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Geografia - Teórico_VOLUME1

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Prévia do material em texto

Caro aluno 
Ao elaborar o seu material inovador, completo e moderno, o Hexag considerou como principal diferencial sua exclusiva metodologia em pe-
ríodo integral, com aulas e Estudo Orientado (E.O.), e seu plantão de dúvidas personalizado. O material didático é composto por 6 cadernos 
de aula e 107 livros, totalizando uma coleção com 113 exemplares. O conteúdo dos livros é organizado por aulas temáticas. Cada assunto 
contém uma rica teoria que contempla, de forma objetiva e transversal, as reais necessidades dos alunos, dispensando qualquer tipo de 
material alternativo complementar. Para melhorar a aprendizagem, as aulas possuem seções específicas com determinadas finalidades. A 
seguir, apresentamos cada seção:
No decorrer das teorias apresentadas, oferecemos uma cuidadosa 
seleção de conteúdos multimídia para complementar o repertório 
do aluno, apresentada em boxes para facilitar a compreensão, com 
indicação de vídeos, sites, filmes, músicas, livros, etc. Tudo isso é en-
contrado em subcategorias que facilitam o aprofundamento nos 
temas estudados – há obras de arte, poemas, imagens, artigos e até 
sugestões de aplicativos que facilitam os estudos, com conteúdos 
essenciais para ampliar as habilidades de análise e reflexão crítica, 
em uma seleção realizada com finos critérios para apurar ainda mais 
o conhecimento do nosso aluno.
multimídia
Um dos grandes problemas do conhecimento acadêmico é o seu 
distanciamento da realidade cotidiana, o que dificulta a compreensão 
de determinados conceitos e impede o aprofundamento nos temas 
para além da superficial memorização de fórmulas ou regras. Para 
evitar bloqueios na aprendizagem dos conteúdos, foi desenvolvida 
a seção “Vivenciando“. Como o próprio nome já aponta, há uma 
preocupação em levar aos nossos alunos a clareza das relações entre 
aquilo que eles aprendem e aquilo com que eles têm contato em 
seu dia a dia.
vivenciando
Sabendo que o Enem tem o objetivo de avaliar o desempenho ao 
fim da escolaridade básica, organizamos essa seção para que o 
aluno conheça as diversas habilidades e competências abordadas 
na prova. Os livros da “Coleção Vestibulares de Medicina” contêm, 
a cada aula, algumas dessas habilidades. No compilado “Áreas de 
Conhecimento do Enem” há modelos de exercícios que não são 
apenas resolvidos, mas também analisados de maneira expositiva 
e descritos passo a passo à luz das habilidades estudadas no dia. 
Esse recurso constrói para o estudante um roteiro para ajudá-lo a 
apurar as questões na prática, a identificá-las na prova e a resolvê-
-las com tranquilidade.
áreas de conhecimento do Enem
Cada pessoa tem sua própria forma de aprendizado. Por isso, cria-
mos para os nossos alunos o máximo de recursos para orientá-los 
em suas trajetórias. Um deles é o ”Diagrama de Ideias”, para aque-
les que aprendem visualmente os conteúdos e processos por meio 
de esquemas cognitivos, mapas mentais e fluxogramas.
Além disso, esse compilado é um resumo de todo o conteúdo 
da aula. Por meio dele, pode-se fazer uma rápida consulta aos 
principais conteúdos ensinados no dia, o que facilita a organiza-
ção dos estudos e até a resolução dos exercícios.
diagrama de ideias
Atento às constantes mudanças dos grandes vestibulares, é ela-
borada, a cada aula e sempre que possível, uma seção que trata 
de interdisciplinaridade. As questões dos vestibulares atuais não 
exigem mais dos candidatos apenas o puro conhecimento dos 
conteúdos de cada área, de cada disciplina.
Atualmente há muitas perguntas interdisciplinares que abrangem 
conteúdos de diferentes áreas em uma mesma questão, como Bio-
logia e Química, História e Geografia, Biologia e Matemática, entre 
outras. Nesse espaço, o aluno inicia o contato com essa realidade 
por meio de explicações que relacionam a aula do dia com aulas 
de outras disciplinas e conteúdos de outros livros, sempre utilizan-
do temas da atualidade. Assim, o aluno consegue entender que 
cada disciplina não existe de forma isolada, mas faz parte de uma 
grande engrenagem no mundo em que ele vive.
conexão entre disciplinas
Herlan Fellini
De forma simples, resumida e dinâmica, essa seção foi desenvol-
vida para sinalizar os assuntos mais abordados no Enem e nos 
principais vestibulares voltados para o curso de Medicina em todo 
o território nacional.
incidência do tema nas principais provas
Todo o desenvolvimento dos conteúdos teóricos de cada coleção 
tem como principal objetivo apoiar o aluno na resolução das ques-
tões propostas. Os textos dos livros são de fácil compreensão, com-
pletos e organizados. Além disso, contam com imagens ilustrativas 
que complementam as explicações dadas em sala de aula. Qua-
dros, mapas e organogramas, em cores nítidas, também são usados 
e compõem um conjunto abrangente de informações para o aluno 
que vai se dedicar à rotina intensa de estudos.
teoria
Essa seção foi desenvolvida com foco nas disciplinas que fazem 
parte das Ciências da Natureza e da Matemática. Nos compilados, 
deparamos-nos com modelos de exercícios resolvidos e comenta-
dos, fazendo com que aquilo que pareça abstrato e de difícil com-
preensão torne-se mais acessível e de bom entendimento aos olhos 
do aluno. Por meio dessas resoluções, é possível rever, a qualquer 
momento, as explicações dadas em sala de aula.
aplicação do conteúdo
© Hexag Sistema de Ensino, 2018
Direitos desta edição: Hexag Sistema de Ensino, São Paulo, 2020
Todos os direitos reservados.
Autores
Alessandra Alves
Vinicius Gruppo Hilário
Diretor-geral
Herlan Fellini
Diretor editorial
Pedro Tadeu Vader Batista 
Coordenador-geral
Raphael de Souza Motta
Responsabilidade editorial, programação visual, revisão e pesquisa iconográfica 
Hexag Sistema de Ensino
Editoração eletrônica
Arthur Tahan Miguel Torres
Matheus Franco da Silveira
Raphael de Souza Motta
Raphael Campos Silva
Projeto gráfico e capa
Raphael Campos Silva
Imagens
Freepik (https://www.freepik.com)
Shutterstock (https://www.shutterstock.com)
ISBN: 978-65-88825-00-6
Todas as citações de textos contidas neste livro didático estão de acordo com a legislação, tendo por fim único e exclusivo 
o ensino. Caso exista algum texto a respeito do qual seja necessária a inclusão de informação adicional, ficamos à dis-
posição para o contato pertinente. Do mesmo modo, fizemos todos os esforços para identificar e localizar os titulares dos 
direitos sobre as imagens publicadas e estamos à disposição para suprir eventual omissão de crédito em futuras edições.
O material de publicidade e propaganda reproduzido nesta obra é usado apenas para fins didáticos, não repre-
sentando qualquer tipo de recomendação de produtos ou empresas por parte do(s) autor(es) e da editora.
2020
Todos os direitos reservados para Hexag Sistema de Ensino.
Rua Luís Góis, 853 – Mirandópolis – São Paulo – SP
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Telefone: (11) 3259-5005
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contato@hexag.com.br
SUMÁRIO
GEOGRAFIA
CARTOGRAFIA E CLIMA
GEOLOGIA E GEOMORFOLOGIA
Aulas 1 e 2: Movimentos da Terra 6
Aulas 3 e 4: Coordenadas geográficas e fuso horário 14
Aulas 5 e 6: Noções de cartografia 22
Aulas 7 e 8: Elementos do clima e fatores climáticos 34
Aulas 1 e 2: Introdução ao pensamento geográfico 46
Aulas 3 e 4: Geologia 56
Aulas 5 e 6: Geologia do Brasil e exploração mineral 66
Aulas 7 e 8: Geomorfologia: forças estruturais e esculturais 77
Competência 1 – Compreender os elementos culturais que constituem as identidades.
H1 Interpretar historicamente e/ou geograficamente fontes documentais acerca de aspectos da cultura.
H2 Analisar a produção da memória pelas sociedades humanas.
H3 Associar as manifestações culturais do presente aos seus processos históricos
H4 Comparar pontos de vista expressos em diferentes fontes sobre determinado aspecto da cultura.
H5 Identificar as manifestações ou representações da diversidade do patrimônio cultural e artístico em diferentes sociedades.
Competência 2 – Compreender as transformações dos espaços geográficos como produto das relações socioeconômicase culturais de 
poder.
H6 Interpretar diferentes representações gráficas e cartográficas dos espaços geográficos.
H7 Identificar os significados histórico-geográficos das relações de poder entre as nações.
H8
Analisar a ação dos estados nacionais no que se refere à dinâmica dos fluxos populacionais e no enfrentamento de problemas de ordem econômi-
co-social.
H9 Comparar o significado histórico-geográfico das organizações políticas e socioeconômicas em escala local, regional ou mundial
H10
Reconhecer a dinâmica da organização dos movimentos sociais e a importância da participação da coletividade na transformação da realidade 
histórico-geográfica.
Competência 3 – Compreender a produção e o papel histórico das instituições sociais, políticas e econômicas, associando-as aos difer-
entes grupos, conflitos e movimentos sociais.
H11 Identificar registros de práticas de grupos sociais no tempo e no espaço.
H12 Analisar o papel da justiça como instituição na organização das sociedades.
H13 Analisar a atuação dos movimentos sociais que contribuíram para mudanças ou rupturas em processos de disputa pelo poder.
H14
Comparar diferentes pontos de vista, presentes em textos analíticos e interpretativos, sobre situação ou fatos de natureza histórico-geográfica acerca 
das instituições sociais, políticas e econômicas.
H15 Avaliar criticamente conflitos culturais, sociais, políticos, econômicos ou ambientais ao longo da história.
Competência 4 – Entender as transformações técnicas e tecnológicas e seu impacto nos processos de produção, no desenvolvimento do 
conhecimento e na vida social.
H16 Identificar registros sobre o papel das técnicas e tecnologias na organização do trabalho e/ou da vida social.
H17 Analisar fatores que explicam o impacto das novas tecnologias no processo de territorialização da produção.
H18 Analisar diferentes processos de produção ou circulação de riquezas e suas implicações sócio-espaciais.
H19 Reconhecer as transformações técnicas e tecnológicas que determinam as várias formas de uso e apropriação dos espaços rural e urbano.
H20 Selecionar argumentos favoráveis ou contrários às modificações impostas pelas novas tecnologias à vida social e ao mundo do trabalho.
