveira Souza - 07886211570, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
10 de 76www.grancursosonline.com.br
Carolina Carvalhal Leite Brito
Ação Penal
DIREITO PROCESSUAL PENAL
Súmula n. 693 - não cabe habeas corpus contra decisão condenatória a pena de multa, 
ou relativo a processo em curso por infração penal a que a pena pecuniária seja a única 
cominada.
Súmula n. 694 - não cabe habeas corpus contra a imposição da pena de exclusão de 
militar ou de perda de patente ou de função pública.
Súmula n. 695 - não cabe habeas corpus quando já extinta a pena privativa de liberdade.
iii) utilidade – consiste na eficácia da atividade jurisdicional para satisfazer o interesse do 
autor. Só haverá utilidade se houver possibilidade de realização do jus puniendi estatal com 
eventual aplicação da sanção penal adequada.
d) Justa causa
É o lastro probatório mínimo que deve lastrear toda e qualquer acusação penal. Aqui, las-
tro probatório mínimo é o fumus boni iuris, que significa a existência de indícios de autoria 
e prova da materialidade. em regra, esse lastro probatório é fornecido pelo Inquérito policial, 
mas pode ser por outras fontes, conforme ar. 12 do CPP.
Art. 12. O inquérito policial acompanhará a denúncia ou queixa, sempre que servir de base a uma 
ou outra.
JUSTA CAUSA DUPLICADA: Em se tratando de crimes de 
lavagens de capitais, não basta demonstrar a presença 
de lastro probatório. Por não ter o crime de lavagem de 
capitais existência autônoma, vez que sua existência 
depende de outra infração penal, exige-se lastro pro-
batório mínimo quanto à existência da infração antece-
dente, sendo punível a lavagem ainda que desconheci-
do ou isento de pena, ou extinta a punibilidade do autor 
do crime antecedente.(art. 2º, II da Lei n. 9.613/0998).
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Beatriz Oliveira Souza - 07886211570, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudencia/listarJurisprudencia.asp?s1=693.NUME.%20NAO%20S.FLSV.&base=baseSumulas
http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudencia/listarJurisprudencia.asp?s1=694.NUME.%20NAO%20S.FLSV.&base=baseSumulas
http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudencia/listarJurisprudencia.asp?s1=695.NUME.%20NAO%20S.FLSV.&base=baseSumulas
11 de 76www.grancursosonline.com.br
Carolina Carvalhal Leite Brito
Ação Penal
DIREITO PROCESSUAL PENAL
5.1.1. Ausência de Qualquer das Condições da Ação
a) No momento da admissibilidade da inicial: ação deve ser rejeitada
Art. 395, II, CPP – A denúncia ou queixa será rejeitada quando:
I – for manifestamente inepta;
II – faltar pressuposto processual ou condição para o exercício da ação penal; ou
III – faltar justa causa para o exercício da ação penal.
b) Aferição incidental ao processo
(i) O juiz pode declarar a nulidade absoluta do processo; ou
(ii) Extinguir o processo sem resolução do mérito.
6. Condições espeCífiCAs dA Ação penAl (Condições de proCedibilidAde)
Há determinadas situações em que a lei condiciona o exercício do direito de ação ao pre-
enchimento de certas condições específicas. Sua presença também deve ser aferida pelo 
magistrado por ocasião do juízo de admissibilidade da peça acusatória, impondo-se a sua 
rejeição, caso verificada a ausência de uma delas (CPP, art. 395, II). São exemplos:
a) Representação do ofendido, nos crimes de ação penal pública condicionada à repre-
sentação.
b) Requisição do Ministro da Justiça, nos crimes de ação penal pública condicionada à 
requisição.
c) Provas novas, quando o inquérito policial tiver sido arquivado com base na ausência de 
elementos probatórios.
d) Provas novas, após a preclusão da decisão de impronúncia, em se tratando de crimes 
dolosos contra a vida
e) Laudo pericial nos crimes contra a propriedade imaterial.
f) autorização da Câmara dos Deputados, por dois terços de seus membros, para a ins-
tauração de processo contra o Presidente e o Vice-Presidente da República e os Ministros de 
Estado
g) qualidade de militar da ativa nos crimes militares de deserção.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Beatriz Oliveira Souza - 07886211570, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
12 de 76www.grancursosonline.com.br
Carolina Carvalhal Leite Brito
Ação Penal
DIREITO PROCESSUALPENAL
h) transito em julgado da sentença que, por motivo de erro ou impedimento, anule o casa-
mento, nos crimes de induzimento a erro essencial e de ocultação de impedimento de casa-
mento (CP, art236, PU).
7. Condições de prosseGuibilidAde (Condição superveniente dA Ação)
As condições da ação não se confundem com condições de prosseguibilidade. Condição 
da ação (ou de procedibilidade) é uma condição que deve estar presente para que o processo 
penal possa ter início.
Condição de prosseguibilidade (ou condição superveniente da ação) é uma condição ne-
cessária para o prosseguimento do processo. Em outras palavras, o  processo já está em 
andamento e uma condição deve ser implementada para que o processo possa seguir seu 
curso normal. Ex: A lei dos juizados especiais (lei 9.099/95) passou a exigir a representação 
nos crimes de lesão corporal leve e culposa. Para os processos em curso, condição de pros-
seguibilidade, para os futuros, condição de procedibilidade.
8. ClAssifiCAção dAs Ações penAis CondenAtóriAs
A ação penal condenatória é aquela em que é deduzida em juízo a pretensão punitiva, por 
meio da denúncia ou queixa, imputando-se ao acusado a prática de conduta típica, ilícita e 
culpável, a fim de que seja proferida sentença em que se torne concreta a sanção que a lei 
prevê em abstrato.
No âmbito processual, a doutrina costuma classificar a ação penal a partir da legitimação 
ativa. Tem-se assim a pública e a privada.
8.1. Ação penAl públiCA
a) ação penal pública incondicionada
A atuação do Ministério Público independe do implemento de qualquer condição especí-
fica. É a regra no processo penal brasileiro.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Beatriz Oliveira Souza - 07886211570, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
13 de 76www.grancursosonline.com.br
Carolina Carvalhal Leite Brito
Ação Penal
DIREITO PROCESSUAL PENAL
Art. 100 - A ação penal é pública, salvo quando a lei expressamente a declara privativa do ofendido.
§ 1º - A ação pública é promovida pelo Ministério Público, dependendo, quando a lei o exige, de 
representação do ofendido ou de requisição do Ministro da Justiça.
§ 2º - A ação de iniciativa privada é promovida mediante queixa do ofendido ou de quem tenha 
qualidade para representá-lo.
§ 3º - A ação de iniciativa privada pode intentar-se nos crimes de ação pública, se o Ministério 
Público não oferece denúncia no prazo legal.
§ 4º - No caso de morte do ofendido ou de ter sido declarado ausente por decisão judicial, o direito 
de oferecer queixa ou de prosseguir na ação passa ao cônjuge, ascendente, descendente ou irmão.