Competência 5 – Utilizar os conhecimentos históricos para compreender e valorizar os fundamentos da cidadania e da democracia, 
favorecendo uma atuação consciente do indivíduo na sociedade.
H21 Identificar o papel dos meios de comunicação na construção da vida social.
H22 Analisar as lutas sociais e conquistas obtidas no que se refere às mudanças nas legislações ou nas políticas públicas.
H23 Analisar a importância dos valores éticos na estruturação política das sociedades. 
H24 Relacionar cidadania e democracia na organização das sociedades.
H25 Identificar estratégias que promovam formas de inclusão social.
Competência 6 – Compreender a sociedade e a natureza, reconhecendo suas interações no espaço em diferentes contextos históricos e 
geográficos.
H26 Identificar em fontes diversas o processo de ocupação dos meios físicos e as relações da vida humana com a paisagem.
H27 Analisar de maneira crítica as interações da sociedade com o meio físico, levando em consideração aspectos históricos e (ou) geográficos.
H28 Relacionar o uso das tecnologias com os impactos sócio-ambientais em diferentes contextos histórico-geográficos.
H29 Reconhecer a função dos recursos naturais na produção do espaço geográfico, relacionando-os com as mudanças provocadas pelas ações humanas.
H30 Avaliar as relações entre preservação e degradação da vida no planeta nas diferentes escalas.
 CARTOGRAFIA e CLIMA: 
Incidência do tema nas principais provas
UFMG
Pede em seus exercícios os principais con-
ceitos, utilizando, muitas vezes, textos-base 
para sua resolução. É vital que o aluno não 
saio do texto, pois a Unesp quer saber se 
o candidato compreendeu por que aquele 
texto foi escolhido.
A Unicamp costuma abordar esses temas em 
seus vestibulares com o auxílio de mapas e 
esquemas, para que o aluno raciocine para 
além do enunciado.
Embora as provas versem sobre assuntos da 
atualidade, os temas desta frente aparecem 
vez por outra, apresentando um nível médio 
de dificuldade, e sempre com material de 
apoio, como mapas e gráficos.
As questões não apresentam surpresas, 
principalmente quando se trata de geografia 
física, como climatologia, que aparece em 
quase todas as provas.
Essa prova presa sempre pela objetividade com 
relação aos temas desta frente, na qual carto-
grafia e clima merecem destaque especial.
As últimas provas mostraram um domínio de 
conteúdo relacionado, principalmente, a fuso 
horário e noções de cartografia, além de trazer 
elementos do clima e fatores climáticos.
Esses são temas que o Enem adora explorar, 
e nessas questões podem aparecer de tudo: 
textos-base, mapas e gráficos, principalmente 
aqueles que chamam atenção para situações 
do cotidiano.
A UERJ é um vestibular que utiliza muitos ma-
pas, para a maioria dos temas deste caderno, 
principalmente em questões discursivas. Para 
um bom desempenho nas provas, o aluno não 
pode deixar de exercitar leituras e exercícios 
com mapas.
Essa prova é bastante tradicional e conteu-
dista, orientada para todos os temas desta 
frente, ou seja, astronomia, cartografia e clima 
estão sempre presentes.
O vestibular Souza Marques apresentou, 
nos últimos anos, uma tendência a inserir 
questões relacionadas à geografia física, 
de forma bem equilibrada. Observa-se uma 
concentração de temas sobre os elementos 
do clima e fatores climáticos.
Este vestibular não apresenta em seu edital 
mais recente e nem exige nas provas dos 
últimos vestibulares questões relacionadas à 
disciplina de Geografia.
Clima é um tema certeiro nas provas da 
Federal do Paraná. Estudar bem os conceitos 
e aplicá-los em escala local é a chave para um 
bom resultado.
Os candidatos precisam explorar os temas 
desta frente e relacioná-los às questões 
regionais, pois é assim que os exercícios 
costumam aparecer.
Os temas abordados neste caderno são 
pedidos com frequência nas provas da 
FUVEST. É muito importante que o aluno 
compreenda bem os conceitos de localização 
e cartografia.
Este vestibular explora os temas desta frente 
de maneira bastante tradicional, principalmente 
no que tange a cartografia, onde as projeções 
cartográficas são recorrentes nas provas.
6
 MoviMentos da terraAULAS 
1 e 2
1. Introdução
É notável o fascínio que as pessoas sentem pelo céu. 
Quem nunca admirou um pôr do sol ou ficou impres-
sionado com uma tempestade? Contudo, ainda hoje, os 
fenômenos celestes que fazem parte do cotidiano não 
são compreendidos por grande parte da humanidade. 
O interesse pelos mistérios do Universo faz parte da 
natureza humana desde o começo da civilização. Ao 
mesmo tempo em que a extensão e beleza do Universo 
é admirada, o desafio de conhecê-lo é instigante, pois, 
ao investigar o Cosmos, a humanidade está indagando 
também sobre a sua própria origem.
A luz e o calor do Sol durante o dia, o luar e as estrelas 
à noite, o ciclo das estações, a necessidade de se orien-
tar nos percursos de um lugar a outro e de estabelecer 
uma cronologia para os acontecimentos foram motivos 
suficientes para o homem tentar equacionar o Universo.
2. MovIMentos da terra
Do ponto de vista da ciência, a Terra possui um único mo-
vimento, que pode, dependendo de suas causas, ser divi-
dido nos seguintes componentes:
 § movimento de rotação em torno de seu eixo;
 § movimento de translação em torno do Sol;
 § movimentos de precessão e de nutação;
 § movimento dos polos;
 § movimento em torno do centro de nossa galáxia.
Os dois primeiros são os principais, pois suas influências 
podem ser sentidas diariamente.
2.1. Movimento de rotação
O movimento de rotação ocorre quando a Terra gira em torno 
de si mesma, de oeste para leste, isto é, em torno de um eixo 
imaginário que passa por seus polos. A duração do chamado 
dia sideral, ou seja, o temponecessário para a Terra comple-
tar uma volta em torno de seu eixo (360º exatos), é de 23 
horas, 56 minutos, 4 segundos e 9 décimos. Em relação ao 
Sol, o tempo de rotação médio, o chamado dia solar médio, é 
de 24 horas. O dia solar é compreendido como o período en-
tre duas passagens sucessivas do Sol sobre o meridiano local 
e varia ao longo do ano, sendo sempre superior ao dia sideral.
É devido a isso que existe a sucessão de dias e noites, fa-
tor que desempenha um papel fundamental no equilíbrio da 
temperatura e da composição química da atmosfera. A rota-
ção provoca a sensação de que o Sol se movimenta em rela-
ção à Terra, de leste (nascente – levante) para oeste (poente); 
entretanto, é a Terra que se movimenta em relação ao Sol.
A velocidade desse movimento é de aproximadamente 
1.666 km/h, ou 465 m/s, que é bastante elevada, porém 
muito inferior à de outros astros do Universo. É interessan-
te notar que a velocidade aumenta nas áreas próximas à 
Fonte: Youtube
multimídia: vídeo
Série “Cosmos”. Produzida pelo 
astrônomo Carl Sagan...
O segredo dessa série de treze horas foi o talen-
to de comunicador de Sagan, capaz de desmiti-
ficar o que até então fora informação científica 
inacessível. A versão escrita desse programa 
continua a ser o livro de divulgação científica 
mais vendido da história.
CompetênCia: 2 Habilidade: 6
7
linha do Equador, região em que o raio terrestre é maior. 
Na cidade de Porto Alegre, por exemplo, a velocidade da 
rotação terrestre cai para 1.450 km/h.
Outros efeitos do movimento de rotação são: o formato geoide 
da Terra, isto é, ela é achatada nos polos e expandida no Equa-
dor, não formando uma esfera perfeita; as correntes marinhas; a 
circulação atmosférica e o desnível entre os oceanos.
Na verdade, a Terra, assim como os demais planetas sola-
res, gira em torno do próprio eixo porque não existe ne-
nhum tipo de força ou resistência capaz de parar a sua 
rotação, que se perpetua. Acredita-se que, depois do sur-
gimento do Universo, os corpos celestes colidiram-se (e 
ainda colidem-se) por várias vezes, o que fez com que os 
elementos constituintes dos planetas se mantivessem em 
movimentos giratórios. É importante considerar que nem 
sempre a rotação dos planetas é no sentido anti-horário, a 
exemplo de Urano e Vênus, que giram no sentido horário.
2.2. Movimento de translação
A Terra, ao mesmo tempo em que gira em torno do seu eixo, 
também realiza o movimento de translação, que consiste em 
dar uma volta completa em torno do Sol. Para realizar esse 
movimento, ela utiliza cerca de 365 dias – ou precisamente 
365 dias, 5 horas, 48 minutos e 46 segundos. O trajeto per-
corrido com esse movimento é denominado órbita terrestre.
A órbita terrestre é elíptica, onde o Sol está ligeiramente des-
locado em relação ao centro do movimento. 
A Terra está mais próxima do Sol entre 4 a 7 de janeiro e 
mais distante entre 4 e 7 de julho.
2.3. Periélio e afélio
O periélio é o ponto da órbita de um corpo, seja ele planeta, 
asteroide ou cometa, que está mais perto do Sol. Quando um 
corpo está no periélio, ele tem a maior velocidade de transla-
ção de toda a sua órbita. A distância entre a Terra e o Sol no 
periélio é de cerca de 147,1 milhões de quilômetros. 
O afélio, por sua vez, é o ponto da órbita em que um planeta 
ou um corpo está mais distante do Sol. Quando se trata de 
um objeto que orbita uma estrela que não o Sol, esse ponto é 
denominado apoastro. A distância entre a Terra e o Sol no afé-
lio é de cerca de 152,1 milhões de quilômetros. Quando um 
astro está no afélio, ele tem a menor velocidade de translação 
de toda a sua órbita, proporcionando invernos mais longos no 
HS e verões mais longos no HN.
MoviMento retardado
Periélio
MoviMento acelerado
Sol
TERRA
aFélio
É comum que esses pontos sejam confundidos como a causa 
das estações do ano, com o verão sendo relacionado ao periélio 
e o inverno ao afélio. No entanto, as estações do ano ocorrem 
em função do movimento de translação associado à inclinação 
do eixo de rotação, gerando variações na luminosidade.
O plano formado pela órbita terrestre é denominado plano da 
elíptica. O eixo de rotação da Terra tem inclinação de, apro-
ximadamente, 23º em relação à perpendicular desse plano. 
Esse fato faz com que a luz do Sol atinja o planeta de forma 
desigual, iluminando e aquecendo hemisférios e regiões em 
épocas diferentes, o que causa, por sua vez, a ocorrência das 
estações do ano: primavera, verão, outono e inverno.
É também o movimento de translação da Terra o respon-
sável pelo ano bissexto, que tem a duração de 366 dias. 
Isso ocorre porque a duração do ano é sempre arredon-
dada para 365 dias, excluindo as 5 horas, 48 minutos e 
46 segundos que restam. A diferença é acertada a cada 
quatro anos com o ano bissexto, incluindo o dia 29 de 
fevereiro no calendário.
2.4. A influência da Lua na Terra
Até onde se sabe, a Terra é o único planeta do sistema 
solar em condições de abrigar vida da forma como ela 
é conhecida. A Terra está a uma distância adequada do 
Sol, possui uma atmosfera rica em oxigênio e tem gran-
des quantidades de água. A partir do Sol, é o primeiro 
planeta que tem um satélite natural, a Lua.
Quando se fala sobre esse satélite, logo é lembrada 
sua influência no movimento de subida e descida das 
águas do mar, que é explicado pela lei da gravidade de 
Isaac Newton. A Lua não exerce sozinha essa influen-
cia na maré. O Sol também tem um papel importante 
nesse movimento, embora sua influência seja menor do 
que a da Lua, pois ele está mais distante da Terra.
Assim como o Sol e a Terra, a Lua não está em repou-
so. Ela gira ao redor da Terra, que, por sua vez, gira 
ao redor do Sol. E, da mesma forma que a Terra atrai 
a Lua, a Lua atrai a Terra, mas com menos intensida-
de. O efeito da atração da Lua não exerce nenhuma 
influência nos continentes, mas afeta os oceanos. A 
influência da Lua
8
provoca correntes marítimas que geram duas marés 
altas e duas baixas diariamente. A diferença entre 
marés pode ser quase imperceptível ou muito no-
tável, dependendo principalmente da posição dos 
astros em relação à Terra, isto é, das fases da Lua, 
que são as seguintes:
 § Lua nova: Sol, Lua e Terra estão alinhados, o 
Sol e a Lua estão na mesma direção. A força 
de atração é somada e causa elevação máxi-
ma da maré (maré de sizígia).
 § Lua minguante: a Lua está a oeste do Sol, quase 
formando um ângulo de 90° entre eles. A atração 
é quase nula e causa a menor elevação da maré 
(maré de quadratura).
 § Lua cheia: o Sol, a Lua e a Terra estão ali-
nhados novamente, só que agora a Terra 
está entre o Sol e a Lua. A atração causa 
novamente grandes elevações das marés 
(maré de sizígia).
 § Lua crescente: a Lua está a leste do Sol, qua-
se formando um ângulo de 90°. Nessa fase, 
a gravitação da Lua se opõe à gravitação do 
Sol. Como a Lua está mais próxima da Terra, o 
Sol não consegue anular totalmente a força 
gravitacional da Lua, e a maré ainda apresenta 
uma ligeira elevação (maré de quadratura).
 § Entretanto, esse jogo de forças não é igual em 
toda parte, pois o contorno da costa e as di-
mensões do fundo do mar também alteram a 
dimensão das marés. Em certas regiões abertas, 
a água se espalha por uma grande área e sobe 
só alguns centímetros nas marés máximas. Em 
outras, como um braço de mar estreito, o nível 
pode se elevar vários metros.
Não raro, é possível ver a lua durante o dia. Em algu-
mas vezes pela manhã, em outras pela tarde. É impor-
tante esclarecer que a lua está sempre presente no 
céu, tanto durante o dia quanto durante a noite. O que 
ocorre é que, devido ao fato de a Lua não apresentar 
luz própria, só é possível vê-la quando ela, de algum 
modo, reflete a luz emitida pelo Sol.
Durante a fase da lua nova, como o Sol está iluminando 
o lado oculto do satélite natural, a Lua não pode ser vista 
por nem durante o dia e nem durante a noite. Na fase da 
lua cheia, ela só aparece no horizonte celeste quando já 
está anoitecendo.Isso significa que a Lua pode ser vista 
de dia durante as fases minguante e crescente. A primei-
ra só aparece pela manhã, e a segunda, depois do meio-
-dia, porque a minguante nasce imediatamente após o 
período da cheia, à meia-noite, permanecendo nos céus 
durante 12 horas. Já a Lua em sua fase crescente, mais 
comum, só pode ser vista durante as tardes porque ela só 
nasce na metade do dia, quando fica iluminada em cerca 
de 50% de sua superfície durante as mesmas 12 horas. 
A iluminação, além da reflexão da luz do sol, depende, 
sobretudo, do grau de inclinação dos raios solares.
As diferenças dos horários de surgimento da Lua 
no céu são explicadas pelo fato de, a cada dia, ela 
nascer 48 minutos mais tarde. Assim, à medida que a 
posição da Lua em relação aos raios do Sol vai se alte-
rando, mudam também as suas fases e o horário de seu 
aparecimento no horizonte.
3. equInócIo, solstícIo 
e estações do ano
As estações do ano têm duração aproximada de três me-
ses. A Terra recebe variadas quantidades de radiação solar 
por conta da sua inclinação e da sua órbita ao redor do Sol. 
Assim, existem diferentes estações ao longo do ano, o que 
influencia diretamente o tipo de vegetação e o clima de 
todas as regiões da Terra.
Quatro pontos do trajeto de translação são significativos ao 
longo do ano: dois solstícios e dois equinócios. Os dois equi-
nócios são os momentos nos quais os raios solares incidem 
perpendicularmente no Equador. Dias 21 ou 22 de março e 
23 de setembro são datas que marcam, respectivamente, o 
início do outono e da primavera no hemisfério Sul e o início 
da primavera e do outono no hemisfério Norte.
9
Já os solstícios são os momentos nos quais os raios sola-
res incidem perpendicularmente sobre um dos trópicos. Eles 
ocorrem em 22 de junho, no Trópico de Câncer (no hemisfé-
rio Norte), e em 21 de dezembro, no Trópico de Capricórnio 
(hemisfério Sul). Essas duas datas marcam, respectivamente, 
o início do inverno e do verão no hemisfério Sul, e o início do 
verão e do inverno no hemisfério Norte. No dia de solstício, 
os raios solares tangenciam um dos polos, fazendo com que 
este tenha 24 horas de luz, e o outro, 24 horas de escuridão.
O fenômeno do sol da meia-noite
O “sol da meia-noite” é um fenômeno natural obser-
vável ao norte do Círculo Polar Ártico (hemisfério nor-
te) e ao sul do Círculo Polar Antártico (hemisfério sul), 
regiões onde o Sol é visível por 24 horas do dia, nas 
datas próximas ao solstício de verão. A rotação da Ter-
ra, sua inclinação e a órbita solar fazem com que uma 
das extremidades do planeta permaneça constante-
mente iluminada. Enquanto no Círculo Polar Ártico o 
Sol não se põe durante seis meses, no Círculo Polar 
Antártico é a noite que dura mais tempo: de 20 de 
março a 23 de setembro, o polo Norte está totalmente 
voltado para a luz. Quanto mais próximo dos polos, 
maior é o número de dias em que o Sol não se põe. 
Durante esse fenômeno, o Sol se aproxima da linha 
do horizonte como se fosse o pôr ou o nascer do Sol, 
mas não desaparece totalmente. O fenômeno oposto é 
chamado de noite polar, em que o Sol não se encontra 
visível durante 24 horas. Quando o “sol da meia-noite” 
ocorre no Polo Norte, a noite polar ocorre no Polo Sul 
e vice-versa.
A noite civil polar, ou seja, quando é necessário man-
ter por mais de 24 horas consecutivas a iluminação 
artificial para atividades no exterior, não ocorre em 
nenhum local da Europa continental ou do estado 
norte-americano do Alasca, pois não existe qualquer 
parte dessas regiões com latitude superior a 72° 33’ 
N. A noite polar astronômica, ou seja, com escuridão 
total, não ocorre em qualquer terra do hemisfério 
norte, limitando-se ao oceano Ártico central.
Uma vez que no hemisfério sul não há assentamentos 
permanentes suficientemente próximos do polo (salvo 
as bases antárticas, habitadas por uns poucos cientistas 
e militares), apenas Estados Unidos, Canadá, Groen-
lândia, Noruega, Suécia, Finlândia, Rússia e o extremo 
norte da Islândia podem desfrutar desse fenômeno.
Ao Norte da Noruega, por exemplo, nunca anoitece 
completamente no verão. Apesar de o Sol não estar ao 
alto no céu, ele nunca chega a desaparecer total-
mente e se mantém acima da linha do horizonte.
“Sol da Meia-noite” eM alta, noruega
A natureza criou suas estratégias para sobreviver à noi-
te e ao dia prolongado. Em diversas regiões habitadas, 
quando o Sol aparece, os pássaros e peixes se reprodu-
zem, o gelo formado no inverno evapora e a vegetação 
aproveita a luz e o calor, frutificando. No inverno, os ani-
mais migram ou hibernam, o gelo volta a cobrir uma 
ampla e somente as espécies adaptadas permanecem. 
Apesar de ser dia durante meses, nos extremos da Terra, 
porém, o gelo nunca some.
multimídia: sites
www.iag.usp.br
Fonte: Youtube
multimídia: música
- A ciência em si – Gilberto Gil
10
Glossário:
 § Geoide: concebido idealmente como a forma da 
Terra, que não é esférica e sim achatada nos polos 
e bojuda no Equador.
 § Meridional ou austral: localizado ao Sul.
 § Setentrional ou boreal: localizado ao Norte.
 § Movimento de precessão: fenômeno físico que 
consiste na mudança do eixo de rotação, causan-
do um efeito giroscópico, observado nos movi-
mento dos ponto de referência celeste.
 § Movimento de nutação: pequena oscilação peri-
ódica do eixo de rotação da Terra, com um ciclo de 
18,6, anos causada pela força gravitacional da Lua 
sobre a Terra.
 § Zênite: ponto imaginário interceptado pelo eixo 
vertical imaginário, traçado a partir da cabeça de 
um observador (localizado sobre a superfície ter-
restre), que se prolonga até a esfera celeste.
Decifrando a Terra - Wilson Teixeira, Thomas Rich, 
Maria Cristina Motta de Toledo, Fabio Taioli
O novo Decifrando a Terra interessa não só 
aos estudantes universitários de diversas es-
pecialidades científicas, mas também a todos 
que desejam compreender os intrincados 
processos geológicos que ocorrem no Plane-
ta há 4,56 bilhões de anos.
multimídia: Livros
O ABCD da Astronomia e Astrofísica -
J. E. Horvath
A Astronomia constitui um “ponto de encon-
tro” da Física com a Matemática e com ou-
tras disciplinas. O presente trabalho oferece 
uma visão breve e atualizada de praticamen-
te todas as áreas da Astronomia, com espe-
cial ênfase na Astrofísica Estelar, Cosmologia 
e a nascente Astrobiologia.
multimídia: Livros
Fonte: Youtube
multimídia: música
- Linha do Equador – Djavan
11
O Planetário Professor Aristóteles Orsini, também conhecido como Plane-
tário do Ibirapuera, está localizado no Parque do Ibirapuera, na cidade de 
São Paulo. Primeiro planetário do Brasil, foi inaugurado em 26 de janeiro de 
1957. O observatório do Ibirapuera é uma grande atração para os fãs do 
espaço sideral, pois todas as imagens de estrelas, planetas, constelações e 
nebulosas são captadas por telescópios; trata-se, portanto, de imagens com 
brilho e cores reais. É um excelente passeio para aqueles que desejam ter 
uma noção melhor de astronomia.