Com o advento da Lei n. 13.718/2018, lei dos crimes sexuais, 
houve alterações importantíssimas que vale muito se atentar!
- A ação penal passa a ser pública incondicionada em todos 
os casos de crimes contra a liberdade sexual e de crimes se-
xuais contra vulneráveis.
- Criação do tipo penal de importunação sexual, entendido 
como o ato libidinoso praticado contra alguém, e sem autori-
zação, a fim de satisfazer desejo próprio ou de terceiro.
- Por se tratar de norma processual penal mista ou híbrida 
desfavorável ao réu, a novel legislação não retroage para atin-
gir situações em que, antes do seu advento, era prevista como 
regra geral a ação penal pública condicionada à representa-
ção do ofendido.
b) Ação penal pública condicionada:
Quando a promoção da ação penal pelo Ministério Público depender de representação do 
ofendido ou de requisição do Ministro da Justiça, diz-se que a ação penal é pública condicio-
nada.
b.1) Representação
Trata-se de condição de procedibilidade, não exigindo forma específica. Vigora o princípio 
da oportunidade ou conveniência, já que o ofendido ou seu representante, podem optar ou 
não pelo oferecimento.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Beatriz Oliveira Souza - 07886211570, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
14 de 76www.grancursosonline.com.br
Carolina Carvalhal Leite Brito
Ação Penal
DIREITO PROCESSUAL PENAL
Art. 39. O direito de representação poderá ser exercido, pessoalmente ou por procurador com po-
deres especiais, mediante declaração, escrita ou oral, feita ao juiz, ao órgão do Ministério Público, 
ou à autoridade policial.
§ 1º A representação feita oralmente ou por escrito, sem assinatura devidamente autenticada do 
ofendido, de seu representante legal ou procurador, será reduzida a termo, perante o juiz ou autori-
dade policial, presente o órgão do Ministério Público, quando a este houver sido dirigida.
§ 2º A representação conterá todas as informações que possam servir à apuração do fato e da 
autoria.
§ 3º Oferecida ou reduzida a termo a representação, a autoridade policial procederá a inquérito, ou, 
não sendo competente, remetê-lo-á à autoridade que o for.
§ 4º A representação, quando feita ao juiz ou perante este reduzida a termo, será remetida à auto-
ridade policial para que esta proceda a inquérito.
§ 5º O órgão do Ministério Público dispensará o inquérito, se com a representação forem ofere-
cidos elementos que o habilitem a promover a ação penal, e, neste caso, oferecerá a denúncia no 
prazo de quinze dias.
Em regra, não é cabível renúncia a representação, sob pena de se acrescentar uma hipóte-
se de extinção de punibilidade sem previsão legal. A exceção e a Lei n. 9.099/1995, art. 74, P.U.
Art. 25, CPP – A representação será irretratável, depois de oferecida a denúncia.
Art. 16, Lei 11.340/2006 – Nas ações penais públicas condicionadas à representação da ofendida 
de que trata esta Lei, só será admitida a renúncia à representação perante o juiz, em audiência es-
pecialmente designada com tal finalidade, antes do recebimento da denúncia e ouvido o Ministério 
Público.
A representação nos crimes de ação penal pública con-
dicionada independe de qualquer formalidade, sendo 
necessária apenas a vontade inequívoca da vítima ou 
de seu representante legal, mesmo que realizada na 
fase policial (HC 46.455/RJ).
−	 Ofendido maior e capaz: somente ele poderá decidir pela conveniência de oferecer 
representação, podendo também ser exercido por procurador com poderes espe-
ciais (art. 39, CPP).
Art. 39. O direito de representação poderá ser exercido, pessoalmente ou por procurador com po-
deres especiais, mediante declaração, escrita ou oral, feita ao juiz, ao órgão do Ministério Público, 
ou à autoridade policial.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Beatriz Oliveira Souza - 07886211570, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
15 de 76www.grancursosonline.com.br
Carolina Carvalhal Leite Brito
Ação Penal
DIREITO PROCESSUAL PENAL
−	 Representante legal do ofendido menor ou incapaz: nesse caso, a representação 
deverá ser oferecida pelo seu representante legal, independentemente da vontade 
da vítima.
Art. 34. Se o ofendido for menor de 21 e maior de 18 anos, o direito de queixa poderá ser exercido 
por ele ou por seu representante legal.
E se o ofendido incapaz não possuir representante legal ou houver colisão entre os seus 
interesses e os de seu representante?
Art. 33. Se o ofendido for menor de 18 anos, ou mentalmente enfermo, ou retardado mental, e não 
tiver representante legal, ou colidirem os interesses deste com os daquele, o direito de queixa po-
derá ser exercido por curador especial, nomeado, de ofício ou a requerimento do Ministério Público, 
pelo juiz competente para o processo penal.Nesse caso, deverá o juiz, ex oficio ou a requerimento do Ministério Público, proceder à 
nomeação de curador, que poderá ser qualquer pessoa, advogado ou não, desde que maior 
de 18 anos.
O curador especial nomeado pelo juiz em face do que dispõe o art. 33 do CPP está obri-
gado a oferecer representação?
Art. 33. Se o ofendido for menor de 18 anos, ou mentalmente enfermo, ou retardado mental, e não 
tiver representante legal, ou colidirem os interesses deste com os daquele, o direito de queixa po-
derá ser exercido por curador especial, nomeado, de ofício ou a requerimento do Ministério Público, 
pelo juiz competente para o processo penal.
Há duas posições:
−	 Primeira (majoritária): A nomeação de curador não impõe a este a obrigação de 
oferecer representação contra o autor do crime, incumbindo-lhe analisar a conve-
niência deste procedimento segundo os interesses do incapaz.
−	 Segunda: O curador nomeado deve obrigatoriamente representar em prol da víti-
ma, já que está agindo como substituto processual, ou seja, defendendo interesse 
alheio em nome próprio.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Beatriz Oliveira Souza - 07886211570, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
16 de 76www.grancursosonline.com.br
Carolina Carvalhal Leite Brito
Ação Penal
DIREITO PROCESSUAL PENAL
E se o ofendido for morto ou declarado ausente?
No caso de morte do ofendido ou quando declarado ausente por decisão judicial, o direito 
de representação passará ao cônjuge/companheiro, ascendente, descendente ou irmão.
E se, no caso anterior, mais de um entre os legitimados comparecer para representar?
Neste caso, terão preferência os primeiros em prol dos demais, na ordem enumerada em 
lei. Em caso de discordância entre os legitimados – um querendo representar e o outro não –, 
deve prevalecer a vontade daquele que deseja representar.
b.2) Prazo
Art. 38. Salvo disposição em contrário, o ofendido, ou seu representante legal, decairá no direito 
de queixa ou de representação, se não o exercer dentro do prazo de seis meses, contado do dia em 
que vier a saber quem é o autor do crime, ou, no caso do art. 29, do dia em que se esgotar o prazo 
para o oferecimento da denúncia.