O Museu Cósmico, também conhecido como Planetário de Santa 
Cruz, é um museu brasileiro dedicado à Astronomia. Foi inaugurado 
em 2008 no bairro de Santa Cruz, na Zona Oeste da cidade do Rio 
de Janeiro. Abriga uma cúpula equipada com um planetário moder-
no que simula fielmente imagens em movimento de um céu seme-
lhante ao que podemos observar durante uma noite clara, em local 
livre de poluição atmosférica, auxiliado por dezenas de equipamentos 
periféricos. Depois de sua inauguração, o Rio de Janeiro tornou-se a 
“Capital Nacional de Cultura Planetária”, por possuir três museus ad-
ministrados pela Fundação Planetários do Rio de Janeiro. Localizado na 
Estrada do Guandu, 4278-4282, é um ótimo passeio para os amantes 
da Astronomia.
VIVENCIANDO
A Astronomia é o segmento da ciência que estuda os corpos celestes utilizando os conhecimentos científicos dis-
poníveis. Com exceção da Lua e de alguns planetas do Sistema Solar, todos os demais astros só podem ser estu-
dados por meio daluz que enviam para a Terra. Pelo estudo dessa luz é que que os Astrônomos conseguem obter 
informações e elaborar os modelos e as teorias que procuram explicar os comportamentos, as estruturas físicas e as 
composições químicas dos astros no Universo.
O estudo e a análise da luz recebida dos astros na forma de micro-ondas, ondas de rádio, radiação infravermelha, luz 
visível, luz ultravioleta, raios X e raios Gama são feitos por meio da aplicação dos conhecimentos de Física, Matemática, 
Química, etc.
CONEXÃO ENTRE DISCIPLINAS
12
Interpretar diferentes representações gráficas e cartográficas dos espaços geográficos.
ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM
6
Habilidade
As Representações Gráficas, especialmente mapas e gráficos, são elementos importantes na aplicação de conteúdos 
geográficos; no entanto, às vezes podem se tornar entraves à aprendizagem devido às dificuldades que os alunos en-
frentam em manipular esses instrumentos. O contexto mundial que ora se apresenta é caracterizado por uma intensa 
gama de tecnologias que tem provocado transformações na economia, na política e na educação. Essas mudanças 
trazem novas formas de ver e sentir o espaço geográfico, influenciando o ensino da Geografia, uma vez que essa dis-
ciplina tem a preocupação de fornecer ao aluno subsídios para que ele possa “entender” o mundo e fazer uma leitura 
crítica ou mais atenta dessa “reorganização espacial e social”.
Considerando o Espaço Geográfico como objeto de estudo da Geografia, é interessante destacar alguns pontos rele-
vantes na aplicação desta linguagem. Seu papel não é de ilustrar uma aula e não se deve usar o gráfico pelo gráfico 
ou o mapa como passatempo para os alunos. Ela deve ser um recurso de mediação para o melhor entendimento dos 
conteúdos geográficos e, consequentemente, para a aquisição desses conhecimentos.
Modelo
(Enem) Um leitor encontra o seguinte anúncio entre os classificados de um jornal:
VILA DAS FLORES
Vende-se terreno plano medindo 
200 m2. Frente voltada para
o sol no período da manhã.
Fácil acesso.
(443)0677-0032
Interessado no terreno, o leitor vai ao endereço indicado e, lá chegando, observa um painel com a planta a seguir, 
onde estavam destacados os terrenos ainda não vendidos, numerados de I a V:
Considerando as informações do jornal, é possível afirmar 
que o terreno anunciado é o
a) I.
b) II.
c) III.
d) IV.
e) V.
13
 
Análise expositiva: Esse exercício é um bom exemplo de como o Enem explora e mescla conceitos cartográficos e 
físicos, colocando-os em situações do cotidiano.
Dadas as condições geográficas do loteamento e observando a escala da planta, entre os terrenos voltados para o 
leste, II, IV e V estão fazendo frente para o sol nascente, apenas o terreno IV, possui 200 m2 (10 m × 20 m).
Alternativa D
D
MOVIMENTO 
DA TERRA
ROTAÇÃO TRANSLAÇÃO
• DIAS E NOITES
• FORMATO GEOIDE
• CORRENTES MARINHAS
• CIRCULAÇÃO ATMOSFÉRICA
• SOLSTÍCIO
• EQUINÓCIO
• ZONAS DE ILUMINAÇÃO
DIAGRAMA DE IDEIAS
14
 Coodernadas geográfiCas 
e fuso Horário
CompetênCia: 2 Habilidade: 6
AULAS 
3 e 4
1. Coordenadas geográfiCas
Ao longo da história, o ser humano sempre sentiu a neces-
sidade de se orientar e se localizar. Foi a partir do advento 
da escrita e dos mapeamentos que os recursos para orien-
tação se desenvolveram com maior precisão.
Esses recursos são indicados por números que represen-
tam graus de circunferência, resultado do “fatiamento” 
do globo terrestre, segundo a divisão sexagesimal. É im-
portante lembrar que uma circunferência apresenta 360°; 
além disso, cada grau tem sessenta minutos (60’), e cada 
minuto, sessenta segundos (60”).
As coordenadas geográficas baseiam-se em diversas linhas 
imaginárias horizontais e verticais traçadas sobre o globo 
terrestre: os paralelos e os meridianos.
O meridiano de Greenwich divide a Terra em dois hemis-
férios: ocidental e oriental. A partir dele, é possível traçar 
diversos meridianos, até o limite de 180°, tanto para 
Oeste quanto para Leste, o que totaliza os 360° da “cir-
cunferência” da Terra. Ao lado do número do meridiano, 
deve-se indicar Leste (E ou L) ou Oeste (W ou O). No 
ponto de 180º (seja Leste ou Oeste), tem-se a linha inter-
nacional de data (ou Linha Internacional de Mudança de 
Data). É o meridiano oposto ao Meridiano de Greenwich, 
atravessando o Pacífico.
1.2. Paralelos
A linha imaginária traçada na parte mais larga da Terra é o 
paralelo de zero grau (0°), cujos pontos são equidistantes 
dos polos. Ele foi denominado Equador, o principal parale-
lo, e divide o planeta em dois hemisférios, Norte e Sul. 
Os outros paralelos são traçados seguindo a linha do Equa-
dor, tanto para o Norte quanto para o Sul. A cada um deles 
é atribuído o número correspondente ao ângulo formado 
com a linha do Equador, considerando o centro da Terra 
como centro da “circunferência”. Assim, os polos estão 
a 90° do Equador. Indica-se Norte (N) ou Sul (S) ao lado 
do número do paralelo. Além do Equador, existem quatro 
paralelos notáveis: no hemisfério Norte, há o Círculo Polar 
Ártico (90° N) e o Trópico de Câncer (23° N); no hemis-
fério Sul, há o Círculo Polar Antártico (90° S) e o Trópico de 
Capricórnio (23° S).
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 C
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Ed
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Equador
Latitudes
norte
Latitudes
sul
Polo norte 90º N
0º
G
re
en
w
ic
h
180º
Longitudes
oeste
Longitudes
leste
antimeridiano
de Greenwich
0º
MERIDIANOS PARALELOS
1.3. Latitude e longitude
É necessário usar duas indicações para localizar qualquer 
lugar na superfície terrestre de forma exata: as latitudes e 
as longitudes.
Cartografia básica – Paulo Roberto Fitzi
O uso de mapas e imagens de satélite é cada 
vez mais frequente no nosso dia a dia. A sua 
correta interpretação, no entanto, exige o domí-
nio de conceitos básicos nem sempre acessíveis 
na literatura disponível em língua portuguesa.
multimídia: Livros
1.1. Meridianos
Os meridianos são linhas imaginárias que ligam os Polos 
Norte e Sul, formando “meias circunferências” na Terra. 
Também se fez necessária a escolha do meridiano de zero 
grau (0°), por isso convencionou-se, para início da conta-
gem, o meridiano que passa pela torre do observatório 
astronômico de Greenwinch, que é uma localidade na 
área metropolitana de Londres, capital da Inglaterra. 
15
Fornecer as coordenadas geográficas de uma cidade sig-
nifica informar sua latitude e sua longitude.
 § Latitude é a distância, medida em graus, que separa a 
linha do Equador de um ponto qualquer da superfície 
terrestre. Ela varia de 0° a 90° ao Norte e ao Sul.
 § Longitude é a distância, medida em graus, do meridi-
ano de Greenwich a um ponto qualquer da superfície 
da Terra. Ela varia de 0° a 180° a Leste ou a Oeste.
LONGITUDES LATITUDES
2. Zonas de iluminação
É usual substituir essa denominação por zonas climáti-
cas, o que é um equívoco, pois o clima não é o simples 
resultado de maior ou menor exposição aos raios so-
lares. A denominação “zonas de iluminação” é preferida 
por geógrafos mais rigorosos. A diferença de temperatu-
ra que se verifica do Equador aos polos é resultante da 
inclinação dos raios solares.
Nas áreas próximas aos polos, onde a curvatura da Terra é 
mais acentuada, os raios do sol se distribuem por uma su-
perfície menor, determinando menor concentração de calor.
Nas baixas latitudes (próximas ao Equador), os raios so-
lares tocam perpendicularmente a superfície do planeta, 
determinando maior concentração e, consequentemente, 
maior aquecimento. Temperaturas médias ocorrem nas lat-
itudes médias (entre os trópicos e os círculos polares).
1. Zona Tropical ou Tórrida (ou de baixas latitudes) – 
situada entre os trópicos.
2. Zona Temperada do Norte (ou de médias lati-
tudes) – situada entre o Trópico de Câncer e o Círculo 
Glacial Ártico.
3. Zona Temperada do Sul (ou de médias latitudes) 
– situada entre o Trópico de Capricórnio e o Círculo 
Glacial Antártico. 
4. Zona Glacial Ártica (ou de altas altitudes) – situada 
ao Norte do Círculo GlacialÁrtico. 
5. Zona Glacial Antártica (ou de altas latitudes) – situ-
ada ao Sul do Círculo Glacial Antártico. 
Mapas da Geografia e Cartografia Temática – 
Marcelo Martinelli
O livro introduz o leitor no domínio das repre-
sentações gráficas e apresenta os fundamentos 
metodológicos da cartografia temática e da 
Geografia em bases ligadas à comunicação vi-
sual. É uma proposta inovadora que considera 
o mapa da Geografia não apenas como uma 
ilustração de texto, mas um meio capaz de re-
velar o conteúdo da informação.
multimídia: Livros
3. fuso horário
No passado, a hora era uma característica extremamente 
local. Os antigos viajantes precisavam acertar o relógio toda 
vez que chegavam a uma cidade nova. O acerto de horas era 
feito através do sol: o meio-dia representava o ponto mais 
alto que a estrela alcançava. A partir da Revolução Industrial, 
com o barco e a locomotiva à vapor, as distâncias se encur-
taram, causando dificuldades para a determinação da hora.
Em 1884, representantes de 25 países se reuniram, em 
Washington, para determinar um sistema padronizado de 
horas, e, assim, foram criados os fusos horários.
Dividindo-se os 360º da “esfera” terrestre pelo número de 
horas em que a Terra leva para completar seu movimento 
de rotação, tem-se 15º (quinze graus), ou seja, a cada hora, 
a Terra gira 15º. Partindo desse raciocínio, o planeta foi divi-
16
dido em 24 fusos horários, correspondentes às 24 horas do 
dia e limitados por meridianos, distantes 15º uns dos outros. 
O meridiano 0º tem como referência o observatório de 
Greenwich, localizado no subúrbio de Londres, que pas-
sou a simbolizar o primeiro meridiano internacional, base 
para a determinação do horário legal, adotado em todo o 
mundo. Como a Terra gira de Oeste para Leste, os fusos à 
leste de Greenwich têm as horas adiantadas em relação 
ao fuso inicial. Os fusos situados à oeste, por sua vez, têm 
as horas atrasadas em relação à hora de Greenwich.
Meridiano 0, Marcado no observatório real 
de Greenwich, a leste de londres
Outra questão abordada na Conferência do Meridiano foi 
estabelecer um marco para a mudança do dia no planeta. 
A partir de então, definiu-se o antimeridiano de Greenwich, 
ou seja, a linha de longitude 180º, oposta ao meridiano 
inicial, chamada Linha Internacional de Mudança de 
Data. Esse meridiano divide um fuso em que todos os lug-
ares têm a mesma hora, mas, a oeste da linha, a data está 
um dia na frente da data a leste.
3.1. Fuso horário legal
No mapa-múndi é possível observar que os limites dos meridianos não são respeitados estritamente. Existem variações de 
acordo com cada país. Ou seja, o horário de determinadas áreas em alguns países não corresponde ao horário do fuso ao qual 
pertencem. Há um limite prático entre os fusos, que seguem o contorno e os limites entre países ou entre as unidades adminis-
trativas em que alguns países se dividem, os chamados fusos legais.
DIA
NOITE
Polo Sul
Polo Norte
Leste
Oeste
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 R
afa
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Sc
hä
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im
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es
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Ed
ito
ria
l
3.2. Calculando os fusos: a lei de Aldrin
É possível calcular a hora em certas localidades sem a utilização de um mapa, desde que se saiba sua longitude e o horário 
e a longitude de outro local, que será tomado como referência. O calculo é feito da seguinte maneira:
 § determina-se a diferença entre as longitudes dos dois lugares;
 § somam-se as duas longitudes caso estejam em hemisférios diferentes;
 § subtrai-se as longitudes caso estejam no mesmo hemisfério;
 § o resultado deve ser dividido por 15º;
 § o resultado dessa divisão será a diferença entre os horários de dois lugares. Esta deverá ser subtraída se o local estiver à 
oeste, ou somada, para leste.
O método conhecido como lei de Aldrin determina a diferença de fusos horários entre dois locais.
17
Principais siglas
Sigla Significado Tradução Descrição
GMT Greenwich Mean Time
Tempo Médio 
de Greenwich
Refere-se a 
Greenwich, onde 
ficou definido 
por convenção a 
base para cálculo 
internacional de 
horário.
ST Standard Time Tempo Padrão
Hora oficial em 
cada fuso horário.
DST
Daylight Saving Time 
ou Summer Time
Horário de 
Verão
Alteração do 
horário de uma 
região, designado 
apenas durante 
uma porção do 
ano, adiantan-
do-se em geral 
uma hora no fuso 
horário oficial local.
UTC
Coordinated 
Universal Time
Tempo 
Universal 
Coordenado, 
tempo civil
Os fusos horários 
são relativos a ele.
UT Universal Time
Tempo 
Universal
Usado em as-
tronomia, tem por 
base a rotação da 
Terra.
IAT
International 
Atomic Time
Tempo 
Atômico 
Internacional
Sua base são os 
relógios atômicos.
A.M./
P.M.
Ante Meridiem/Post 
Meridiem (do latim)
Antes do 
meio-dia/
Depois do 
meio-dia
Usados por povos 
que consideram 
um ciclo de 12 
horas.
HL — Hora Legal
Hora oficial do 
país.
3.3. Fusos horários do Brasil
O Brasil possui quatro fusos horários devido à sua grande 
extensão longitudinal. A maior parte do território fica no se-
gundo fuso (atrasado em 3 horas em relação a Greenwich), 
que corresponde à hora oficial do Brasil – ou horário de 
Brasília. Nesse fuso, estão incluídas as regiões Sul, Sudeste, 
Nordeste e parte das regiões Norte e Centro-Oeste. Para 
evitar a existência de dois fusos dentro do mesmo Estado, 
o limite prático dos fusos acompanha a divisão política do 
país. Os fusos do Brasil são:
 § primeiro fuso (UTC-2): Atol das Rocas, Fernando 
de Noronha, Arquipélago de São Pedro e São Paulo, 
Trindade e Martim Vaz;
 § segundo fuso – horário de Brasília (UTC-3): 
regiões Sul, Sudeste e Nordeste; Estados de Goiás, To-
cantins, Pará e Amapá; e o Distrito Federal;
 § terceiro fuso (UTC-4): Estados do Mato Grosso, 
Mato Grosso do Sul, Rondônia, Roraima e a parte do 
Amazonas que fica a leste da linha que interliga Tabat-
inga e Porto Acre;
 § quarto fuso (UTC-5): Estado do Acre e a porção do 
Amazonas que fica a oeste da linha.
Brasil: fuso horário
Jet lag
O jet lag (também conhecido como doença do fuso 
horário) é a perda de ritmo e concentração ao se 
passar por fusos horários diferentes em pouco 
tempo. Seus sintomas consistem em irritabilidade, 
cefaleia, taquicardia e alteração dos padrões de 
sono e fome. Esse tipo de alteração ocorre devido 
às mudanças de hábitos (hora de comer e de dormir, 
por exemplo). Quando a diferença de horário entre o 
ponto de saída e o destino é superior a quatro horas, 
os efeitos do jet lag se tornam mais evidentes.
O
CE
AN
O
AT
LÂ
NT
IC
O
OCEANO
ATLÂNTICO
O
C
E
A
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O
PA
C
ÍF
IC
O
- 4:30
 horas
30° O
30° O
40° O
40° O
50° O
50° O
60° O
60° O
70° O
70° O
Linha do Equador 0°
10° S 10° S
20° S 20° S
30° S
30° S
Trópico de C
apricórnio
PERU
BOLIVIA
ARGENTINA
CHILE
PARAGUAI
VENEZUELA
COLÔMBIA
URUGUAI
GUIANA
FRANCESA
SURINAME
GUIANA
PAAM
BAMT
GO
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MG
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SP
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MS
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SC
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RJ
SE
RN
DF
N
S
LO
0200 mk 004004
Escala 1:40 000 000
Projeção Policônica
- 4 horas saroh 2-saroh 3 -saroh 5 -
Fonte: ibGe. disponível eM: <http://Mapas.ibGe.Gov.br/
politico-adMinistrativo>. acesso eM: nov. 2014.
Fonte: Youtube
multimídia: música
-Mapas do acaso- Engenheiros do Hawaí
18
3.4. Horário de verão
O chamado horário de verão foi criado para aproveitar os 
dias mais longos do verão nas regiões de média e alta lat-
itudes. Cerca de 50 dias antes do solstício de verão, adian-
ta-se o relógio em 1 hora. Com essa mudança, as pessoas 
passam a acordar mais cedo do que fariam normalmente. 
Uma pessoa que acorda às 8 horas, por exemplo, passa a 
acordar, no horário de verão, o equivalente às 7 horas sem 
essa mudança.
Como os dias são mais longos, já há iluminação natural 
nesse horário. Dessa forma, a claridade do dia é aproveit-
ada desde seu início. No final da tarde, o Sol, que se poria 
normalmente às 19 horas, passa a se por às 20 horas. 
A Alemanha, em 1916, foi o primeiro país a adotar o 
horário de verão. A partir daí, devido à Primeira Guerra 
Mundia, diversos países na Europa o adotaram.A econo-
mia de energia elétrica foi vista como um esforço de 
guerra, propiciando a economia de carvão, principal fonte 
de energia da época. Nos Estados Unidos foi mais difícil 
implementar o horário de verão devido à coincidência 
com a implantação do sistema de fusos horários em 1918 
(por ocasião da Primeira Guerra Mundial). No Brasil, ele 
foi adotado pela primeira vez em 1931, também com o 
objetivo de economizar energia elétrica.
Em abril de 2019 o presidente Jair Bolsonaro assinou o 
decreto que acabou com o horário de verão no Brasil.
Internacionalmente os estudos apontam três 
benefícios do horário de verão: economia de ener-
gia, redução de acidentes nos horários de pico do 
trânsito (que durante esse período possuem mais 
iluminação natural) e redução de assaltos e crimes. 
No caso brasileiro, é possível acrescentar um impor-
tante benefício: a possibilidade de armazenamento 
de água nos reservatórios das hidrelétricas durante o 
verão para que essa água seja utilizada mais tarde, 
durante os meses secos do inverno.
No Brasil, a economia chegou a R$ 160 milhões, resul-
tados verificados durante o horário de verão 2011/2012, 
uma redução da demanda de ponta da ordem de 2.555 
MW – sendo 1.840 MW no subsistema Sudeste/Cen-
tro-Oeste e 610 MW no subsistema Sul. O horário de 
verão aumenta a segurança e diminui os custos de op-
eração do sistema, possibilitando a redução da tarifa de 
energia elétrica para o consumidor.