São de 6 meses, contados do conhecimento da autoria do crime, sob pena de decadên-
cia. A contagem desse prazo inclui o dia do início. Se a vítima for menor de 18 anos ou men-
talmente incapaz, o prazo decadencial flui apenas para o representante legal. Alcançada a 
maioridade pelo ofendido ou recuperado da enfermidade, a partir deste momento terá início 
o prazo.
No caso de crime continuado, o prazo decadencial deverá ser contado em relação a cada 
crime individualmente.
No caso de crime permanente, o prazo deverá ser contado a partir do momento em que 
cessar a permanência.
No caso de crime habitual, prevalece o entendimento de que o lapso é contado com a ci-
ência da autoria do crime pela vítima.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Beatriz Oliveira Souza - 07886211570, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
17 de 76www.grancursosonline.com.br
Carolina Carvalhal Leite Brito
Ação Penal
DIREITO PROCESSUAL PENAL
b.3) Irretratabilidade
A representação será irretratável após o oferecimento da denúncia, sendo possível a re-
tratação da retratação, desde que não tenha sido esgotado o prazo de 6 meses contados da 
ciência do autor do fato.
Súmula 536-STJ: A suspensão condicional do processo e a transação penal não se apli-
cam na hipótese de delitos sujeitos ao rito da Lei Maria da Penha. STJ. 3ª Seção. Apro-
vada em 10/06/2015, Dje 15/06/2015.
Súmula 542-STJ: A ação penal relativa ao crime de lesão corporal resultante de violên-
cia doméstica contra a mulher é pública incondicionada. STJ. 3ª Seção. Aprovada em 
26/8/2015, DJe 31/8/2015.
DD STJ: companheira, em união estável homoafetiva reco-
nhecida, goza do mesmo status de cônjuge para o processo 
penal, possuindo legitimidade para ajuizar a ação penal pri-
vada. STJ. Corte Especial. APn 912-RJ, Rel. Min. Laurita Vaz, 
julgado em 07/08/2019 (Info 654).
8.2. Ação penAl de iniCiAtivA privAdA
Art. 38. Salvo disposição em contrário, o ofendido, ou seu representante legal, decairá no direito 
de queixa ou de representação, se não o exercer dentro do prazo de seis meses, contado do dia em 
que vier a saber quem é o autor do crime, ou, no caso do art. 29, do dia em que se esgotar o prazo 
para o oferecimento da denúncia.
Art. 44. A queixa poderá ser dada por procurador com poderes especiais, devendo constar do ins-
trumento do mandato o nome do querelante e a menção do fato criminoso, salvo quando tais es-
clarecimentos dependerem de diligências que devem ser previamente requeridas no juízo criminal.
a) ação penal privada personalíssima - o direito de ação só pode ser exercido pelo ofen-
dido.
Ex.: art. 236 do CP.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Beatriz Oliveira Souza - 07886211570, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
18 de 76www.grancursosonline.com.br
Carolina Carvalhal Leite Brito
Ação Penal
DIREITO PROCESSUAL PENAL
b) ação penal privada subsidiária da pública - Apenas se o MP permanecer inerte. Se o MP 
pedir arquivamento, não cabe ação penal privada subsidiaria da pública.
Art. 29. Será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no prazo 
legal, cabendo ao Ministério Público aditar a queixa, repudiá-la e oferecer denúncia substitutiva, 
intervir em todos os termos do processo, fornecer elementos de prova, interpor recurso e, a todo 
tempo, no caso de negligência do querelante, retomar a ação como parte principal.
c) ação penal exclusivamente privada: Essa e a regra. Há possibilidade de sucessão pro-
cessual, nos termos do art. 31 do CPP.
Art. 31. No caso de morte do ofendido ou quando declarado ausente por decisão judicial, o direito 
de oferecer queixa ou prosseguir na ação passará ao cônjuge, ascendente, descendente ou irmã.
9. prinCípios dA Ação penAl públiCA e dA Ação penAl privAdA
a) Princípio da obrigatoriedade: ou legalidade da ação penal pública
Havendo indícios de autoria e prova da materialidade quanto à prática de um fato típico 
e não se fazendo presentes causas extintivas da punibilidade, não pode o Ministério Público 
deixar de ajuizar a ação penal. São exceções ao princípio da obrigatoriedade (princípio da 
obrigatoriedade regrada/discricionariedade regrada):
(i) Transação penal (art. 76, Lei n. 9.099/1999): em se tratando de infrações de menor po-
tencial ofensivo, ainda que haja lastro probatório suficiente para o oferecimento de denúncia, 
desde que o autor do fato delituoso preencha os requisitos, ao invés de o Ministério Público 
oferecer denúncia, deve propor a transação penal, com a aplicação imediata de penas restri-
tivas de direitos ou multa.
Art. 76. Havendo representação ou tratando-se de crime de ação penal pública incondicionada, 
não sendo caso de arquivamento, o Ministério Público poderá propor a aplicação imediata de pena 
restritiva de direitos ou multas, a ser especificada na proposta.
§ 1º Nas hipóteses de ser a pena de multa a única aplicável, o Juiz poderá reduzi-la até a metade.
§ 2º Não se admitirá a proposta se ficar comprovado:
I – ter sido o autor da infração condenado, pela prática de crime, à pena privativa de liberdade, por 
sentença definitiva;
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para BeatrizOliveira Souza - 07886211570, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
19 de 76www.grancursosonline.com.br
Carolina Carvalhal Leite Brito
Ação Penal
DIREITO PROCESSUAL PENAL
II – ter sido o agente beneficiado anteriormente, no prazo de cinco anos, pela aplicação de pena 
restritiva ou multa, nos termos deste artigo;
III – não indicarem os antecedentes, a conduta social e a personalidade do agente, bem como os 
motivos e as circunstâncias, ser necessária e suficiente a adoção da medida.
§ 3º Aceita a proposta pelo autor da infração e seu defensor, será submetida à apreciação do Juiz.
§ 4º Acolhendo a proposta do Ministério Público aceita pelo autor da infração, o Juiz aplicará a 
pena restritiva de direitos ou multa, que não importará em reincidência, sendo registrada apenas 
para impedir novamente o mesmo benefício no prazo de cinco anos.
§ 5º Da sentença prevista no parágrafo anterior caberá a apelação referida no art. 82 desta Lei.
§ 6º A imposição da sanção de que trata o § 4º deste artigo não constará de certidão de antece-
dentes criminais, salvo para os fins previstos no mesmo dispositivo, e não terá efeitos civis, caben-
do aos interessados propor ação cabível no juízo cível.
(ii) Termo de ajustamento de conduta: nos casos de Ação Civil Pública (Lei n. 7.347/1985), 
pode o MP pactuar com o infrator um ajustamento de sua conduta nos casos de violação a 
direitos transindividuais (danos ao meio ambiente, ao direito consumerista etc.) para que se 
cumpra os requisitos legais. Logo, enquanto houver o cumprimento do quanto acordado no 
termo de ajustamento de conduta, o ministério Público está impedido de oferecer denúncia.
(iii) Parcelamento do débito tributário (art. 83, § 2º, Lei n. 9.430/1996): a sua formalização 
antes do recebimento da denúncia é causa de suspensão da pretensão punitiva, impedindo o 
oferecimento da peça acusatória pelo Ministério Público.
Art. 83. A representação fiscal para fins penais relativa aos crimes contra a ordem tributária previs-
tos nos arts. 1º e 2º da Lei no 8.137, de 27 de dezembro de 1990, e aos crimes contra a Previdência 
Social, previstos nos arts. 168-A e 337-A do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Có-
digo Penal), será encaminhada ao Ministério Público depois de proferida a decisão final, na esfera 
administrativa, sobre a exigência fiscal do crédito tributário correspondente
§ 1º Na hipótese de concessão de parcelamento do crédito tributário, a representação fiscal para 
fins penais somente será encaminhada ao Ministério Público após a exclusão da pessoa física ou 
jurídica do parcelamento
§ 2º É suspensa a pretensão punitiva do Estado referente aos crimes previstos no caput, durante o 
período em que a pessoa física ou a pessoa jurídica relacionada com o agente dos aludidos crimes 
estiver incluída no parcelamento, desde que o pedido de parcelamento tenha sido formalizado an-
tes do recebimento da denúncia criminal.
§ 3º A prescrição criminal não corre durante o período de suspensão da pretensão punitiva.
§ 4º Extingue-se a punibilidade dos crimes referidos no caput quando a pessoa física ou a pessoa 
jurídica relacionada com o agente efetuar o pagamento integral dos débitos oriundos de tributos, 
inclusive acessórios, que tiverem sido objeto de concessão de parcelamento.
§ 5º O disposto nos §§ 1º a 4º não se aplica nas hipóteses de vedação legal de parcelamento.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Beatriz Oliveira Souza - 07886211570, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
20 de 76www.grancursosonline.com.br
Carolina Carvalhal Leite Brito
Ação Penal
DIREITO PROCESSUAL PENAL
§ 6º As disposições contidas no caput do art. 34 da Lei no 9.249, de 26 de dezembro de 1995, 
aplicam-se aos processos administrativos e aos inquéritos e processos em curso, desde que não 
recebida a denúncia pelo juiz.
(iv) Acordo de não persecução penal (Pacote anticrime- art.28A do CPP).
Art. 28-A. Não sendo caso de arquivamento e tendo o investigado confessado formal e circunstan-
cialmente a prática de infração penal sem violência ou grave ameaça e com pena mínima inferior 
a 4 (quatro) anos, o Ministério Público poderá propor acordo de não persecução penal, desde que 
necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime, mediante as seguintes condições 
ajustadas cumulativa e alternativamente: (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
I – reparar o dano ou restituir a coisa à vítima, exceto na impossibilidade de fazê-lo; (Incluído pela 
Lei n. 13.964, de 2019)
II – renunciar voluntariamente a bens e direitos indicados pelo Ministério Público como instrumen-
tos, produto ou proveito do crime; (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
III – prestar serviço à comunidade ou a entidades públicas por período correspondente à pena 
mínima cominada ao delito diminuída de um a dois terços, em local a ser indicado pelo juízo da 
execução, na forma do art. 46 do Decreto-Lei n. 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal); 
(Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
IV – pagar prestação pecuniária, a ser estipulada nos termos do art. 45 do Decreto-Lei n. 2.848, 
de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), a entidade pública ou de interesse social, a ser indicada 
pelo juízo da execução, que tenha, preferencialmente, como função proteger bens jurídicos iguais 
ou semelhantes aos aparentemente lesados pelo delito; ou (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
V – cumprir, por prazo determinado, outra condição indicada pelo Ministério Público, desde que 
proporcional e compatível com a infração penal imputada. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 1º Para aferição da pena mínima cominada ao delito a que se refere o caput deste artigo, serão 
consideradas as causas de aumento e diminuição aplicáveis ao caso concreto. (Incluído pela Lei 
n. 13.964, de 2019)
§ 2º O disposto no caput deste artigo não se aplica nas seguintes hipóteses: (Incluído pela Lei 
n. 13.964, de 2019)
I – se for cabível transação penal de competência dos Juizados Especiais Criminais, nos termos da 
lei; (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
II – se o investigado for reincidente ou se houver elementos probatórios que indiquem conduta 
criminal habitual, reiterada ou profissional, exceto se insignificantes as infrações penais pretéritas; 
(Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
III – ter sido o agente beneficiado nos 5 (cinco) anos anteriores ao cometimento da infração, em 
acordo de não persecução penal, transação penal ou suspensão condicional do processo; e (Inclu-
ído pela Lei n. 13.964, de 2019)
IV – nos crimes praticados no âmbito de violência doméstica ou familiar, ou praticados contra a 
mulher por razões da condição de sexo feminino, em favor do agressor. (Incluído pela Lei n. 13.964, 
de 2019)
§ 3º O acordo de não persecução penal será formalizado por escrito e será firmado pelo membro 
do Ministério Público, pelo investigado e por seu defensor. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Beatriz Oliveira Souza - 07886211570, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
21 de 76www.grancursosonline.com.br
Carolina Carvalhal Leite Brito
Ação Penal
DIREITO PROCESSUAL PENAL
§ 4º Para a homologação do acordo de não persecução penal, será realizada audiência na qual o 
juiz deverá verificar a sua voluntariedade, por meio da oitiva do investigado na presença do seu 
defensor, e sua legalidade. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)§ 5º Se o juiz considerar inadequadas, insuficientes ou abusivas as condições dispostas no acordo 
de não persecução penal, devolverá os autos ao Ministério Público para que seja reformulada a 
proposta de acordo, com concordância do investigado e seu defensor. (Incluído pela Lei n. 13.964, 
de 2019)
§ 6º Homologado judicialmente o acordo de não persecução penal, o juiz devolverá os autos ao 
Ministério Público para que inicie sua execução perante o juízo de execução penal. (Incluído pela 
Lei n. 13.964, de 2019)
§ 7º O juiz poderá recusar homologação à proposta que não atender aos requisitos legais ou quan-
do não for realizada a adequação a que se refere o § 5º deste artigo. (Incluído pela Lei n. 13.964, 
de 2019)
§ 8º Recusada a homologação, o juiz devolverá os autos ao Ministério Público para a análise da 
necessidade de complementação das investigações ou o oferecimento da denúncia. (Incluído pela 
Lei n. 13.964, de 2019)
§ 9º A vítima será intimada da homologação do acordo de não persecução penal e de seu descum-
primento. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§  10. Descumpridas quaisquer das condições estipuladas no acordo de não persecução penal, 
o Ministério Público deverá comunicar ao juízo, para fins de sua rescisão e posterior oferecimento 
de denúncia. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 11. O descumprimento do acordo de não persecução penal pelo investigado também poderá ser 
utilizado pelo Ministério Público como justificativa para o eventual não oferecimento de suspensão 
condicional do processo. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 12. A celebração e o cumprimento do acordo de não persecução penal não constarão de certidão 
de antecedentes criminais, exceto para os fins previstos no inciso III do § 2º deste artigo. (Incluído 
pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 13. Cumprido integralmente o acordo de não persecução penal, o juízo competente decretará a 
extinção de punibilidade. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 14. No caso de recusa, por parte do Ministério Público, em propor o acordo de não persecução 
penal, o  investigado poderá requerer a remessa dos autos a órgão superior, na forma do art. 28 
deste Código. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
Na sistemática adotada pelo art. 28A introduzido pelo pacote anticrime ao CPP, cuida-se 
de negócio jurídico de natureza extrajudicial, necessariamente homologado pelo juízo com-
petente- pelo menos em regra, pelo juiz das garantias. Celebrado entre o MP e o autor do fato 
delituoso, devidamente assistido pelo defensor, que confessa formal e circunstancialmente 
a prática do delito, sujeitando-se ao cumprimento de certas condições não privativas de li-
berdade, em troca do compromisso do Parquet de não perseguir judicialmente o caso (não 
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Beatriz Oliveira Souza - 07886211570, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
22 de 76www.grancursosonline.com.br
Carolina Carvalhal Leite Brito
Ação Penal
DIREITO PROCESSUAL PENAL
oferecer denúncia), declarando-se extinta a punibilidade, caso a avença seja integralmente 
cumprida.