No entanto, a prática recebeu tanto aplausos quanto 
críticas. Adiantar os relógios traz benefícios para o va-
rejo, os esportes e outras atividades que exploram a luz 
do sol depois da jornada de trabalho, mas pode trazer 
problemas para o entendimento da tarde e para out-
ras atividades ligadas diretamente à luz solar, como a 
agricultura, por exemplo. Embora alguns dos primeiros 
proponentes do horário de verão tenham pensado que 
ele reduziria o uso de lâmpadas incandescentes duran-
te a tarde – uma vez que a iluminação era o principal 
uso da eletricidade –, o clima moderno e os padrões 
de uso de aparelhos para refrigeração diferem bastan-
te. As pesquisas em relação a como o horário de verão 
atualmente afeta o uso de energia têm sido limitadas 
e contraditórias.
multimídia: sites
www.inpe.br
Às vezes, as mudanças causadas pela medida complicam 
a cronometragem e podem atrapalhar viagens, faturamen-
tos, manutenção de registros, dispositivos médicos, equipa-
mentos pesados e padrões de sono. Os softwares dos dis-
positivos contemporâneos podem frequentemente alterar 
o horário automaticamente, mas as mudanças de políticas 
por várias jurisdições de datas e horários do horário de 
verão podem ser confusas.
3.5. Horário de verão no mundo
As sociedades industrializadas geralmente seguem um cro-
nograma baseado em relógios nas atividades do dia a dia 
Fonte: Youtube
multimídia: música
-Terra- Caetano Veloso
19
multimídia: vídeo
Documentário - “Todo mapa tem um discurso”
Levanta as principais questões simbólicas e 
práticas sobre as regiões marginalizadas que 
não pertecem ao mapa oficial da cidade
que não mudam no decorrer do ano. A coordenação do 
transporte público e os horários de início do trabalho e da 
escola, por exemplo, mantêm-se constantes durante o ano. 
Por outro lado, as rotinas de trabalho e conduta pessoal 
dos agricultores são geralmente governadas pelo tempo 
em que a luz solar está visível e pelo horário solar aparente, 
que pode mudar sazonalmente devido à inclinação axial 
da Terra. A luz do dia dos trópicos norte e sul dura mais no 
verão e menos no inverno, com o efeito tornando-se maior 
à medida que nos afastamos dos trópicos.
 reGiões que adotaM o horário de verão
 reGiões que já adotaraM horário de verão, Mas não usaM atualMente
 reGiões que nunca adotaraM horário de verão
Ao redefinir simultaneamente todos os relógios de uma 
região para uma hora adiante ao horário padrão, os in-
divíduos que seguem essa rotina vão acordar uma hora 
antes do que acordariam de outro modo; eles vão iniciar 
e completar as rotinas de trabalho uma hora antes e terão 
sessenta minutos extras da luz do dia depois da jornada de 
trabalho. No começo de cada dia, entretanto, haverá uma 
hora de luz a menos, o que torna a política menos prática.
Interpretar diferentes representações gráficas e cartográficas dos espaços geográficos.
ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM
6
Habilidade
As Representações Gráficas há muito tempo são usadas pela disciplina geográfica, mas nem sempre proporcionam re-
sultados satisfatórios. Isso é decorrente, entre diversas razões, do uso de metodologias inadequadas para o ensino-apren-
dizagem. Às vezes, os mapas são usados para pintura ou até mesmo como meras ilustrações de um texto, deixando de 
ser um material pedagógico. No caso dos gráficos, são pouco explorados por serem vistos como um material de difícil 
compreensão pelos alunos. A Geografia é uma ciência que utiliza mapas e gráficos para o estudo do espaço, assim, quan-
to melhor este espaço for representado, melhor será entendido. De acordo com PASSINI. O ensino da Geografia e o de 
Cartografia são indissociáveis e complementares: a primeira é conteúdo e a outra é forma. Não há possibilidade de se es-
tudar o espaço sem representá-lo, assim como não podemos representar um espaço vazio de informações (2007, p.148).
As Representações Gráficas são significativas para entender textos, ideias e dados de forma eficaz e sintetizada. Assim, 
elas devem comunicar as informações instantaneamente, através de imagens visuais de forma monossêmica, isto é, sem 
ambiguidade, permitindo uma única leitura.
20
Modelo
1. (EnEm 2019) Os mOradOrEs dE Utqiagvik passaram dOis mEsEs qUasE tOtalmEntE na EscUridãO
Os habitantEs dEsta pEqUEna cidadE nO alasca – O EstadO dOs EstadOs UnidOs mais aO nOrtE – já EstãO acOstUmadOs a lOngas nOitEs sEm 
vEr a lUz dO dia. Em 18 dE nOvEmbrO dE 2018, sEUs pOUcO mais dE 4 mil habitantEs viram O últimO pôr dO sOl dO anO. a OpOrtUnidadE 
sEgUintE para vEr a lUz dO dia OcOrrEU nO dia 23 dE janEirO dE 2019, às (hOráriO lOcal).
disponível eM: www.bbc.coM. acesso eM: 16 Maio 2019 (adaptado).
O fEnômEnO dEscritO Está rElaciOnadO aO fatO dE a cidadE citada tEr Uma pOsiçãO gEOgráfica cOndiciOnada pEla 
a) continentalidade. 
b) maritimidade. 
c) longitude. 
d) latitude. 
e) altitude.
Análise expositiva: A alternativa correta é [D], porque em razão da inclinação do eixo da Terra, as áreas de al-
tas latitudes sofrem máxima variação de luminosidade nos solstícios de verão e inverno, resultando, dessa forma, 
em longas noites no inverno. As alternativas incorretas são: [A] e [B], porque maritimidade e continentalidade são 
reguladores térmicos e não de variação da incidência solar; [C], porque longitude é usada para cálculo de fuso 
horário; [E], porque altitude é um fator que não define a variação da incidência solar. 
Alternativa D
D
21
 DIAGRAMA DE IDEIAS
FUSO HORÁRIO
PADRONIZAÇÃO DO
HORÁRIO MUNDIAL
GREENWICH 0º
(MERIDIANO CENTRAL)
A HORA
AUMENTA
LESTE
A HORA
DIMINUI
OESTE
BRASIL
1º FUSO: -2 HORAS
2º FUSO: -3 HORAS
3º FUSO: -4 HORAS
4º FUSO: -5 HORAS
• EQUADOR
• TRÓPICO DE CÂNCER
• TRÓPICO DE CAPRICÓRNIO
• CÍRCULO POLAR ÁRTICO
• CÍRCULO POLAR ANTÁRTICO
• GREENWICH
• LINHA INTERNACIONAL 
DE MUDANÇA DE DATA
• FUSO HORÁRIO
MERIDIANOSPARALELOS
LONGITUDELATITUDE
COORDENADAS 
GEOGRÁFICAS
22
1. Cartografia
A Cartografia é a ciência da representação gráfica da super-
fície terrestre e tem como produto final o mapa. Entretanto, 
os mapas e outros produtos realizados pela cartografia não 
são cópias fiéis da realidade. Eles só seriam a reprodução 
fiel da realidade caso fossem exatamente do tamanho real 
da área mapeada, o que os tornaria inúteis e inviáveis. Com 
efeito, os mapas são sempre a representação de parte da 
realidade. É sempre necessário se perguntar o que um mapa 
quer representar e qual é o seu objetivo. Com isso, os cartó-
grafos utilizam alguns recursos que visam facilitar o entendi-
mento ea interpretação das cartas.
É possível distinguir dois ramos dentro da cartografia: a 
sistemática e a temática. A cartografia sistemática tem 
como objetivo produzir mapas com o máximo de precisão 
possível, ou, ao menos, com distorções controladas. Os ma-
pas topográficos, por exemplo, são produzidos pela carto-
grafia sistemática. A cartografia temática, por sua vez, tem 
como objetivo a utilização de mapas de base, geralmente 
produzidos pela cartografia sistemática, para a representa-
ção de temas variados da geografia física ou humana. Para 
expressar os dados são utilizados símbolos, cores, gráficos 
e as próprias formas e tamanhos das áreas representadas.
Mapa-múndi babilônico
O primeiro mapa de que se tem registro foi feito numa 
tábua redonda de argila por volta de 2300 a.C. na re-
gião da Mesopotâmia (atual Iraque). Era apenas uma 
representação de um rio, provavelmente o rio Eufrates, 
circundando montanhas. Outros registros, datando de 
1000 a.C., foram encontrados em tumbas no Egito e 
representavam paisagens locais, trilhas e rios.
A representação feita pelos 
babilônios é considerada o 
primeiro mapa-múndi da 
história, por representar o 
mundo na concepção de 
seus autores, mesmo que, na 
verdade, a Terra seja bem di-
ferente do que foi registrado.
1.1. Histórico
Mapa-Múndi de ptoloMeu, 1486
Desde épocas remotas até os dias atuais, o desenvolvi-
mento da cartografia acompanhou o próprio progresso 
da civilização.
 Noções de cartografia
AULAS 
5 e 6
CompetênCia: 2 Habilidade: 6
23
As guerras, as descobertas científicas, o desenvolvimento 
das artes e ciências e os movimentos históricos que exi-
giam maior precisão na representação gráfica da superfície 
da Terra impulsionaram a evolução da cartografia. Mas foi 
na Grécia Antiga que se lançaram os primeiros fundamen-
tos da ciência cartográfica, quando Hiparco (160-120 a.C.) 
utilizou, pela primeira vez, métodos astronômicos para 
determinar a superfície da Terra e deu a primeira solução 
do problema relativo ao desenvolvimento da superfície da 
Terra sobre um plano, idealizando a projeção cônica.
Todo o conhecimento geográfico e cartográfico da Grécia 
Antiga se condensa nos escritos do geógrafo e cartógrafo 
grego Cláudio Ptolomeu de Alexandria (90-168 d.C.). 
Sua extraordinária obra em seis volumes apresenta os 
princípios da cartografia matemática, das projeções e dos 
métodos de observação astronômica.
Mais tarde, com o advento da agulha magnética, tor-
nou-se possível a exploração dos mares e se intensificou 
o comércio para o Leste. Deu-se início, então, à epopeia 
portuguesa dos descobrimentos. Além disso, Gutenberg 
inventou a imprensa e foi fundada a Escola de Sagres.
No século XIX, iniciou-se o levantamento hidrográfico do 
litoral brasileiro, um dos maiores destaques da história da 
cartografia náutica do Brasil. Já no século XX, o emprego 
da aerofotogrametria e a introdução da eletrônica no instru-
mental necessário para os levantamentos determinam uma 
grande revolução na cartografia.
A cartografia contemporânea busca acompanhar o progres-
so em todos os ramos da atividade humana. Uma das princi-
pais características do século XXI é uma produção em massa, 
no menor tempo possível e com precisão cada vez maior.