Nesse aspecto diferencia-se o acordo de outros institutos de Justiça negociada existente 
no nosso ordenamento jurídico, como por exemplo, a transação penal e a suspensão condi-
cional do processo, que não exigem a confissão.
(v) Colaboração premiada (art. 4º, § 4º, Lei n. 12.850/2013):
Art. 4º O juiz poderá, a requerimento das partes, conceder o perdão judicial, reduzir em até 2/3 (dois 
terços) a pena privativa de liberdade ou substituí-la por restritiva de direitos daquele que tenha co-
laborado efetiva e voluntariamente com a investigação e com o processo criminal, desde que dessa 
colaboração advenha um ou mais dos seguintes resultados:
I – a identificação dos demais coautores e partícipes da organização criminosa e das infrações 
penais por eles praticadas;
II – a revelação da estrutura hierárquica e da divisão de tarefas da organização criminosa;
III – a prevenção de infrações penais decorrentes das atividades da organização criminosa;
IV – a recuperação total ou parcial do produto ou do proveito das infrações penais praticadas pela 
organização criminosa;
V – a localização de eventual vítima com a sua integridade física preservada.
§ 1º Em qualquer caso, a concessão do benefício levará em conta a personalidade do colaborador, 
a natureza, as circunstâncias, a gravidade e a repercussão social do fato criminoso e a eficácia da 
colaboração.
§ 2º Considerando a relevância da colaboração prestada, o Ministério Público, a qualquer tempo, 
e o delegado de polícia, nos autos do inquérito policial, com a manifestação do Ministério Público, 
poderão requerer ou representar ao juiz pela concessão de perdão judicial ao colaborador, ain-
da que esse benefício não tenha sido previsto na proposta inicial, aplicando-se, no que couber, 
o art. 28 do Decreto-Lei n. 3.689, de 3 de outubro de 1941 (Código de Processo Penal).
§ 3º O prazo para oferecimento de denúncia ou o processo, relativos ao colaborador, poderá ser 
suspenso por até 6 (seis) meses, prorrogáveis por igual período, até que sejam cumpridas as me-
didas de colaboração, suspendendo-se o respectivo prazo prescricional.
§ 4º Nas mesmas hipóteses do caput deste artigo, o Ministério Público poderá deixar de oferecer 
denúncia se a proposta de acordo de colaboração referir-se a infração de cuja existência não tenha 
prévio conhecimento e o colaborador: (Redação dada pela Lei n. 13.964, de 2019)
I – não for o líder da organização criminosa;
II – for o primeiro a prestar efetiva colaboração nos termos deste artigo.
§ 4º-A. Considera-se existente o conhecimento prévio da infração quando o Ministério Público ou 
a autoridade policial competente tenha instaurado inquérito ou procedimento investigatório para 
apuração dos fatos apresentados pelo colaborador. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
O Ministério Público poderá deixar de oferecer a denúncia se a proposta de acordo de 
colaboração referir-se a infração de cuja existência não tenha prévio conhecimento e ainda 
considerando os requisitos do §4º do art. 4º.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Beatriz Oliveira Souza - 07886211570, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
23 de 76www.grancursosonline.com.br
Carolina Carvalhal Leite Brito
Ação Penal
DIREITO PROCESSUAL PENAL
Poder Judiciário não pode obrigar o Ministério Público a cele-
brar o acordo de colaboração premiada.
Não existe direito líquido e certo a compelir o Ministério Pú-
blico à celebração do acordo de delação premiada, diante das 
características desse tipo de acordo e considerando a neces-
sidade de distanciamento que o Estado-juiz deve manter du-
rante o cenário investigado e a fase de negociação entre as 
partes do cenário investigativo.
O acordo de colaboração premiada, além de meio de obten-
ção de prova, constitui-se em um negócio jurídico processual 
personalíssimo, cuja conveniência e oportunidade estão sub-
metidos à discricionariedade regrada do Ministério Público 
e não se submetem ao escrutínio do Estado-juiz. Em outras 
palavras, trata-se de ato voluntário, insuscetível de imposição 
judicial.
Vale ressaltar, no entanto, que o ato do membro do Ministério 
Público que se nega à realização do acordo deve ser devida-
mente motivado. Essa recusa pode ser objeto de controle por 
órgão superior no âmbito do Ministério Público (Procurador-
-Geral de Justiça ou Comissão de Coordenação e Revisão), 
por aplicação analógica do art. 28 do CPP (art. 62, IV, da LC 
75/93).
Mesmo sem ter assinado o acordo, o acusado pode colaborarfornecendo as informações e provas que possuir. Ao final, na 
sentença, o juiz irá analisar esse comportamento processual 
e poderá conceder benefício ao acusado mesmo sem que te-
nha havido a prévia celebração e homologação do acordo de 
colaboração premiada. Dito de outro modo, o acusado pode 
receber a sanção premial mesmo sem a celebração do acordo 
caso o magistrado entenda que sua colaboração foi eficaz. 
STF. 2ª Turma. MS 35693 AgR/DF, Rel. Min. Edson Fachin, jul-
gado em 28/5/2019.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Beatriz Oliveira Souza - 07886211570, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
24 de 76www.grancursosonline.com.br
Carolina Carvalhal Leite Brito
Ação Penal
DIREITO PROCESSUAL PENAL
É possível o compartilhamento, para outros órgãos e autori-
dades públicas, das provas obtidas no acordo de colaboração 
premiada, desde que sejam respeitados os limites estabeleci-
dos no acordo em relação ao colaborador.
Assim, por exemplo, se um indivíduo celebra acordo de co-
laboração premiada com o MP aceitando fornecer provas 
contra si, estas provas somente poderão ser utilizadas para 
as sanções que foram ajustadas no acordo. STF. 2ª Turma. 
PET 7065/DF, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 30/10/2018 
(Info 922).
Ainda que remetido a outros órgãos do Poder Judiciário para apuração dos fatos dela-
tados, o  juízo que homologou o acordo de colaboração premiada continua sendo compe-
tente para analisar os pedidos de compartilhamento dos termos de depoimentos prestados 
no âmbito da colaboração. STF. 2ª Turma. PET 7065/DF, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 
30/10/2018 (Info 922).
b) Princípio da oportunidade ou conveniência da ação penal de iniciativa 
privada
Cabe ao ofendido ou ao seu representante legal o juízo acerca do oferecimento (ou não) 
da queixa-crime. Saliente-se, que nas hipóteses de ação penal exclusivamente privada ou 
personalíssima, se o legitimado a oferecer a queixa-crime optar pelo não exercício de seu 
direito, não pode o MP oferecer denúncia, pois não possui legitimidade ad causam.
Na hipótese de ação penal de iniciativa privada, caso o ofendido não queira exercer seu 
direito de queixa, há 2 possibilidades:
a) decadência: com natureza jurídica de causa extintiva da punibilidade, consiste na perda 
do direito de queixa ou representação pelo seu não exercício dentro do prazo legal (seis me-
ses), contados, em regra do conhecimento da autoria.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Beatriz Oliveira Souza - 07886211570, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
25 de 76www.grancursosonline.com.br
Carolina Carvalhal Leite Brito
Ação Penal
DIREITO PROCESSUAL PENAL
Art. 38. Salvo disposição em contrário, o ofendido, ou seu representante legal, decairá no direito 
de queixa ou de representação, se não o exercer dentro do prazo de seis meses, contado do dia em 
que vier a saber quem é o autor do crime, ou, no caso do art. 29, do dia em que se esgotar o prazo 
para o oferecimento da denúncia.
b) renúncia: também funciona com o causa extintiva da punibilidade, de aplicação restrita 
a ação penal de iniciativa privada e à ação privada personalíssima. Caso o ofendido queira 
abrir mão do seu direito de queixa, poderá fazê-lo por meio da renúncia expressa (art. 50, CPP) 
quando constar de declaração assinada pelo ofendido, seu representante legal ou procurador 
com poderes especiais. Pode também ser tácita quando a vítima pratica ato incompatível 
com a vontade de processar (art. 104, parágrafo único, CP).
Art. 49. A renúncia ao exercício do direito de queixa, em relação a um dos autores do crime, a todos 
se estenderá.
Art. 50. A renúncia expressa constará de declaração assinada pelo ofendido, por seu representante 
legal ou procurador com poderes especiais.
Parágrafo único. A renúncia do representante legal do menor que houver completado 18 (dezoito) 
anos não privará este do direito de queixa, nem a renúncia do último excluirá o direito do primeiro.
Art. 57. A renúncia tácita e o perdão tácito admitirão todos os meios de prova.
c) Princípio da indisponibilidade da ação penal pública
Também conhecido como princípio da indesistibilidade, funciona como desdobramento 
do princípio da obrigatoriedade. Assim, se o MP é obrigado a oferecer denúncia, caso visu-
alize as condições da ação penal e a existência de justa causa, também, não pode dispor ou 
desistir do processo em curso. Enquanto o princípio da obrigatoriedade é aplicável a fase 
pré-processual, o princípio da indisponibilidade e para a fase processual.
Referido princípio também se aplica a ação penal privada subsidiária da pública quanto 
ao Ministério Público, pois este não apenas tem que assumir o processo que foi iniciado e 
negligenciado pelo querelante, como também não pode dele desistir.
Art. 42. O Ministério Público não poderá desistir da ação penal.
Há de se ficar atento as exceções ao princípio da indisponibilidade:
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Beatriz Oliveira Souza - 07886211570, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
26 de 76www.grancursosonline.com.br
Carolina Carvalhal Leite Brito
Ação Penal
DIREITO PROCESSUAL PENAL
c.1) suspensão condicional do processo
Preenchendo o acusado os requisitos objetivos e subjetivos para a concessão do referido 
benefício, previsto no art. 89 da Lei 9099/95, deverá ser oferecida a proposta pelo MP, com 
posterior aceitação do acusado e seu defensor e homologação do juiz, o processo ficará sus-
penso.
Art. 89. Nos crimes em que a pena mínima cominada for igual ou inferior a um ano, abrangidas 
ou não por esta Lei, o Ministério Público, ao oferecer a denúncia, poderá propor a suspensão do 
processo, por dois a quatro anos, desde que o acusado não esteja sendo processado ou não tenha 
sido condenado por outro crime, presentes os demais requisitos que autorizariam a suspensão 
condicional da pena (art. 77 do Código Penal).
d) Princípio da disponibilidade da ação penal de iniciativa privada (exclusi-
va ou personalíssima)
Aplica-se esse princípio que funciona como consequência do princípio da oportunidade 
ou conveniência. Frise-se que o princípio da oportunidade incide ANTES do oferecimento da 
queixa-crime, ao passo que o princípio da disponibilidade, é possível que o querelante desista 
do processo criminal em andamento, podendo fazê-lo de 3 (três) formas:
d.1) perdão da vítima
Consiste em causa extintiva da punibilidade de aplicação restrita a ação penal privada e 
ação penal privada personalíssima, cabível quando houver aceitação por parte do querelado.
Art. 51. O perdão concedido a um dos querelados aproveitará a todos, sem que produza, todavia, 
efeito em relação ao que o recusar.
Art. 52. Se o querelante for menor de 21 e maior de 18 anos, o direito de perdão poderá ser exercido 
por ele ou por seu representante legal, mas o perdão concedido por um, havendo oposição do outro, 
não produzirá efeito.
Art. 53. Se o querelado for mentalmente enfermo ou retardado mental e não tiver representante 
legal, ou colidirem os interesses deste com os do querelado, a aceitação do perdão caberá ao cura-
dor que o juiz Ihe nomear.
Art. 54. Se o querelado for menor de 21 anos, observar-se-á, quanto à aceitação do perdão, o dis-
posto no art. 52.
Art. 55. O perdão poderá ser aceito por procurador com poderes especiais.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado paraBeatriz Oliveira Souza - 07886211570, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
27 de 76www.grancursosonline.com.br
Carolina Carvalhal Leite Brito
Ação Penal
DIREITO PROCESSUAL PENAL
Art. 56. Aplicar-se-á ao perdão extraprocessual expresso o disposto no art. 50.
Art. 58. Concedido o perdão, mediante declaração expressa nos autos, o querelado será intimado 
a dizer, dentro de três dias, se o aceita, devendo, ao mesmo tempo, ser cientificado de que o seu 
silêncio importará aceitação.
Parágrafo único. Aceito o perdão, o juiz julgará extinta a punibilidade.