1.2. Definições de mapas e cartas
Mapa do Brasil – regiões
Não existe uma diferença rígida entre os conceitos de mapa 
e carta, o que torna difícil estabelecer uma separação defini-
tiva entre o significado dessas designações.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatís-
tica (IBGE), “carta é a representação no plano, em escala 
média ou grande, dos aspectos artificiais e naturais de uma 
área tomada de uma superfície planetária, subdividida em 
folhas delimitadas por linhas convencionais – paralelos e 
meridianos – com a finalidade de possibilitar a avaliação 
de pormenores, com grau de precisão compatível com a 
escala”. Ainda segundo o IBGE, “mapa é a representação 
no plano, normalmente em escala pequena, dos aspectos 
geográficos, naturais, culturais e artificiais de uma área to-
mada na superfície de uma figura planetária, delimitada 
por elementos físicos, político-administrativos, destinadas 
aos mais variados usos, temáticos, culturais e ilustrativos”.
A distinção entre mapa e carta é um tanto convencional e 
subordinada à ideia de escala. Nota-se, contudo, certa pre-
ferência pelo uso da palavra carta. Na verdade, o mapa é 
apenas uma representação ilustrativa e pode perfeitamen-
te ser considerado um caso particular de carta.
Dessa forma, o mapa é a representação da Terra, nos seus 
aspectos geográficos, naturais ou artificiais, que se destina 
a fins culturais ou ilustrativos. Assim, ele não tem caráter 
científico especializado e é geralmente construído em esca-
la pequena, cobrindo um território mais ou menos extenso. 
Carta, por sua vez, é a representação dos aspectos naturais 
ou artificiais da Terra, destinada a fins práticos da atividade 
humana, permitindo a avaliação precisa de distâncias, dire-
ções e localizações geográficas de pontos, áreas e detalhes. 
É, portanto, uma representação similar ao mapa, mas de 
caráter especializado, construída com uma finalidade espe-
cífica e geralmente em escalas maiores.
O mapeamento é o conjunto de operações de levantamen-
to, construção e reprodução das cartas de determinado 
projeto. De acordo com a escala, é possível classificar os 
mapas e as cartas em:
 § cadastrais – escalas de 1:500 a 1:10.000;
 § topográficos – escalas de 1:25.000 a 1:250.000;
 § geográficos – escalas de 1:500.000 a 1:1.000.000.
1.3. Escala
“Uma enorme literatura discorre sobre a questão da 
escala em geografia e, amiúde, converge para alimen-
tar um debate circular e tautológico. Atônitos, debruça-
mo-nos sobre esse problema – será um problema? – e 
descobrimos a recorrência de três premissas centrais: a 
crítica à analogia da escala geográfica com a cartográfi-
ca e, com frequência, a ausência ou recusa à elaboração 
de uma proposta metodológica alternativa; a afirmação 
de que o valor da variável muda com a escala e, por fim, 
a aceitação da escala como uma definição a priori na 
pesquisa geográfica.”
silVeira, Maria laura. escala geográfica: da ação ao 
iMpério? reVista terra liVre, goiânia, ano 20.
24
Pode-se definir escala como a relação entre o tamanho do 
fato geográfico representado no mapa e o seu tamanho 
real na superfície da Terra. Os mapas apresentam dois tipos 
de escala: 
 § Escala numérica: representada por uma fração, na 
qual o numerador indica a distância no mapa, e o de-
nominador indica a distância na superfície real. Uma 
escala 1:100.000 (um por cem mil) significa que a su-
perfície representada foi reduzida 100 mil vezes. Nesse 
caso, 1 cm no mapa = 100.000 cm = 1.000 m = 1 km 
na realidade.
 § Escala gráfica: é uma linha reta graduada, por meio 
da qual se indica a relação da distância real com as 
distâncias representadas no mapa. Por exemplo: 1 cm 
= 100 km.
km
2 1 0 2 4
© César da Mata/ 
Schäffer Editorial
A fórmula para calcular a distância real entre dois pontos 
em um mapa é D = E × d, em que D é distância real, d é 
a distância no mapa e E é a escala.
Assim, em um mapa de escala 1:200.000, se a distância 
em linha reta entre dois pontos é de 20 cm (pode ser medi-
da com a régua), qual a distância real entre esses pontos?
D = 200.000 × 20 = 4.000.000 cm ou 40 km 
Para saber a distância no mapa, aplica-se a fórmula d = D : E.
d = 4.000.000 ÷ 200.000 = 20 cm
Quanto maior a escala, menor a área representada, o que 
possibilita a visualização de uma quantidade maior de 
detalhes. Veja alguns exemplos utilizados em mapas com 
suas escalas correspondentes:
 § Mapas de plantas cadastrais, usadas 
para identificação de lotes no 
espaço urbano: 1:1.000 a 1:2.000.
 § Mapas topográficos municipais: 
1:5.000 a 1:20.000.
 § Mapas topográficos regionais: 
1:50.000 a 1:250.000. 
 § Mapas de grandes regiões brasileiras: 
1:500.000 a 1:2.000.000. 
 § Mapas de grandes países como o Brasil: 
escalasmenores que 1:5.000.000.
COMPARAÇÃO ENTRE ESCALAS
aplicação área representada
tamanho 
da escala
nível de análise 
(número e quantidade 
dos pormenores)
área de território 
representado
plantas de casas
1:100
grande escala 
(igual ou superior 
a 1:100.000)
grande (muitos pormenores)
pequena (menor área repre-
sentada) escala descritiva
1:200
plantas de arruamentos
1:500
1:1.000
plantas de bairros, 
cidades ou aldeias
1:1.000
1:2.000
1:5.000
mapas de grandes 
propriedades (ru-
rais ou industriais), 
províncias ou regiões
1:10.000
1:25.000
1:50.000
1:75.000
1:100.000
mapas de estados, 
países, continentes 
ou do mundo
1:800.000
Pequena escala (in-
ferior a 1/100000)
pequeno (poucos 
pormenores)
grande (maior área repre-
sentada) escala explicativa
1:10.000.000
1:90.000.000
1:600.000.000
25
2. Construção e 
interpretação dos mapas
2.1. Orientação no mapa
A maioria dos mapas traz uma rosa dos ventos ou uma seta 
indicando o Norte. Quando não há essa indicação, conven-
cionou-se que o Norte está na parte superior do mapa.
N
2.2. Elementos de um mapa
Um mapa representa o espaço a partir da visão vertical. 
Os mapas do tipo topográfico representam todos os ele-
mentos visíveis do espaço, como área urbana, agricultura, 
vias de transporte, hidrografia, tipos de vegetação, etc. 
Eles são elaborados a partir de levantamentos topográfi-
cos realizados por empresas privadas ou órgãos governa-
mentais, como o IBGE, e servem de base para outro tipo 
de mapa, o temático. Os mapas temáticos são represen-
tações de fenômenos naturais (clima, relevo, rochas, etc.) 
ou socioeconômicos (população, indústria, urbanização, 
etc.) mostrando seus aspectos quantitativos e/ou qualita-
tivos. Um mapa deve conter:
 § Título: informa o tema que está sendo representado.
 § Legenda: mostra o significado dos símbolos e é impor-
tante para explicar o que o mapa comunicou visualmente.
 § Escala: indica quantas vezes o mapa foi reduzido, 
possibilitando o cálculo das distâncias e das dimensões 
reais do espaço representado.
2.3. Representação do relevo
Tanto o relevo terrestre quanto o submarino podem ser 
representados de várias formas – por cores (altitudes), ha-
churas, blocos-diagramas, etc. No entanto, as formas mais 
usuais são as curvas de nível e o perfil topográfico.
As cores convencionadas pela Carta Internacional do Mundo 
(CIM) para mostrar as altitudes são as hipsométricas (verde, 
amarelo, marrom, violeta, violeta-escuro e branco), que indi-
cam as cotas acima do nível do mar, e as batimétricas (tom 
azul), que indicam as cotas abaixo do nível do mar.
Alagoas: mapa hipsométrico
Fonte: Governo do Estado de Alagoas. Acesso: Nov. 2014.
 
fonte: goVerno do estado de alagoas. acesso: noV. 2014.
2.4. Topografia e curvas de nível
Em cartografia, curvas de nível, também denominadas 
isoípsas, são linhas que unem pontos de igual altitude na 
superfície representada. Os intervalos existentes entre es-
sas linhas são equidistantes, ou seja, sempre possuem a 
mesma medida.
exeMplo de curVa de níVel e perfil topográfico
A interpretação das curvas de nível exige o conhecimento 
de algumas noções básicas: 
 § Quanto maior a declividade do terreno representado, 
mais próximas são as curvas de nível; elas são mais afas-
tadas na representação de terrenos pouco íngremes. 
26
 § Há sempre a mesma diferença de altitude entre duas 
curvas de nível. 
 § Pontos situados na mesma curva de nível têm a 
mesma altitude. 
 § Os rios nascem nas áreas mais altas e correm para as 
áreas mais baixas.
As curvas de nível raramente se cruzam e tendem a ser pa-
ralelas entre si. O cruzamento só ocorre quando há algum 
tipo de acidente geográfico incomum, como um barranco, 
ou seja, quando elas se tocam, é porque uma determinada 
altitude encontra-se sobre a outra.
Além dessas características, é possível notar que as curvas 
de nível jamais se bifurcam. Observe no exemplo abaixo:
exeMplo de uMa área Maior representada eM curVas de níVel
Produzir mapas topográficos em curvas de nível, princi-
palmente de áreas extensas, requer muito trabalho na 
coleta de dados, como o das altitudes, envolvendo uma 
rigorosa precisão matemática. Entretanto, com os avanços 
tecnológicos no campo da cartografia, tanto com a aerofo-
togrametria quanto com as projeções de satélites, muitas 
vezes esse tipo de mapa é produzido quase que automati-
camente, o que facilita estudos geológicos e geomorfológi-
cos da superfície terrestre.
2.5. Geomática: a cartografia 
computadorizada
O século XXI traz consigo o uso generalizado da geomá-
tica, definida pela International Standards Organization 
como “o campo de atividade que integra todos os meios 
utilizados para a aquisição e o gerenciamento de dados 
espaciais necessários às operações científicas, administrati-
vas, legais e técnicas envolvidas no processo de produção 
e gerenciamento da informação espacial”. 
Em outras palavas, é possível definir a geomática como a 
ciência e a tecnologia de coletar, interpretar e utilizar infor-
mações geográficas.
Embora não seja um campo novo, a geomática representa 
uma evolução das técnicas cartográficas, abrangendo ou-
tros recursos utilizados também pela cartografia, como a 
topografia, a geodésia e a aerofotogrametria, juntamente 
com novas técnicas de sensoriamento remoto, o GPS e o 
Sistema de Informação Geográfica (SIG). Ou seja, a geomá-
tica utiliza dados coletados por satélites e por trabalho de 
campo que são reunidos e processados em computadores, 
gerando produtos como mapas digitais ou bases de dados.
O resultado mais completo obtido com o uso das técnicas 
da geomática é o geoprocessamento ou SIG, que permite a 
superposição e o cruzamento de informações. Sua principal 
característica é integrar, em uma base única, informações 
diversas – imagens, dados cartográficos, populacionais, etc. 
– de forma que seja possível consultar, comparar e analisar 
essas informações, além de produzir mapas. 
2.6. Aerofotogrametria
Também denominada fotogrametria, é a técnica de ela-
boração de cartas com base em fotografias aéreas e com 
a utilização de aparelhos e métodos estereoscópicos, que 
permitem a representação de objetos em um plano e sua 
visão em três dimensões.
Alguns detalhes são essenciais para a representação de 
fotografias aéreas, como o tamanho e a forma da área es-
tudada ou a tonalidade e as sombras existentes nas fotos.
Os tipos de fotografias aéreas mais usados são os mosai-
cos cartográficos, as montagens de fotografias aéreas e as 
ortofotocartas, imagens com escala precisa em que podem 
estar representadas curvas de nível, ruas, limites, etc.
técnica de aerofotograMetria
Embora muito utilizado para fins de mapeamento, esse mé-
todo, assim como qualquer outro método de representação 
da superfície terrestre, oferece algumas limitações. Nesse 
27
caso, as limitações se referem à interpretação das imagens 
obtidas, que exigem perícia do intérprete para reconhecer 
e diferenciar objetos, principalmente porque a forma dos 
objetos (meio pelo qual se faz o reconhecimento) pode ser 
alterada de acordo com a perspectiva da máquina na hora 
do registro da imagem (fotografia) ou mesmo devido às 
características de interação da radiação eletromagnética 
com o alvo ou o conjunto observador-sensor.
Outra dificuldade dessa técnica está na instabilidade do 
voo, principalmente quando feito em uma região onde 
venta constantemente. Quando a aerofotogrametria é feita 
com o objetivo de mapear o local, é traçado um plano de 
voo, de forma que as fotos sejam tiradas “em faixas” que 
cubram, paralelamente, todo o terreno. Para isso, o ideal 
seria manter o voo em linha reta e a uma altura constante, 
mas isso nem sempre é possível, o que causa pequenas dis-
torções nas fotos.
No Brasil, o levantamento aerofotogramétrico deve 
ser previamente autorizado pelo Ministério da Defesa. 
Além disso, ele só pode ser realizado por empresas es-
pecializadas em tal finalidade ou por entidades do go-
verno, devendo ser informadaa localização e a área de 
abrangência do levantamento.
2.7. Sensoriamento remoto
O sensoriamento remoto é uma tecnologia de obtenção de 
imagens e dados da superfície terrestre por meio da capta-
ção e registro da energia refletida/emitida pela superfície, 
sem que haja contato físico entre o sensor e a superfície 
estudada (por isso é denominado remoto).
Os sensores óptico-eletrônicos usados para a captura dessa 
energia funcionam como se fossem uma câmera fotográfi-
ca (captam e registram a radiação – luz – emitida/refletida 
pelo objeto) que tirasse fotos da superfície terrestre, só que 
os sensores são um pouco mais sofisticados.
As câmeras fotográficas convencionais captam apenas o 
espectro de luz visível (de ondas longas), já os sensores 
utilizados no sensoriamento remoto costumam captar 
outras bandas (uma delas é o infravermelho, que é muito 
importante para o estudo das vegetações, por exemplo).
Quando a imagem for capturada, ela será analisada, 
transformada em mapas ou constituirá um banco de 
dados georreferenciados, caracterizando o que é cha-
mado de geoprocessamento.
O satélite é o veículo mais utilizado para captura de ima-
gens em sensoriamento remoto. Isso ocorre devido a sua 
melhor relação de custo-benefício, uma vez que ele pode 
passar anos em órbita da Terra.
Satélites artificiais
Sensores remotos podem ser colocados em aero-
naves, foguetes e balões para obter imagens da 
superfície da Terra; contudo, essas plataformas são 
operacionalmente caras e limitadas. Uma solução 
para esse caso é utilizar satélites artificiais para ins-
talar esses sistemas. Um satélite pode ficar girar em 
órbita da Terra por um longo tempo e não precisa 
de combustível para isso; alem do mais, a sua altitu-
de permite que sejam obtidas imagens de grandes 
extensões da superfície terrestre de forma repetitiva 
e a um custo relativamente baixo. Os satélites arti-
ficiais são plataformas estruturadas para suportar o 
funcionamento de instrumentos de diversos tipos, e, 
por essa razão, elas são equipadas com sistemas de 
suprimento de energia (painéis solares que conver-
tem a energia radiante do Sol em energia elétrica e 
a armazena em baterias), de controle de tempera-
tura, de estabilização, de transmissão de dados, etc.
2.8. Tecnologia de posicionamento 
global (GPS)
GPS é a abreviatura de Global Positioning System, ou em 
português, Sistema de Posicionamento Global. Trata-se de 
um sofisticado sistema de navegação e posicionamento 
global que informa com precisão a latitude, a longitude e 
a altitude de um local, permitindo o mapeamento de rotas 
marítimas e terrestres, redes de transmissão de energia elé-
trica, correntes marítimas, ecossistemas, bem como o mo-
nitoramento de desastres ambientais em qualquer ponto.
O GPS é constituído por três segmentos: espacial, de con-
trole e utilizador. O espacial é composto por 24 satélites 
distribuídos em seis planos orbitais. O segmento de con-
trole é responsável pelo monitoramento das órbitas dos 
satélites. Por fim, o segmento do utilizador é o receptor 
GPS, responsável pela captação dos sinais fornecidos pelos 
satélites. Esse sistema de navegação possibilita, por meio 
de satélites artificiais, a obtenção de informações sobre 
28
a localização geográfica em qualquer lugar da superfície 
terrestre e em qualquer hora do dia. Atualmente existem 
dois sistemas de posicionamento por satélite em pleno fun-
cionamento: o GPS, desenvolvido e mantido pelos Estados 
Unidos, e o Glonass, desenvolvido na Rússia. A China está 
desenvolvendo um sistema denominado Compass. O Gali-
leo europeu é outro sistema em fase de implantação.
2.9. Sistema de Informações Geográfico (SIG)
Trata-se de sistemas destinados ao tratamento de dados 
referenciados espacialmente. Esses sistemas manipulam 
diversas fontes, como mapas, imagens de satélites, ca-
dastros, etc., permitindo a recuperação e a combinação 
de informações, além da realização dos mais diversos 
tipos de análises.
A sobreposição de mapas é uma maneira de se obter 
informações comparadas colocando um mapa sobre o 
outro. A sobreposição de um ou mais mapas é um recur-
so interessante quando se busca apresentar e comparar 
diferentes dados e informações referentes a uma mesma 
região, em um único mapa. A representação de informa-
ções em mapas diferentes não impede a comparação en-
tre elas; entretanto, a vantagem de sobrepô-las em um 
só mapa se deve à possibilidade de verificar exatamente 
os pontos ou as áreas de ocorrência de cada informação, 
facilitando a comparação visual entre elas.
Fontes de Dados Camadas de Dados
Arruamento
Edi�cações
Cobertura Vegetal
Dados Integrados
Fonte: Governo dos EUA, 2015.
esqueMa de uM sig
3. a representação da terra 
sobre uma superfíCie plana 
e sua problemátiCa
Ainda hoje, a cartografia se depara com um grande desa-
fio: mesmo considerando todos os processos científicos e 
tecnológicos de representações espaciais da Terra, a pro-
blemática é a representação com exatidão do planeta so-
bre uma superfície plana.
A Terra é “esférica”, mas os papéis são planos. Com isso, 
representar em um desenho a superfície do planeta obri-
ga a fazer ajustes para que um objeto tridimensional seja 
representado de forma bidimensional. Em outras palavras, 
toda e qualquer tentativa de representar uma geoide em 
uma superfície plana causa algum tipo de deformação.
De modo geral, é possível afirmar que a única forma rigorosa 
de representar a superfície da Terra é por meio de globos, 
nos quais se conservam exatamente as posições relativas 
de todos os pontos, e as dimensões são apresentadas em 
uma escala única. Contudo, a representação “perfeita” da 
Terra e os detalhes que o mundo moderno exige obrigariam 
a construção de um globo de proporções gigantescas, tendo 
praticamente o mesmo tamanho da Terra, o que impossibili-
ta o processo de tal representação.
Os cartógrafos, buscando solucionar ou amenizar as mais 
diversas deformidades nas representações cartográficas 
da Terra, criaram as projeções cartográficas, que consis-
tem em um conjunto de linhas que forma uma rede de 
coordenadas, sobre a qual são representados os elementos 
do mapa: terras, cidades, mares, rios, etc. Os sistemas de 
projeções cartográficas são classificados quanto ao tipo de 
superfície adotada e ao grau de deformação da superfície.
Entretanto, é importante ressaltar que nenhum tipo de 
projeção escolhida para representar a Terra evitará deforma-
ções. Elas valorizarão alguns aspectos da superfície represen-
tada e farão com que as distorções sejam conhecidas.
4. prinCipais projeções 
CartográfiCas
4.1 Quanto à superfície
4.1.1 Projeção cônica
A superfície terrestre é representada num cone envolvendo o 
globo terrestre. Os paralelos formam círculos concêntricos, e 
os meridianos são linhas retas que convergem para os polos. 
As deformações ocorrem à medida que se afastam do para-
lelo padrão (paralelo de contato com o cone). A projeção é 
utilizada para representar áreas continentais (como regiões 
e continentes).
29
©
 César da Mata/Schäffer Editorial
4.1.2 Projeção cilíndrica
©
 Pearson Prentice Hall, Inc.
A superfície terrestre é representada num cilindro envolven-
do o globo terrestre. Os paralelos e os meridianos são linhas 
retas que convergem entre si. As deformações ocorrem à 
medida que se aumentam as latitudes. É geralmente utiliza-
da para representações do globo, como mapas-múndi.
4.1.3 Projeção azimutal, plana ou polar
Também denominada projeção plana, é uma projeção 
usada geralmente para a representação das áreas polares, 
pois parte sempre de um ponto para a representação da(s) 
área(s) – por isso é usada para pequenas áreas. Pode ser 
de três tipos: polar, equatorial e oblíqua (chamada também 
de horizontal).
Equador
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4.2 Quanto às propriedades
E possível minimizar as deformações ocorridas pela planifica-
ção da superfície terrestre no que se refere às áreas, às distân-
cias e aos ângulos, mas

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