Art. 59. A aceitação do perdão fora do processo constará de declaração assinada pelo querelado, 
por seu representante legal ou procurador com poderes especiais.
d.2) perempção
Mesmo que o querelado não aceite o perdão, é possível dispor da ação penal exclusiva-
mente privada ou personalíssima por meio da perempção, causa extintiva da punibilidade, 
onde há a perda do direito de prosseguir no exercício da ação penal privada em virtude da 
desídia do querelante. Tratando-se de processo criminal em que dois ou mais crimes estejam 
sendo apurados, o pedido de condenação apenas no tocante a um ou alguns importará em 
perempção da ação penal em relação aos remanescentes.
Hipóteses:
(i) quando, iniciada a ação penal exclusivamente privada ou personalíssima, o querelante 
deixar de promover o andamento do processo durante 30 (trinta) dias seguidos: prevalece o 
entendimento de que, antes de declarar a perempção, o juiz deve intimar o querelante para 
apresentar eventual justificativa para o abandono do processo.
(ii) quando, falecendo o querelante, ou sobrevindo sua incapacidade, não comparecer em 
juízo, para prosseguir no processo, dentro do prazo de 60 (sessenta) dias, qualquer das pes-
soas enumeradas no art. 31 do CPP pelo período de 60 dias;
(iii) quando o querelante deixar de comparecer, sem motivo justificado, a qualquer ato do 
processo a que deva estar presente, ou deixar de formular o pedido de condenação nas ale-
gações finais;
(iv) quando, sendo o querelante pessoa jurídica, esta se extinguir sem deixar sucessor.
Art. 60. Nos casos em que somente se procede mediante queixa, considerar-se-á perempta a ação 
penal:
I – quando, iniciada esta, o querelante deixar de promover o andamento do processo durante 30 
dias seguidos;
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Beatriz Oliveira Souza - 07886211570, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
28 de 76www.grancursosonline.com.br
Carolina Carvalhal Leite Brito
Ação Penal
DIREITO PROCESSUAL PENAL
II – quando, falecendo o querelante, ou sobrevindo sua incapacidade, não comparecer em juízo, 
para prosseguir no processo, dentro do prazo de 60 (sessenta) dias, qualquer das pessoas a quem 
couber fazê-lo, ressalvado o disposto no art. 36;
III – quando o querelante deixar de comparecer, sem motivo justificado, a qualquer ato do processo 
a que deva estar presente, ou deixar de formular o pedido de condenação nas alegações finais;
IV – quando, sendo o querelante pessoa jurídica, esta se extinguir sem deixar sucessor.
Art. 61. Em qualquer fase do processo, o juiz, se reconhecer extinta a punibilidade, deverá declará-
-lo de ofício.
Parágrafo único. No caso de requerimento do Ministério Público, do querelante ou do réu, o juiz 
mandará autuá-lo em apartado, ouvirá a parte contrária e, se o julgar conveniente, concederá o 
prazo de cinco dias para a prova, proferindo a decisão dentro de cinco dias ou reservando-se para 
apreciar a matéria na sentença final.
d.3) conciliação e termo de desistência da ação no procedimento dos cri-
mes contra a honra de competência do juiz singular
Assinatura de termo de desistência, no procedimento de crimes contra a honra de com-
petência do juiz singular.
Art. 522. No caso de reconciliação, depois de assinado pelo querelante o termo da desistência, 
a queixa será arquivada.
e) Princípio da indivisibilidade da ação penal privada
Caso ofendido decida agir, deverá exercer seu direito em relação a todos os coautores e 
partícipes do fato delituoso.
Art. 48. A queixa contra qualquer dos autores do crime obrigará ao processo de todos, e o Ministé-
rio Público velará pela sua indivisibilidade.
e.1) Omissão voluntária
Se ficar demonstrado que o querelante deixou, de forma deliberada, de oferecer a queixa 
contra um ou mais autores ou partícipes, deve-se entender que houve de sua parte uma re-
núncia tácita, o que acarretará na extinção de punibilidade de todos
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Beatriz Oliveira Souza - 07886211570, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
29 de 76www.grancursosonline.com.br
Carolina Carvalhal Leite Brito
Ação Penal
DIREITO PROCESSUAL PENAL
e.2) Omissão involuntária
Neste caso, o MP deverá requerer a intimação do querelante para que ele faça o aditamen-
to da queixa-crime e inclua os demais coautores ou partícipes que ficaram de fora.
f) Princípio do ne procedat iudex ex officio
Com a adoção do sistema acusatório pela Constituição Federal, ao juiz não é dado iniciar 
um processo de ofício. O denominado processo judicialiforme, por meio do qual o juiz dava 
início a um processo por meio de portaria, não foi recepcionado pela Constituição Federal.
10. outrAs ClAssifiCAções dA Ação penAl
10.1. Ação penAl populAr
Parte da doutrina aponta a existência da ação penal popular em razão da Lei n. 1.079/1950 
possibilitar qualquer cidadão desencadear perante o Senado Federal a apuração dos crimes 
de responsabilidade nela previstos e que tenham sido cometidos por determinados agentes 
públicos.
Dessa forma, a qualquer pessoa, com base na citada lei e em relação às infrações que nela 
constam, podem denunciar:
a) Ministros do Supremo Tribunal Federal e o Procurador-Geral da República perante o 
Senado Federal;
b) O Presidente da República e os Ministros de Estado nos crimes conexos ao daquele 
junto à Câmara dos Deputados, à qual incumbirá autorizar ou não a instauração de processo. 
Autorizada essa instauração por voto de dois terços de seus membros, as peças serão enca-
minhadas ao Senado, a quem incumbirá o julgamento (arts. 51, I, e 86, da CF).
10.2. Ação de prevenção penAl
É a ação ajuizada com o objetivo de se aplicar medida de segurança aos absolutamente 
inimputáveis (art. 26 do CP).
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Beatriz Oliveira Souza - 07886211570, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
30 de 76www.grancursosonline.com.br
Carolina Carvalhal Leite Brito
Ação Penal
DIREITO PROCESSUAL PENAL
Art. 26 - É isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento mental incompleto 
ou retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter 
ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.
10.3. Ação penAl seCundáriA
Ocorre na hipótese em que a lei estabelece uma espécie de ação penal para determinado 
crime, porém, em virtude do surgimento de circunstâncias especiais, passa a prever, secun-
dariamente, uma nova espécie de ação penal para essa infração.
Ex.: nos crimes contra a honra, em regra, a ação penal é de iniciativa privada (CP, art. 145, 
caput).
No entanto, se cometidoo crime contra a honra de injúria racial (CP, art. 140, § 3º), a ação 
penal será pública condicionada à representação (CP, art. 145, parágrafo único, in fine, com 
redação determinada pela Lei n. 12.033/2009).
11. Ação penAl nAs váriAs espéCies de Crimes
11.1. Ação penAl nos Crimes ContrA A HonrA
Em regra, os crimes contra a honra são de ação penal de iniciativa privada (art. 145, CP). 
Contudo, há certos crimes contra a honra que estão submetidos a espécies distintas de ação 
penal:
a) Injúria real: consiste na prática de injúria através de violência ou vias de fato, que, por 
sua natureza ou pelo meio empregado, se considerem aviltantes (CP, art. 140, § 2º).
Se a injúria real for praticada através de vias de fato, a ação penal será de iniciativa pri-
vada, pois as vias de fato são absorvidas pelo crime contra a honra. Porém, se resultar lesão 
corporal, a ação penal será de natureza pública.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Beatriz Oliveira Souza - 07886211570, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
31 de 76www.grancursosonline.com.br
Carolina Carvalhal Leite Brito
Ação Penal
DIREITO PROCESSUAL PENAL
b) Crime contra a honra do Presidente da República ou contra chefe de governo estrangei-
ro: trata-se de crime de ação penal pública condicionada à requisição do Ministro da Justiça 
(art. 145, parágrafo único, CP);
c) Crime contra a honra de funcionário público no exercício das funções: no caso de crime 
contra a honra de funcionário público em razão de suas funções (propter ojficium), a ação 
penal será pública condicionada à representação (CP, art.  145, parágrafo único). Contudo, 
o Supremo Tribunal Federal passou a entender que também seria cabível a ação penal de 
iniciativa privada.
Nesse sentido é,
Súmula n. 714 do STF: “é concorrente a legitimidade do ofendido, mediante queixa, e do 
Ministério Público, condicionada à representação do ofendido, para a ação penal por 
crime contra a honra de servidor público em razão do exercício de suas funções”.
d) Crimes militares contra a honra: o Código Penal Militar prevê tais espécies de delitos 
entre os arts. 214 e 216, todos eles de ação penal pública incondicionada, ressalvada a pos-
sibilidade de ação penal privada subsidiária da pública, caso verificada a inércia do órgão 
ministerial;
e) Crimes eleitorais contra a honra: o Código Eleitoral também prevê crimes contra a honra 
(arts. 324, 325 e 326), acrescidos, porém, do elemento especializante “na propaganda eleito-
ral, ou visando fins de propaganda”. Dessa forma, só há crime contra a honra de natureza elei-
toral, quando a ofensa à honra objetiva ou subjetiva ocorrer na propaganda eleitoral ou com 
fins de propaganda. Eventual crime contra a honra cometido no âmbito doméstico, desvincu-
lado, direta ou indiretamente, de propaganda eleitoral, ainda que motivada por divergências 
políticas às vésperas de eleição, deve ser processado e julgado pela Justiça Comum Estadual, 
e não pela Justiça Eleitoral. Todos os crimes eleitorais são de ação penal pública incondicio-
nada (art. 355, do Código Eleitoral);
f) Injúria racial: A nova redação conferida ao art. 145, parágrafo único do CP, estabeleceu 
que se trata de crime de ação penal pública condicionada à representação.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Beatriz Oliveira Souza - 07886211570, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
32 de 76www.grancursosonline.com.br
Carolina Carvalhal Leite Brito
Ação Penal
DIREITO PROCESSUAL PENAL
Não se pode confundir o crime de injúria racial com os deli-
tos de racismo, tipificados na Lei n. 7.716/1989, os quais são 
de ação penal pública incondicionada. No art. 140, § 3º, há 
ofensa à honra subjetiva de determinada pessoa; nos delitos 
de racismo, há oposição indistinta a toda uma raça, cor, etnia, 
religião ou procedência nacional.
11.2. Ação penAl nos Crimes de trânsito de lesão CorporAl CulposA, de 
embriAGuez Ao volAnte e de pArtiCipAção em Competição não AutorizAda
a) Lesão corporal culposa: trata-se de infração de menor potencial ofensivo (porque sua 
pena não ultrapassa a dois anos de detenção). Como regra geral, deve ter incidência a Lei n. 
9.099/1995. Logo, a ação penal será pública condicionada à representação, devendo ser la-
vrado termo circunstanciado, com ulterior possibilidade de transação penal etc.
Se, no entanto, estiver presente uma das situações descritas nos incisos I, II e III do § 1º, 
do art. 291, do CTB, o crime deixa de ser considerado infração de menor potencial ofensivo.
§ 1º Aplica-se aos crimes de trânsito de lesão corporal culposa o disposto nos arts. 74, 76 e 88 da 
Lei no 9.099, de 26 de setembro de 1995, exceto se o agente estiver: (Renumerado do parágrafo 
único pela Lei n. 11.705, de 2008)
I – sob a influência de álcool ou qualquer outra substância psicoativa que determine dependência; 
(Incluído pela Lei n. 11.705, de 2008)
II – participando, em via pública, de corrida, disputa ou competição automobilística, de exibição ou 
demonstração de perícia em manobra de veículo automotor, não autorizada pela autoridade com-
petente; (Incluído pela Lei n. 11.705, de 2008)
III – transitando em velocidade superior à máxima permitida para a via em 50 km/h (cinquenta 
quilômetros por hora). (Incluído pela Lei n. 11.705, de 2008)
b) Embriaguez ao volante: tendo em conta que sua pena é de detenção, de 6 (seis) meses 
a 3 (três) anos, não se trata de infração de menor potencial ofensivo. Cuida-se de crime de 
ação penal pública incondicionada.
c) Participação em competição não autorizada: também não se trata de infração de menor 
potencial ofensivo. Cuida-se de crime de ação penal pública incondicionada.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Beatriz Oliveira Souza - 07886211570, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
33 de 76www.grancursosonline.com.br
Carolina Carvalhal Leite Brito
Ação Penal
DIREITO PROCESSUAL PENAL
11.3. Ação penAl nos Crimes de lesão CorporAl Com violênCiA 
doméstiCA e fAmiliAr ContrA A mulHer
a) Regra geral: os crimes são de ação penal pública condicionada à representação.
b) Lesão corporal: o STF, no julgamento da ADI 4424, deu interpretação conforme a cons-
tituição aos art. 12, I, 16 e 41, todos da Lei 11.340/06 e assentou a natureza incondicionada 
da ação penal nos casos de crime de lesão corporal (de todos os tipos) contra a mulher nos 
casos de violência doméstica.
Súmula 536, STJ: A suspensão condicional do processo e a transação penal não se apli-
cam na hipótese de delitos sujeitos ao rito da Lei Maria da Penha.
Súmula 542, STJ: A ação penal relativa ao crime de lesão corporal resultante de violência 
doméstica contra a mulher é pública incondicionada.
Súmula 588, STJ: A prática de crime ou contravenção penal contra a mulher com violên-
cia ou grave ameaça no ambiente doméstico impossibilita a substituição da pena priva-
tiva de liberdade por restritiva de direitos.
Súmula 589, STJ: É inaplicável o princípio da insignificância nos crimes ou contraven-
ções penais praticados contra a mulher no âmbito das relações domésticas.
Súmula 600, STJ: Para a configuração da violência doméstica e familiar prevista no 
artigo 5º da Lei n. 11.340/2006 (Lei Maria da Penha) não se exige a coabitação entre 
autor e vítima.
11.4. Ação penAl nos Crimes de estelionAto - Art. 171, § 5º, do Cp, 
inCluído pelA lei 13.964 § 19
Até a entrada em vigor do

Continue navegando